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BAGร -RS Brasil Terรงa-feira
24/12/2013
O lado bom de
2013
2 Informe Comercial
PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Editorial /
A MAGIA DAS ESTRELAS
Final de ano, tempo de reflexão e momento de fazer projetos. Fechamos 2013 ressaltando o lado bom e comemorando que fizemos parcerias. Algumas difíceis, outras bastante tranquilas. Mas, como dizia o poeta Mario Quintana: “Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas.” E foi com essa determinação que enfrentamos os desafios do ano que passou. Concretizamos projetos como o CIOM, o V Festival de Cinema da Fronteira e o Luzes no Pampa. Apenas três exemplos de que é possível conciliar a iniciativa privada e o poder público em benefício do bem comum.
D
icas de
ona Zuleika
Gostaria de encerrar o ano com uma dica de esclarecimento sobre a política cultural federal que a União busca unificar no território nacional, como uma “orquestra de gestão cultural” para os estados e municípios brasileiros. A gestão dos ministros de cultura Gilberto Gil, Juca Ferreira, Ana de Holanda e agora de Marta Suplicy, desenvolveu no Brasil um trabalho sério e profundo, qualificando a questão cultural à altura de nossa história, tradições e valores.
Fui surpreendida, recentemente, lendo nos jornais locais sobre a formação e constituição do Conselho Municipal de Cultura que presume-se, à primeira vista, equivocadas. Acho então necessário, alguma explicação e tenho como intenção contribuir. Não de fazer a crítica pela crítica, porque acho que, sem nenhuma má fé, ocorreu uma ação desavisada. Gostaria de pedir com muito carinho ao nosso Prefeito Dudu e seu secretário Silvio Machado que relessem melhor sobre o Sistema Nacional de Cultura, montado após dez anos
Meus amigos de Bagé de intensos trabalhos por parte do governo da União com a colaboração da sociedade e que não cabe a nenhum de nós ignorar. Mesmo não conhecendo com profundidade o assunto, fiquei preocupada com a forma que foi feito o Conselho Municipal de Cultura ultimamente. Sendo assim, recorri a uma pessoa de minha confiança, homem de grande vivência nos assuntos de política cultural, que me esclareceu dúvidas e passou-me informações que gostaria de compartilhar com todos, de forma sucinta, portanto dou a palavra a este meu amigo: ...
Expediente
Jornalista Responsável Angelina Quintana - Reg. Prof. 5305 Capa Mickael Freitas Projeto Gráfico Ana Remonti Rossi Impressão Gráfica do jornal Zero Hora Tiragem 5000 exemplares
Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé. Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 Telefone (53) 3311.1874
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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Informe Comercial
“
As normas do Sistema Nacional de Cultura que servem como orientação a estados e municípios, foram traçadas depois de longas jornadas de estudos em seminários e conferências e todos os municípios que a elas não se adequarem estão automaticamente excluídas do Sistema. Estas normas estão explicitadas nas publicações “Sistema Nacional de Cultura”, “Plano Nacional de Cultura” e no “Guia de Orientação para os municípios” espécie de cartilha no formato de perguntas e respostas de modo a simplificar o assunto. Estes documentos no que nos dizem respeito, nos informam que em primeiro lugar temos que reformular a nossa Lei Municipal nº 4542/14.12.2007 que cria o nosso Sistema Municipal de Cultura, a começar pela denominação de “Conselho Municipal de Cultura” para “Conselho de Política Cultural” não mais sendo constituído por “notáveis” e sim abrangentes segmentos da sociedade, neste contexto deverão compor o Conselho além dos segmentos artísticos, os setores ligados a economia da cultura (trabalhadores, empresários e produtores culturais) e os movimentos sociais de identidade, como os que representam as etnias (culturas indígenas, afro-brasileiras, de imigrantes, entre outras), as identidades sexuais (de gênero, transgênero e de orientação sexual) e as faixas etárias (como os movimentos de juventude, por exemplo). Também devem ter assento representantes de circunscrições territoriais (bairros, distritos e povoados) e de instituições não governamentais ligadas ao temas da cultura. O conceito amplo de cultura condiciona mudanças também na participação do poder público, que deve incluir não apenas os órgãos de cultura, mas representantes de outras políticas públicas que têm interface com a política cultural, tais como: educação, comunicação, turismo, ciência e tecnologia, meio ambiente, esporte, saúde,
