Ecopiratas

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PAPPO é o papagaio do capitão. Ele repete palavras e os sinais de LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, que Trancinha usa para se comunicar.

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tem até uma nave muito esquisita, chamada Piratão.

Curta essa aventura em defesa da natureza, num dos lugares mais bonitos do Brasil: Fernando de Noronha. Boa viagem!

E

stranhos acontecimentos envolvem a paradisíaca ilha de Fernando de Noronha. O fantasma de um velho pirata está espalhando terror por todos os cantos. Tartarugas-verdes começaram a desaparecer misteriosamente. Em meio a túneis secretos, velhas fortalezas e paisagens encantadoras, Tony Topetudo e Trancinha vão conhecer o Capitão O-Biruta. Sujeito mais doido, impossível! Embarque nesta divertida aventura repleta de maluquices e transforme-se num Ecopirata, a serviço da Rainha Natureza!

Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha

CAPITÃO O-BIRUTA é doido demais. Sua invenção mais incrível foi um penico para transformar pum em energia. Por aí você já pode começar a imaginar o que vem pela frente...

Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha

BETO JUNQUEYRA

TRANCINHA é apaixonada pela natureza. É surda, mas consegue escutar de uma maneira especial. Curte tudo o que está ao seu redor com muito mais intensidade. O que ela não curte é o primo Tony Topetudo...

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Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha BETO JUNQUEYRA

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nossa Rainha Natureza não aguenta mais sofrer tanto. É poluição, desperdício, desmatamento, lixo para todos os lados... Animais são extintos. As temperaturas estão subindo... É preciso salvá-la! Em meio a esse clima de destruição, surgiram os ecopiratas. Nesta história divertida e cheia de surpresas, você vai conhecer personagens que amam a natureza, como você. E têm armas muito poderosas: espadas quebradas, bolhas de sabão...

TONY TOPETUDO adora explorar o fundo do mar, sonha em encontrar tesouros e é um craque de futebol. Enfim, curte ação e aventura. Ele não gosta é da prima Trancinha...



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Uma aventura ecol贸gica em Fernando de Noronha


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ias avô Tob u e m a o este livr de vida e s ia e h c Dedico as , o crianç s: Anita e a cinc a r u t n e v ela. por a loucas i e Rafa ig u L , ia , Júl Isabela e imentos volvente Agradec n e u o pessoas tória fic e d is h z a u l t s E as à s, ora graç d a t n a c uimarãe n e G a in t ne : Cris , Rosea d r a h r e especiais G i, lano, Lu Vergamin a n e r Miguel A A e de es, Sabin Escola a d s o Gonçalv n lu al", o ores e a profess o "Pontu a ; s a nha d r Su de Noro o d n a Crianças n r Fe guia de s da e aluno melhor s e r o s s rofe e aos p go. rquipéla A a l o c Es


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Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha BETO JUNQUEYRA Ilustrações Eric Gerhard


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Copyright © Beto Junqueyra e Eric Gerhard 2009 e-mail: ecopiratas@uol.com.br Direção de arte · Cacau Mendes Revisão · Mariana Simões

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Junqueyra, Beto Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha / Beto Junqueyra ; ilustrações Eric Gerhard. – São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2009. ISBN 978-85-7665-480-3 1. Literatura infanto-juvenil I. Gerhard, Eric. II. Título. 09-10078 Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantil 2. Literatura infanto-juvenil

CDD-028.5 028.5 028.5

1ª edição | setembro de 2009 Editora Planeta do Brasil Ltda. Av. Francisco Matarazzo, 1500 / 3º andar - cj. 32b - New York São Paulo - SP - Brasil - 05001-100 vendas@editoraplaneta.com.br


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SUMÁRIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Cuidado com o pirata! . . . . . . . . . . . . . .

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Um objeto misterioso... . . . . . . . . . . . . . 13 Ah, que primo bobo! . . . . . . . . . . . . . . . 17 Um estranho enigma . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Sinais no céu

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Um encontro surpreendente . . . . . . . . . . . 33 Ecopiratas em ação! . . . . . . . . . . . . . . . . 39 No rastro das tartarugas . . . . . . . . . . . . 45 Prisioneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Passagem secreta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 O código salvador . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 O pacto dos primos . . . . . . . . . . . . . . . . 71


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Cuidado com o pirata!

