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Ano 1 • Janeiro 2019 • Jornal Mensal Gratuito
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A arte dos profissionais que fazem os passeios públicos apreciados por todo o mundo.
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EDITORIAL
FEVEREIRO 2019
Editorial
Indíce
Máscaras e Corações
o que se revela e o que se esconde © DIREITOS RESERVADOS
ALICE GERMANO, editora
S
eguindo esta linha de pensamento chego à conclusão que esta dualidade representativa, máscara/coração, não é tão paradoxal como o poderíamos pensar. Segundo o poeta mexicano Octávio Paz: «Enquanto estamos vivos, não podemos escapar de máscaras e nomes. Somos inseparáveis de nossas ficções – nossas feições». Mas como as usamos nós? E como as deixamos cair? Tirando o papel desinibidor, de entretenimento e glamour que o uso universal da máscara pode produzir, permitindo transmitir e, ou viver um conjunto de emoções que de outra forma não seria possível, a definição de máscara pode estar baseada em dois polos: positivo e negativo, dependendo da más-
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cara que procuramos usar quando considerada como uma amostra da outra face do nosso íntimo. Muitas vezes elas são um mecanismo inconsciente de autodefesa, ditas máscaras sociais. Quem nunca se fantasiou de boa nora, marido dedicado, de funcionário feliz? Quem nunca exibiu a máscara da felicidade e o coração a sangrar, tendo ainda de suportar o «carnaval alheio»; as máscaras que muitas vezes se exibem para nós? Outras vezes são mascaras conscientes de dissimulação, de manipulação, de falsidade. Nos relacionamentos, quando esse tipo de máscara está presente, geralmente o estrago é considerável. Um exemplo simples, é a hipocrisia de declarar as mais variadas — e em diversos casos, as mais vazias — juras de amor à alguém, e dar presentes só por ser supostamente o dia dos namorados. Quando amar é dar e receber de uma forma pura e sincera, sempre e em qualquer circunstância! O que mais acontece nesse dia ou em outros similares, são as clássicas frases
piegas, os surtos de carência em redes sociais e por fim, mas não menos importante, a hipocrisia humana que aparentemente não tem fim. A máscara é a nossa parte disfarçada, mascarada... Por vezes a nossa zona de conforto. Despir as fantasias e ser exatamente o que se é e o que se deve ser, é um processo difícil. Tanto que, a nossa máscara pode até cair, e ela cai um dia ou outro, e por vezes com consequências irreparáveis, mas sempre colocamos outra no seu lugar. O homem tem padecido da relutância em deixar cair a máscara do orgulho, a máscara da solidão, a máscara da dissimulação, a da dor solitária, a máscara da falsidade, enfim, todas as máscaras que, se retiradas fossem, permitiriam um viver verdadeiro, humano e feliz. É tempo de tomarmos a decisão de sermos nós mesmos em qualquer situação, procurando ser melhor no essencial. Usar uma máscara impede a nossa transformação, do pseudo-amor para o verdadeiro. É tempo de AMAR sem máscaras!
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Confraria do Butelo e da casula
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Grande Entrevista
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Amour e Glamour
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Festa 100% Brasil
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Regiões – Açores
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Divulgação e promoção das iguarias que lhe dão o nome e demais produtos gastronómicos
João Pina, coração de ouro, sorrisos e gratidão. “Ver os outros felizes também me faz muito feliz”.
Portugal no Salão Maison & Objet 2019
Festa no hipódromo Paris-Vincennes
O Arquipélago das nove ilhas. Uma região autónoma de Portugal no meio do Atlântico
Caderno suplementar – Pedras A importância na nossa cultura. Material dos lápis de outros tempos, na resolução de operações de aritmética em lousa de ardosia.
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Atualidades
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Literarte Brasil
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Região de Tours
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Associações
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Destinos
O carnaval em Portugal com uma longa tradição com raízes milenares
Festival das letras com assinatura em Português por Leonardo Tonus
ACP - 52 anos de história. Emigrantes portugueses em Tours formam um club de futebol que mais se destaca na atualidade na região.
Movimento associativo em destaque
Paris Medieval, a história de uma capital real.
FICHA TÉCNICA Propriedade: Português Vivo – Associação cultural, recreativa e de lazer; registo na Bibioteca nacional com o n° 441009/18; SEDE 15 Rue de l’eau – 78840 FRENEUSE – FRANCE; CONTACTOS – E-mail: portuguesvivo17@gmail.com / Telefone +33 1 34 78 35 37; PRESIDENTE João Germano (E-mail: joaogermano61@gmail.com / Telefone +33 7 58 37 73 79); DIRECTORA Alice Barros (E-mail: alice.barrosgermano@gmail.com / Telefone +33 6 04 45 04 21); NOME DA PUBLICAÇÃO: Português Vivo; PLANIFICAÇÃO GRÁFICA: REDACÇÃO João Silvestre (Telefone +351 937 405 029); COLABORADORES: Jorge Campos, Nuno Pires, Ana Pestana, Joana Verissímos, José Vaz, Cristina Torrão, Matthieu Dos Santos, Alexandre Dos Santos, Helena Abreu Ferreira, Paula Francisco, Rachel do Vale, Artur Barth, Elisabeth Piquet, Benjamin Tricotaux, José Barroca, Silvania Alves; Paginação e Grafismos: Cátia Mingoyte e Manuel Gomes; Tiragem média: 10.000; Periodicidade: Mensal; Preço de Capa: Gratuito; Impressão Nacional: Unipress - Centro Gráfico, Lda, Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo - Vila Nova de Gaia – Porto. O Jornal “PORTUGUÊS VIVO” declina toda a adesão ideológica, politica e responsabilidades legais. Assim, todos os artigos (opiniões emitidas e teses expostas) serão sempre, exclusivamente, da inteira responsabilidade dos seus signatários.
04 OPINIÃO
FEVEREIRO 2019
O Entrudo, os latos,
os caretos e os casamentos…
NUNO PIRES
F
alar ou escrever sobre o Entrudo, os latos, os caretos e os casamentos, levame a recordar um passado rural com que me identifico, que vivi com VIDA, entusiasmo e alegria exercida. Vivências da meninice, da adolescência e da juventude, que não esqueço, porque no seu encanto me fizeram sonhar, dormir, viver e acordar, sentindo a vida de forma partilhada, nos múltiplos aspetos do ciclo social, pessoal ou familiar, em que só a experiência potencia uma profunda introspeção reflexiva. Na verdade, os tempos eram outros. Por sinal, bem diferentes dos que agora se vivem. Tempos idos, em que as circunstâncias da vida nos “obrigavam” a ser diferentes, mais próximos e personalizadamente mais interativos entre as “nossas” gentes. Sobretudo numa aldeia como a minha, para a qual chegámos a reivindicar, na sede de concelho/distrito, através de uma inédita manifestação, es-
trada, água, luz, pois o isolamento era deprimente. Mas, como a minha, havia muitas outras, infelizmente. Era, com efeito, num contexto de transversal e inconsciente constrangimento, inserido no espaço e no tempo, que sustentadas na mais genuína e pura tradição, as atividades inerentes ao Carnaval e às demais, entusiasticamente se desenvolviam e alegremente aconteciam, sobressaindo o talento com o acontecimento. Sem nada mais que nos distraísse, mergulhávamos no exercício das nossas tradições, cultivando o imaginário sustentado em anteriores gerações, procurando evidenciar a pura fantasia que nos ajudava a entusiasmar e alegrar na preparação do Carnaval e no próprio dia. Isto, tendo em conta que o Carnaval é uma oportunidade interessante para “descarregar” emoções, pensamentos e sentimentos, cultivando o disfarce disfarçado para dar a cara, quando mascarado. Para dar vida à vida, depois de um período de tempo cinzento, frio e carregado. Para arejar, com a primavera a chegar, exaltando-se as tradições culturais e até gastronómicas de cada povo. Neste meu pensamento, retroativo no tempo, quando nas aldeias não havia
© DIREITOS RESERVADOS
máscaras à venda, em que cada um construía a sua com materiais diversos, como expoente da criatividade, nos palheiros se faziam os Entrudos com roupas velhas, enchidos com palha, não lhe faltando referências e atributos para que na sua apresentação pública se apresentassem farfalhudos… em tudo!... Em que jamais se apresentaria um Entrudo importado, pois não havia dinheiro para o mandar fazer noutro lado. O Entrudo tinha a identidade de quem o idealizava, o construía e o enquadrava no contexto cultural da localidade. Até porque não seria bom virem de “fora” os
Entrudos para se colocarem às portas das solteironas da terra. Bem bastavam os “Entrudos” que teimavam em se pavonear mascarados, por terras com as quais não se identificavam, nem nunca foram identificados. Mas se o Entrudo era o centro das atenções no dia de Carnaval, não é menos verdade que o ato de tocar os latos, no período de tempo que o antecedia, fazia parte do ritual. Ainda me lembro, de andar de noite, nas rondas, tocando os latos pelas ruas da minha aldeia e das circunvizinhas, com lama e pedregulhos, mas que mesmo às escuras não constituíam
obstáculos. Tratava-se de uma verdadeira festa quando surgíamos, inesperadamente, no silêncio da noite, tocando ruidosamente os latos nas aldeias vizinhas com requintada afinação e vaidade. Claro que, numa outra noite, não faltaria a reciprocidade, assim convivia a mocidade. No final de cada ronda, não faltava a grande fogueira no largo da aldeia, à volta da qual se comia e bebia em conformidade e de alma cheia. Porém, para encerrar o ciclo carnavalesco, não poderia faltar o ritual dos casamentos, em que as moças solteiras mais prendadas da terra, dotadas e extravagantes eram motivo para grandes ajuntamentos metaforicamente amorosos. Uma vez mais, as fogueiras eram pontos de reunião para se combinarem os casórios arregimentados com muito apurado sentido satírico, de humor e diversão. Depois, recorrendo aos “imbudes”, para que os protagonistas da voz se fizessem ouvir de um lado para o outro da terra, lá eram “cantados” os casamentos com as raparigas à escuta aguardando ansiosamente por esses momentos. Sem dúvida que o Carnaval de antigamente era diferente, mais genuíno e afectuosamente divertido para a gente, outra gente!...
LIVRO NUNO PIRES “Espelho Publico” Com o gosto enraizado desde sempre pela escrita, e acompanhado do sonho de escrever um livro, Nuno Pires, tirou da gaveta os escritos, que ao longo do tempo foi divulgando, através de jornais e outros meios de comunicação, opiniões e
sentimentos que sempre defendeu com arrojo e fervor, como o próprio título deste livro tão a propósito, por si só já o mostra; toda uma vida em prol das causas sociais, com um sentido critico construtivo, não sendo ele o professor e educador que é. Rodeado daqueles que o admiram, incentivaram
e sempre viram nele esta capacidade, para além de outros que o vieram descobrir na apresentação deste sonho em papel, o salão da “Fundação OS NOSSOS LIVROS” de Bragança, acabou por se tornar muito pequeno para tanta gente que se dignou a assistir. Fazemos nossas também,
as palavras do Dr. Teófilo Vaz, Director do jornal “Nordeste”: «Felicito o Professor Nuno Pires por esta compilação de capítulos cheios de saber e faço votos para que estas páginas de reflexão sejam muito proveitosas, estimulantes e de esperança para todo o povo do Nordeste».
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06 CULTURA
FEVEREIRO 2019
A propósito da… Confraria
do Butelo e da Casula © DIREITOS RESERVADOS
Texto: Nuno Pires
A
Confraria do Butelo e da Casula tem como principal objetivo, a divulgação e promoção das iguarias que lhe dão o nome de demais produtos gastronómicos locais, sustentando, também, a sua ação no âmbito dos valores educativos, sociais e formativos. Surgiu no seio de um grupo de duas dezenas e meia de amigos, que se juntavam, regularmente, para confraternizar gastronómica e socialmente. Depois de algum tempo a realizar esse tipo de confraternizações mensais, despontou a ideia de levar por diante a criação de uma associação que potenciasse a promoção da gastronomia local e dos produtos da terra associados, da qual decorreria a divulgação positiva, transversal da região. Foi a partir dessa ideia que emergiu a possibilidade de criação de uma Confraria. Apresentados e discutidos alguns nomes, ficou deliberado que se viesse a designar como Confraria do Butelo e da Casula, porquanto, além de constituir uma das ementas mais degustadas no seio do grupo, se trata de dois produtos gastronómicos singulares no país, na altura algo esquecidos, mas considerados como uma iguaria típica da região da Terra Fria Nordestina Transfronteiriça. Não havia, no passado como agora, casa nordestina, sobretudo no meio rural, em que, em dias frios, quando, por exemplo, a neve cobria os povoados, não se colocasse o pote ao lume para cozer o butelo e as casulas. Assim sendo, com entusiasmo coletivo foram desen-
Nuno Pires (Confrade-mor), Fernando Fontente e Benjamim Rodrigues
volvidos os necessários procedimentos administrativos legalmente instituídos, no sentido de se constituir, oficialmente, a Confraria do Butelo e da Casula. Procedeu-se, pois, à realização do ato de escritura pública, assinada pelos vinte e cinco Confrades Fundadores, que teve lugar, no dia 06/01/2011, na aldeia de Baçal, terra rural do Abade, que dá o nome ao Museu mais importante da cidade de Bragança e um dos mais conhecidos do país. A partir da constituição, a Confraria tem desenvolvido diversas atividades de promoção e divulgação do Butelo e da Casúla, associando também outros produtos gastronómicos, a cultura, os recursos naturais e turísticos do Nordeste Transmontano, que no país quer no estrangeiro. Decorrente da criação da Confraria surgiu, na capital nordestina, primeiro o Fim de Semana Gastronómico do Butelo e da Casula e, depois, o já institucionalizado Festival do Butelo e da Ca-
sula, realizado, anualmente, no período de Inverno, por altura do Carnaval. De entre outras atividades, de significativo interesse no contexto em que a organização se insere, destaca-se a deslocação a Paris, onde, durante um fim-de-semana, uma comitiva de mais de três dezenas de Confrades, promoveu a gastronomia e a região nordestina. Nesta deslocação, para além de outros contactos, de que se
destaca uma visita guiada à Câmara de Paris, orientada pelo no compatriota, Hermano Sanches (destacado membro da gestão desta instituição, relacionado com os assuntos europeus) teve lugar uma festa/jantar de Confraternização com a tradicional ementa de Butelo com Casulas na qual participou mais de uma centena de emigrantes, numa associação luso-francesa. De salientar que a Câmara de Paris, abriu as portas
para proporcionar uma visita guiada dos confrades, num sábado, em exclusivo. Na sua atividade, além dos convívios gastronómicos, nos primeiros seis anos mensalmente, é de realçar a colaboração com outras organizações congéneres, instituições públicas e privadas, sobretudo Câmara Municipal de Bragança. Sendo vinte e cinco os fundadores, nesta altura conta já com cerca de uma centena de Confrades, oriundos dos mais diversos meios sociais, culturais e profissionais, tendo como requisitos necessários para a inclusão, gostarem de degustar Butelo com Casulas e serem detentores de valores no âmbito da idoneidade, urbanidade e solidariedade. É precisamente no âmbito do espírito de solidariedade e de disponibilidade para desenvolver atividades no domínio da valorização da imaterialidade dos afetos e da relação com “outro” que foi promovido um inédito Jantar, designado como solidário, junto da comunidade prisional brigantina. De referir que, internamente, a refeição se designa por “CENA”, o ato de comer, por “Manducar”, o espaço onde decorrem as refeições “Cenáculo”. O presidente da Direção, designado por GrãoMestre, o presidente da Mesa da Assembleia-geral, Confrade-mor, o presidente do Conselho-Fiscal, Vedor Mor, e o responsável pelas cerimónias, Preceptor-Mor. Como nota final, importa salientar que, desde a fundação da Confraria, o preço do kg de casulas já triplicou, com um exponencial aumento da procura, extensiva, também ao butelo.
CULTURA
FEVEREIRO 2019
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Antologia de Autores © DIREITOS RESERVADOS
Texto: Nuno Pires
P
Arthur BartH desde muito cedo mostrou aptidões para desenho, e seguiu os estudos nessa perspectiva. Depois do ensino básico, matriculou-se na Escola Artes Gráficas na cidade do Porto. Ali frequentou o curso de Desenho Gráfico. Pretendia
António Maria Mourinho “ Procurarei descrever pobremente a nossa Fé …”
Bento da Cruz “Hoje não faltam, por este Barroso fora, boas terras de poulo”.
António Cabral “Ia para o campo sempre com alguma coisa na mão…”
Fernão de Magalhães Gonçalves “grão a grão comeremos a romã …”
Amadeu Ferreira “ Como vês, coisas de mulheres, muito mais capazes de entender a divina poesia …”
“… deixam um rasto luminoso por onde passam …” Miguel Torga, Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa / Hirondino Isaías / Armando Palavras / Manuel António Gouveia / José Bernardo Mendes de Carvalho Amaral / Joaquim Calheiros Duarte / Ana Luisa Pires Monteiro / José Carlos Barros / António Afonso / António André Pinelo Tiza / Fernando Calado / Hirondino da Paixão Fernandes / Luís Vale / Rosalaia Vargas / Virgílio Nogueiro Gomes / Edite Estrela / Fernando Alberto Gouveia / Gilberto António Pinto / Gilda Santos/ Luis Fernandes / Maria Otília Pereira Lage / Isabel Cerqueira /Jorge Valadares /Maria da Assunção Anes Morais / Norberto Cardoso / António Vermelho do Corral / Tomasa Borja Sánchez / Carla Alexandra Ferreira do Espírito Santo Guerreiro / João Conde Rodrigues / José Veríssimo / Manuel Augusto Calvo Pires / Óscar Manuel de Castro Veríssimo / Teresa Almeida Subtil / Fernando Branco Marado / Maria Estela Guedes / Maria Otelinda da Conceição e Costa / Adriano Moreira / António Manuel Pires Cabral / Cláudio Amílcar Carneiro / Cristina Torrão / João de Deus Rodrigues / Manuel Cardoso / Carlos Alberto Pinto Proença / Bernardino Vieira de Oliveira / Adelaide Monteiro / António Bárbolo Alves / Balbina Mendes / Faustino Ramos Antão / Jorge Castro / Fernando de Castro Branco / Ana Bárbara de Santo António / Bernardino Henriques / Cátia Barreira / Eduardo Eugénio Botelho / Ernesto Rodrigues / Eurico Carrapatoso / Henrique Pedro / Joana Gonçalves / Jorge Joaquim Lage / Jorge Sales Golias / José Fernando Lopes Monteiro de Morais Carrapatoso / José Manuel de Lemos Pavão / Lucília Verdelho da Costa / Maria Augusta Ribeiro / Odete Costa Ferreira / Silvino Potêncio / Virgílio Tavares / Antero Augusto Neto Lopes / António Joaquim Lopes Fortuna / António José Sarmento Felgueiras / António Pimenta de Castro / J. Rentes de Carvalho / Abílio Bastos / António Carneiro Chaves / António Lourenço Fontes / Barroso da Fonte / José Dias Baptista / Dinis Serôdio Lopes da Costa / Donzília Martins / Isabel Maria Fernandes Alves / Jorge dos Santos / Manuela Maria Alves Morais / Manuel Igreja Cardoso / Álvaro Leonardo Teixeira / António Sá Gué / Carlos Carvalheira / Carlos d’Abreu / Carlos Seixas / Isabel Maria Fidalgo Mateus / Jorge Abreu Vale / Maria Gentil Pontes Vaz / Maria Idalina Alves de Brito / Paulo Cordeiro Salgado / Tiago Patrício / José Augusto da Costa Pereira / António Correia / Henrique Pinto Rema / Joaquim Correia Duarte / Alexandre Parafita / António Manuel Felícia Rebelo Teixeira / José Emílio Esteves da Silva / Alberto Correia / José Gaspar Pombo / Abel Luiz Fontoura Moutinho / Ernesto Salgado Areias / Mafalda Moutinho / Manuel António Pires Brás / Raquel Serejo / António Modesto Navarro / Maria Delfina Correia Carvalho / Manuel Fernando Carvalho da Silva / Rui José Correia de Carvalho / Maria Cristina Quartas / José Paulo Francisco / Manuel dos Santos Ferreira / José Hermínio da Costa Machado / Manuel José Carvalho Martins / Adérito Silveira / António Francisco Caseiro Marques / António Passos Coelho / Guida Nunes / Hélder Abílio Gomes Palavras / Joaquim Ribeiro Aires / José Augusto da Silva Vieira / Maria dos Anjos Pires / Maria José Quintela Claro da Fonseca / Maria Olinda Rodrigues Santana / Lorenzo Bordonaro / Paula Maria Seixas Oliveira / Flávio Vara / José Augusto Coelho / Manuel Veiga / Teófilo Minga / Armando Fernandes / Carlos Ademar / Jorge Luís Borges / João de Lemos Seixas Castello Branco / Monteiro Ramalho / Nuno Álvares Pereira da Conceição Nozelos / Abílio António Ferreira Gomes / Carlos Manuel Veiga Araújo Sambade
Camilo Castelo Branc “ Acaso falávamos um estradas pitorescas, l abismos alcantilados Trás-os-Montes…”
Eça de Queirós “ …entrou esmagand uma terrina a fumega
COORDENADA POR ARMANDO PALAVRAS
Miguel Torga “Começa em pedra e água, e acaba em pedra e água”.
ANTOLOGIA DE AUTORES TRANSMONTANOS, DURIENSES E DA BEIRA TRANSMONTANA
or ocasião do IV Congresso de Trás -os-Montes e Alto Douro a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro (CTMAD) editou uma Antologia de Autores oriundos dos 35 concelhos que compõem a Região de Trás-osMontes e Alto Douro. O objetivo principal desta Antologia foi a de divulgar a biografia de vários autores onde uns são mais conhecidos, nomeadamente, o Professor Doutor Adriano Moreira, Edite Estrela, Pires Cabral, Barroso da Fonte, Jorge Lage, Fernando Calado e Hirondino da Paixão Fernandes, etc., e outros menos conhecidos, como por exemplo, Jorge Valadares, João de Deus Rodrigues, Ana Luísa Monteiro e Abel Moutinho. Esta Antologia tem 926 páginas, participam 144 autores e é já considerada a maior Antologia de Autores alguma vez lançada em Portugal. A obra em questão foi coordenada pelo Professor Doutor Armando Palavras e tem a participação especial do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, sua Ex-
Trindade Coelho “Sei cantigas misteri
Guerra Junqueiro “Como vão ligeiros, a reboque, …”
Francisco Manuel Alv Abade de Baçal “ Baçal, à sombra d’u curtinha junto à minh
João de Araújo Corre “ O espirito provincian a delírios de grandez atenta no valor de mu humilde”.