“Ainda na esfera do poder público podem ser incluídos representantes do poder legislativo e de instituições públicas de ensino e pesquisa.” segurança pública e desenvolvimento econômico e social. Ainda na esfera do poder público podem ser incluídos representantes do poder legislativo e de instituições públicas de ensino e pesquisa. Esses são os critérios que devem nortear a composição dos Conselhos de Política Cultural. No caso de Bagé significa que teríamos que ampliar a composição do Conselho para no mínimo 25 (vinte e cinco) cadeiras, e isto só pode ser feito procedendo-se as devidas alterações e adendos na lei municipal referida. Além da constituição acima exposta para a formação do Conselho, a municipalidade tem que cumprir os seguintes requisitos para integrar-se ao Sistema Nacional de Cultura o que lhe dará direito apartir de 2014 de participar do Fundo Nacional de Cultura, espécie de SUS da cultura que repassará recursos financeiros diretos, fundo a fundo. A SABER: 1. Secretaria Municipal de Cultura exclusiva (já temos); 2. Fundo Municipal de Cultura (já temos); 3. Termos de adesão por parte do Prefeito (já foi feito pelo Prefeito anterior e deverá ser confirmado pelo Prefeito atual); 4. Conferências Municipais de Cultura (já realizamos várias); 5. Plano Decenal de Cultura (em elaboração, via conferências); 6. Destinação no orçamento do município de no mínimo 1% dos recursos totais a favor da Secretaria da Cultura (o quantitativo destinado para a pasta está bem distante dos valores exigidos);
Os municípios que não se adequarem a esta orientação estarão à margem do Sistema Nacional de Cultura, bem como do Sistema Estadual de Cultura também já implementado.
”
Ouvido este parecer do amigo que manifestou sua opinião a pedido meu, gostaria de chamar a atenção dos senhores vereadores que também tem grande parcela de responsabilidade na política pública cultural do município, para que se possa corrigir o rumo e desfazer equívocos que só trarão prejuízos para a cultura de Bagé. Espero não ser mal interpretada. A intenção é simplesmente trazer um pouco de vivência, maturidade, prestando uma colaboração para que as coisas andem melhor. Espero que não se acirrem os ânimos, nem se tome como crítica pessoal. Meu sentimento é de fraternidade e de responsabilidade social, espero reciprocidade por parte daqueles a quem me dirijo. Bagé é de toda comunidade e desejo, do fundo do meu coração, que atinja seu desenvolvimento pleno nos campos social, político, administrativo, econômico e cultural. Principalmente para caminhar neste novo ano.
Que 2014 signifique mais um passo adiante nos nossos sonhos de ter uma Bagé cada vez melhor. Feliz Natal a todos e muito obrigada. Zuleika Borges Torrealba
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Por que um teatro?
Sapiran Brito
Joba Migliorin
Bagé tem a melhor rede de equipamento públicos culturais do interior do Rio Grande do Sul. Bibliotequinha Pública, Palacete Pedro Osório, Biblioteca Pública, Arquivo Municipal, Instituto Municipal de Belas Artes, Casa de Cultura Pedro Wayne, CDE Odessa Macedo, Centro Histórico Vila de Santa Thereza. Formam um conjunto de instituições que ao lado de outros próprios particulares constituem –se na espinha dorsal e arcabolso da produção e fruição artístico-cultural da cidade. Para que o conjunto fique completo nos falta um Teatro. Um grande Teatro. Uma casa de 600 lugares ou 800, não mais que isso. O Teatro Santo Antônio do Centro Histórico, apesar de ser tecnicamente muito bem resolvido, conta com apenas 100 lugares. Os demais denominados “Teatros” em Bagé são na verdade auditórios como o do Complexo Dom Diogo de Souza, o da Escola Estadual Justino Quintana e outros que adaptados se prestam precariamente para apresentações artísticas. Vamos explicar melhor. Em uma casa de espetáculos o espaço dos dois primeiros terços de toda a área são destinados a platéia, o último terço destina-se ao que é denominado Caixa. Na Caixa é onde se localizam o palco, os camarins, os urdimentos, os porões, as coxias, os bastidores, a maquinaria e todo o panejamento que veste o palco, formando um conjunto técnico que possibilitam acontecer a magia do espetáculo. Quando se fala em Teatro a primeira idéia que vem a mente das pessoas é de um local destinado a representação de peças teatrais. Um verdadeiro Teatro serve para a música, dança, cinema, conferências, seminários, reuniões cívicas, solenidades e logicamente também para espetáculos
