4 minute read

Meio Ambiente_jornal360_ed218_mar24

Árvores nativas são sustentáveis e somam pontos para governos

A sustentabilidade veio para ficar e para nos ensinar que nada deve ser feito no mundo sem garantir que a Terra seja perpetuada. É esse o propósito do novo século, depois de tanto estrago feitos pelos seres humanos no nosso planeta.

A sustentabilidade se aplica a tudo e exige que muitos conceitos, práticas e ensinamentos rejam revistos. Fica o que não extingue ou desequilibra o meio ambiente, onde estamos inseridos, vale dizer. Já o que é comprovadamente nocivo à preservação do planeta deve ser revisto e transformado, de modo a tornar-se inócuo. Ou seja, deixar de causar problemas.

O plantio de árvores é uma dessas questões que devem ser revistas e, inclusive, começar a aparecer em leis de todas as esferas: municipais, estaduais e federais. Afinal, o Brasil é comprometido com o Pacto Global, que compreende uma série de condutas que vêm sendo adotadas pela maioria dos países signatários. Também a nossa Constituição determina que a preservação das espécies e do equilíbrio ambiental sejam praticados por todos.

Apenas mudas nativas – Um dos pontos que torna-se fundamental na arborização urbana e rural, por exemplo, é o uso exlusivo de mudas nativas. Ou seja, aquelas que fazem parte do bioma de onde se vive. Vale dizer que o Brasil, por seu imenso tamanho, possui vários biomas. Ou seja, não basta ser uma espécie brasileira, deve ser nativa do lugar onde se pretende plantar.

Essa prerrogativa exclui muitas opções de espécies que foram introduzidas no país há muito tempo ou mais recentemente. Mesmo que não sejam consideradas “invasoras”, todas as espécies não nativas, que se usa chamar “exóticas”, devem ser evitadas, pois comprometem o equilíbrio ambiental. Vale lembrar, que além de frutos e flores, árvores atraem (ou repelem) insetos e aves. Adotar espécies exóticas jamais é adequado para a arborização urbana.

* Cidade com a maior população oriental do Brasil (11,5% dos quase 15 mil habitantes, Assaí (do japonês Assahi, que significa sol nascente), surgiu em 1932, com o assentamento de colonos japoneses, que vieram desenvolver a agricultura no norte do Paraná. A preservação das tradições nipônicas, presentes por toda a cidade com edificações e hábitos culturais, não interferiu na escolha das árvores que fortalecem o potencial turístico da cidade. Por muitas ruas e praças, a presença de Ipês Brancos predomina e cria um visual fora de série no final do inverno, anunciando com milhões de flores a chegada da Primavera *
foto: Prefeitura de Assaí / site

Beleza e utilidade – Seja para adornar uma rua ou jardim, seja para uma função mais complexa, como o consórcio agrícola, que envolve o plantio diversificado de espécies, o que não faltam são variedades nativas quando o assunto é arborização, paisagismo e cor-redor ecológico. Descobrir o que é nativo de onde se vive é um exercício divertido que, inclusive, pode ser usado nas esco- las, pois é uma forma de ensinar que alia terioria e pesquisa prática, com o que há plantado perto de casa, resultando no verdadeiro aprendizado.

O livro “Paisagismo Sustentável para o Brasil”, do botânico Ricardo Cardim, traz dicas sobre espécies e os locais onde devem ser plantadas. Vale a pena pesquisar.

Para quem se vale da internet, procure sempre espécies nativas do Brasil e aplique um filtro, colocando o local onde as mudas serão plantadas para garantir que sejam efetivamente nativas da sua região. A procura deve ser criteriosa, pois há muitos sites com informações defasadas que podem levar ao erro.

Onde buscar – As mudas nativas são geralmente produzidas por viveiros locais, particulares ou municipais, que se valem de sementes coletadas em praças, matas e beiras d’água. Ou seja, além de garantir um plantio adequado, o custo costuma ser mais baixo.

Incentivo público - A adoção de espécies nativas é tão importante que somam pontos em ações públicas de fomento ambiental, como o Programa Município Verde Azul (PMVA), do governo de São Paulo. Criado em 2007 para mensurar e apoiar a eficiência da gestão ambiental nas cidades paulistas, o PMVA presta auxílio na elaboração de políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável das cidades que alcançam pontuação suficiente para obter o selo programa, concedido anualmente.

Na lista de conduta do programa, a prioridade às mudas nativas em projetos de urbanização garante 2 pontos. Assim como evitar o plantio de espécies exóticas invasoras (EEIs) garante outros 2 pontos. Sinal de que opção por espécies nativas não é apenas indicada, mas também necessária.

This article is from: