Português Vivo

Page 1

PUB

Ano 1 • Dezembro 2018 • Jornal Mensal Gratuito

Un avant goût du Portugal

Ao serviço da comunidade Chegou o Português Vivo! Um jornal para nos aproximar da nossa comunidade e do nosso país. Distribuído todos os meses gratuitamente.

© direitos reservados

PUB


PUB

AM A RCHITECTURES CON STRUCTION A GRA N DISSEMENT A MENA GEMENT ET DECORA TION A MEUBLEMEN T CON SEIL *Déclaration et Permis de Construire offerts voir conditions d’acceptation

TELF:

+33 6 04 45 04 21


EDITORIAL

DEZEMBRO 2018

Editorial

Mensagem

Natal

josé torres pereira Embaixador de Portugal em Paris

Alice Germano

Natal como um amanhecer. Natal, luz subindo na noite dos corações; paz inabalável no meio do barulho de armas e vaidades.

N

este Natal de 2018 estamos ainda marcados pela crise económica mas também por debates que atravessam toda a sociedade sobre a identidade das pessoas e as suas ligações. Está principalmente em causa a questão da europa social, no limiar das eleições europeias, e o papel que esta organização representa. “O Natal é uma celebração que pode aquecer os corações mais frios, derrubar as barreiras da indiferença em relação ao próximo, encorajar a abertura aos outros, dar de graça” explicou o Papa Francisco recentemente. Na época do desenvolvimento do individualismo, do egoísmo, dos jogos eletrônicos individuais... Numa altura em que tantas famílias, tantas crianças, continuam a ser expulsas das suas casas pela guerra, pelo extermínio religioso, pelo subdesenvolvimento, como podemos não ouvir este apelo para a concordância, para a abertura ao acolhimento inteligente? Mas afinal o que resta do Natal? O Natal permanece, para os crentes, um encontro religioso: o do nascimento de Jesus. Mas para a maioria é - acessoriamente - uma tradição cultural cujo significado se desvanece gradualmente em benefício de uma celebração glorificando a moderna sociedade de consumo. Que tristeza! Sem nostalgia

03

por um tempo passado o Natal perdeu a sua magia. Aquela que, além dos aspectos religiosos da crença de cada um, reunia a família em momentos simples mas compartilhados em torno de uma fogueira e de refeições preparadas com carinho e amor. A culpa é coletiva mas o Natal tornou-se uma gigantesca operação de marketing, cuidadosamente orquestrada pelos gigantes de um negócio global a tal ponto que, quando o Natal chega, já nãohá a vivência da surpresa. Tanto é assim que o Natal ainda é comemorado a 25 de dezembro mas o corre corre às lojas se faz cada vez mais cedo. Até os retardatários já aprenderam a lição por terem sido apanhados desprevenidos! Prova de um mundo virado do avesso: milhões de pessoas não têm comida suficiente para viver com dignidade enquanto outras gastam quase sem contar para oferecer e pagar os mais recentes presentes da moda. O Natal é um momento de pausa, paz e partilha que precisamos de recriar em todo o mundo para que o aspecto material deixe de ganhar terreno no sentido humano. Sem isso o Natal não é nada. Uma meditação sobre esse aspecto não seria demais. Desejo a todos um ano de 2019 muito feliz. Que a nossa colaboração ilumine este novo ano de sucesso compartilhado.

É

com grato prazer que me dirijo a vós, nesta quadra, para lembrar em conjunto alguns momentos deste ano. O ano de 2018 foi um ano pleno de actividades que aproximaram não apenas Portugal de França, mas também os portugueses aqui residentes de Portugal. Recordo, com especial emoção a visita que Suas Excelências o Presidente da República e o Primeiro-Ministro fizeram por ocasião do Centenário da Batalha de La Lys, momento trágico da nossa participação na Grande Guerra, mas que nos inspira, hoje, a determinação contínua na defesa dos valores da democracia, da tolerância e da paz. Valores que nos são tão caros. Em Portugal, em França e na Europa. Isso mesmo nos lembrou, um vez mais, Sua Excelência o Presidente da República, quando juntando-se a líderes de todo o mundo, assinalou, a 11 de novembro, o Centenário do Armistício

que pôs fim à I Guerra Mundial. Recordar os nossos soldados caídos, as nossas raízes e recordar com saudade os nossos, onde quer que estejam, são elementos importantes da identidade e do associativismo. São-no também a promoção dos nossos produtos, do nosso País enquanto destino de negócios e turismo, assim como desse património maior que que é a Língua portuguesa. Para tanto tem sabido contribuir o mundo associativo, feito do tempo, das capacidades e da vontade dos seus associados. O ano de 2019 não trará menos desafios. Será um ano marcado pelas eleições euro-

peias e pelas eleições legislativas em Portugal. Indo ao encontro das preocupações dos Portugueses, foi aprovado recentemente o recenseamento eleitoral automático para os Portugueses residentes no estrangeiro. Convido-vos a informaremse e, depois, a participar civicamente com essa determinação com que envidam esforços para manter viva a ligação com o País. Nesta quadra, em que sentimos de forma mais aguda essa saudade que nos liga uns aos outros, queria desejar, a todos os associados da “Português Vivo”, Felizes Festas na companhia dos vossos e um Bom Novo Ano.

Indíce

06 10 14 20

Grande Entrevista

Especial Natal

Entrevista a Hermano Sanches Ruivo, primeiro conselheiro português da câmara de Paris.

Suplemento de Natal, tudo sobre a quadra natalícia em Portugal, Um miminho do “Português Vivo” para o caro leitor.

Amour e Glamour Produtos portugueses que vão desde a higiene ao vestuário e calçado.

Regiões - Algarve Histórias e lendas da região do Algarve e o melhor que o Algarve tem para oferecer.

Agenda cultural Feiras, museus, concertos, exposições e muito mais em Portugal e França.

30 34 38

Facto Real Histórias da linha do Tua, uma das mais antigas ligações ferroviária de Portugal.

Magusto Primeiro Magusto da “Associação Português Vivo”, uma festa muita animação.

Destinos Normandia, uma região histórica do noroeste da França.

FICHA TÉCNICA Propriedade: Português Vivo - Associação cultural, recreativa e de lazer; registo na Bibioteca nacional com o n° 441009/18; SEDE 15 Rue de l’eau – 78840 FRENEUSE - FRANCE; CONTACTOS - E-mail: portuguesvivo17@gmail.com / Telefone + 33 1 34 78 35 37; PRESIDENTE João Germano (E-mail: joaogermano61@gmail.com / Telefone + 33 6 40 48 03 09); DIRECTORA Alice Barros (E-mail: alice.barrosgermano@gmail.com / Telefone + 33 6 04 45 04 21); NOME DA PUBLICAÇÃO: Português Vivo; PLANIFICAÇÃO GRÁFICA: REDACÇÃO João Silvestre (Telefone + 351 937 405 029); COLABORADORES: Nuno Pires, Ana Pestana. José Vaz, Cristina Torrão, Matthieu Dos Santos, Alexandre Dos Santos, Helena Abreu Ferreira, Paula Francisco, Rachel do Vale, Artur Barth, Elisabeth Piquet, Benjamin Tricotaux, José Barroca, Silvania Alves; Paginação e Grafismos: Túlio Vasco e Manuel Gomes; Tiragem média: 10.000; Periodicidade: Mensal; Preço de Capa: Gratuito; Impressão Nacional: Unipress - Centro Gráfico, Lda, Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo - Vila Nova de Gaia - Porto. O Jornal “PORTUGUÊS VIVO” declina toda a adesão ideológica, politica e responsabilidades legais. Assim, todos os artigos (opiniões emitidas e teses expostas) serão sempre, exclusivamente, da inteira responsabilidade dos seus signatários.


04 atualidade

DEZEMBRO 2018

© direitos reservados

Planetário do Porto completa 20 órbitas

em torno do Sol TEXTO: ALICE GERMANO

D

ia 24 de Novembro, dia nacional da cultura científica e tecnológi-

ca, é também a data de aniversário do Planetário do Porto, inaugurado neste dia em 1998. O Plane-

tário do Porto – Centro Ciência Viva - celebrou o vigésimo aniversário com um conjunto de atividades espaciais para toda a família: Construção e

lançamento de pequenos “foguetões” com materiais do dia a dia, exploração do planetário através do “Passaporte Espacial”, participação em ativida-

des práticas importantes para a exploração espacial, como a robótica e com conversas com cientistas para aprender mais sobre o Universo.

Preço de venda de casas em Banque BCP Portugal sobe 15,6% em setembro TEXTO: LUSA

O

preço de venda das casas em Portugal continental aumentou, em termos homólogos, 15,6% em setembro de acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário.

© direitos reservados

P

rogredindo na conquista de espaço e na maior proximidade aos seus clientes, foi inaugurada em 29 de Novembro ultimo a agência banque BCP à Marcq-en-Baroeul situada no departamento do Norte, na região Hauts-de-France (59). Esta nova agência corresponde ao conceito «agence conseil» baseado na proximidade,

na assessoria e consultoria. Para simplificar a vida aos seus clientes a agência possui um espaço aberto 7/7 das 7h às 22h. Estiveram presentes à inauguração, as entidades, Nicolas Papiachvili, Conselheiro Municipal de Marcq-en-Baroeul, Bruno Cavaco, CônsulHonorário de Portugal em Lille e Jean– Philippe Diehi, Presidente do diretório do Banque BCP.


atualidade

DEZEMBRO 2018

05

Galo de Barcelos em destaque

no Desfile Internacional de Macau

TEXTO: LUSA

A

assinalar o 19.º aniversário da transferência da administração de Portugal para a China, além da figura portuguesa, outras nove da China, de Macau e de oito países lusófonos vão representar “a essência cultural dos respetivos países e regiões” na oitava edição do desfile no dia 16 de dezembro. O tema do desfile é o ‘Encontro entre a China e os Países de Língua Portuguesa’. © fotos: Ricardo Bernardo

PUB

SAVEURS DU PORTUGAL Spécialités Portugaises • Épicerie • Surgerlés • Vin • Artisanat • Charcuterie 20, Rue du 11 Novembre 1918 - 37520 LA RICHE

TRAITEUR / EMPORTER

Poulet grillé

Cochon de lait Port.: 06 87 59 42 91 - Tél.: 02 47 26 59 21


06 GRANDE ENTREVISTA

DEZEMBRO 2018

Hermano Sanches Ruivo, primeiro conselheiro português da câmara de Paris

Hermano Sanches Ruivo

Primeiro conselheiro português

da câmara de Paris

Entrevista e fotos: ALICE BARROS

E

uropeu de gema, formado em direito internacional, é um homem carismático e de fortes convicções. Veio para França ainda começando no “bê-á-bá” mas foi aqui que aprendeu o “fr”. De grande empenho em assuntos internacionais, nas

questões da Europa e associativas, foi educado nos valores da justiça e da solidariedade. Seguindo o exemplo dos seus pais cedo começou a defender causas e a trabalhar em projetos relacionados com Portugal. Foi presidente durante quase

10 anos da CCPF (Coordenação das Colectividades portuguesas em França), provavelmente o mais jovem presidente de toda a história. É membro fundador da associação CAP MAGELLAN, direccionada para os jovens “luso-descendentes”, dando a esta palavra o seu verdadeiro significado.

Com uma visão critica, mas optimista, da vida associativa e do mundo emigrante, luta para que Portugal encontre em França todo o seu espaço em termos de visualização, poder de decisão nas autarquias locais e para que a língua portuguesa esteja no espaço que devia ocupar. Foi convidado por Bertrand Delanoë, anterior

presidente da câmara de Paris, para ser eleito na lista do 14° bairro em 2008, tornando-se assim o primeiro conselheiro português na câmara de Paris onde o fomos encontrar. A actual presidente da câmara, Anne Hidalgo, entrega-lhe a pasta da Europa em 2014 neste segundo mandato.


GRANDE ENTREVISTA

DEZEMBRO 2018

Obrigada por ter aceite o nosso convite. Gostaríamos de começar por saber mais sobre o Hermano Sanches Ruivo. Por definição sou filho de emigrantes. Tinha cinco anos, em 1971, quando vim para França porque o meu pai não queria viver num país onde o futuro dependia das cunhas e não da qualidade das pessoas. A emigração não é muitas vezes - as pessoas esquecemse - um caminho de rosas. Mas acho que acabamos por ter mais sorte, porque havia essa vontade dos meus pais nas questões dos estudos. Havia essa noção de melhoramento social e, nesse sentido, eu e o meu irmão tivemos muita pressão nos resultados. Sou antigo aluno do Liceu Internacional de Saint Germain-en-Laye, na Secção Portuguesa. Essa dupla cultura foi

uma riqueza, embora nem sempre tivesse sido vivida de forma muito fácil. Sentiu isso? Sim! Lembro-me muito bem de ser chamado de “sale portugais” e de andar à bulha. Aliás, passava as minhas tardes a andar à bulha! (Risos) Pelo facto de ser emigrante teve de se empenhar mais, mostrar mais capacidade do que os outros? Sim, sempre! Ainda agora. Uma das fraquezas da sociedade francesa é que, de facto, para se entrar nesse

esquema é preciso passar gerações o que não é lógico. Mas o Hermano conseguiu! A prova é o cargo que ocupa! Como foi? Pela dupla cultura. Tive de compreender o que era ser português e quais as vantagens e os inconvenientes. Os inconvenientes já os via. Éramos filhos de emigrantes, estávamos num país que não era à priori nosso, mas que podia ser nosso, portanto a noção de dupla cultura, a noção dos estudos, a noção da defesa também, acho

que me ajudou na minha vida política embora eu não seja um político naquela definição genérica pois não faço parte de um partido. Aqui em França sou da sociedade civil. Quando fui convidado para este cargo aceitei justamente porque acho que a sociedade civil tem de ter esse papel. Porque é que se ligou a todas essas causas? A experiência em casa. A noção de justiça. A noção de equilíbrio. Desde jovem estava com aquele sentimento de que tinha de fazer alguma coisa. Havia essa

Tinha cinco anos em 1971 quando “ vim para França, porque o meu pai

não queria viver num país onde o futuro dependia das cunhas e não da qualidade das pessoas.

07

imagem de Portugal! Como é que poderíamos mexer com ela! E foi aí em 1991 que criamos a Cap Magellan. Depois fui convidado pelo Bertrand Delanoë pelo meu empenho nas questões internacionais, nas questões da Europa e no facto de estar a presidir à coordenação das associações portuguesas. É engraçado ser eleito vereador executivo na equipa da presidente da câmara, no coração mesmo do poder, sabendo coisas que não podemos dizer e ao mesmo tempo ser mais português do que francês. Eu penso que França merece os Portugueses e os Portugueses merecem a França. É esta a noção de equilíbrio. Eu não sou um luso-eleito, não sou eleito português, sou eleito francês com nacionalidade portuguesa e francesa.


08 GRANDE ENTREVISTA

DEZEMBRO 2018

Não. Ainda não. É aí que eu digo que os jornais não trabalham suficientemente em conjunto e é aí que eu digo que o governo português ainda não compreendeu. Sim, as coisas estão a mexer pouco a pouco. Acho que o primeiro ministro, António Costa, está a compreender essa parte, mas de resto todo o empenho sobre as comemorações do arco do Triunfo e outras tem a ver com a questão da visão. E ainda por cima ganhámos o campeonato europeu. Estamos numa onda onde as coisas estão a correr umas atrás das outras e que devemos aproveitar. Os franceses precisam desse equilíbrio só que ainda não sabem. Uma maior presença portuguesa numa sociedade francesa. Acha isso possível? Não há nada que não possa mexer. Vi isso! Não há nada que esteja parado no tempo. Pode ser mais difícil mas o presidente Macron já mostrou interesse numa visita de estado a Portugal. E aqui o equilíbrio passa justamente pela capacidade dos eleitos de origem portuguesa, das associações, dos empresários também.

A sua pasta na câmara de Paris trata de assuntos Europeus. Represento 3 acções principais: A primeira é a cidadania. Dar Informação para as pessoas se inscreverem; a segunda tem a ver com as línguas. Como nós podemos interagir para propor às nossas crianças a descoberta de outras línguas; a terceira é mais geo-estratégica. Trata-se de desenvolver a presença de Paris nas redes europeias e mundiais e, mais especificamente, numa

estrutura que se chama «eurocities» - cidades da Europa. Depois é também a questão dos tratados de amizade, nomeadamente com

Portugal. E tudo isso tem a ver com o início. O meu empenho ligado à parte portuguesa tem agora uma visão que é dentro da Europa onde Portugal também está.

Os portugueses são a nacionalidade europeia mais presente em Paris. Acha que eles estão empenhados? Estão a acompanhar?

Não posso ficar satisfeito, nem ninguém pode, por termos apenas 50 000 alunos a aprender a língua portuguesa em França. Claramente é um erro estratégico e histórico

Acha possível as associações e outras entidades representativas trabalharem em conjunto nesse sentido? Eu até defendo, e sou dos poucos, que não há comunidade portuguesa. Por comunidade entendese uma estrutura em rede. Não podemos ser uma comunidade dispersa que de vez em quando tem acções em comum! E isso é uma das fraquezas da presença da comunidade portuguesa em França. Portugal não fez suficientemente a aposta de investir nessas redes dizendo: “nós precisamos de pessoas que estejam estruturadas fora e que possam ser as nossas mais valias na distribuição da informação e dos programas, no incentivo a Portugal e às visitas, etc.”.