O antigo Mercado Público foi destruído em nome do progresso
teatrais. Este tipo de equipamento é muito mais que uma casa de espetáculo, é o coração pulsante do pensamento vivo e criativo de uma comunidade. Já tivemos o 28 de Setembro que pegou fogo em 10 de Junho de 1917 de lá pra cá os cinemas que então existiam serviam para estas atividades. Com o desaparecimento dos Cine-Teatro ficamos desprovidos de locais adequados para estas atividades acima enumeradas.É um contra censo ou uma ironia, nós que temos tantas e tão bons espaços físicos consagrados a cultura e a arte, não termos um Teatro na acepção pura total da palavra. Diriamos é a grande lacuna de todo o nosso movimento cultural. Nos últimos 20 anos, várias tentativas foram feitas e até elaborados projetos para este tipo de edifício nos governos de Luis Alberto Vargas e Luis Fernando Mainardi. Ultimamente o atual prefeito, Dudu, manifestou sua vontade política e até comprometeu-se com a comunidade de dotar a cidade deste equipamento. Sabemos de várias tratativas
e iniciativas que ainda não se consolidaram mas que temos esperança venham se viabilizar no mais breve tempo possível. Também é preciso que todos entendam que não só a municipalidade mas também a iniciativa privada tem o dever social de atender esta demanda do povo, não pode ficar tão somente sobre os ombros da municipalidade o encargo da realização desta obra, que deve ser fruto da vontade e da construção coletiva. Em outros lugares, empresariado e poder público tem se dado as mãos nesta tarefa, aja vista o Teatro do Sesc, da Fiergs e de outros tantos espalhados pelo Brasil a fora, parcerias estabelecidas entre governos, comerciantes, industriais e até mesmo instituições de ensino como as Universidades. Se observados e repetidos estes exemplos e a sociedade como um todo der-se as mãos, poderemos ter a qualquer momento um Teatro digno da nossa história, tradição e valores.
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Para que se efetive a obra poderia ser criada uma Associação de Amigos para junto com o poder público buscar através de leis de incentivo, com recursos da renuncia fiscal e também recursos diretos do Ministério da Cultura. Para que isto aconteça deve se manifestar a vontade política do governante
Foto Acervo Museu Dom Diogo de Souza
Alternativas podem ser apontadas, tais como: a desapropriação, se possível amigável, do Cine Hotel Consórcio, verdadeiro dente cariado no sorriso de Bagé. Continuação da obra iniciada no Centro Cultural Tarcisio Taborda, hoje emparedada, projeto existe, aliás dois projetos encomendados e pagos ao arquiteto Sérgio Coirolo, o último pelo Prefeito Mainardi, que prevê um espaço de 450 lugares. Se o poder público quiser uma casa maior digamos de 700 lugares, bastaria desapropriar a parte dos fundos “pátio” de duas pequenas casas que dão frente para a Avenida Sete, anexas ao prédio da Biblioteca. Outra área que eventualmente poderia ser utilizada é a da antiga Caieira com a demolição dos galpões e a utilização de 2 mil dos 5 mil m² de área total para a construção do edifício. Outras alternativas existem, estas são as mais exeqüíveis.
O Theatro 28 de Setembro foi erguido com a ajuda dos empresários locais, mas foi consumido pelo fogo
que somada a vontade coletiva possibilitarão a formatação de um projeto que contemple a participação de todos os interessados. Quem sabe, isto é uma proposta, se cria um Movimento Pró Construção do Teatro Municipal de Bagé. O que não podemos é
ficar esperando que ele caia do céu, urge uma movimentação organizada de todos os segmentos para que venhamos a ter finalmente este resgate cultural que seria a concretização de um velho sonho dos bageenses. A construção do Teatro Municipal de Bagé.
