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Ano 1 • Abril 2019 • Jornal Mensal Gratuito
Tradição
Barcas de madeira transportam as cruzes de fiscal
Dom Pito
© Luís Ribeiro /Semanário V
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CHURRASQUEIRA
01 30 23 09 63
148 rue du Docteur Vaillant - 78210 Saint-Cyr-l’école · France - Tél. 01 30 23 09 63
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EDITORIAL
ABRIL 2019
Editorial
Indíce
Momentos de Abril Tradição e Democracia
ALICE GERMANO, editora
A
Páscoa está a aproximar-se, assumindo-se como uma data muito importante para as religiões cristã e judaica. Por milhares de anos, a Páscoa foi comemorada. Primeiro entre os hebreus que comemoram a Pessach (passagem), da escravidão para a liberdade de seu povo a caminho da Terra Prometida. Uma terra de justiça e paz, “inundada de leite e mel”, dizem as escrituras. Em seguida, os cristãos, na comemoração da passagem da morte
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para a vida: a ressurreição de Jesus. Esta data também tem um grande festejo à mesa, refletindo, aqui também, a simbologia da história. Sabendo de que seria perseguido e morto, ele, decidiu preparar a festa da Páscoa, reunindo os seus discípulos à mesa no que veio a ser conhecido como A Última Ceia, oferecendo o pão e o vinho. Com certeza todos temos lembranças bonitas e agradáveis de celebrações de Páscoa. Lembranças que nos marcaram e nos dão sentido à vida. Lembro-me das casas enfeitadas de flores, do loureiro nas portas, da entrega do ramo de alecrim e oliveira aos padrinhos depois da missa dos Ramos, à espera da prenda no dia de Páscoa. Lembro-me, que formávamos um cortejo de crianças que seguiam o
compasso pelas ruas da aldeia. O nosso grito de aleluia, sinal para recebermos, rebuçados, nozes... à saída da cruz de cada casa, a espera do momento de provar iguarias culinárias, como o borrego, os folares e as amêndoas. Um encontro de família. Por todas estas razões o Jornal português Vivo não poderia deixar de publicar este mês um caderno especial, dando a conhecer aos nossos leitores uma amostra das nossas tradições, os pratos e os doces mais típicos. Como também não podemos passar em branco o marco histórico da democracia – o 25 de abril, que pela importância deste dia, não queremos deixar nunca de trazer, um cravo amarrado na lapela!
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Editorial
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Grande Entrevista
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Associação
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Ela, Ele e a Moda - Shopping
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Amour e Glamour
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Beijos e Tramas
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Regiões – Beira Alta
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Caderno Especial Páscoa
Momentos de Abril, tradição e democracia. Páscoa – Um encontro de família. 25 de Abril – Marco histórico da democracia para os portugueses
Jose Dias Fernandes – 100% português, move-se pela união da comunidade portuguesa e luta contra as injustiças
«O FIEL AMIGO DO BACALHAU» Uma causa por Portugal
As tendências que dão as boas vindas à primavera Shopping
Antigos, genuínos, deliciosos Produtos de criação portuguesa
O que os homens invejam nas mulheres? O que as mulheres invejam nos homens? Veja o que estes cavalheiros e damas, tiveram a coragem de confessar
Uma sequência de serras e vales abruptos que se desenvolvem dos contrafortes setentrionais da Estrela até às pequenas e inóspitas aldeias
Sabores e tradições de Norte a Sul de Portugal As amêndoas e o folar da Páscoa
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Perfil – Nathalie Oliveira
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Destinos
De filha de “sem papéis” a vereadora Nomeada em 2014, galgou degrau a degrau conduzindo-a a servir os «Messines» sendo útil à promessa republicana.
Palácio de Versalhes Paragem obrigatória para quem visita Paris.
Feliz pascoa a todos e viva o 25 de Abril!
FICHA TÉCNICA Propriedade: Português Vivo – Associação cultural, recreativa e de lazer; registo na Bibioteca nacional com o n° 441009/18; SEDE 15 Rue de l’eau – 78840 FRENEUSE – FRANCE; CONTACTOS – E-mail: portuguesvivo17@gmail.com / Telefone +33 1 34 78 35 37; PRESIDENTE João Germano (E-mail: joaogermano61@gmail.com / Telefone +33 7 58 37 73 79); DIRECTORA Alice Barros (E-mail: alice.barrosgermano@gmail.com / Telefone +33 6 04 45 04 21); NOME DA PUBLICAÇÃO: Português Vivo; PLANIFICAÇÃO GRÁFICA: REDACÇÃO João Silvestre (Telefone +351 937 405 029); COLABORADORES: Jorge Campos, Nuno Pires, Ana Pestana, Joana Verissímos, José Vaz, Cristina Torrão, Matthieu Dos Santos, Alexandre Dos Santos, Helena Abreu Ferreira, Paula Francisco, Rachel do Vale, Artur Barth, Elisabeth Piquet, Benjamin Tricotaux, José Barroca, Silvania Alves; Paginação e Grafismos: Cátia Mingoyte e Manuel Gomes; Tiragem média: 10.000; Periodicidade: Mensal; Preço de Capa: Gratuito; Impressão Nacional: Unipress - Centro Gráfico, Lda, Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo - Vila Nova de Gaia – Porto. O Jornal “PORTUGUÊS VIVO” declina toda a adesão ideológica, politica e responsabilidades legais. Assim, todos os artigos (opiniões emitidas e teses expostas) serão sempre, exclusivamente, da inteira responsabilidade dos seus signatários.
04 OPINIÃO
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A memória curta!... NUNO PIRES
N
os caminhos da vida e em diversas circunstâncias além de o pensamento nos levar a recordar o passado, também nos nossos discursos formais e informais, não raras vezes evocamos a história da nossa vida, da nossa comunidade, da humanidade. Digamos que a história é um passado presente, sempre que permanece ou deve permanecer na nossa memória, na nossa mente. E se um povo, uma nação deve honrar o seu passado, sobretudo quando foi glorioso, também cada um de nós não deve esquecer as origens, como viveu e a vida que percorreu. Recordando de forma construtiva o que fomos e como fomos, sermos gratos com o passado e com as pessoas que nos ajudaram eleva o nosso grau de identidade e faz de nós cidadãos honestos, seguros e com mais urbanidade.
© DIREITOS RESERVADOS
Na verdade, é na memória que sustentamos a riqueza da nossa experiência humana, na qual arquivamos tudo o que na vida fomos aprendendo e esta, pela força das circunstâncias, nos foi ensinando. Ter memória e exercitar a memória é uma qualidade humana, intelectual, que devemos, na medida do possível, trabalhar e conservar. É certo que não será fácil inverter a tendência natural de diminuição evolutiva ao longo dos anos. Todavia, torna-se assaz preocupante a todos os níveis, quando, por muitas e variadas razões, mas, sobre-
tudo por deformação de valores morais, éticos e educativos, como diz o povo e com razão, as pessoas ficam com a memória curta. Em muitos casos, só para algumas coisas, onde a memória curta se mistura com a ingratidão, a maledicência e a mais refinada hipocrisia. No percurso da vida de cada um de nós, encontramos, infelizmente, inúmeras e inexplicáveis vezes, situações de memória curta, ou melhor dizendo, de omissão de memória, o que não quer dizer que a memória não exista, o que se torna, ainda muito mais problemático
em termos sociais, na manifestação do equilíbrio da emoção e da razão. No fundo, a popularmente designada, memória curta, acaba por ser, também, não raras vezes, uma hipócrita manifestação de ingratidão, quando nos esquecemos de coisas boas que nos aconteceram e de atos de bondade e generosidade que outras pessoas tiveram para connosco. De facto, quando nos observamos e observamos as pessoas à nossa volta e as suas posturas, em determinadas situações, é muito fácil perceber quão injus-
tas elas são, ou se tornaram para com a vida, com elas próprias, com os outros e mesmo para com Deus. Ora se a falta de memória gera sofrimento, a memória curta aliada à ingratidão deverá gerar o mesmo tipo de negativa emoção. Se pensarmos bem, é muito mais fácil percebermos manifestações ingratas de memória curta do que ver alguém reconhecido a agradecer pelas oportunidades que lhe proporcionaram posicionamentos laborais e sociais promotores de alegrias e bem-estar na vida. Tudo isto nos deve levar a refletir no sentido de tentarmos compreender as circunstâncias e os objetivos potenciadores da memória curta, onde também me parece que em muitos casos, a inveja, o narcisismo, a arrogância e falta de respeito pelo “outro” se complementam na perfeição. Sejam quais forem as circunstâncias e os contextos, é bom que a nossa memória exercite as coisas boas e a positividade da vida, sendo gratos, gerando entusiasmos nos caminhos que nos conduzam ao reconhecimento do bem, lutando por algo que nos faça felizes, a todos, a nós e aos outros.
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GRANDE ENTREVISTA
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JOSE DIAS FERNANDES 100% português, move-se pela
união da comunidade portuguesa e luta contra as injustiças Texto: JOÃO GERMANO
A
dora um bom desafio. Grande ou pequeno, acredita firmemente que com o tempo e numa busca de recursos, pode alcançar qualquer objectivo. Emigrante em França desde 1976, batalhou por uma vida melhor, tornando-se um construtor reconhecido, fugindo ao destino previamente traçado na agricultura, onde os seus 13 irmãos labutavam diariamente a meias com 30 jornaleiros. Contrariando a vontade do seu pai e sem nunca esquecer as recomendações deste – «Nunca gastes o dinheiro para o bilhete de volta», rumou à França e hoje, depois de muita insistência nossa, partilha-nos a sua experiencia e fala-nos dos seus valores e de algumas causas que abraçou e que ainda abraça, como baluarte em defesa da comunidade portuguesa e da nossa história. Foi um acérrimo defensor da causa da Independência de Timor, ajudando e estando ligado às várias manifestações, acolhendo também o Presidente Ramos Horta, nas suas deslocações a Paris. Atualmente está empenhado com afinco, na restauração do interior da Igreja Sacré Cœur de Gentilly, que desde 1979 está entregue à comunidade portuguesa, onde 800 crianças praticam o catecismo aos domingos e tem no projeto, do fiel amigo
do bacalhau, cujo o lema, HUMILDADE, IGUALDADE E JUSTIÇA, uma entrega de servir através destes princípios a comunidade portuguesa e aqueles que por bem se queiram unir a este projeto. É nomeado Marquês-cavaleiro pela Ordem Internacional de Roland de Roncevaux, onde é conhecido pelo nome de Zequino, e reconhecido com 21 medalhas de cavalaria, pelo apoio e empenho na reconstrução das comandarias templárias, onde elas existem. Como chegou à França? Conte-nos a sua historia. É muito fácil. Em fevereiro de 1976, venho na companhia de um irmão mais velho que foi a Portugal cumprir o serviço militar e que havia partido a clavícula num acidente de mota. Com grande difilcudade, chegamos aos Alpes e ali permaneci três meses até ser apanhado pela polícia, que me colocou na fronteira de Portugal. Faço depois uma nova tentativa de emigração para a Andorra com a primeira excursão de portugueses para lá, com a garantia de trabalho e alojamento, mas infelizmente fomos enganados. Vivi por caridade, dormindo num corredor de cimento, sendo acolhido pela proprietária do hotel, D. Conchita, que me deu trabalho como garçon. Andorra não servia para mim e no fim de seis meses faço nova
“
Infelizmente vejo o nosso país como sendo um espaço, onde impera a corrupção.
”
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contra as injustiças “ Luto e quero que a nossa história seja conhecida e divulgada.
”
Ainda a dormir, recebo a notícia, por via de uma amiga de Entre-os-Rios – Castelo de Paiva, que o Presidente Mitterrand, iria legalizar e autorizava a nossa estadia em França. Salto da cama e de imediato, e fui ao Posto da Polícia fazer os papéis. Conhecidos pelas nossas andanças e peripécias, o comissário pede-nos os papéis falsos e solicita-nos a informação do dito passador, que com agrado o informamos. Num regozijo de vingança, assistimos às buscas e rebuscas à sua casa.
tentativa de emigração para os Alpes, munido de papéis falsos que um passador de Fafe me tinha arranjado a troco de 10 000 francos, valor superior aos ganhos de um ano de trabalho na época, sem nada poder gastar, nem para comer. Ao fim de cerca de um ano a ganância do mesmo indivíduo de Fafe, denuncía-nos à Polícia por não podermos aumentar ao valor já pago e do qual nos exigia mais. Escondi-me então na casa de um português, com um primo que também tinha comprado os papéis, durante três dias, e na fuga, conduzidos por um outro primo que já estava em Chambery há muitos anos, fomos apanhados e colocados na fronteira de Andorra.
Passado pouco tempo regresso aos Alpes pela mesma forma de
desenrasque. Tive um acidente de trabalho e parti o punho direito.
A partir daí a França sorriu-lhe? Sim. Trabalhei até aos meus 25 anos na construção das estações de Ski nos Alpes, em Savoie e Aut Savoie, onde fiz muitos amigos e que ainda mantenho, nomeadamente o Presidente da Câmara de Courchevel e outros. Hoje é minha passagem obrigatória pelo menos
três vezes por ano, com a minha família de férias. Não resistiu à cidade luz. Como foi? Com a minha experiência adquirida até então consegui um compromisso de trabalho em Paris na Pirâmide do Louvre, fazendo toda a parte do betão branco e chefiando uma equipa superior a 200 pessoas. Trabalhando arduamente e prolongando às vezes por dois turnos diários e numa relação próxima a empreiteiros e subempreiteiros despertei-me para o meu empreendorismo, e lanço-me por conta própria. Como começou esta aventura? Através do trabalho na Pirâmide do Louvre entendi que estava apto a me lançar neste novo desafio. Consequentemente estava em marcha a construção da auto-estrada A 86 aqui perto de nós, e então
“
Trabalhei até aos meus 25 anos na construção das estações de Ski nos Alpes (...) Hoje é minha passagem obrigatória pelo menos três vezes por ano, com a minha família de férias.
”
GRANDE ENTREVISTA
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Uma Equipa por uma causa tudo se proporcionou uma vez que assumi a responsabilidade da execução de dois Toneles e na ligação de Paris Londres, 49 pontes entre ARRAS e Croisylles, de sob empreitada das empresas Dumez e Fougerolle da autoestrada que liga Paris Lile e daí outras obras se juntaram.
