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Inês Stanisiere é um fenômeno de vendas, com 13 títulos e 220 mil livros vendidos em cinco anos. Sua obra de estreia (A agenda de Carol) entrou na lista dos mais vendidos em 2005 e seu segundo livro (De menina para menina) ficou quinze semanas seguidas na lista de 2006. Seus livros são adotados em escolas de todo o Brasil.

é a garota-detetive mais jovem do mundo!

Recentemente, Inês ganhou um dos prêmios mais importantes da televisão brasileira: o de melhor série para TV do 9º Fórum Brasil, que teve a participação de 23 países, pela adaptação De menina para menina.

Já solucionou quase cinquenta casos e tem seu próprio laboratório de investigações. Neste livro, ela desvenda um misterioso caso envolvendo sua melhor amiga, um garoto megaesquisito e uma seita maligna mortal. Uma aventura com muito suspense, emoção e humor. E uma história de amor cheia de reviravoltas.

Escreveu ainda diversos livros para o público feminino. Para saber mais, visite o site e os blogs da autora:

Foto Pedro Arburuas

inesstanisiere.com.br demeninaparamenina.blogspot.com clippingdaines.blogspot.com

Você não pode perder!

O CASO DA SEITA DAS SETE SAFIRAS

Inês Stanisiere também é roteirista de televisão – escreve e desenvolve programas para as principais emissoras do país. Neste momento, trabalha em projetos de cinema e adaptações de seus títulos para outros formatos.

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laila

Inês Stanisiere

Autora best-seller infanto-juvenil,

Inês Stanisiere

a l i lata-detetive a garo

O CASO DA

Seita das Sete Safiras Ilustrações Airon

Tudo começa quando a melhor amiga de Laila, Rebecca, se apaixona pelo “esquisito”, um garoto recém-chegado à escola. Desconfiada, Laila passa a investigá-lo por conta própria e descobre coisas sinistras. Munida de instrumentos mirabolantes e muita esperteza, ela se vê envolvida com uma seita do mal e sua vida passa a correr perigo. Usando toda a experiência acumulada em quase cinquenta casos resolvidos, que vão sendo relembrados ao longo da história, Laila consegue solucionar com sucesso mais este enigma e ainda entrar para o livro dos recordes como:

“a mais jovem detetive a solucionar um crime de importância relevante para a humanidade.”



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Seita das Sete Safiras

ILUSTRAÇÕES AIRON / COSMIC


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Copyright © Inês Stanisiere 2010

DIREÇÃO DE ARTE REVISÃO

| Cacau Mendes

| Mariana Simões

Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança é apenas mera coincidência. Fale com a autora: www.inesstanisiere.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Stanisiere, Inês Laila, a garota-detetive – O caso da Seita das Sete Safiras / Inês Stanisiere ; ilustrações Airon / COSMIC. – São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2010. ISBN 978-85-7665-510-7 1. Literatura infanto-juvenil I. Airon / COSMIC. II. Título. 10-01806

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura infantojuvenil 2. Literatura juvenil

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1ª edição | abril de 2010 Editora Planeta do Brasil Ltda. Av. Francisco Matarazzo, 1500 / 3º andar - cj. 32b - New York São Paulo - SP - Brasil - 05001-100 vendas@editoraplaneta.com.br www.editoraplaneta.com.br


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Escrever livros é a maior felicidade da minha vida. Quero agradecer ao querido editor Rogério Alves, que me convidou para desenvolver um projeto de mistério. Passei minha adolescência lendo livros desse gênero (li mais de quarenta obras de Agatha Christie), e agora poder escrever a minha história de mistério foi um delicioso reencontro. Quero muito e sempre agradecer a todas as minhas leitoras e leitores. Sem eles nada faria sentido. E desejo que todos se divirtam e fiquem curiosos com esta investigação especialíssima!


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Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1. O esquisito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2. O caso do Marcelo Tanquinho | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . 18 3. Sete Safiras? Mas que porcaria é essa? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 4. O caso da babá louca | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5. O casarão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 6. As duas lontras metidas a foca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 7. Teorias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 8. O caso dos gatos envenenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 9. Tentando entrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 10. O caso do tarado da piscina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 11. O Livro dos antigos segredos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 12. O caso da irmã do Théo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 13. A Cerimônia da Maldição Eterna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 14. O caso do taxista psicopata | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . 71 15. Ameaças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75


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16. O caso do garoto caolho | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 17. O remetente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 18. O caso do ladrão de velhinhas | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . 88 19. Explorações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 20. O caso do desfalque | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 21. Finalmente, “a” prova! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 22. O clássico caso da dama e o vagabundo | ARQUIVO MORTO . . . 106 23. O confronto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 24. O caso da agulha no palheiro | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . 114 25. Tudo aquilo que não se vê . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 26. O caso do trem-fantasma | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 27. Caça aos membros da seita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 28. O caso do beijo roubado | ARQUIVO MORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 29. A invasão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Apêndice – postscriptummm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140


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INTRODUÇÃO

A investigadora - eu!

Vamos logo ao que interessa!