Faz parte da Memória & Patrimônio, o prêmio à resistência Tudo é patrimônio e história. Até mesmo o que destruímos. Os bens materiais e imateriais. Diante desse quadro, o Da Maya Espaço Cultural organizou o Prêmio Memória & Patrimônio para o V Festival de festival de Cinema da Fronteira, (realizado de 25 a 30 de novembro) dividido em 10 categorias, num total de R$ 15 mil, para incentivar um olhar mais atento sobre Bagé. No entanto, os organizadores não imaginavam que a proprietária do Grupo Da Maya, Zuleika Borges Torrealba, criaria um prêmio especial de R$ 1,5 mil para contemplar o curta-metragem “Unidos pela força e determinação”. Carmen Lucia Moreira
Silva, 46 anos, bacharel em letras, casada, sete filhos, trabalha como gari, conseguiu produzir o filme com muita dificuldade. Esposa de um ex-funcionário da Cabanha da Maya, afastado por problemas de saúde, recebeu o prêmio das mãos da idealizadora. _Resolvemos contemplar o curta da Carmen porque ela foi uma heroína. Conseguiu sustentar a família sozinha, manteve o casamento para não afastar os filhos do pai e ainda transformou o sofrimento em criação. O filme me lembrou o Neorealismo Italiano do Pós Guerra. Ele é muito cru, mas a vida é crua, analisou Dona Zuleika.
Divulgação - Gleider Ayres
Carmen recebeu o prêmio especial pelo filme “Unidos pela força e determinação”
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Algumas luzes sobre a cidade
O jornalista e atual presidente do COMPREB, José Francisco Hilal Botelho, observa que a nova postura assumida pela comunidade em relação à preservação do patrimônio histórico coloca Bagé numa posição de destaque. _A nossa cidade passou a ser conhecida tanto no Rio Grande do Sul, como no Bra-
OECOARTE AGRADECE
Matheus Coitinho
Bagé avançou no tempo. Motivos não faltam para brindarmos a concretização de projetos coletivos. Em primeiro lugar, podemos destacar uma defesa mais efetiva do patrimônio histórico e arquitetônico de Bagé. Com uma composição do COMPREB (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Bagé) engajada na preservação da memória e da identidade bageense, podendo contar com a parceria eficaz do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). E com uma ação conjunta identifica irregularidades e responsabiliza os infratores.
Mamadu Baio tornou a noite do lançamento do Percurso Da Maya ainda mais encantadora
sil como um lugar onde se preserva o patrimônio histórico. Além disso, ninguém pode ignorar que as pessoas vem a Bagé em função disso. Temos um conjunto arquitetônico maior do que Jaguarão e mais harmonioso do que Pelotas, ilustra Botelho. Como outros pontos de luz, identificamos a implantação do Centro Integrado de Oncologia e Mama(CIOM) que- desde a sua inauguração, em junho- realiza cerca de 2, 5 mil
. Ao Espaço Cultural da Maya pelo lançamento do importante PROJETO 14 ESTAÇÕES (o olhar bageense será capaz de redescobrir seu lugar e sua história, o coração a será acordado, de novo, para cuida-los e ampliá-los).
. A denúncia feita pela equipe do da Maya ao longo do pedaço do rio da Candal. Spots luminosos focando a agressão dos plásticos jogados nas suas margens, desprezíveis bandeiras do abandono e ignorância de nossa civilização.
. Por este Projeto ter exposto ao bageense o potencial de beleza e vida da PANELA DO CANDAL sua capacidade de se tornar um dos parques mais aprazíveis de Bagé, arejando a cidade, descongestionando suas praças e alcançando ao habitante dessa cidade a possibilidade de um convívio equilibrado com uma natureza ainda verdíssima e exuberante, com um ar umedecido por um rio e um céu cruzado por pássaros e os azuis sulinos.
. A limpeza do lixo pelos meninos do lugar, somando sacos e sacos de resíduos e caminhões com todo o tipo de restos jogados no rio e em seu entorno. . A ordenação do espaço, o clarão de civilização aberto, o preparo do chão para o grande momento do encontro marcado entre o bageense e seu tesouro esquecido. . A valorização da humilde população ribeirinha
. Por lembrar o que Lutzemberger pediu: distribuam sendeiros luminosos ao longo do rio, bancos e um parque de acolhimento ao visitante.
tão necessitada de um olhar cidadão, de cuidados e projetos.A participação da assistente social do DAEB nesta causa.
atendimentos ao mês e a inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), tão aguardada pela comunidade. Na área da educação, as universidades UNIPAMPA e URCAMP já pensam a criação de novos cursos. Como os de cinema, medicina e artes. O IFSul (Instituto Federal Sulriograndense / Campus Bagé começa a colocar novos profissionais no mercado de trabalho.