DEZEMBRO 2018

GRANDE ENTREVISTA

Qual é o seu maior desafio em termos de meta a atingir? Para mim há uma restruturação da comunidade portuguesa. Uma participação dessa restruturação. O que gostava era que nós pudéssemos capitalizar sobre a imagem positiva muito mais moderna, mas também muito mais adequada, de Portugal. Há muitos franceses a visitarem Portugal e quando regressam eles próprios já dizem “Nós estivemos em Portugal, nós descobrimos Portugal”. Portanto é importante preparar as eleições autárquicas de 2020. Aqui a questão não é saber em quem vamos votar, a questão é saber qual é a visibilidade que vamos ter, passando pela inscrição nas listas eleitorais francesas. Gostaríamos de saber o que deseja para 2019. Continuarmos este trabalho sobre a inscrição e informação nas listas eleitorais. Porque um comerciante português, uma associação, um pai ou um filho que estão preocupados com esta

09

ligação, com o equilíbrio de uma dupla cultura, quando inscritos têm mais poder. E quem não vota não conta! E nada mais! Portanto o meu desejo é de não perdermos, de continuarmos este trabalho de visibilidade, de estruturação, de colaboração. Temos de defender em Portugal a língua e a cultura francesa e defender que em França haja justamente mais ensino da língua portuguesa, mais cultura portuguesa. E isto é um trabalho de louco, um trabalho de “partir pedra”! Não posso ficar satisfeito, nem ninguém pode, por termos apenas 50 mil alunos a aprender a língua portuguesa em França. Claramente é um erro estratégico e histórico não estarmos a “utilizar” uma comunidade lusófona para aumentar o número de pessoas a aprender o português. A minha esperança é que a presença portuguesa em França seja ainda mais visível, ainda mais organizada, ainda mais forte! Que os dois governos possam trabalhar em conjunto.

PUB

S ociété M aconnerie P rofessionelle

Construction Extension Surélévatation Rénovation Réhabilitation

Devis Gratuit! 116, Rue Curie - 78840 Freneuse Tel.: 06 16 24 62 49


10 AMOUR E GLAMOUR

DEZEMBRO 2018

Maquilhagem de tons pastéis

também no rosto TEXTOS: ALICE GERMANO

V

amos começar com uma sugestão: As mulheres que trabalham fora devem usar maquilhagem discreta, realçando mais os olhos. O uso de cores mais vivas na boca e nas maças do rosto só deve ser usado para uma saída à noite. Até aos 25 anos trate de ser suave no uso da maquilhagem. Depois, dependendo da hora, pode-se “caprichar” mais um pouco. A maquilhagem antes de tudo procura realçar os olhos e a boca. Para os olhos castanhos, o “quente”. Partir das pálpebras, em “degradé”, com três tons de castanho clareando no sentido da sobrancelha. Os olhos castanhos escuros devem procurar tons mais claros; os castanhos claros, tons mais escuros. Para os olhos azuis deve-se começar em tons de azul-claro para o rosa e depois para tons de amarelo. Mas tenha cuidado: as cores, sendo artificiais, têm de ser discretas. Os olhos verdes podem ir do azul esverdeado para o cinza e, sempre no sentido da pálpebra, para a sobrancelha e acabar no branco. Procure a naturalidade usando bases fluidas. Nas maças do rosto, blush nos tons rosa-pêssego, damasco, coral ocre alaranjado e cereja. Para a noite o blush cobre ou mel pode ficar bem para afinar o nariz ou queixo ou ainda para dar a sensação de profundidade debaixo das maças do rosto. Olhos bonitos é o que chama mais atenção num rosto. Quando já se tem olhos

© DIREITOS RESERVADOS

grandes basta que se use um rímel e um lápis contornando além da sombra. Não se esqueça: nada de preto. O melhor é o castanho. Quem tem olhos pequenos pode aumentá-los: basta contornar os olhos com um lápis, puxando o traço para o lado de fora. O importante é que o risco da pálpebra não se deve encontrar com o contorno

da parte debaixo. Para quem tem sobrolhos caídos o segredo é prolongar o traço do lápis para cima, em vez de o fazer para os lados. Para arredondar os olhos deve-se, primeiro, aumentá -los. Na passagem do lápis, em vez de fazer o prolongamento do risco para o lado ou para cima, faz-se o contorno da pálpebra juntando-se com o risco da parte de baixo formando

um semicírculo. Na boca também o rosado. A mulher de pele morena pode-se dar ao luxo de usar um tom mais forte. Já as de pele clara, para não “chocar”, o melhor é usarem tons mais suaves. É fundamental que o rosto seja lavado em água gelada antes da maquilhagem. Depois de limpo use um creme hidratante para

não ressecar a pele. Atenção - Antes de qualquer experiência deve procurar entender as formas do seu rosto e não ir só atrás da moda. Deve procurar os contornos e cores que lhe fiquem bem. É importante não esquecer que a maquilhagem existe para trazer beleza e, se a sua pele já é bonita, nada melhor do que deixá -la à mostra.


AMOUR E GLAMOUR

DEZEMBRO 2018

BeesWeet

11

Candle In

Terceira geração de uma família de apicultores, a paixão pelas abelhas, pelo mel e pela inovação estão na origem e na filosofia desta empresa. Mais do que mel, são produtos naturais enriquecidos com aromas de plantas aromáticas e com sabores cítricos ou mais quentes, aumentando-lhe assim o valor medicinal. Este novo mel é comercializado numa embalagem esteticamente inovadora, apaixonante, leve e ergonómica.

Um novo conceito de vela – Um presente especial feito à mão.
Uma das principais caraterísticas é a possibilidade de ser personalizada com fotografias ou textos, marcando momentos inesquecíveis para além de surpreender pessoas especiais! É um conceito versátil que permite dupla utilização. Vem acompanhada com uma base de acrílico, antichama, podendo ser transformada num candeeiro.

Ana Leite

O eterno acessório... Adorado pelas grandes estrelas de Hollywood, o uso de um lenço sugere originalidade, elegância e glamour.

O que de melhor se faz

em portugal Lemon Jelly

Produto de alta tecnologia, são desenhados, desenvolvidos e produzidos em Portugal. Lemon Jelly é um doce de calçado. É como uma explosão de sabores: gelado, rebuçados e chupa-chupas. Um calçado que tem o som dos risos felizes e o toque de uma carícia.

Deamor

Não sendo testados em animais e com
rigorosa seleção de óleos e manteigas
vegetais, contém toda a glicerina que se forma naturalmente durante o processo
de produção e que é um elemento
essencial de nutrição. De aromas
suaves, este produto artesanal não tem
padrão e é impossível repetir a forma, a cor ou o perfume. Cada experiência pode resultar num sabonete completamente diferente! PUB

VIANESA SABOARIA TRADICIONAL

VIANA DO CASTELO

portugal

FERNANDA GARRIDO TELM: 966 544 409

http://casadasbetulas.weebly.com casadasbetulas@gmail.com


12

ELA, ELE E A MODA

DEZEMBRO 2018

Portugal Fashion outono-inverno 2018-2019:

As marcas a descobrir TEXTO: ALICE GERMANO

D

epois de Nova York, Londres, Milão e Paris, Lisboa e Porto também tiveram a sua pa-

lavra a dizer no mundo da moda. Sobre as passerelles marcas de renome desvendaram as coleções de inverno. Desde malhas inova-

doras de Susana Bettencourt, ao workwear glamour de Pedro Pedro, passando pelas disco queens de Carlos Gil, o Inverno Português reserva-nos belas surpresas.

Pedro Pedro Em 20 anos de existência a casa Pedro Pedro impôs-se como um nome incontornável da cena da moda portuguesa. Nesta nova coleção o criador opera um volte face radical no seu estilo. Batizado “Le Bureau”, a nova linha outono-inverno 2018/19 explora um vestuário feito de matérias sublimes em silhuetas extremamente elegantes e sofisticadas.

Alexandra Moura Têxteis e padrões timorenses e indonésios servem de motivos para as malhas jacquard com efeito de cerzido sugerindo resquícios do que ficou e que, aliadas à paleta de cores mais terrestre - castanhos e ocres - e falsos pretos e azuis, se distanciam de uma imagem etnográfica. Em associação com

motivos florais, materiais como o veludo, fazenda de lã, felpa e gabardine, dão continuidade ao jogo de manipulações de tecido repuxados e nós - criando uma silhueta mais híbrida, simulando novos panejamentos e jogos de peças, para um Homem simultaneamente sensorial, cosmopolita e contemporâneo.

Carlos Gil Susana Bettencourt Diplomada em “moda numérica” no London College of Fashionen 2011, a criadora conjuga o fascínio pela tecelagem com técnicas contemporâneas. Para o outono-inverno 2018/19 a técnica reaparece nos grafismos abruptos nos jogos de arcada e nas malhas realizadas em parceria com as fibras Fifitex. Jacquards complexos vestem silhuetas jovens, citadinas e um pouco retro.

Brilhante, colorida, picante, a coleção outono-inverno 2018/19 de Carlos Gil faz sensação. Marcada com referencias disco, a sua silhueta compõe-se de

peças quotidianas, casacos estruturados e calças com carácter, declinadas em jacquard, lurex, veludos, brilhantes para iluminar o inverno.


ROMANCES

DEZEMBRO 2018

Tuguinha 1º EPISÓDIO TEXTO: JOÃO SILVESTRE

C

orria o mês de Setembro do ano da graça de 1997. Num modesto lar, nos arredores de Olhão, paredes meias ente a serra e o mar, Benvinda, doméstica, mulher de José, pescador da campanha da traineira Vera Cruz daquele porto piscatório, dava à luz um menino. Um pimpollho bem gordinho e rosado que encheu de alegria a casa de Benvinda e José. O caso não era para menos pois que o casal já colocara neste mundo cinco meninas, sendo que a mais novinha perfazia, também em Setembro, doze alegres aninhos. O pai da prole, apesar do amor pelas filhas, trazia dentro dele essa mágoa de não ter um filho homem. Desgosto que, com graça, partilhava com o seu círculo de amigos, disfarçando o seu desencan-

© FERNANDO REBOUCAS

to com a mesma piada de sempre: “Ando marafado com isto, pessoal. Do “forno” só saiu loiça rachada”! Mal sabia José que naquele dia de Fevereiro, em que o vento prendeu no porto o seu incerto ganha pão, que ele e Benvinda, cujo o amor sempre resistiu a tempestades e marés, aproveitando a ausência das mais velhas, que

trabalhavam numa fábrica de conservas em Ayamonte, e da mais nova que andava na escola, resolveram pôr em “dia” aquele amor de tantos anos, o que o destino lhes reservara! Benvinda e José nem queriam acreditar, dois meses mais tarde, quando ela regressou a casa de uma consulta no centro de saúde de Olhão, onde lhe acharam

uma gravidez! Ela estava no limite da idade fértil e os cuidados que sempre tivera foram afrouxando até pela sua confiança nos instintos de mulher. Mas a Natureza não se molda com instintos, sejam de mulher e muito menos de homem, e “ali” estava a prova da sua força; naquele lindo dia de Setembro, sorrindo, João, por vontade de José, em ho-

13

menagem a seu pai que o mar tinha levado em dia de Levante, com o seu apelido; Portugal! Nunca esteve em causa sequer para Benvinda, até pela sua idade, que João fosse enviado para os “anjinhos”, ambos, ela e marido, aceitaram como desígnio de Deus, o acontecimento que encheu de júbilo os verdadeiros amigos e acima de todos as suas filhas mais velhas. José tinha cinquenta e quatro anos mas a dura vida do mar, ao invés de o ter debilitado fisicamente, moldou-lhe a sua capacidade de sofrer, enrijou-lhe a alma e o corpo, e perante aquele “milagre” que entrou com o sol de Setembro na sua casa as lágrimas, ainda que as tenha escondido, escorreram-lhe pela face cobreada pelo sol do mar algarvio. João Portugal, gordinho e coradinho, tornou-se, era fácil de ver, o encanto de todos e não apenas de seus pais e irmãs. Nunca lhes deu uma má noite; comia e dormia na paz dos anjos! E já na escola pré-primária se tornou uma criança adorável de tal modo que trouxe com ele a forma como era chamado em casa: O Tuguinha!

Maria Aparecida 1º EPISÓDIO TEXTO: JOÃO SILVESTRE

N

esse mesmo ano, mês e dia, no bairro favelizado de Mangueira, no morro do mesmo nome a Sul do Rio de Janeiro, Dulcineia, esposa de Octávio, pedreiro, entre gemidos de dor e a destreza de saber feita, Dª Amália, uma parteira negra, fazia dar à luz uma linda menina precisamente na hora em que o pai, Octávio, extenuado chegava à sua modesta casa; ele que construía apartamentos de luxo no Neblon! Nesse dia morno e encoberto de Setembro o sol entrou naquele lar pois que já nela moravam outros cinco filhos machos todos de ida-

des em “carreirinha”: dezoito, dezasseis. catorze, doze e dez anos! A felicidade de Octávio e Dulcineia foi tanta que ambos agradeceram à Santa Aparecida tal ventura, fruto de um devaneio num dia de Fevereiro em que festejaram o terceiro lugar no desfile de Carnaval da sua “Mangueira”! Aquela menina de olhos verdes e cor de canela, fruto dessa maravilhosa miscelânia de sangue de ancestrais, gentes que desde mil e quinhentos começou no cruel comércio de escravos, precisamente nesse morro onde as mangueiras proliferavam, até à chegada de outras raças e credos que deu origem a esse Povo multicor, logo alegre e multifacetado que é

a essência do Brasil. A alegria foi ainda maior porque Dulcineia era já uma senhora que fazia parte da ala das baianas na escola de samba da Mangueira onde, aliás, Octávio fazia soar o seu repique na bateria. Cedo Maria Aparecida, assim chamaram à menina talvez por ser aquela “aparição” desejada entre tantos filhos homens, talvez por devoção à Santa ou por ambas as razões, acompanhava seus pais nos ensaios da escola e todos a adoravam pela sua graça e beleza. Apesar de ser gente modesta, como a grande maioria dos residentes do morro, Dulcineia caprichava no tratamento dos seus filhos e deles exigia que todos colaboras-

© FERNANDO REBOUCAS

sem nas tarefas domésticas e na ajuda na criação de Maria, coisa que eles faziam a gosto. Assim a diligente mãe assegurava também que os filhos não se perdessem naquele mundo perigoso das más companhias. Para Maria Aparecida sonhavam uma vida feliz com a ajuda de todos, um futuro digno de uma menina tão desejada.

Os dois irmãos mais velhos já Octávio os levava para a obra onde aprendiam a dureza da vida ajudando na sobrevivência da família. Entretanto Maria, com seis aninhos, era a alegria daquela casa e quando começou os seus estudos primários já sobressaía dos outros meninos e meninas da sua idade, pela sua beleza e desenvoltura.... Contínua na próxima edição


14 REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

ALGARVE

Histórias e lendas

Textos: ALICE BARROS

O

Algarve é a província mais a sul de Portugal e apesar do passado muito rico hoje é sobretudo uma terra virada para o futuro. O turismo, que assenta essencialmente na beleza da terra e do mar e na amenidade do clima, é hoje a actividade económica mais importante do Algarve. Como escreve Judite Marçal Grilo, “...quem vem ao Algarve vem certamente ao encontro do mar. O mar lembra calma, imensidade, lendas, mistério e castelos de espuma. Mas o mar do

Algarve, tão próximo do Mediterrâneo, é um mar bom... tem tanto azul! Tanto peixe! E a água é tão quentinha e tão meiga! Beija suavemente a longa costa de 150 Km que é a costa algarvia de areias tão finas e douradas”. Para acolher os turistas o Algarve dispõe de muitos complexos turísticos, com a sua zona de hotéis, piscinas, campos de golfe, de ténis e recintos de hipismo. Para os que preferem o mar há todo o apoio de barcos e marinas. Profundamente marcado por cinco séculos de domínio muçulmano, l’AlGharb («Ocidente» em árabe), com as

suas costas tortuosas adornadas de praias de céu azul, as adelfas, o ar puro e transparente, conferem-lhe uma beleza incomparável. Neste mundo de lugares encantadores a doçura das paisagens evoca jardins perfumados da poesia árabe clássica. As casas de uma brancura ofuscante lembram a estadia dos

mouros e a ponta de Sagres é a recordação emocionante do Infante D. Henrique, o navegador, que iria dar um impulso decisivo às expedições marítimas dos Grandes Descobrimentos. Em anfiteatro, descendo para o mar, primeiro a serra: a Este saliências redondas que ondulam a perder de

vista, solos pobres e habitações simples; a Oeste um outro conjunto, regado pelas chuvas oceânicas, a serra de Monchique verdadeiro templo de frescura. Ao sul está o barrocal, o Algarve das terras cultivadas segundo técnicas ancestrais, um dos jardins mais prósperos do mundo Mediterrâneo com os seus

O turismo que assenta essencialmente na beleza da terra e do Mar e na amenidade do clima, é hoje a actividade económica mais importante do Algarve.


REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

15

Herança Moura Instalados desde o ano 711 a sua presença não se resume somente a algumas moedas descobertas perto de Vilamoura ou aos pequenos fragmentos de barro expostos no Museu arqueológico de Silves. Encontram-se em toda a região traços profundos da sua passagem como

as igrejas de Faro, Loulé, Silves e Tavira ou ainda os fortes de Paderne, Silves e Salir. Descendem também da tradição moura a arboricultura, o desenvolvimento da irrigação, o uso dos terraços, as açoteias e a técnica de construção em argamassa.

© Bengt Nyman

O verdadeiro paraíso escondido do Algarve Situado a 3 km do Carvoeiro a praia da Marinha é considerada uma das cinco mais belas praias de Portugal. Dissimulada entre as falésias de 50 metros de altura, este oásis de areia branca só é acessível através de um estreito cami-

nho que desce na encosta da rocha até as águas azul turquesa. De tempos a tempos um pescador com a sua barça vem oferecer aos banhistas uma visita às grutas marinhas aí próximas.