Acresce a tudo isso a garantia de mão-de-obra portuguesa que sempre esteve na base dos meus trabalhadores e operários. Cheguei a ter em Portugal uma empresa só de recrutamento de operários especializados para trabalhar nas minhas obras e debaixo do meu comando. Hoje somos uma empresa
que só assume grandes envergaduras e projetos arrojados. Gostaríamos que nos contasse como adquiriu a sua primeira casa em França. Foi uma decisão muito logica e rápida. Era habitual fazer consulta no jornal da época chamado «Gratte-Annoces», para
procurar arrendamentos ou compras de habitação. Então nesse dia, vi um anúncio de venda de uma casa em que o valor mensal de compra era inferior ao valor da renda que pagava na altura. Sem meias medidas disse à minha mulher que pagando 2500 francos de renda, melhor seria comprar e pagar só o
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ariano Aux caves du Portugal
valor de 2200 francos proposto pelo anúncio. Com a concordância da minha mulher, fui diretamente à agência que anunciava e assumi a compra sem sequer saber onde era e como era a casa. Razão pela qual vivo ainda hoje em Thiais. Sendo um acérrimo defensor dos valores de
08 GRANDE ENTREVISTA Portugal e visitando-o todos os 15 dias, como vê o nosso país? Infelizmente vejo o nosso país como sendo um espaço, onde impera a corrupção. Hoje falamos de um país desacreditado: uma empresa que não recebe a sua factura por falta de responsabilidade e que tem de pagar, é obrigada a pagar IVA, isso é injusto; os tribunais demoram a resolver e quando o fazem já o «passarinho fugiu». Somos um país onde os operários trabalham de segunda a sextafeira e normalmente sem o cumprimento
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Deveria haver um partido feito por “ emigrantes, porque os nossos políticos não levam os nossos problemas à Assembleia.
”
de horários; os nossos governantes e responsáveis de câmaras e freguesias atribuem subsídios a associações com nomeações estratégicas de presidentes das mesmas apenas pela caça aos votos; temos uma miséria escondida dentro de portas com a
nossa terceira idade que na maior parte das vezes não têm condições em suas casas, nem dinheiro para medicamentos e hospitais; gasta-se dinheiro a levar jovens ao futebol e esquece-se quem nada tem e não pode deslocar-se; enfim, somos um país onde ninguém se preocupa
em plantar uma couve ou uma batata e muito menos juntar algum tostão. Em matéria de ensino formam pessoas e investem neles, mas depois deixam-nos partir sem qualquer contrapartida e sem colher qualquer investimento.
Quais os objetivos corporativos imediatos? Sou português a 100% e hoje movo-me pela união da comunidade portuguesa em França, luto contra as injustiças e quero que a nossa história seja conhecida e divulgada. Estamos a divulgar e a dinamizar a associação “o fiel amigo do bacalhau”, onde a reunião de valores: HUMILDADE, IGUALDADE E JUSTIÇA, são o nosso lema e onde continuaremos a ser os “HERÓIS DO MAR, NOBRE POVO, NAÇÃO VALENTE E IMORTAL”.
A Igreja de Sacré Coeur de Gentilly Nova pintura interior passados 40 anos
A
os domingos, os portugueses vêm de toda a região parisiense para assistir à missa. Em 1979, a igreja do “Sacré Coeur de Gentilly” foi confiada pelo Cardeal François Marty à comunidade portuguesa, nessa altura, sem um local de culto. Hoje, as missas em português são celebradas no sábado à noite e no domingo de manhã. Cerca de 800 crianças, frequentam semanalmente o catecismo. Mandada construir em 1933 pela viúva do Industrial Pierre Lebaudy segundo o projeto do seu marido morto acidental-
mente em 1929, a igreja vê a sua consagração em 20 de Novembro de 1936 de acordo com os planos de Pierre Paquet, ajudado pelo seu filho Jean Pierre. O edifício inspirado na arte romana compreende a torre do sino de 62 metros de altura, ornamentada de quatro anjos em bronze, com uma cúpula central. A impressionante fachada é obra de Georges Saupique, os vitais são do mestre Jacques Gruber e a via sacra foi pintada por Angel Zarraga, pintor mexicano. Os grandes órgãos foram construídos pela manufatura Jacquot Lavergne de Rambervillers.
Em maio todas estas características terão um novo brilho com a renovação da pintura interior que os mecenas portugueses numa organização conjunta, de uma verdadeira empreitada se prontificaram fazer, a pedido do padre Leandro Garcês – responsável da igreja, num desafio a José Dias Fernandes responsável da empresa EUROBATIMENT, pela Logística e a Cândido Faria da empresa TRAVAUX SUR MESURE, para o fornecimento dos materiais. Acresce as empresas SLCR, AMP, ACR, AMP, colaborando na mão-de -obra e o apoio das Ordens TEMPLÁRIA E HOSPITALÁRIA.
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ASSOCIAÇÃO
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“O Fiel Amigo do Bacalhau”
Uma causa por Portugal
O
jornal Português Vivo entrevistou o Chanceler da associação, Cândido Faria e aqui apresentamos as razões. Porquê «O Fiel Amigo»? Foi uma ideia do Zequino, que me apresentou e que eu apadrinhei desde a primeira hora. «O fiel amigo» será uma associação onde se vão reunir pessoas que vão trabalhar em prol de uma causa, neste caso Portugal, com a intenção de serem fieis ao bacalhau e também serem fieis ao amigo que eventualmente possa precisar. Iremos divulgar a cultura portuguesa e haverá obrigatoriamente em todos os eventos um pedaço da nossa historia. Queremos que este seja também um espaço de reunião e encontro com os nossos jovens onde haverá uma secção própria. Quais os objetivos? – Reunir a comunidade portuguesa em volta das causas portuguesas – Defender a justiça social – Divulgar o conhecimento da nossa história – Apoiar os mais necessitados – Aproximar os jovens A Associação existe só em França? «O fiel amigo» irá com certeza expandir-se por onde houver um amigo que se reveja. Pensamos que Londres e a Madeira serão os próximos
S.M.P
SOCIÉTĖ DE MAÇONNERIE PROfESSIONNEllE
EntrEprisE dE maçonnEriE BonniéroisE, création En 1987 par mr póvoa antonio, géréE aujourd’hui par son fils póvoa victor.
núcleos imediatos. Outros irão com certeza alinhar-se. A Associação terá alguma intervenção cívica? De facto, entendemos individualmente que faria falta um partido politico dos emigrantes para reivindicar os nossos direitos. Muito se deveria fazer nessa matéria porque os nossos representantes não levam os nossos problemas à Assembleia: – Não entendemos porque pagamos o lixo que não fazemos; - Não entendemos porque a nossa família não pode conduzir um carro nosso em Portugal; - Não entendemos porque somos estrangeiros aqui e lá; - Não entendemos porque pagamos mais EMI; -Não entendemos porque não podemos ter um carro mais de seis meses em Portugal, pois somos o único país na comunidade, onde a livre circulação de bens não é aplicada. Tendo a democracia e os direitos de igualdade chegado a Portugal em 1975, porque é que nós emigrantes somos descriminados? Há ou não injustiças, que alguém tem que levar à Assembleia já que os nossos deputados não as levam? Ah! Já me esquecia! Talvez não sejam pagos no fim do mês, e aí têm razão! Mas esses não serão as causas do “fiel amigo do bacalhau” e repudiamos qualquer politica que se possa abeirar.
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10 REPORTAGEM
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Maison Ô Grain D’Or A padaria - pastelaria típica francesa com uma fatia de doce português Texto: Alice Barros
ment de garder ce noyau familiale parce que le jour où mes beaux-parents partirons il n’y aura plus ce noyaux charnière. Ce sont leurs racines. C’est leur base qui permet de nos ancrer au niveau de la nationalité française».
A
cargo do casal Jacques et Agnès Ferreira encontra-se na 44, Rue Léon Gambetta na cidade de Sainte-Etiennede-Rouvray, cidade Natal de Agnès, perto da grande cidade de Rouen, capital da Normandia. Nesta padaria, descobrese a boa baguete e a oferta de deliciosos bolos sortidos, para além do excelente e genuíno sabor do pão e das tão cobiçadas iguarias, tradicionais portuguesas, como pastéis de nata, cavacas, bolo de arroz, bolo rei e pão-de-ló, consoante a época do ano; Natal, Páscoa e outros dias especiais. Movidos pela hora da mudança, e o gosto pelo contacto, Jacques, com uma larga experiência na arte da pastelaria tanto como padeiro e pasteleiro como em dez anos de comercial na mesma área, decide juntamente com a sua esposa enfermeira, desiludida pela desvalorização da profissão, decidiram establecerse, por conta própria. Aproveitando a oportunidade de retomarem uma padaria, num conceito tipicamente francês, juntaram à oferta os bolos da saudade, em resposta aos pedidos de vários clientes. Apaixonados pelo seu trabalho, mais que propôr pão e bolos fazem-no de uma forma artesanal com produtos frescos, criteriosamente selecionados, no mesmo espaço onde,
Porque escolheu fazer bolos portugueses, numa padaria tipicamente francesa? Primeiro porque me pediram. Eu nunca aprendi a fazer bolos portugueses. A minha mãe só fazia pãode-ló e agora eu também faço todas as semanas, segundo a sua receita. As pessoas começaram a pedir-nos e eu comecei a fazer. Pouco a pouco foise sabendo. Começamos também a fazer pão português, o bijou, facilmente aceite pelos nossos clientes. Fazemos broa de milho também, mas os franceses aderem menos.
por feliz coincidência, era o mesmo que Agnès frequentava em menina. De pais portugueses, perto de Famalicão e francês por necessidade, visitava Portugal só nas férias, quando era possível e sempre a ajudar os pais nas obras da casa. A necessidade de integração em França tornou o seu conhecimento do português muito limitado. O que não o impediu de se deixar agarrar por Portugal, por intermedio dos seus filhos, sobretudo o mais novo, pelo gosto do futebol,
pela sua admiração pelo jogador Figo, e também com o empenho da sua mulher, na vontade da continuada ligação com Portugal. «Moi, je suis française, une pièce rapportée, mais toujours rattachée au pays. Quand mes enfants sont nés j’avais une belle mère à qui je parlais beaucoup. J’ai toujours voulu que notre mariage et mes enfants, soient reconnus au Portugal. Nous avons tous maintenant la double nationalité. C’était important pour moi ce lieu, pour essayer juste-
Quem adere mais ao conceito genuíno português? Na maioria das vezes não são os portugueses que compram, mas as pessoas que já visitaram Portugal, ou então provaram aqui. Os portugueses compram muito pão-de-ló. Os pastéis de nata não são os antigos que compram, mas os de origem portuguesa como eu. Eu faço os bolos genuínos, não quero que sejam franco-portugueses. Ou é uma coisa ou outra! Tem projetos no forno prontos a sair?
Projetos temos sempre. Temos um grande, mas ainda não é para agora. Só estamos aqui há três ou quatro anos. Por enquanto a mudança das receitas já nos contenta. A vossa aproximação com Portugal ficou mais forte através dos bolos? Eu nasci em França e nessa altura o meu pai era trolha e para entrar na Petroquímica tinha de ter um filho no mínimo francês. Eu como nasci nessa altura puseram-me logo francês. Os meus pais sempre quiseram, mesmo na escola, que eu não seguisse o português, porque a minha irmã tinha tido chatices por causa disso. Ela escolheu o português em vez do inglês e chegando a um certo momento não teve saída. Ao contrário, o meu filho, desde pequeno, sempre esteve a fundo com Portugal. O t-shirt de Portugal, o jogador preferido era o Figo, é do clube do Porto… Eu penso que foi através dos meus filhos que Portugal me apanhou. E agora até sou padrinho de uma menina em Portugal o que me aproxima mais. Os bolos são uma consequência de tudo isso. Gosta de adoçar a boca das pessoas? Eu sempre quis ser pasteleiro ou então polícia. Visto que nessa época não tinha muito boas notas em francês fui para pasteleiro. E estou feliz.
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Maison Ô Grain D’Or Ferreira Boulangeire-Patisserie QUALITÉ ET TRADITION FRANÇAISE FABRICATION D’AUTHENTIQUES GÂTEAUX PORTUGAIS
44 Rue Léon Gambetta 76800 Saint-Étienne-du-Rouvray Téléphone : 02 35 65 13 33 Horaires Du mardi au vendredi: de 6h15 à 19h30 Samedi : de 7h à 19h30 Dimanche : de 7h à 13h www.facebook.com/maisonograindor/
12 SHOPPING
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Ela, Ele e a Moda
Mesmo pensando que tudo já foi inventado, a moda terá sempre o capricho de nos surpreender. Estilos, cores, peças, técnicas, materiais e acessórios nas suas múltiplas e refrescantes interpretações, com a dose certa de exuberância; porque, sempre existira espaço para inspirar os mais audazes a desejar ir mais longe.
Alexandra Moura
SHOPPING
Sophia Kah
Marques’Almeida
Luis Buchinho
As tendências que dão as boas vindas à Primavera Lenço Cortefiel €29,99 Sapatos MLV Shoes €220
Blaser Carlos Gil €360
Vestido Decenio €35,98
Calças Carlos Gil €220
bonecos solidários
Júlio e Inês Torcato vestiram bonecos solidários da Fundação Infantil Ronald McDonald que estiveram à venda no 44.º Portugal Fashion.
Atualidade Moda
Moda infantil integrou pela primeira vez o calendário do 44.º Portugal Fashion com lançamento da marca PORTUGAL KIDS FASHION WEEK Powered by ModaPortugal A inédita inclusão da moda infantil no calendário do Portugal Fashion é uma das novidades desta 44.ª edição, que se realizou entre 14 e 17 de março, na Alfândega do Porto, indo assim ao encontro da crescente importância criativa e comercial que este segmento tem na fileira moda portuguesa.