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S –

enhores passageiros, estamos chegando a Fernando de Noronha. Pedimos que apertem os cintos e retornem seus assentos à posição vertical. Aterrissaremos em cinco minutos. Respirem fundo e preparem-se para uma semana de muitas aventuras... – anunciou a aeromoça, bem-humorada. Os olhos de Tony Topetudo brilharam quando a silhueta do arquipélago despontou no horizonte. O morro do Pico, de sentinela, parecia dar-lhe as boas-vindas. O garoto não via a hora de explorar todas as trilhas e praias, encontrar passagens secretas, mergulhar em busca de tesouros submersos...

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UDO TON Y TOPET garoto, Como todo nturas. ele adora ave isas o Só duas co topete aborrecem: o r e a fora do luga inha. Esta prima Tranc icar bem sim deveria f ... nde ele está distante de o

O avião começou a sacolejar, assim que o trem de pouso foi baixado. Tony Topetudo sentiu um frio na barriga. E sentiria um frio ainda maior com a notícia que sua mãe lhe daria em seguida: – Filho, você vai ter uma boa companhia nestas férias: sua prima Trancinha veio com os seus tios. – O quê? Você chama isso de boa companhia? – protestou o garoto, aos berros. – Eu vou ter que ficar com a Trancinha!?

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TRANCINHA É uma garota apaixonada pela natureza. Ela não escuta, ou melhor, escuta sim, e de um forma bem especial! E adora o seu cabelo com trancinhas. Não suporta o primo e o topete dele...


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Naquele instante uma nuvem escondeu a ilha, tirando toda a visão panorâmica que o menino tinha da janela do bimotor. Era como se uma cortina de pano tivesse fechado o palco das aventuras de Tony Topetudo. – A Trancinha vai completar onze anos no mês que vem. Ela tem quase a sua idade... – insistiu a mãe. – Quase! Você disse muito bem. Eu quase tive umas férias legais. Será igual a todas as vezes que ela ia à nossa casa. Como a Trancinha não escuta, vamos ficar olhando um para a cara do outro, sem fazer nada! – resmungou. – Mas ela pode... – Ela não pode fazer nada! – esbravejou Tony Topetudo, furioso. – E aquelas trancinhas com enfeites balançando, então? Parecem cipós cheios de macaquinhos. Como ela é ridícula! Além de tudo, a Trancinha não gosta de mim! Tony Topetudo cruzou os braços e teve a sensação de estar numa turbulência sem fim. Sequer percebeu quando o avião tocou a pequena pista do aeroporto. Se pelo menos o avô Biro estivesse vivo...

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Vovô Biro era o único elo que deixava Tony Topetudo e Trancinha na mesma sintonia. Os dois adoravam o avô, que, ao se aposentar, decidiu ser inventor. Mas vovô Biro jamais conseguira vender uma das suas ideias sem pé nem cabeça. Tudo o que criava era para proteger a natureza. Um aspirador de lixo gigante que nunca funcionou; um penico que transformava pum em energia, mas ninguém aguentava o cheiro; um automóvel papa-fumaça que era movido a gás carbônico e soltava água pura e, no entanto, nunca saiu do lugar. Com o passar do tempo, os familiares começaram a dizer que vovô Biro tinha virado vovô Biruta. Ah, mas como os netos gostavam das histórias e das invenções daquele vovô Biruta.

OR RGIZAD E N E O um PENIC s do p á g o orma e Transf as ess M . a i g r u os em ene spanto e por ó s stava e m s... invento e ajuste s e qu s o n i r u á g l u A a us ssita FUMAÇ e A c P e A N P ÓVEL perto. ra AUTOM ção pa n e v n i os A maça d u f a res. sugar oluido p s o l ar... veícu uncion f i a v Ainda

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Para grande tristeza dos netos, um dia vô Biro, ou melhor, vô Biruta, morreu. Os adultos contaram que ele se fora de tanto desgosto com a poluição e a destruição do meio ambiente. E, desde então, Tony Topetudo nunca mais viu a prima. “Trancinha...!” – pensou, contrariado. Quando ia falar um desaforo, foi interrompido pela voz da aeromoça. – Agradecemos a preferência por voarem conosco. Tenham uma boa estada na ilha e estejam atentos a um pirata que gosta de assustar os turistas. A Guarda Costeira e uma expedição de cientistas estrangeiros acreditam que ele seja o responsável pelo desaparecimento de muitas tartarugas, aproveitando que estão no período de desova. Comuniquem à polícia imediatamente se notarem qualquer fato suspeito. Um vento vindo do oceano abriu uma fresta entre as nuvens e, por um instante, o sol brilhou sobre a ilha. Era como se alguém tivesse piscado para o menino. O coração de Tony Topetudo disparou, enquanto descia a escada do avião e pisava no solo de Fernando de Noronha. Havia algo estranho no ar. E no mar...