© direitos reservados

Um reino singular Conscientes das particularidades desta região, muito tempo moldada pelos muçulmanos, os soberanos portugueses tinham o título de “Senhores do reino de Portugal e do Algarve”. Depois de

as tropas portuguesas conquistarem, no século XV, algumas cidades em Marrocos o rei Afonso V fez-se chamar “rei de dois Algarves”, aquele “de cá” e aquele “de lá do mar em África”.

© Mimihitam

© Bengt Nyman

pomares de amendoeiras, figueiras e laranjeiras, enquanto que no Sudoeste se perfilam as falésias do cabo de São Vicente, o “miradouro sagrado” dos anciãos, que constitui a ponta mais ocidental da Europa. Mas o Algarve é também um exemplo dessa diversidade de paisagens e outras actividades que o litoral «esconde» por ser, na verdade, o polo quase exclusivo de atracção turística. Pode-se então dividir esta região em três partes bem diferenciadas: A faixa litoral de Sagres a Vila Real de Santo António e esta em duas; o Barlavento e o Sotavento. O Barlavento de praias de arribas, de enseadas, grutas e recantos de beleza ímpar. O Sotavento de praias extensas e planas onde se enquadra a área protegida da Ria Formosa.

O paraíso dos pássaros e dos camaleões

© direitos reservados

O copejo, Uma corrida marinha Fonte tradicional da riqueza do Algarve, a pesca do atum praticou-se aqui durante séculos. Mas este grande peixe deixou definitivamente o Mediterrâneo agora demasiado poluído. Até aos anos 70, o método utilizado era o do copejo do atum, perfeitamente ilustrado, pela maquete exposta no Museu regional. Esta é uma técnica de

labirintos de redes solidamente presos no fundo do mar por âncoras. O peixe passando pela abertura desta inextricável, armadilha, saía bem ao meio de um compartimento fechado, o copo, onde ele era arpoado com força pelos copejadores com um grande gancho, (bicheiro) e puxado a bordo dos barcos de pesca.

No universo protegido da ria Formosa o rico meio aquário alimenta uma grande variedade de aves migratórias: o pato-real, o pato-trombeteiro, o marrequinho-comum, o borrelho-de-coleira-interrompida e a cegonha -branca sem esquecer o raro camão ou galinha-sultana (apanha “com a mão”,

daí o nome “camão”). Mais curioso é a presença do cameleão, animal africano por excelência, que só se encontra no sul da península Ibérica. Classificado parque natural, este santuário estende-se ao longo de 40 km até Cacela Velha, exibindo as extensas praias, os canais e os pântanos salgados.

© direitos reservados


16 REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

© direitos reservados

Os pescadores de Olhão Os pescadores de Olhão organizaram o seu bairro em labirinto para se protegerem dos ventos marinhos. Resultado: um

hábil conjunto de cubos justapostos, ou empilhados, com telhados em terraço lembrando as aldeias mouras. © direitos reservados

Lagos

E

ntre 1578 e 1756 Lagos chegou a ser a capital do Algarve e é ainda aqui que encontramos, na praça da Republica, um edifício tristemente curioso com arcadas e umas grossas argolas em ferro presas à parede. Este edifício é datado de 1445 e julga- se que tenha sido o primeiro mercado de escravos ne-

gros da Europa. A polémica da escultura em mármore do artista João Cutileiro, dedicada a el-rei D. Sebastião, foi a causa da grande controvérsia que se gerou à volta desta estátua no ano de 1973, pois o rei aparece retratado como um rei-menino com o elmo pousado no chão a seus pés. As vozes levantaram-se

dizendo que o rei parecia “um derrotado, não tinha postura real”. Segundo reza a tradição D. Sebastião está ligado a Lagos por ter sido daqui que, em 1578, partiu à conquista de Ceuta, com 800 dos seus barcos. Em dias de nevoeiro espera-se ainda a chegada do Desejado ou notícias da sua armada...

O cão do Barrocal Algarvio é uma raça de cão de Portugal Raça oriunda dos tempos faraônicos, da raça galgo egípcio, que foi difundida por toda a bacia mediterrânica por fenícios e berberes. Alcançou grande prosperidade entre os habitantes do Algarve, sobretudo a nível da sub-região do Barrocal, que apresenta características geofísicas sui generis. A sua

principal presa era o coelho bravo bastante comum na região de pedras e clima inóspito. Este foi o habitat onde ao longo de gerações de caçadores se foram apurando os instintos deste cão. Na década de 60 esteve à beira da extinção devido à introdução em massa de cães de outras raças. © direitos reservados

© direitos reservados

Casas burguesas de Silves Em Silves no século XIX as fachadas das casas burguesas foram recobertas pelos

tradicionais azulejos. Hoje em dia este revestimento deu lugar à cal branca.

Portimão

P

ortimão onde, logo à entrada, damos com o lendário Campo de Golfe da Penina, o primeiro campo de golfe a

ser construído no Algarve, em 1966, desenhado pelo profissional britânico Sir Henry Cotton. A fama de Sir Henry como treinador era tal que, dizia-se,

dormir uma noite em lençóis de linho neste hotel de 5 estrelas, ainda assim, ficava mais barato do que uma aula de golfe com este profissional.

© Lacobrigo


REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

17

Moradia tradicional no Algarve Não existe “arquitectura algarvia” propriamente dita: as frágeis cabanas de madeira e junco das ilhas

da ria Formosa têm pouco a ver com as casas feitas de cascalho e argamassa do Porto de Olhão. © direitos reservados

© direitos reservados

Serra de Monchique

Arte do telhado em terraço A variedade dos materiais contrasta com a simplicidade das formas. A casa do antigo Algarve agrícola é, na maioria das vezes, composta por dois ou três volumes cúbicos ou paralelepipédicos de um só

piso. Os telhados têm geralmente a forma de um simples terraço horizontal, a que chamam açoteia (do árabe sataha), servindo também para amadurecer os figos, as alfarrobas, as amêndoas...

A

Serra de Monchique é uma serra do oeste do Algarve cujo ponto mais elevado, Foia, tem 902 m de altitude e é o mais alto do Algarve. É também um dos pontos mais proe-

minentes de Portugal com 172,69 km de isolamento topográfico. Devido ao facto de estar próxima do mar possui um clima subtropical húmido o que permite a existência de uma vegetação rica e varia-

da onde se inclui o carvalhode-Monchique e a adelfas, bem como espécies raras no sul tais como o castanheiro, o carvalho-cerquinho ou o carvalho-roble. Nesta serra existe a maior magnólia da Europa.

© direitos reservados

Adelfa, um tesouro natural de Monchique Os mais antigos recomendavam servir chá de adelfa às sogras ou ao cônjuge, um remédio pouco santo para quem destes se quiser livrar.

É uma referência que ficou gravada na crença popular e que ainda vive entre os monchiqueses mais idosos. A história passou de geração

em geração por ter como protagonista uma planta venenosa. A verdade é que a adelfa que existe no concelho de Monchique é única.

Os telhados de Tavira Os edifícios de Tavira não estão cobertos, como as outras casas do Algarve, por terraços mas por telhados piramidais em quatro vertentes que testemunham a influência sobre a arquitectura portuguesa dos templos chineses da época dos descobrimentos.

© cm loulé

São chamados de “tesouro” ou “telhado mourisco de quatro águas”. Este tipo de telhado encontra-se também em certos países em que os navegadores portugueses estiveram, nomeadamente na Índia (Goa) e em Angola (Luanda).

Detalhes que fazem a diferença A ornamentação concentra-se essencialmente nas chaminés, balaustradas dos terraços e contornos pintados em amarelo, azul ou verde pálido. Os habitantes de Loulé sempre rivalizaram de engenhosidade para realizar as chaminés com formas cada vez mais exuberantes, esculpidas como uma renda em crochê... Tantas formas que ainda revelam a persistência da tradição Moura.

Serra do Caldeirão

A

© Kolforn

serra do Caldeirão marca a fronteira entre o Litoral, o Barrocal algarvio e as planícies do Baixo Alentejo. Faz parte do maciço antigo e é constituída por xisto-grauvaque, rocha que

origina solos finos e pouco férteis. O seu ponto mais alto localiza-se no Algarve (Pelados 589 m - Cavalos do Caldeirão - Loulé) A vegetação natural da serra do Caldeirão é influenciada pelas variações climáticas.

Nas zonas mais ocidentais da serra predomina o sobreiro, associado ao carvalho-cerquinho e ao medronheiro. Nas vertentes próximas do vale do Guadiana predomina a azinheira, associada ao sobreiro, à aroeira e à palmeira-anã.


18 REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

Concelho de Loulé

Silves, outrora a capital moura do Gharbou Ocidente

É

Oliveira Martins descreve-a assim: “Era opulenta em tesouros e formosa em construções. Davam-lhe a primazia entre as cidades da Espanha árabe. Vestida de palácios coroados pelos terraços de mármore, cortada de ruas com bazares

A lenda da Moura Cássima

por estas paragens que se diz viverem mouros encantados onde são vistos regularmente. Conta-se que muitos deles, julgando que a conquista dos portugueses seria apenas temporária, usaram magia e atiraram um encantamento sobre as suas famílias para que ficassem por cá até que as terras voltassem aos seus donos. Tal não aconteceu, porém, e eles aguardam ainda hoje que alguém os desencante.... Assim se um viajante encontrar à beira da estrada uma mulher formosíssima, de vestes flutuantes e ricamente bordadas que lhe ofereça figos secos numa esteira estendida ao sol saiba que, ao cumprir sem hesitação as indicações da mulher, esses figos transformar-se-ão em ouro e a moura livrar-se-à do seu encantamento. E caso ele se acerque da Fonte das Lágrimas da Moura Cássima, em Loulé, saiba que ela e suas duas irmãs aí ficaram encantadas pelo pai, um poderoso governador que tendo perdido a batalha se refugiou em Marrocos. Este pai extremoso tentou resgatá-las através de um

recheados de preciosidades orientais, cercada de pomares viçosos e jardins, Chelbera a pérola do Chenchir, onde os pródigos da Mauritânia vinham gozar com as mulheres formosas, de puro sangue árabe, os seus ócios luxuosos.” © direitos reservados

Lenda das amendoeiras em flor © direitos reservados

habitante louletano, feito prisioneiro. O governador ordenou-lhe que regressasse a Loulé com três pães, os quais, na noite de S. João, deviam ser atirados à fonte libertando as suas filhas. Em troca receberia riquezas e a carta da sua liberdade. O homem voltou à sua terra pronto a cumprir a promessa mas a sua curiosa mulher descobriu os pães e abriu um deles com uma

faca, julgando que continham ouro. Logo dele escorreu sangue e a mulher, assustada, voltou a colocá -lo no meio dos outros dois pães. Chegada a noite de S. João o homem dirigiu-se à fonte e duas das irmãs foram libertadas. Cássima, por estar ferida, não conseguiu sair da fonte. O som que se ouve, altas hora da noite, é o choro da moura presa ainda naquele local...

Expressões que só

Espalham-se pela região circundante a Albufeira extensões de amendoeiras que florescem em Fevereiro. Conta a lenda que um magnificopríncipe árabe se enamorou perdidamente por uma formosa princesa nórdica de longos cabelos louros e brilhantes olhos claros, como ele nunca vira em nenhuma outra mulher. Houve um casamento real e ambos foram felizes até que chegou o Inverno: lenta e inexplicavelmente, a princesa foi adoecendo – era uma tristeza profunda, sentia saudades da neve do seu país natal.

Desolado, o rei mandou que lhe trouxessem neve. Mas nenhum dos súbditos conseguiu satisfazer o seu desejo. Em desespero o rei ordenou que todos os sábios do reino se reunissem até descobrirem uma solução e assim surgiu a ideia de cobrir o reino com amendoeiras pois quando estão em flor estas arvores lembram a neve que cobre os campos. Assim, em Janeiro e Fevereiro, as amendoeiras curavam a rainha da sua melancolia e neste reino todos ficaram felizes para sempre. © direitos reservados

um algarvio entende

N

o Algarve, longe das praias e do turismo, há um povo que teima em manter a sua cultura resistindo ao progresso. Por todo o país existem expressões peculiares e curiosas que são um testemunho ímpar da cultura dos povos e que não se podem perder ou cair no esquecimento. Uma das regiões com ex-

pressões mais curiosas é o Algarve, não tanto o Algarve das praias e do turismo, mas sim aquele que vai resistindo à urbanização que teima em manter viva a sua alma. Conheça algumas das expressões típicas algarvias: Os telhados estão baixos: as paredes têm ouvidos. Laré: maçado. Cozer batata-doce: ressonar

Arranca pinheiros: homem baixo e muito magro. Feniscadinho: muito magro. Franquelim: pessoa fraca. Aportelência: ousadia. Fura-pasto: homem ativo, enérgico, audacioso e atrevido. Fazer meia azul: namorar. Limpar o saco: desabafar. Dar dói, chorar faz ranho: resposta negativa a um pedido. Cagorro: susto.

Termas de Monchique Reza a crónica que quem beber um copo da água

das termas rejuvenesce 10 anos!


REGIÕES - ALGARVE

DEZEMBRO 2018

Património Gastronómico

19

e de joelho, envoltas numa calda de mel), os Bolos de Amêndoa, os Morgados (bolos com amêndoa, ovos moles e doce de chila), os queijos de Figos Moídos (bolos confecionados com massa de figo e amêndoa), as Estrelas de Figo (confecionados com figos espalmados, decorados com as amêndoas que lhe dão a forma de estrela, e depois torrados) e a Torta de Alfarroba. Sabia que... A gastronomia tradicional da região conjuga sabores do rio, do mar e da serra, apresentando ainda algumas influências da cozinha alentejana, designadamente na forte presença do pão e do azeite na confeção de pratos tradicionais, como migas, sopas, açordas, gaspachos e ensopados onde ao pão se aliam produtos vindos de todo o território como é o caso da Açorda de Galinha.

© direitos reservados

Texto: ALICE BARROS

D

e salientar são também os vinhos, a aguardente de medronho, figo ou alfarroba, licores de frutos diversos e o mel. A extração

do sal constitui uma das mais importantes atividades económicas da zona de Castro Marim. Este sal está cotado no mercado como um dos melhores do mundo. Atividade muito antiga na região, existem referências dela no

primeiro foral da vila que data do século XIII. Na doçaria destacam-se os Doces de Figo, os Figos Cheios, as Queijadas de Amêndoa, os Bolos de Massa do Azinhal com canela e erva-doce, as excepcionais Filhós (de forma, de canudo

© direitos reservados

Terra do acordeão e do corridinho

N

os primeiros anos do século XX nasce o célebre “Corridinho”. Facto curioso, e que muitos desconhecem, é que esta dança teve origem numa dança de salão nascida nos meados do século passado [séc. XIX], algures na Europa oriental, e trazida para o Algarve por um espanhol chamado Lo-

© direitos reservados

renzo Alvarez Garcia que decidiu cortejar a jovem louletana Maria da Conceição, dedicando-lhe La Azucena – uma polca. O “Corridinho” nasce então como dança de cortejo. Instrumento fundamental do “Corridinho” é o acordeão, que chegou à região algarvia nos finais do século XIX. O novo instrumento po-

pularizou-se rapidamente, enriquecendo os repertórios locais. As danças de salão então em voga – as polcas e as mazurcas – passam a entrar, interpretadas em acordeão, nos bailaricos do campo ao lado dos velhos sarilhos e bailes de roda. Os tocadores inventam-nas e reinventam-nas, acabando por nascer o “Corridinho”.


20 36 AGENDA CULTURAL

DEZEMBRO 2018

Portugal

Museu Vista Alegre

Visita Guiada - Convento São Francisco

13 Out 2018 a 30 Dez 2018 (Ílhavo, Museu Vista Alegre)

Até Segunda-feira, 31 de dezembro de 2018 - 15H00

Conversa sobre cozeduras e vidrados” são dedicadas ao delicado processo de vidragem. No último domingo de cada mês há ”Domingos em Família”, com as oficinas criativas “Diário de Campo”, “Reciclarte!” e “Inspirados na Natureza”.

© direitos reservados

De outubro a dezembro na exposição “Fascínio da Matéria - Como se faz a porcelana”, desvenda-se os mistérios do seu processo de fabrico. Até início de dezembro no “Ciclo modos de ver - A fábrica vem ao Museu” a “Demonstração de Ofícios” e “À

“Por um Fio – Uma visita guiada ”

© direitos reservados

Encontro de Máscaras de Mogadouro

“A 2 de Maio de 1602 foi lançada a primeira pedra...” deste local que já foi muita coisa. Já foi um convento, um quartel, uma fábrica e agora um centro de arte, cultura e negócios. Por aqui já passou muita gente: Frades, soldados, operários, visitantes, artis-

tas, congressistas. Depois das obras o Convento cresceu e ficou diferente. Agora podemos encontrar novos espaços e novas cores, novos caminhos, novas histórias que convivem no mesmo espaço com histórias mais antigas e tão diferentes. Desfiamos esse novelo de

22 Dez 2018 - 14:00 (Mogadouro)

Feira Anual de Santo André

Vai realizar-se o 6º Encontro de Máscaras de Mogadouro, no dia 22 de dezembro, pelas 14h00 com participação das máscaras do concelho de Mogadouro, Chocalheiro de Bemposta, os Velhos de Vale de Porco e Bruçó, o Farandulo de Tó, o Careto de Valverde e de vários Grupos

A Feira de Santo André atrai, todos os anos, milhares de visitantes. Nela, poderemos encontrar gado, corridas de cavalos e burros, música e ranchos folclóricos, exposição de artesanato, gastronomia local e produtos

de Máscaras da Península Ibéricas com acompanhamento musical dos gaiteiros e pauliteiros do concelho de Mogadouro.