. O testemunho histórico resgatado, a luta que quebra ciclos do tempo e se faz eterna, o criativo e instigante MONSTRO DA PANELA DO CANDAL construído com os poemas, os depoimentos, as pesquisas, a alma dos cuidadores do arroio registrados, um dia, no JORNAL ECOARTE “PANELA DO CANDAL”. Jornal que foi aberto, neste evento, e desceu até o Arroio, em cartazes plastificados e acariciou humanamente suas margens. A história como uma metáfora viva da natureza nesta cobra ecológica criada, um dia, na obra de Pedro Wayne... . Ali as vozes ainda vivas de Iolanda Abero, Way-
ne, Ramon, Camilo Rocha ,Teresa Not cantando o Arroio e a dos poetas ,a de Tarcísio Taborda abraçando o arroio, escritores, ambientalistas e pesquisadores presentes ainda conosco em fortes depoimentos de celebração, denúncia e esperança. E as mostras históricas que hão de vir, como a de João Rockett sobre o arroio , beleza e reflexão que povoarão outro momento.
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anunciam um novo tempo Mickael Freitas
Da Maya Orquestra Filarmônica, sob a regência do maestro Joab Muniz, durante o vernissage da exposição “Constelações”, de Hilal Sami Hilal. Começa abrigada no Da Maya Espaço Cultural e, agora, traça novos caminhos com o surgimento da Associação Da Maya Orquestra Filarmônica. Dentro de um processo de democratização da arte, os espaços começam- de fato - a serem ocupados. A consolidação do V Festival de Cinema da Fronteira energizou ainda mais a cidade, trazendo a Bagé cineastas, professores, produtores e artistas que se integraram à comunidade. Ao mesmo tempo, fomentando novas formas de pensar e fazer cinema. O cineasta e diretor artístico do festival, Zeca Brito, considera que as parcerias entre o público e o privado foram multiplicadas. _Diversos setores conseguiram se articular e trabalhar juntos com uma visão do múltiplo e do coletivo.
. Ali as vozes ainda vivas de Iolanda Abero, Wayne, Ramon, Camilo Rocha ,Teresa Not cantando o Arroio e a dos poetas ,a de Tarcísio Taborda abraçando o arroio, escritores, ambientalistas e pesquisadores presentes ainda conosco em fortes depoimentos de celebração , denúncia e esperança.E as mostras históricas que hão de vir, como a de João Rockett sobre o arroio , beleza e reflexão que povoarão outro momento. . A música das crianças da Orquestra Da Maya embalando o sonho de um Deus que pede profundo respeito por sua criação e o Ser Humano.E cantando o AMOR com Mamadu Baio, ator e cantor africano. . O CINEMA em seu intenso festival FESTIVAL INTERNACIONAL DA FONTEIRA, o longa Batalha de Tabotó , trazendo africanos para viver essa arte e a humanidade, dentro dessa Panela de sonhos, lendas, memórias e grandeza.
Dentro da esfera sócioambiental, o lançamento do Percurso Da Maya, uma conversa entre o arroio e a cidade, inaugura uma nova etapa. O projeto idealizado pela arquiteta, designer e diretora de arte, cultura e turismo do Grupo Da Maya, Eulália Anselmo, representa um novo foco de luz.
. A sensibilidade de Zeca Brito, idealizador e diretor desse educativo Projeto do Cinema, em abraçar o projeto 14 Estações fazendo da Panela do Candal o cenário desta noite. . De quebra, os documentários sobre a Arte de Teresa Poester pregando a inquietação humana e as crianças da ODESSA sugerindo a reinvenção da vida. Atitudes básicas da criação de todo o trabalho humano que se quer inovador. . O engajamento, o talento, a dedicação diária e inominável, com que foi concebido e está sendo desenvolvido esse trabalho de resgate pela arquiteta Eulália Anselmo e a arte-educadora Carmen Lucia Barros. . O abraço integral de D. Zuleika a este projeto que des-
vela o rosto dessa Bagé que ela escolheu para amar e plantar seus sonhos em admiráveis empreendimentos. . O jornal PATRIMÔNIO que sensibiliza, acorda e junta
. A presença de portuguesas mexendo, em inter-
câmbios calorosos, a pá cidadã desta Panela.
vozes em defesa de nosso chão com a antenada edição de Angelina Quintana e diagramação Ana Remonti.