Edição: Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa
Hirondino Isaías e Nuno Pires
celência o Presidente da República, onde se assume como Transmontano de coração. Os textos são inéditos e falam um pouco de tudo sobre a Nossa Região. A Antologia está ilustrada com fotografias de Luís Felgueiras de Mogadouro. Presentemente, a Antologia tem sido lançada em cada um dos concelhos da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro à medida que
seguir Bela Artes, mas a sua situação financeira impediu, e foi durante dois anos estudante e trabalhador para que pudesse pagar os estudos. Procurou emprego na área correspondente ao curso, e quis o destino que se liga-se a desenho técnico, desenhando moldes e ferramentas para componentes plásticos e em metal. Trabalhou como desenhador projectista em empresas metalúrgicas. Actualmente já livre dessas responsabilidades quer voltar a encontrar o que deixou na sua juventude. O prazer de pintar.
as Câmaras Municipais vão adquirindo 25, 50 ou mais exemplares. Esta obra já foi apresentada em Figueira de Castelo Rodrigo, Lagoaça, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Montalegre, Vimioso, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Miranda do Douro. Além disso, esta Antologia pode ser adquirida na Livraria Rosa D´Ouro em Bragança, Livraria Cavaleiro de Macedo de Cava-
leiros e na Livraria de Freixo de Espada-à-Cinta. Esta obra também pode ser encomendada diretamente à CTMAD (T.: 217 939 311). Em 2020, a CTMAD pretende lançar uma outra obra com o título “Autores Transmontanos e Alto Durienses – Presente e Futuro da Região” onde é lançado um desafio aos autores, que serão indicados pelos Municípios da Região,
para escreverem sobre o Presente e Futuro da Região. Esta obra será lançada durante a realização do V Congresso de Trásos-Montes e Alto Douro, que terá lugar em Mirandela nos dias 22, 23, e 24 de Maio de 2020, onde os autores convidados podem apresentar as suas propostas, ideias e opinião sobre o Presente e Futuro da Região.
08 GRANDE ENTREVISTA
FEVEREIRO 2019
JOÃO PINA
Coração de ouro João Manuel Nascimento Pina, empresário, e administrador de um grupo de 6 empresas, o grupo “Pina Jean”, com sede em França. Tem 51 anos, é pai de três filhos e avô de uma menina com 3 anos. É casado em segundas núpcias com Rosa Sanchez, uma cidadã espanhola, que para além de também ser administradora da empresa, é artista plástica e corrobora com as causas sociais do seu marido, em especial, as que diretamente dizem respeito às crianças e Idosos. Texto: ALICE BARROS
J Entrevista e fotos: ALICE BARROS
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oão Pina nasceu na Aldeia dos Trinta, embora sempre tenha vivido na aldeia dos Meios. Pequena aldeia situada a cerca de 13 km da Guarda. Os Meios tinham como actividade principal os lanifícios (fiação e tecelagem), nomeadamente, o ex-libris da nossa Região, o “Cobertor de Papa”. Teve uma infância feliz naquele “cantinho” que João Pina considera o melhor do mundo. Ar puro, aromas únicos e o seu cantinho de silêncio, o rio, o seu confidente, onde ria e por vezes também chorava. Ainda hoje quando vem a Portugal, habitualmente de 2 em 2 meses e sempre que o tempo lhe permite, vai encher o “peito de ar” e guardar na “memória” os tempos passados, naquele espaço que considera como “SEU”. As suas iguarias preferidas são o genuíno “queijo
Serra da Estrela”, uma boa chouriça assada na brasa acompanhada com o melhor pão do mundo, o da Freguesia de “Trinta”. Ainda muito jovem tomou a decisão de emigrar. O que o levou a tomar essa decisão? O meu primeiro verdadeiro emprego foi com a tenra idade de 13 anos e 10 meses! Fui de bicicleta à Guarda pedir trabalho e comecei logo no dia seguinte. Trabalhei nas obras e depois na área dos lanifícios. Fui à procura de uma vida melhor. Emigrei com 19 anos. Já era pai e tinha que conseguir ganhar mais, enfrentar “novos e difíceis” desafios. Fui de carro numa longa viagem... com um “passador”, à procura de “aventura no desconhecido” tendo aparecido de surpresa em casa de um tio paterno.
GRANDE ENTREVISTA
FEVEREIRO 2019
Como foram os primeiros anos de adaptação à nova vida num país diferente? Como qualquer emigrante…, nunca é fácil deixar o Seu País, as Suas origens. A Língua era outro dos entraves à adaptação. As coisas na altura não eram como são atualmente. Porque nunca esqueci essas dificuldades de integração, ofereço aos meus funcionários, grande maioria oriundos da minha terra, aulas de francês. Infelizmente na altura não havia internet, GPS, Google Tradutor, não havia as tecnologias de hoje…. (risos). Rapidamente se tornou dono do seu destino profissionalmente! Alguma característica em si o levou a isso? Considero que fui um resiliente. Passado pouco mais de 3 meses de chegar em França, nos arredores de Paris, comecei a trabalhar por “conta própria”, com um pequeno negócio na área da construção. Relembro que iniciei com pouco mais de 13 anos a trabalhar nesta área. Segundo diziam os meus primeiros clientes, “trabalhava bem e rápido”. Tentei isso sim, dar sempre o melhor de mim. Tinha vontade de vencer, persistência e acima de tudo, acredito no trabalho, trabalho duro. Sim
também trabalhava aos fins-de-semana… a palavra “sucesso antes do trabalho só existe no dicionário” como se costuma dizer. Ainda hoje me levanto todos os dias às 5 da manhã para acompanhar os meus empregados trabalhando lado a lado. O exemplo vem de cima e eu não quero ser o “chefe”, mas sim o Líder que os acompanha nas vitórias, mas essencialmente nas dificuldades. Aliado ao seu empenho profissional passou a ter um papel fundamental na ajuda ao próximo. Qual foi o factor detonador que o levou a colocar sorrisos nos mais necessitados? O isolamento, a pobreza e também a falta de carinho e os sorrisos das “gentes” da minha terra, em especial dos idosos e crianças institucionalizadas. Em França a situação é quase igual, o dia-a-dia atarefado faz com que não se veja o que se passa mesmo “juntinho a nós”; gente que não tem pão para comer. Esta, é a realidade de muita gente ainda. Sabe, tive uma altura muito má na minha vida, não o escondo, nunca o farei, quando fui para Paris. As ruas da “cidade Luz”, os seus encantos;
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“
Compreendi que quanto mais ajudamos, mais a “Virgem de Fátima” me ajuda. O meu “Santuário” situado no jardim de minha casa é o meu refúgio em França. Coloquei cada uma daquelas pedras...
”
quase me destruíram … tive um acidente grave, muito grave mesmo, fui atropelado. Fiquei em coma e toda a gente julgava que eu ia morrer. Felizmente, uma semana depois estava a sair do hospital sem qualquer sequela! E quem me
ajudou!? Nossa Senhora! Tenho a firme convicção. Desde essa altura que nem mais uma gota de álcool bebo. Nossa Senhora foi e é a minha grande proteção. Compreendi que quanto mais ajudamos, mais a “Virgem de Fátima” me ajuda. O meu “Santuário”
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situado no jardim de minha casa é o meu refúgio em França. Coloquei cada uma daquelas pedras... Escolhi a Imagem mais bonita para nos ajudar, a mim e à minha família. Todos os dias de manhã e à noite converso com a minha protetora. Sou grande devoto de Nossa Senhora de Fátima. Cada vez que vou a Portugal é visita “obrigatória” ir ao Santuário de Fátima, ou na chegada ou no regresso. Não sei explicar o que sinto nesse espaço sagrado. Não vou pedir-lhe nada, vou agradecer-lhe o que por mim tem feito. O que espera receber dando? Sorrisos e gratidão. Tão somente isto! Ver os outros felizes também me faz muito feliz a mim. Acha que doar é uma questão de querer? Sim é. Há muita gente que pode ajudar o “outro” e não o faz, por egoísmo, porque não sabe sorrir, logo não entende o motivo dos sorrisos no rosto e principalmente no olhar dos outros. “Os olhos são o espelho da alma”. Quais foram as ações que empreendeu e quais as entidades que mais beneficiaram da sua solidariedade? Este Natal teve para mim um significado muito
10 GRANDE ENTREVISTA especial, reuni cerca de 200 pessoas para que o Natal “brilhasse” de forma mais intensa. Foi uma campanha desgastante para mim e para a minha família. Com o apoio de uma transportadora da Guarda, Transportes Bernardo Marques, foram centenas, as caixas de brinquedos, roupas, chocolates, CD´s. O dinheiro angariado serviu para a compra de alimentos que foram ofertados à Loja Social, “Mão amiga”, gerida pela Freguesia da Guarda, para Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, dois concelhos do Distrito da Guarda e para Mangualde. Foram oferecidos cerca de 120 cabazes com todas as iguarias de Natal; bacalhau, azeite, bolo rei… Como lhe referi, tentei despertar nessas, cerca de 200 pessoas, entre entidades oficiais, políticos, cidadãos particulares, a vontade de ajudar e consegui! Não posso deixar de referir aqui; o Centro de Dia e Lar de Idosos de Santana de Azinha, que foi um parceiro ímpar na recolha de bens, o apoio inexcedível de Filipe Pereira e família da “Lusibanda”, um amigo de sempre, o Dr. Victor Gil, homem sobejamente conhecido pela comunidade lusodescendente, o meu amigo José Rego que coloca produtos portugueses nos “quatro cantos do Mundo”, e que conseguiu arranjar azeite, bacalhau, queijo e vinho, o cantor Guardense sobejamente conhecido, Luiz Filipe Reis, o Senhor Cônsul de Portugal em Paris, e o meu amigo Victor Alves, funcionário europeu. Bem, não continuo senão a lista seria enorme. A ideia de que se eu posso ajudar outros também o poderão fazer foi plenamente atingida. Qual o projeto em que esteve mais envolvido e que mais satisfação lhe deu? Todos sem exceção. Cada projeto é único e
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são dezenas e dezenas deles. Para citar alguns: A Vinda de um Comitiva da Guarda a Paris no 10° bairro, empresários acompanhados do Senhor Presidente da Câmara da Guarda, com intuito de estabelecer laços comerciais entre empresas da Guarda e de Paris, a cerimónia no Outeiro de S. Miguel na Guarda, instituição para a qual ofereci computadores e livros, e no qual as crianças como forma de gratidão cantaram a “Pedra Filosofal” de António Gedeão, o jantar de Natal que ofereci na Sua totalidade, a mais de 400 pessoas na Guarda e as minhas dádivas aos Reclusos do Estabelecimento Prisional da Guarda. Recordarei para sempre a Nossa Senhora que me ofereceram, a qual foi elaborada por estes reclusos, cuja a vida lhe retirou o sorriso e a liberdade. Recebi no Natal do ano passado uma mensagem de uma jovem mãe a solicitar que ajudasse a concretizar o sonho de Natal do seu filho; possuir um computador/tablete, com teclado em silicone, pois o jovem, é portador de deficiência, num corpo franzino, mas os familiares não lho podiam oferecer. Não pensei duas vezes e ofertei a esse jovem o computador e à restante família alimentos para o Natal. O sorriso no olhar do jovem Rubem foi muito especial para mim, concretizei o sonho deste jovem e como por várias vezes já referi, o meu lema de vida e das minhas empresas é de que “o sonho comanda a vida”.
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A parceria com a Casa “ do Benfica da Guarda tem
cláusulas de cariz social – recolha de alimentos, concretizar sonhos levando ao “Estádio da Luz” jovens institucionalizados e idosos.
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A parceria com a Casa do Benfica da Guarda tem cláusulas de cariz social – recolha de alimentos, concretizar sonhos levando ao “Estádio da Luz” jovens institucionalizados e idosos. Outro dos projetos que ambicionava há muitos anos e que pela primeira vez em Paris, foi firmado com o meu total empenho e envolvimento, um protocolo de colaboração entre duas Instituições, uma portuguesa e outra francesa que acolhem cidadãos portadores de deficiência. Numa visita a Portugal fui abordado pela CERCIG – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda com o intuito de custear as despesas de transporte em Paris do grupo constituído por 16 elementos que se deslocou à capital francesa numa visita de Lazer. Uma experiência única para estes jovens tão especiais. Mais uma vez aceitei
este pedido ou não fosse uma associação muito peculiar. Para além desta ajuda, desdobrei-me em contatos para que fosse concretizada uma aspiração de longa data. Estabelecer um protocolo com uma associação congénere de Carrièressur-Seine, a “Esat la Roseraie”, protocolo assinado, que contou com a dedicação do Diretor da Associação, Mr. Luc Pallier e que contempla a visita à Cidade mais alta de Portugal ainda este ano. A assistir a este ato estiveram presentes o Senhor Cônsul Geral de Portugal em Paris, António Moniz, que uma vez mais me deu os parabéns pelos meus atos solidários e pela forma exímia de como promovo a minha terra Natal. O Presidente da Câmara de CarrièresSur-Seine, M. Arnauld de Bourrousse associou-se também a este momento e propôs inclusivamente, criar uma relação de geminação com a Cidade da Guarda, situação que expus pessoalmente
ao Senhor Presidente da Câmara da Guarda. Estiveram também presentes os Rotários do “Rotary Club de HouilleBezons-Sartrouvile”, os dirigentes e utentes das duas instituições, num total de cerca de 130 pessoas. O protocolo foi assinado pelos Presidentes das Instituições envolvidas, José Igreja e M. Reiter e por mim. O que eu proporcionei aos utentes da CERCIG, recebi em dobro da parte deles, em carinho, em afeto e acima de tudo, por ver tantos sorrisos estampados nos rostos de pessoas tão especiais. Certamente que o Passeio em “bateaux mouche” ficará para sempre na memória destas pessoas. Em Paris, continuarei no seguimento do protocolo firmado no ano passado, a ser sponsor da Casa do Benfica em Paris – sports 78, cujo o logotipo da minha empresa, está impresso no equipamento destes jovens jogadores de futsal. Desporto é saúde, assim considero. Dou apoio a cantores lusodescendentes, recebo-os inclusivamente na minha casa, ajudo na divulgação dos seus discos, das suas atuações... Fui sponsor da vinda do artista português “Emanuel”. Este conhecido artista atuou pela primeira vez na Cidade de Havre. Uma honra poder proporcionar um momento de música popular portuguesa a milhares de lusodescendentes. Bem… muito e muito mais haveria para contar... ficará para uma nova entrevista. (risos) Hoje nas homenagens que lhe são merecidas verificamos que a guarda está no seu coração. É uma inclinação natural para com os seus ou são para todos os que lhe batem à porta? Por ambas as situações. A Guarda e as suas gentes fazem parte das preocupações do meu
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dia-a-dia. Na minha humilde opinião, não são os prémios que fazem o Homem, mas o Homem que faz os prémios, através da prática de boas ações. Não almejo um prémio, mas talvez almeje um lugar no céu! (risos). Há, contudo, homenagens que marcam. Como por exemplo, a medalha municipal que me foi atribuída pela Autarquia da Guarda, em 2017, o descerrar do meu busto no fim do mês de janeiro, os votos de homenagem das Assembleias camarárias e de freguesia, os desejos efectuados pelas crianças, … já foram dezenas e estão todas bem guardadas, em minha casa e no meu coração. Não esqueço o sorriso do olhar, e transmiti esta minha alegria à equipa da TVI, televisão portuguesa que fez uma reportagem na minha aldeia, conheceu a minha escola primária, falou com a minha mãe.
Posteriormente estive em direto na “Tarde é Sua” da Fátima Lopes. Mais um momento especial da minha vida. Como concilia a dádiva de si às causas em que se envolve com as necessidades da sua família e do seu trabalho? Sei que falho muito com a minha família, no meu último aniversário, por exemplo, o dia coincidiu com a entrega dos bens de Natal. Não estive com a minha família, com a minha esposa, com os meus filhos. Sinto que ficaram tristes por tal ter acontecido e já não é a primeira vez. No dia a dia, no meu trabalho, é também por vezes muito difícil conciliar ambas as coisas. Com perseverança tudo se consegue, embora admita que nem sempre é fácil. Há 20 anos que ajudo os que mais precisam. Sabemos que editou uma autobiografia. Qual foi o objetivo desse livro?
A ideia do lançamento da biografia surgiu em conversa, há cerca de 4 anos, em jeito de brincadeira, com a autora Elisabete Dente e que se tornou uma realidade. Este livro mostra a minha parte mais desconhecida onde relata episódios da minha vida menos agradáveis, como o acidente grave que já referi, bem como alguns problemas com o álcool. Quis ser o mais honesto possível, não quero que as pessoas vejam em mim só as partes positivas, também falhei, também falho; sou humano. A minha biografia, foi apresentada num dia muito especial, dia 13 de outubro, na Quinta de Santo António, em Maçainhas, na Guarda. Esta biografia, Jean Pina – de Sonhador a Promotor, contou com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, naquela que foi a sua primeira saída, enquanto Secretário de Estado, e onde estiveram presentes, cerca de 600 pessoas. Foi uma cerimónia emotiva em que cada
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Não esqueço o sorriso do olhar, e transmiti esta minha alegria à equipa da TVI, televisão portuguesa que fez uma reportagem na minha aldeia, conheceu a minha escola primária, falou com a minha mãe.
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“pormenor” foi pensado com rigor. O livro esgotou em pouco mais de 3 meses. Parte das receitas do livro, bem, ou quase todas reverteram para entidades de beneficência, como a ASTA, Loja Social Mão Amiga e Santa Casa da Misericórdia de Paris. Foi um sucesso! O livro, também foi apresentado em vários pontos da
Europa e na televisão. Foi dos momentos mais marcantes da minha vida, penso que nunca se viu tanta gente numa apresentação de uma biografia. (risos) Sendo um empresário de sucesso, ativo e empreendedor que projetos ainda não realizou e que gostaria de ver concretizados?
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Ainda há tanta, tanta coisa para fazer! E cada vez que ajudo há sempre mais uma razão para continuar a ajudar! Uma criança que chora de fome, um mendigo sem pão, um invisual que precisa de uma mão para atravessar a estrada, etc... No seguimento do protocolo firmado com o IPG, serão atribuídas 3 bolsas de estudo a novos
Como dizia Friedrich Nietzsche, “Fazer grandes coisas é difícil; mas dirigir grandes coisas é ainda mais difícil”. Efetivamente, atrás de todo um empreendimento, esconde-se um homem que encarna uma identidade, uma visão. Assim é João Pina. TESTEMUNHOS O Senhor João é um homem defensor de causas e que se preocupa com o bem-estar daqueles que menos têm, pessoa ímpar com um coração enorme é uma honra para a Casa do Benfica na Guarda ter o Senhor João Pina como Patrono da Casa. Francisco Nascimento, Presidente da Casa do Benfica Na Guarda
Falar do Sr. João Pina, nem sempre é tarefa fácil tendo em conta a pessoa que é. Um ser multifacetado de uma humildade que contrasta em tudo com ideia inicial que passa num primeiro contacto. Um Homem de causas insatisfeito por natureza, e de extrema complexidade quando o que está em causa é a ajuda ao próximo. Nem sempre é fácil lidar com alguém que por muito que dê, na sua ótica, é sempre pouco... há sempre algo mais a fazer ou a dar provocando nos que o rodeiam, um sentimento de impotência que com mais conhecimento da pessoa que o origina, se converte numa força motivadora que nos lembra que até o que está bem feito é sempre suscetível de ser melhorado levando-nos a querer
estudantes que efetivaram a sua matrícula, no ano letivo 2018/2019, no Instituto Politécnico da Guarda. Três bolsas anuais, sob forma de pagamento integral das propinas, sendo duas bolsas destinadas a estudantes naturais do concelho da Guarda e uma bolsa a um estudante natural de S. Tomé e Príncipe. Obviamente
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que irá haver critérios e para tal foi concebido um regulamento. Foi constituído um júri de 5 elementos para avaliar as candidaturas destes jovens. Do mesmo faz parte um elemento do IPG, o Vereador da Educação da Câmara Municipal da Guarda, Victor Amaral, pelo meu amigo Victor Alves Gomes – Mestre em Estudos Europeus e Funcionário Europeu, por um outro amigo que também muito estimo, Adélio Amaro, Diretor Executivo da “Gazeta Lusófona” e pela docente da Guarda, Luísa Fernandes. Estas bolsas de estudo, e caso os beneficiários tenham bom aproveitamento escolar, serão pagas até final do
respetivo ciclo de estudos – nível de licenciatura. Após, ter sido notícia num jornal do Canadá, a qual não posso deixar de agradecer à Dª Maria Santos, uma senhora ligada à área da Comunicação, brevemente serei notícia nos Estados Unidos. Com estes mais dois exemplos, quero mobilizar cada vez mais gente, mais lusodescendentes de vários pontos do mundo e juntos formarmos uma “grande corrente solidária”. – Gostaria de constituir uma Fundação, continuar a ajudar os que mais precisam, hoje e sempre. – Fazer de novo um Natal para “todos”, com a participação de um número maior de voluntários. – Realizar uma grande campanha em Portugal
Conheço o empresário Sr. João Pina, esposa e restante família há cerca de 3 anos. Tudo iniciou com um desafio que este lusodescendente me lançou no mês de setembro de 2015 – organizar na Sua totalidade uma “Ceia de Natal para Todos”. Uma Ceia para os Idosos e Crianças Institucionalizadas onde se juntaram também entidades oficiais, incluindo o Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Foi um evento que me marcou por todos os motivos. A forma aprimorada como decorreu, desde a refeição, de-
coração e animação para as crianças presentes. Uma Verdadeira Ceia de Família completamente ofertada por João Pina. Não esqueço o empenho do Sr. João, da sua esposa e filha Carla, trabalhámos como uma verdadeira equipa para que tudo estivesse ao “pormenor” e é com um sorriso aberto que hoje relembro esse momento. Depois desta Ceia Solidária muitos outros eventos se seguiram, realço, contudo, a apresentação da sua biografia Jean Pina de Sonhador a Promotor, que contou com mais de meio milhar de participantes, cujas receitas foram entregues a Instituições Portuguesas e Francesas. Só alguém verdadeiramente altruísta pode ter atitudes destas. No que concerne à ajuda para com os outros, o Senhor João nunca está satisfeito, começa por planear algo “simples”, depois multiplica e volta a multiplicar até se tornar em algo grandioso. Tem sido muitos momentos, mas nas breves linhas que me pediram para escrever não consigo de todo descreve-los, tenho-os na memória… a cada um deles. Foram já algumas dezenas de atividades que organizei para este empresário que não deixa ninguém indiferente e que “obriga” todos ao seu redor a dar mais e mais… As “gotas” que tem conseguido são neste momento “um mar” de sorrisos e brilhos nos olhos das centenas de pessoas que já ajudou. Parabéns Senhor João e família. Creio que
fazer mais e melhor à procura da única recompensa aceitável para este Homem ou seja, um sorriso.! Enquanto Presidente do Lar Santa Ana de Azinha e parceiros, considero um privilégio o facto da nossa grande Família ter sido brindada com o carinho deste Ser Altruísta cuja fé, carinho e simplicidade, cativou de imediato os meus “Meninos” no Lar dos Afetos! Hoje, decorridos cerca de 4 meses desde que este Senhor entrou nas nossas vidas, posso dizer sem qualquer dúvida, em nome de todos: - BEM-HAJA Sr. João. Rosária Santos, Presidente do Centro de Dia e Lar de Idosos de Santana de Azinha
Eu conheci o Senhor João Pina quando através de familiares a viverem em Paris/ França me falaram do livro que ele tinha publicado. Depois estive presente no lançamento do livro no Santuário de Nossa de Fátima, em Paris. No seguimento dessa apresentação convidei o Senhor João Pina a fazer a apresentação da sua biografia em Bruxelas, na Embaixada de Portugal. Posterioridade foi convidado a apresentar o livro também em Estrasburgo. O Senhor João Pina é um grande amigo e uma pessoa que eu como emigrante e filho de emigrantes tenho muito respeito e consideração. O trabalho que ele desenvolve para ajudar o “próximo” e promover a sua terra e de louvar e um exemplo a seguir. Victor Alves, Funcionário Europeu
e em França para ajudar uma ou mais instituições. “Campanha Colibri”? “Beija Flor”? Talvez! Fiquem atentos. – Lançar a 2ª edição da minha autobiografia. – Trazer de novo empresários portugueses a Paris. E… como referi, não pararei. “Cada gota no oceano fará sempre a diferença”. A título pessoal gostava de ir a Roma e poder estar com o Santo Padre. “Deus não perguntará nunca quantas coisas boas você fez na vida, mas sim, quanto AMOR você colocou naquilo que fez” e eu faço cada uma dessas coisas com o coração. Como referem muitas pessoas, “O Sr. João é um altruísta”! Considero e com modéstia, digo que efetivamente, sou.