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14 OPINIÃO
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Gestão Positiva: uma nova visão nas organizações
MARISA LAGES
Q
uando se agregam em organizações, as pessoas desencadeiam coletivamente processos que podem ser de apoio social ou de vulnerabilidade psicológica. Podem despertar energia coletiva ou despoletar preguiça social. Por conseguinte, trabalhar numa organização pode ser um obstáculo às potencialidades individuais ou, pelo contrário, uma experiência que permite a superação das limitações individuais, o desenvolvimento das forças virtuosas (sabedoria e conhecimento, coragem, amor, justiça, temperança, transcendência) e o crescimento psicológico. Os custos de trabalhar em organizações inflamadas de experiências menos positivas não são apenas estrita-
mente individuais/laborais. Vários estudos evidenciam que o trabalho pode emanar efeitos negativos sobre a vida pessoal e familiar, degradando-a. Quando uma pessoa vive situações laborais intensas de preocupação, dúvida, stress ou medo, pode não se sentir capaz de afastar da sua vida privada esses sentimentos. Essas situações podem decorrer da inadaptação a uma nova função, do desajustamento à função desempenhada, do desapontamento com a carreira, de uma liderança tóxica ou, globalmente, de um clima de trabalho hipócrita e “doentio”. Os efeitos podem ser diversos: fadiga, preocupação, irritabilidade, agressividade, impaciência ou ausência psicológica. Em contrapartida, quando os sentimentos são positivos, os trabalho pode e ter um impacto favorável na vida pessoal. Desta forma, nas organizações em que vigora uma gestão positiva ocorre um equilíbrio entre as necessidades económicas e as práticas típicas de um coletivo social saudável: ajuda o encorajamento aos mais fracos, recompensa a lealdade, adesão a conceitos de justiça, estímulo da competição justa, gestão apropriada do
stress. A gestão positiva origina, pois, organizações com um clima emocional saudável, que operam como comunidades sociais dinâmicas e espaços relacionais saudáveis – e não como entidades puramente económicas. Perante esta nova visão de gestão posso argumentar que os líderes devem ter determinadas características e competências – como a autoconfiança, a coragem, a integridade, a autenticidade, a maturidade emocional, a competência técnica, e um elevado locus de controlo interno. No entanto, apesar de nenhum líder poder garantir que é capaz de criar equipas extraordinárias, todos têm a responsabilidade de criar as con-
dições para que as suas equipas sejam fonte de desenvolvimento da organização e dos colaboradores. É consensual que as pessoas trabalham mais e melhor quando fazem um trabalho de que gostam, na companhia de pessoas que apreciam, para alcançar um resultado que consideram relevante. É por essa razão que se torna importante trabalhar numa organização com uma missão, uma visão e valores apropriados. Assim, algumas organizações criam ambientes propícios à ação, facilitam o entusiasmo, envolvem e exigem. Enquanto que outras são indolentes, desconfiadas, relaxadas e desinteressadas. Nas primeiras a vida é suficientemente
estimulante para fazer da organização um elemento positivo da identidade pessoal. Nas segundas, os membros da organização são os primeiros a criticá-la. Terminaria esta reflexão com uma frase de Bill George do seu livro intitulado Authentic Leadership: Rediscovering the Secrets to Creating Lasting Value (2003, p.12), sobre a liderança autêntica que incorpora as organizações positivas: “Os líderes autênticos desejam genuinamente servir os outros através da sua liderança. Estão mais interessados em empoderar as pessoas que lideram de modo que elas façam a diferença, do que em ganhar poder, dinheiro e prestígio para eles próprios.”
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BOAS, BOAS... SÃO AS FRANCESINHAS!
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LES FRERES DA CRUZ 140 Avenue de la Republique 94700 Maisons Alfort T.: 01 43 68 27 53
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COPACABANA PARAÍSO 11 Rue de la Fosse aux Anglais, 77190 Dammarie-les-Lys T.: 01 64 19 76 09
AMOUR E GLAMOUR
ABRIL 2019
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Antigos, genuínos e deliciosos produtos de
criação portuguesa
Textos: ALICE GERMANO
AZEITE PRESTIGE CASA DE SANTO AMARO Azeite premiado em 2017 com 10 medalhas, apresenta um aroma bastante fresco, com notas de azeitona fresca, erva e tomate. Na boca apresenta um amargo e picante bastante equilibrados, com notas de folha de oliveira e um fim de boca harmonioso e prolongado.
SORTIDO AMOR Criada em 1874, a PAUPÉRIO, é atualmente gerida pela 6ª geração da família Figueira, mantendo uma linha de biscoitos tradicionais. Confecionados artesanalmente, com as melhores matérias primas e com as mesmas receitas utilizadas desde a sua criação, o que lhes confere um sabor tradicionalmente inconfundível.
DRAGEIAS DE LICOR BONJOUR Criação própria e confecionadas da forma tradicional, pela confeitaria ARCADIA, são verdadeiras, pequenas obras de arte em miniatura. Até poderem ser decoradas e pintadas, as drageias, passam por várias fases durante cerca de 2 meses. Chama-se apropriadamente bordar! No final há drageias em forma de leitões, bebés, cenouras, ervilhas, morangos, cerejas, etc.
QUEIJO SERRA DA ESTRELA FOLAR DE CHAVES O Folar Salgado da Prazeres da Terra é feito com uma massa fofa, recheada com as melhores carnes salgadas e azeite da região transmontana, cozido no forno sem forma. Esta iguaria flaviense é memória de um ancestral saber fazer, quase indizível, e está associada a uma simbologia de partilha, solidariedade e fraternidade.
ESPUMANTE BRANCO BRUTO VINHOS REGO Um Néctar da história de terras rústicas persistentes ao tempo, altas e baixas temperaturas nas elevadas alturas do interior de Portugal um paraíso esquecido mas desenvolvido nos melhores vinhos de alta qualidade. Ano 2016 Castas: Malvasia Fina / Síria
Com actividade pecuária desde 1908. A garantir a excelência dos produtos produzidos, e também vendidos, está o facto dos seus queijos, incluindo o requeijão da Serra da Estrela, serem confeccionados com o leite das 100 ovelhas de raça Serra da Estrela ali existentes e serem produtos Denominação de Origem Protegida (D.O.P.).
16 REPORTAGEM
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Miguel e Pauline Bilhete ida e volta com escala no...
O’Porto Restaurant O acaso por vezes tem as suas manias. O encontro de duas vidas paralelas, onde o amor lhes trocou o destino. É o caso de Miguel e Pauline Uma história bonita, que é também uma das razões da emigração.
Textos: ALICE BARROS
O
acaso por vezes tem as suas manias. O encontro de duas vidas paralelas, onde o amor lhes trocou o destino. É o caso de Miguel e Pauline Uma história bonita, que é também uma das razões da emigração. Pauline, uma jovem francesa, de férias em Portugal, conhece Miguel, enfermeiro de 27 anos, num bar, onde trabalhava como Barman. Conversa puxa conversa, encontro mais encontro, e o amor acontece. Mas como em todas as férias, o trabalho toma a dianteira e por mais que lhe custasse, teve de regressar. Sem se desencorajar, e com determinação tudo fez para voltar e reatar o romance. Um ano e tal corre, Miguel desiludido pela enfermagem, passa por outros trabalhos. Sem se sentir realizado em nenhum e rejeitando por medo propostas para ser o próprio patrão, um dia a gota faz desbordar o copo. Exaltado toma a atitude repen-
tina de vir para a França, surpreendendo Pauline. “Ela ia ser promovida a chefe quando um dia
cheguei a casa e lhe atirei como uma bomba: - Vamos para a França, não quero mais Portugal! Vou
tirar bilhete e vamos embora! Faz as malas!”. Reorganizando mais uma vez as suas vidas, agora em
França, o destino apresenta-lhe novamente a oportunidade do próprio negócio. A saudade do Porto, apesar do medo, e acreditando no destino, nasceu assim o restaurante O PORTO, implantado no coração de Elbeuf, na região da NORMANDIA. Empenhando todo o seu conhecimento em termos de higiene, gestão e a sua experiência na restauração, Miguel e Pauline quiseram fazer a diferença do que já existia; oferecer uma limpeza credenciada, um acolhimento personalizado, um espírito e uma dinâmica mais jovem. Apostaram na cozinha tradicional do Norte de Portugal – iscas e bifanas à moda do Porto, francesinhas e bacalhau à Braga, o sucesso deste restaurante – feita com produtos frescos e caseiros. Feito por medida pelo Miguel, este restaurante acolhedor, mostra na decoração e nos aromas que é genuinamente português. Miguel hoje tem 31 anos, e diz que, independentemente do resultado financeiro se sente realizado todos os dias.
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O’PORTO RESTAURANT
Le fait maison par excellence! Spécialités portugaises Grillades… Les plats du jour constituent de délicieuses surprises Service livraison à domicile.
Aberto todos os dias das 11h às 15h e das 18h às 22h · Fechado à quinta-feira
34 Cours Carnot · 76500 Elbeuf · Tél.: 02 32 93 76 28
18 BEIJOS E TRAMAS
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O que os homens invejam nas mulheres? HUGO MANUEL Cantor
LUIS FILIPE REIS Cantor-compositor
Frederico Correia Jornalista na SIC VISEU “Uma mulher tem uma força espantosa. A capacidade de ser o principal pilar de uma família sem nunca se chamar de viga mestra, sem necessidade de mostrar a importância que tem, estando lá sempre... mesmo que por vezes pareça invisível vai sempre mantendo tudo de pé! Essa força, raros homens têm...”
TEREZA CARVALHO Cantora “Engraçada a vossa pergunta… felizmente sinto-me realizada como mulher e sou feliz de ser mulher. Mas poderia invejar uma barba bemfeita, ter cabelo curto que dá menos trabalho na hora de arranjar, não tem que usar maquiagem,
“Muita coisa! Para mim a Mulher é o Ser mais importante da criação. Toda humanidade nasce de uma Mulher... Valorizo muito a Mulher! Muito se pode dizer sobre esse Ser fantástico. Mas indo ao encontro da questão que me foi colocada, o que efetivamente invejo no Ser Mulher é: A audácia, coragem, ousadia, perspicácia, versatilidade, multitarefas e essencialmente a
forma como ama e se dedica, tanto no amor materno como no amor em toda a sua amplitude.”
“– Em primeiro lugar é a energia que elas têm e a capacidade de conseguirem fazer tanta coisa ao mesmo tempo, como tratar das crianças, organizarem a vida familiar, ter os próprios emoções nós nunca o empregos e no final poderemos viver, será do dia ainda arranjam tempo para se pousarem certamente a maior inveja. um pouco com os – Terceiro. As mulheres maridos. lideram o mundo. – Segundo: É o facto Os homens até podem de serem elas a darem ter o poder, mas por a vida, com a ajuda do detrás desses homens homem certo... Mas há mulheres fabulosas.” aqueles 9 meses de
O que as mulheres invejam nos homens? nem montes de cremes nem tem que compor as unhas... na verdade invejo a vida simples de um homem no que diz respeito a tudo isso. Na hora em que o filho chora é mãe que sai da cama para dar o biberão… enfim… há muitas coisas que poderia invejar num homem, mas, dou graças a Deus ter nascido Mulher.”
Susana Vilela Atleta do Clube ADC São João da Serra “Invejo a força física do homem, mas a sua frieza e egoísmo são as suas características mais obnóxias”. PUB
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LE MEILLEUR “RODÍZIO” DE LA RÉGION
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MOÇAMBIQUE
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Jantar solidário
Todos por Moçambique “A nossa associação com a vossa ajuda e o trabalho incansável dos seus membros, deram mais uma vez um verdadeiro sentido à nossa razão de existir. Muitas crianças serão ajudadas graças a nos e um dia quem sabe serão elas que nos ajudarão. Presidente, da associação, “Les Amis du Plateau” Joaquim Barros
Texto: JOÃO GERMANO
S
ensibilizados pelo sofrimento do povo moçambicano, cerca de cento e cinquenta pessoas juntaram-se ao apelo das associações, “Hirond’Ailes” e “Les amis du Plateau”, para o jantar solidário, que teve lugar no passado dia 6 de Abril, no salão da Igreja Sacré Coeur de Gentilly. Durante o repasto caprichosamente confecionado pelos membros das “Hirond’ailes”, assistiu-se à participação das cantoras Jenyfer Rainho, madrinha desta associação e das suas convidadas, Nina Tavares e Cheila Simone, seguido de um leilão de dois quadros, oferecidos pela pintora e escultora, Nathalie Afonso, para além de outras animações. Neste acto de solidariedade, esteve também presente a associação de São Tomé e Príncipe, e onde o jornal Português Vivo recolheu alguns testemunhos:
Ines Pereira e Suzette Fernandes
“Gosto muito de ajudar e faço-o sempre que posso. Estou muito feliz porque estamos a dar uma parte de nós e ainda mais numa causa como esta onde é preciso tudo reconstruir”. Fadista Nina Tavares “Sou também de origem moçambicana e sinto o quanto o meu povo sofre neste momento. Estarei sempre presente em causas pelo sofrimento humano”. Cantora Cheila Simone
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Jenyfer Rainho, Nina Tavares e Cheila Simone
Empresário Armindo Gameiro entra na brincadeira e paga multa por se o único de gravata
“Somos uma associação de mulheres com um ano de existência e não conseguimos ficar inativas e insensíveis, às imagens da catástrofe que destruiu a cidade da Beira, em Moçambique”. Presidente da associação, “Hirond’Ailes” Suzette Fernandes “Este é um valor solidário, humanitário para com Mo-
çambique e um dever de todos nós. Não tenho palavras para definir este momento, onde vejo apenas a gratidão de tanta gente que está aqui envolvida. Presidente, da associação, São Tomé e Príncipe Inês Pereira
20 REGIÕES - BEIRA ALTA
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Beira Alta Loriga
© DIREITOS RESERVADOS
RICARDO BRAZ FRADE
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e dividiram as Beiras em três por alguma razão foi. São todas Beiras, que é o mesmo que dizer, são todas beirãs. Mas há um indelével cheiro em cada uma delas, uma subtil cor que as distingue. Se na Beira Baixa podemos ver, a olho nu, uma gradual transição cultural do que é o Portugal espiritualmente mais nortenho para
o Portugal de alma sulista; se a Beira Litoral revela uma outra mudança, que é acima de tudo económica, da costa para o interior; o que podemos atribuir a essa outra Beira que assenta na continuação das cordilheiras centrais vindas de Espanha? A Beira Alta, sendo obviamente parte da zona centro, já serve de pequena introdução à sua província vizinha a norte: Trás os Montes. É toda ela uma sequência de serras e vales abruptos que se desenvolvem dos contrafortes setentrionais da Estrela até às pequenas e inóspitas aldeias que se ajeitam como podem nas colinas que antecipam o Douro Superior. Falamos nela e percebemos: Alta, a Beira Alta, a
Beira lá do Alto. É impossível dissociá-la da sua altitude, das suas vorazes montanhas que só pontualmente dão descanso e convidam à urbanização, como acontece com Viseu, a ocidente, e Guarda, a oriente – de resto, ambas as cidades são conhecidas pela irregularidade do seu terreno e por terem a sua zona histórica na parte alta da urbe. São terras de raia, de castelos vigilantes, de transumâncias. São terras fortes, porque só os fortes lá se aguentam. A vivência é feita como se pode. Dos rios, do gado, e de pouco mais. No Verão o mercúrio bate recordes. No Inverno as neves amputam caminhos. É um reduto de extremos, onde se é preto ou branco, mas nunca cinzento. A
natureza ordena, o homem obedece. Lá em cima, nos planaltos e nas encostas, as gentes da serra já aprenderam a respeitar a Deusa Mãe: é por ela que se faz o calendário, das sementeiras às colheitas. A roda do tempo gira e o povo vai atrás. Os portugueses, todos eles, de Viana do Castelo a Vila Real de Santo António, falam sempre do dia em que foram à Beira Alta. Foram ver a Estrela. Foram ver o Inverno como o Inverno deve ser. E não esqueceram, mesmo que nunca lá tornem. É esta a saudade que ela deixa na memória colectiva de Portugal – a primeira vez se viu a beleza alva de um manto de neve estendido no chão. Portugalnummapa.com
Folgosinho Folgosinho é uma bela vila serrana, no coração da Serra da Estrela, que respira a história de Viriato e o clama como filho da terra. Segundo lendas locais, a origem do nome da vila deve-se a propriedades especiais da água da região, o que resultou num intenso culto das fontes visível por toda a vila.