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Um objeto misterioso...

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pós desembarcar, Tony Topetudo ajudou os pais a retirar a bagagem da esteira. No saguão do aeroporto, receberam mais um alerta contra o pirata que traficava tartarugas. Dois homens trajando aventais brancos e bonés verdes procuravam tranquilizar os recém-chegados. Sorridentes, tinham um semblante engraçado e muito parecido: orelhas enormes e olhos que pareciam saltar do rosto. Eram gêmeos. A única diferença entre eles era um tufo solitário de cabelos que mais parecia um oásis na cabeça calva: um era louro e o outro, ruivo. A dupla usava crachás: eram os cientistas Boris e Yuri Molotov. Dirigiam-se aos turistas falando em coro, com sotaque estrangeiro:

– Non vamos deixar que a fantasma do pirata Capitão Kid acabe com os tartarugas...

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Tony Topetudo colocou a mochila nas costas enquanto escutava atentamente os irmãos Molotov, que passaram gentilmente a responder todas as perguntas. Eles eram os responsáveis por importantes pesquisas sobre a preservação das espécies e demonstravam muita preocupação com o tal pirata.

VERDE TARTARUGArtaruga Espécie de ta m Fernando encontrada e ameaçada de Noronha, O Projeto de extinção. udado Tamar tem aj . a protegê-la

Convidavam todos a visitar o navio Expedição Sinal Verde, que estava ancorado entre o porto de Fernando de Noronha e a pequena ilha São José. “Parece que o casco da tartaruga-verde fêmea vale hoje muito dinheiro. É por isso que esse pirata apareceu por essas bandas” – pensou Tony Topetudo, resumindo as explicações dos cientistas. Em seguida, entraram num

táxi-buggy que os aguardava no estacionamento. Minutos mais tarde chegaram à pousada, que ficava no alto de um morro, de frente para o mar de Dentro. Encontraram os tios e a prima na recepção. Após cumprimentar Trancinha, sem nenhum entusiasmo, Tony Topetudo foi para o quarto.

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Ao entrar no aposento, o garoto atirou a mochila na cama e esparramou-se numa poltrona de couro. O dia estava terminando. E quanto às férias... Pareciam nem ter começado! Não teve ânimo sequer para acender a luz. Um último suspiro do sol refletiu-se num objeto jogado sobre uma mesinha de palha ao lado da porta. Tony Topetudo achou que aquilo podia ser o pedaço de um abajur rachado... – Se a Trancinha visse isso, já ia me acusar, apontando para mim – murmurou. Ao voltar os olhos para a mesa, Tony Topetudo notou que a noite havia chegado de vez, escondendo o estranho objeto... Num impulso de curiosidade, ele se ajoelhou e rastejou até a mesa. Ao alcançá-la, esbarrou a mão direita numa peça cheia de pontas. Apanhou-a e sentiu várias ranhuras na base. Parecia um ídolo de argila, partido ao meio. Começou a apertá-lo. Era como se precisasse de alguma coisa para descarregar sua raiva. Continuava sem ânimo até para iluminar a suíte. A escuridão combinava com suas férias. – Eu não gosto da Trancinha. Aquele jeito de se comunicar por sinais... E o pior é que ela é muito convencida. Adora mandar. Vive apontando, dando ordens. É toda nervosinha, enfeitadinha, invocadinha... Ah, como a Trancinha é chatinha! – resmungou, enquanto colocava no bolso o estranho artefato e deitava-se na cama à espera da hora do jantar.

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Ah, que primo bobo!

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o quarto ao lado, Trancinha balançava a cabeça, sem parar. Ficou em pé alguns minutos. Não podia acreditar na má sorte de ter de ficar com o primo durante todo o dia seguinte. Ou talvez a semana inteira... Os pais e os tios sairiam cedo para fazer uma excursão em alto-mar só para adultos. Os menores deveriam ficar na pousada. Se quisessem passear, teriam de sair juntos... Com a chegada da noite e tamanho desencanto, Trancinha tinha a impressão de que passaria as férias numa caverna, sem lanterna, ao lado de um morcego. Ou melhor, de um primo sem graça. Um primo com um topete ridículo. Na verdade, mais parecia um filhote de rinoceronte. Ou seria um unicórnio? E o que ele gostava de fazer, então? Só queria saber de jogar futebol, jogar futebol, jogar futebol... Só não fazia gol de cabeça, porque ficava furioso se o topete saísse do lugar! Ah, que garoto mais bobo o Tony Topetudo...