vai continuar a surpreender tudo e todos. A sua dedicação para com os outros é algo de singular. Talvez este ano seja mais um em que abdica dos festejos de mais um ano de vida, em que abdica de estar em família nesse dia para ajudar quem mais precisa de um sorriso ou da concretização de um sonho. Para terminar uma frase do meu livro de sempre e para sempre, O Principezinho – “foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante”. Glória Caetano, Gestora de Eventos, Auditora e Consultora da Qualidade
HOMENAGENS Um ser humano ímpar, de trato afável, disponível e aberto, um empresário empreendedor com uma grande vontade de ajudar. Recebeu várias homenagens e falar sobre todas elas seriam precisas algumas páginas de escrita. É Patrono da Casa do Benfica na Guarda cuja identificação está na porta da casa do Benfica. Recebeu a medalha de mérito atribuída pelo município da Guarda. Foi homenageado pela Freguesia da Guarda e pela Câmara de Almeida, pelo Outeiro de São Miguel, por Mangualde com voto de louvor por unanimidade e duas vezes pelo Instituto Presional da Guarda... Foi também homenageado na Guarda com um Busto da autoria de Pedro Figueiredo e em Paris com um quadro da autoria do mestre pintor António Cristóvão, «não a nada que um pai não faça por uma filha».
REPORTAGEM MIRADOURO
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Miradouro
Situado no bairro Saint-Louis em Versalhes, o Salão de Chá Miradouro oferece uma seleção de doces portugueses, convidando os amantes de doçarias a fazer uma pausa num interior acolhedor ou num agradável terraço.
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iradouro, nome de família, um nome doce e musical, que convida a olhar mais longe, é um novo salão de chá situado na rue d’Anjou. É a realização de um sonho de infância, de Mélanie. “Com a minha irmã, desde que éramos muito jovens, dizíamos que um dia abriríamos um lugar como este. Eu não pensei, no entanto, em fazê -lo tão rápido!”, diz Mélanie com um grande sorriso. Jovem advogada, especialista em impostos por formação, planejara passar pelos tribunais. Mas suas primeiras experiências profissionais rapidamente a
desencantaram fazendo -a perceber que seu futuro não estava em um escritório de advocacia. “Eu não me via evoluindo neste ambiente cotidianamente. Eu queria ser independente, e começar o meu próprio negócio”. Em junho de 2017, Mélanie, tira da gaveta a ideia da Casa de Chá e começa a trabalhar no seu futuro conceito, ou seja, um local de bem -estar, acolhedor e requintado, onde aqueles que conhecem Portugal poderão encontrar essa atmosfera, e os doces que eles tanto gostam de lá, fazendo descobrir aos outros especialidades e produtos finos.
Apoiada e acompanhada a cada passo desta aventura pela sua família, renova completamente este espaço pondo o seu cunho pessoal. Mélanie com o seu bom gosto põe em relevo um belo muro de pedra, que adorna com anúncios antigos e fotos da sua família. Decora com móveis personalizados feitos pelo seu tio em Portugal e vai ao Porto buscar a loiça. “A recepção foi ótima, depois de alguns dias já tínhamos clientes regulares! Faz bem sermos tão bem aceites”. Se os clientes voltam, é também porque Mélanie e sua mãe Manuela, que trabalha com ela, os recebe e acolhe
com muito carinho e simpatia, tornando desta forma um lema da casa. Dos galões às torradas, tudo é “como lá” “A minha ideia era propor um lugar onde as pessoas pudessem vir comer ou beber qualquer coisa, a qualquer hora do dia, como encontramos em Portugal. Os doces e o pão são produzidos e entregues diariamente por um artesão, enquanto que Mélanie e Manuela fazem saladas, sanduíches, torradas... no local. “Pela manhã, propomos o pequeno-almoço tradicional português, que inclui torradas e café com leite chamado
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˝galão˝. Também podem desfrutar a qualquer momento de tosta-mistas, um clássico em Portugal. Neste inverno, pretendo oferecer sopas especialmente sopas típicas portuguesas”, diz Manuela. A sala de chá inclui uma seção gourmet, onde estão apresentados uma seleção de produtos, principalmente orgânicos, vindos diretamente de Portugal e que ela é a única a divulgar na França por agora: mel, infusões, enlatados, compotas, azeite, vinho do Porto e outros vinhos. Os fãs e os nostálgicos podem desfrutar do chocolate de leite frio, o Ucal ou um sumo de fruta natural.
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Planeamento estratégico na Gestão reflexão sobre a sua importância
MARISA LAGES
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ivemos numa sociedade dominada por organizações, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos – hospitais, escolas, igrejas, forças armadas, empresas, governo e organismo oficiais – nas quais as pessoas trabalham em conjunto, com vista à prossecução de objetivos que seriam impossíveis de atingir se estas mesmas trabalhassem isoladamente. De entre as organizações, a empresa é, sem dúvida, uma das mais importantes e com maiores repercussões nas nossas vidas. Contudo, nem todas as iniciativas empresariais culminam em sucesso. Na maior parte dos casos, a causa para o insucesso deve-se a uma má gestão. De facto, cada vez mais se reconhece que
o fator mais significativo na determinação do desempenho e do êxito de qualquer organização é a qualidade da sua gestão. De uma forma genérica e simples podemos conceituar gestão como o processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com a colaboração e esforços dos outros. Pressupõe assim a existência de uma organização, isto é, várias pessoas que desenvolvem uma atividade em conjunto para melhor atingirem os objetivos comuns. Basicamente, a tarefa da gestão é interpretar os objetivos propostos e transformá-los em ação, através de quatro aspetos essenciais: planeamento, organização, direção e controlo. A gestão, como outras áreas de conhecimento, tem evoluído ao longo do tempo, sendo certo que nos últimos anos se tem assistido a uma série de desenvolvimentos sem precedentes com o consequente enriquecimento desta temática e o benefício das organizações e, portanto, dos seus membros e da sociedade em geral. Na verdade, a história completa da gestão teria de começar há uns bons séculos atrás, sendo que Moi-
sés é muitas vezes apontado como um dos primeiros responsáveis por um grupo ou organização a tomar decisões que se enquadram no âmbito da gestão, ficando célebre pela sua sugestão de escolher dez colaboradores que por sua vez coordenariam cinquenta, os quais organizariam cem e estes, um militar, com vista a uma melhor estruturação do seu povo. Aliás, bastaria olharmos para as magníficas construções como as pirâmides no Egipto, os Jardins da Babilónia ou os templos gregos e romanos para concluirmos que já na Antiguidade teria sido atribuída à atividade relacionada com a coordenação das tarefas necessárias à sua concretização e desempenhadas por um elevado número de trabalhadores. Na sequência destes considerandos acerca do conceito de gestão, focalizarme-ia num dos aspetos mais prioritários na gestão: o planeamento estratégico. Tal como os seres vivos, as empresas/organizações nascem, desenvolvem-se, atingem a sua maturidade e acabam por morrer. Somos assim induzidos a pensar que a primeira função a desenvolver em conceção é o planeamento, ou se-
ja, de um modo geral a definição de planos quanto ao futuro da empresa/organização. É consensual na literatura que o planeamento é uma das primeiras funções no nascimento de uma empresa/organização e tende claramente a reduzir as incertezas (e os riscos) que caraterizam o seu ambiente, nomeadamente em tempos de grandes e constantes mudanças como aquele em que atualmente vivemos. Desta forma, salientaria que o planeamento consiste em determinar antecipadamente o que deve ser feito para que se atinjam os objetivos pretendidos, e como fazê-los. Ao nível do planeamento estratégico associado sobretudo à gestão de topo, este reveste-se de uma particular importância pois envolve de uma forma global toda a organização. Este visa antecipar o futuro da empresa/organização a longo prazo, envolvendo avultados ou mesmo a totalidade dos recursos disponíveis, afeta todas as atividades da empresa/organização e é crucial para o atingir sucesso. Michael Porter, da Harvard Business School, defende que uma organização, para melhor competir num determinado merca-
do, deve decidir a sua estratégia – liderança pelo custo, diferenciação ou foco – com base no conhecimento da estrutura das várias modalidades de negócio em que a organização compete bem como na perfeita identificação dos clientes alvos. O planeamento estratégico é essencialmente: Saber o que queremos é uma coisa, mas como consegui-la? E mantê-la? Concluiria esta reflexão mencionando as palavras proferidas de Tucídides, General espartano Brasida na História da Guerra do Peloponeso que alude acerca da explicação do seu plano de só enviar uma parte do seu exército para surpreender uma descuidada força ateniense: “A pessoa com mais probabilidade de vencer é aquela que melhor vê este tipo de erro por parte do inimigo e que, consoante os seus recursos o permitem, lança um ataque – não abertamente e em formação, mas da maneira que for mais oportuna na situação atual. Porque estratagemas através dos quais podemos enganar especialmente o inimigo e beneficiar o mais possível os amigos são aqueles que têm melhor reputação.”
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Portugal no Salão Maison & Objet 2019 As novas tendências design de mais de 100 expositores portugueses estiveram presentes no Salão MAISON & OBJET 2019 à Villepinte, Paris. Vejam aqui algumas das marcas portuguesas selecionadas pela nossa redação.
Textos: ALICE GERMANO
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Marca portuguesa nas mesas do mundo. Aliar o grés fino, design e “tradição contemporânea”, de um verdadeiro enxoval à moda antiga que sobrevive ao tempo, pronto para ser usado em qualquer época e em qualquer ocasião.
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«Alma» Restaurante
Português no coração de Versalhes Foi no novo restaurante instalado na «Rue des deux portes» n° 9 em Versalhes, que mais uma marca de Portugal em terras francesas, assentou arraiais e onde estivemos à conversa com o chefe Rui Machado. Textos: ALICE BARROS
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e trabalhar em equipa é meio caminho andado para se ter sucesso, então trabalhar em família traz ainda mais benefícios. Radicados em França, damos a conhecer um pouco mais do projeto desta família minhota empreendedora. Rui, um verdadeiro empreendedor cedo percebeu que a sua vida era construir o seu próprio negócio. Com 21 anos vendo que a escola não era para ele e não querendo ser um peso para os pais, deixou o curso de matemática, que frequentava numa escola privada. Desafiou os protocolos e recorreu ao Instituto da juventude para se candidatar a apoios comunitários abrindo assim uma peixaria, que rapidamente cresceu. Com a ajuda da já sua mulher, Célia Fernandes, dois anos depois, volta a investir num restaurante-pastelaria -pizzaria e também num pavilhão para eventos. A crise empurra-o para a França e aqui o seu empreendorismo volta à tona. De Braga para França! Porquê? Desilusão! Desilusão, da forma como estava Portugal. O fechar das portas, a não valorização do nosso empenho ao nosso trabalho. A compensação não justificava. Em 2008 a crise tinha-se instalado em Portugal e nós tivemos medo. Tínhamos uma filha para criar, um projeto de vida que víamos sem saída. Em desespero de causa e em conversa com o meu irmão que já estava aqui há 15 anos, vim para conhecer o sistema e ver como funcionava. Fui trabalhar para uma
pastelaria portuguesa. Outra desilusão! Ao fim de seis meses arranjei trabalho numa outra pastelaria, mas desta vez francesa, chegando então o momento de abrir o meu próprio negócio. Onde nasceu o Alma? A ideia já estava em vocês quando decidiram vir para França? Não. O Alma nasceu aqui. Quando chegamos, olhamos para a nossa comunidade e achamos que tínhamos muito valor e que tínhamos a obrigação de o mostrar. Hoje eu sei que era a hora. Que era o momento certo para o nosso projeto. O fato do nosso país estar na moda e pelo outro modo como os franceses agora nos olham e nos valorizam. Foi mais uma razão que nos motivou. Era hora de mostrar todo o nosso valor. Qual foi a primeira dificuldade ou facilidade ao iniciar este projeto? Claramente a primeira dificuldade foi a língua. Esse foi um grande obstáculo. A adaptação à cultura; ao termo correto para elaborar a carta. Tivemos de fazer pesquisas, perguntar às pessoas. Foi difícil. Em relação à parte burocrática achei mais fácil do que em Portugal. A não ser pela dificuldade na aceitação do nosso projeto por estarmos implantamos em Versalhes, submetida à aprovação dos « architectes de France ». Uma instituição reguladoras dos sítios históricos. Tivemos de perceber como funcionava, pois são muito exigentes e quiseram saber tudo ao pormenor.
Quando entraram pela primeira vez dentro do Alma o que sentiram? Sentimos a “alma” aos pulos! (Risos). Sentimos muita satisfação! Agora vamos lutar para conseguirmos o nosso objetivo. Tivemos sempre uma vida de luta. Temos uma história! Não desistimos.
em Portugal, pelo facto de pormos música, o fado, as imagens de Portugal. Esta nostalgia que sentimos no dia a dia; a saudade! Assim, conseguimos matá-la, aqui dentro, no interior do Alma! Ao falar todos os dias de Portugal, a curiosidade dos clientes e explicar-lhes como é Portugal, porque é que os franceses vão para lá!
Vocês criaram também, dentro do vosso Alma, as dificuldades dos fornecedores que são específicas. Foi difícil? Sim. Trabalhamos também com alguns fornecedores franceses, que tem algumas formas de faturar complicadas. Mas estamos a habituar-nos e vamos conseguir chegar lá. Depois de todas as dificuldades por que passamos , acho que não é nada. (Risos)
Em Versalhes, estamos conscientes que encontramos a “Alma Portuguesa”. Um bocadinho do recanto de Portugal! Como pratos distingue-se o bacalhau? Sim! Também o polvo, as espetadas de tamboril, as espetadas de gambás e lulas, as espetadas de porco preto, a carne de Porco à Alentejana. Temos também os enchidos do Alentejo e outros produtos da nossa gastronomia. A carne do porco preto vem de Monsaraz de origem certificada e que penso que somos o únicos em França a ter esta certificação. A nossa ementa é isto mesmo. Nas sobremesas temos; o toucinho do céu, os pastéis de nata, os pudins... não esquecendo os nossos vinhos, escolhidos para acompanhar os nossos pratos, de toda a região de Portugal. O nosso projeto de carta é precisamente este; poder expandir aos poucos a nossa proposição gastronómica de todas as regiões portuguesas e ver a aceitação do cliente, não fugindo da nossa linha.
Hoje têm a Alma pura. Estão de certa forma em simbiose com os vossos clientes. O que oferecem com esse orgulho de já estarem dentro da vossa casa e a fazerem o melhor para os servir? A primeira coisa que oferecemos de melhor é a nossa gastronomia. Portanto o nosso Alma vem por aí. Ir buscar ao nosso interior, a base dos nossos pratos, os verdadeiros sabores. Usamos produtos de qualidade para que o cliente possa reconhecer qual é a nossa verdadeira gastronomia, que para mim tem muito valor; é uma das melhores do mundo! Nós quisemos pois, apostar no produto, na qualidade, no amor à confeção, e também à decoração. O Alma, como é luminoso, faz-nos lembrar Portugal. O sol, o nosso calor, a nossa luz. Sentimo-nos
O Alma tem um prato da casa? Sim. O Alma tem um prato que nós chamamos, Polvo à Alma. Elaborado por mim, como quase tudo o
resto (risos). É uma entrada de polvo com frutos do mar acompanhado com puré de batata doce, regado com o molho dos frutos do mar (gambás, amêijoas, canivetes e lagosta). Não é fácil fazer uma lista de toda essa ementa diária. É sempre a mesma ou vão alternando conforme os dias? Fazemos isto diariamente. O peixe dia sim e dia não, sempre fresco do dia. A nossa base é o melhor de tudo; dos vinhos, dos enchidos, dos queijos, dos presuntos, a nossa carne... Este negócio acontece porque tem uma parceira ao seu lado? Sim. A minha mulher, é o meu braço direito. É ela que gere as contas. Muitas vezes eu precipito-me, faço as coisas por emoção... ela tem o equilíbrio. A ela muito se deve o nosso sucesso. O Alma é dos dois. Sente-se à vontade nesta comunidade ou ainda está com um pé aqui e outro em Portugal? Eu acho que todos os portugueses sentem que hoje estão aqui e amanhã podem estar lá. Estamos a ser apreciados e vamos continuar com o que nos propomos; oferecer qualidade. Os Portugueses são uma mais valia para a França. Nós estamos aqui há 8 anos e o nosso projeto é termos a dupla nacionalidade. Queremos inserir-nos na comunidade francesa para podermos participar, tendo desta maneira poder de argumentação. Para nos manifestarmos, acho que é importante fazê-lo.
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ALMA Restaurant ·
«Alma» Portugaise au Cœur de Versailles
9, Rue des Deux Portes Versailles, France 78000 T.: +33 1 30 21 93 53
18 FESTA 100% BRASIL
FEVEREIRO 2019
Festa no Hipódromo 100% Brasil Textos: JOÃO GERMANO
O
Hipódromo ParisVincennes, situado no coração do “Bois de Vincennes”, a Este de Paris, vestiu-se de verde e amarelo. A 2a edição da Festa 100% Brasil realizada no dia, 24 de Fevereiro, encheu-se de cor e superou a edição anterior com um record de 16 500 visitantes, quase metade da sua capacidade.
A adesão dos stands representados que ocuparam a totalidade do grande Hall, permitiu aos visitantes a degustação de pratos típicos, de origem brasileira, cabo-verdiana e portuguesa, sem esquecer os cocktails que faziam jus aos variados frutos tropicais. Num ambiente de carnaval antecipado os percussionistas e dançarinas brasileiras abrilhantaram
o hipódromo com o contagiante samba e a tradicional dança da Capoeira. No final, Bruno António, responsável pela excelente organização, referiu ao Português Vivo, o balanço positivo e a importância destes eventos lusófonos como exemplo a seguir por outras organizações, deixando claro que a 3 a edição será uma realidade no próximo ano.