Eu me chamo Laila e sou uma garotadetetive! É, ué, isso mesmo, ga-ro-ta-de-te-ti-ve. Nunca ouviram falar? Eu desvendo mistérios indecifráveis, prendo bandidos, descubro segredos... Já solucionei quase cinquenta casos, tenho tudo arquivado e até ganhei do prefeito uma medalha especial: “Cidadã Honorária de Morro Branco”, a minha cidade. Tão pensando que é pra qualquer um?! Não é não. No meu quarto tem uma passagem secreta para o meu laboratório, ou melhor, para o meu escritório. E na porta está assim: Como cheguei a isso? Ué, fiz vários cursos por correspondência! Vocês imaginavam o quê?! Cursos como, por exemplo, “Graduação tecnológica”, “Investigação e perícia policial”, “Elementos para desvendar assassinatos” e o básico “Como ser detetive em dez lições”. Aprendi tudo, dezenas de técnicas, como fazer disfarces e retratos falados, tive acesso a grandes corporações internacionais e aos poucos consegui montar minha própria aparelhagem.

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Tenho óculos de sol com câmera embutida, canetas filmadoras, binóculos de última geração, microscópio (para análise de vestígios de sangue, cabelo e marcas de batom em roupas), softwares espiões que descobrem senhas de Orkut, MSN e gravam todas as páginas de internet visitadas, o que a pessoa escreve... Numa parte especial do meu laboratório, tenho pó para reconhecer impressões digitais e aparelho para identificá-las, bancada de análises químicas, armário com disfarces, kit para retratos falados (com diversos tipos de olhos, bocas, narizes, cabelos e formatos de rosto), escutas clandestinas (com microfones mínimos e portáteis), livros de pesquisa, códigos secretos, aquarela (para desenhar os suspeitos) e muitas outras coisas. Meu computador fica 24 horas ligado à Scotland Yard, e tenho todo tipo de especialistas on-line, para me ajudar quando for preciso. Sou a única menina de 12 anos a fazer parte dessa organização mundial. Na parede do meu quarto secreto, tenho um mural com os casos já resolvidos e um painel com as peças da investigação atual que não se encaixam. Assim fica mais fácil ver tudo e pensar. Além disso, na minha bike eu guardo algumas ferramentas especiais, duas cordas, uma bússola, sangue falso, bombinhas e gelo-seco para despistar inimigos. E levo sempre comigo um baralho, que é a minha tática para distrair os adultos perigosos. Como todos os grandes detetives do mundo, tenho o meu próprio ritual de investigação e dedução lógica: -> Primeiro - nunca saio de casa sem as minhas botas roxas. Sem elas, tudo dá errado na missão do dia. -> Segundo - conheço três golpes de kung fu que me tiram de qualquer enrascada. -> Terceiro - quando estou refletindo, tentando encontrar o padrão de comportamento do suspeito em investigação, preciso estar vestida com o meu robe cor-de-rosa e comer deliciosos bombons de cereja. Penso melhor assim. -> Quarto - nunca duvidem da minha astúcia! Não existe crime impossível de resolver se a sua mente for livre o suficiente!

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Não me perguntem os porquês. Eu também não tenho todas as respostas que queria. Por que o sr. Tadei roubou a pequena Bel? Ou por que o Bento escolheu as velhinhas de Morro Branco para assaltar? Ou, ainda, por que eram as carpas do sr. Zin Yhu Mitzu que sumiam de madrugada e não as do sr. Hori Kat Liu? Não sei. Mas os fatos não mentem e não precisam de explicação. Quem precisa não vê o que está à sua frente. Por isso, eu acredito que tudo pode acontecer, ninguém é inocente e as pessoas fazem coisas muito loucas. A partir daí, traço a melhor estratégia e não elimino nenhuma possibilidade até a resolução total do caso. Desistir antes, pensar que “fulano jamais teria coragem de...” Não, não, certamente isso nem me passa pela cabeça. O ser humano é capaz de tudo!! E nada é o que parece. Vão aprendendo. Meu primeiro caso foi aos oito anos, quando minha mãe me pediu para vigiar a empregada, desconfiada porque algumas coisas estavam sumindo da nossa casa. Culpar a moça era a alternativa óbvia, mas eu consegui provar a culpa do pirralho filho do vizinho. De lá pra cá, me profissionalizei e recebo muitos pedidos de investigação de todos os tipos. Vamos aos fatos deste livro:

Minha melhor amiga - a Rebecca Essa aí é a minha melhor amiga. E foi ela quem acabou me mostrando o caso das Sete Safiras. Bom, eu sou a melhor amiga da Laila e, se não fosse ela, talvez estivesse até hoje sofrendo com uma paixão impossível, incurável. E pior: com perguntas sem resposta para sempre. Ela não só me fez entender o que estava acontecendo, como me ajudou a superar meus medos mais terríveis e a me tornar uma pessoa menos ingênua. Isso aí que ela falou, “nada é o que parece”, é a verdade mais profunda que alguém já disse. Não se esqueçam.

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A peça fundamental - o Navarro Esse aí é o garoto com quem a Rê cismou. E foi investigando ele, que tudo começou. Devo a Laila o fim de um sofrimento que vinha se mantendo durante séculos e séculos, e que ninguém jamais conseguiu impedir. Laila é a melhor detetive do mundo. Não é à toa que a Scotland Yard confia tanto nela. O fim da Seita das Sete Safiras libertou milhares de almas torturadas e presas nos níveis mais escuros do universo.