E que o céu de Bagé continue inspirando novos projetos coletivos
. Este Projeto das 14 Estações que reforça e amplia
percursos antigos, (Fernando Karam, Conceição Xavier, Luiz Fernando Mainardi, Zeno Freitag, Estefanía Damborearena, Luis Carlos Deibler, Silvério, Gonçalves, Neiva Martinez, João Rockett , Geraldo Rodhe e tantos), que redescobre ainda garças no Paredão,pegadas de capivaras na Candal, que denuncia tartarugas cruelmente tatuadas, que surpreende Bagé com sua própria beleza, suas densas e ainda fartas vegetações, suas instigantes canhadas e pontes,construções clássicas em miniatura em plena periferia, foca o indefensável estrangulamento e o progressivo desaparecimento de seu rio pela s construções licenciadas. . Por confirmar a luta resistente de 25 anos do Ecoarte por essa causa. E escolher a VIDA, no que ela tem de mais profundo - a defesa da Natureza e do Ser humano - como compromisso, jornada e desafio.
Ecoarte
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Esquecida pelo tempo, o patrimônio que perdemos! Alessandro Carvalho Bica*
Fotos Acervo Museu Dom Diogo de Souza
A velha Praça dos Desportos inaugurada em setembro de 1927 pela Intendência Municipal de Bagé no governo de Carlos Cavalcanti Mangabeira, foi pensada e constituída a partir da lógica republicana, evidenciando aspectos doutrinários da modernidade aliada aos enfoques da instrução física, moral e cívica da década de 1920. No projeto de consecução da Praça de Desportos evidenciou-se fortemente a participação do Centro de Cultura Física do Uruguai, na perspectiva de vincular os discursos republicanos aos discursos das práticas desportivas. É importante salientar que desde o inicio do século XX, o Uruguai organizou seus programas de cultura física para as praças de desportos. Os discursos de disciplina, de moral e de respeito agregados às práticas da Educação Física, encontram ressonância nos discursos dos republicanos gaúchos, e consequentemente no projeto educacional de Carlos Cavalcanti Mangabeira. O Relatório Intendencial de 1925 do município de Bagé, afirmava que nossa cidade foi a primeira cidade do Estado do Rio Grande do Sul que possuiria uma praça totalmente dedicada às práticas desportivas. Contudo, esta ideia deve ser relativizada, mas podemos suspeitar que ainda não existiam outras praças iguais, no Estado do Rio Grande do Sul. De todo modo, para reforçar nossa ideia de ser Bagé, a primeira cidade do Estado, a possuir uma praça dedicada às práticas desportivas. Recorremos à notícia encontrada no jornal Correio do Sul, de 04 de dezembro
Uma praça que ficou na saudade de várias gerações
de 1925 (p.01), que pode sustentar nosso pressuposto teórico: Na [...] Casa Caminha está [...] a planta da praça de sports, mandada executar em Montevidéo, no Instituto de Educação Physica, pelo sr. dr. Pardo Santayana. A municipalidade [...] em seguida iniciará os trabalhos. Estas afirmações também podem ser observadas nas duas placas existentes na Praça de Desportos do município de Bagé, colocadas em função da inauguração da mesma, em 7 de setembro de 1927.
e nos discursos de civismo, progresso e ordem imprimidos pela municipalidade bajeense na Primeira Republica, mas o conjunto destas ações desencadeadas na gestão de Carlos Cavalcanti Mangabeira (1925-1929) possibilitou a instalação de um fazer pedagógico singular e particular no município de Bagé. Um indicativo disso aparece, quando analisamos o Relatório da Praça dos Desportos, quando este faz indicações para a manutenção futura da Praça, como espaço dedicado a Instrução Física:
Cabe salientar, que nos discursos modernos da República era imperioso forjar o “novo” homem, e nenhum elemento parecia concorrer tão fortemente a tal princípio quanto à educação. Sendo, pois, a Educação Física a parte física da educação, ficaria sob sua responsabilidade a incumbência de ser um espaço que oferecesse subsídios para “forjar e aperfeiçoar indivíduos”.
Além disso, a Praça de Desportos de Bagé serviu como um lugar de sacralização dos rituais republicanos pensados pela ideologia positivista do Partido Republicano Bajeense na década de 1920 e na consagração da Instrução Física como regeneração dos cidadãos no processo social da Primeira República gaúcha na cidade de Bagé, além de possibilitar novos olhares entre os diálogos na região do Pampa, fronteira do Brasil e do Uruguai.
Sendo assim, a Intendência Municipal determinou os conceitos de higiene, de moral, de ética, de condutas pessoais e civilidade, traduzindo com toda força os preceitos morais e sociais presentes na década de 1920, como tenta afirmar o último parágrafo do Relatório Interno: “A Praça de Desportos é um logar de recreação sadia e expansão do povo. O fim que se procura é o desenvolvimento physico, moral e intelectual de ambos os sexos.”