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BEIJOS E TRAMAS
FEVEREIRO 2019
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Até a conta deu mal Textos: ALICE BARROS
E
mbuidos no cumprimento do dever, deixamos Trás-osMontes super atrasados e lá fomos em direcção ao Porto, para visitar um amigo que se preparava para uma operação simples mas que pela idade adulta, nada que não deixaria os nervos à flor da pele. Tratava-se do filho de um amigo que pela distância nos tinha solicitado os cuidados de acompanhamento. Na esperança dos normais atrasos médicos acreditamos chegar a tempo de o poder cumprimentar e não deixamos de acertar, pois ainda acompanhamos juntamente com a sua mãe, os preparativos para o bloco! Entre nervos e tremuras assistimos ao profissionalismo da enfermeira que de tudo fez para nos acalmar, com especial incidência o doente que já reclamava por tudo e por nada! Uma hora depois, separados pela impossibilidade de o acompanhar no corte às amígdalas, convidamos a mãe para um repasto de descontração e de calmia. Assim, decidimos parar no primeiro reclame sugestivo, “ISCAS DA D. MARIA”, fazendo-me logo pensar a um petisco que adoro e que tinha esquecido na minha vida de emigrante: “Iscas de fígado de porco com cebolada”. Aproximamo-nos para ler a ementa pensando encontrar indícios das iscas mas não havia. Em contrapartida um anúncio estava exposto: “Precisa-se de cozinheiro”. O João, borgas, como só ele disse logo na galhofa: - Voume candidatar! Rindo, entramos e logo estagnamos. A sala banal de aspecto rústico de taverna, estava completamente vazia! Um empregado vestido à “paisana” aproxima-se sorridente para nos receber. – Boa-noite, diz ele. Podem sentar-se aonde quiserem. As mesas estão
reservadas mas só serão ocupadas mais tarde. Olhamos uns para os outros, e pensamos a mesma coisa: “Estranho, já são 20h30 e está tudo vazio”. Apesar de tudo resolvemos ficar, pois, eu só pensava nas iscas. Mal apanhei a ementa procurei logo nas iguarias que esperava saborear! Ufa! Que sorte! As iscas figuravam na lista! E ainda por cima havia canja! Mal o empregado apareceu, pedi logo: – Gostaria de canja por favor. – Sopa de legumes. Repito: – Gostaria de canja por favor. – Sopa de legumes. Que conversa de malucos, pensei eu. Insisto. – Gostaria de canja! O senhor deve ter pensado que eu era obtusa por insistir na minha incompreensão e responde: – A canja, apesar de estar na ementa, não temos, só há sopa de legumes. Oh! Zut! Zen, não insisto e pergunto: – As iscas são de cebolada? – Não temos iscas – reponde com um sorriso pouco repuxado. – Ah bom? Disse eu numa mistura de ironia e desilusão. – Um restaurante que se chama “ISCAS” não tem iscas?!
– Só estão na lista porque faziam parte da ementa da antiga proprietária, a D. Maria e deixamos assim. Mas pode escolher outra coisa, disse ele contrariado! Pois podia! Mas apeteciame eram as iscas, bolas! Tornei a olhar para a ementa, tentando encontrar o substituto da minha frustração. Resolvi seguir o João, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão. Qual não foi o meu espanto, de ver na travessa que chegava, alguns feijões a boiar no meio do arroz, couve, feijão verde, cenoura e pimento vermelho! Isto só visto! Começamos a rir e a chacotear. Ao menos temos as pataniscas e o vinho! Disse eu pegando em uma. Azar! Elas estavam cruas e tinham pimentos vermelhos no interior! Que identidade pode ter um arroz de feijão desta natureza e pataniscas “truqueadas”? Desconsolada lá terminamos o pseudo-jantar, saindo rumo às novidades do hospital. O nosso doentinho ainda estava no bloco. Mas a namorada já estava à espera. Sentamo-nos na ânsia de notícias! Inexplicavelmente,
uma vontade louca de fechar os olhos abate-se sobre mim! Luto com todas as forças para os manter abertos mas é pena perdida! O João bem me tentou acordar, afinal viemos para fazer companhia! O Vinho tinha-me posto KO. Rendi-
me ao mais forte que eu e deixei-me levar... Nas brumas do meu sono intermitente, ao longe, um zunzunzum que me desperta. O médico chegou! Novidades! – Boa noite, senhor Doutor! Correu tudo bem? Perguntou a mama ansiosa. – Correu bem, tudo muito bem! Mas aquilo já estava tudo podre!!!! Disse o médico, com um semblante seríssimo. Entreolhamo-nos com espanto ao ouvir tal afirmação! Imaginamos o sofrimento que o nosso amigo teve de suportar com a podridão na “guelrinha” sem mesmo saber! É de assustar qualquer um! Bendito médico que tão bem soube acalmar o seu paciente e familiares!!! Chegamos à conclusão que nesta história só se salvaram os beijos da namorada, porque de resto...fomos todos tramados. Até a conta deu mal! Éramos três e deu par!
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20 REGIÕES - AÇORES
FEVEREIRO 2019
Lagoa das Sete Cidades, Ilha de São Miguel
Os Açores
O Arquipélago das 9 Ilhas © YelloW bus tours
Texto: ALICE BARROS
O
s Açores, uma região autónoma de Portugal, no meio do Atlântico, o vulcânico Arquipélago dos Açores está espalhado ao longo de mais de 600 quilômetros. Suas nove ilhas com picos afogados em nuvens de fumaça são bastante diferentes. Na Idade Média, elas eram chamadas ilhas do mar. O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Uma das teorias é que elas foram conquistadas no século XV por uma tripulação do Infante D. Henrique, o Navegador. Apenas os pássaros aí existiam. Dizse que os marinheiros achavam que viram açores, uma espécie de ave de rapina, daí o nome do arquipélago (açor, “ao redor”). A colonização começou. Camponeses portugueses, cativos mouros e flamengos, como na Madeira, limpam a terra. Colonização religiosa também, que trouxe muitas igrejas. A Matriz de Ponta Delgada foi trazi-
da pedra, por pedra do continente. No século XVIII, a riqueza do continente se estende ao arquipélago. Húmidas e férteis, as ilhas vivem da criação do gado, do comércio de laranjas. Hoje a maior parte de sua atividade vem de um trabalho ainda arcaico: criação, trigo, videira, chá e beterraba (que tomou o lugar da cana-de-açúcar). Em Santa Maria e na Terceira, as bases aéreas proporcionam empregos. O turismo está a crescer. Terceira e São Miguel oferecem bons hotéis para os amantes da pesca e dos desportos náuticos. A imagem dos Açores é múltipla. Pode-se encontrar tanto os prados mais verdes como a costa mais acidentada e os jardins mais exóticos. Desde os pinheiros do Mediterrâneo, às tílias e plátanos da Europa setentrional, as tulipas da Virgínia, até à árvore do papel da Austrália, tem tudo. Os frutos são variados: ananás, banana, laranja, morango, figo, uva, ameixa do Japão. As flores são uma constante nas ilhas, as manchas imensas
das hortênsias, camélias, magnólias, acácias... O povo açoriano é ativo, dotado de uma extrema sensibilidade que se reflete na forma hospitaleira de receber, nas danças e cantares, nos objetos tradicionais. O artesanato está intimamente ligado às atividades rurais e à pesca, nomeadamente à do cachalote. Os objetos decorativos tais como as alegres loiças de barro vidrado e colorido, os bonecos de barro, os mobiliários de verga, as maravilhosas rendas de bilros, de crivo e de crochê, a tapeçaria são de uma grande beleza. As festas, os cantares e as danças têm grande valor e estão ligadas aos sentimentos do seu povo. Lagos tranquilos escondidos no coração das montanhas. Ainda se pratica a caça ao cachalote. Les Açores, une région autonome du Portugal, au milieu de l’Atlantique, l’archipel volcanique des Açores s’éparpille sur plus de 600 kilomètres. Ses neuf îles aux pics noyés dans les nuages de fumés sont assez dissemblables. Au Moyen Âge, on les nommait les îles de la mer. Lointaines, elles ne furent conquises qu’au
XV siècle par un équipage d’Henri le Navigateur. Seuls des oiseaux en avaient pris possession. Les marins crurent voir des autours, d’où le nom de l’archipel (açor, «autour»). La colonisation commença. Paysans portugais, captifs maures et flamands, comme à Madère, défrichent les terres. Colonisation religieuse aussi, qui fit surgir de nombreuses églises. La Matrice de Ponta Delgada fut apportée Pierre par Pierre du continent. Au XVIII siècle, la richesse du continent s’étend jusqu’à l’archipel. Humides et fertiles, les îles vivent de l’élevage, de leur commerce d’oranges. Aujourd’hui l’essentiel de leur activité provient d’un travail encore archaïque: élevage, blé, vigne, thé et betterave (qui a pris la place de la canne à sucre). À Santa Maria et Terceira, des bases aériennes procurent des emplois. Le tourisme se développe. Terceira et São Miguel offrent de bons hôtels aux amateurs de pêche et de sports nautiques. L’image des Açores est multiple. On y découvre à la fois les prairies les plus vertes, les côtes les plus tourmentées, les jardins les plus exotiques.
Des pins méditerranéens aux tilleuls et aux platanes du nord de l’Europe, en passant par les tulipes de Virginie, jusqu’à l’arbre en papier de l’Australie, tout est réuni. Les fleurs sont une constante dans les îles, les immenses taches des hortensias, camélias, magnolias, acacias... Les fruits sont variés: ananas, banane, orange, fraise, figue, raisin, Le peuple açorien est actif et doté d’une sensibilité extrême qui se reflète dans la manière hospitalière de recevoir, dans les danses et les chansons, des objets traditionnels. L’artisanat est étroitement lié aux activités rurales et à la pêche, en particulier celle du cachalot. Les objets décoratifs tels que la vaisselle en poterie émaillés et colorées, les poupées en poterie, les mobiliers en rotin, les merveilleuses dentelles de «bilros», de «crivo» et de crochet, la tapisserie sont d’une grande beauté. Les fêtes, les chants et les danses ont une grande valeur et elles sont liées aux sentiments de son peuple. Des lacs tranquilles se dissimulent au cœur des montagnes. On pratique encore la chasse du cachalot.
REGIÕES - AÇORES
FEVEREIRO 2019
São Miguel A ilha verde. É a maior e mais populosa e também a mais turística. Ponta Delgada, a cidade principal, é famosa pelos seus parques, antigos jardins coloniais. Joia da ilha, o lago das Sete Cidades, ocupa um local muito romântico. Local de lendas e mitos e que bem merece o miradouro designado de «Vista do Rei»: o vislumbre das lagoas Verde e Azul, geminadas por uma ponte de arcos. O encanto prossegue na Lagoa do Fogo. A descoberta do mundo subterrâneo da ilha faz-se numa visita à Gruta do Carvão. As piscinas naturais de águas quentes são um dos prodígios da natureza. São Miguel L’île verte, est la plus grande et la plus peuplée et la plus touristique. Ponta Delgada, la ville principale, est célèbre par ses parcs, anciens jardins coloniaux. Joyaux de l’île, le lac de Sete Cidades occupe un site très romantique. Un lieu de légendes et de mythes, mérite bien le point de vue désigné “Vue du roi”: l’aperçu des lagons verts et bleus, jumelés par un pont en arcs. Le charme continue à Lagoa do Fogo. La découverte du monde souterrain de l’île se fait lors d’une visite à la grotte du charbon. Les piscines naturelles d’eau chaude sont l’un des prodiges de la nature. Gastronomia Cozido das Furnas (ou cozido à portuguesa) Abundam pratos de peixe. No marisco, as cracas, um crustáceo cozinhado em água do mar. Nas entradas, a famosa «pimenta da terra» associa-se ao queijo fresco, e marca presença em várias receitas. O bolo lêvedo, originário das furnas, está bastante difundido Na doçaria, com especial fama as Queijadas de Vila
O Cozido das Furnas
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O famoso Cozido das Furnas, preparado em caldeiras vulcânicas, tem um sabor único e inesquecível. É lentamente cozinhado em panelas enterradas no solo aproveitando o calor proveniente da atividade vulcânica. Este Cozido de carnes é servido com repolho branco, batata branca, batata-doce, inhame, cenoura, couve verde, carnes de vaca e de porco, orelhas, chispe, entremeada, carne de frango, enchidos de morcela preta regional e chouriço típico picante. As carnes são deixadas em tempero de um dia para o outro para “tomarem o gosto”, antes de serem
Franca do Campo. São Miguel tem tradição no cultivo de frutas exóticas como o ananás, a anona, o araçã e o maracujá, saboreadas ao natural ou em licores. La gastronomie Cozido das Furnas (Pot au feu) Ceci est fait dans des trous dans le sol chaud, les pots sont scellés et les ingrédients cuisent lentement, avec la chaleur de la terre elle-même. Les plats de poisson abondent. Dans les
colocadas na panela para irem para a Caldeira. Cortam-se todas as carnes (porco, vaca e galinha) e os enchidos em bocados. Descascam-se as batatas, as cenouras e cortam-se os repolhos e as couves. Introduzem-se todos os ingredientes em camadas alternadas numa panela de alumínio, sendo a ultima camada temperada com sal grosso. De seguida basta deixar o Cozido na Caldeira, por mais ou menos seis horas. Os enchidos devem ir embrulhados em papel de alumínio dentro da panela, para que deste modo não se desfaçam e não se misturem com as restantes carnes do cozido.
coquillages, les bernacles, un crustacé cuit à l’eau de mer. En entrée, le fameux “le poivre de la terre” est associé au fromage frais et est présent dans diverses recettes. Le gâteau lêvedo, originaire des Furnas, est assez répandu. Dans les Sucreries, avec une renommée spéciale Queijadas de Vila Franca do Campo. São Miguel a une tradition dans la culture de fruits exotiques tels que l’ananas, l’anone, l’aracée et le fruit de la passion, dégustés au naturel ou en liqueurs.
Santa Maria Em Santa Maria, moinhos de vento emergem entre vinhas e milho, é a ilha mais próxima da costa portuguesa. Foi a primeira ilha a ser descoberta e pelo seu clima assume-se como a estância balnear dos Açores. A mais famosa praia é a Formosa onde são praticados vários desportos aquáticos. Em forma de anfiteatro, a Baía de São Lourenço encontra-se rodeada com vinhas cultiva das em socalcos. Na parte norte da ilha ainda se mantém a capela onde Cristóvão Colombo mandou celebrar uma missa após o seu regresso da América, a ermida de N. Sra. dos Anjos (séc. XV).
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Santa Maria, d’où émergent les moulins à vents entre les vignes et le maïs, est l’île la plus proche des côtes portugaises. Ce fut la première île à être découverte et, de par son climat, elle est considérée comme la station balnéaire des Açores. La plage la plus célèbre est celle de «Formosa» où plusieurs sports nautiques sont pratiqués. En forme d’amphithéâtre, la baie de São Lourenço est entourée de vignes cultivées en terrasses. Dans la partie nord de l’île, il y a encore une chapelle où Christophe Colomb a ordonné la célébration d’une messe après son retour d’Amérique, l’ermitage de Notre-Dame des Anges (XVe siècle). Biscoito-orelha
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Gastronomia Da terra nasce um dos pratos mais simbólicos de Santa Maria: o caldo de nabos, confecionado com uma espécie local de nabo, pequeno e de cor escura. Na doçaria as tigeladas são comuns, mas ganham tipicidade as cavacas, os suspiros, os melindres, os encanelados e os biscoitos de orelha, assim dignados pelo seu formato. A meloa produzida na ilha tem ganho fama e estatuto gourmet. Nos enchidos artesanais, destaca-se a alheira de Santa Maria. Ilha de tradição vinícola, a aguardente e os licores de frutos também são característicos desta ilha.
La gastronomie De la terre naît l’un des plats les plus symboliques de Santa Maria: la soupe de navets, confectionné avec une espèce de navet locale, de petite taille et de couleur sombre. Du côté sucreries, les tijeladas sont répandus, mais les cavacas, les soupirs, les melindres, les encanelados et les biscuits à l’oreille, ainsi désignés à cause de son format, sont typiques. Le melon produit sur l’île a acquis une renommée et un statut gastronomique. Dans la charcuterie artisanale, l’alheira de Santa Maria se démarque. La tradition viticole de l’île, le brandy et les liqueurs de fruits sont également caractéristiques de cette île.
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Terceira
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São Jorge
do monte Queimado.
São Jorge das hortências azuis como no Faial, é chamada a ilha azul.
Caso raro na Europa: na Fajã dos Vimes pode apreciar-se um café de paladar e aroma intenso, feito com grãos colhidos localmente.
A Horta com o seu porto, pendura as casas variegadas nas encostas
São Jorge São Jorge des hortensias bleus, comme Faial, surnommée l’île bleue. Horta, son port, accroche ses maisons bariolées sur les pentes du mont Queimado.
Graciosa
Graciosa
É a ilha do trigo e do vinho Classificada pela UNESCO como Reserva da biosfera. Pedra Branca, Serra Branca ou Barro Branco são topónimos da ilha relacionados com a presença de uma rocha vulcânica, o traquino.
Est l’île du blé et de la vigne, Classée par l’UNESCO comme réserve de la biosphère. Pedra Branca, Serra Branca ou Barro Branco, sont des noms de lieux de l’île liés à la présence d’une roche volcanique, le trachyte.
Santa Cruz Destaca-se pelas casas típicas e ruelas de pavimento empedrada, ramificadas a partir da ampla praça central. A Furna do enxofre é o elemento paisagístico mais emblemático da ilha. O Ilhéu da Praia recebe a classificação de Zona de Proteção Especial, pois está na rota do painho-dastempestades-de-monteiro (oceanodroma monteiroi),a única ave marinha endémica dos Açores.
Santa Cruz Elle se distingue par les maisons typiques et les ruelles pavées, ramifiées à partir de la grande place centrale. Furna du Soufre est l’élément paysager le plus emblématique de l’île. Ilhéu da Praia est classé zone de protection spéciale car il se trouve sur la route du trou de painho-das tempestades-de-Monteiro (oceanodroma monteiroi), le seul oiseau marin endémique des Açores.
Deve o seu nome ao facto de ter sido a terceira ilha açoriana a ser descoberta. É famosa pelos seus por do sol. Produz queijos e criação de touros, os quais se fazem galopar puxados por uma corda nas festas. Angra do Heroísmo é a mais antiga cidade dos Açores, guardando preciosamente o arquivo do Arquipélago. O centro histórico de Angra do Heroísmo, está inscrito na UNESCO na lista do Património Mundial desde 1983. Gastronomia Amêijoas e Queijo São Jorge O Queijo São Jorge será provavelmente o produto gastronómico mais conhecido dos Açores. De pasta semi-mole ou dura, tem um ligeiro travo a picante. As amêijoas, nascidas e criadas espontaneamente na Reserva Natural e Área Ecológica Especial da Caldeira de Santo Cristo, são outra maravilha gastronómica exclusiva de São Jorge.
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Terceira Elle est fameuse pour ses soleils couchants. Elle produits aussi des fromages, élevé des taureaux que l’on fait galoper au bout d’une corde lors des fêtes. Angra do Heroísmo est La gastronomie Palourdes et Fromage São Jorge Le fromage São Jorge sera probablement le produit gastronomique le plus connu des Açores. De pâte semi-molle ou dure, il a un léger piquant à chaud. Les palourdes, nées et élevées spontanément dans la réserve naturelle et zone écologique spéciale de Caldeira de Santo Cristo, sont une autre merveille gastronomique exclusive à São Jorge.
la plus ancienne ville des Açores, et garde précieusement les archives de l’archipel. Le centre historique d’Angra do Heroísmo est inscrit à l’UNESCO sur la liste du patrimoine mondial depuis 1983.
© Holidays Portugal
Un cas rare en Europe: dans la Fajã dos Vimes, vous pourrez déguster un café au goût et à l’arôme intense, élaboré à partir de grains récoltés localement. de ovos. O vinho da Graciosa, proveniente da casta original verdelho, a aguardente e os vinhos aperitivos complementam o leque de bebidas.
© by açores
Gastronomia Queijadas da Graciosa O peixe fresco é tradicionalmente servido em caldeirada ou assado. Mas se há produto característico são os doces que adotaram o nome
da ilha: as Queijadas da Graciosa, inspiradas na receita centenária dos covilhetes de leite. A doçaria local, propõe cavacas, escomilhas, capuchas, pastéis de arroz, ou encharcadas
La gastronomie Queijadas de Graciosa Le poisson frais est traditionnellement servi en ragoût ou un rôti. Mais s’il y a un produit caractéristique, ce sont les sucreries qui ont adopté le nom de l’île: Les Queijadas de la Graciosa, inspirés de la recette centenaire des covilhetes de lait. La confiserie locale propose des cavacas, des escomilhas, des capuchas, des gâteaux de riz ou des œufs mouillés. Le vin de la Graciosa, issu du cépage original Verdelho, l’eau de vie et les vins apéritif complètent la gamme de boissons.
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FEVEREIRO 2019
Gastronomia da Terceira Alcatra O prato é típico por ser cozinhado lentamente num alguidar de barro, para apurar e espessar o molho. Acompanha geralmente com pão ou massa sovada. Na doçaria ganham destaque os bolos Donas Amelias, onde o mel de cana e a canela se associam a corintos e cidras. Diz a lenda que o nome está associado à passagem da rainha D. Amélia pela Terceira. Os coscorões, as cornucópias (com recheios de doce
© receitas mundo azores
de ovos) ou o arroz doce complementam a lista de sobremesas. La gastronomie Alcatra Le plat est typique car il est cuit lentement dans un bol en terre cuite,
pour relever et épaissir la sauce. Accompagne généralement le pain ou des pâtes petries. Dans les confiseries, se distinguent les gâteaux Dona Amélia, où le miel de canne à sucre et de cannelle est associé aux groseilles aux cidres. La légende raconte que ce nom est associé au passage de la reine Amelie à Terceira. Les beignetss, les cornes d’abondance (avec des garnitures aux œufs sucrés) ou le riz au lait, complètent la liste des desserts.
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PIco A segunda maior ilha dos Açores, dominada pelo Vulcão da montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, 2 350 m de altitude. Estes terrenos englobam a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património da Humanidade da HUNESCO desde 2004. O Pico centraliza os principais vestígios da epopeia baleeira açoriana. Pico La deuxième plus grande île des Açores, dominée par le volcan du mont Pico, le point plus haut du Portugal, culmine à 2 350 m d’altitude. Ces terres constituent le paysage de la culture de la vigne de l’île de Pico, patrimoine de l’HUNESCO depuis 2004. Pico centralise les principaux vestiges de l’épopée de la baleine des Açores.
com especial destaque para o polvo guisado com vinho de cheiro, linguiça com inhame, molha de carne e os caldos de peixe.
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Gastronomia Vinhos do Pico Terra de tradição vínica, produzem-se vinhos brancos, tintos e rosé. «Basalto», «Lajido» e «Terras de Lava» são designações de vinhos do Pico. As aguardentes de Figo e de nêspera ou a angélica e os licores de frutos são outras propostas. A ilha sempre foi grande produtora de fruta, sendo afamado o Figo de interior vermelho vivo. De igual forma existe o mel produzido com a flor do incenso e o Queijo do Pico DOP, um Queijo de leite de vaca de pasta mole. À mesa várias propostas para uma refeição típica,
La gastronomie Vins de Pico Terre de tradition vineuse, des vins blancs, rouges et rosés sont produits. «Basalto», «Lajido» et «Terras de lava» sont des vins de Pico. Les eaux de vie de Figue et de nèfle ou d’angélique et les liqueurs de fruits sont d’autres propositions. L’île a toujours été un grand producteur de fruits, étant la figue d’un intérieur rouge vivant fameuse. Il en est de même du miel produit avec la fleur de l’encens et le Fromage du Pic – AOP, un Fromage au lait de vache à pâte molle. À la table, plusieurs propositions pour un repas typique, avec un accent particulier sur la pieuvre en ragoût avec du vin odorant, la saucisse avec de l’igname, le ragoût de viande et les bouillons de poisson.