A trama principal - a Seita das Sete Safiras Leiam o que vem a seguir para saber todos os detalhes emocionantes e como solucionei o mistério desta incrível seita. Só tenho isso a dizer!!

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- Capítulo 1 -

O esquisito

As aulas começaram na semana passada,

e o de sempre: a professora perguntando “o que fizeram nas férias?”, “apresentem-se aos colegas”, alunos que chegaram, outros que mudaram de cidade... nada de novo. A única grande novidade é que a Rê (Rebecca, minha melhor amiga, para quem não sabe) se apaixonou perdidamente por um garoto chamado Navarro, que entrou na sala dela. Ela disse que a família dele é da Espanha, quer dizer, pelo menos foi isso o que ele falou.

Ontem ela me mostrou esse tal Catarro no recreio. Fiquei olhando. O cara é esquisito. Numa boa. Usa umas roupas saídas diretamente da Idade Média, fica paradão pelos cantos só observando o que acontece, não larga aquele maldito livro caindo aos pedaços, que tem as páginas podres de tão velhas...

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Sei lá, pode ter sido impressão, mas, além disso, ele me pareceu assustado, com medo de tudo. Será que é um assassino foragido? Pertence a alguma organização terrorista, vai colocar uma bomba no banheiro e mandar tudo pelos ares? Hum... pode ser. A Rê já levou vários foras, mas não se cansa de tentar. É impressionante como as garotas conseguem ser determinadas quando o alvo é masculino. A Rê é tão obcecada, que fica insistente e sem noção. Gente, não tá vendo que o garoto não está a fim? Esquece!! Mas não, ela sempre inventa alguma desculpa para se convencer do contrário. Desta vez, resolveu chamar o fora que levou de “síndrome de escola nova” e repetiu mil vezes que ele está sofrendo muito, tadinho. Ah, tá. Então, estar se sentindo deslocado num colégio novo é motivo para afastar as pessoas que tentam se aproximar de você? Han, han. Faz todo o sentido do mundo, Rebecca!!!

Hellou!!!

Eu detesto ser estraga-prazeres, mas preciso fazer a Rê enxergar a verdade. Então falei: — Rebecca, eu sou a sua melhor amiga e só estou falando isso para o seu bem. O Catarro não está a fim de você. — Na-var-ro, Laila, Na-var-ro!!! E não é nada disso. Ele só está passando por uma fase de adaptação ao novo ambiente. — E você não acha que, se a gente não conhece ninguém num lugar estranho, deve dar graças a deus quando alguma alma caridosa faz o favor de vir conversar com você, ser seu amigo, apresentar a galera, em vez de repelir essa pessoa furiosamente? — ... — Não ouvi a sua resposta! — Ah, Laila, pra você todo mundo sempre esconde algum segredo terrível, não é? — É, ué. E você sabe que é verdade mesmo. Os fatos não mentem. Jamais!!! — O Navarro só é tímido.

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— Sei. E é exatamente por isso que ele age como se fosse um personagem de filme de terror?! Rê, o Catarro é o garoto mais estranho que eu já vi na minha vida. Você é a única que tem coragem de chegar perto dele. Talvez, neste momento, você inclusive já esteja correndo perigo de vida e não sabe, e... — Ele só faz um estilo emo. Você é muito preconceituosa. Só porque ele é diferente. E daí? Pelo menos tem estilo e personalidade, coisa que muitos meninos não têm. — Vamos fazer uma coisa? Eu vou começar a investigar esse caso Catarro e dou notícias em breve, ok? — “Esse caso”? Ai, meu deus, você já transformou o Navarro em um caso de investigação? Ui, ui, ui. — Tchau, Rebecca. Preciso iniciar meus procedimentos. Câmbio. Eu entro em contato. — Ai, que amiga maluca eu fui arrumar... Anotações secretas: Hum... interessante... Se não fosse a Rebecca me chamar a atenção, eu nunca teria reparado naquela figura obscura, que só anda pelos cantos e fica parada, grudada no muro, como uma árvore. Olhando rápido, ele passaria despercebido, quase como uma pichação que faz parte da paisagem. Mas um olhar mais aprofundado revela alguns hábitos ainda mais estranhos. Onde está aquela caixa de bombons de cereja? Preciso deles agora!

Nham, nham... Hum, adoro bombons de cereja. Nham, assim me concentro melhor. Agora sim, vamos aos fatos! Nham, nham.