De 29 de Novembro a 9 de Dezembro (Mesão Frio-Vila Real)

© direitos reservados

histórias e encontramos S. Francisco e Napoleão no mesmo espaço que a D. Ana ou o Sr. Guimarães. É um local cheio de histórias e de pessoas. Por um fio vamos andando pelo convento, a saber das coisas passadas e a imaginar coisas futuras. Informações Bilheteira: Tel.: 239857191 Projeto Educativo e de Mediação de Públicos: Tel. : 239857193 bilheteira@coimbraconvento.pt

Participação gratuita mediante inscrição prévia através da bilheteira do Convento. tradicionais que animam a vila e todo o concelho. Nestes nove dias da feira, poder-se-á aproveitar para saborear o prato típico “marrã” que constitui a delícia dos visitantes da feira e o chamariz para muita gente a esta vila. O último dia de feira é dedicado ao Mercado Medieval, proporcionando a quem o visita uma viagem no tempo.

França

Espetáculos Cidade do entretenimento e do glamour, Paris oferece uma vida noturna vibrante e dinâmica, com inúmeras casas festivas. E com a chegada do fim do ano, todos os espetáculos tem um perfume de magia. Dentre os lugares mais cul-

tos os cabarés parisienses fazem sonhar visitantes do mundo inteiro. Do Lido ao Moulin Rouge, passando pelo Crasy Horse ou o Paradis Latin, todos os cabarés da cidade preparam programações especiais para criar noites de fascinação e um momento inesquecível.

Exposições “Os contos cruéis de Paula Rego” no Museu de l’Orangerie em Paris

© frankieleon

Conferência - Rosa Maria Martelo

Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2018 18:30 – 20:00 - Fondation Calouste Gulbenkian - Sala de conferencias - 39 Boulevard de la Tour Maubourg, Paris A poesia portuguesa contemporânea e os ritmos das outras artes, inserida no Ciclo «La langue portugaise en cultures » proposta por Graça dos Santos no âmbito do Ciclo de seminários do CRILUS/ universidade Paris Nanterre.

Enquanto que a poesia moderna era muitas vezes concebida como uma arte de imagens e sonoridades, os autores contemporâneos apresentavam-na cada vez mais como um interlocutor privilegiado das artes visuais, da musica e da perfomance.

© direitos reservados

A exposição, que vai estar patente até 14 de janeiro de 2019, é inspirada na infância, nos contos e na crítica social, tendo cerca de 70 obras. A exposição trata dos

© direitos reservados

meus bonecos todos que eu fiz. É simplesmente isso. Mulheres, homens, bichos, muitos bichos, o porco, muita coisa”, descreveu à Lusa a artista de 83 anos.

Mariza – Concerto em Paris Sábado, 8 de dezembro de 2018 às 20:30 Sala Pleyl, Paris (75) A intérprete, que prefere não ser tratada por fadista, sobe ao palco em paris. «Nós nascemos para ser felizes e para dar felicidade aos outros. Se a minha música traz um bocadinho disso, eu já ganhei metade da vida».

© José Goulão


ESPECIAL

NATAL

NATAL Diz-se habitualmente que é quando o homem quiser! O que é importante é que este sentimento esteja sempre presente no dia-a-dia das nossas vidas. Amor, saúde e paz são os votos do jornal Português Vivo neste mês em que os nossos corações se abrem e nos preparamos para festejar o nascimento do filho de Deus e “irmão de todos nós”. Bom Natal!

© ARTHUR BARTH


II

especial natal

DEZEMBRO 2018

Portugal e o apetite Portugal et l’appétit Textos: ALICE BARROS

N

um país com uma gastronomia vasta, de norte a sul, fazem-se deliciosas receitas. Conheça alguns pratos típicos de Natal em cada região portuguesa.

Dans un pays avec une vaste gastronomie du nord au sud on y trouve des délicieuses recettes Découvrez, quelques plats typiques de Noël, de chaque région.

Trás-os-Montes e Minho A tradicional consoada do Natal costuma ser o bacalhau ou polvo cozido servido com batatas e couves.

Le traditionnel réveillon de Noël a pour coutume la morue et le poulpe cuit servis avec des pommes de terre et du chou portugais.

No dia de Natal o almoço consiste numa canja rústica de galinha seguida de um belo assado de peru, leitão, borrego ou porco.

Le déjeuner de Noël, consiste d’un bouillon de poule, suivi d’un bon rôti de cochon de lait, d’agneau ou de porc.

Beiras Impera o bacalhau cozido com batatas e couves Doces tradicionais As rabanadas servidas com calda de açúcar ou doce de ovos. imprescindíveis são também a aletria, os bolinhos de bolina, os mexidos de leite ou vinho e os frutos secos (amêndoas, avelãs, figos e passas). No dia seguinte, e como já é hábito nas famílias portuguesas, serve-se a roupa velha que consiste no aproveitamento do que sobrou da consoada. Para o fim bebe-se vinho quente adoçado com mel e aromatizado com paus de canela. Ici,la morue règne, cuite à l’eau avec des pommes de

terre et du chou portugais. (Desserts et sucreries, traditionnels) “Rabanadas” (pain perdu) servi avec du sirop de sucre ou crème d’œufs sucrés ;« aletria » (vermicelles aux lait et aux œufs, couvert avec la cannelle, “bolina” (petits beignets de potiron) les milk -shakes ou du vin, les fruits secs ou confits (amandes, noisettes, figues et raisins) sont également essentiels. Il est de tradition, chez les familles portugaises, servir au repas de midi, le jour de Noël, “a roupa velha” (“vieux vêtements”) ; les restes de morue et de pommes de terre servis la veille, dorée avec de l’ail et d’huile d’olive. Plus tard dans la soirée, on boit un vin chaud au miel, aromatisé d’un bâton de cannelle.

Algarve A consoada do Natal é servida com galo assado acompanhado de broa de milho.

Dans le réveillon de Noël on sert du coq au four, accompagné du pain de maïs.

No dia de Natal serve-se peru recheado e assado no forno.

Le jour de Noël, au déjeuner, on sert la dinde farcie rôtie au four.


especial natal

DEZEMBRO 2018

do Natal de Noël

III

Madeira

© fotos: direitos reservados

Consoada: Fora das tradições do Continente, na Madeira, no jantar da consoada saboreiam-se as espetadas típicas da ilha feitas em pau de loureiro. Almoço de Natal: Na entrada é servida uma Canja de galinha, como prato principal uma magnifica carne de porco temperada em vinha-de-alhos e acompanhada com migas de pão e legumes. Doces: Os bolos á fatia são os reis desta mesa e o Bolo de família ou Bolo de mel da Madeira têm um lugar de destaque nesta mesa, não fosse o Natal a festa da família. O bolo de noz ou de abóbora, as filhós da Madeira e os tradicionais licores dos frutos desta região.

Réveillon de Noël: En dehors des traditions du continent, à Madère, on déguste les typiques brochettes de l’île faites sur la branche de laurier Déjeuner: En entrée est servi un bouillon de poule, le plat principal est une magnifique viande de porc, assaisonné au vin et à l’ail, accompagné des miettes de pain et légumes. Desserts: Les gâteaux, sont les rois de cette fête, principalement le gâteau au miel. Le gâteau à la noix ou au potiron, as “filhós” de Madère et les traditionnelles liqueurs aux fruits ce cette région.

Açores Consoada: Na noite de consoada a galinha é quem faz as honras da mesa. Pode ser servida assada no forno, guisada com batatas ou em canja. Almoço de Natal: Para este almoço mantêm-se os assados que podem variar entre a galinha e as carnes de porco ou vaca assadas. Doces: Os doces são variados e qual deles o melhor! Na mesa encontramos as rabanadas, as filhós, os coscorões, o Bolo de Natal, o Merengue de banana à moda dos Açores, o arroz doce e muitos licores artesanais de frutos da região.

Réveillon de Noël: Le soir, c’est la pintade qui fait les honneurs de la table, elle peut être servie rôti, en ragoût avec des pommes de terre ou tout simplement en bouillon. Déjeuner: Pour ce déjeuner, les rôtis sont de mise, ce qui peut varier c’et le type de viande; pintade, porc ou bœuf. Desserts: Les sucreries sont variées et chaqu’une meilleur que l’autre. Sur la table, on trouve le « pain perdu », les beignets, les « coscorões », le gâteau de Noël, la meringue à la banane des Açores, du riz au lait et de nombreux liqueurs artisanaux faits avec des fruits de la région.

Alentejo Ao almoço mantém-se o tradicional bacalhau cozido com batatas e couves.

Alentejo A tradição na consoada é o peru assado. On tient la tradition de la dinde rôtie au four.

On maintient la traditionnel morue cuite à l’eau avec des pommes de terre et du chou portugais.


IV

especial natal

DEZEMBRO 2018

Muito para lá do bacalhau:

o que se come no Natal em Portugal Au delà de la morue, ce qu’on mange à Noël au Portugal Lisboa e Vale do Tejo

Textos: ALICE BARROS

O

bacalhau parece ser o rei do Natal em Portugal mas, mesmo assim, há zonas do país em que essa não é a primeira opção. Fomos procurar as receitas natalícias tradicionais de cada zona do nosso país, desde o Algarve a Trás-os-Montes, passando pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, junto das entidades regionais de turismo. O resultado é este:

Il parait que la morue soit la reine du Noël au Portugal mais, malgré ça, il existe des zones du pays où ce n’est pas le premier choix. Nous sommes allées à la recherche de recettes de Noëltraditionnelles de chaque région, depuis l’« Algarve » jusqu’à « Trás-os-Montes », en passant par les archipels des « Açores et Madère », près des entités régionales du tourisme. Le résultat c’est celui-ci:

Beira Litoral Ceia: Aqui, o bacalhau cozido impera, mas também há quem já queira inovar e cozinhe o bacalhau de outras formas. Com um protagonismo menor está o polvo cozido. Almoço: Come-se carne assada que pode ir desde o peru ao lombo ou ao cabrito. Sobremesas: Quanto a doces na Beira Litoral não existem propriamente pratos típicos mas, na região de Aveiro, comem-se os ovos moles. De resto na mesa de Natal não podem faltar as rabanadas, as filhoses, os sonhos, a aletria, os frutos secos e o Bolo Rei. Réveillon de Noël: Ici la morue règne, mais il y a aussi ceux qui souhaitent innover et la cuisine de différentes façons. Le poulpe cuit, avec un protagonisme moindre est tout aussi important.

Ceia: A zona de Lisboa e Vale do Tejo caracteriza-se por reunir um conjunto de receitas típicas de vários pontos do país, trazidas pelo fluxo migratório do século XX. Na ceia come-se o bacalhau cozido com todos e peru assado. Almoço: Serve-se carne assada de cabrito, peru ou borrego. Sobremesas: Aqui as rabanadas têm o nome de fatias douradas. Comemse filhoses, sonhos, aletria,

lampreia de ovos, azevias e, claro, Bolo Rei. Réveillon de noël : La région de Lisboa et Vale do Tejo se caractérise par l’union d’un ensemble de recettes typiques d’autres régions du Portugal, amenées par le flux migratoire du XXème siècle. Au réveillon, on mange la morue cuite avec des légumes et la dinde rôtie. Déjeuner: On sert le chevreuil rôti, la dinde ou l’agneau.

Desserts: Ici, les “rabanadas” s’appellent tranches dorées. On mange “filhoses”, “sonhos”, “aletria” “lampreia de ovos”, “azevias” et le “bolo-rei” bien sûr.

Minho e Douro Litoral Déjeuner: On mange de la viande rôtie, qui peut aller de la dinde, le filet de porc ou le chevreuil. Desserts: Concernant les sucreries, dans la “Beira Litoral” il n’existe pas à proprement parler de desserts typiques, mais, dans la région de “Aveiro”, on mange “ovos moles” (œufs mous). Finalement, sur la table de noël, il ne doit pas manquer “rabanadas”, “filhoses”, ”sonhos”, “aletria”, fruits secs et “bolorei”.

Ceia: Nesta zona do país o bacalhau cozido é rei na ceia de Natal. Mas não é feito de qualquer maneira. As batatas querem-se grandes, para não esfarelarem, e cozem-se com a casca. As couves galegas querem-se tronchudas, com troços grandes, e o bacalhau quer-se grosso. Tudo isto é regado com um fio de azeite que, previamente, foi aquecido com rodelas de cebola estalada e cominhos. No final da refeição não se levanta a mesa para que as alminhas e os anjos possam saciar-se. Almoço: Um dos pratos tradicionais não podia ser mais simples. Cortam-se aos bocados os restos das couves, batatas, bacalhau, ovos e cenouras do dia anterior e aquecem-se numa frigideira com azeite: A chamada roupa velha ou farrapo velho. Também é costume

comer-se cabrito e peru assado. Sobremesas: Na região dizem que a ceia não é ceia se não se beber vinho quente e/ou comer as sopas de vinho. O vinho quente tinto é aromatizado ao lume com açúcar/mel e canela. As sopas são feitas com bocados de pão ou broa embebidos nesse vinho. Quanto a doces, comem-se as rabanadas de vinho, leite (também chamadas fatias paridas) ou de mel, que podem ser regadas com calda de açúcar. Também são tradicionais os sonhos, as filhoses, o arroz doce, os bolinhos de abóbora-menina e de chila e os mexidos (uma mistura de açúcar, pão e frutos secos fervida em água). Réveillon de Noël: Dans cette partie du pays, la morue cuite est reine cette nuit. Mais pas faite n’importe comment ! Les

pommes de terre doivent avoir une bonne taille pour ne pas s’émietter et cuites dans avec la peau, le chou doit avoir de grandes feuilles et la morue des morceaux bien épais. Tout cela est arrosé avec un filet d’huile d’olive chauffée auparavant avec des rondelles d’oignon et du cumin. À la fin du repas, on n’enlève pas les restes sur table, on dit que c’est pour que les petites âmes et les anges puissent se satisferaient. Déjeuner de Noël: On sert un des plats traditionnels le plus simple ; la “roupa velha”. On plus c’est coutume manger du chevreuil et de la dinde rôtie. Desserts: Dans la région, on dit que ce n’est pas Réveillon si vous ne buvez pas du vin chaud et / ou ne mangez pas les soupes au vin. Le vin rouge chaud est parfumé au sucre / miel et à la cannelle.


especial natal

DEZEMBRO 2018

V

Algarve Ceia: Os algarvios têm duas opções típicas para a ceia de Natal, uma de carne e outra de peixe: o galo de cabidela e o bacalhau cozido. Mas antes disso, como entrada, servem-se amêijoas e berbigões. Almoço: No dia seguinte, comem-se os restos do dia anterior e assam-se carnes de borrego ou peru. Em algumas zonas, também se come leitão assado. Sobremesas: As filhoses, rabanadas, sonhos e leitecreme, os algarvios juntam a tarte de amêndoa, as empanadilhas (são muito semelhantes às azevias, mas o recheio é, geralmente, feito com batata doce – daí também serem chamadas pastéis de batata doce), as encharcadas, importadas do Alentejo e o Morgado de Amêndoa.

© direitos reservados

Trás-Os-Montes e Alto Douro Les soupes sont faites avec des morceaux de pain ou du pain trempé dans ce vin. En ce qui concerne les sucreries, on mange du pain perdu au vin, au lait (également appelé pains tranchés) ou au miel, pouvant être arrosé de sirop de sucre. Les “sonhos”, les “filhoses”, le riz au lait, les beignets de citrouille, et les œufs brouillés (un mélange de sucre, de pain et fruits secs bouillies dans de l’eau) font également partie de la tradition.

Ceia: As principais receitas típicas têm como ingredientes principais o bacalhau e polvo. Podem ser cozidos e acompanhados de batatas e couves, mas também se fazem filetes de polvo, bolos de bacalhau e bacalhau frito. Em algumas casas come-se pescada frita ou congro frito. Almoço: À semelhança do que acontece no Minho e Douro Litoral, come-se a roupa velha, feita a partir das sobras do bacalhau cozido com todos do dia anterior. Além disso, também são tradicionais pratos de carne assada, geralmente de cabrito, cordeiro, borrego ou de peru. Sobremesas: A mesa de doces é recheada com leitecreme, arroz doce, rabanadas, filhoses, sonhos, pão de ló, farófias (uma sobremesa à base de claras de ovo, regada

com um molho feito com leite, gema de ovo, açúcar, canela e limão) e o Bolo Rei que, em alguns casos, é substituído pelo Bolo Inglês, também com frutos secos. Réveillon de Noël: Les principales plats typiques sont la morue et le poulpe. Ils peuvent être cuits et accompagnés de pommes de terre et du chou, mais on prépare également des filets de poulpe, beignets de morue et de la morue frite. En autre de ça, dans certaines familles, on mange du merlu ou du congre frit. Déjeuner de Noël: Avec similitude de ce qui se passe à « Minho » et dans le « Douro Litoral », on mange la « roupavelha ». En autre, ils sont également des plats traditionnels de viande rôtie, généralement le chevreuil, l’agneau ou la dinde.

Desserts: La table des sucreries est garnie avec de la crème au lait, le riz au lait, le pain perdu, “filhóses”, “sonhos”, “pão-de-ló”, “farófias” (un dessert à base de blanc d’oeuf, couvert d’une sauce faite avec du lait, jaune d’oeuf, sucre, cannelle et citron) et le “bolo-rei” qui, dans certains cas, est remplacé par le gâteau anglais, également aux fruits confits.

Réveillon de Noël: Pour le dîner de Noël, l’Algarve propose deux options typiques, l’une de viande et l’autre de poisson : le coq “cabidela” (fait avec le sang) et de la morue bouillie. Mais avant cela, comme apéritif, sont servis les palourdes et les coques. Déjeuner: On mange les restes de la veille, ainsi que de l’agneau ou de la dinde, rôtis. Dans certaines régions, on mange aussi “leitão” (cochon de lait). Desserts: Aux « filhoses », pain perdu, beignets de potiron et crème brulée, les « Algarvios » ajoutent la tarte d’ amande, les “empanadilhas” (très similaires aux “azevias”, mais la farce est généralement composée de patate douce – d’où le nom de beignets de patate douce), les “encharcadas”, importés de l’ “Alentejo” et le Morgado” d’ amande.