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© mypetifute
Faial No extremo ocidental da ilha, o Vulcão dos Capelinhos, ergue-se majestoso, como testemunho da última erupção vulcânica que ocorreu nos Açores e que acrescentou nova terra à terra existente. Entrar nesta área é como aterrar numa superfície lunar, onde o cinzento das cinzas e escórias vulcânicas emitidas entre 1957 e 1958 começa a ser invadida pelo verde da vegetação. Das ilhas do Triângulo, esta é a que dispõe de maior número de praias de areia vulcânica. A marina da Horta, inaugurado em 1986, é um dos portos de abrigo mais famosos do mundo. Gastronomia do Faial Caldo de Peixe O polvo guisado com vinho é o prato mais típico do Faial. Na mesa a importância marítima alastra-se para o caldo de peixe e para a caldeirada. Pão e bolo de milho são acompanhamentos preferenciais. Nas carnes, morcelas e linguiças servem de petisco ou como refeição, quando servidas acompanhadas de inhame. A receita da molha de carne confia em especiarias, como a pimenta, cominhos e canela para temperar o generoso refogado em que se coze a carne de vaca. Na doçaria são típicas as fofas do Faial: os bolinhos de massa aromatizada por sementes de funcho, cozem no forno antes de serem recheados com um creme à base de gemas de ovos, leite, açúcar, farinha e raspa de limão. La gastronomie Bouillon de poisson La pieuvre cuite au vin en ragoût, est le plat le
Faial À l’extrémité ouest de l’île, le volcan «Capelinhos» se dresse majestueusement, témoignant de la dernière éruption volcanique survenue aux Açores et ajoutant de nouvelles terres aux terres existantes. Entrer dans cette zone revient à atterrir sur une surface lunaire, où le gris des cendres et des scories volcaniques émises entre 1957 et 1958 commence à être envahi par la verdure de la végétation. Parmi les îles du Triangle, c’est celle qui possède le plus grand nombre de plages de sable volcaniques. La marina de Horta, ouverte en 1986, est l’un des ports portuaires les plus célèbres du monde. © direitos reservados
plus typique de Faial. À table, l’importance maritime s’étend à la soupe de poissons et au ragoût. Le pain et le gâteau de maïs sont les plats d’accompagnement préférés. Les viandes, les « morcelas » et les saucisses servent de collation ou de repas avec les ignames. La recette de ragoût repose sur des épices, telles que le poivre, le cumin et la cannelle pour assaisonner le ragoût généreux dans lequel le bœuf est cuit. Dans la confiserie sont typiques les «fofas» du Faial : Les gâteaux à la pâtes aromatisées par des graines de fenouil, cuisent au four avant d’être garnis d’une crème à base de jaune d’œuf, de lait, de sucre, farine et d’un zeste de citron.
24 REGIÕES - AÇORES Corvo Corvo, a selvagem, não é mais que uma rocha perdida onde as tempestades impedem muitas vezes os barcos de atracarem.
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Gastronomia A Gastronomia assenta na frescura dos peixes e mariscos. O pão de milho produzido localmente é acompanhamento para pratos típicos como as tortas de “erva do calhau”. Uma espécie de alga marinha apanhada nas rochas à beira-mar, da qual se retira a agua salgada. Depois de quebrada e cortada, é adicionada a ovos batidos e farinha para modelar pequenos bolinhos. Muito apreciado, o queijo artesanal tem cura mínima 60 dias. De pasta semidura
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e cor amarelada, tem sabor persistente, com ligeiro toque picante. Corvo Corvo, la sauvage, n’est qu’un rocher perdu où les tempêtes empêchent souvent les bateaux d’accoster. Gastronomie La gastronomie est basée sur la fraîcheur du poisson et des fruits de mer. Le pain de maïs produit localement accompagne des plats typiques tels que les tartes à l’ »herbe caillou». Une sorte d’algue capturée sur les rochers au bord de la mer, d’où l’on retire de l’eau salée. Une fois cassé et haché, il est ajouté aux œufs battus et à la farine pour former de petits gâteaux. Très apprécié, le fromage artisanal a une cure minimale de 60 jours. De pâte semi dure et de couleur jaunâtre, il a une saveur persistante, avec une légère touche épicée.
© renascença
SABIA QUE... Situadas numa zona de fratura da crosta terrestre, os Açores estão sujeitos regularmente a tremores de terra. Como na Madeira, estas ilhas dependem administrativamente de Portugal. Baleias Os Açores são atualmente um dos maiores santuários de baleias do mundo. Trilhos Nos Açores encontra-se uma vasta rede de trilhos homologados e sinalizados, todos de interesse bio-geológico e histórico -etnográfico. Golf Considerado como um dos melhores e menos explorados locais do mundo
para a prática do golf. Mergulho Estão catalogados e descritos dezenas de locais para todos os gostos e variantes de imersão. Geoturismo Completar as Caldeiras de Colapso e algumas das suas lagoas, caminhar por Fajãs, observar cordilheiras vulcânicas e os vestígios de erupções recentes, descer algares e túneis laicos, descobrindo mundo subterrâneo ou presenciar a terra a borbulhar nos campos de fumarolas. Saúde e Bem-estar Os Açores possuem recursos hidrotermais reconhecido explorador desde à séculos, nomeadamente nascentes de águas car-
POÇO DA ALAGOINHA
Flores No coração do famoso anticiclone dos Açores, é talvez a mais bela das ilhas. É neste pedaço de terra que o continente europeu tem o seu ponto mais ocidental (ilhéu de Monchique). A designação de Flores pensa-se estar associada à abundância de flores naturais. Um dos monumentos naturais mais famosos é a Rocha dos Bordões. Nos morros dos frades há quem vislumbre na pedra as silhuetas de um padre e uma freira. Flores Au cœur du célèbre anticyclone des Açores, c’est peut-être la plus belle des îles. C’est dans ce petit coin et dans cette terre que le continent européen a son point le plus occidental (île de Monchique). On pense que la désignation de fleurs est associée à l’abondance bónicas naturais, cascatas e piscinas de água férrea, referenciadas desde o século XVI. Destacam-se as Termas de Ferraria e as piscinas de água férrea nas Furnas em São Miguel e as Termas do Carapacho na Graciosa. VOUS SAVIEZ QUE… Situées dans une zone de fracture de la croûte terrestre, les Açores subissent régulièrement des tremblements de terre. Comme à Madère, ces îles dépendent administrativement du Portugal. Les baleines Les Açores sont actuellement un des plus grands sanctuaires de baleines du monde.
de fleurs naturelles. L’un des monuments naturels les plus célèbres est le rocher de Bordões. Dans les collines des moines, il y a ceux qui voient dans la pierre les silhouettes d’un prêtre et d’une nonne. Gastronomia
© AZORES
As carnes de porco em salmoura, depois de demolhadas, são cozidas e servidas com batata e couve. Inhame com linguiça e sopa de agrião, juntam-se à ementa mais tradicional. O Queijo curado produzido na ilha apresenta pasta mole e textura firme. Nas tortas de erva patinha alia-se o conceito de omeleta com Pistes de randonnées Les Açores constituent un vaste réseau de rails approuvés et signalés, tous d’intérêt bio-géologie historique et ethnographique. Le golf Considéré comme l’un des meilleurs et des moins exploités endroits au monde pour la pratique du golf. La pêche Des dizaines d’emplacements pour tous les goûts et variantes d’immersion sont catalogués et décrits. Géo-tourisme Admirez les « chaudières Colapso» et certaines de leurs lagunes, parcourez Fajãs, observez les cordelières volcaniques et les traces d’éruptions
algas marinhas. O peixe, património gastronómico tradicional da ilha é vertido em diversas receitas, como o Albacora assada no forno e a caldeirada de congro. Do araçá, planta da família da goiabeira, apanham-se frutos de cor amarela, vermelha e roxa com que se produz um doce típico. O mel apanha o aroma das imensas flores que embelezam a ilha. La gastronomie Les viandes de porc en saumure, après avoir été trempées, sont cuites et servies avec des pommes de terre et du chou. Des ignames avec de la saucisse et la soupe au cresson font partie du menu plus traditionnel. Le fromage affiné produit sur l’île présente une pâte molle et une texture ferme. Dans les tartes d’herbe, « patinha » s’allie le concept d’omelette avec les algues marines. Le poisson, patrimoine gastronomique traditionnel de l’île, est utilisé dans diverses recettes, telles que l’Albacore rôtie au four et le congre en ragoût. De l’Aracée, une plante de la famille des goyaves, on obtient des fruits de couleur jaune, rouge et violette avec lesquels est produit un bonbon typique. Le miel capte le parfum des immenses fleurs qui ornent l’île. récentes, descendez par des ravins et des tunnels, découvrez le monde souterrain ou observez la terre bouillonner dans les champs de fumerolles. Santé et bien-être Les Açores disposent de ressources hydrothermales reconnues et exploités depuis des siècles, à savoir des nombreuses sources d’eaux carboniques naturelles, des cascades et des bassins d’eau de fer, référencés depuis le XVIe siècle. Les points culminants incluent les sources thermales de Ferraria et les piscines de l’eau de fer en Furnas à São Miguel et les thermes de Carapacho à Graciosa.
Especial
PEDRAS
Quando falamos de pedras, devemos dizer da sua importância, que foi como a invenção da roda na nossa cultura. Basta referir o quadro negro que conhecemos nas escolas (ardósia) e o material dos lápis com que fazíamos as operações de aritmética.
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ESPECIAL PEDRAS
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Portugal Mineral
Montagem e texto: Arthur BartH
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uando falamos de pedras, devemos dizer da sua importância, que foi como a invenção da roda na nossa cultura. Basta referir o quadro negro que conhecemos nas escolas (ardósia) e o material dos lápis com que fazíamos as operações de aritmética, (grafite). A pedra surge no grande Big-Bang do nosso sistema. A terra é feita de poeiras estelares, assim como tudo o que ela contém incluindo-nos, e continuam a cair no nosso planeta partículas da nebulosa que deu origem a todo o nosso sistema solar. Essas partículas por vezes são de tal dimensão que resistem a fricção da atmosfera terrestre e caem em forma de meteoritos que podem ser de ferro ou de pedra. O núcleo do nosso planeta é composto de ferro, níquel, enxofre, e o manto terrestre, constituído por materiais mais leves, referidos vulgarmente como pedras e areias, com as várias características resultantes de reações químicas, erosões geomorfológicas entre os elementos que constituem a diversidade da vida. Portugal é um dos principais produtores de rochas ornamentais do mundo. A extensa variedade de pedra natural proporciona-lhe uma posição de destaque no cenário mundial e um forte contributo para a criação de riqueza e sustentabilidade do setor. A industria das rochas ornamentais (extração e transformação) é uma das mais antigas atividades económicas nacionais. O mármore é a principal rocha extraída e transformada, seguida do granito. Le Portugal est l’un des principaux producteurs de pierres décoratifs au monde. La vaste gamme de
pierres naturelles lui confère une position de premier plan sur la scène mondiale et une contribution importante à la création de richesse et à la durabilité du secteur. L’industrie des roches décoratifs (extraction et transformation) est l’une des plus anciennes activités économiques nationales. Le marbre est la principale pierre extraite et transformée, suivie du granit.
Assentamos sobre a pedra, existimos dela e vivemos com ela. Falemos então de alguns exemplos em Portugal Ardósia… rocha metamórfica de grão fino e homogéneo, muito semelhante ao xisto. Aplica-se na construção de pavimentos, fachadas, tampos, quadros, decorações interiores e exteriores. Em Portugal a extracção desta pedra concentrase na região Norte-do-País destacando-se em Valongo a Pedreira da Milhária, sendo a maior e mais antiga mineira a céu aberto. Ardoise… Roche métamorphique à grain fin et homogène, très semblable au schiste. Il est utilisé dans la construction de sols, façades, fonds, peintures et décorations intérieures et extérieures. Au Portugal, l’extraction de cette pierre est concentrée dans le
nord du pays, principalement à Valongo, la carrière de la Milhária, étant la plus grande et la plus ancienne exploitation à ciel ouvert. Giz… Um calcário branco extraído das rochas que sofreram da erosão jurássica do tempo e clima. Em Portugal existem por todo o território vários maciços de calcário, mas a exploração e transformação industrial deste elemento incide no norte e centro. Craie… Un calcaire blanc extrait de roches ayant souffert de l’érosion du temps et du climat du Jurassique. Au Portugal, il existe plusieurs masses calcaires sur
tout le territoire, mais l’exploration et la transformation industrielle de cet élément se trouve en sa majorité au nord et centre.
Maciços de calcários jurássicos em Portugal Maciço de Condeixa-Sicó -Alvaiázere Aveiro, Anadia, Mealhada Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Verride e Montemor-o-Velho. Maciço de Estremenho. Esta grande mancha calcária conjunta está delimitada pelas localidades de Leiria, Vila Nova de Ourém, Alcanede, Rio Maior, Benedita, Turquel e Alcobaça – Todas elas administradas nos distritos de Leiria e Santarém. A serra da Arrábida é também um dos maciços calcários em Portugal. Localizada na península de Setúbal, a sul do rio Tejo, podem verse afloramentos desse maciço desde Sesimbra. Aplicações do Calcário … produção de cimento, produção de cal, giz, vidro, pe-
dra ornamental, aplicações na metalúrgica, electrónica e na pecuária servindo para a correção orgânica dos solos. Applications du calcaire... production de ciment, production de chaux, craie, verre, pierre pierre décorative, applications en métallurgie, électronique et élevage pour la correction organique du sol. Xisto… as aldeias rurais de Portugal com as casas construídas por este material são destaque no turismo que o nosso país oferece. Xyste… les villages ruraux du Portugal, où les maisons construites avec ce matériau jouent un rôle de premier plan dans le tourisme qu’offre notre pays. O interesse em recuperar e preservar esse modelo de habitações característico, acontece por todo o interior, destacando-se no norte e centro do país. Serra da Lousã, Serra do Açor, Zêzere e Tejo-Ocreza. Usa-se o Xisto na construção de casas, telhados, muros e calcetamentos de passeios. L’intérêt pour la récupération et la préservation de ce
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AC PORTUG
GAL TOURS
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CERDEIRA
modèle d’habitations caractéristiques s’observe dans l’ensemble de l’intérieur, au nord et centre du pays. Serra da Lousã, Serra do Açor, Zêzere et Tejo-Ocreza. Le schiste est utilisé dans la construction de maisons, de toits, de murs et de trottoirs. Grafite… como já referido, foi o nosso primeiro elemento dos tempos modernos que nos ligou a escrita e ao grafismo. É um mineral composto apenas por carbono, designado aquando da sua descoberta e utilização como o ouro negro. Não existe em Portugal a exploração de minas desse minério. Graphite… Comme nous l’avons déjà mentionné, le graphite a été notre premier élément des temps modernes qui nous liait à l’écriture et au graphisme. C’est un minéral composé uniquement de carbone, désigné lors de sa découverte et utilisé comme or noir. Il n’y a pas d’exploitation minière au Portugal de ce minerai. Granito… rocha com grão fino, médio ou grosso composto essencialmente por quartzo. Utilizado na construção civil, casas, passeios, muros. Em Portugal são célebres os (Calceteiros) profissionais que fazem os passeios públicos muito requisitados e apreciados por todo mundo pela sua beleza artística Granit… Roche à grain fin, moyen ou grossier composée essentiellement de quartz. Utilisé dans la construction des maisons, des allées, des trottoirs, des murs. Au Portugal, ce sont des professionnels célèbres
(Calceteiros) qui font les allées publiques, très convoitaient et appréciées de tous par leur beauté artistique. Monumento ao Calceteiro… Na freguesia de Fanhões em Lisboa Monument à Calceteiro ... Dans la ville de Fanhões
O nosso granito assim como os nossos mármores são os mais apreciados como pedra ornamental nos quatro cantos do mundo. A calçada portuguesa é a mais conhecida. Muito dela se fala hoje em dia, quer por razoes estéticas, quer de segurança para os pedestres. Em Lisboa foi tomada recentemente a decisão de a substituir por pavimentos alternativos, à exceção da existente nos centros históricos. Notre granit ainsi que nos marbres sont les plus appréciés comme pierre décorative aux quatre coins du monde. La chaus-
sée portugaise est la plus connu. On entend parler d’elle de nos jours, à la fois pour des raisons esthétiques et pour des raisons de sécurité des piétons. À Lisbonne, il a récemment été décidé de le remplacer par des revêtements alternatifs, à l’exception des revêtements existants déjà dans les centres historiques.
Basalto… rocha bastante frequente derivada de magnas fluidos, com características de ser escura e muito dura, serve também para a pavimentação de passeios e fachadas de casas. Em Portugal encontra-se nas ilhas autónomas da Madeira e Açores… Basalte… une roche très fréquente, dérivée de magmas fluides, avec des caractéristiques sombre et très dure, sert également au pa-
vage de trottoirs et de façades de maisons. Au Portugal, on la retrouve surtout dans les îles autonomes de Madère et des Açores... Mármore … Um produto nacional a conquista do mundo Un produit national à la conquête du monde Vila Viçosa, Estremoz, Borba, Susel Serra de Aíres e Candeeiros Nas planícies a perder de vista no coração do Alto Alentejo. O mármore é de grande valor histórico, foi este material, eleição dos reis na construção dos seus palácios., colunas, monumentos e esculturas. Nos dias de hoje, esta pedra também é muito utilizada no interior das habitações. A sua extração é muito importante para a economia local, e nacional existindo ainda em abundancia esta pedra no nosso país, de modo que não é necessário recorrer à importação. Exportamos o nosso mármore. A chuva e a poluição atmosférica modificam a cor da pedra ao longo dos anos, por isso, esta é mais recomendada para o interior das casas, embora também possa ser colocada na parte exterior. O mármore é formado por carbonato de cálcio e outros componentes diferenciados, o que faz com que esta rocha tenha cores distintas e uma textura diversa. Não existem duas pedras iguais, mesmo que semelhantes, cada uma tem as suas próprias características. As cores das pedras variam do branco ao preto, passando pelos tons de verde, vermelho e amarelo.
Fanhões já é a “Capital do Calceteiro”. O pedido, feito pela Junta de Freguesia local, entrou no INPP- Instituto Nacional de Propriedade Industrial e, depois de analisado, foi aceite. A partir de agora começa o trabalho de dar consistência a esta nova designação. “Queremos promover o homem, a profissão, as próprias famílias. No fundo promover as pessoas da terra que através da sua arte, espalhada pelo mundo, contribuíram para dar uma especificidade muito própria a Fanhões”, diz Jorge Simões, presidente da Junta de Freguesia. O projeto não surgiu do nada. A presença muito expressiva de calceteiros em, Fanhões sempre despertou muito interesse. Só para se ter uma pequena ideia, no recenseamento de 1926, das 224 pessoas recenseadas de Fanhões, 25 eram calceteiros e no recenseamento de 1928, das 178 recenseadas, 26 eram calceteiros. A origem na fixação de tantos profissionais da calçada ainda esta por explicar. Há quem remeta para a construção do Convento de Mafra, para a rota de transporte de pedra e de homens ligados à pedra, rota que passava por Fanhões, já outros referenciam as pedreiras existentes à volta da terra, de onde era retirada a pedra de lioz. O que é um facto é que em Fanhões se situou durante anos e anos uma comunidade de calceteiros, que daí debandavam para Lisboa, tendo ajudado a forjar as belas calçadas da capital, para outras zonas do País e para o mundo, desde o Brasil a Macau. “Queremos homenagear essas pessoas, o seu trabalho, a sua criatividade. Por isso, em conjunto com a Câmara de Loures, vamos fazer um memorial ao calceteiro, com os nomes de todos os calceteiros que conhecemos. Até 31 de Março estamos a fazer um levantamento dos nomes e aproveito a partir daqui para pedir quem conheça calceteiros da terra, amigos, familiares que façam chegar à Junta de Freguesia esses nomes.”. Fonte: notícias De Cá e De Lá
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www.marmores-e-granitos-jmrg.com Rua da Figueirinha n.ยบ18 Monte Redondo, 2425-617 Leiria - Portugal
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Dans les plaines à perdre de vue au cœur de l’Alto Alentejo. Le marbre a une très grande valeur historique, ce matériau, a été élu par les rois dans la construction de ses palais, colonnes, monuments et sculptures. De nos jours, cette pierre est également largement utilisée dans la décoration l’intérieur. Son extraction est très importante pour l’économie locale, La pierre existe toujours en abondance dans notre pays, de sorte qu’il n’est pas nécessaire de recourir à l’importation. Au contraire, nous exportons notre marbre. La pluie et la pollution de l’air changent la couleur de la pierre au fil des ans. Elle est donc recommandée pour l’intérieur de la maison, bien qu’elle puisse également être placée à l’extérieur. Le marbre est formé de carbonate de calcium et d’autres composants différenciés, ce qui donne à cette roche des couleurs et une texture variée. Aucune pierre ne se ressemble, bien que semblable, chacune a ses propres caractéristiques. Les couleurs des pierres varient du blanc au noir en passant par les teintes de vert, de rouge et de jaune.