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O que eu já sei: 1) O cara é um tremendo mal-educado. Isso aí não tem dúvida. 2) Não fala com ninguém. Quando eu digo ninguém, é ninguém mesmo, nenhum ser humano num raio de dez quilômetros. Portanto, a questão não é só com a Rê. 3) Usa umas roupas muito estranhas, que parecem do século passado. Será que ele pegou do tataravô, já falecido? 4) Mesmo no maior calor, veste camisas de manga comprida. Fato bastante curioso, eu diria. 5) Ele realmente parece esconder algo. Teorias prováveis: 1) Ele é um serial killer e a qualquer momento vai abrir o casaco, tirar uma metralhadora, sair atirando a esmo e matar as primeiras vinte pessoas que derem de cara com o maluco. 2) É um pedófilo que chefia uma rede mundial na internet e veio aqui cooptar mais crianças. 3) Ou é um terrorista disfarçado de aluno que pretende explodir o colégio em nome da causa. 4) Ou, ainda, é uma pessoa transportada do passado para cá, através de uma máquina do tempo que algum cientista perturbado inventou e ninguém ficou sabendo. 5) É um fugitivo da polícia. Fichado, já cumpriu pena e está em condicional. Sim, definitivamente, ele é um fugitivo. E por isso age como se tivesse saído da cadeia ontem à noite. 6) Hum... um ET, um ser de outro planeta? Pode ser, pode ser.

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Vou anotar aqui para eu mesma não esquecer: -> Pensar mais. Tudo muito nebuloso ainda. Nada determinando uma direção. Tudo é possível. Por enquanto, nenhuma teoria descartada. É isso! Perguntas a serem respondidas: 1) De onde esse Navarro veio realmente? 2) Com tantas cidades no mundo, por que escolheu Morro Branco para morar? 3) Por que ele é tão radical ao fugir da minha amiga? Parece até que tem medo dela. Estranho. 4) Que livro maldito é aquele que ele não larga? O que está escrito ali? Preciso dar um jeito de pegar esse livro “emprestado, urgente! 5) Ele tem algum distúrbio de personalidade? Digo, distúrbio mental, comportamental, doença patológica, sofre de psicose, esquizofrenia ou algo do gênero, que poderia justificar suas ações repentinas e insanas? É possível. Analisar. 6) Por que só usa blusas de manga comprida? Seus braços têm defeitos ou marcas suspeitas? Usa drogas? É peludo? Tem um braço de cada cor? Só pode ser! 7) Afinal, o que ele está escondendo de todos? Hum... sim, sim. Nham... hum... é, sem dúvida. Elementos muito parecidos com os do caso Marcelo. Porque garotos misteriosos sempre escondem algo. Tão certo como dois e dois são quatro!! Onde eu guardei esse arquivo mesmo? Ah, achei!!

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- Capítulo 1 - Capítulo 2 -

OOcaso Tanquinho/ MarceloTanquinho doMarcelo casodo arquivo morto

Eu tenho uma teoria básica: se você não tem nada a temer, então não precisa esconder nada. Se esconde, é porque tem algum podre. E se tem podre, só me resta investigar o que é. Simples assim. Vejamos o Marcelo. Marcelo era o garoto mais bonito da 8ªA. Malhava o dia inteiro, não saía daquela academia envidraçada. Cadê, cadê? Ah, essa foto confirma a evidência. A barriga dele era um tanquinho, sonho de consumo de todas as meninas da face da Terra. Pois bem, a Mel conseguiu vencer a concorrência e foi alçada a “namorada” do Marcelo Tanquinho. No início, tudo eram flores, claro. Ainda mais quando se é a escolhida do Marcelo Tanquinho! Mas, passadas algumas semanas, ele começou a agir de forma estranha.

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Primeiro, não atendia as ligações da Mel. Dizia que não tinha ouvido o telefone tocar, que a bateria tinha acabado, que não podia atender... Um monte de desculpas esfarrapadas. Depois, passou a sumir. Literalmente. Não estava em casa, na escola, no estágio, em lugar nenhum. Sexta-feira era o dia preferido para os tais “desaparecimentos”

.

Quando a Mel me procurou para pedir ajuda, primeiro eu relutei, pois não gosto de investigações que envolvem casais. É sempre complicado. Se você diz a verdade, as meninas não acreditam. Se você omite a informação, perde a amizade. Enfim, lidar com o ser humano exige muitas habilidades. Mas, ouvindo o relato dela, ficou óbvio para mim que o Marcelo Tanquinho estava escondendo algo. E que, para Mel acreditar nas minhas suposições, só mesmo com uma prova muito contundente. O que eu fiz? Simples. Me disfarcei de camelô e dei plantão na porta da casa dele. Descobri aonde ele ia quando não estava com a Mel. À sorveteria! Mas não pensem que ele ia lá tomar um inocente sorvete de creme. Não, não. Claro que não. Era apenas o lugar escolhido para esconder seu segredo. Pois bem. Depois de uma semana tomando milk-shake a tarde toda, consegui o que queria: o flagrante da traição. Claro, ou vocês achavam que o celular dele realmente ficava sem bateria dia sim, dia não?! Eu soube imediatamente. Esse cara tem outra, isso sim. E a Mel só vai acreditar se vir com seus próprios olhos.

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Na hora em que eles se beijaram, fingi atender meu celular e . Fotografei o beijão. Zoom máximo. Bem que se diz: uma imagem vale mais do que mil palavras! A Mel? Deu até pena, chorou um mês inteirinho até esquecer o babaca. Ficou tão irritada, deprimida, decepcionada, que só de raiva entrou na academia também (outra, claro!), e malhou, malhou, malhou, até virar a gostosa do pedaço. Ganhou o apelido de Mel Gata. E o idiota do Marcelo bem que tentou voltar para ela. Mas Mel Gata começou a namorar com o Fernando Azulejo. É que ele era tão branquinho, que parecia azulejo de piscina.