VI

especial natal

Açores Ceia: Nas nove ilhas açorianas encontramos uma grande diversidade de pratos tipicamente natalícios. Na ceia, ou se come bacalhau com todos, ou canja de galinha (feita com arroz), ou consomê de galinha (um caldo de galinha com legumes). Há ainda quem coma torresmos com inhames e Morcela com batata doce – estes dois últimos pratos são tradicionais na ilha de São Jorge. Almoço: No dia seguinte os pratos vão desde peru e frango assados no forno com recheio de pão e miúdos (Terceira, Flores e São Miguel), ao frango com debulho e borrego assado (São Jorge), passando por cozido (Graciosa), polvo assado ou guisado (Terceira, Graciosa e Santa Maria), molha de carne com inhames e sopas de pão de trigo (Pico), lulas à moda das Ribeiras e ainda há espaço para a roupa velha (feita com os restos do bacalhau com todos do dia anterior). Sobremesas: Come-se o Bolo de Natal (feito com frutas cristalizadas), o arroz doce, as queijadas e os pasteis de arroz (Graciosa), pão de ló, Bolo de nozes, Bolo de laranja, filhós, coscorões, rabanadas, Bolo Rei e figos passados. Para acompanhar, os açorianos bebem licores caseiros (de vinho abafado e licor de leite), aguardente de canela e Vinho do Porto.

DEZEMBRO 2018

Madeira poule (un bouillon de poule aux légumes). Il y a encore ceux qui mangent « torresmos » (viande de porc frite) avec des ignames et de« Morcela » avec des patates douces - ces deux derniers plats sont traditionnels de l’île de São Jorge. Déjeuner: Les plats vont de la dinde et du poulet grillés au four, farciesavec du pain et des abats (debulho – bouillie d’abats), (Terceira, Flores et São Miguel), au poulet avec « debulho » et du rôti d’agneau (São Jorge) en passant par le « cozido » (pot-au-feu portugais),(Graciosa), poulpe grillé ou en ragoût (Terceira, Graciosa et Santa Maria), « molha de carne »(viande de porc assaisonné, d’abord frite et ensuite en ragoût) accompagnés d’ignames et soupes au pain de blé (Pico), calmars à la manière de « Ribeiras » et il en reste encore de la place pour le« farrapovelho ». Desserts: On mange le gâteau de Noël (à base de fruits confits), du riz au lait, des « queijadas » et les « pastéis » de riz (Graciosa), « pão-de-ló », du gâteau aux noix, du gâteau à l’orange, des beignets, des « coscorões », du pain perdu,« BoloRei » (galette brioché aux fruits confits) et figues secs. En accompagnement, les « Açorianos » boivent des liqueurs faits maison (du vin feutré et de la liqueur de lait), de l’eau-de-vie à la cannelle et du Porto.

Ceia: Por causa da Missa do Galo os madeirenses comem pratos mais leves na Ceia de Natal – ou canja de galinha (feita com arroz) ou sandes de Carne de vinha d’alhos. Almoço: No dia seguinte o almoço já é mais pesado e repete-se um dos pratos do dia anterior – a Carne Vinha e Alhos. Mas, desta vez, não é servida no pão. Até se percebe a repetição, já que se trata de uma iguaria bastante trabalhosa – a carne precisa de ficar pelo menos três dias a marinar num molho de vinho, alho, vinagre e louro. Há também quem coma o bacalhau cozido no almoço de Natal. Sobremesas: Os madeirenses comem Bolo de Mel, um bolo feito com muitos frutos secos, cuja receita não se destina a um só bolo – por se conservar durante muito tempo quando se faz Bolo de Mel não se faz apenas um, fazem-se muitos.

Como é um bolo pesado, juntam-se sobremesas mais leves, com fruta – salada de fruta, pudim de maracujá, tangerinas, ananás, tomate inglês e, ainda, o “fruto delicioso”, uma espécie de banana ananás. Réveillon de Noël: À cause de la messe de minuit, les “madeirenses”, le soir du Réveillon mangent des plats plus légers – bouillon de poule (fait avec du riz) ou des sandwiches de viande au vin et à l’ail. Déjeuner de Nöel: Les plats sont plus consistants et on ressert le plat de viande au vin et à l’ail de la veille. Mais sans pain cette fois ci. Ce que c’est compréhensible, puisque c’est une spécialité qui donne un peu de travail – la viande doit rester au moins trois jours à mariner dans le vin, avec de l’ail, du vinaigre et du laurier. Il y en a aussi ceux qui mangent de la morue cuite.

Desserts: Les “madeirenses” ont pour tradition manger le gâteau au miel, un gâteau remplit de fruits secs, dont la recette n’est pas uniquement destinée à un seul gâteau – puisque que c’est un gâteau de bonne conservation, alors ils préparent plusieurs par la même occasion. Puisque c’est un gâteau assez lourd on le présente accompagné d’autres desserts plus légers à base de fruits–salade de fruits, pudding de fruit de la passion, clémentines, ananas, tomate anglais, e encore le “fruit délicieux”, une espèce de banane ananas.

Réveillon de Noël: Dans les neuf îles des Açores, on trouve une grande diversité de plats typiques de Noël.Le soir, on mange de la « morue avec tous », bouillon de poule (au riz) ou du consommé de © direitos reservados

Alentejo Ceia: O bacalhau, seja cozido ou no forno, enche as mesas dos alentejanos na “missadura” (a consoada alentejana). Almoço: No dia seguinte à Missa do Galo, no Alentejo, come-se tipicamente o galo, tostado ou assado. Há, no entanto, quem prefira o cabrito assado. Sobremesas: No que toca aos doces, os alentejanos comem

as conhecidas filhoses, o leitecreme e os coscorões. Além disso as azevias de grão de bico (doces em forma de triângulo ou retângulo recheados com uma mistura de grão de bico, açúcar, limão, ovo e canela), o nogado (massa feita com farinha, ovos, azeite, cortada em pequenos cilindros, que são regados numa calda de mel) e as encharcadas (doce à

base de ovos e açúcar, queimado por cima, à semelhança do leite creme) são doces tipicamente natalícios nesta zona. Réveillon de Noël: La morue, cuite ou au four, remplit les tables des Alentejanos dans la “missadura” (le réveillon de Noël de l’Alentejo). Déjeuner: le lendemain de la messe de minuit, en l’Alentejo,

on mange le coq, soit toasté, soit rôti. Il y a cependant ceux qui préfèrent le chevreuil au four. Desserts: En ce qui concerne les sucreries, les « Alentejanos » mangent les fameux « filhoses », (Beignets portugais sucrés au potiron et à la cannelle) le crème bruléet les « coscorões ». En outre, les « azevias » (beignets en forme

de triangle ou de rectangle remplis d’un mélange de pois chiche, sucre, citron, œuf et cannelle), le « nogado » (pâtes à base de farine, œufs, huile d’olive, coupées en petits cylindres, qui sont arrosé dans un sirop de miel) et les « encharcadas » (sucré à base d’œuf et sucre brûlé) sont des gâteaux de Noël typiques de cette région.


especial natal

DEZEMBRO 2018

VII

Mensagem

Natal, Tradições

populares Textos: ALICE BARROS

E

m algumas aldeias do Norte, antes de iniciarem o repasto, é hábito algumas famílias rezarem por cada um dos familiares falecidos. Existe a crença de que na noite de Natal os mortos da família regressam às casas que habitaram em vida para participarem na reunião familiar. A mesa não é levantada até à primeira refeição do dia seguinte, esperando que durante a noite os espíritos estejam presentes para celebrarem o Natal. Algumas famílias punham uma cadeira vazia à mesa onde imaginavam a presença da pessoa cujo espírito estaria ali representado. As aldeias e vilas transmontanas fazem as “murras” ou fogueiras de Natal. Esta é uma das principais tradições da quadra que se tem mantido no Norte. O mais conhecido é o

© direitos reservados

“chocalheiro de Bemposta”. Representando a figura do demónio que por castigo, depois do Natal, anda pelas ruas com chocalhos a dançar para pedir esmola

Pinheirinhos

de Natal A imagem da estrela anunciando o nascimento do menino é mais verdadeira no topo de pinheiros naturais ou artificiais? O jornal Português Vivo procurou esta informação, pelo seu comércio sazo-

nal, e apurou que a procura das árvores naturais ainda é grande e que uma parte dos pinheirinhos são importados. Custam, em média, 30 euros mas não se pode esquecer de juntar mais algum dinheiro para também levar para casa os respetivos enfeites de Natal.

para Nossa Senhora e para o Menino Jesus. A tradição apoia-se na lenda do demónio que tentou seduzir Nossa Senhora quando esta estava de esperanças.

O resultado das esmolas é depois leiloado a favor de Nossa Senhora das Neves,que representa a mãe ofendida.

de Natal

O

lá a todos, boa tarde. Sou o António Teixeira. O meu Natal vais ser passado aqui em França mas com toda a tradição de Portugal. Vamos ter na mesa todos os produtos que normalmente se usam na nossa terra, ou seja, as couves, que por sinal são do meu quintal, as batatinhas, o bacalhau, o polvo, o vinho, bem regadinhos com bom azeite lá da terra. Não vai faltar, como é óbvio, os doces (bolo-rei, os sonhos, as fatias paridas que na minha terra se chamam rabanadas). Curiosamente a parte de que mais gosto é o almoço do dia de natal porque comemos “roupa velha”. Fazemos batatas com couves e bacalhau a mais para sobrar e depois fazermos o belíssimo almoço de “roupa velha”. No fundo são restos (bacalhau, batatas e couves que sobram da consoada) transformados para almoçar no dia de natal. Continuamos a reunião à mesa com os doces e com algo muito importante: um vinhinho do Porto especial que tenho em casa para os acompanhar. Bom Natal a todos.

La Tradition: De Madame Boutillon Notre Réveillon de Noël sera passé en famille On mange la traditionnelle dinde aux marrons avec un assortiment de légumes (haricots verts, champignons…). En entrée le classique fois gras et saumon fumé. Pour le dessert la traditionnelle bûche de Noël. Chez nous les cadeaux sont toujours distribués le jour de Noël. Il ne faut pas oublier, oh non, les biscuits et le verre de lait pour le Père Noël.

De Monsieur Sylvain Notre Réveillon de Noël sera passé à Freneuse et en famille. Notre repas sera le classique plateau de fruits de mer, fois gras et du saumon fumé. Au dessert nous aurons la traditionnelle bûche de Noël qui peut être glacé. En attendant minuit pour ouvrir les cadeaux on joue et on s’amuse tous ensemble.


VIII especial natal

DEZEMBRO 2018

“De tudo o que o céu produziu e a terra nutriu, o mais importante

é o ser humano” (Confúcio)

Texto: Arthur BartH

C

inquenta anos antes do nascimento de Jesus nasceu na China o homem que mais tarde se conheceu por Confúcio. Era filho de um severo guerrilheiro e de uma das suas 9 concubinas. Segundo os historiadores, seu pai tinha 70 anos e a sua mãe 16. Com a morte do pai, que nunca chegou a conhecer, Confúcio e a mãe foram rejeitados pela família, expulsos da casa aonde viviam e tiveram um destino dramático, numa pátria onde imperava a violência. Criado na pobreza, enfrentou dificuldades e lutou pela sobrevivência. As provações transformaram-no no maior filósofo da China. Obcecado pela doutrina de carácter socialista, que contracenava com a ordem política, dedicou-se a lutar contra a ganância e a submissão, a lutar pela educação e a desafiar os ricos e poderosos. Acabou perseguido por muitos que o viam como um homem impertinente. Morreu com a convicção de que ninguém o ouvira mas hoje os seus pensamentos são princípios para a prosperidade seguidos por muita gente. Esta é a história de um homem que encontrou a sabedoria e a quem foi negada a felicidade e que rejeitou o poder para encontrar a nobreza. Neste Natal podemos reviver alguns dos seus pensamentos filosóficos que se enquadram na teologia do amor e da fé em Deus. - Nem todos podem ser ilustres mas todos podem

© direitos reservados

ser bons. - A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros. - A educação erradia as classes sociais e é para toda a vida. - A essência do conhecimento, uma vez que possuído, consiste em aplicá-lo. - Quem não conhece o valor das palavras não saberá conhecer os homens.

- O saber é pensar que nada se sabe sendo essa a inspiração do verdadeiro conhecimento. - Aquele que aprende mas não pensa está perdido. Aquele que pensa mas não aprende está em grande perigo. - Não fales bem de ti aos outros porque não os convencerás e não fales mal porque te julgarão muito

pior do que és. - Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim evitarás muitos aborrecimentos. - Não te preocupes com os que não te conhecem, mas esforça-te para seres digno de seres conhecido. - O amor em família tem mais valor do que o ouro. - Muito poucos desejam a virtude tanto quanto desejam a beleza do corpo.

- Afasta-te do homem irado mas foge sempre da hipocrisia. - Da força à injustiça vai só um passo. - Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso verificamos a quantidade e na desgraça a qualidade. Feliz Natal


lazer

DEZEMBRO 2018

29

Passatempo

Expressões portuguesas Descubra as 14 expressões portuguesas que todos nós, de uma maneira ou de outra, usamos sem mesmo darmos conta. Tente traduzi-las para francês ou para inglês e habilite-se a um jantar para dois na nossa associação. Pode dar água pelas barbas, podem mandar-me chatear o Camões mas parece que tenho muita lata! Então, vamos lá!

Ir com os porcos.

Macaquinhos na cabeça.

Água pela barba.

Pulga atrás da orelha.

Abanar o capacete.

Cara podre.

Ter muita lata.

Soltar a franga.

Engolir um sapo.

Vai pentear macacos.

Ficar à sombra da bananeira.

Tira o cavalinho da chuva.

Estar com os azeites.

Pão, pão, Queijo, queijo.


30 OPINIÃO

DEZEMBRO 2018

Natal da indiferença? Nuno Pires

O

Natal está à porta. Estamos, com efeito, num período do ano em que muitas palavras alusivas se dizem e multiplicam quando o assunto é o Natal. Não obstante o significado bíblico e afetivo, a verdade é que, atualmente, se estará a valorizar em demasia o Natal comercial, do Folclore e da Gastronomia, sempre com muitos e exuberantes enfeites, lâmpadas de inúmeras formas e diversas cores, ao invés do Natal da Luz, das Divinas Estrelas Celestes, do Natal do Amor. Este período festivo, em que deviam ser considerados e vividos, ao mais alto nível, os valores da solidariedade e da família, acaba por se tornar grande motivo de azáfama, de vontade de comprar e receber, de

comer e beber, percebendo-se que o desejo de beijar ou falar no Menino Jesus foi “trocado” pelo imaginário do Pai-Natal. Fala-se do que se comprou, do que se comeu, das festas que se fizeram, mas não do que generosamente se doou e nas Celebrações Religiosas em que se esteve presente. De alguma forma poderá considerar-se que se está a aumentar o Natal do desejo consumista e a diminuir o da humildade, da generosidade, do altruísmo… Alimenta-se a desmedida satisfação do prazer… de adquirir bens materiais supérfluos, não raras vezes, como forma de compensar afetos vencidos e tantos momentos de partilha perdidos. Ora essa prática acentua o espírito da indiferença, que importa combater, valorizando os afetos e a acção fraterna, no exercício efetivo de uma interação verdadeiramente dinâmica. Dessa “crise” social e de

valores que nos aflige resulta também a falta de amor, de fraternidade e de sentido de justiça, num contexto de interação aproximativa e construtiva entre pessoas, instituições, estados e nações. Por isso importará compreender, não só o que é o Natal na sua genuína essência, mas sobretudo o que deve significar no coração das pessoas. Para além da vertente festiva o período natalício deve ser um tempo de reflexão, de promoção da consciência da fraternidade, seriamente ameaçada pelo individualismo, egocentrismo e consumismo, o que leva ao enfraquecimento dos laços sociais e familiares, alimentando a mentalidade do descartável que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos e desprotegidos, ou mesmo considerados inúteis, como os doentes, os deficientes e os idosos. E quanto a estes últimos falo com o saber PUB

da experiência. Isto sem esquecer os reclusos. Perante as evidentes situações de desigualdade, urge promover o Natal da partilha, do desejo de afetos e sorrisos sinceros, de calorosos apertos de mão, de olhares amistosos, potenciadores de aproximação e de luz nos caminhos cinzentos. Desejar que o Natal nos transforme e conduza a um caminho que se percorre com alegria e entusiasmo, partilhando a vida com alguém que nos ajude no processo de discernimento, realização, felicidade e verdade. Um caminho sustentado no desejo de um verdadeiro sentido de vida, para que nos podermos manter vivos e plenamente ativos, tendo sempre em conta que é urgente combater a apatia perante o mal, a resignação, o “lavar das mãos” perante as injustiças, a inoperância como satisfação do bem-estar egocêntrico. Todos em conjunto, e cada

um de nós em particular, somos chamados a refletir sobre a realidade que nos rodeia, banindo atitudes acomodadinhas, silenciosas e passivas. É imperioso evitar a tentação de virar os olhos para o lado, onde as necessidades imateriais e materiais existem, encurtando distancias afetivas, nomeadamente em relação aqueles que ocupam os mesmos territórios e se movimentam nos mesmos espaços, sem nos tornamos bilateralmente indiferentes, demonstrando até a nossa frontalidade e desprendimento em situações que merecem o nosso “repensamento” e a disponibilidade para a reconciliação e alívio do sofrimento. Se esse for o nosso desejo, aquém da indiferença e da materialidade, ajudaremos a construir um mundo melhor e mais feliz para todos, tornando-nos testemunhos vivos, imersos numa verdadeira comunhão de vida.