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plomb, le volphamium, l’étain, l’or, l’argent, l’ uranium, le lithium, le fer, le manganèse, le chrome, le nickel, la platine, l’antimoine, la tantale, le niobium. Il existe deux cents mines connues sur le continent, dont certaines doivent être réactivées. Nous sommes également producteurs de pierres d’ornement, en particulier de marbre, de la région d’Estremoz-Borba-Vila Viçosa concentrée dans la région du Nord, exportateurs de calcaires, du massif d’Estremenho et de granites provenant du Nord ; Vila Real, Braga, Monção e Viseu. Em Portugal, o sector das rochas ornamentais tem observado crescentes níveis de mecanização e industrialização, permitindo manter uma atividade alargada, que se estende à tradição mais ornamental da utilização das rochas, em que se valoriza a não repetibilidade das cores, formas ou dimensões, numa linha de atividade artesanal que, se bem aproveitada, poderá ser um fator diferenciador e acrescentador de valor à produção. O futuro do sector irá passar pela cooperação empresarial entre produtores, construtores, prescritores e entidades publicas, bem como por uma maior promoção da produção, quer no mercado nacional como no externo, acompanhada por um conhecimento mais aprofundado das suas características, por um mais elevado domínio e conhecimento dos circuitos completos de comercialização e, finalmente, pela profissionalização da gestão, em todas as suas vertentes. A prestação de serviços pré e pós-venda manifesta-se, também, cada vez mais importante. Para além destes desafios, torna-se neces-
sário não descurar os fatores determinantes da competitividade do sector, que, para além das matérias-primas, abrangem os recursos humanos, a inovação e tecnologia e a questão ambiental. A integração vertical da cadeia de valor em Portugal será, também, um desígnio para o futuro – o valor acrescentado ficará, assim, em Portugal. Au Portugal, le secteur des roches décoratives a subi des niveaux croissants de mécanisation et d’industrialisation, permettant de maintenir une activité plus large, qui s’étend à la tradition plus ornementale de l’utilisation des roches, dans laquelle la non-répétabilité des couleurs, des formes ou des dimensions est valorisée. Activité artisanale qui, si elle est bien utilisée, pourrait être un facteur de différenciation et une valeur ajoutée à la production. L’avenir du secteur sera la coopération entre producteurs, fabricants, prescripteurs et organismes publics, ainsi qu’une promotion accrue de la production, tant sur le marché intérieur qu’à l’étranger, accompagnée d’une connaissance plus approfondie de ses caractéristiques, d’une maîtrise et connaissance de la totalité des circuits marketing et, enfin, de la professionnalisation du management, sous tous ses aspects. La fourniture de services avant et après vente est également de plus en plus importante. Outre ces défis, il est nécessaire de prendre en compte les déterminants de la compétitivité du secteur, qui, outre les matières premières, couvrent les ressources humaines, l’innovation, la technologie et l’environnement. L’intégration verticale de la chaîne de valeur au Portugal sera également un projet d’avenir - la valeur ajoutée sera donc au Portugal.
Pirite
Cobre
Nota final
Ouro ou Pirite? Saiba que, o país é um dos principais produtores europeus de cobre e volfrâmio, explorados nas minas de S. Domingos, Aljustrel, Panasqueira e que já ultrapassaram um seculo de existência. – Também possuímos as terceiras maiores reservas de urânio da Europa. – Há estudos que identificam a existência de ouro (Au) com dimensões propícias para exploração nos arredores de Montemor-o-Novo e que foram descobertas concentrações de lítio que nos poderá transformar num dos maiores exportadores desse metal recentemente muito utilizado para a construção de baterias. O território português possui uma complexa configuração geológica que poderá ser aproveitada de recursos minerais. Tais como, Cobre, Zinco, Chumbo, Volfrâmio, Estanho, Ouro, Prata, Urânio, Lítio, Ferro, Manganês, Crómio, Níquel, Platina, Antimónio, Tântalo, Nióbio. Existem no continente duas centenas de minas conhecidas, algumas a precisarem de serem reactivadas. Também somos produtores de rochas ornamentais,
destacando-se os mármores, provenientes da região de Estremoz-Borba-Vila Viçosa concentrado na região Norte, exportadores de calcários, do Maciço de Estremenho e de granitos provenientes do Norte, Vila Real, Braga, Monção, Viseu.
Or ou Pyrite?
Sachez que le pays est l’un des principaux producteurs européens de cuivre et de wolfram, exploités dans les mines de S. Domingos, Aljustrel, Panasqueira et qui ont déjà dépassé un siècle d’existence. – Nous possédons également la troisième plus grande réserve d’uranium d’Europe. – Il existe des études identifiant l’existence d’or (Au) de dimensions propices à l’exploration dans la banlieue de Montemor-o-Novo et découvrant des concentrations de lithium qui pourraient faire de nous l’un des plus gros exportateurs de ce métal récemment utilisé pour la construction de batteries. Le territoire portugais présente une configuration géologique complexe qui peut être exploitée à partir de ressources minérales. Tels que, le cuivre, le zinc, le
AGENDA CULTURAL
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França
Filme restaurado de Manoel de Oliveira é exibido em Paris O festival Tout La Memoire Du Monde decorrerá de 13 a 17 de março, em Paris, com uma centena de filmes. O documentário “O Pão”, de Manoel de Oliveira, vai ser exibido numa versão digital, no âmbito de um festival dedicado a obras cinematográficas restauradas. Sexta-feira 15 de Março 2019, 18h30 – Cinéma Reflet Médicis. 19h30 (57 min) Sessão apresentada por Maria João Madeira O Pão (Manoel de Oliveira/ Portugal/1959/57 min/ DCP/VOSTF)
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Portugal Alexandre Estrela em Paris Métal Hurlant 13 março a 16 junho 2019 Museu Calouste Gulbenkian Paris Métal Hurlant foi concebida para o espaço de exposições da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris. No total, reúne nove obras de produção recente – quatro são inéditas – de Alexandre Estrela. Desde meados da década de 1990 que o trabalho de Alexandre Estrela (Lisboa, 1971) se tem distinguido pelo modo original e idiossincrático como aglutina e sobrepõe um leque muito diversificado de domínios, temas e referências.
Francisco Tropa O Pirgo de Chaves 22 fev a 04 jun 2019 Museu Calouste Gulbenkian – Lisboa A partir da descoberta de um misterioso objeto do período romano encontrado em Chaves, Francisco Tropa promove um diálogo entre o passado e o presente, entre a escultura contemporânea e a arqueologia. O ponto de partida desta exposição é um pirgo ou «turrícula» de bronze encontrado
nas recém-descobertas Termas Romanas de Chaves. Francisco Tropa é um artista português com um percurso nacional consolidado, iniciado nos anos de 1990.
EXPOSIÇâO «ARTE NO PARQUE» Esta exposição reúne 17 trabalhos realizados, ao vivo, no Parque da Devesa, no dia 17 de junho de 2018, durante a primeira edição da iniciativa Arte no Parque por um conjunto de artistas plásticos das áreas da pintura, escultura, desenho e fotografia. Os temas retratados estão relacionados,
maioritariamente, com o território de V.N. de Famalicão, nas vertentes do património, personalidades e paisagem. Coorganização: Grupo de Artistas Arte Celano, Galeria Matriz Arte, e Município de V.N. de Famalicão. Exposição patente até 31 de março. Museu Bernardino Machado
Scripta, 2017. Bronze pintado, lona serigrafada, caixa em madeira. Foto: Teresa Santos e Pedro Tropa
Boca regressa ao Porto 15 mar. a 30 abr. 2019 Teatro Carlos Alberto Porto Mais de meia centena de artistas estarão entre o Porto, Lisboa e Braga – cidade convidada – naquela que é a segunda edição da Bienal de Artes Contemporâneas (BoCA). Os espetáculos e exposições da edição deste ano incidem na “identidade, raça e género”.
Atualidades França SALÃO INTERNATIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Loic da Silva na guitarra portuguesa
FADO FAZZ MANOUCHE NO RESTAURANTE PIANO EM IVRY-LA-BATAILLE A gerência do Restaurante Piano en Ivry-la-Bataille, organizou uma soirée de fado à portuguesa. Eles eram três músicos, vindos de horizontes diferentes. Eles souberam misturar as suas técnicas e suas aspirações para criar, com Loïc da Silva, dito Cordeone, uma música saída da tradição popular portuguesa o famoso fado: o «Fado Manouche». “É sempre um prazer voltar a esta casa onde nós
gravamos o nosso clip.” Loïc, um lusodescendente, de Tours – França, começou a música com 9 anos de idade, o acordeão, pela influencia do seu avô e tio que também tocavam, dando-lhe a vontade de aprender. Estudou com um professor francês mas passados dois anos, como autodidata, começou a tocar sozinho. Descobrindo, foi experimentando vários instrumentos, mas aquele que mais lhe pareceu ter a ver com ele foi a guitarra portuguesa que começou
com uma brincadeira aos 17 anos. “Vivendo em França, filho de emigrantes e nascido aqui, achei que havia ali alguma coisa a qual eu me podia agarrar. A minha raiz portuguesa”! Este restaurante agradou os seus clientes com uma ementa feita especialmente para a ocasião e onde os sabores nos regalaram as papilas esvaindo no espaço de uma noite a saudade que sempre nos acompanha. O público que encheu a sala ficou encantado.
De 1 a 3 de fevereiro, o Hall 5 do Parque de Exposições de Paris, Porta de Versalhes, foi palco da reunião de vários mestres de Pintura Internacional. A presença portuguesa esteve representada pelo mestre pintor, António Cristóvão, com o patrocínio do grupo empresarial Jean Pina, radicado na região parisiense, no stand da galeria LALOU ART,
da pintora brasileira, Lumorelle. Na fotografia, da esquerda para a direita: Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris, Victor Alves Gomes, funcionário Europeu, Sra. Rosa Macieira Dumoulin, Conselheira Municipal, dos Séniores e Europa, na Câmara de Antony (92), França, João Pina, Carla Pina, António Cristóvão, mestre pintor, Jorge Alexandre, Vicepresidente da Casa Benfica Paris Futsal, Loumorelle, pintora, João Germano, presidente do jornal Português Vivo.
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34 ATUALIDADES
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Portugal - ESPECIAL CARNAVAL 2019 O Carnaval em Portugal possui uma longa tradição carnavalesca e raízes milenares, sendo ainda hoje um dos mais importantes “ciclos” festivos do país. © JOÃO VASCO
Em Lazarim concelho de Lamego, decorre anualmente um dos Carnavais mais genuinamente portugueses “O Entrudo de Lazarim” mantém as tradições ancestrais, que perduram ao longo dos anos.
Carnaval de Ovar O Carnaval de Ovar 2019 arrancou sábado, dia 09 de fevereiro, com um Desfile de Carnavais
Ibéricos, prolongandose até 05 de março, com muita animação e folia. O Carnaval de Ovar é organizado há 67 anos, ao qual acrescem mais
algumas dezenas de anos de carnaval livre e espontâneo, tornando-o numa tradição secular com características muito próprias.
Os muitos artesãos da vila esculpem máscaras carrancudas em madeira e desfilam-nas pelas ruas da vila. Aos jovens do sexo masculino, dão o nome de “caretos” e às jovens do sexo feminino, de “senhoritas”. Carnaval de Famalicão O Carnaval de Famalicão é genuíno, espontâneo e verdadeiramente surpreendente. Animação, criatividade e muita boa-disposição são os principais ingredientes, faça chuva ou faça sol!
Tendo como palco principal a zona envolvente ao Parque da Juventude, nomeadamente as ruas Luís Barroso, Luís de Camões, Praça 9 de Abril, Avenida de França e Rua D. Fernando I, a festa estende-se por toda a cidade.
Carnaval de Canas de Senhorim Tem perto de 400 anos e tradições únicas como os Pizões, as Paneladas, Queima do Entrudo, Despique a Farinhada, (em que as raparigas que saírem de casa até ao meio dia correm o risco
de serem enfarinhadas), entre outras.
ATUALIDADES
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Portugal - ESPECIAL CARNAVAL
Entrudo Chocalheiro 2019 – Podence, Macedo de Cavaleiros O Carnaval mais Genuíno de Portugal, a caminho da “UNESCO”, Património Cultural Imaterial da Humanidade.
O ritual tem origens celtas e será um dos mais antigos em Portugal. Os caretos são homens e usam fatos coloridos, com máscara vermelha, e chocalhos. Saem à rua no Carnaval, até terçafeira, em Podence, a aldeia de Macedo de
Cavaleiros, em Trásos-Montes onde esta tradição resiste. “Eles, só os homens podem ser caretos, vão atrás das mulheres. Encostamse e elas fogem”, diz António Carneiro, um dos fundadores e presidente da Casa do Careto.
Carnaval de Loulé Carnaval de Loulé aposta no ambiente sem esquecer a folia do “Circo Selfie” “O Circo Selfie” é o tema de mais uma edição do Carnaval de Loulé que, nos dias 3, 4 e 5 de Março regressa à Avenida José da Costa Mealha. Brincadeira, folia e sátira
Carnaval de Torres Vedras regressa com muitas novidades
CARNAVAL DA MEALHADA 2019 O Carnaval LusoBrasileiro da Bairrada assume-se como o carnaval mais brasileiro de Portugal com uma animação que vai além dos tradicionais desfiles
carnavalescos, com as quatro escolas de samba locais: Batuque, Imperatriz, Mangueira e Tijuca. Para além dos corsos diurnos a animação noturna estende-se até avançadas horas da madrugada com vários músicos e djs.
Em 2018, recorde-se que em vez do Carnaval sair à rua no Domingo, houve um desfile noturno no sábado por razões do mau tempo, levando a que milhares de pessoas tenham afluído a este evento que foi preparado em menos de 24 horas.
O Carnaval de Torres Vedras, o mais português de Portugal, regressa, de 1 a 6 de março, com um programa recheado
são os ingredientes da festa que, este ano, vai ser mais sustentável do ponto de vista ambiental. Assim, uma das novidades passa pela utilização de copos de papel 100% biodegradáveis, reutilizáveis até quatro ou cinco vezes e compostáveis, que serão distribuídos pelos bares existentes no recinto.
de diversão e muitas novidades. O Corso Escolar, os corsos diurnos e noturnos, o ARRAIAL FEST e a música nos palcos espalhados pela Cidade são alguns dos momentos que dão forma à edição de 2019.
36 ACTUALIDADES
FEVEREIRO 2019
Portugal - ESPECIAL CARNAVAL 2019 Carnaval de Estarreja
Actualmente o Carnaval de Estarreja é uma das festividade de relevo deste período, com 12 grupos (5 escolas de samba e 7 grupos de folia) levando mais de mil figurantes às ruas, tentando ano após ano
melhorar a qualidade das apresentações para os milhares que todos os anos se deslocam a Estarreja para ver este espetáculo. Com uma história que antecede ao final do século XIX, o Carnaval de Estarreja começou por ser a tradicional Batalha de Flores que era feita na época carnavalesca entre os carros alegóricos que eram decorados com o patrocínio de empresas e famílias locais que desfilavam pelas ruas de Estarreja. Estes festejos prolongaram-se até ao primeiro quarto do século seguinte, altura em que alguns dos seus principais promotores morreram.
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Atualidades Autárquicas - Portugal Monsaraz
Freguesia de Reguengos de Monsaraz vai ter projeto piloto Transporte a Pedido A Junta de Freguesia de Reguengos de Monsaraz vai implementar a partir
de terça-feira, dia 12 de fevereiro, o projeto Transporte a Pedido. Este serviço será realizado por um táxi, destinase a todas as pessoas com mais de 65 anos residentes na freguesia e tem como objetivo
aumentar a cobertura da rede de transportes coletivos, proporcionando uma oferta em áreas e/ ou períodos do dia em que não existam rotas de autocarros ou que a abrangência da região seja deficitária.
Complexo Arqueológico dos Perdigões
Complexo arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, foi classificado monumento nacional O complexo arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz foi classificado como sítio de interesse
nacional, tendo-lhe sido atribuída a designação de monumento nacional. O complexo arqueológico mereceu o parecer favorável da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura para a sua classificação, tendo o decreto sido publicado no Diário da República de 28 de janeiro.
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38 ROMANCE
JOÃO SILVESTRE
FEVEREIRO 2019
Caminhos do destino
M
aria Aparecida, era a mais efusiva das três meninas da favela que naquela tarde do marralheiro sábado, iam conhecer pela primeira vez a emoção de assistirem perante o grande écran de uma sala climatizada, às cenas mágicas -pensavam elas-, de aventuras de amor que povoavam os seus sonhos de adolescentes, tórridos e molhados pela tropical essência do seu corpo e alma. Passavam nas diversas salas outros tantos filmes, mas os olhos de avelã de Aparecida logo se prenderam no escaparate que anunciava “O Assalto ao Trem Pagador”, de 1962, de Roberto Faria. Suas amigas bem protestaram por tão insólita escolha de Maria com um “virge, Maria Aparecida, então nós, moças das favela, viemos à cidade para ver filme de bandido?” Maria não as ouvia sequer, quando se dirigiu à bilheteira e comprou por 20 reais o seu caminho para o sonho! A pintura a preto e branco de Luiza Maranhão, a protagonista, uma morena, abraçada a Eliezer Gomes, da mesma côr, “falou” ao coração de Aparecida. As outras, perante a inabalável vontade da amiga, outro remédio não acharam que a seguir, pois que juraram não se separar por motivo algum. Assim que as luzes se
sómente da figura da grande Luiza Maranhão, que a partir daquela tarde de sábado, viria a ser o modelo que por tudo desejava para a sua vida! Sem saberem, entretanto, tinha assistido a um dos maiores filmes brasileiros de sempre! À hora marcada lá estava, como prometido, o irmão mais velho de Aparecida para as levar de volta a casa, sem que antes, a irmã tenha reparado, numa vitrina da lanchonete no átrio dos cinemas, num papel branco; a seguinte frase: Precisa moça para trabalhar!
apagaram, o coração de Maria, jamais se aquietou, com o desenrolar das cenas mágicas do filme. E tão depressa se revia nas ruas e becos da sua favela e logo sonhava ser a diva Luiza Maranhão, a Zulmira, apaixonada pelo Tião Medonho (Eliezer Gomes), chefe da quadrilha cujo mentor era Grilo Peru, (Reginaldo Faria). As outras amigas depressa se renderam, também,
à escolha de Aparecida, talvez por outras razões diversas das de sua companheira do bairro da Mangueira. Talvez torcendo pelo êxito da quadrilha, contra aos exploradores da Estrada de Ferro Central do Brasil, a que se destinava o dinheiro transportado, motivo do assalto que deu o nome à fita. Para Aparecida, o encanto de tais cenas vinha tão-
João de Portugal, o Tuguinha, duas semanas após ter festejado com a família que ainda restava em Olhão, os seus quinze anos no restaurante do tio, na ilha da culatra, recomeçou os seus estudos, agora no décimo ano. O trabalho que durante as férias de Verão, ele diligentemente cumpriu, permitiu-lhe concretizar o sonho de ter um computador portátil, facto que aliado à sua particular inteligência e feitio afável e respeitador para com toda a gente fazia dele um caso singular, sobretudo a nível escolar, onde professores, colegas e empregados reconheciam que “ali”, caso por qualquer motivo em que a juventude é tantas vezes levada a perder-se em caminhos traiçoeiros sobretudo pelas más companhias, ele
resvalasse como outros, em perigos que espreitam cada passo. Mas, Tuguinha, continuava, agora adolescente, um exemplo para todos. José e Benvinda, seus pais, bendiziam a hora em que. naquele dia de Levante resolveram por em dia o seu amor! As duas irmãs, Joana e Georgina ainda solteiras e que as dificuldades de uma vida dura e de carências económicas mais não permitiram que completar o Ensino Básico, viam no irmão tudo o que elas não puderam seguir e ajudavam com o seu parco salário de operárias fabris, a economia familiar em conjunto com o incerto rendimento que seu pai retirava da dura vida de pescador. João, sabia bem o quanto lhe queriam e admiravam, e da responsabilidade livremente assumida de nunca defraudar tais sentimentos . Da Austrália, as noticias das outras três irmãs mais velhas e dos sobrinhos, agora dois, eram boas embora de muito trabalho e saudades. Saudades mitigadas pelo milagre das novas tecnologias, que o portátil de Tuguinha realizava pelo Skype, onde de vez em vez se podiam ver e falar. Assim, corria o tempo e com ele a vida em Olhão, até que num dia de começo de Inverno de 2012, uma notícia flagelou a comunidade piscatória da cidade...
Continua na próxima edição
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40 LITERARTE BRASIL
FEVEREIRO 2019
Leonardo Tonus
Printemps Littéraire Brésilien
Festival das letras com assinatura em Português arredio. É a oportunidade única de nos emprenharmos desta multiplicidade cultural, de debates, leituras, saraus literários, ateliês de escrita e lançamentos de livros em livrarias, centros culturais, espaços institucionais. A procura de novos horizontes, dita-lhe o destino. Leonardo Tonus, natural de São Paulo, deixando a sua casa, família e amigos, pôs a música no botão de pausa e mudou-se de armas e bagagens para o lado oriental do Atlântico. Professor, de literatura brasileira, numa das universidades mais antigas do mundo, a sua profissão não podia ter sido outra. Neste papel, e ao levar a literatura brasileira alémfronteiras, tornou-se um interveniente ativo, criando novos modelos de educação e formatos de criação. Com a abordagem, as técnicas e ferramentas pedagógicas, os participantes, terão a oportunidade de descobrir novas produções para além de um programa escolar.
Texto: ALICE BARROS
P
edagogia e literatura, eixo central da etnocultura de diferentes latitudes, não é exagero chamar-lhe um dos acontecimentos literários lusófonos do ano. A Primavera Literária Brasileira é um projeto internacional lançado em 2014 pelo conceituado Doutor, Leonardo Tonus, dedicado à descoberta da literatura contemporânea lusófona. É um encontro interativo entre os alunos e autores, como por exemplo Andrea Nunes (Brasil), Carlos Eduardo Pereira (Brasil), Carola Saavedra (Brasil), Cristina Judar (Brasil), Eliane Robert Moraes (Brasil) Igiaba Scego (Itália), Itamar Vieira Júnior (Brasil), João Nemi (Brasil), Jose Delpino (Venezuela), José Paulo Pego (Portugal), José Santana Filho (Brasil), Leonardo Gil Gomez (Colômbia), Maria Esther Maciel (Brasil), Nilma Lacerda (Brasil), Rafael Gallo (Brasil), Raimundo Neto (Brasil), entre outros. Tendo este ano, o ponto de partida em França, atravessa o continente terminando esta fabulosa aventura na terra de Camões. De um grande nível, esta mistura reúne os ingredientes-chave para prender e encantar um público mais vasto ainda
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Como surgiu a ideia do festival e em que consiste? O projeto Printemps Littéraire Brésilien nasce em 2014 no âmbito de minha prática de ensino na Sorbonne. Trata-se de um encontro anual inicialmente idealizado para promover e ampliar a formação de
literarte brasil
FEVEREIRO 2019
estudantes de Letras inscritos nos cursos de português em instituições de ensino europeias. Em 2016, internacionalizei o evento conferindo-lhe um aspeto itinerante pelo espaço europeu e, a partir deste ano, transatlântico. Quais os objetivos e a quem é dirigido? O evento é sobretudo dirigido aos estudantes e tem um objetivo pedagógico, não só de levar a literatura para dentro da sala de aula, mas sobretudo de assegurar que esses leitores tenham acesso á mais recente produção literária da nossa lusofonia. Claro que também viso outro publico mais abrangente, mas esse é um pouco mais difícil visto a pouca visibilidade da nossa literatura cá fora. Mas eu
O evento é sobretudo “dirigido aos estudantes
e tem um objetivo pedagógico (...) sobretudo de assegurar que esses leitores tenham acesso á mais recente produção literária da nossa lusofonia.