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- Capítulo 3 -

Sete Safiras? Mas que porcaria é essa?

Procurei o melhor ângulo, calculei a distância exata e escolhi a melhor árvore. Não tinha como dar errado. Não falei nada pra ninguém, nem para a Rê, porque vocês sabem como são as coisas. Meninas apaixonadas são um perigo, a língua não tem freio e qualquer pedido de “promete não contar nada?” é exatamente o mesmo que dizer “pode espalhar para o colégio todo!” Não, de jeito nenhum!!! Eu não podia correr o risco de ser pega em flagrante ou, pior (imaginem!), despencar da árvore bem em cima da cabeça do Catarro por causa dos ataques histéricos de dona Rebecca. Então, antes do recreio começar eu já estava estrategicamente posicionada, e se alguém por acaso me avistasse ali pendurada, parecendo um galho seco em decomposição, eu diria apenas que estava me exercitando para a competição de escalada indoor do mês que vem. Tudo pensado minuciosamente. Claro, nunca deixo furo! Também já tinha testado a câmera embutida do meu relógio, e ela estava funcionando. Portanto, a única coisa a fazer era esperar o fantasma do Catarro encostar no muro e abrir aquele livro ainda mais esquisito do que ele. Tudo certo.

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Exceto por um mísero detalhe. Depois de uma semana encostando todo dia exatamente naquela mesmíssima parte do muro, hoje, sem qualquer razão aparente, o Catarro resolveu ficar a quinhentos metros do X que eu marquei na terra. Ou seja, foi tudo por água abaixo. E agora, se eu quiser descobrir o que havia naquele livro, vou precisar me esticar até o galho mais afastado da árvore e, aí sim, correndo sério risco de ser desmascarada antes de concluir minha missão. Ai, ai, ai. Ué, vocês pensavam que era fácil a vida de uma garota-detetive? Não viram nada!!! Só mais um pouquinho e... um tiquinho para a direita e... não... um pouco mais para frente... ai, não, tô quase caindo... Laila, para a esquerda! Não, foi muito. Para trás, não, sua burra, para cima, foi muito. Ai, para o outro lado, ai, caramba, não, é só girar um pouco mais o braço e... !!!!!!!!!! Consegui!! Agora, é só descer daqui e... aiiiii! Preciso treinar mais esses saltos pro chão. Quase me machuquei. Agora, Laila, sacode a roupa, disfarça, não foi nada, ninguém viu nada... Sai de fininho. Beleza, garota! É assim que se faz!

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Agora, confere a foto da capa... Mas... hã? O livro não tem título, não tem autor, não tem editora. Nada. Só um símbolo. Que estranho! Taí, não tô dizendo que esse garoto é esquisito? Aí, quando eu falo para a Rê, ela acha que é implicância minha! Não, não. Vamos investigar isso direitinho. Primeiro, vou enviar a imagem por e-mail para a Scotland Yard. Para não perder tempo, também vou fazer uma pesquisa on-line imediatamente. Hum... símbolos... cadê? Página um... página 15... página 29... Ô simbolozinho difícil esse, hein? Não podia ser mais fácil, Serrado? Ai, meu deus, esquece, acho que encontrei! É esse!! Sim, é igualzinho!

“A Seita das Sete Safiras é uma sociedade secretíssima, oriunda de rituais da antiga Lemúria, e apenas homens podem fazer parte dela. Seus membros são orientados a ser discretos e a não se identificar perante estranhos. Existem no mundo todo mais de quatrocentos locais que abrigam sedes...” Tá, já entendi. Agora, onde estão os endereços, nomes, qualquer coisa concreta, por favor... “E se você tiver algum interesse em saber mais sobre esta seita secreta, desista agora! Mantenha-se afastado. Estamos avisando. Sua vida corre perigo.”

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Uau! Uma seita secreta, de verdade verdadeira, e um garoto-fantasma que faz parte dela, aqui, bem na nossa escola? Deixa a Rebecca saber disso! Deve ser por isso que ele não quer que a Rê se aproxime dele. Deve morrer de medo de descobrirem seus segredos... Nossa! Estou começando a gostar disso! Só preciso resolver uma coisinha para ir adiante!

Para: Scotland Yard Assunto: Urgente Preciso do endereço da Seita das Sete Safiras em Morro Branco, para investigações no local. Caso já em andamento. Urgente. Att, Laila, a garota-detetive

Hum... vamos lá. Colocar as ideias em ordem. Nham, nham... Caneta? Ok. Diário? Ok. Mais um bombom. Nham, nham... Meu robe? Preciso do meu robe! Ah, começo até a pensar melhor. Então: O que eu já sei: 1) Que o Catarro tem ligações misteriosas com a Seita das Sete Safiras. Ei, será que ele é uma das safiras? 2) Rebecca está em maus lençóis. 3) Catavento realmente é esquisito e minhas impressões não eram à toa. Eu nunca erro! 4) Ainda não posso falar nada com a Rebecca, que certamente vai colocar tudo a perder. A investigação precisa ser sigilosa, pelo menos nesta etapa inicial. Não esquecer este ponto, Laila! 5) Vigiar o suspeito. De perto. Seguir cada passo.