Luso classificados

ADVOGADOS

Cátia Neves Tavares Caldas da Rainha Tlm.: (00 351) 913868699 AGÊNCIAS FUNERARIAS

Gôut du Portugal

PIZARIAS

01 30 45 01 77

06 19 64 39 30

65, Boulevard Barbusse 78210 St Cyr L’Ecole

www.gout-du-portugal.fr

CONSTRUÇÃO CIVIL

3 place du docteur bihorel - 78980 breval

PRODUTOS ALIMENTARES

FERNANDO ALVES 18, rue Belgrand 75020 PARIS Tel : 01 46 36 39 31

Produits portugais traiteus

LA CLÉ D‘OR 42 Rue de Lénine 94200 IVRY-SURSEINE Tél : 06 19 77 57 07

06 80 30 12 16

AGÊNCIAS DE VIAGEM

103 Rue des hautes marches - 37520 la riche

maçonnerie - construction rénovation - clôture - terrasse Béton armé

Rodrigues

Fernando DA ROSA

www.lusovoyages.com contact@lusovoyages.com

www.fernandodarosa.fr darosa.sarl@orange.fr

06 50 60 88 11

64 doumer - 78130-Les mureaux 205rue ruepaul de la croix nivert 75015 Paris

01 30 23 09 63

O IMAGINÁRIO 1 Av. de Choisy 94380 BONNEUIL-SUR-MARNE Tel : 01 43 99 47 87

148 rue du docteur vaillant 78210 saint-cyr-l’école

AU COUER DU PORTUGAL

Votre Magasin d’Alimentation Portuguaise

06 80 30 12 16

Tél: 09 83 97 53 93 mob: 07 82 68 02 45

103 rue des hautes marches - 37520 la riche

159 paul rue saint julien 76 100 64 rue doumer - 78130 Les rouen mureaux

ARQUITECTOS AM ARCHITECTURES 15 rue de l’eau 78840 FRENEUSE Tel : 06 04 45 04 21

L’ESTORIL RESTAURANT 112 Avenue de la Division Leclerc 92160 Antony Tél : 01 40 96 97 83

Le Douro RESTAURANT TRAITEUR PORTUGAIS

SEGUROS

Frank BACHELET Assureur conseil

01 34 60 26 80 h991321@agents.allianz.fr

68, avenue jean jaures - 78390 bois d’arcy

ASSOCIAÇÕES 02 47 38 50 90

academia do bacalhau de rouen

TALHOS

ledouro37@free.fr

64 78130- 37000 Les mureaux 16,rue ruepaul de ladoumer grosse- tour tours

+337.86.80.36.75

propriétáire - d. amélia

academida.do.bacalhau.rouen@orange.fr

01.34.92.14.92

03, Rue Valentin Rawle 76250 déville-lès rouen

06.47.25.68.73

64 rue rue paul paul doumer doumer -- 78130 78130 Les Les mureaux mureaux 64

AUTOMÓVEIS

PRONTO A VESTIR 06 19 16 35 96 giletyesil@gmail.com

TÁXIS

coté fringue

femme et enfant

18 b rue des varinelles

64 rue paul doumer - 78130longueville Les mureaux 27950 st just / la chapelle

0986531401 Monteiro Rodolphe

CALÇADO Chaussures M.C.Lefevre 01 30 93 05 34

06 80 58 83 12

luciefringue@gmail.com 1 rue marcel sembat bonnieres sur seine

toutes distances sur réservation 4 route de mantes - 78200 buchelay

06 83 15 79 86 AMÉNAGEMENT D’INTÉRIEUR

RESTAURANTES

LES AILES VOLANTES RESTAURANT

TRANSPORTES

CUISINE SALLE DE BAIN DRESSING SÉJOUR MAGASIN

hdconcept76@gmail.com z.A DU GRAND AULNAY 3 RUE VALENTIN RAWLE - 76250 DÉVILLE LES ROUEN

DANCETERIAS

A TABERNA PORTUGUESA

20 rue marcel sembat 78270 bonniÈres

RESTAURANT

CHURRASQUEIRAS

3b AV. DES CANADIENS - 76800 SAINT ETIENNE DU ROUVRAY

01 30 23 09 63

02 35 32 42 14

1, Rue prés rosevelt 92140 clamart

Música ao vivo portuguesa

01 46 42 58 31

06 82 96 34 06 Allée edouard branly 77550 moissy cramayel

Churrasqueira

MÁRMOES 148 rue du docteur vaillant 78210 saint-cyr-l’école

0134768149 88’ rue pierre semard 78200 mantes la jolie

J.M.GOMES

Mármores & Granitos Rua das Figueirinhas, 18 2425-617 MONTEREDONDO–LEIRIA Tel : +351 962 665 960

01 34 60 35 55 Aérodrome de St-Cyr l’Ecole (au pied de la tour de contrôle)

GALO’S RESTAURANT SPECIALITES FRANCO-PORTUGAISES

01 34 74 22 31 galo.s.restaurant@hotmail.com 46, avenue de l’union - 78410 aubergenvile

BAR RESTAURANT

M.R.T.I. ZI de la Poudrette 93220 LES PAVILLONS-SOUS-BOIS Tel : 01 41 55 17 00

TRANSPORTS CRAVO OLIVEIRA (91) Tel : 06 21 66 80 35 Tel : + 351 231 460 437

anuncie connosco annoncer avec nous portuguesvivo17@gmail.com


32 PERFIL - TALENTO

DEZEMBRO 2018

JOAQUIM MONTEIRO

Férias em França

trocam-lhe o destino O

gosto pela amizade, pela troca de experiências com portugueses emigrantes em todo o mundo, e a sua disponibilidade para causas sociais levaram-no a criar e a consolidar a Academia do Bacalhau de Rouen. Até à obtenção da bandeira e badalo passaram cerca de quatro anos, com outros tantos à frente do projeto. Hoje garante-nos que dar nos faz sentir mais felizes.

Conte-nos como foi a sua decisão de emigrar para França. Possivelmente igual à de muitos que decidiram abandonar o nosso país à procura de melhores condições de vida? É simples. Vim passar férias e não mais voltei. A convite do meu irmão mais velho que já aqui vivia e trabalhava, vim passar alguns dias com ele. Na sua companhia visitei uma obra e pela minha permanente inquietude pela qualidade, sugeri à equipa de trabalho uma pequena alteração que se confirmou bem-sucedida. Pelo facto e por ter chegado ao conhecimento do patrão foi-me pedido que aqui continuasse a colaborar. Convencido pelo meu irmão, acabei por aceder e, poucos meses mais tarde, acabamos por adquirir a dita empresa. Entre esta e uma outra que constituímos de sociedade familiar, que durou cerca de dois anos, acabei por decidir estabelecer-me sozinho e assim nasceu a “Monteiro Ravalement” que dirijo à mais de trinta e cinco anos. Esta foi a razão da minha vida em França, deixando uma carreira militar

prometedora em Portugal. Não sentiu que a língua seria um problema? Eu acho que a língua nunca foi um problema. Aprendi a falar francês muito depressa. Em seis meses já falava francês correctamente. Valia-me ainda de um sotaque natural e particular que de certa maneira também agradava muito às raparigas na época (risos), o que acabou por me ajudar a ser bem visto por esse lado feminino também. Claro que foi apenas nos dois anos em que me mantive solteiro! (risos).

Tinha conhecimentos da área que se propunha desenvolver ou foi o assumir de um risco em aprendizagem?

Sente-se emigrante? Sinceramente não sei! Tenho mais anos de França do que de Portugal. Sou português e não tenho nacionalidade francesa e desde que criei a empresa, em 1984, de todas as obras que fizemos nunca ninguém, quer no sector jurídico ou em relações profissionais com os vários departamentos oficiais, me pediu justificação sobre ser ou não francês. Sempre primei por cumprir as regras do país e agir de acordo com a legislação e por tal não sentia que houvesse diferenças no trato ou nas oportunidades. Muito menos encontrei entraves para poder trabalhar onde quer que fosse.

O know-how de dez anos numa empresa de préesforçados em Portugal, também me deu bagagem para me sentir à vontade em situações menos simples. Eu normalmente quando vejo as coisas, mesmo que não as conheça, consigo analisar se estão a ser bem ou malfeitas. Talvez seja um dom natural, mas sempre consegui distinguir entre o bem feito e o mal feito. A logica da vida também me ajudou bastante, pela atenção que dedicava às coisas em que me envolvia.

Conta, a titulo de piada, que recuperou uma impressora tipográfica que infelizmente só não fazia notas de trinta euros mas pregava partidas aos amigos a fazer as de cinquenta.

© direitos reservados

Entrevista: João Germano

Carochas, motos e outras velharias encontram também nova vida pelas suas mãos.

“Uma vida a ajudar é uma vida que vale a pena viver”. Quer comentar esta sua frase? Sinto que as contrapartidas na nossa vida vêm também da forma como manifestamos ajuda aos outros. Está comigo nos genes olhar o próximo. Faço-o sem reservas. Sempre ajudei e tentei estar ao lado de quem me bateu à porta quer profissionalmente, em ajuda a emigrantes que comigo trabalharam, quer com aqueles que de mim pontualmente precisaram. Foi por esse motivo que aderiu à academia do bacalhau de Paris e se propôs constituir a de Rouen? Sim. Acabei por aderir à Academia do bacalhau onde juntamente com o cônsul de Rouen e outras pessoas


PERFIL - TALENTO

DEZEMBRO 2018

Qual é o seu balanço destes sete anos de Academia? É um balanço muito positivo. Criar a Academia não foi nada fácil. Tivemos que nos deslocar ao Brasil (eu e o Senhor José Stuart), para que através deste congresso fosse ouvida a nossa proposta e pedido. Embora já apadrinhada pela Academia do bacalhau de Paris foi preciso seguir os tramites normais e obrigações para que tudo fosse feito em conformidade e oficializado com as normas estabelecidas pela Academia mãe em Joanesburgo. Hoje temos galas e convívios de compadres, comadres e amigos que chegam a passar os cento e cinquenta. Recordo uma das ultimas, onde conseguimos angariar cerca de seis mil euros que foram dividos por três corporações de bombeiros em Portugal. A Academia possibilita também que nos seus congressos se juntem portugueses de todas as partes do mundo, proporcionando assim uma

troca de conhecimentos e experiências nos quatro cantos do mundo. Os encontros fomentam ainda a amizade entre compadre e comadre, abrindo-nos as portas de par em par. O que representa para si a Portugalidade? Trata-se de facto da continuação do uso da língua portuguesa, da preocupação pela continuidade do seu ensino, a defesa dos usos, costumes e tradições e, sempre que possível, estender o seu conhecimento às gerações vindouras. Fazer com que cada um de nós tenha Portugal sempre presente. Desde 1984 a segurar o

estandarte de Portugal representado aqui no seu império empresarial, conte-nos um pouco desse trabalho empreendido fora do nosso país. Temos 35 anos de empresa onde houve bons e maus anos e em que tivemos de contrariar os anos de crises. O inicio foi a fazer, como é obvio, de patrão e empregado de mim mesmo e crescendo de obra em obra com a aquisição crescente do número de máquinas. A estabilidade foi acontecendo e passei de trabalhador de mim mesmo a gestor de obras e de mão-de-obra. E assim chegamos hoje aos 35 anos de vida, altura em que quero

também fazer a passagem do testemunho para o meu filho o que penso que irá acontecer brevemente, ou seja no próximo ano. É um ciclo que acontece naturalmente e do qual prazerosamente faço parte. Acho que o nosso maior segredo foi, sem duvida nenhuma, a qualidade dos serviços que nos amedalhou obra após obra. Somos uma empresa que já fez algumas obras com alguma envergadura orçamental e que não deixou de estar presente em clientes mais pequenos pelo respeito que lhes temos.

Mas infelizmente os valores dos transportes que somos obrigados a suportar com os custos de gasóleo e portagens tornam esses materiais proibitivos. Inclusive, tive oportunidade de sugerir ao nosso actual Primeiro Ministro que revisse mos custos das portagens quanto aos transportes de materiais para França face aos custos finais dos mesmos. Compraríamos e usaríamos muito mais, mas como sempre os governantes fazem ouvidos de mercadores.

Recorrem a produtos portugueses? Já o fizemos varias vezes.

© direitos reservados

projetamos também a Academia do bacalhau de Rouen. O que esteve na base do meu envolvimento e vontade na fundação desta Academia foram os três princípios: Amizade, Solidariedade e Portugalidade. Trata-se de uma Academia, onde angariamos alguns dinheiros e outros bens para podermos estar sempre perto dos que mais precisarem. É neste movimento da Academia do Bacalhau que me revejo e onde continuo disponível para colaborar nas causas dos que mais necessitam.

Uma Solex velha, amarrada a uma árvore, despertou-lhe o entusiasmo e a paixão de reanimar e dar vida a outras tantas que já colecciona.

33

Está definido o seu regresso a Portugal? Está a preparar-se! (risos). Até agora estava cá e ia lá de vez em quando, penso que futuramente será estar lá e vir cá de vez em quando. Espero ser o menos possível, pelo simples facto de que será sinal que a continuidade empresarial gerida pelo meu filho, continua a ser bemsucedida e que por tal razão não precisará tanto de mim. Pelos serviços que hoje temos ao nosso dispor é possível sair às 18H00 de França e jantar em Portugal no mesmo dia. Tudo está mais facilitado. Gostaríamos de terminar agradecendo esta oportunidade e pedindo-lhe uma pequena mensagem para os leitores do nosso jornal Português Vivo. O natal está de verdade à porta e tão rapidamente. Espero que tenham um óptimo Natal e que não esqueçamos as pessoas à nossa volta que por vezes nem umas batatas têm para comer. Finalizo com os votos de boas festas e que o espirito natalício nos aflore os sentimentos para com os mais necessitados.

Brinde aos imigrantes...

A

ndré Monteiro. Porque antes de nós já os nossos antepassados procuravam uma vida melhor em terras distantes, uma vida mais livre, mais

digna, assim muitos Portugueses deixaram a pátria para se instalar em terras de França e do mundo. Em outros tempos, tempos em que ainda era proibido sair do país, mas como o

proibido é o mais apetecido, assim vinham clandestinamente, maioritariamente a pé, quilómetros e quilómetros, chegando por vezes ao destino sem solas nas botas e pés em sangue.

Por tal coragem e ousadia os devemos recordar e admirar, transmitindo assim aos nossos filhos e netos, toda esta vida de sacrifícios passados por nossos pais, avós e bisavós para nos

darem um futuro melhor. Às gerações futuras, não esquecendo nunca as passadas, sempre na expectativa de um amanhã melhor, brindemos!!!!


34 PUBLIRREPORTAGEM

DEZEMBRO 2018

“Ô Saveurs Ibériques”

Um sonho feito realidade A

escritório uma boa feijoada, um frango no churrasco ou um bacalhau. Primam ainda pelas especialidades como bolinhos de bacalhau, salada de polvo e as doçarias que nos fazem lembrar com saudade o nosso país e dos quais os portugueses não prescindem e os outros provam com deleite, nomeadamente, os pastéis de nata, frescos e estaladiços, assim como o bolo rei e o pão-de-ló tão procurados nesta quadra natalícia.

Texto: ALICE GERMANO | Fotos: Helena Abreu-Ferreira limentando um sonho que há muito traziam no peito, Paulo e Lúcio acreditaram que este era o momento de o porem em prática e passar à acção. Se melhor o pensaram, melhor o fizeram e assim nasce a nova loja “SAVEURS IBERIQUES”. Uma loja de mercearia fina, com especialidades portuguesas, espanholas e italianas, situada na rua des Coutumes,n° 41 em freneuse, uma cidade agradável, à beira do Sena, de fácil aces-

so e perto da A13, no departamento das “Yvelines”. Aqui neste espaço renovado, bem concebido e acolhedor, com atendimento onde o cliente é rei, com a preocupação de oferecer aos seus clientes produtos frescos e de qualidade, podem encontrar, vinhos, queijos da “serra”, charcutaria, congelados, o tão apreciado bacalhau e a couve portuguesa. Esta loja oferece também um serviço “traiteur”, feito na hora, podendo levar e apreciar em sua casa ou no

O Paulo e o Lúcio desejam aos seus estimados clientes boas festas. PUB

Service traiteur

• Épicerie Fine • Vin • Charcuterries • Surqelés 49 Rue de Coutumes 78840 Freneuse

A Emporter Tél : 0685721244

• Poulet Grillé • Beignets • Plat du jour


PUB

CANDILUZ Abílio José Pereira David

Boas Festas

Todo o tipo de mobiliário em ferro forjado

Mobiliário rústico em Castanho Maciço

ORÇAMENTOS GRÁTIS! candiluz.rusticos@gmail.com

916886119

Rua Dom Sancho I nº48, 1º Dtº - 3250 -110 Alvaiázere


36 LITERARTE BRASIL

DEZEMBRO 2018

Wellington Teles (TOMM)

Mais um grande talento

das terras mineiras Hoje, nem tanto, prezo muito descobrir novos artistas, novos sons, músicas que me despertem algo diferente, sabe.

Entrevista: Silvânia

Q

ue Minas Gerais é uma terra de grandes talentos disso ninguém duvida! Grandes astros da música nacional saíram do estado de Minas para o país e conquistaram o mundo. E há mais um grande talento surgindo em terras mineiras, Wellington Teles (TOMM), o compositor de “Rolê”, sua música de estréia chegou fazendo barulho e garante que veio pra ficar. Apaixonado por artes e engajado em causas sociais, Tomm, mineiro de Belo Horizonte, nos fala nesta entrevista sobre carreira, novos projetos, e como tem sido sua luta em defesa das minorias.

Olá TOMM, é um prazer tê-lo como entrevistado do Jornal Português Vivo.
 O prazer é todo meu. Agradeço oconvite.