”
acho que tais atividades são sempre bem vindas no sentido de assegurar a nossa cultura, a nossa literatura, aqui pela Europa e pelo mundo. Quem são os participantes e que novidades para este ano? Serão mais de 50 participantes, dentre
os quais romancistas, contistas, poetas, jornalistas, ensaístas e escritores voltados para o público infantojuvenil. Do mesmo modo, contaremos com uma maior pluralidade da paisagem editorial brasileira. Esta se manifesta igualmente na representação PUB
etnocultural e das ‘chamadas’ minorias que atravessam também grande parte de minha pesquisa acadêmica e cujos ecos são percetíveis nesta sexta edição. Várias mesas serão consagradas à escrita diaspórica afrobrasileira, aos dramas dos refugiados, bem como à emergência do racismo, da misoginia e da homofobia no contexto nacional. Por outro lado, intensifica-se a dimensão internacional do evento que este ano conta com a presença de vozes literárias oriundas do universo latinoamericano hispanófano, europeu e até marroquino. Por fim, vejo com bons olhos o fato de o festival conservar desde a primeira edição o seu formato pedagógico. Mais de 20 estabelecimentos de ensino secundário ou
41
superior receberão os convidados do Printemps Littéraire Brésilien, que irá promover, pela primeira vez, uma Jornada de Estudos acadêmica intitulada ‘Qual Brasil? Qual Literatura?’
42 REGIÃO DE LYON
FEVEREIRO 2019
A casa de confecção Lusitânia e a Pastelaria Chef Dorée
JORGE CAMPOS
N
o oitavo bairro de Lyon o empresário Joao Xia de origem chinesa, mas um apaixonado pela cultura e modo de vida portuguesa, pois ele diz com um grande sorriso: “Sintome hoje mais português que chinês apesar de ter sempre guardado a nacionalidade Chinesa”... “gosto muito do mundo português”. Após ter emigrado com seus pais para Portugal nos anos oitenta onde o negocio da confecção moderna floriu na região de Lisboa. Seus pais continuam em Portugal e ele tenta a aventura euro-
peia vindo para França precisamente Lyon. Abriu a sua loja de confecção a qual pôs o nome de Lusitânia e mais tarde foi a vez da abertura de um salão de chá ao lado da Lusitânia, com fabrico próprio de confeitaria portuguesa que tem hoje grande sucesso na cidade de Lyon. Desde a bola de Berlim, bolo de bolacha, chegando ao incontornável Pastel de Belém, assim a vitrina esta sempre recheada de bolos de receita e fabrico a
portuguesa, que os pasteleiros Ramiro e Araújo fabricam desde as cinco horas da manhã para serem apresentadas aos seus clientes desde a seis horas e trinta hora de abertura. As lancheiras, e os bolos recheados de carne e outras especialidades portuguesas são apresentadas e propostas aos seus clientes. “Estamos abertos todos os dias da semana e mesmo aos domingos, das 6h30 às 20h. Na loja de confecção aí criei dois postos de tra-
balho, onde a Stephanie e a Sofia acolhem os nossos clientes de todas as comunidades, mas onde a confecção portuguesa tem um grande lugar.” Diz Joao Xia, “Ao todo somos sete, eu e a minha esposa Fan, a Cindy, o Ramiro, e o Araújo na parte Café Pastelaria Chef Dorée, a Stephanie e a Sofia na loja Lusitânia”. Hoje a família Xia é uma família feliz. Têm quatro filhos, o Valentino de quinze anos, o Jorge Miguel
de doze anos, Francisca de dez anos, e o Alberto de nove anos. Todos eles estão escolarizados na Escola internacional de Lyon na secção de português e como o pai, todos eles adoram a vida a portuguesa e passam muito tempo de férias em Portugal. Estes dois comércios com propostas a portuguesa, estão implantados no oitavo bairro na famosa avenida eixo Este, Oeste de Lyon, no 227 Avenida Berthelot.
Vida associativa portuguesa em Feyzin
A
Associação Cultural dos Portugueses de Feyzin (69) ACPF, deu início ao ano 2019 convidando a Presidente da Câmara de Feyzin Murielle Laurent, e qual marcou presença, e onde lhe apresentaram o calendário das atividades da Associação, previstas para o ano 2019 onde serão salvaguardadas as tradições e a cultura, sejam elas portuguesa ou francesas. A Presidente da Câmara Murielle Laurent também era acompanhada por eleitos portugueses da Câmara de Feyzin, Ferreira Maria, e apresentou também, os seus votos de um bom ano 2019
a toda a comunidade portuguesa residente na sua vila de Feyzin. Os quais foram retorquidos pelo Presidente da Associação Pedro da Cruz no seu discurso de boas vindas. A direção atual da ACPF tem como Presidente Pedro da Cruz, Vice -presidente Manuel da Cruz, secretários Ferreira Maria e José da Rocha e o tesoureiro José Carlos. “As nossas atividades para 2019, falando dos eventos até as férias grandes, ou seja agosto, já estão agendadas, e posso desde já falar do sucesso que teve a já famosa ‘Noite de Portugal’ que teve lugar no sábado dia 23 de fevereiro, e que
teve início às 20h. Como é habitual este evento foi em parceria com o ‘Epicerie Moderne’, atividade cultural da Câmara de Feyzin, e a artista convidada para esta
‘Noite de Portugal’, foi a cantora Lucibela artista de Cabo Verde mas que vive em Lisboa”, disse Pedro da Cruz, o presidente da ACPF. “Já para o verão teremos
a noite de S. João no 15 de junho, que sera no parque do ‘Chateau’ ao ar livre, assim como o nosso Festival de Folclore Internacional, e também multicultural, que terá lugar no domingo dia 7 de julho. Para este dia temos como convidados, vários grupos de folclore portugueses, aqui da região de Lyon. O após férias grandes será anunciado mais tarde”, concluiu o presidente Pedro da Cruz para o Jornal Português Vivo. A associação ACPF está aberta aos sábados e domingos para os sócios e não sócios que acolhe nos seus locais situados no parque do Chateau de Feyzin.
REGIÃO DE LYON
FEVEREIRO 2019
43
A.C.P.S.F. Futebol Associação Cultural Portuguesa de Saint-Fons (69)
“O que por lá se faz...” F
undada em 1982 a associação cultural dos portugueses de St. Fons (A.C.P.S.F) sempre teve como vocação e principal atividade, o desporto, e aqui foi a modalidade futebol que animou sempre a sua massa associativa. A vila de St. Fons (69) situa-se a sul de Lyon onde várias comunidades lusófonas se instalaram, e onde a comunidade portuguesa, convive com a comunidade de Cabo Verde e a comunidade Angolana. Quando se entra no salão principal da sua sede, que funciona aos fins de semana como salão de encontros e de jogos, podemos apreciar todos os troféus futebolísticos que as equipas da casa ganharam no decorrer das décadas passadas, participando e vencendo torneios incluindo no campeonato de Futebol do Rhône. Aqui, a equipa “brilhou” durante vários
anos nos primeiros lugares do campeonato. “Hoje temos cerca de setenta por cento de jovens portugueses na nossa equipa, mas também acolhemos jogadores de outras comunidades. Mas o ideal seria termos cerca de noventa e cinco por cento de portugueses”. Disse sorrindo o presidente Manuel dos Santos. “Esta direção de hoje foi eleita nos fins de 2016, sendo eu o presidente. O vice-presidente é o Luís Cordeiro, o secretário Mário Loureiro, e a Tesoureira Laura Morais. No despor-
to o responsável da equipa e treinador é Albino Galeano”, concluiu o presidente Manuel dos Santos para o jornal Português Vivo. O seu local de encontro, a sede, tem horários de sexta a domingo à noite, ou seja, está aberta nos fins de semana. Na sexta PUB
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das 14h30 às 20h, no sábado das 9h às 12h30 e das 14h30 às 20h. No domingo a sala está aberta com os mesmos horários de sábado, mas fechando às 21h. Este salão também serve para os jantares festivos da associação e outros encontros, como reuniões, cam-
peonatos de sueca, entre outras atividades. As instalações desportivas de St. Fons acolhem a equipa da associação, nas terças-feiras e quintas para os treinos em preparação para o campeonato, e onde nesta época estão em terceiros na serie A Rhône.
44 REGIÃO DE LYON
FEVEREIRO 2019
“Portas abertas na C.S.I. ” Cité Scolaire International de Lyon. Secção de português Ensino do português
A
secção de português, integrada no ensino elementar da SCI, anuncia que no dia 9 de Março das 9h ao meio dia, organiza uma jornada de portas abertas, para divulgação e informação, de todos os requisitos para as inscrições na primária, previstas para o ano letivo 2019/2020. A secção foi criada no ano 2006 com o impulso do Cônsul Geral de Portugal em Lyon, Joaquim Lemos, num acordo entre o Ministério da Educação Francês, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português e o Instituto Camões em Portugal. “Nós somos um grupo de quatro professores, três dependemos de Portugal. Silvia Paredes na primária, Sérgio Vieira em
História e Geografia e eu, em Português no colégio e liceu. Para finalizar temos Ângela Batista que depende do ensino Francês”. Disse Luís Viveiros responsável da Secção de Português. “A secção de português existe porque o ensino francês
quis criar a secção de português. Vamos abrir então as inscrições onde vários requesitos são incontornáveis, como o exame de admissão e o estudo do “dossier” do aluno candidato. Haverá testes no 14 de junho para a escrita e a 17 de
junho a oral com os resultados no dia 3 de julho na sede da CSI. Os testes da primária serão nas datas 26 de junho e 1/2/3 de julho com os resultados a 6 julho. Os “dossiers” “podem ser pedidos por mail, ou retirados nos secretariados da secção.
No “dossier” deve estar todo o percurso do aluno com as notas”, concluiu Luís Viveiros para o jornal Português Vivo. Inês Fernandes responsável da associação de pais APESLP, explica todo o “interesse que têm os alunos portugueses a frequentarem a CSI, de todas as vantagens nos estudos de português e das equivalências obtidas para poderem continuar a estudarem em Portugal”. Hoje a secção tem cerca de 123 alunos repartidos em vários níveis. Trinta e sete na primária, quarenta e seis no colégio e quarenta no liceu. Podem contatar a Secção de Português por mail: csi.section.portugaise.@ gmail.com, ou pelo número de telefone 06 76 15 67 88 para mais informações.
ILCP - atividades de 2019 Ensino do português em Lyon
O
Instituto de Língua e Cultura Portuguesa (ILCP) anuncia eventos culturais para o decorrer do ano 2019. O primeiro evento foi a sua noite de fado, onde o tema “Fado Cruzado” foi Interpretado por dois fadistas vindos de Portugal da região de Coimbra, Carolina Pessoa e João Farinha que fazem parte do grupo “Fado ao centro”, acompanhados pelos guitarristas Luís Barroso e Luís Carlos Santos. Esta noite de fado teve um grande sucesso com um publico de cerca duzentas pessoas composto por membros da comunidade portuguesa e antigos alunos franceses. No mês de Março, sába-
do dia 29, está prevista uma conferencia, com José Rodrigues dos Santos com o tema “Inteligência artificial e o Mundo econômico”. Ainda no mês de Março o deputado Socialista Paulo Pisco apresentará na sua palestra “Milagre Economico Português”, na secção portuguesa da universidade Jean Monet em St.Etienne, que está sob a responsabilidade da professora Rosa Maria Frejaville, diretora pedagógica do ILCP. O ensino da língua portuguesa em Lyon tem como referencia o ILCP, que formou ao longo dos anos centenas de alunos, e que hoje é para eles uma mais valia no seu percurso profissional. Em
Portugal e em todo o mundo da lusofonia, eles aqui encontram sempre possibilidades e portas abertas para propostas de trabalho, onde a língua portuguesa é utilizada como base nas negociações comerciais, entre outras. “As datas e horários das
aulas, podem ser consultadas no nosso Site e para mais informação podem contatar por mail ou telefone, Margarida Despacha, a nossa colaboradora. Este ano estamos em novos locais, na “École de l’élégance” que se situa entre
a rua da Republica, junto à FNAC, e a Rua Belle Cordiere. Os acessos são fáceis por transportes públicos e mesmo de carro. Informou e concluiu Rosa Maria Queiroz Frejaville ao Jornal Português Vivo. O grupo de professores para este ano letivo é composto por Carla Mariana, José Manuel, Ana Sousa, Rosa Maria, e Helenilda Rochedix. Os horários aos sábados são das 9h as 12h15 e na semana das 18h as 20h30. Novo endereço: INSTITUTO DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESA, 83 rue de la Republique 69002 TEL.: 04.78.93.38.88 Mail:Courrier@ilcp.net
REGIÃO DE Rouen
FEVEREIRO 2019
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Nós Portugueses Emigrantes GLÓRIA SILVA
A
emigração não é um assunto recente, Portugal pela sua situação geográfica, socio-económica e política, levou e leva muitos dos seus cidadãos a se aventurar a novos rumos, por motivos familiares, de estudo ou à procura de uma vida melhor. O Português é um povo que se adapta facilmente e se integra na comunidade onde se insere, pois maioritariamente sentem-se bem acolhidos, também ajuda o facto de haver infraestruturas de apoio à emigração por parte do país de acolhimento e também do governo português, a criação de associações variadas também facilita o convívio e ajuda a matar saudades e é imprescindível para manter a cultura e sobretudo dá-la a conhecer às novas gerações.
“É um pouco a necessidade de se adaptar a uma cultura sem esquecer a nossa para não o sentir-
mos como se fosse uma traição aos que deixamos, ao país e a nós mesmos”. À medida que o tempo PUB
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passa os laços com o país acolhedor fortalecem-se, casamento, constituição de família, estudos dos fi-
lhos, investimentos e os belos netinhos e eís que muitos portugueses entram no dilema. Regressar ou não a Portugal. O contacto com outras culturas é uma oportunidade de enriquecer e alargar a experiência de cada um. Se numa emigração mais antiga a integração era mais difícil, devido a vários aspetos / a barreira do conhecimento, pois fazia o choque cultural bem maior do que o que se faz sentir hoje em dia, agora mais facilitado com toda a informação e o nível de escolaridade mais elevado, existia porém para ajudar um grande espírito de sacrifício. Mas aproveitando a expressão popular... “nem tudo são rosas”... e efectivamente o dinheiro não cai abanando as àrvores, a emigração passa e sente o que só quem passa conhece. Das saudades dos familiares, do país, à realidade por vezes encontrada que não corresponde às expectativas, a exigência pessoal para se integrar, a discriminação sentida por vezes e até a insegurança como é o caso de alguns países.
46 REGIÃO DE Rouen Verdade, perdem-se laços, pois estamos ausentes das vidas dos nossos, os pais que envelhecem e nós que além de os privarmos do nosso convívio também não os acompanhamos na velhice. A situação modificou-se nestes últimos anos com a melhoria dos transportes, infraestruturas e diminuição dos preços dos transportes aéreos, hoje em dia os voos, sobretudo os Low Cost, estão cheios, e a internet facilita o contacto. Se bem que para os emigrantes fora da união europeia continua a ser dispendioso vir a portugal. Muitos portugueses atingiram e outros ultrapassaram as suas expectativas, é um orgulho ver em todos os continentes empresas portuguesas, portugueses que fazem
FEVEREIRO 2019
“
Se numa emigração mais antiga a integração era mais difícil, (...), agora mais facilitado com toda a informação e o nível de escolaridade mais elevado, existia porém para ajudar um grande espírito de sacrifício.
”
parte de estruturas públicas, membros do governo e outras instituições na comunidade onde se inserem. Na realidade cada um vive a sua vida como pode, um pouco como em todo o lado, é aquilo a que nós tão bem chamamos o “nosso fado”. Mas voltando um pouquinho ao mencionado di-
lema que muitos emigrantes sentem, Voltar ou não para Portugal: Muitos regressam, maioritariamente na reforma, na grande maioria ficam num vai e vem de cá para lá, de lá para cá, que até faz lembrar uma canção bem portuguesa, família, amigos e a vida establecida, “obriga”. Para outros e sobretu-
do os em idade de trabalho, o receio de voltar tem muito a ver com o nível de vida que conseguiram e que podem não encontrar em portugal, e atenção nível de vida pode ou não integrar qualidade de vida, o medo de não encontrar emprego, a instabilidade económica dos últimos anos também não ajuda e foi mesmo respon-
sável pela nova onda emigratória. Não menos importante é o facto de se ter uma vida de família organizada, e já por vezes desenraizada, e com pouca ligação a Portugal. Emigrar não é fácil, tudo o anteriormente mencionado é o preço que se paga, contra outras tantas coisas que se ganham, mas como dizia o poeta... “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Espero que Portugal continue a investir na qualidade de vida, empregos, consiga recuperar económicamente, para evitar que os seus jovens se sintam obrigados a sair por obrigação, e por outro lado facilite assim o regresso de quem o entender. Mas o importante é, onde quer que se encontrem serem felizes!
Associação Cultural Nova direção F
oi no passado dia 30 de Janeiro que se reuniu e tomou posse a nova direção da ACLPAR, presidida pelo novo presidente o Sr. João Moreira, presentes vários membros bem como presidente cessante Sr. Manuel Pineu que também é membro fundador e que durante anos deu do seu tempo à associação. João Moreira e toda a nova direção esclarecem que tudo sera de feito de forma a que esta associação que conta com mais de 40 anos de existência continue de portas abertas e a relizar o seu trabalho social e cultural para com a comunidade portuguesa e a envolvente. Fazem também parte desta nova direção: Américo Martins, António Cos-
ACLPAR Association Culturelle et de Loisirs des Portugais de L’agglomération Rouennaise
ta, Paulo Cavaco, Raquel Gomes, Carlos Proênça, Joaquim Monteiro e José Pinheiro, ainda responsável pelo rancho da ACLPAR a D. Isabel Rodrigues e o Sr. David Ferreira, pelas aulas de Português a prof. D. Ol-
ga Ferreira, a todos o presidente agradeçe a presença e pede para que seja uma equipa de trabalho e unida. A nova direção inícia a
sua função no dia 01 de fevereiro e conta com todos os seus membros e amigos para assim melhor desempenhar o seu papel, pois
como bons portugueses bem conhecemos o antigo mas sempre actual ditado... A União faz a força. Até breve !