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Teorias prováveis: 1) Ferrado sequestra pessoas para a seita. 2) Rebecca é a próxima vítima. Ai, meu deus! Não, não, não! 3) O livro que ele está lendo é apenas um romance muito bom, motivo pelo qual não tira os olhos dele, e tudo não passa de uma grande e infeliz coincidência. (Duvido, melhor descartar esta hipótese. Laila, não vai dar uma de ingênua agora!) 4) As Sete Safiras são uma empresa internacional de joias caríssimas, acessíveis só a alguns pouco sortudos. (Ué, mas por que então só homens fazem parte dela? Não seria mais lógico se fossem mulheres, uma vez que elas é que usam joias de safira, e não os homens? Não sei não... Não convenceu.) 5) É uma nova religião. 6) É um grupo de malucos que adoram safiras e não fazem mal à natureza. Perguntas a serem respondidas: 1) O que essa seita faz na verdade? 2) Por que vieram se instalar em Morro Branco? 3) O que o Barrado faz lá dentro? Ele tem um cargo, é o mestre ou qualquer coisa do gênero? 4) A seita é do bem ou do mal? (Excelente pergunta, Laila!) 5) Qual é o meu próximo passo? (Questão óbvia essa!) Ai, chegou o e-mail de Londres! O endereço! Tudo o que eu precisava! Sete Safiras ou seja lá o nome que você tiver, estou a caminho!!! Esse Bonazzo não vai me enganar mais. Nunca gostei de gente estranha. Como era mesmo o nome daquela babá que foi presa?

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- Capítulo 29 -

A invasão

Bom, passado o meu momento terapia caiu a ficha, preciso voltar ao trabalho. Há muito a fazer. Como, por exemplo, preparar a operação final contra a Seita das Sete Safiras. Todos já foram avisados e têm a lista dos envolvidos. O cerco será o gran finale para esse bando de assassinos metidos a malucos espirituais! Epa, cadê a minha listinha com os últimos detalhes?! Eu jurava que tinha colocado bem aqui! Ai, essa minha mania de organização às vezes só me atrapalha, organizo tanto que depois me esqueço onde coloquei as coisas, qual foi o critério, a lógica que usei na hora de guardar... Ih, chegou um e-mail.

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Para: C/c: Assunto:

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Laila detetive Polícia de Morro Branco Dia D

Operação em andamento. Interpol presente. Invasão amanhã. Horário previsto. Att, Thomas L. Barry Diretor-geral Scotland Yard Nenhuma parte deste e-mail pode ser copiada ou retransmitida. Crime passível de medidas judiciais. E-mail seguro. Se você recebeu por engano, avise ao remetente imediatamente. 4:13 pm

Beleza. Da parte deles, tudo certo. Preciso separar meus equipamentos de sempre. Hum... estas botas estão precisando de uma boa lavada mesmo. Mas agora só depois de concluir este caso. Nem pensar ir lá amanhã sem minhas botas roxas. Ai, meu saco, a campainha está tocando. Quem será? Não estou esperando visitas e, além do mais, está um pouco tarde para fazer social. Detesto quando interrompem os meus procedimentos detetivescos!!! Pô, será que não dá para perceber que é uma péssima hora? Ô, gente sem noção! — Laila! — Laila! — Ih! Ora, ora... o mais novo casal de Morro Branco. A que devo a honra da presença dos namoradinhos desta vez?

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— Laila, sem ironias. Viemos aqui para ajudar. Trouxemos novas informações que o Navarro lembrou. — Ah, quer dizer que a sua memória está voltando aos poucos? Que interessante, Melado! — Laila, existe uma entrada secreta na lateral esquerda que nunca é usada. Essa entrada dá acesso direto à sala de cerimônias onde todos vão estar amanhã às 18h, celebrando a Noite da Luz Esquecida, quando eles entram em contato com os seres da antiga Lemúria. — ...? — É a nossa oportunidade. Olha. Desenhei um mapa. A gente entra por aqui, depois vira neste ponto, anda por este corredor e pronto. Pegamos eles. — Brilhante, Melado. Posso escanear o seu mapa?! Quanto ao horário, preciso comunicar esta pequena alteração. — Está vendo, Laila? O Navarro só quer ajudar. — Que eu saiba, eu não disse nada. — Não disse mas pensou, que eu conheço você, Laila! — Meninas, será que dá para vocês pararem com isso? Precisamos pensar num plano perfeito. Será a nossa única chance. Outra cerimônia com todos os membros presentes só daqui a 11 meses. — Ai, ai, ai. — Ui, ui, ui. — Laila... — O que foi, Rebecca? — Não fica chateada comigo. Você é a minha melhor amiga. Não quero perder sua amizade nunca. — Hum... — Ah, vai. Vamos deixar isso de lado. Olha, o Navarro até trouxe uns bombons de cereja pra você. — Bombons de cereja?! Sério?! Bom, isso muda tudo!!