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Ela queria descobrir as belezas naturais da ilha. Mas sem más companhias! Queria espreitar as mabuias escondendo-se entre as rochas e divertir-se com a farra dos golfinhos rotadores exibindo-se no mar. Queria apreciar o voo dos mergulhões, fazer snorkel para ver o colorido desfile dos cardumes e, quem sabe, até cruzar com uma tartaruga, com aquela cara bonachona que só elas têm...

RES OTADO R S O H GOLFIN mas m algu e m e o ia pert Aparec d o d horas aias de das pr do de Fernan am . Ador a h n o r No r, e pula r a c n i br ... barcos s o o d seguin

ão ue est q s a x i art ue As lag rece q a P . a ilh ém tos da do algu n n a a c u q s , e er! dos o scond guma l e a e o s por to d an ara apront rrem p o c s estão a el perto, chega AS MABUI

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A surdez levara Trancinha a aprender a curtir a natureza com muito mais intensidade. Era capaz de se comunicar com os animais apenas com a expressão dos olhos, de entender os pássaros só de ver seus movimentos e coreografias no ar. Ah, e a farra das ondas estourando nas rochas? Trancinha “escutava” tudo, de um modo mágico. Cansada, a menina jogou-se na cama e, ao acomodar a cabeça no travesseiro, bateu num objeto gelado e cheio de cavidades. A peça voou, resvalou no peito dela e caiu sobre um tapete ao lado da cabeceira. O que seria? Um enfeite da pousada, desejando-lhe, inutilmente, uma boa estada? Ou seria algo especial? Não resistindo à tentação, Trancinha resolveu acender a luz. De bruços sobre a cama, ela se esticou e alcançou a peça no chão. Era um simples artesanato de barro, com algumas marcações ou letras incompreensíveis na base, que parecia trincada. Decidiu adotá-lo como amuleto e, na esperança de ter mais sorte nas férias, colocou-o na sua inseparável pochete. Suspirou, recostouse na cama e adormeceu.

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Os dois se entreolharam. Querendo ou não, Tony Topetudo e Trancinha estavam se envolvendo num grande mistério. “Vamos procurar essa ilha no mapa. Só assim decifraremos toda a mensagem!” – Tony escreveu num bilhete, para a prima entender. “Não me diga!” – sinalizou Trancinha em tom de deboche, franzindo a testa e colocando as mãos na cintura, como se fosse uma xícara de duas asas. Naquele instante, uma rajada de vento jogou no chão uma pilha de folhetos sobre o arquipélago. Tony Topetudo pegou um deles e começou a desdobrá-lo, até visualizarem um enorme mapa de Fernando de Noronha estendido no chão. Os dedos indicadores dos primos navegaram “pelas águas” do mapa e encontraram-se sobre uma ilha com o mesmo formato do encaixe dos amuletos.

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– Ilha do Frade! – gritou o menino. – Temos um encontro lá amanhã, às 6h00! – concluiu, decifrando o enigma. Trancinha também entendera a mensagem e balançou a cabeça afirmativamente. O canto histérico de uma fragata fez com que Tony Topetudo se voltasse para o céu. A menina acompanhou seu brusco movimento. O céu estrelado anunciava um grande espetáculo. Um sorriso maroto brotou no rosto dos primos, selando uma trégua. As férias de Tony Topetudo e Trancinha tinham acabado de começar...

FRAGATA , A AVE PIRATA ! Como não consegue mergulhar para arrumar comida, atac a os atobás e mergulhões, para lhes tira r o almoço ou a janta. Que pirata sem-ve rgonha! Será que as fraga tas são as piratas de F ernando de Noronha? S erá que elas comem ovos de tartaruga ? Tem mistéri o no ar...

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O código salvador 11

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apitão O-Biruta conduziu o submarino com habilidade, desviando-o das rochas e corais até chegar próximo à encosta onde se erguia a fortaleza. Trancinha, que adorava “conversar” com a natureza, estava tão ansiosa para reencontrar o primo, que nem reparou numa roda de cavalos marinhos que formavam um alegre carrossel...