REGIÕES - BEIRA ALTA
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Casa da Fraga Casas de pedra, em Portugal, há que baste. Mas nenhuma tem tantas vezes a neve como convidada, nem tampouco conta com a fama de ser a mais saudável do país. Tudo começou com uma expedição organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa à Serra da Estrela. O objectivo era nobre: fundar sanatórios. Daí se concluiu haver condições climaté-
ricas, para um tratamento bem-sucedido às patologias. E assim, de uma boa notícia, se fez aquele pedacinho encantado que hoje conhecemos como Penhas Douradas.
Desfile de Rebanhos de Silvares Um milenar hábito que tem por fim dar robustez ao gado, é feito em Silvares, concelho de Santa Comba Dão. As festas ao Santo António, são a data do Desfile de Rebanhos. para serem abençoados. O certame acontece quando vários pastores encami-
nham os seus rebanhos para a ermida da terra, a Capela de Santo António. O gado chega a entrar na pequena igreja e deve depois circular em redor do templo três ve-
zes. É costume, também, os animais serem ornamentados com chocalhos e outros acessórios de várias cores numa alusão à estação colorida: a Primavera.
Castelo de Mendo Uma enigmática aldeia a poucos quilómetros da cidade da Guarda. No cabeço está a sua parte mais bruta: um forte primitivo com uma misteriosa igreja já aberta ao céu. Colina abaixo desenrola-se o casario que veio depois, quando uma nova muralha alongou a
Penedo de Lamas de Moledo Uma pedra que diz tanto de ritos religiosos quanto da mescla linguística que se vivia na Ibéria romanizada Se em Portugal há pedras conhecidas por curarem infertilidade às mulheres (Pedras Parideiras), outras por denunciarem o que o futuro nos traz (Pedras Baloiçantes), e ainda outras por terem mistérios difíceis de resolver (o
exemplo da Pedra do Galo, associada a lendas de gigantes), algumas servem-nos de livro, tornando-se alvo das mais aprofundadas discussões acerca da história que passou por elas. É o caso do Penedo de Lamas de Moledo.
original até lá abaixo ao sopé. Chamam-lhe Castelo Mendo e está inscrita na rota das Aldeias Históricas de Portugal. Esse mistério que não vem nos livros, sente-se à aproximação. Sente-se no amoreiral cá em baixo, que servia a
produção de bichos da seda. E sente-se a cada passo que avança até à entrada, em arco, majestosa e guardada por dois berrões em granito, antigos protectores e amuletos das gentes que, antes, aqui viviam numa espécie de comunidade bélica.
22 REGIÕES - BEIRA ALTA
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Sortelha Sortelha é uma aldeia histórica situada no concelho do Sabugal, na Beira-Alta. Parece ter ficado parada no tempo durante a Idade Média, e que está dotada de uma absorvente atmosfera mágica e misteriosa, levando a nossa imaginação a voar graças à sua estética medieval incrivelmente bem-conservada.
Quadrazenho Em Quadrazais, aldeia próxima do Sabugal, existe um linguajar raiano que é apenas do conhecimento daqueles que, quando as fronteiras eram mesmo fronteiras, e o contrabando do café, uma necessidade
Capeia Arraiana Junto à raia, nas aldeias do concelho do Sabugal, há uma tradição estival distinta. É feita com um forcão, um enorme garfo de madeira que junta vários homens com uma missão: enfrentar um toiro bravo a curta distância dele. Um rito que se confunde com a emancipação masculina, num magnífico exemplo de camaradagem.
Santuário de Nossa Senhora das Preces
Dança dos Cus Há quem não resista à comparação e ponha o Santuário de Nossa Senhora das Preces uma Fátima das gentes beirãs. Terá tido origem numa visão da Virgem por parte de
de subsistência, tiveram de encontrar formas de se comunicarem sem que outros os entendessem – deram-lhe o nome de Quadrazenho ou Contrabandês, e nunca passou da sua forma oral para a escrita.
O Carnaval em Cabanas de Viriato faz-se à espera de um momento: o da Dança dos Cus, uma coreografia que junta homens e mulheres, miúdos e graúdos, num choque de rabos ao som de música e palmas.
um pastor. Aqui, segundo a lenda, tal aconteceu no século XIV, no topo da Serra do Calcurinho, e portanto muitíssimo antes de existir uma Nossa Senhora de Fátima.
No sítio onde a santa voltava, construiu-se uma pequena capela. E por perto, em Vale de Maceira, edificou-se monumento mais complexo e de melhor acesso.
O Santuário é composto por catorze capelas de toque barroco e granítico que se distribuem ao longo de um caminho mato adentro, cuja altitude termina nos 750 metros.
REGIÕES - BEIRA ALTA
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Queijo da Serra Há duas características que realçam o Queijo da Serra, a origem do leite. É de ovelha, mas de ovelhas especiais, das raças Bordaleira Serra da Estrela, e supostamente introduzidas pelos romanos. A segunda tem a ver com a forma como o leite cru é coalhado, muito lentamente e com recurso a uma planta, o cardo, planta silvestre que
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Grande Rota do Zêzere O Zêzere é, acima de tudo, um rio da Beira Baixa e do Ribatejo. No entanto, não podemos esquecer o seu parto, no âmago da Estrela, pulmão de Portugal. Aí, bem perto da nascente de um outro rio exclusivamente português – o Mondego –, conseguimos sentir os primeiros dias de vida de um curso fluvial que apanha boa parte do centro português.
com uma enzima de nome cardozina, o solidifica – até certo ponto. Além do Queijo da Serra normal, há ainda o Queijo da Serra Velho. Ambos têm o selo de qualidade DOP, Denominação de Origem Controlada.
Fonte da Sereia D. Maria I fez a vontade ao povo de Tondela e deu-lhe esta fonte em granito. Com uma estranha sereia ao centro e lateralizada por dois tritões, um de cada lado, é
Presuntinhos de Viseu Chamam-lhes presuntinhos por terem a forma e a cor de um presunto; e de Viseu por ser lá que se encontram os seus pontos de venda mais famosos. Trata-se da Pêra Passa de Oliveira do Hospital seca, e a sua produção se centra nesse
concelho da Beira-Alta, com ajuda de outros dois, Seia e Tábua. A secagem da pêra fazia-se por necessidade, quando o Inverno chegava e a conservação de alimentos era uma obrigação. Hoje não teremos tanto esse problema mas os Presuntinhos de Viseu foram perdurando enquanto activo da tradição gastronómica portuguesa.
um mapa de simbolismos escarrapachado à nossa frente. Em cima, uma mulher segura uma trompa, numa alusão à lenda mais famosa da terra.
Canja de Cornos A Canja de Cornos (ou para outros, a Sopa de Cornos) não é exactamente um prato típico de determinada província ou concelho mas sim um prato típico de um só restaurante: o Restaurante Zé Nabeiro, no Soito. Uma canja diferente Consta-se por estes lados que José Manuel Fogeiro, nos bons tempos em que os matadouros eram também de pessoas e não apenas de empresas, convidava compadres para comezainas à séria, à base de vitelas que criava por conta
própria. Ora, da vitela aproveitava-se quase tudo, mas para o quase desaparecer era preciso dar um propósito à cabeça do animal. Vai daí passaram igualmente a cozer a cabeça da vitela e os seus miolos, e o caldo que daí resultava tinha sabor maior, demasiado bom para ir fora. A seguir ao prato estar inventado surgiu o nome, de certeza que meio em tom de brincadeira e, obviamente, fazendo a associação dos cornos à tal cabeça que ia para o tacho.
Curiosidade
Cu da Guarda
A Guarda, conhecida como a cidade mais alta de Portugal, conta com um pormenor escatológico com quatro centenas de anos que não está propriamente aos olhos de toda a gente – os nativos chamam-no de Cu da Guarda; uma gárgula esculpida numa esquina da Sé Catedral.
Magusto da Velha É um magusto, mas não no dia de magusto. Chega mais de um mês após o dia de São Martinho, quando, logo a seguir ao Natal, a Aldeia Viçosa atira castanhas do alto da sua igreja para outros, cá em baixo, as apanharem. Um costume que, segundo se conta, foi lançado por uma idosa abastada – daí o nome, um magusto sim, mas o da velha.
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Especial
PÁSCOA
II
ESPECIAL PÁSCOA
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Páscoa em Portugal:
sabores e tradições de norte a sul De norte a sul do país a Páscoa é um dos momentos mais importantes do ano para muitas famílias. Conheça as principais tradições e inspire-se com os pratos e doces mais típicos da Páscoa. Texto: Alice Barros A festa passa pelo Compasso, um grupo liderado pelo pároco local, que carrega o crucifixo e percorre as casas para as benzer. Vários pratos típicos ficam à sua espera: das bolas recheadas ao cabrito, passando pelo folar (doce e
Procissão da Páscoa em Braga
Trás-os-Montes A festa começa com o folar, que é recheado de carne de vitela, frango, coelho, porco, presunto e rodelas de salpicão, que enriquecem a massa com a sua própria gordura. Podem ser grandes e altos, como em Bragança e Mirandela, ou achatados e pequenos, como em Freixo de Espada à Cinta. Junto à fronteira com Espanha, em
Folar de Chaves
chamado “pão-doce” em Vila do Conde e na Maia). Havendo ainda as broinhas ou pão-de-ló, o afamado bolo de Margaride (Felgueiras) e os borrachos (pequenos fritos de ovos, açúcar, pão ralado e canela, típicos de Valença do Minho).
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Montalegre, faz-se a encenação da Queima do Judas, onde os bonecos representando o famoso apóstolo são queimados, esquartejados, apedrejados, afogados ou enterrados, num espectáculo que ensaia uma espécie de auto-de-fé popular. Ainda é de tradição nalguns lugares podermos assistir ao passar do compasso de casa em casa.
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Cabrito assado
© Imagem esculpida de Santa Catarina do séc. XIV, col. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Minho
© wikipedia
Folar da Páscoa de Proença-a- Velha Na Semana Santa, a imagem de Nossa Senhora é transportada por uma burrinha, na Procissão da Burrinha, Braga.
Em algumas freguesias de Ponte de Lima e Viana do Castelo existe a tradição do Jantar do Mordomo da Cruz, um banquete que reúne toda a freguesia e onde se elege um mordomo, que tem como tarefa transportar a cruz e pagar o almoço a todos. Em Braga, a grande festa é na quinta-feira Santa, com a Procissão do Enterro do Senhor, cujos protagonistas são os Farricocos – homens descalços, de cabeça tapada, com túnicas roxas apertadas na cintura e que desfilam empunhando tochas, a evocar as práticas de reconciliação dos penitentes públicos, prática comum até ao século XVI.
Beiras Aqui, o folar é feito com canela e erva-doce, enfeitado por um ou vários ovos cozidos ou coloridos. Na Covilhã degustam-se as empanadilhas da Páscoa (doce em forma de meia -lua, recheado de nozes ou amêndoas), as broinhas e
os bolos de azeite. Na Beira Litoral, antes dos doces, come-se chanfana ou leitão assado, para marcar o fim do jejum da carne. Em Coimbra, Figueira da Foz e até em algumas partes do Alentejo, o fim do jejum de carne é feito com o Enterro do Bacalhau.
Bola de azeite com orégãos
ESPECIAL PÁSCOA
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III
© castelo de vide.pt
Alentejo
Em Castelo de Vide, além das procissões benzem-se os borregos e fazem-se chocalhadas, com as pessoas a sair à rua com chocalhos, guizos e sinos.
Aqui o borrego é o ingrediente principal. Aproveitase inclusive o sangue e as vísceras para o sarapatel e também se comem as mioleiras de borrego. Seguemse as queijadas, os bolos fintos e, claro, o folar. Em Elvas, o típico doce pascal é feito em forma de animais, como lagartos, borregos, pintainhos ou pombos, sendo depois decorados com amêndoas brancas e ovos cozidos. Já em Castelo de Vide, têm a forma de duplo coração. Nesta vila,
no domingo de Ramos celebra-se a Bênção dos Ramos e a Procissão dos Passos do Senhor. Na manhã seguinte à Sexta-feira Santa, a tradição judaica fala mais alto, com os pastores da região a invadirem o centro da vila com os rebanhos, que são benzidos e vendidos para ementa Pascal.