Enfim, não desejamos ser saudosistas e nostálgicos. Mas, as praças foram esquecidas pelo tempo e transfiguradas em novos espaços de ocupação. Estes verdadeiros patrimônios históricos, arquitetônicos, culturais e sociais de nossa cidade representam nossas imagens do passado, e nos fazem pensar: Como aliamos modernidade com preservação do patrimônio, ou ainda, porque é necessário guardar o passado para preservar o futuro.
Afirma-se que a construção da Praça de Desportos foi pensada para evidenciar toda a preocupação com as concepções educacionais encontradas nas práticas de Educação Física
PROFº ALESSANDRO CARVALHO BICA Universidade Federal do Pampa - Campus Bagé Coordenador do Grupo de Estudos em Educação, História e Narrativas (GEEPHN) Presidente do Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda (NPHTT) Doutorando em Educação, História e Políticas UNISINOS/RS
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Tratamento no CIOM é um dos mais rápidos do país
O Centro Integrado de Oncologia e Mama(CIOM) iniciou suas atividades no mês de junho, com a inauguração de um prédio 1.100 m2 e encerra o ano com a notícia de que 2.200 m2 serão destinados ao tratamento da oncologia. O coordenador do CIOM, Mario Mena Kalil, informa que foram realizados cerca de 2,5 mil atendimentos mês. Além disso, enquanto a determinação do Ministério da Saúde é de que os pacientes que recebem o diagnóstico de câncer comecem o tratamento em 60 dias, Bagé reduziu em muito esses prazos. _No CIOM/Unacom, tudo é concretizado em 30 ou 40 dias. Já incluindo diagnós-
Joba Migliorin
Durante a sua rápida visita a Bagé, o oncologista Antônio Buzaid visitou as instalações do CIOM e lembrou que Bagé vai ser o projeto piloto dos 20 Centros de Telemedicina que interligam a equipe do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, para fazer estudos de caso.
O coordenador do CIOM, Mario Mena Kalil anuncia o aumento da equipe
tico, cirurgia e início da quimioterapia. E se não for caso cirúrgico, no máximo, em uma semana, calcula o médico. Outra informação que entusiasmou a equipe do CIOM nos últimos meses foi o anúncio do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que
já está autorizada a compra do equipamento de radioterapia. _Tudo isso vai tornar o tratamento do câncer mais rápido e eficiente. Além disso, já estamos em tratativas para contratar novos profissionais que vão atuar em outras áreas da oncologia, projeta Kalil.
Na palavra de quem conhece Catiusa Gomes
Dilce Mara Gonçalves Vaz, 49 anos, comerciária, sem filhos, nunca descuidou dos exames preventivos (mamografia e ecografia mamária), mas no ano 2000 descobriu alguns cistos no seio e fez tratamento.
aplicação de quimioterapia. O CIOM foi decisivo em minha vida. Quando o doutor Mário me disse que o meu caso era de cirurgia, cheguei a pensar para depois. Mas ainda bem que ele não deixou. Talvez, por
_Em setembro, realizei os
isso, nunca tenha me sentido doente. Toda
exames anuais. No dia 21 de outubro, o doutor Ricardo
a equipe do CIOM me acolheu e nunca me senti sozinha, porque elas trabalham com carinho. É preciso encarar a doença e se
Costa me encaminhou ao CIOM e no dia 6 de novembro fiz a cirurgia. Essa semana foi a minha primeira sessão de quimioterapia e, depois, vou fazer a radio. O doutor me disse que eu não vou perder o meu cabelo e estou contando os dias para voltar a trabalhar.
_Peguei o resultado na sexta-feira, internei na segunda e no dia 2 de agosto fiz a cirurgia. Essa semana faço a última
tratar. Nunca tive medo e faço todos os exames que me pedem. Cuido da minha
Camila Oliveira da Rosa, 43 anos, comerciária, dois filhos, descobriu que estava com câncer no seio no dia 27 de julho na sua primeira consulta no CIOM. Segundo ela, tudo foi muito rápido.
alimentação e não abro mão do meu feijão com arroz. O único momento que me chocou foi quando fiquei sabendo que perderia o meu cabelo. Agora, até curto a minha carequinha. Mas também me acho bonita de chapéu.