Após desviarem de um recife, o capitão apontou: “Um batiscafo!” “Parece avariado!” – respondeu Trancinha. Ao chegarem mais perto, a ecopirata notou um objeto balançando numa das escotilhas. Parecia o pêndulo de um relógio.

RINHOS CAVALOS-MA É a cavalaria do fundo do mar: parece e uma tropa d sana, guarda à pai procurando intrusos...

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Chegaram mais perto. Agora, parecia um bico de pica-pau. Mais perto ainda. A silhueta era de um menino com tope... “Tony Topetudo!” – murmurou Trancinha. O capitão aproximou a nave da janela em que estava o garoto. “Ele parece estar muito fraco” – revelou, aflito. Naquele instante o abatido ecopirata se movimentou. Tony Topetudo olhou pelo vidro e viu o Piratão ao lado. Tentou recobrar o ânimo. Numa das escotilhas do submarino do capitão ele viu Trancinha. Apesar de estar quase sem forças, conseguiu acenar para ela. A menina tentava comunicar-se pelo alfabeto manual, mas ele não entendia nada. Submerso, estava mergulhado no silêncio. Tony Topetudo não era capaz de escutar como a prima, daquela maneira especial... Ou será que poderia? Naquele momento uma arraia passou a poucos centímetros da escotilha, como um tapete mágico “voando” pelos

ARRAIA tapete m u o , voa É com u seja o . . . as r do Algum . r subvoa a m s do do entre a s no fun a d i d escon e... ficam repent e d e , rochas

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mares. Uma tartaruga enorme surgiu de repente, passando ao lado do batiscafo, com um olhar conselheiro. Abria e fechava a boca. Em seguida, foi a vez de dezenas


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de peixes desfilarem, em festivos cardumes, como se fossem blocos de uma escola de carnaval. Abriam e fechavam a boca também. Seria para comer? Ou para dizer algo? A natureza estava ali para... Bam! – o movimento do mar deu um tranco na embarcação. Com o choque, uma bola de papel caiu do bolso de Tony Topetudo. Era o alfabeto manual que ele ganhara de Trancinha. O ecopirata desamassou as folhas e passou a conferir cada sinal que a prima fazia do outro submarino, repetida e pausadamente. Ela era orientada pelo capitão, que conhecia os comandos de um batiscafo.

“A-B-R-A” – ele interpretou. Conferiu o alfabeto manual novamente, compreendendo cada vez com mais facilidade.

“A-E-S-C-O-T-I-L-H-A-D-O-I-S”

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Tony Topetudo olhou para Trancinha. Ela sinalizou, dizendo: “Seu topete está legal!” Radiando de felicidade, ele, que entendeu o elogio, respondeu com as mãos, mostrando a bela natureza ao redor. E, ao final, apontou para a prima, repetindo o que dissera no batiscafo: “Como você é bo... bonita! Tão bonita como esta ilha!” Os sorrisos dos dois encontraram-se. No horizonte, a lua, como se espreitasse tudo, surgia a todo instante entre as nuvens. Parecia o capitão piscando para Tony Topetudo e Trancinha, que tomaram o caminho de volta para a pousada, de mãos dadas.

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LIBRAS A Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida como LIBRAS, é utilizada por grande parte da comunidade surda brasileira para se comunicar. Assim como a língua portuguesa, é língua oficial do Brasil. A LIBRAS, diferentemente do português, não é uma língua oral auditiva, ou seja, não é uma língua que se ouve e sim que se vê, pois é expressa pelos movimentos das mãos, associado às expressões do corpo e do rosto. Pode ser aprendida por pessoas que ouvem, mas desejam se comunicar com os surdos. Muitos pensam que a LIBRAS é composta somente por sinais que representam as letras do alfabeto, mas a soletração manual é apenas um recurso utilizado para expressar palavras ou nomes para os quais o sinal é desconhecido (veja a seguir os sinais do alfabeto e de algumas expressões úteis). Outros países têm sua própria língua de sinais. Em Portugal usa-se a Língua Gestual Portuguesa (LGP), nos Estados Unidos a Língua Americana de Sinais (ASL) e na Inglaterra a Língua Britânica de Sinais (BSL). Os regionalismos são frequentes. Como em português utilizamos termos distintos como mandioca, aipim ou macaxeira para nos referirmos a esse alimento, também na LIBRAS algumas vezes são utilizados diferentes sinais para uma mesma coisa, dependendo da região do Brasil. LIBRAS – descubra esse universo e aprenda a se comunicar com os surdos do Brasil.