AlGARVE Em São Brás de Alportel, no domingo de Páscoa, a Primavera toma conta das ruas com a Festa das Tochas Floridas, uma procissão que dis-
Folar de Olhão
pensa os santos em andores e enche as ruas de alecrim, rosmaninho, alfazema e flores campestres. Compõem o quadro as colchas brancas e vermelhas nas varandas e as tochas nas mãos, para comemorar a ressurreição de
Cristo. O que também adoça a boca é, um pouco mais abaixo no mapa, o folar de Olhão, também conhecido por folar de folhas, que junta canela e açúcar amarelo, limão e manteiga como principais ingredientes.
Amêndoas da Páscoa: delícias coloridas
Coloridas, de chocolate, açúcar ou licor. As amêndoas são populares, vistosas e um clássico essencial de qualquer Páscoa. Saiba tudo sobre estas delícias cheias de cor.
A
s amêndoas são um fruto gordo indissociável da Páscoa. Se olhar para as amêndoas da Páscoa com atenção verá que se parecem com pequenos ovos coloridos. Com uma razão de ser: estas amêndoas são um tributo aos ovos, símbolo da Páscoa e da renovação da vida que chega com a Primavera. Em Portugal, as amêndoas fazem parte de muitas tradições e rituais ligados à Páscoa e todas elas pressupõem uma regra: devem sempre ser oferecidas. No seu estado original, a
amêndoa inclui na sua composição magnésio, fósforo, vitaminas B2 e E, biotina e mais de 50% de gordura
monoinsaturada, uma aliada da saúde cardiovascular, devendo por isso fazer parte da sua dieta.
Tipos de amêndoas As amêndoas da Páscoa são normalmente brancas ou coloridas e em açúcar, mas
também são tradicionais com chocolate ou cobertas de açúcar caramelizado... Mais recentemente surgiram drageias de açúcar e licor, com formas que vão dos bebés, aos morangos, passando por leitões e cenouras. São pintadas à mão e fabricadas o ano todo para fazerem as delícias de muitos na Páscoa. Tempos houve em que nem os pinhões escapavam à cobertura de açúcar em rosa, branco ou azul. Tradição nacional No Minho era costume as raparigas novas oferecerem
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Casa do Pão de Ló de Alfeizerão A tradição diz que a receita do pão-de-ló de Alfeizerão tem a sua origem no Mosteiro de Sta Maria de Cós, fundado, no século XII. Com a perseguição e extinção das ordens religiosas, algumas freiras ter-se-ão refugiado em Alfeizerão e transmitido a receita a senhoras da terra. Alfeizerão é a terra natal do fidalgo e cavaleiro Vitorino Froes, amigo próximo do rei D. Carlos que vinha, frequentemente, passar temporadas numa quinta em Alfeizerão e numa casa em S. Martinho do Porto. Reza a lenda que numa das vezes que a corte veio para estas paragens, o nervosismo era tal que a cozedura do bolo
Desde 1925 Uma casa com história
ficou incompleta dando-lhe a sua peculiar consistência e aspecto. O rei e restante corte elogiou tanto tamanha iguaria que, a partir daquele dia, nunca mais deixou de se fazer assim. Fundada em 1925 por Adília Matos Vieira, a Casa do Pão de Ló de Alfeizerão, é a casa mais antiga que em Alfeizerão se dedica ao fabrico e comercialização do pão-de-ló, mas, também a muitos outros doces, como as trouxas de ovos, bolo rei, lampreias de ovos, sonhos e outros fritos de natal. Largo do Pão-de-ló nº 3 · Alfeizerão (junto à saída da A8 e às bombas da GALP) T.: +351 262 999 558 · e-mail: casa.pao-de-lo@sapo.pt
VI
ESPECIAL PÁSCOA
O resultado final são umas amêndoas de capa branca, irregular, a fazer lembrar uma renda. Em Alcobaça ainda há quem mantenha o fabrico de amêndoas de forma artesanal. Além da versão coberta de açúcar caramelizado (castanhas e irregulares), também se fazem com recheio de frutas como framboesa ou limão. ovos aos rapazes, pedindo em troca que lhes dessem amêndoas. Na Figueira da Foz, o primeiro a escolher um padrinho e a pedir-lhe amêndoas, era o que as recebia no domingo de Páscoa. Em Torre de Moncorvo as amêndoas são enroladas à mão numa calda de açúcar por mulheres experientes. As amêndoas são primeiro peladas e torradas e só depois envolvidas na calda. Levam uma semana a fazer, rodando lentamente – e à mão – na calda de açúcar até ficarem prontas.
Páscoa e vinho, uma relação com milénios Que vinho escolher para acompanhar borrego? O ideal é escolher um bom vinho alentejano, preferencialmente um Reserva Sabemos que o borrego assado é um prato aromaticamente muito forte. Temos, de ir à procura de um vinho tinto poderoso, com muita fruta madura, taninos redondos e acidez. O mais indicado é um vinho com alguma ambição, como o Vinho Alentejano Tinto Reserva ou o Douro Tinto Reserva.
ABRIL 2019
Folar da Páscoa Sua lenda e tradição...
É
uma lenda tão antiga que se perde no tempo, desconhecendo-se a sua
origem. A história tem como protagonista uma jovem chamada Mariana que vivia numa aldeia portuguesa e desejava ardentemente casar-se cedo. Para cumprir o seu desejo, rezava muito a Santa Catarina, a quem era devota. A Santa não demorou muito a concretizar-lhe o desejo: Logo surgiram dois pretendentes. Os dois belos jovens tinham apenas duas diferenças que dificultavam a escolha: um era um fidalgo rico e o outro, um lavrador pobre. Absorta em dúvidas, a jovem Mariana voltou-se novamente para Santa Catarina, a quem pediu ajuda para fazer a escolha certa através desta oração: Minha roquinha esfiada Meu fusinho por encher, Minha sogra enterrada, Meu marido por nascer. Minha Santa Catarina, Com devoção e carinho Tomai-vos minha madrinha, Arranjai-me um maridinho. Os dois jovens bateram-lhe à porta, primeiro um, depois o outro, pressionando-a para escolher. No Do-
O Desfile dos Bois da Páscoa Arcos de Valdevez (no Minho) é palco da iniciativa “Bois da Páscoa”. Esta é uma tradição secular que foi retomada, recuperando usos e costumes enraizados neste concelho.
mingo de Ramos, os dois jovens que disputavam Mariana encontraram-se e lutaram. Quando mariana soube, correu até eles e acabou por escolher Amaro, o jovem pobre, para que parassem de lutar. Na véspera do Domingo de Páscoa, a jovem ainda não tinha paz, pois receava que se concretizasse a ameaça do fidalgo aparecer no casamento e matar Amaro. A jovem voltou a rezar a Santa Catarina, cuja imagem lhe sorriu. Depois de colocar flores no altar, ao regressar a casa, viu que tinha em cima da mesa um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana ti-
nha posto no altar. Também Amaro recebeu o mesmo e o fidalgo. Desconhecendo de onde vinha a oferta de paz, Mariana convenceu-se que a oferta vinha diretamente de Santa Catarina. Este bolo especial começou por se chamar folore, tendo ficado mais tarde conhecido como folar e constituindo-se como uma das iguarias mais tradicionais da Páscoa, celebrando a amizade e a reconciliação. No âmbito das festividades cristãs da Páscoa, é costume o afilhado levar à sua madrinha, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas que ela retribui, no Domingo de Páscoa, com um folar.
ATUALIDADES
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Portugal Filme “A Portuguesa” de Rita Azevedo Gomes vence Festival de Cinema de Las Palmas O júri do 19.º Festival Internacional de Cinema de Las Palmas de Gran Canária, Espanha, decidiu entregar o prémio “Lady Harimaguada” de ouro ao filme “A Portuguesa”, de Rita Azevedo Gomes. Francis Obikwelu campeão do mundo de 60 metros em veteranos O atleta português Francis Obikwelu sagrou-se esta
quarta-feira campeão mundial de veteranos na prova de 60 metros, nos campeonatos de pista coberta, que decorrem em Torun, na Polónia.
Filhos de imigrantes a viver há dois anos em Portugal podem obter nacionalidade automática Os filhos de estrangeiros que residam em Portugal há dois anos vão ser
considerados portugueses originários, exceto se declararem que não querem ser portugueses.
Domingos Barros é vice-campeão de Corta Mato Domingos Barros sagrou-se vice-campeão do mundo de Corta Mato, na Polónia. O atleta do Centro de Atletismo de Mazarefes não para de surpreender, agora a nível Mundial, conquistando a prata no Campeonato Mundial de Veteranos, que decorre na Polónia. Uma vitória que premeia o trabalho e percurso do atleta.
FRANÇA
32 ATUALIDADES
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FRANÇA 17a EDIÇÃO DA GASTRONOMIA PORTUGUESA O melhor da gastronomia portuguesa, foi possível degustar-se ao almoço e ao jantar, numa verdadeira maratona ao longo de 10 dias, dando assim continuidade ao projeto iniciado à 17 anos pela rádio Alfa e com a organização e supervisão de referência, Canelas. Num desafio cada vez mais exigente haveria que escolher a equipa que correspondesse às medidas e que acalmasse os nervos dos seus organizadores. Chefe Manuel Almeida assumiu os comandos e numa parceria de amizade acabou por comprometer os amigos chefe Rui e António Vieira. Os sorrisos escapados pelo cansaço demonstram bem a alegria da missão
GRUPO JEAN PINA ASSINA PROTOCOLO DE COLABORAÇAO, PARA INICIAÇAO DE PORTUGUÊS
cumprida e do sucesso que criará a motivação para o próximo ano. Português Vivo, que propositadamente fez o rescaldo destes 10 dias à mesa com os amigos, Fernando Silva da Telegare, Angelo e suas respectivas mulheres, constatou o momento de satisfação e alegria, e ao mesmo tempo de descompressão da responsável da Canelas, Dona Antónia, ao assistir ao abraço de agradecimento aos chefes.
O grupo “Jean Pina” estabeleceu no dia 29 de Março um protocolo de colaboração com o Instituto Camões em Paris e a associação “Félix Faure”.(SOS jeunesse). É um apoio às aulas de iniciação de português a 6 alunos do grupo SOS jeunesse, que irão em intercâmbio a Portugal.
Sophia de Mello Breyner homenageada em França por altura do centenário do seu nascimento
7% de vagas ao ensino superior português são reservadas aos alunos de origem portuguesa No passado 23 de março, no Consulado Geral de Portugal em Paris, realizou-se uma conferência de imprensa com o secretário de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, acompanhado por António Fontaínhas Fernandes, Presidente da Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas, e de Pedro Dominguinhos, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos do Ensino Superior, e Luisa Pais Lowe do Gabinete de Apoio à Diáspora do
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. O objectivo era lançar um apelo para que os estudantes se matriculassem em universidades portuguesas.
Fonte: Barbara MARINHO CAP MAGELLAN
Teve lugar no dia 24 de março, na Casa de Portugal-André de Gouveia, em Paris, uma exposição com 900 trabalhos manuais realizados pelos alunos, em
homenagem à escritora Sophia de Mello Breyner, no âmbito dos concursos, do centenário do seu nascimento. Na organização da Coordenação do Ensino Português em França.
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34 PERFIL
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NATHALIE OLIVEIRA
De filha de «sem papéis» a vereadora Texto: Alice Barros
N
ascida na colina de Sainte Croix em Metz no seio de uma família portuguesa, sólida, preocupada em se integrar. Rodeada de uma população europeia e do mundo, num bairro de operários, aí descobriu o significado da interajuda e da preocupação pelos outros. Determinada e de convicções, não inveja nada a um homem. O seu desejo de aprender sempre a acompanhou. Formada nos valores da escola republicana, aprendeu aí o que são os outros e ainda hoje continua a ser para ela a escola do respeito. Formada em Direito Internacional público e direito das organizações internacionais, o seu percurso conduziu-a à UNESCO e à Comissão Europeia onde trabalhou em vários projetos durante anos. Descreve-se como binacional e franco-portuguesa, poliglota, e não tem medo de dizer que foi uma filha dos «sem papéis». A relação com os outros e respeito por cada um e sobretudo o respeito devido à França são omnipresentes na educação que recebeu. Ser útil aos outros é um lema familiar. Em 2007, Nathalie, empurra a porta do partido socialista, atraída pelo apelo à democracia participativa e pela sua admiração por Segolène Royal, adere ao partido socialista francês. Apesar da sua admiração por homens intelectuais como Jean Jaurès ou Manuel Alegre, reconhece-se
Nathalie a discursar durante o Péristyle da cidade de Metz
igualmente nos propósitos de Vincent Peillon e na sua ideia do socialismo original que é ainda aos seus olhos
uma ideia nova ou de Catherine Trautmann, e o seu combate pela Europa e os seus povos.
Em Murça com o Dr José Luis Carneiro
Admira aqueles que são capazes de surpreender pelas suas ideias novas, de dar o primeiro lugar às pessoas, servir a política acompanhando honestamente a vida dos outros e da sua emancipação. Militante fiel, laureada no concurso específico «Politique» do Parlamento Europeu, foi escolhida em 2008 para fazer parte da lista do «Challenger» socialista, Dominique Gros, e em abril de 2008 pela primeira vez, na sua história, a Câmara é ganha pela esquerda, entrando assim para o conselho municipal de Metz pela grande porta.
Nomeada vereadora adjunta em 2014, galgou degrau a degrau conduzindo-a a servir os «Messines» sendo útil à promessa republicana. Responsável pelo Acolhimento do público (Allo Mairie), da Relação aos Utentes, da Mediação, das Juntas de Freguesia, da Conservatória e dos Registos e das Eleições, muito trabalhou para a transformação da imagem da municipalidade aos olhos dos cidadãos de Metz, não querendo deixar nenhum pedido nem nenhuma pessoa esquecida. Autora de crónicas políticas e literárias em jornais, conferencista na Europa, este seu empenho pela paz e bem-estar dos povos foi buscá-lo à necessidade de solidariedade. Fiel à Europa e à ideia de ultrapassar fronteiras criou a Secção do partido socialista português, a pedido dos líderes portugueses que lhe fizeram confiança, sendo a secção mais importante em número de militantes no mundo. Hoje entrega-se com empenho a numerosos projetos para Metz e o território da Aglomeração e do Distrito. Quem é a Nathalie Oliveira? Nathalie Oliveira é uma mulher (risos), de 41 anos. Nasci portuguesa em França na cidade de Metz, onde o meu pai, menor de idade, tinha emigrado como clandestino. É um Homem do Salto como milhares e milhares que tinham chegado naquela altura, à procura e uma vida melhor. Aliás, festejamos 50 anos, no dia 16 de Março, da sua chegada a Paris.