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pratos principais
Ano Novo
Salada de Bacalhau
com a qualidade Da Maya
Bacalhau, azeite de oliva, cebola, ovos, azeitonas verdes, batata-palha e cheiro verde
�����������������������������������������������������������R$ 95
Gratin de batata com alho-poró Batatas, alho poró, creme de leite e queijo parmesão
�����������������������������������������������������������R$ 43
O Da Maya Porão encerra 2013 em ritmo intenso. Além do famoso Happy Hour, de terças a sábados, das 19h às 23h30, tem música ao vivo nas sexta-feiras. Com muita Bossa Nova, MPB e samba. E ainda facilita uma virada de ano mais feliz e gostoso. Até 26 de dezembro encomendas para o Ano Novo. Com a garantia de qualidade Da Maya. Reservas pelos telefones: (53) 3312.1203, 3312.1204 ou 3311.1967. Leko Machado
Duo de Arroz com amêndoas e frango defumado ao aroma de cítricos Arroz selvagem e arroz branco, amêndoas, frango, defumado, laranja e limão
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Balotine de peru na mostarda di cremona Peru recheado com molho de frutas cítricas
����������������������������������������������������������R$ 120
Chester assado com frutas Chester assado com pera, maçã e ameixa
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Pernil de cordeiro assado no vinho e alecrim com batata assada Pernil de cordeiro, vinho e batata
�����������������������������������������������������������R$ 78
Arroz ao Champagne com pêssegos e uvas passas
Pernil de cordeiro assado no vinho e alecrim com arroz de lentilha
Arroz, champagne, pêssegos e uvas passas
Pernil de cordeiro, arroz e lentilha
�����������������������������������������������������������R$ 28
Arroz colorido de Natal Arroz, presunto, pimentões (3 cores), ervilha, cenoura, vagem e abacaxi
�����������������������������������������������������������R$ 28
Farofa Natalina Farinha de mandioca, bacon, azeitonas, ovos, resunto, cenoura, abobrinha, uvas passas e pimentões (3 cores)
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Lombo suíno assado com crosta de panceta ao chutney de morango Lombo suíno, panceta e calda de morango
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Tender com ervas servido com frutas assadas Tender, maçã, ameixa e peras
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sobremesas Torta mousse de chocolate Chocolate meio amargo, banhada com geleia de cacau
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Lombo suíno glaceado com frutas do bosque, purê de batata doce e maçã Lombo suíno, amora, morango, batata doce e maçã
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Cheesecake morango, doce de leite ou Romeu e Julieta Chocolate meio amargo, cream cheese, morango, doce de leite ou goiabada
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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Terça-feira, 24 de dezembro de 2013
11 Informe Comercial
O Percurso Da Maya ganha reforços em 2014
No momento, coordena a área de reciclagem da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, na equipe de implantação da Politica Nacional de Resíduos Sólidos(PNRS), lei 12.305/2010, e ainda orienta a formação de consórcios públicos intermunicipais e construção de agendas 21. O sociólogo atuou no polo de reciclagem após o encerramento do lixão de Gramacho (13 de junho de 2012)o maior aterro sanitário da América Latina e recebia, por dia, 7 mil toneladas de lixo. Atuando também na organização dos 2 mil catadores, políticas ambientais e institucionalização da logística reversa dos diversos fluxos de resíduos como lâmpadas, eletroeletrônicos e pneus.
Matheus Coitinho
O sociólogo bageense Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro- com larga experiência em mobilização social, gestão de resíduos e inclusão produtiva de catadores- vem a Bagé para integrar-se ao Percurso da Maya. Nos dias 30 e 31 de janeiro, no Da Maya Espaço Cultural, Pinheiro debate com a comunidade a produção de eventos na área socioambiental e cultural para reintegrar os arroios de Bagé ao mapa da cidade.
O Bispo Dom Gílio e grupo de religiosos fez o percurso sob a orientação da idealizadora do projeto, arquiteta Eulália Anselmo
Banners e mapa, em grande escala, do percurso encontram-se em exposição no Da Maya Espaço Cultural SEGUNDA A SÁBADO 14H ÀS 18H
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PATRIMÔNIO DA COMUNIDADE Bagé, Terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Informe Comercial
Parceria Foi a palavra que escolhemos para selar o ano de 2013 e comemorar o novo ano que inicia.
Afinal, representa um arranjo em que duas ou mais partes estabelecem um acordo de cooperação para atingir interesses comuns. Bons exemplos de que é possível unir a iniciativa privada e o poder público não faltam.
E que venham muitos projetos como o Luzes no Pampa