Sabine A. Arena Vergamini Coordenadora de unidade da Escola para Crianças Surdas Rio Branco da Fundação de Rotarianos de São Paulo


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Ilustraçþes Cristiano Koyama


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BETO JUNQUEYRA Olá! Nasci em São Paulo e fui criado entre os livros de Monteiro Lobato, as fazendas de Minas Gerais e as vilas do norte de Portugal, minhas paixões. Aliás, sempre adorei viajar e ler livros, o que no fundo é a mesma coisa. E foi numa viagem noturna pouco tempo atrás, indo de trem de Lisboa ao Porto, que tive a inspiração para criar os Ecopiratas e esboçar a primeira história da turma. Naquela noite, olhando a silhueta do mar e da paisagem portuguesa, viajei no tempo. Como por encanto, meu avô Tobias Junqueira renasceu e, como se tivesse entrado pela janela do trem, ele se transformou no Capitão O-Biruta. E mais uma vez o Velho Tobias, que sempre me ajudou a sonhar, fez com que eu embarcasse nas mais loucas aventuras da minha vida de escritor.

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falta ao mundo o V e d r to u a é a Beto Junqueyr o, Bralouca no mund a u e D s, ê u g u tou lando port o tesouro, Pin d ve a ch A , a suca e portug O labirinto Ilha Escura e a n z lu a m U sujeira!, e auvárias obras d e d o m co im de Greg, ass exterior. no Brasil e no s a d ca li b u p , toajuda r em rta para o auto Mande uma ca l.com.br ecopiratas@uo

ERIC GERHARD Olá! Sou Eric Gerhard, ilustrador carioca, e trabalho no ramo de ilustração há 5 anos. Comecei minhas atividades com 15 anos, e desenhava muito mal. Mas como o exercício diário é que o faz crescer os músculos do desenho e da pintura, hoje estou aqui no meu quinto livro infantil somado a ilustrações científicas, telas, revistas e ilustrações para decoração, trabalhando com grandes arquitetos. Meu laboratório secreto de pesquisas loucas com cores, formas, luzes e sombras fica no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Niterói.

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Este livro foi composto por Cacau Mendes em Meta c.12,5/18 para a editora Planeta do Brasil na primavera de 2009



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PAPPO é o papagaio do capitão. Ele repete palavras e os sinais de LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, que Trancinha usa para se comunicar.

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tem até uma nave muito esquisita, chamada Piratão.

Curta essa aventura em defesa da natureza, num dos lugares mais bonitos do Brasil: Fernando de Noronha. Boa viagem!

E

stranhos acontecimentos envolvem a paradisíaca ilha de Fernando de Noronha. O fantasma de um velho pirata está espalhando terror por todos os cantos. Tartarugas-verdes começaram a desaparecer misteriosamente. Em meio a túneis secretos, velhas fortalezas e paisagens encantadoras, Tony Topetudo e Trancinha vão conhecer o Capitão O-Biruta. Sujeito mais doido, impossível! Embarque nesta divertida aventura repleta de maluquices e transforme-se num Ecopirata, a serviço da Rainha Natureza!

Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha

CAPITÃO O-BIRUTA é doido demais. Sua invenção mais incrível foi um penico para transformar pum em energia. Por aí você já pode começar a imaginar o que vem pela frente...

Uma aventura ecológica em Fernando de Noronha

BETO JUNQUEYRA

TRANCINHA é apaixonada pela natureza. É surda, mas consegue escutar de uma maneira especial. Curte tudo o que está ao seu redor com muito mais intensidade. O que ela não curte é o primo Tony Topetudo...

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nossa Rainha Natureza não aguenta mais sofrer tanto. É poluição, desperdício, desmatamento, lixo para todos os lados... Animais são extintos. As temperaturas estão subindo... É preciso salvá-la! Em meio a esse clima de destruição, surgiram os ecopiratas. Nesta história divertida e cheia de surpresas, você vai conhecer personagens que amam a natureza, como você. E têm armas muito poderosas: espadas quebradas, bolhas de sabão...

TONY TOPETUDO adora explorar o fundo do mar, sonha em encontrar tesouros e é um craque de futebol. Enfim, curte ação e aventura. Ele não gosta é da prima Trancinha...


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