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— Claro, Laila. Precisava me desculpar com você por todos os transtornos que eu causei. — Ah, é! Isso causou mesmo! Vamos fazer o seguinte?! Passa os bombons pra cá e não se fala mais nisso!!! — Eu sabia! Eu sabia! — Não precisa ficar histérica, Rê. Nham, nham. Hummm... que delícia. Esses são dos bons mesmo, hein??? Nhac, nhac... — Amigas? — Amigas!!!!!!!!!! — Eeeeehhhhhhhh!!!!!!!! — Han, han, cof, cof... Podemos voltar ao plano agora, senhoritas?! — Hã? — Laila, você já devorou cinco bombons em menos de um minuto. Não tá bom ainda? — Ué? Vai ficar me regulando agora, Catavento?! Não tô entendendo! De que lado você está? — Não. É que não temos muito tempo, então eu pensei... — Ok. Ao trabalho!!!!!! Vejam. Este aqui é um estudo da nossa invasão que eu preparei. A ideia é os policiais entrarem por todos os lados, vigiarem todas as saídas, todos os corredores, enquanto helicópteros sobrevoam a casa e avisam aos safiros verdes que estão cercados. Além disso, eu descobri onde vendiam aqueles apitos hipnotizantes e nós vamos colocar todos os cachorros ressuscitados para dormir. E por via das dúvidas (claro!), estou levando a boa e velha tiladamina. Não podemos correr riscos. A polícia de Morro de Branco já está com ordens de prisão para todos os membros da seita, a Scotland Yard conseguiu do presidente a ordem de extradição imediata dos criminosos e a Interpol dará cobertura à operação. — Uau! — Muito bom mesmo, Laila. Profissional.

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— Eu sei. Sem falsa modéstia, né, galera?! Não precisamos mais disso entre a gente! — Nós temos a noite de hoje para os últimos acertos. — Vamos! Ok, a lua já está subindo no céu. Não tarda e aqueles matadores sinistros vestidos de monges das trevas vão entrar um por um na masmorra. Isso. Isso mesmo. Vão entrando seus idiotas. Vocês nem imaginam o que espera vocês. Haha. Beleza. Todos os policiais posicionados. A porta lateral já foi arrombada. Os helicópteros estão a apenas dois minutos daqui. Basta um chamado e 15 helicópteros cercam a casa. Os portões estão bloqueados pelos carros da Interpol. A estrada foi interditada. Não há saída. Daqui eles vão direto para a prisão, onde vão mofar até morrer. A imprensa está lá atrás. Afinal, é um momento histórico. Ninguém quer perder o furo. Ai, que emoção. Tô até nervosa!!!!!! Ui, estão falando no alto-falante. Cadê a Rebecca e o Navarro?! Ah, bom. Estão ajudando o prefeito a coordenar tudo. Ótimo. Tudo nos conformes!

— Atenção, membros da Seita das Sete Safiras. O casarão está cercado. Temos policiais infiltrados em todos os corredores com ordem de atirar para matar aqueles que desobedecerem. Saiam com as mãos levantadas, andando em fila, pela porta principal. Vocês têm cinco minutos. Depois disso, vamos invadir. Hahaha. Essa eu quero ver de camarote!! Será que eles vão resistir? Será que vão tentar fugir? Hum... nessas horas eu queria ser uma mosquinha e entrar lá dentro, estou me coçando de tanta curiosidade. Mas o delegado me proibiu. Disse que era muito perigoso, que eles podiam ter armas, haver um tiroteio, com feridos, mortos... Eu até pedi um colete à prova de balas, juro que dava tudo (tudinho mesmo!!) para ver isso de perto. Principalmente a cara deles quando escutaram: “a casa está cercada”... deve ter sido sensacional. Mas tudo bem. Isso só está acontecendo graças à minha astúcia!!!! Ih! Meu deus. Não é que eles estão saindo com as mãos para cima?! Deu certo então.

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Eeehhh. Olha lá! Aquele que era o mestre. Nossa, está com uma cara péssima, hein, amigo?! Hahaha. Que delícia! Fica pra próxima, valeu?! Nem sempre se pode ganhar!!! Hahaha. Gente, mas quantos safiros tinha lá dentro?! Não param de sair aqueles homens esquisitos... O alto-falante de novo! Ai, eu adoro esse alto-falante que vem dos helicópteros. Parece filme, só que de verdade. — Vocês estão presos por trezentos assassinatos, dezenas de sequestros, cárcere privado, tortura, ameaças violentas... também são procurados pelo desaparecimento de vinte jovens no ano passado e ainda.... Isso, prende eles, Scotland Yard!!! Todinhos!!! Eles merecem!!!!!! — Assassinos!!!!!!!!!!!! Vão apodrecer no inferno!!!! Ai, que alívio poder gritar isso. Ih, lá vem o casal apaixonado. — Laila... você acabou com a seita. Ninguém nunca tinha conseguido. Você salvou milhares de vidas... — Amiga, você é demais... — Eu sei, gente! Menos, menos... Não precisam puxar o meu saco! Ih, o chefão da Scotland Yard está vindo na minha direção. E está esticando a mão para mim: — Congratulations, Laila. You are the best. Traduzindo para quem não entendeu (você de casa!): — Parabéns, Laila. Você é a melhor.

Iuhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!! Nós vencemos!!!!!!!!!!!!!!!! Eeeeeeeehhhhhhhh!!!!!!!! — Vamos comemorar, casal bizarro!!!!!!!!!! Uma rodada de sorvete para todo mundo por minha conta. Eeehhh!!! — Ué, o que deu na sua amiga? — E eu é que sei???

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Apêndice - postscriptummm

Um mês depois,

tudo mudou nas nossas vidas. É claro que não vale a pena falar dos milhares de sermões que levei do meu pai e da minha mãe (principalmente), que só ficaram sabendo do meu envolvimento no caso quando viram as entrevistas na TV (fazer o quê, né, galera?! Os repórteres não me deixaram em paz). Isso além de ouvir dezenas de vezes que fui uma irresponsável, porque coloquei minha vida em risco, podia ter morrido, como é que eu fiz isso tudo sem eles sequer desconfiarem, alguns “precisamos conversar seriamente minha filha...” Não. Definitivamente, isso não importa.

Para resumir, vou dizer apenas que entrei para o Guiness Book (o livro dos recordes mundiais, para quem não sabe) como “a mais jovem detetive a solucionar um crime de importância relevante para a humanidade”, assim mesmo como eles colocaram lá! Ou seja, a maior moral mesmo! Depois dessa, ninguém me segura. E meus pais tiveram que engolir em seco. Hehe.

Ah, quase ia me esquecendo. Fui convidada pelo governo real de Londres para uma condecoração especialíssima (ganhei medalha e tudo!) no parlamento inglês. Tipo assim, muuuuuuuuiiiiiiiito demais!!! E, por conta de ter ajudado na prisão de todos os membros das Sete Safiras, ainda fui pro141


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movida na Scotland Yard a diretora internacional da Divisão Especial de Casos Secretos. Quer dizer, minha carreira está bombando. Imaginem quando eu for mais velha. Ah, minha amiga Rebecca e seu esquisito Navarro continuam apaixonados e, agora que ele se livrou de toda essa carga safírica, vamos dizer assim, já estão até falando em casamento quando completarem 18 anos. Adivinhem quem vai ser a madrinha??? Lógico, né!!! Bom, vocês me desculpem, mas tenho que ir. O dever me chama. Mais um caso para resolver. Muito perigoso e muito complicado!!!!!!!! As peças não se encaixam, ninguém pode saber e eu preciso me concentrar. Cadê os meus bombons?! Alguém viu os meus bombons de cereja por aí?! A-ha!!! Vocês não escapam. Só um último comentário inútil: ganhei tanto chocolate, que minhas investigações estão garantidas por um ano. Maravilha!!! Essa é a melhor parte de solucionar os casos. Hahaha. Hum... nhac, nhac.... Fui!!!

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Este livro foi composto por Cacau Mendes em FreightSans, corpo 11,5/15, para a Editora Planeta do Brasil, em abril de 2010

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Inês Stanisiere é um fenômeno de vendas, com 13 títulos e 220 mil livros vendidos em cinco anos. Sua obra de estreia (A agenda de Carol) entrou na lista dos mais vendidos em 2005 e seu segundo livro (De menina para menina) ficou quinze semanas seguidas na lista de 2006. Seus livros são adotados em escolas de todo o Brasil.

é a garota-detetive mais jovem do mundo!

Recentemente, Inês ganhou um dos prêmios mais importantes da televisão brasileira: o de melhor série para TV do 9º Fórum Brasil, que teve a participação de 23 países, pela adaptação De menina para menina.

Já solucionou quase cinquenta casos e tem seu próprio laboratório de investigações. Neste livro, ela desvenda um misterioso caso envolvendo sua melhor amiga, um garoto megaesquisito e uma seita maligna mortal. Uma aventura com muito suspense, emoção e humor. E uma história de amor cheia de reviravoltas.

Escreveu ainda diversos livros para o público feminino. Para saber mais, visite o site e os blogs da autora:

Foto Pedro Arburuas

inesstanisiere.com.br demeninaparamenina.blogspot.com clippingdaines.blogspot.com

Você não pode perder!

O CASO DA SEITA DAS SETE SAFIRAS

Inês Stanisiere também é roteirista de televisão – escreve e desenvolve programas para as principais emissoras do país. Neste momento, trabalha em projetos de cinema e adaptações de seus títulos para outros formatos.

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Inês Stanisiere

Autora best-seller infanto-juvenil,

Inês Stanisiere

a l i lata-detetive a garo

O CASO DA

Seita das Sete Safiras Ilustrações Airon

Tudo começa quando a melhor amiga de Laila, Rebecca, se apaixona pelo “esquisito”, um garoto recém-chegado à escola. Desconfiada, Laila passa a investigá-lo por conta própria e descobre coisas sinistras. Munida de instrumentos mirabolantes e muita esperteza, ela se vê envolvida com uma seita do mal e sua vida passa a correr perigo. Usando toda a experiência acumulada em quase cinquenta casos resolvidos, que vão sendo relembrados ao longo da história, Laila consegue solucionar com sucesso mais este enigma e ainda entrar para o livro dos recordes como:

“a mais jovem detetive a solucionar um crime de importância relevante para a humanidade.”


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