Além de músico e compositor, você é produtor de moda, desenhista e ativista de causas e movimentos sociais, como divide seu tempo entre a música e as outras atividades? Na verdade, não é sobre dividir meu tempo sabe, eu faço tudo ao mesmo tempo, ou tento, na maioria das vezes. A cada dia novo, busco perceber e encontrar o lugar que ocupo na sociedade, e lugares que quero ocupar também. Isso por si só acaba sendo uma espécie de fonte criativa, para abastecer meus atos e minha voz em relação a essas atividades. É como se uma coisa agregasse à outra.

Seu novo single tem recebido muitos elogios do publico, e como “Rolê” é uma composição sua, como se sente a respeito da repercussão desse trabalho? Eu fico imensamente grato e com a sensação de “dever cumprido”, sabe. Essa música era algo que eu queria há bastante tempo, mas estava buscando a equipe certa para me acompanhar. Tive a sorte de encontrar o Raphael, que foi quem produziu a música comigo, nossas idéias conversaram muito bem, e disso nasceu Rolê.

Você ganhou seu primeiro violão aos 11 anos de idade, o quanto isso influenciou seu gosto em seguir nessa carreira? Sim, ganhei da minha mãe. Lembro que eu era apaixonado por violão e louco pra ter um, mas eu nunca me imaginei na música, pensava que era um mundo completamente oposto ao meu. Mas logo depois que ganhei, ela me colocou em algumas aulas também, e desde então, eu sigo nesse meio até hoje, sem parar.

Qual tem sido a receptividade do publico ao seu trabalho?
 Olha, eu acredito que boa, embora eu veja algumas críticas negativas em certos momentos, também percebo

© direitos reservados

que a receptividade têm crescido muito. Então eu busco balancear a relevância dessas críticas no meu processo criativo. Acho importante, ninguém chega ao auge agradando a todos, e nem se mantém nele agradando a um só.

O estilo que escolheu pra cantar se deve a alguma influência musical? Não, não necessariamente. Eu escuto muita coisa, quando a gente está no meio dessa indústria, das pessoas, desse furacão que é criar e trabalhar com

música, consequentemente acabamos absorvendo muito conteúdo bacana. Mas minhas primeiras referências vêm do PopRock, do Rock, MPB, Bossa Nova, e até do Samba, de toda essa safra dos anos 80-90 no Brasil, cresci ouvindo muito disso.

Você acha que seus trabalhos têm por obrigação defender a militância? Dar voz à pessoas sem lugar de fala? Sim, tenho absoluta certeza. E não só meus trabalhos


literarte brasil

DEZEMBRO 2018

como minhas atitudes, desassociadas à carreira, sabe. Penso que precisamos dar voz a todo e qualquer tipo de minoria, defendo algumas causas, luto por elas, mas entendo a necessidade real de uma luta estar unida à outra, mesmo que haja a necessidade concreta de se manterem os grupos de militância, nós não alcançaremos o mesmo patamar estando em degraus diferentes. É nessa hora que entra a empatia, entender que há a necessidade de se reconhecer nossos privilégios, e se colocar no lugar do outro, é sobre compreender as dificuldades de um caminho em que nós não caminhamos. Você defende uma série de movimentos de militância, nos conte um pouco mais sobre seu vínculo a essas lutas. Sim, eu defendo a luta, porque a luta é a forma mais legítima de se alcançar a liberdade. Um povo que não é conhecedor da própria voz, é um povo sem esperanças, logo, é anulada qualquer possibilidade de vitória. E eu quero viver pra ver a mulher, o LGBTQ+, o negro, pobre, todos nós que enquanto minoria estamos à beira marginalizada da sociedade, ocupando o topo. Alguns projetos que tenho a sorte de conhecer/participar fazem um trabalho muito bonito e

necessário, eu diria. O Cidade das Minas, por exemplo, trata de uma série documental sobre as mulheres e as lutas do feminismo, filmado em BH, quer mostrar que existem grandes mulheres construindo uma cidade mais plural, mais justa, o Navaranda é o coletivo responsável por esse projeto, vale a pena saber mais porque é realmente importante. Felizmente há dezenas de outros coletivos nascendo, acolhendo, construindo, agregando e recolocando LGBTQ+ na sociedade também, porque quando a gente sente a dor de parecer insignificante ao resto, a gente começa a criar força. E assim vão nascendo uma série de vozes, de pessoas, da galera que entende seu papel na luta, no mundo, que é o de ocupar um lugar, de fato. Quem faz o nosso lugar somos nós, e a linha de frente é o nosso lugar!

37

aproveitando dessa onda, sabe. Eu busco sempre disseminar a idéia de que o conhecimento pleno só vem quando nós mesmos o buscamos, é preciso ir em antemão à alienação. Buscar voz e representatividade com as nossas próprias mãos, afinal a visibilidade tem que nascer do povo, crescer no povo, e aí sim, chegar ao topo. Nos fale um pouco sobre seus novos projetos.
 Bom, lancei “Rolê” há pouco, então eu quero trabalhar nisso agora. Perceber o quanto as pessoas entendem dessa linguagem para que eu possa criar algo novo, sempre atual, que faça as pessoas se sentirem dentro daquilo, sem pressa. Além da música, sigo em alguns trabalhos com moda e fotografia, aproveitando do audiovisual tenho escrito algumas coisas que podem ser o roteiro de um curta, quero mostrar a realidade do que é ser minoria aqui no Brasil, falar sobre quantos degraus a mais um preto precisa subir para ter visibilidade, por exemplo. Sobre feitos do feminismo, sobre relatos do que é ser LGBTQ+ no país, da força que nós precisamos nos apegar para seguir em frente, é isso.

No contexto musical, você pensa que hoje os artistas têm se atentado mais às causas sociais, e feito letras voltadas à um publico que defende algum movimento? Eu diria que sim! Mas há de se tomar cuidado em perceber até onde existe verdade na fala desse artista. Porque atualmente, infelizmente, falar sobre luta tem vendido cada vez mais. Logo, nesse meio há muita gente despreparada, só

As minhas primeiras “ referências vêm do PopRock, do Rock, MPB, Bossa Nova, e até do Samba

© direitos reservados

PUB

Deixe um recado para seus fãs. Olha, nesse momento tão difícil no Brasil, eu quero dizer que juntos nós ainda vamos mudar essa realidade, por mais dolorido que seja, nós não os deixaremos calar a nossa voz. A esse golpe político, a minoria jamais cederá, porque nós enquanto minoria, por sermos acostumados ao resto, compreendemos o resto de sanidade que assombra aos fascistas.


38 facto real

DEZEMBRO 2018

A linha do Tua... Ou memórias dela!

Entrevista: José Vaz

N

asci numa pequena aldeia perdida entre montes e vales junto RIO TUA, ali para os lados de Mirandela, em Trás-os-Montes. Entre a aldeia que por ficar junto ao rio se chama Ribeirinha, passava também a já famosa – nem sempre por motivos agradáveis linha do Tua, e gostaria de vos falar dela, ou melhor, do que dela resta, graças à incúria e ganância de muitos. Desde garoto, no inicio dos anos 60, me habituei a ouvir o silvo agudo da maquina desse mítico comboio que por ali passava fazia mais já de 5 décadas. Nos corríamos para a estação para ver aquele monstro fumegante que, envolto em vapor, atroava tudo à volta, principalmente quando rodava mais rápido e não parava na estação, que agora é um mero apeadeiro abandonado, sombra do que já foi. Depois de se imobilizar, aproximávamo-nos mais para o ver em pormenor. Ver aquelas engrenagens todas pelo meio do vapor que saia por todo o lado, as enormes rodas de metal, a caldeira, a chaminé... tudo isso. A vapor sim, pois ainda havia as locomotivas a diesel. Parecia uma cena de Far West que mais tarde vi nos filmes. Lembreime dos avisos sábios da minha mãe, para não me aproximar demasiadodo comboio, pois “podia ser sugado por ele”. O que as mães inventam para a segurança dos filhos! Mas realmente aquela maquina negra e fantástica metia respeito! O chefe da estação, na sua farda impecavelmente tratada, dava o sinal ao maquinista com uma bandeirinha e, só depois de um apito este procedia

© direitos reservados

à manobra de partir, seguir viagem. Ouvia-se então um tremendo som em forma de apito vindo das entranhas do monstro, seguido de uma baforada de vapor, soprando como se fosse um gato assanhado. Pum. Rugia ele e lá partia ganhando velocidade até fazer um som que nos parecia dizer: pouca terra, pouca terra. Dai o nome que as vezes lhe davam. E já se ouvia à distancia, perdendo-se na curva: pouca terra, pouca terra, p’ra chegar a Mirandela, acrescentávamos nos. Esta linha férrea, como tantas outras, tinha sido projectada no inicio do século XIX em 1878, no tempo do

rei D. Luis. Muitas peripécias decorreram até que ficasse prontas fosse possível viajar em toda a extensão para que fora planeada, isto é, de Bragança até ao Tua povoação com o mesmo nome do rio que atravessa toda a região da Terra F da província transmontana e desagua no Douro. Foi difícil a sua construção, muito difícil, dada a irregularidade das terras por onde a linha ia passar. Mas, como o nome indica, em Trás-osMontes não seria de esperar outra coisa. E aqueles bravos homens, engenheiros, operários, encarregados de todas espécie, fizeram esse traçado por montes e vales, rebenta-

ram montanhas, abriram túneis, passaram desfiladeiros e ravinas, paisagens fantásticas que estas singelas letras não vos podem transmitir muito fielmente. Só indo lá poderão entender o que vos tento descrever. Como bom transmontano que me orgulho de ser, digo-vos à maneira de ca: Ide lá. Ide que não ficareis repesos (não vos arrependereis). A paisagem é... esmagadora! Num momento olhamos para o lado da montanha e vemos uma falésia de 150 metros, ameaçadora, mas se olharmos para o lado oposto, damo-nos conta de que estamos a uns bons 50 metros acima do pequeno fio

de água que corre lá em baixo e se chama Rio Tua. Isto se for no Verão, pois no Inverno transforma-se numa torrente imparável. Vê-se lá em baixo uma garça a apanhar peixe e... de repente estamos às escuras dentro de um túnel onde ecoa o barulho da maquina e a fumarada que ela constantemente vomita. Saímos, de repente, assim como entramos e o “pouca terra” continua, agora mais ronceiro porque começou a subir. A paisagem é... deslumbrante e agreste! Uma rocha em equilíbrio mais que precário mantem-se milagrosamente em pé, parecendo querer desmoronar-se sobre a linha.


facto real

DEZEMBRO 2018

39

© direitos reservados

Mas não, ela esta ali há muitos anos e como ela muitas mais. E o comboio lá vai seguindo, parando em estacões e apeadeiros que já tiveram mais vida, tal como esta terra transmontana. Transporta gentes diversas, militares que voltam a casa, lavradores, pessoas simples. Os mais abastados vão na carruagem mais lá para a frente, com bancos almofadados, um luxo comparado com estas que são de...madeira! Lembro-me da viajem que fiz com o meu pai a Mirandela. Eu, sempre irrequieto queria ir a espreitar á janela. Mudei de ideia quando um outro garoto tão teimoso como eu, se antecipara e, de repente, uma fagulha disparada da chaminé da maquina lhe acertou em cheio na cara junto ao olho porque o comboio descrevia uma curva pronunciada. Os gritos aflitos do rapaz e da mãe que o repreendia, foram suficientes para que mudasse de ideia.

Era assim nesses dias. Mais tarde passou a haver na linha outro tipo composição: as chamadas Automotoras, que mais não eram que duas carruagens motorizadas, já a diesel, bem mais modernas, rápidas... e com bilhetes mais caros. Em qualquer rede social hoje se podem ver alguns filmes sobre o que escrevo. Eu mesmo fiz um, para mais tarde alguém poder saber como era. Pedi ao maquinista que me deixasse filmar as locomotivas e ele, homem paciente consentiu. E lá fui eu a correr ao lado do comboio, parado na estação, para poder subir para a maquina. Parecia ter voltado uns anos atrás à minha infância. Que saudades! Não podia deixar de vos falar de Clemente Meneres, um comerciante de Vila da feira que no inicio do séc. XX se estabeleceu com a família na localidade de Jerusalém do Romeu a 10 Km de Mi-

randela. Homem inteligente, bom comerciante, queria fazer negócio com a cortiça que por ali ainda há, frutas, azeites e vinhos que enviaria para o Porto. Homem visionário criou o que hoje se poderia chamar de empresa

© direitos reservados

PUB

AP BATI SARL

ENTREPRISE GÉNÉRALE DU BATIMENT CARRELAGE | FAIENCE | TRAVAUX DE MAÇONNERIE | RÉNOVATION

+33 06 60 13 61 99

apbati@wanadoo.fr 14, Rue du Square | 78390 Bois DÁrcy | RCS 433 166 066 | France

modelo: Uma quinta com todas as instalações como refeitório, escola, posto médico e tecnologia avançada para a época. Essa quinta ainda hoje existe e chamase Quinta do Romeu. Tem lá o melhor vinho e azeite que já foi classificado como dos seis melhores... do Mundo! Precisava do comboio para o seu negócio, mas este demorava a chegar ali. Troço a troço lá ia seguindo a sua construção. Ele decidiu antecipar um pouco a coisa...! Foi a Lisboa, à Assembleia da República, fez petições váriasaté que conseguiu os seus intentos. Foi então aos Estados Unidos frequentar um curso de demolições, explosivos e outras técnicas para poder ele mesmo, por em prática. E assim foi. Aquelas montanhas foram mais uma vez, rasgadas, dominadas, para que a linha seguisse o

seu rumo. Na localidade de Jerusalém do Romeu existe um pequeno mas interessante museu que conta mais em pormenor estas façanhas. Vale a pena uma visita. Passado mais de um século e muitas transformações depois, desta fantástica linha já pouco resta, circulando por lá agora um estranho veiculo esverdeado a que alguns iluminados decidiram chamar pomposamente, metro de superfície, que só circula entre Mirandela e Bragança, sendo pouco mais que inútil. Os interesse da região, as crises sucessivas e outros que tais foram retirando o valor á linha que apenas ficou com a incrível paisagem. A falta de manutenção por parte da CP que era a proprietária, levou á deterioração das travessas de madeira que suportam os carris, falta de cavilhas, carris quase a soltarem-se, o


40 facto real

DEZEMBRO 2018

© direitos reservados

tal metro de superfície inadequado para este tipo de linha de bitola estreita (será possível que quem o autorizou não soubesse isto?) e o tempo fizeram o resto. Caminharam para o desastre! Num ano esta maltratada linha teve mais acidentes que em toda a sua anterior existência e dai a fecha-la foi um saltinho. O pretexto surgira efeito. Numa noite do ano de 1992 sucederam estranhas anomalias á velha linha e no dia seguinte, sem aviso prévio estava fechada, circulando só no troço Mirandela -Bragança a tal ridícula viatura, um arremedo do comboio que já tinha sido. Os utentes lutaram contra isso, não tinham mais nada. Constituiram-se comissões, amigos da Linha, disto e da-

quilo, mas... já era tarde. Interesses vários, da CP, Câmaras, Concessionarias elétricas e outros ganharam. Os caciques e outros cretinos no terreno tinham trabalhado com eficácia. Parece que agora a solução seria não uma mas um grupo de barragens que, segundo alguns iluminados, iriam gerar muitos postos de trabalho. Nunca entendi esta estranha fixação de muitos transmontanos por barragens. É um erro que provavelmente vão pagar caro. Ia acontecer o mesmo com as gravuras rupestres de Vila Nova de Foz Côa, mais a sul, que se não fosse a oposição popular e decidida de que sabe, tinham ficado submersas na tão querida barragem que os do costume já se preparavam para fazer. Alguém

© direitos reservados

PUB

NETPRO’P SOCIÉTÉ DE NETTOYAGE INDUSTRIEL ZA LES CAMPEAUX 1756 RUE AMBROISE PARE 76360 BARENTIN 08 92 97 68 15

lembrou a propósito, mesmo ao poder de então, que: 3as gravuras não sabem nadar”. Foi a sorte delas, que hoje são visitadas por milhares revitalizando a região. Mas, se não estou enganado, ainda há por ali quem suspire pela garagem. Que utopia! Claro que não sou contra o progresso nem poderia ser, mas este não pode avançar a qualquer preço, destruindo tudo, até as memórias do que foi, apenas para lucro fácil de alguns, em detrimento de outros, mais desprotegidos. Cito mais um triste exemplo: ali mesmo ao lado, desagua o lindo rio Sabor abraçando o Douro a poucos quilómetros de Torre de Moncorvo. A sanha destrutiva/construtora das hidrelétricas foi mais poderosa e sobrepôs-se a toda

a lógica e até a UNESCO se declarou impotente para travar o processo e avançaram com um monstro em forma de barragem (mais uma vez) que destruiu para sempre a foz linda do ULTIMO RIO LIVRE da Europa! Destruiu todo um ecossistema único. Para quê? Para produzir uns míseros quilowatts que nada acresceram á rede eléctrica, mas sim ao bolso de alguns. Quero ver qual a resposta credível, se a tiverem, quando daqui a uns anos, tiverem que explicar aos filhos porque determinado tipo de animais já ali não existe e para que serve aquele ultrapassado monte de betão. Tudo isto para vos dizer como lamento que não se respeite a história das coisa, paisagens e monumentos, pondo sempre à frente o interesse dúbio de alguns em detrimento de todos nos. Quem como eu viu o que foi a linha do Tua e até o próprio rio e agora a vê definhar, destruindo-se (e destruindo-a) por causa de interesses obscuros e mal explicados, só pode insurgir-se. Lamentar jánão chega. Aos que lerem estas linhas, peço humildemente que se puderem, um dia visitem se não a linha, (talvez já nem exista) pelo menos o local, antes que algum cretino amante de barragens e represas a qualquer preço, já a tenha posto debaixo de milhares de litros de água, destruindo linha, rio e paisagem, ignorando miseravelmente todo o esforço, génio e trabalho que ali foi aplicado.


