MUJERES DE LA COMUNICACIÓN
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NILDA Jacks CONHECER, ASSIMILAR, CRIAR: pesquisar é se tornar um aprendiz
Nilda Jacks PPGCOM/UFRGS- Brasil njacks@terra.com.br
Estudar as relações entre comunicação e cultura foi o ponto de partida da trajetória de pesquisa aqui relatada, cuja articulação é tributária das áreas de formação acadêmica em artes plásticas e comunicação social. Esse interesse trouxe como corolário o tratamento da identidade regional e sua relação com a indústria cultural, visando entender suas imbricações para analisar o contexto da cultura gaúcha38, em um momento de efervescência à época. A proposta colocava em tensão as afirmações sobre o poder dos meios de comunicação de fragilizarem, quando não aniquilam, as culturas populares, visão hegemônica à época. Assim, Mídia Nativa: cultura regional e indústria cultural (Jacks, 1998), pesquisa de mestrado, problematizou o papel dos meios na construção de identidades regionais, tendo como objeto empírico o movimento cultural conhecido como Nativismo, iniciado no Rio Grande do Sul nos anos 1980. Para tal, dois conceitos importantes sofreram um processo de apropriação: indústria cultural e cultura regional. O primeiro concebia a criação, produção e distribuição de produtos midiáticos destinados a seus públicos, não tendo portanto, o sentido proposto por Adorno e Horkheimer para criticar a emergente cultura massiva na década de 1940. Carlos Eduardo Lins da Silva (1980) diz que o termo pode ter sido cunhado com objetivos mais retóricos do que científicos, mas é útil para indicar a lógica em que está inserido o processo de produção cultural, para não cair na ilusão de uma produção da imaterialidade da superestrutura. Cultura regional, por seu turno, foi entendida em um sentido Relativa ao estado do Rio Grande do Sul, cujos habitantes são chamados de gaúchos, como acontece com uruguaios e argentinos das regiões do Pampa.
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