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36 PERFIL
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Cresci num bairro muito europeu que acolheu aqueles que a «cidade alta» não queria e que nós chamamos de «cidade baixa». Viver nesse bairro teve muita influência no seu percurso? Teve muita influência, claro. Éramos portugueses, mas também havia italianos, espanhóis e alguma população que tinha emigrado do Magrebe. A lembrança que tenho foi muito formadora, muito determinante. Sem me deparar com o que era, ou seja o espaço republicano, porque isso não tinha nome para mim naquela altura, o que chamamos agora mistura social, que antes de ser um conceito, existiu de forma real e até de forma apaziguadora. Eram anos de paz, de convívio. Teve momentos de se sentir inferiorizada, desejando viver na «Cidade Alta»? Não! Não! Acho que tive uma infância muito europeia e não me lembro de nenhum tipo de descriminação ou algumas palavras de ressentimento conta nós, contra mim. Não me senti nem diferente nem separada dos franceses porque íamos à escola, e aquela era o espaço de vida comum e partilhado. Claro que havia algumas coisas que eu não percebia. Porque não passávamos a porta da igreja protestante que estava em frente a nós e tínhamos de ir a uma outra mais longe! Porque não podíamos subir a rua que ia dar diretamente do nosso bairro à praça da Câmara! A minha mãe só dizia que eles não gostavam da Nossa Senhora. E que não podíamos subir a rua porque não era para nós. A Nathalie respeitava essas restrições? Aí sim! Não percebi bem naquela altura. Demorou anos e anos. A minha
canto. Como diz a minha mãe, não tínhamos de comer, mas tínhamos o canto; aquela alegria…
Nathalie no Conselho Municipal
mãe fazia limpeza na casa de uma família de médicos que ficava a dois passinhos da entrada da Câmara, e a minha mãe, e isso aconteceu milhares de vezes, quando nos aproximávamos dessa grande praça, não passava na passadeira que dava para a porta da Câmara. Andávamos um bocado desse caminho e quando nos aproximávamos ela mandava-nos para a grande praça “d’Armes” de modo a não passar na frente dessa porta! Eu perguntava porquê, mas ela só respondia que não era para nós e que podia aparecer o Presidente da Câmara... Como se sentiu no momento que descobriu que ganharam a Câmara? Claro que foi um grande orgulho e uma alegria profunda. A cidade era centrista, nunca tinha sido socialista nem nunca foi de esquerda. Há uma coisa que quero salientar, dizem que os Portugueses não fazem política, que não pensam na política, que não têm opinião política, mas a primeira lembrança que tenho foi em casa. Foram os meus pais e amigos, trolhas e mulheres a dias, numa consoada em 1983/84, que disseram: «A
Europa é nossa, imigramos uma vez, não vamos emigrar toda a nossa vida». Aquela noção de terem arriscado a vida e passar fronteiras, não queriam mais. Tinham aquela visão que a Europa não era isso. E essa lembrança também me acompanhou sempre. Também a minha consciência social aí nasceu com certeza. Acha que pelo facto de ter ganho e ter entrado por essa porta mudou alguma coisa na maneira como os seus pais se sentiam? Claro que foi motivo de orgulho, mas eles não precisaram de mim. Claro que viveram com sentimento de inferioridade, mas a primeira associação criada, a organizar «cultura popular» e pedir reconhecimento é de 1970, pelo meu pai e alguns amigos. Eu nasci quase no final daquela década. Mesmo que eles não tenham muita consciência, havia uma procura de existir, de conviver e de fazer parte da cidade. Eles não esperaram por mim 30 anos mais tarde, para que eu fosse eleita. Eles já participavam. Eles tiveram sempre essa capacidade de participação apesar da sua discrição. Claro que passou pela música, pelo
No seu desejo de integração, os emigrantes e a geração a seguir, perderam a identidade? Claro que houve uma forma de perda. Quando se deixa um país perde-se e há coisas que nunca se recuperam. Mas ganham-se outras! A República francesa empurra à assimilação. Podemos ter sotaque, mas temos de saber francês e conhecer como respeitar certos códigos. Mas acho muito inteligente de continuar a ser e a viver-se como português, no respeito do quadro de vida do território, nos símbolos e na sua história. Aquilo que formatou muito a minha maneira de fazer política foi essa forma, de ser capaz de não desistir da origem, do ponto de partida e de se assumir também e dar tudo. Eles deram tudo! Eu acho que os Portugueses da emigração cumpriram com o fado Português: ser português em qualquer sítio do mundo! O que a motivou a estar na politica e a candidatar-se? Foi algo muito óbvio para mim. Foi o ambiente no qual cresci e pela minha maneira de ser. A questão de não “dar nas vistas” tinha de ser ultrapassada. É uma transcendência também. Para mim é muito importante se ultrapassar a si própria e levar outras pessoas a fazer o mesmo. Eu não vivo a política de forma
carreirista, é sinceramente vocacional. É uma forma de compromisso inteiro pelo interesse público. Escolhi o Direito Público, pós-graduação Direito das Organizações Internacionais, porque o que me interessava mais, além das Relações internacionais, era a questão dos direitos do indivíduo face a um Estado. Qual o benefício para a comunidade ter vereadores portugueses ou de origem portuguesa? Ajuda sempre serem representados. É uma questão de encarnação. Se fui útil é para dizer que eles têm os mesmos direitos e reconhecerem-se como pessoas importantes, que eles conseguiram ser! Não só na forma material ou social, mas também em termos humanos; a forma de cidadania real e positiva que eles desenvolveram. Para além de preparar as eleições que estão por vir, que projetos a ocupam neste momento? Escrevi uma introdução francesa à poesia de Manuel Alegre que foi publicada numa revista literária on line de nome VITANOVA. Escrevi também sobre o Santo António e hei-de acabar o manuscrito de um texto sobre o Salto, em muito breve. Os três textos podem dar uma publicação original. Ou seja, a minha “portugalidade” permanece viva e criativa, apegada ao seio da República francesa.
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38 ROMANCE
Caminhos do destino
4º EPISÓDIO
MARIA APARECIDA
M
...À hora marcada, no passeio em frente ao Recreio dos Bandeirantes, lá estava o irmão mais velho de Aparecida, para a levar, com as duas melhores amigas, até à Mangueira. A noite estava morna ainda que uma leve brisa vinda de Copacabana, atrevida, acariciasse aqueles esbeltos corpinhos escassamente cobertos pelos “cai-cai” e os minúsculos calções que apenas torneavam ainda mais as suas jovens e ousadas formas. A meio da avenida, o irmão, comprou na gelataria uns sorvetes para elas e uma cervejinha para ele, pois que o pobre, talvez mais pelo embaraço por tão “provocantes” companhias que pelo calor, sentia a garganta seca e o suor derramando pelo rosto! Elas, comentavam as cenas do filme entre risos, as três amigas e mais séria a Aparecida. Para ela, não fora apenas o desenrolar apaixonante do argumento, o suspense pela cena seguinte, a beleza da Zulmira (Luiza Maranhão), a personalidade do bandido Tião Medonho (Eliezer Gomes), amante de Zulmira, ou o cinismo de Grilo Perú, um dos cabecilhas do golpe que a colou ao écran. Aparecida, além da mais bonita das quatro, era a mais sensível e inteligente de todas. Aquele filme baseado em factos reais, realizado em 1962, cujo cartaz publicitário que o anuncia-
va lhe despertara a firme vontade de o ver, ou seja; o abraço entre a diva Luiza e o bandido Tião, expôs perante os seus olhos e o coração algo que agora, em 2012, ainda era actual no seu bairro favelizado de Mangueira! A descriminação social, entre o pessoal do “asfalto”, entre a cor da pele que inclusivamente, levou a que as autoridades do tempo, a nunca pensarem que teria sido obra de marginais de favela, ainda por cima negros, mas sim de brancos ou estrangeiros, em muitos aspectos de hoje era a mesma e triste realidade daquele tempo. Não acreditava a classe dominante de ontem que os favelizados ousassem
ter a inteligência e a desfaçatez semelhante para ousar tal golpe. Se assim era para o mal, também seria para singrar na vida tendo as mesmas oportunidades dos “outros”. Foi assim que Aparecida, em vez de risos por algumas cenas de filme de chanchada*, “leu” o que acabara de ver! Naquela noite morna de sábado, ela sentiu ao adormecer, que na brisa que entrava pela janela e acariciava o seu corpo nu e todo o morro do seu bairro de Mangueira, uma voz lhe dizia: “Segunda feira vais mudar a tua vida!” *Chanchada – Filme sobre coisas fúteis, sem conteúdo.
TUGUINHA Aproximava-se o dia de Natal de 2012, começara oficialmente o Inverno naquele dia 20 de Dezembro e, como se a Natureza a todos quisesse lembrar, reuniu os elementos por ela comandados! Fortes ventos de Norte fustigavam a terra e o mar há muitos meses chão e azul, mudou de cor para um cinzento escuro e triste. O IPMA declarou toda a costa portuguesa em sinal laranja e mandou encerrar as principais barras, anunciando vagas de 8 a 10 metros e no Algarve entre 6 e 7. O “Vera Cruz”, traineira onde António, pai de Tuguinha, ganhava o sustento, partira para o mar de Mar-
rocos havia duas semanas tendo o regresso agendado precisamente nunca depois do início do Inverno. As primeiras notícias enviadas para o fiel de terra da traineira eram óptimas, pois que os porões estavam praticamente carregados de pescada, ao fim de oito dias de faina nas águas marroquinas. A última comunicação, desta vez, para a Capitania do Porto de Olhão, relatava dificuldades de navegação nessa altura a cerca de 90 milhas ao largo da lha de Hormona, provocadas pelo estado já alteroso do mar conjugadas pela tonelagem de pescado a bordo. Correndo célere a notícia, enorme angústia se instalou no Bairro dos Pescadores, em especial nas famílias dos pescadores e obviamente no lar de Tuguinha, apesar dos apelos reconfortantes à calma das autoridades marítimas que referiam ser provável uma falha nas comunicações e não outra situação mais grave, facto que seria averiguado logo se fizesse dia, acionando os meios de busca e salvamento, nomeadamente uma corveta da Marinha e um helicóptero da Força Aérea. Nessa noite de 20 de Dezembro poucos descansaram na comunidade piscatória de Olhão e enquanto os homens se aglomeravam junto à Capitania na tentativa de alguma comunicação, as mulheres rezavam a Nossa Senhora do Rosário, padroeira de Olhão. Tuguinha chorava às escondidas no seu quarto, pedindo a Deus que breve nascesse o dia e com ele trouxesse o seu pai, António e todos os outros seis companheiros de faina.
Continua
JOÃO SILVESTRE
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DIVERSOS
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Les enseignants sont dans la rue contre la loi Blanquer
Elise le Caro Professora
L
e 19 mars dernier, beaucoup d’enseignants du 1er degré (écoles maternelles et élémentaires) ont fait grève. Le 30 mars, ils se sont réunis dans les grandes villes de France pour exprimer leur inquiétude vis-à-vis de la loi Blanquer, Ce projet de loi a été adopté par l’Assemblée Nationale le 19 février dernier, alors que toute la France était en vacances scolaires, sera examiné au sénat en avril en commission puis mi-mai en séance publique. Si le sénat l’approuve, elle sera revotée à l’Assemblée. Nul doute
alors que les députés la valideront comme ce fut le cas en février et qu’elle sera mise en place dès septembre. Alors pourquoi les enseignants se mobilisent-ils contre cette loi? Parce qu’ils sont inquiets pour le devenir du service public d’éducation. Pour eux cette loi va peu à peu permettre de privatiser l’Education Nationale et affaiblir ainsi le service public gratuit que l’on connait tous. Voici, en partie, ce que prévoit la loi Blanquer: L’école maternelle telle qu’on la connaît disparaitrait au profit de «jardins d’enfants» privés ou municipaux, sans garan-
tie d’avoir des enseignants pour continuer à y dispenser un enseignement gratuit de qualité (article 4 bis). Les écoles maternelles et élémentaires dépendront uniquement de leur collège de rattachement sous l’autorité du principal. Il n’y aura plus de directeurs d’école, plus de liens de proximité avec les familles (article 6). Nous avons également de grandes inquiétudes quant au recrutement de personnels non formés pour faire classe à vos enfants ! Toutes ces informations sont consultables sur le site de l’Assemblée Nationale.
Consultório jurÍdico sou a acusada. Por falta de justificativo, perante o qual meios financeiros não pos- o juiz ordenará o adiamenso pagar a um advogado. to da audiência inicialmenQuais são, neste caso, os te prevista! Senão procure meus recursos jurídicos?” um advogado que aceite Liliana Costa, Versailles de a defender aceitando a «aide juridictionnelle» e Boa tarde! Pode beneficiar que é obrigatoriamente do da ajuda judicial: tem que ir barreau do tribunal onde se Me Guitton buscar um «dossier de de- desenrola a ação! “Olá Doutora, mande d’aide juridictionnel- Cdlt. Fui convocada pelo Tribu- le» preenchê-lo e remeter nal, num processo em que ao serviço que lhe dará um Me Guitton
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40 LITERARTE BRASIL
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Danilo Barbosa
A eterna busca por si mesma
Perfeição, romance une drama e erotismo para abordar temas delicados do universo feminino. daquele único e fugaz instante, e aos poucos descobrem que ambos têm mais cicatrizes em comum do que imagina. Abordando temas delicados da nossa atualidade, que vão do preconceito o câncer de mama e suas consequências físicas e emocionais, o escritor Danilo Barbosa mergulha em uma jornada intimista sobre o feminino, transformando o amor e o desejo em um ato libertário. O autor, considerado uma referência na literatura feminina por conseguir dosar romance e sexualidade com propriedade, mais uma vez se supera com uma história que mostra como duas peças despedaçadas pela vida podem juntas, se curar.
Texto: Silvania Alves
A
pós passar por uma grave doença e se livrar de relacionaum mento abusivo, Andreia não se reconhece mais como mulher. Retraída, disposta a evitar quaisquer tipos de relacionamento, está focada apenas em retomar a vida profissional deixada de lado e lidar com os cacos do que sobrou. Mas a proposta para ser cenógrafa de uma nova montagem da famosa ópera Carmen a leva do interior para a capital paulistana, onde terá a recém -adquirida confiança abalada ao se deparar com um encontro inusitado. Em plena Estação da Luz, um homem desconhecido tocando o solitário piano transmite tanta dor e emoção através da música que a conecta aos sentimentos que tanto lutou para entorpecer. Naquele instante, ela e o misterioso pianista são conectados através
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literarte brasil
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Artes plásticas:
A arte na vida e a arte de mudar a vida
Texto: Lu Mourelle
V
ale a luta? Desde os primórdios esta é uma profissão estigmatizada. Se por um lado sempre houve o glamour que envolvesse a sua aura de contentamento, beleza, criações mirabolantes ou controvérsias, por outro, sempre houve obscurantismo dos renegados, daqueles que não conseguiram ascender ao sistema vigente em sua época. O meio da arte sempre foi seletivo e com um código de difícil acesso. Vencer suas barreiras e construir um nome sempre foi um puzzle a ser montado. Há regras, não há? O que
manda é o talento? As conexões pessoais? Dinheiro? São muitas as questões a serem consideradas quando se pretende enveredar por estes caminhos. De qualquer forma, há algo inegável: a arte – boa arte – é conquistada com dificuldade. Uma prática atenciosa e envolvente exige algum histórico de falha, reavaliação, falsas partidas e impasses. O processo criativo é doloroso. Leva-se tempo. Se bem pensarmos, os “Rembrandts”, que estão no último estágio, erguem-se com uma sensação de cansaço que seu trabalho inicial não poderia traduzir. Quantos outros não se apuraram com o tempo? Mais que isso, alguns só vieram a realmente ter relevância já tardiamente em suas vidas. Um interesse recente em artistas mais velhos, desprezados em suas épocas áureas, tem despertado a atenção de todos do meio. Não só porque corroboram com a tese acima mas também
porque fazem com que muitos que pensam em desistir no meio do caminho permaneçam nas linhas d’art. O exemplo maior em voga nos últimos tempos tem sido Carmem Herrera, uma senhora cubana que do alto de seus 103 anos esbanja uma consistência implacável. Arquiteta por formação, já vinha produzindo abstrações minimalistas perfeitas desde meados dos anos 1950 sem ter êxito ou reconhecimento algum pelas gale-
rias ditas “renomadas” da época, seja porque mulheres não ocupavam espaço de destaque na altura, seja por sua origem. Somente na década de 1980, o trabalho de Herrera foi colocado sob o microscópio correto. Ao se avançar para 2016, a artista foi alvo de exposições individuais no Whitney Museum e Lisson Gallery em Nova York. Alison Klayman, diretora do aclamado “Ai Weiwei: Never Sorry”, começou a trabalhar em um docu-
mentário sobre Herrera em parceria com a Netflix, onde traduz sua personalidade brilhante e tenaz no “The 100 Years Show”. Carmem Herrera nunca foi daquelas artistas que precisava da fama para produzir bem, mais ou melhor. Continuou, perseverou e provou ao mundo que o realmente necessário é o bom uso da razão. Assim como Da Vinci, acredita que a criação é um processo mental atento e rígido. Para ela, uma linha reta. Sempre certa da escolha, independente de qualquer resposta do mundo exterior, ela sempre esteve em paz consigo mesmo. O resultado veio. Valeu. Nós torcemos para que assim seja para tantos outros perseverantes, afinal a arte faz parte de nossas vidas e a maioria das pessoas não vive sem consumir ou ter contacto com alguma forma de arte. Bem haja, pois vida com arte é sempre mais rica, bela e aprazível, em vários sentidos. Há valor.
Artistas portugueses e brasileiros são destaques em salão de arte na Alemanha
A
região metropolitana de Stuttgart recebeu o Salão de Arte Contemporâena Messe Sindelfingen entre 21 e 24 de março. Na 4ª edição do evento, a Lalou.art, com sede no Estoril, foi a única representante luso-brasileira na mostra que, além dos alemães, ainda contou com artistas suíços, franceses e dinamarqueses. O espaço da Lalou.art apresentou as criações texturizadas do artista português Jorge Hum-
berto (Joh), obras que atraíram a atenção do público pela elegância e originalidade das peças. Já as brasileiras Lu Mourelle (pintura) e Duda Oliveira (escultura) foram temas das visitas guiadas promovidas pela historiadora de arte Anette Ochsenwadel. No estande também marcaram presença as telas de Corina Ishikura, Williams Delabona, Flavia Centrone, Wallace Alves, Cris Cavalcante e Marcelo Palmero . “É fundamental e enriquecedor este
intercâmbio cultural. A produção artística deve e precisa rodar o mundo”, ressaltava Eduardo Mansur, diretor da Lalou.art, ainda empolgado com as atenções que os artistas receberam. A organização de feira preparou diferentes atrações durante o fim de semana. O vernissage contou com um pocket show de um coral de Stuttgart e com breves discursos de diretores de museus da região. Ainda estavam presentes no evento
de abertura celebridades como o apresentador de TV alemão Markus Brock, Ralph Hohenstein (Diretor da Messe Sindelfingen), Karin Genitheim e Angelika Hentschel (da Academia de Arte de Esslingen), Monika Lockemann (Galeria “To-Escolher-Art”, de Stuttgart) e Andreas Kerstan (Gerente do Salão ARTe). Em outra iniciativa, Christian Feil Meier trouxe artistas da Nicarágua para participar do evento no projeto educativo “Artepintura”.
Lu Mourelle e Andreas Kerstan, diretor da ARTe Messe Sindelfingen
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ABRIL 2019
Quaresma e Páscoa 2019 Onde viver a Quaresma O domingo de Ramos e de Páscoa
JORGE CAMPOS
N
o calendário litúrgico católico estamos na quaresma, e onde já vivemos dois domingos. Este tempo de quarenta dias culmina pois, com o domingo de Ramos e de Páscoa onde os fiéis cristãos festejam a ressurreição de Jesus Cristo. Na região da diocese Lyon, onde cerca de cinquenta mil portugueses residem há já longos anos,
isto é, desde os anos sessenta, esta tradição é aqui vivida com certas variantes, segundo as regiões de onde eles são originários. Como por exemplo, o compasso Pascal e o beijar da Cruz florida, no final da celebração Pascal, signo da ressurreição, um lindo costume, da região do Minho, assim como as procissões da semana Santa. A visita Pascal, com o tirar do Folar e a benção das casas é tradição nas regiões das Beiras. Tudo isto ainda se vive com mais ou menos intensidade, pois estas tradições religiosas, tem tendências a serem esquecidas no tumulto da vida moderna, que se tornou muito mais materialista, e onde o lado espiritual quase que desa-
pareceu dentro das famílias Cristãs e católicas. Ainda neste tempo da quaresma se vive também o domingo de Ramos que dá início à semana Santa, e onde os fiéis apresentam os seus ramos de
loureiro, alecrim e de oliveira, entre outras verduras, para serem benzidos durante a procissão inicial da eucaristia dominical sendo depois guardados em casa como sinal de fé e de proteção.
Na região de Lyon a comunidade portuguesa tem três locais de celebração para viverem este tempo de Quaresma e de Páscoa. Em St Foy Lês Lyon no domingo dia 14 de abril pelas 11h30 haverá a celebração da eucaristia do domingo de Ramos. E no domingo de Páscoa, haverá missa pascal em duas paróquias, na de St. Bruno na Croix-Rousse as 10h30, e na paróquia da Natividade em Villeurbanne às 9h.
Seguros Liogier-Caria
O agente de Seguros Fausto Caria cede o lugar a Liogier Benjamin e Guilhem...
S
ituada desde há longos anos no 28 Rue, Tête D’or em Lyon 6°, a agência Seguros Caria dirigida por Fausto Caria, que se aposentou, há cerca de dois anos, tem agora novos dirigentes nas pessoas de Benjamin e Guilhem Liogier. Inicialmente uma parceria, mas que se findou há poucos meses. “Nós vamos seguir a mesma linha de serviços de seguros como planeou Fausto Caria, mas agora com muitas mais propostas, pois diversificamos as ofertas, com muitos mais produtos, como seguros de vida, saúde etc.”. Confia ao Portu-
guês Vivo, Benjamin Liogier. “A partir de agora, a ligação com Fausto Caria, só teremos o nome, tendo em conta que todos os dossiês portugueses, e os clientes portugueses, terão sempre um enorme apoio, e também o acompanhamento, em especial por uma das nossas colaboradoras que fala português a Filomena. Ao nível do acolhimento da comunidade portuguesa e lusófona será sempre feito em português e francês, nós, ao todo, somos quatro aqui na agência, o Benjamin, Guilhem, Laurence e a Filomena. Nós somos representantes dos seguintes grupos de seguros que vou citar,
Alliance, Generalli, e Axa entre outros. Além disso, nós vamos nas nossas diversificações, propôr sobretudo seguros para o setor da construção, visando os artesões e empresários”. Concluiu Benjamin Liogier. “Digitalizar os nossos dossiês, e também desenvolver a proteção dos nos-
sos dados e os dados dos nossos clientes, será a nossa prioridade imediata. Eu no seio da Agência Liogier– Caria, sou um comercial, mas também estou implicado no desenvolvimento dos nossos projetos. Salvaguardar e desenvolver o que foi feito com a Caria Seguros, é um dos meus e nossos
grandes objetivos”. Explica Guilhem Liogier. “A comunidade lusófona terá sempre uma presença amiga para os acolher e ajudar em tudo o que for necessário, desde o apoio ao conselho”. Concluiu Guilhem. Os irmãos Liogier são de origem brasileira e são os filhos adotivos de Pierre Liogier, que os apoia sendo ele também agente de seguros. Guilhem é casado e Benjamin é solteiro. Os dois estão orgulhosos das suas origens. Uma grande remodelação da agência já teve lugar, sobretudo no interior, onde hoje o espaço de acolhimento é mais luminoso e agradável.
REGIÃO DE LYON
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Conversa com Paulo Pisco Deputado pelo círculo da Europa pelo PS
Q
uem é, e o que faz Paulo Pisco no Grupo Parlamentar do Partido Socialista como Deputado pelo Círculo da Europa e Coordenador na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas. Sr. Deputado Paulo Pisco, quais são suas origens? Eu venho do Alentejo, embora tenha nascido em Lisboa, mas sintome alentejano pois os meus pais são do Alentejo central, de Alcáçar do Sal, o meu pai e de Viana do Alentejo a minha mãe. A sua vinda para a política como e quando aconteceu? Era eu ainda estudante na faculdade, e também já trabalhava no jornalismo, o que fiz durante alguns anos. Foi nesta a sequência que eu entrei para a política onde me envolvi a sério, pois queria dar o meu contributo para fazer mudar as coisas. Mais tarde entrei como assessor do grupo parlamentar europeu pelo partido socialista. E ainda mais tarde, quando vivia então na Bélgica, aqui fui eleito como presidente da federação do P.S. do Benelux, e foi aqui que fui eleito pela primeira vez para a Assembleia da República em Portugal. Foi, pois, desde esta altura, imigrante na Bélgica que eu guardei esta relação e esta ligação muito forte com as comunidades.
Empenhei-me na sua representação, e depois da minha eleição em 2009, já são três mandatos, onde isto sempre acontece. Porque foi a sua escolha, para o Partido Socialista? Foi pois no Partido Socialista que eu encontrei, e vejo verdadeiramente, os valores que eu quero defender, partido mais humanista, mais social, e que levou a transformação desta humanidade ao nível social, desde o século XIX. Contribui também na melhoria da vida de milhares e milhares de pessoas através do mundo. E também porque em Portugal, vi o que se fazia de mal, e onde se criavam, grandes desigualdades sociais. No nosso país, a justiça social entre outras situações, não eram justas e equilibradas. Situações criadas por Cavaco Silva e o partido P.S.D. Concluindo, foi então no Partido Socialista que eu aderi, pois ele identifica-se mais plenamente e com convicção com todos esses valores que eu, hoje e sempre, quero defender. Hoje eleito deputado na Assembleia da República pelo círculo da Europa, e coordenador na Comissão dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas. Fale-nos um pouco da sua “missão”? Desde 1999 até 2002, tive um mandato no tempo
do engenheiro António Guterres. Depois, desde 2009 até hoje, são já três mandatos onde eu defendo os interesses das diferentes comunidades portuguesas pela Europa. Isto para mim é uma causa, uma missão, e as comunidades precisam de acompanhamento e da consideração do nosso governo .Quero pois apoiálos, e ajudá-los nos seus planos sociais e políticos. Estar com eles numa presença diplomática, e terem a consideração positiva dos diferentes governos. Qual é o pais europeu onde vive a comunidade portuguesa que o deputado Paulo Pisco visita mais vezes ? PUB
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Hoje o país que eu visito mais vezes, isto é, pela sua dinâmica e a presença númerosa dos portugueses, é a França. Mas não deixo de ir ao Luxemburgo, Alemanha , Suiça e a Inglaterra. Eu quero estabelecer um “elo” forte entre eles e Portugal. Mas vou a todos os países onde os portugueses estejam presentes. Qual é o projeto que hoje o deputado Paulo Pisco defende no Parlamento em Portugal? E sem duvida as leis eleitorais, que já foram aprovadas, pois vamos passar da presença nos cadernos eleitorais de 320.000 a 1 milhão e
meio de eleitores. Foi uma decisão muito corajosa deste governo, que assim vai dar voz aos portugueses que vivem no estrangeiro. Ainda as propostas do “Voltar, Regressar a Portugal” com todas as medidas que foram, e serão votadas brevemente. Tudo isto ao contrário do que foi feito nos precedentes governos que propunham aos portugueses irem para fora. Qual é o conselho que poderia dar aos portugueses espalhados pela Europa? Quero felicitar todos os portugueses desta região e digo-lhes que podem ter orgulho no nosso país, sendo ele um dos mais antigos da Europa (900 anos). Hoje é um país moderno e que atrai outras populações estrangeiras para aí residirem. Portugal está hoje a acolher centenas de pessoas felizes pelo acolhimento que lhes damos. Podem continuar a trabalharem para seus interesses pessoais pois o nosso país tudo fará para também os acolher nas melhores condições. Eu estarei sempre atento a todas as possibilidades de grandes mudanças e de um futuro mais justo e mais social. Desejo a todos muitas felicidades nos seio das vossas famílias e sucesso nos vossos projetos de vida.