PUB

Restaurant Le Piano Cuisine Portugaise Adresse: 101 Henry IV | Plan Centre Ville 27540 Ivry-la-Bataille, France Contacter: +33 2 32 38 37 44

À ER RT PO EM


42 magusto

DEZEMBRO 2018

1° Magusto da Associação

Português Vivo

Entrevista e fotos: ALICE BARROS

C

om a duvidosa esperança de que o verão de São Martinho nos desse o ar da sua graça acordei cheia de expectativa. Queria encontrar o sol radioso que nos deixaria honrar o nosso compromisso de receber os nossos associados, amigos e outros que eventualmente se juntariam a nós no encontro das castanhas. Acreditei que viriam quanto mais não fosse atraídos pela curiosidade do que estaríamos a magicar num bucólico jardim à beira do

Sena, com um fogo a arder e música de arrombar os tímpanos. Mas quis o Santo pregarnos uma partida e em vez do sol radiante, mesmo pálido já servia, chovia a cântaros. Mas ainda assim o corajoso povo português, polivalente e igual ao navegador Vasco da Gama no Cabo das Tormentas, logo logo alterou o programa e ,a 50 metros do sitio que estava previsto, juntámonos no cantinho da nossa sede ainda em obras, as paredes esburacadas, em

parte cobertas por uma velha lona, e lá montamos um palco com uma manta de retalhos da minha avó. Num canto, os crepes das estudantes enfermeiras, que queriam amealhar algum dinheiro para o seu projeto humanitário, no outro a nossa caixeira, Helena, que tão extremosamente guardava as notas que lá se iam arranjando na festa. No meio do espaço tinha lugar a dança desvairada do folclore muito bem animado pela acordeonista Bella Domingues.


magusto

DEZEMBRO 2018

43

© fotos: direitos reservados

O frango aos tombos, as bifanas aos saltos e a chuva a pingar nas castanhas que o Pedro esturricava, foi um dar de chicha pela mão da nossa amiga Paulinha que, armada de tesoura cinco estrelas, tudo tão bem esfandegou.

Já fartos dos bolinhos de bacalhau e dos rissóis com que fomos forrando o estômago, empurrados pela boa pinga alentejana, atiramo-nos à dança. Era o primeiro magusto da Associação e nós, animados pela música pimba

do Lionel Costa, demos ao pé até perder o fôlego. Foi uma tarde em cheio! Faça sol ou faça chuva, marcamos desde já encontro para o ano que vem. Agradecimentos: Mairie de Freneuse Carrefour Market Intermarché Boucherie du centre Côté fringue


44 lazer

DEZEMBRO 2018

Horóscopo

Jogo

A

s cartas! Verdadeiras obras de arte, a sua origem é bastante misteriosa e muito longínqua. Mensalmente daremos conta de vários jogos como passatempos lúdicos para noites de convívio. É preciso reencontrar o sentimento de jogar em família. O FARO Muito apreciado pelos amadores dos jogos de azar, o Faro requer um baralho de 32 cartas e um tabuleiro dividido em oito casas correspondentes ao valor crescente das cartas. 7, 8, 9, 10, V, R, A. O número de participantes é ilimitado. A partida desenvolve-se da seguinte forma: O banqueiro baralha as cartas e distribui-as a partir. Antes de as colocar num receptor (caixa) mostra a última carta aos jogadores. Tanto esta carta, a que a precede e a trigésima primeira não entram no jogo. Os jogadores apostam nos números do tabuleiro e a partida começa. O banqueiro volta a primeira carta e coloca-a à sua esquerda. Esta carta é perdente para aqueles que apostaram nela. Ele volta à segunda carta e coloca-a à sua direita. Esta faz ganhar quem nela apostou.

Cartoon

P

edro Álvares Cabral partiu de Portugal ao comando de uma frota de 13 embarcações no dia 8 de março. Levava 1.500 marinheiros e 8 padres. A maior frota portuguesa até então! Chegaram a terra firme 12 naus mas, infelizmente, apenas 6 retornaram a Portugal. O objetivo era alcançar as Índias para comercializar mercadorias e levar a religião católica a outros povos. O rei, D. Manuel, queria impressionar o samorim, o rei de Calicute na Índia, com uma frota rica e poderosa para melhor fazer negócios. O samorim havia feito pouco de Vasco da Gama quando o navegador desembarcara em Calicute com navios pequenos e sem riquezas.

Jogos de cartas

antigos

Carneiro 21/3 a 20/4 Este é um signo de fogo, anda há procura de uma vida sempre em movimento, o que o leva a querer sempre mais e que a vida tenha sempre desafios. De personalidade forte, frontal e com língua afiada. É muito criativo, impulsivo e muito lógico. Tentam dar tudo para vencer. Quem nasce sobre esta influência, lembram o fogo quente, brilhante e faiscante, é o dom da intensidade e impulsividade.

Touro 21/4 a 21/5 O

nativo de touro é calmo e pacifico nos seus movimentos, é muito determinado e inflexível, o seu maior medo é o de arriscar, o que o leva a adorar a rotina. É um signo de terra e onde se sente mais realizado é perto do campo. O típico touro, gosta de conforto, é cuidadoso e relaxado, aprecia uma boa comida, musica, arte e todas as coisas boas da vida.

Gémeos 22/5 a 21/6 Este é o signo da comunicação e também da dualidade, pois os gémeos tanto podem ser expansivos, comunicativos e amorosos, como podem ser azedos e taciturnos. É muito curioso e adora falar sobre todo o tipo de temas, quanto mais diferente mais interessante, adora batalhas verbais e quase sempre vence, pois tem uma mente versátil, grande e muito ágil.

Caranguejo 22/6 a 22/7 É

o signo da protecção, embora um caranguejo não possa ser agressivo, com as suas tenazes agarra-se aquilo que quer. Muito bondoso, responsável, discreto, sensível e amoroso, o lar tem muita importância, tal como a família, á uma ligação muito forte. Quando ama, ou tem algo que o faça feliz, agarra-se com todas as suas forças e não larga o que gosta.

Leão 23/7 a 23/8 È

© direitos reservados

Pode acontecer que as duas cartas não tenham sido escolhidas. Então o banqueiro recomeça a operação. Em caso contrário ele apanha todas as apostas feitas na carta da esquerda e paga as jogadas feitas na carta da direita. O jogo segue deste modo até acabarem as cartas. De salientar que quando, entre as quatro últimas cartas, a vigésima oitava é um sete, a vigésima nona, a trigésima e a trigésima primeira, oitos, os

jogadores na impossibilidade de ganharem, retiram as suas apostas. Quando o banqueiro volta duas cartas de valor idêntico por exemplo, um dez à direita e um dez à esquerda - só recolhe metade das apostas efectuadas por cada jogador. Desde que cada volta acabe, a banca pode, segundo o combinado, ou ficar nas mesmas mãos, durante a partida, ou mudar tantas vezes quantos jogadores houver.

alguém que sabe estar, é um amante da vida e adora viver, sabe destacar-se, e acaba por chamar atenção e gosta de ser admirado e querido. Orgulhoso e descontraído, adora ser tratado de uma forma especial e por isso quando ama é para sempre e com grande intensidade. Leão é um signo de fogo, logo faz de si uma pessoa que gosta de criar algo, mas que seja unicamente seu.

Virgem 24/8 a 23/9 A

característica mais marcante deste signo é a atitude perante o trabalho. É uma pessoa muito reservada, discreta e há uma qualidade que o toca, é que tem frescura e clareza na maneira como pensa, a sua gentileza e o seu sossego tornam-no um apaixonado por acompanhar o crescimento das coisas e adora animais. Este é um signo de terra.

Balança 24/9 a 23/10 É

um signo onde os pratos da balança precisam de igualdade, como de tudo na sua vida, para ser feliz. Procura continuamente a perfeição e o equilíbrio, e onde se sente super bem é rodeado de coisas belas e harmoniosas. Precisa muito das pessoas, pois estas funcionam como um espelho para si. Este é um signo de ar, o que faz com que o seu lado charmoso se evidencie assim como o seu pensamento lógico.

Escorpião 24/10 a 22/11 É um signo intuitivo e o seu ar misterioso enche-o de charme e glamour, a sua astúcia e lógica funcionam como um hipnotizador, que consegue levar os outros a fazer aquilo que quer. É uma pessoa misteriosa, que tem os seus segredos, principalmente os do coração, os seus sentimentos mais profundos, um deles é a insegurança, que disfarça com uma capa de arrogância.

Sagitário 23/11 a 21/12 Este é um signo jovial e exuberante, ama a liberdade e tem uma enorme paixão por viagens e pela aventura. A liberdade para si é fundamental, porque quer experimentar o mais possível da vida, é difícil assumir compromissos. Esse seu lado criativo permite-lhe que se entregue de corpo e alma aos projectos a que se dedica e aproveita sempre as oportunidades.

Capricórnio 22/12 a 20/1 È

muito resistente á mudança. A sua meta é no plano material e profissional, trabalha arduamente e é muito autodisciplinado. Leva a vida de uma forma seria, e é muito importante para si ser bom naquilo que faz, por detrás deste ar de auto-confiança, está um solitário e um incompreendido, sossegado e diplomata, sabe ser subtil e usa de tacto no relacionamento com os outros. É um signo de terra.

Aquário 21/1 a 19/2 A

amizade, os grupos, a excentricidade, fazem de si uma pessoa de personalidade invulgar. É alguém humanitário, interessa-se pelas pessoas, preocupa-se com o outro e acredita que todos podem ser seus amigos. É dotado de uma mente exímia, muito lógica. Este é um signo de ar, logo o seu dom único e especial é a tolerância e a compreensão principalmente com as pessoas.

Peixes 20/2 a 20/3 A

sensibilidade são uma característica sua, onde os seus olhos são hipnóticos pois revelam o seu ser, tantas vezes ausente e disperso. Vive muito para o seu mundo, é uma pessoa muito emotiva. Coração bom e cheio de amor, no entanto tem necessidade de se isolar, de tempos em tempos, mas regressa sempre há companhia das pessoas, pois é onde se sente feliz. É um signo de água.


vamos brincar

DEZEMBRO 2018

Poesia Le soir à ma fenêtre sous le ciel de lumière ponctué Me cachant du sommeil m’exposant au froid et au regard des cieux Je contemple les constellations nostalgique de celles de tes yeux Si je regarde le paradis c’est pour tenter de t’y trouver Donnes moi ton âme pour m’y noyer La profondeur de tes yeux pour y rêver Ta chaleur semblable à mille étés pour m’y réfugier Et Ta subtile nudité pour m’aliéner Ma cigarette consume mon corps Et toi tu consumes mon cœur La distance qui nous sépare devient peu à peu insoutenable Et l’envie de se voir peu à peu insatiable Je referais danser ma main sur ta peau Je me reperdrais dans tes cheveux

Quand tu reviendras nous, nous moquerons de l’aube Le jour sera notre nuit et la nuit notre jeu Quand Je t’écris c’est mon cœur qui te parle Ma plume exalte mon âme et la dévoile Quand je souffre elle pleure déversant toute son encre Quand elle pleure combien d’heures j’ai perdu, perdu dans ma chambre Tant de moments abandonnés à l’éternité Tant de rimes inachevées perdues dans un coin de cahier Matthieu DS

45

Vamos Brincar

em Português Ó LÊ E ESCREVE

lá!
 Sou o Alexandre, tenho 13
anos, sou francês, luso-descendente. Vivo
 em França, no departamento das Yvelines, numa agradável cidade chamada Freneuse, à beira do Sena.
Neste espaço vou partilhar contigo o que aprendi e continuo a aprender de uma maneira lúdica: a língua e a cultura dos meus pais e avós acompanhado pela minha mãe que é professora de português. Antes de iniciarmos esta viagem por Portugal em português, gostaria de saber tudo acerca ti: o teu nome, idade, data de nascimento, morada, passatempos, rotina diária e o que tu achares interessante.
Vens viajar comigo? portuguesvivo17@gmail. com PUB

© direitos reservados


46 destinos

DEZEMBRO 2018

Normandia Texto: ALICE BARROS

P

raias, descanso e descobertas a 2 horas de Paris.
Se a primeira guerra mundial poupou o território Normando, não foi o caso da segunda guerra mundial que a atingiu no coração.
A Normandia, como o resto do Norte da França, foi muito cedo ocupada pelos alemães, construindo ao longo da costa o Muro do Atlântico.
As praias de Calvados e

Havre

O Havre e a sua arquitectura única foi inscrita em Julho de 2005 ao património mundial da UNESCO.
Esta vila atípica, fruto de uma história marítima e portuária, decididamente moderna, bem

da Mancha, são escolhidas como lugares onde as tropas aliadas desembarcarão 6 de Junho de 1944. A operação Overlord, fez desembarcar milhares de soldados, americanos, britânicos ou ainda canadianos.
Hoje a lembrança deste episódio da história da Normandia, está ainda intacta e de numerosos museus, memoriais e cemitérios estão abertos ao público.
A agricultura tem um lugar de destaque na economia © direitos reservados

poderia vos surpreender. Inspirado pela sua luz tão particular, Claude Monet, pinta em 1872, “Impression, Solei-Levant”. Um quadro que dará o nome ao movimento impressionista. © viault

Deauville

normanda, principalmente a criação bovina.
Em paralelo cidades como Rouen e Havre, se industrializam e desenvolvem.

© direitos reservados

Rouen

Verdadeira vila museu, à borda do Sena, não deixa ninguém indiferente, com as suas belas casas com ripas de madeira nas suas fachadas (colombades) as ruas pavimentadas e as igrejas góticas. © direitos reservados

Giverny

CONVITE À CASA DE MONET Escala incontornável, GIVERNY, é o berço dos impressionistas. A visitar:
 • Museu dos impressionistas
 • Jardins de Claude Monet
 • Fundação Claude Monet (casa do pintor)
 • A igreja Sainte-Radegonde, onde ao lado no cemitério repousa Monet.

Honfleur

© direitos reservados

Uma das mais bonitas cidades portuarias da Normandia. Uma verdadeira paisagem artística.
No Porto de recreio pode-se ver alguns veleiros célebres ou ainda o veleiro, A Santa Bernardette, um dos mais velhos barcos normandos. © direitos reservados

Mont-Saint-Michel

DESTINO DAS ESTRELAS.
Cidade dos passatempos elegantes e de bom gosto. Estação balnear de renome internacional, sabe cativar os seus visitantes pelos seus

hotéis, casino, SPA...
Palco do festival do cinema americano, a imagem de DEAUVILLE, é com certeza aquela do mundo equestre, das corridas e dos picadeiros.

Originalmente chamado de Mont-Saint-Michel au péril de la mer, a ilha atravessou várias épocas até se tornar o terceiro local mais visitado da França.


destinos

DEZEMBRO 2018

47

CHEQUE 30€00

27 rue Georges Herrewyn

78270 BONNIERES S/SEINE © direitos reservados

Paris

Par tranche de 180€ d’achat

- ESPACE OPTIQUE et CONTROLE DE LA VUE

Offert par

-ESPACE CONTACTOLOGIE - ESPACE BASSE VISION - ESPACE AUDITION

Valable jusqu’au

Chèque de 30€ offert par tranche de 180€ d’achat. Offre non cumulable avec d’autres offres et valable jusqu’au 31 décembre 2018.

CRÉATION L Ambiance conviviale Conseil personnalisé

Coiffeur mixte Paris, a cidade luz, está entre os destinos mais procurados. Todos os monumentos

importantes, lojas, centros comerciais, e ruas se iluminam de mil luzes.

“Viajar! Perder Países!

52 bis rue de Bastiannes 78840 FRENEUSE 01 30 93 25 85

31 décemdre 2018

Shampooing + coupe + brushing REMISE 5€

Ser outro Constantemente!” fernando pessoa Texto: ALICE BARROS

N

atal: O tempo de ver ou de rever cidades vizinhas. Embora não haja Terra como o nosso «jardim à beira mar plantado», há sempre a possibilidade de dar um saltinho a

uma cidade vizinha e saborear durante alguns dias o espírito da descoberta.
“Português Vivo” sugere-lhe a ver ou a rever paragens europeias muito próximas - os clássicos, Paris e Londres, e com especial destaque a região histórica, palco da segunda guerra mundial, a Normandia. © direitos reservados

Londres

2€ de de réduction pour toute prestation

Vous offre 20€ à déduire d’un achat par tranche de 80€

Offre valable jusqu’au 24/12/180€

LE CHEVAL BLANC Quando em 1791, Samuel Johnson, escreveu que “sempre que um homem se cansa de Londres é porque está cansado da vida: porque há em Londres tudo o que a vida pode trazer”, certamente pensava que 226 anos mais tarde a sua

afirmação se manteria actual. Veja-se por onde se veja, a cidade constitui um marco cultural e pode ser visitada sob todos os pontos de vista: militar, lúdica e até comercial.
O melhor é misturar todas estas perspectivas.

Pour un déjeuner,

un apéritif offert 2 Rue Georges Herrewyn 78270 Bonnières-sur-Seine

Tel : 01 30 42 21 24


PUB

DÉMOLUTION – TERRASSEMENT – DESAMINTAGE – MAÇONNERIE

Grands Travaux de Décontamination Spécialisé dans les travaux de désamiantage friable et non friable, ainsi que la dépollution des terres souillées.

Spécialisé dans tout ouvrage de maçonnerie (réhabilitation, pavillon individuel…).

Rue Ambroise Paré – 76360 BARENTIN

Assure la gestion du parc matériel. Spécialisé dans le sciage et carottage de béton armé.

Tél : 02 35 33 71 78

contact@lesueurtp.fr


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.