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ACP – Atletico Clube Portugal de Touraine
52 Anos de Historia
JOANA VERÍSSIMO
Q
uando falamos de Futebol, falamos de um dos grandes amores da maioria dos portugueses. Os emigrantes portugueses em Tours não marcaram exceção e formam o clube português que mais se destaca na atualidade na grande na região do Indre-et-Loire (37). ACP (Atlético Clube Portugal), fundado em 1967 pelos feirenses José Durão, Serafim Costa e Adolfo Cadete. A dificuldade de integração bem como a barreira da língua foram motivos de peso para que os portugueses tornassem os seus tempos livres em momentos de descontração com a bola. Tudo pronto para os primeiros toques e soa o seu primeiro apito na UFOLEP “Ligue de L’enseignement”, uma liga formada nos anos 60 por diferentes associações locais francesas integradas nas federações departamentais para a educação popular. No segundo ano de existência, com sede de vingar inscrevem-se no campeonato distrital, na 6ª Divisão, o nível mais baixo das competições. Em impetuosa evolução conseguem triunfantes a vitória do campeo-
nato nos 6 anos posteriores o que os leva a subir de divisão. “Cada ano desportivo era uma divisão que subíamos”, ouvi orgulhosamente da boca de Adolfo Cadete. Em 1970 estabelecem-se numa verdadeira sede, num edifício situado em Tours Nord, na Rue Pierre et Marie Curie. Pacatez de requinte português é a imagem do edifício onde “Os Lusitanos”, grupo folclórico, desfilava já a cultura portuguesa. Um espaço cedido pela Câmara de Tours onde pagavam 10 francos anuais pelo aluguer do espaço. Eram conhecidos como os “SDF”, os sem-abrigo do futebol na região porque sem atribuição de um terreno homologado, treinavam e jogavam por aqui e por ali em terrenos desportivos da Mairie. Adolfo o antigo (1982), e Miguel Tavares o atual presidente do clube, dão especial destaque ao Estádio Municipal Aucard, situado na famosa Île Aucard que pousa no leito do rio Loire ao longo da cidade de Tours. Com a subida de divisão e a chegada ao pódio da 1ª divisão distrital, o Stade du Danemark começa também a servir-lhes de porto de abrigo. Como as “dificuldades são para meninos” debatem-se com a problemática dum terreno em terra batida sem barras em ferro que dividem o espaço de jogo do espaço destinado ao público, exigidas como meio de segurança pela federação. Eram horas de meter mão á obra e como bons meninos, jogadores
e apoiantes do clube habituados ao trabalho árduo, fabricam e posicionam engenhosamente as ditas branquinhas no estádio. Valente esforço não recompensado, pois até 2015, ano em que ganham séria estabilidade, continuaram a saltitar de terreno em terreno. A sua sede foi um valente contributo para a consolidação do clube pois para além de proporcionar momentos de lazer e entreajuda entre os lusitanos, veio a mostrar-se o fruto das maiores receitas financeiras do clube. Surgiram naturalmente outras valências como, um grupo de guitarras de estilo alen-
LUSO - CLASSIFICADOS
Le Douro
RESTAURANT TRAITEUR PORTUGAIS
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tejano ou uma escola de português, onde os alunos eram propostos ao exame oficial da 4ª classe através do consulado. Mas, o sol foi de pouca dura e com fraca aderência ao projeto, a escola cessou rapidamente a sua atividade. Durante dois anos (1972 /73), a festa tinha rendezvous às 13h com “Os Kings” que davam música ao bailarico domingueiro dos portugueses num encontro de gerações ao qual se juntavam os bons petiscos. Triunfaram os valentes lusitanos, e nos anos 80/90 o clube negocia a aquisição em nome próprio do edifício e espaço adjacente à
sua sede com o ônus de alterar o seu nome oficial para CCSPT, Centre Culturel et Sportive Portugais de Tours, exigência feita pelo departamento. A mudança de nome não tirou mérito aos ainda conhecidos ACP. Atingem em 2005 o auge e passam a fazer parte da Divisão de Honra da Liga Regional do Centro (Division D´Honneur), onde se mantiveram firmemente durante 5 anos. Fez parte desta elevação o treinador José Lopes, que através da sua experiência fez evoluir o futebol de formação e rapidamente levou a equipa de elite a subir do patamar distrital para o regional. De tal forma que a equipa júnior (sub17) ganha vigorosamente a Taça de Indre et Loire. Maxime Tavares e Vivian da Silva, jogadores que contribuíram a tal feito, são ainda hoje duas caras da equipa principal do ACP. As emoções fortes continuam no trono e depois de tanto triunfo o ACP desce brutalmente para a 2ª Divisão Distrital, Como
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qualquer outro clube ou associação onde os seus patrocinadores são parte importante no que toca a finanças, eis que um dos patrocinadores mais vultuosos os deixa de mãos a abanar. Um ato descabido, lembra Miguel Tavares, que provocou graves lesões financeiras no clube. Tristezas de lado, olhemos a tempos mais recentes. Eis que, em 2015 devido à perseverança dos membros da direção, bem como de todo o staff que até aqui acompanha o clube, o Stade du Danemark é atribuído como o seu terreno oficial. Com Armindo Gomes como presidente de direção, criase oficialmente a Escola de Futebol com escalões de idade variados e faz-se o necessário para que o projeto sobreviva. Recruta-se um elemento crucial, licenciado em Formação e Aprendizagem de Futebol, Ali Haichour é oriundo de clube adversário. Com exuberante orgulho nos feitos, o atual presi-
dente dá-nos o balanço do clube – “os escalões mais jovens e em formação têm uma equipa U17, duas equipas U15 (jovens entre os 14 e 15 anos de idade), sendo uma delas equipa de elite. Igualmente duas equipas de U13 (jovens entre os 12 e 13 anos), uma também posicionada no escalão elite. Com duas equipas cada o escalão mais jovem U11 (crianças com 10 e 11 anos), o U9 (crianças com 8 e 9 anos) e o U7, pequenos reguilas de 6 e 7 anos. Mantemos em junção com o clube le La Riche Tours, uma equipa feminina do escalão U11”. O escalão adulto mantém igualmente com firmeza a sua posição com 4 equipas séniores e uma equipa de jogadores veteranos. Passaram nos últimos 3 anos de 90 a 310 os licenciados na FFF que vestem a camisola com o símbolo do ACP. Ascensão destacada para a equipa principal do clube. Ocupam o primeiro lugar da 1ª Divisão de Elite Departamental, levando 8 pontos de diferença dos seus adversários. Jovens enfadados de bravura, garra e ânimo, que mesmo com um jogo a menos que os seus adversários ganharam no final de 2018 o título de “Champion D’Automne”. O seu objetivo cerrado para 2019, a subida à Liga Regional (R3). É o luso descendente Tony Gomes quem lidera estes homens. Uma personalidade bem conhecida do futebol em Tours. Jogou a nível nacional com a camisola do TOURS FC, mas viu o seu percurso futebolístico estagnado mais cedo do que era esperado devido a problemas de saúde. Mas o sangue lusitano corre-lhe nas veias e o futebol não ficou de maneira alguma esquecido ou posto de parte para este guerreiro que têm dado o melhor de si para levar esta equipa ao mais alto nível. Um jogador experiente, de uma humildade grandiosa, de uma inteligência futebolística extraordinária e elevada que canaliza tudo isso de forma a motivar os seus jogadores. E temno conseguido. Depois de
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2 anos e meio a trabalhar com esta equipa, é notória a sua experiência e a sua fantástica liderança. Miguel Tavares confessa que, tiveram mesmo dificuldades em convencê-lo para que fosse ele a liderar a equipa como treinador – “Ele não queria este cargo porque para liderar esta equipa teria de deixar de jogar nela”. Mas os esforços têm dado frutos e os resultados estão à vista de todos. A formação dos voluntários que trabalham com o clube é também aspeto primordial para a atual Direção do clube que prima para que os treinadores/educadores juvenis, cerca de 20 pessoas, passem o diploma do distrito de iniciador desportivo, mantendo-os assim mais preparados e instruídos para a formação dos seus jogadores. O balanço das despesas
de funcionamento anuais é de 120 000 €, vindos 20 mil de receitas da Vila de Tours, cerca de 30 mil do pagamento das licenças, 40 mil dos seus patrocinadores e das receitas provenientes dos jantares temáticos o que permite ao clube poder continuar a manter o nível que atingiu. E é exatamente quem passa na sua sede, um dos poucos, ou mesmo o único clube ou associação da região, a ter um património imobiliário próprio, que testemunha o espirito convivial e familiar que por ali se propaga, considerado como o centro de energia que permite ao clube ter os resultados que tem demonstrado nos últimos anos. Após cada jogo oficial, as suas equipas, bem como a equipa de arbitragem, são convidadas a um repasto á boa maneira portuguesa onde o frango
de churrasco é o grande rei. O clube mantém firme a sua abertura semanal pelas 18h de cada sábado graças a uma dezena de voluntários. Miguel, o presidente incansável desde 2017, que tem apostado no desenvolvimento e progressão do clube, comenta que se mantêm em negociações com a Vila de Tours para a possível venda do património e posterior reconstrução de um edifício de substituição da sua sede no terreno do estádio. Quanto aos objetivos futebolísticos, o futuro deverá passar pela contínua progressão da Escola de Futebol com a finalidade que esta lhes possa amestrar os jogadores a integrar a equipa de elite. Um clube e associação que se tornou em passagem quase obrigatória na vida dos portugueses que chegam a Tours.
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20 anos de Germinação
Sainte-Geneviève-des-Bois e Penafiel Texto: João Germano
O
anfitrião, Frederic Petitta, Maire de Sainte-Geneviève-des-Bois, recebeu, no dia 17 de fevereiro, o Presidente, António Sousa, da câmara municipal de Penafiel, no âmbito da comemoração e renovação do compromisso entre estas duas cidades, num abraço, cuja a organização esteve a cargo da Associação AGORA INTERNATIONAL e à qual o português Vivo foi convidado. A abertura do evento foi feita pelo rancho folclórico desta associação, seguido de um almoço espectáculo, «Comme au Moulin Rouge», numa expressão bem francesa tanto no menu como nos artistas que o animaram. Esta germinação insere-se na relação de amizade entre duas cidades, que comunicam idênticas características, levadas a cabo por pessoas em colabo-
ração com as autoridades concelhias e as suas associações, cujo o depoimento de satisfação estão referenciados nas palavras dos respectivos presidentes. Associação Agora International Em entrevista ao Português Vivo, Maria de Jesus, presidente há 6 anos da Associação AGORA INTERNATIONAL criada no tempo e por motivo da gerFrédéric Petitta e António Sousa
minação e sendo a responsável pela organização do evento das comemorações do 20º aniversário informou que está associação é muito importante para a comunidade portuguesa. «Pretendemos mostrar que «Devo dizer que para mim antes de mais é um orgulho muito grande e uma honra extraordinária poder fazer parte desta história. Há 20 anos ter essa visão mais além, esse arrojo, para estabelecer uma parceria de amizade e de cooperação entre uma cidade portuguesa, que fica a cerca de 30 km do Porto, que tem a sua realidade muito específica, com uma presença do mundo rural ainda muito forte, mas com grandes fileiras industriais já muito significativas, fazer esta parceria com uma cidade francesa, Sainte-Geneviève-desBois, é uma atitude admirável. Hoje existem muitos instrumentos de cooperação e de apoio, associações franco-Portuguesas, Luso-portuguesas de e proximidade. Com as novas tecnologias, atualmente tudo é diferente e há um conjunto de instrumentos que nos permitem que esta proximidade aconteça efetivamente. Mas à 20 anos não era assim, nada disto existia e por isso, é muito importante a proximidade destas duas comunidades em todos os aspectos; económico, cultural, turismo, projectos, e no aspecto social também, enfim, em muitos domínios. Eu fico muito satisfeito
os portugueses daqui com os franceses, podem fazer muitas coisas. Os nossos jovens vão cada vez mais a Portugal e os nossos idosos também. Ajudamosnos uns aos outros nos projetos de intercâmbio». também por poder dar o meu contributo para que assim continue e de preferência se estreite ainda mais. Temos a preocupação em estar próximo das nossas comunidades. Penafiel é também um concelho de emigração. Temos uma presença muito significado aqui e no resto da Europa. Recentemente tivemos o prazer de acolher no nosso município o terceiro encontro de investidores da diáspora que levou a Penafiel mais de 600 portugueses participantes, vindos de todos os continentes. Para nós foi também uma oportunidade de nos fazermos chegar a toda essa comunidade. Temos sempre presente que a comunicação social, que está nos países de acolhimento também nos ajuda a chegar às nossas comunidades. Gostaríamos de aproveitar esses canais, para podermos partilhar com elas, com aquilo que temos de melhor, e assim contribuir para o desenvolvimento do nosso país. Vamos renovar os votos desta celebração em Penafiel no próximo dia 3 de março, data em que celebramos a elevação a categoria de cidade e onde preparamos novos desafios, para novos tempos». António Sousa, Presidente da Câmara de Penafiel
Le Maire Frédéric Petitta de Sainte-Geneviève-desBois, trouve extrêmement important cette jumelage. «Ça fait 20 ans aujourd’hui que nos deux villes sont jumelées. On a voulu avec le Maire de Penafiel renouveler aujourd’hui ce serment de jumelage et d’amitié entre nos deux communes. Ces jumelages qui sont un lien d’échanges entre les élus, les associations et entre les habitants sont extrêmement importants pour faire en sorte que cet Europe des peuples puisse vraiment exister. M. PETITTA, pense qu’il y a lieu à des nouvelles coopérations au niveau sociale et des échanges autour du développement économique. «Penafiel a un développement très important en ce moment. Ils viennent d’avoir une installation sur la ville avec la création de 500 emplois et des entreprises très importantes qui se sont installées la bas». Il a avancé aussi la possibilité des stages des jeunes dans le cadre de ses études. «On pourrai leur trouver un stage, les accompagner, les loger chez l’habitant et faire la même chose pour nos jeunes en direction du Portugal».
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Bodas de Prata para a ARCOP de Nanterre O
fim-de-semana, 2 e 3 de fevereiro foi data de festa com rusgas e festival de folclore na associação ARCOP de Nanterre. São 25 anos de história, numa comemoração bem representado por vários grupos de folclore, homenageando e reconhecendo o trabalho desta associação, na França e Europa, como verdadeiros embaixadores da cultura e das tradições portuguesas. Numa ligação próxima aos
trajes e danças de Ponte da Barca, contou também com a participação especial do grupo de Paço Vedro de Magalhães, vindo de Portugal e com a presença do Presidente Augusto Marinho, da câmara de Ponte da Barca. Dias 12, 13 e 14 de abril, voltarão a ser novamente dias de festa nesta associação, com a realização de mais uma mostra de produtos portugueses, onde mais de 20 municípios estarão representados.
UCP Pierrelaye
1º Festival Folclórico R
ealizou-se nos dias 9 e 10 de fevereiro em Pierrelaye, no pavilhão cedido pela mairie o 1º Festival folclórico da UCP Quiseram o casal Sandra e Michael da Paula, ajudados por outro jovens como eles, dar continuidade ao projeto do pai desta, que em 1999 fundou o 1º grupo de folclore em Pierrelaye. Num ambiente festivo,
com vários visitantes a percorrer os stands de referências portuguesas emblemáticas, como o artesanato, fumeiro, queijos e vinhos, deliciaram-se com a actuação dos vários grupos de folclore convidados. Segundo Micael, “o nosso projeto é muito recente, com seis meses, apresentamos casa cheia e como tal estamos satisfeitos e é um projeto que continua”.
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Gala Anual de Fado Boissise-le-Roi
jornal Português Vivo teve a honra de assistir e acompanhar a Gala Anual de Fado, organizada pela associação de Boissise-le-Roi, a convite do Sr. Júlio da Silva, empresário português, ex-membro do rancho desta associação e amigo da direção. Foi um jantar pontilhado de palavras portuguesas e francesas, dando a entender que muitos dos que enchiam a sala, eram franceses, que tinham sido conquistados pela associação de Boissise-le-Roi, e que esta amizade entre os associados estava na base deste trabalho. Entremeando este repasto, esteve em cena o fadista Miguel Ramos, vindo de Lisboa acompanhado dos
seus músicos, com temas tão portugueses, que nos levaram a sentir-mo-nos em casa, ficando sem sa-
bermos se estávamos em França ou em Portugal. Outra surpresa viria a acontecer na voz de Teresa
Carvalho que abrilhantou ainda mais esta Gala de Fados. Um dos momentos altos desta noite foi a subida
ao palco dando voz à sua graça a esposa do falecido presidente fundador desta associação, a senhora ...
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Ano do Porco 2019
Previsões para cada signo do Horóscopo Chinês
O
Porco é um signo de muito bom humor, energia leve, moderador, que consegue traçar estratégias com sua habilidade para os negócios. Alegre e responsável, ele é muito ligado à família e tem sempre as pessoas que ama como prioridade.
Em 5 de fevereiro de 2019 entramos no Ano do Porco do Elemento Terra. A regência desse signo chinês irá durar até dia 24 de fevereiro de 2020, e durante todo esse período seremos influenciados pelas características do Porco.
Serpente
Macaco
1953, 1965, 1977, 2001, 2013
1956, 1968, 1980, 2004, 2016
O horoscopo chinês de 2019 prevê um ano misto para a Serpente, durante o qual alegria e bom humor não são necessariamente garantidos.
O macaco pode esperar passar um ano 2019 indulgente e afortunado, colocado sobre a estrela da proteção.
Porco 1959, 1971, 1983, 1995, 2007, 2019 O Porco é um signo de muito bom humor, energia leve, moderador, que consegue traçar estratégias com sua habilidade para os negócios. Alegre e responsável, ele é muito ligado à família e tem sempre as pessoas que ama como prioridade.
Rato 1948, 1960, 1972, 1984, 1996, 2008, 2020 É um período de mudança e transição que esta a chegar para o rato, enquanto o seu próprio ano se esta a aproximar (2020 é o ano do Rato de Metal).
Passatempo
Búfalo 1949, 1961, 1973, 1985, 1997, 2009 O Búfalo passa o ano um tanto ambivalente. Apesar de alguns pequenos solavancos em sua vida pessoal, ele, no entanto, consegue demonstrar a sua resistência e determinação ao longo do ano.
Tigre 1950, 1962, 1974, 1998, 2010 O tigre pode-se preparar para passar um ano cheio de reviravoltas, mas em geral positivo, como não se deve esquecer que o porco (do ano) é o amigo secreto do tigre.
Lebre 1951, 1963, 1975, 1999, 2011 De acordo com o horóscopo chinês de 2019, a Lebre desfruta de uma atmosfera benéfica a nível pessoal e familiar.
Dragão 1952, 1964, 1976, 2000, 2012 Em 2019 o horóscopo chinês prevê felicidade, alegria e prosperidade para o Dragão durante o Ano do Porco.
Cavalo
Galo
1954, 1966, 1978, 2002, 2014
1957, 1969, 1981, 2005, 2017
Em 2019, o Cavalo prepara-se para entra em uma hibernação cíclica que durará dois anos e se estenderá até o final do Ano do Rato (2020).
O galo em 2019, pode considerar a multiplicação de reuniões frutíferas, viagens bem-sucedidas e investimentos lucrativos.
Cabra
Cão
1955, 1967, 1979, 2003, 2015
1958, 1970, 1981, 2006, 2018
O ano do Porco 2019, anuncia um período muito favorável e altamente estimulante para este signo chinês.
Em 2019 é hora do cão relaxar um pouco e ter o tempo necessário, na paz e serenidade que a sua casa lhe oferece.
JOGO DE CARTAS A SEQUINETTE
De origem napolitana, este jogo de azar, que apareceu em França, por volta do fim do século XVIII, ainda é bastante popular no sul da Itália. Para jogar, é necessário ou um baralho de cartas catalãs contendo 40 figuras, em
quatro séries de dez cada, ou de um baralho de cinquenta e duas cartas, de onde se retiram os dois, os três e os quatro. O número de jogadores é variável. Um banqueiro sorteado, baralha as cartas, dá
-as a cortar e mostra a última carta do baralho, a qual retém. Depois volta as duas cartas seguintes e coloca-as, abertas, sobre a mesa. Os jogadores fazem, ou não, as suas apostas nestas cartas. No fim
das apostas, o banqueiro recomeça a operação. Os jogadores podem, naturalmente, apostar nas novas cartas que se vão juntando às outras. Quando o banqueiro tira uma carta com o mesmo valor do que as expostas, ganha
as apostas feitas esta última. A partida termina quando o banqueiro tirar uma carta do mesmo valor da primeira, que reteve para si. Paga, então aos jogadores uma soma igual às suas apostas e passa o banco. Esta gira à volta.
vamos brincar
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Vamos Brincar em Português LÊ, PESQUISA E ESCREVE
LETRA MUSICA RAP Bien et mal Talk less syndrome Parlons peu parlons bien Il m’est plus facile de faire le mal Parles moins Parles moi Tu m’prend la tête, tu parlementes Pour ne pas faire couler toutes tes larmes pourquoi faut il que je te mente Tu me dis la vérité ou tu me mens ? Ou tu me manques Mais pardonne-nous Accuse-moi de tout Histoire de cœur je n’sais plus y faire Ou alors c’est qu’j’en n’ai plus rien à faire J’ramasse mes affaires je me ravise Si je la perds c’est que je suis nul en affaire Paradis et enfer Concepts dans lesquels j’enferme Crochètes la serrure de mon cœur fermé Moi Je ne demande qu’à aimer Mais j’me complais dans ce sort qu’on m’a jeté Trop con je n’sais qu’apprécier les corps Cherche mon cœur caché sous l’épaisse écorce Indépendant comme un corse Fuck toutes ces tass accros aux pesetas Quotidien morose qui en retirera les lauriers Je vois la vie en rouge La vie bleu L’amour sous ultraviolet Un je t’aime en ultrason
Alexandre dos Santos, 14 anos, mora em Freneuse (78) - França
repara
Presente do indicativo dos verbos:
Eles/Elas são brasileiros(as)
SER (être)
ESTAR (être)
Eu sou muito corajoso Tu és bom aluno Ele/Ela/Você é português Nós somos bons amigos Vocês são inteligentes
Eu estou a ler um livro Tu estás a brincar Ele/Ela/Você está de férias Nós estamos com sede
Vocês estão em casa Eles/Elas estão à espera do autocarro
O verbo SER exprime uma qualidade permanente e essencial, um estado inerente ao sujeito.
Nota: Os verbos SER e ESTAR correspondem em francês ao verbo «être». Como os distinguir?
O verbo ESTAR exprime uma qualidade passageira e não inerente ao sujeito, um estado ou uma situação que pode mudar.
J’ai le goût de la clope dans la bouche J’ai le goût de la haine dans le cœur J’te mentirais si je te dis que j’n’ai pas peur Je t’fais du bien et du mal quand je te touche J’m’enterrai moi et mon trésor J’m’en voudrais de la faire pleurer Malgré mes efforts j’t’ai fait du tort Si c’est moi vaut mieux arrêter
Matthieu DS
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Paris Medieval
A história de uma capital Real Texto: ALICE BARROS
O
s dias bonitos estão a chegar e as férias da Páscoa também. É tempo de fazer uma pausa e aproveitar para descobrir ou redescobrir, tesouros escondidos. Neste número levo-vos comigo num passeio pelo Paris medieval.
Catedral de Notre-Dame
Catedral de Notre-Dame Majestoso monumento situado na île de la Cité, no coração de Paris.
© DIREITOS RESERVADOS © DIREITOS RESERVADOS
Igreja Saint-Severin
© DIREITOS RESERVADOS
Museu de Cluny
Museu de Cluny É no coração do bairro latino, que o museu nacional da Idade
Torre Jean-sans-Peur
Media está instalado em dois monumentos excepcionais. As termas
galo-romanas (séc. I e III) e o Hotel dos Abades de Cluny, fim do séc. XV.
Torre Jean-sans-Peur
Edificada entre 1409 e 1411 pelo duque de Bourgogne, em plena guerra dos 100 anos.
Igreja Saint-Severin Em pleno bairro latino a igreja gótica Saint-Séverin construída no séc. XIII
ao séc. XV acolhia um charnier, antigo cemitério paroquial. © DIREITOS RESERVADOS
DESTINOS
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Saint-Germain-des-Près
Igreja Saint-Germaindes-Près
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Rue des Barres
A sua torre e a nave fazem parte dos vestígios mais antigos da época romana dos séculos XI e XII.
© Aleteia
Hotel de Sens
Hotel de Sens
O novo arcebispo de Sens, Tristan de Salazar, decide a construção deste hotel em 1475. Os trabalhos durarão até 1519.
Rue des Barres
Castelo da Rainha Blanche
Castelo da Rainha Blanche Margarite de Provence, viúva de Saint Louis, mandou construí-lo em 1290.
Existia já em 1250. Ela deve o seu nome ao
antigo moinho de Barres que dava sobre o Sena.
Conciergerie
Conciergerie Beirando o Sena a Conciergerie é o principal vestígio do antigo palácio da Cité.
Ela foi a residência e a sede do poder dos reis da França no séc. X ao séc. XIV.
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