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Folclore cultura popular Jovens portugueses lusos descendentes vivem o folclore como uma segunda cultura e vida, em Charvieu Chavagneux (38)
A
vila de Charvieu, no departamento vizinho de Rhône Alpes Auvergne (69), o Isere, acolhe a comunidade portuguesa. Aqui, onde a comunidade portuguesa, reside desde os anos sessenta, tendo como ocupação principal a construção, seguida da indústria e finalmente a agricultura e os serviços. Uma associação aqui nasceu. Fundada no ano 1982 com o nome Associação Cultural Rosita. Hoje reúne cerca de sessenta elementos entre os quais músicos e dançarinos no seu grupo de folclore, contando também com várias dezenas de sócios. O seu atual Presidente é o Senhor Sérgio Cordeiro, e o responsável do grupo de folclore é o Senhor Fabien
E
Cordeiro, que seguiu e vive esta paixão familiar, que é o folclore português da região do Minho. “Sou a Anabela, e tenho vinte e um anos, já tenho dois filhos, e encontrei o meu marido aqui no seio do grupo, que frequento desde a minha infância, acompa-
nhando os meus pais. Para mim, hoje as danças, e tudo o que aqui vivo, são muito importantes na minha vida de família e nas relações com os amigos. Não poderia deixar de participar em tudo isto, pois faz parte do meu equilíbrio”, disse Anabela sorrindo ao Português Vivo.
Outros elementos femininos do grupo “Rosita” têm uma idade que varia dos nove aos vinte anos. Elas disponibilizam sempre tempo para aos sábados estarem presentes nos ensaios, nos locais cedidos pela Câmara da vila de Charvieu das 17h às 19h. “São momentos de alegria e de camaradagem, que todos nós vivemos nestes encontros, onde vivemos a nossa paixão do folclore e também partilhamos a nossa cultura portuguesa que é a língua, as tradições populares e também toda esta nossa alegria de vivermos juntos e em família; à portuguesa”, responde Ângela ao Português Vivo. No grupo as mais jovens são: Amandine, Ema, Angela, Orlane, Clhoe, Camille e Julie.
“Não podia deixar de dizer que sinto muita alegria no que aqui vivo. Durante a semana estou ansiosa que chegue o sábado para ir aos ensaios e aí, encontrar os meus amigos e amigas”. Disse a Julie sorrindo. “Sempre gostei destes sons das concertinas e outros instrumentos, e também do modo como dançamos as nossas danças. O Fabien é o nosso ensaiador. Tudo se passa bem e em harmonia”. Concluiu a jovem Julie de dezasseis anos, visivelmente muito feliz com o que vive, ao Português Vivo. O nosso festival de folclore para 2019 esta agendado para o dia 12 de Maio onde acolheremos vários grupos da região do Rhône e também de outras regiões. Informou o presidente Sérgio Cordeiro ao nosso Jornal.
Fanfarra de bombos
m Vaux-en-Velin (69) um grupo de amigos fundaram uma associação com o nome “Casa da Barca” onde terão como atividades uma fanfarra de bombos, e as Rusgas, entre outras, com objetivos culturais e recreativas. Aconteceu esta criação de associação no mês de janeiro 2019 onde hoje, cerca de sessenta pessoas participam como dançarinos, músicos e cantores ao desafio. Concertinas e outros instrumentos fazem parte da animação das Rusgas, e cerca de doze percussões animam o lado fanfarra. “Hoje somos cerca de onze pessoas a estarmos sempre presentes nos ensaios e nas saídas do grupo Fanfarra. As idades aqui, variam dos oito aos sessenta e quatro anos onde grandes e pequenos
bombos e caixas, animam o nosso repertório clássico de toque de fanfarra neste gênero musical”, explica José Manuel. “Nós somos todos amigos de longa data e hoje contamos com o António, José Manuel, Fernando, João, Damien, Manuel, Duarte, Melanie, Carole e a Eden que é a mais “novinha” da fanfarra e aqui vivemos todos a mesma paixão.
No grupo de cantares e danças de Rusgas encontram-se os dançarinos e os tocadores de concertina. No lado cantares ao desafio, temos também vários elementos que com os seus dons de improvisação e de cantores, animam esta parte da atividade associativa. A maior parte das pessoas que ingressaram nesta associação são oriundos da região
da cidade de Ponte da Barca no Minho. “Nós temos salas que nos são cedidas pela Câmara de Vaulx-en-Velin e onde nos reunimos todos os quinze dias para ensaios e confraternização. Já temos datas agendadas para saídas de animação de rua, vamos em breve a Fontaines/saone, isto a convite do município, para participarmos no des-
file carnavalesco que aí foi organizado, e depois em fim de março e em abril são os dois últimos”, confiou ainda António Teixeira. “A associação foi declarada e inscrita no governo civil em Janeiro passado e posso desde já apresentar todos os membros nomeados da direção que são: Presidente José Manuel, vice-presidente Carole, secretários Cindy e João Alves, tesoureiros Lurdes da Costa e Damien. Temos o projeto de obtermos brevemente locais permanentes, onde se poderá arrumar todo o nosso material que possuímos e aí organizarmos outras atividades de lazer e de confraternização”, conclui para o Português Vivo, o presidente José Manuel. O jornal “Português Vivo” deseja longa vida e bons momentos à Associação.
AGENDA CULTURAL
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FRANÇA
Festival de Toulouse filme sobre menina de cortiço traz complexidade do Brasil O filme “Helen”, primeiro longa-metragem de André Meirelles Collazzi, é sobre uma menina de nove anos, que mora num cortiço com a avô no popular bairro do Bexiga, perto da avenida Paulista, em São Paulo. Fonte : br.Rfi.fr
Lourdes Castro em França Sombras de Lourdes Castro em França de 17 de fevereiro a 2 junho de 2019 A primeira exposição monográfica e retrospetiva da artista portuguesa Lourdes Castro em França é apresentada no Musée Régional d’Art Contemporain Occitanie, em Sérignan. O título Ombres et compagnie, escolhido pela própria Lourdes Castro, faz referência ao seu universo temático, desenvolvido em torno do conceito de sombra, que a artista trabalhou em diferentes objetos e em pinturas, livros e gravuras.
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Dia nos namorados na ACLPAR Foi uma noite agradável, muito portuguesa, pois começou com um portinho de honra e uns petiscos, prato principal uma
feijoada à transmontana de sobremesa umas maçãzinhas assadas e pudim. Vindo de Portugal e para animar a noite, Vitor
GLÓRIA SILVA
C
aríssimos Leitores, novo mês, novas notícias aqui da comunidade portuguesa em Rouen. Aqui não hà quem perca o «Norte»... pois já cá estamos! Foi no recente dia 16 de fevereiro que a ACLPAR, e os seus associados e amigos, pois uma associação é feita por todos os que participam nas suas diversas formas, festejou o Dia dos Namorados... um dia especial entre outros, em que os Cavalheiros convidam as suas Damas para algo especial... no meu caso foi para trabalhar, mas muito bem acompanhada pela D. Emília e nossos respectivos Cavalheiros... pois, «quem anda por gosto não cansa»... quem é que inventou isso??? Cansa pois, mas é um prazer e gosto fazer algo pelo bem de todos ou uma causa. PUB
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Rodrigues, cantor, apresentador, um Homem cheio de talento, boa pessoa, senível a causas, que veio gratuitamente, é pre-
ciso guardar a «forma» de gente assim! Obrigada Sr. Vitor. Presentes 55 pessoas... as possíveis para o espaço, foi um prazer ter connosco o Sr. Peixoto locotor da Radio Figo em Rouen, que podem ouvir em 98,7 FM às segundas das e quartas das 20h às 22 e aos sábados das 8h às 12. A ele e aos restantes animadores da rádio o nosso obrigada pelo trabalho de tantos anos e vamos um dia destes entrevistá-los. A ACLPAR teve o prazer de dar um donativo à rádio no valor de 200 euros, pois considera importante a existência da mesma para a comunidade portuguesa e reconheçe o bom trabalho, Homens de Valor que dão do seu tempo, gratuitamente por uma causa. Bem Hajam !!! Despeço-me com uma fotografias da noite para poderem confirmar o bom ambiente vivido, entretanto a associação realiza almoços e jantares regularmente... mantenham-se informados, ouçam a rádio e apareçam!!! Obrigada a todos os que tornam possíveis eventos assim, participantes e todos os membros da direcção. Até breve!
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Jovem prodígio da Meteorologia
Doryan da Silva ficou conhecido a nível nacional depois de ter ganho o Meteo’s Got Talent em 2018
JOANA VERÍSSIMO
U
m jovem incrivelmente aficionado por meteorologia que desde muito cedo começou a demonstrar o gosto e vontade de ser apresentador de televisão. Doryan da Silva é um jovem de 18 anos natural de Chanceaux-sur-Choisille, Tours e descendente de pais portugueses oriundos da região de Vila Nova de
Doryan com Cécile Djunga (TV5 Monde) e Éveline Dhéliat (TF1)
Gaia. No ano passado fez furor na região Touraine e um pouco por toda a França ao participar e vencer o mais emblemático concurso em França destinado a promover o melhor apresentador amador de meteorologia, o Meteo’s Got Talent, no dia 03 de Junho. O jovem, ainda menor na altura, envia a sua inscrição para as redes sociais do Forum Internacional de la Méteo et du Climat, promotor do concurso, e é escolhido entre milhares de candidatos para os 10 finalistas. Rumo a Paris, o mais jovem dos 10 candidatos prova que o seu amor pelo clima desde tenra idade lhe traz uma certa facilidade em lidar com a pressão dos ecrãs e conquista o júri do concurso, 4 grandes nomes da meteorologia francesa como Éveline Dhéliat da TF1. “Este concurso deu-me outras oportunidades.” diz Doryan com um sorriso tímido no rosto. Na verdade ele que tão bem se sente com as câmaras, demonstra um certo constrangimento em falar sobre o seu sucesso. Dias depois de ter ganho o concurso, começa a ser solicitado um pouco por todo o país para dar entrevistas. Para além da Radio
Doryan na apresentação direta da metereologia na France2 em 20 de setembro de 2018
Doryan na TV Tours, Programa TILT em 6 de Junho de 2018
Energie, BFM TV, também a TV Tours o convida para um programa televisivo.
LUSO - CLASSIFICADOS
No programa “TILT” desafiam Doryan a apresentar o clima da região em dire-
to no programa. Depois de acalmar esta folia dos meios de comu-
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ABRIL 2019
“
Este concurso deu-me outras oportunidades.
TV Tours - Programa TILT
nicação social ele partiu rumo à aventura, uma semana de estágio na France Télevisions, o prémio do concurso. Uma semana melhorável segundo o jovem, que não escapou aos conselhos de Chloé Nabédian de France 2. E a cereja no topo do bolo seria a apresentação em direto nas redes sociais de France 2 do seu primeiro boletim meteorológico a 20 de Setembro de 2018. O jovem não se deixa
”
diz Doryan com um sorriso tímido no rosto (...) Dias depois de ter ganho o concurso, começa a ser solicitado um pouco por todo o país para dar entrevistas. impressionar e continua a fazer o seu percurso normal de formação passando com distinção o seu BAC e entrando na Universidade de Tours no Curso de Geografia. Objetivos futuros de fazer formação em jornalismo para poder assim juntar a paixão da meteorologia à profissão de apresentador televisivo. Mantém desde 2016 uma conta no Twitter “Méteo Tours” onde deixa diariamente a sua previsão metereológica.
Doryan mantém desde 2016 uma conta no Twitter “Méteo Tours” onde deixa diariamente a sua previsão metereológica.
A mãe deste jovem apaixonado dos céus confessanos que desde a sua tenra infância o encontrava com frequência no seu quarto a fazer filmagens sobre o cli-
ma e que para além de o terem forçado a encontrar outros caminhos que achariam mais futurísticos para Doryan, como o teatro ou mesmo o desporto, ele
Doryan na sua prestação no concurso
Doryan com os elementos do juri e alguns dos outros candidatos do concurso
continuaria a demonstrar vontade em viver uma vida ligada ao clima e geografia, – “tínhamos um miúdo em casa que em vez de ver desenhos animados nos obrigava a ver a meteorologia e programas sobre a geografia. A cada descida a Portugal para férias, quando tinha cerca de 9 anos, a música que ele nos dava era recitar os distritos de Portugal” Continua a dar que falar e brevemente o veremos no conhecido programa “12 Coups de Midi” da TF1. Bons ventos te guiem ao sucesso, esperando que nos ilumines com sol os céus de França.
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Restaurant
Saveurs du Portugal
CUISINE TRADITIONNELLE PLATS À EMPORTER
LE MIDI ET LE SOIR: DU DIMANChE AU DIMANChE BANqUETS – MARIAgES – BAPTêMES 2 ROUTE D’ ORLEANS · 45380 Chaingy · Tél : 02 38 82 86 57
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Banda Enigma
Uma história de sucesso que leva já 6 anos Texto: JOÃO GERMANO
E
m St. Jean le Blanc, perto de Orleans (45), Nuno Mira, Fátima e Celine, são os responsáveis, fundadores que em 2013 se aventuraram a criar um projecto musical – Banda Enigma. O gosto pela música, falou sempre mais alto e hoje contam com um grupo de 12 pessoas, entre cantores, músicos, bailarinas e diferente staff, num percurso de 6 anos, superando todas as dificuldades, sobretudo as de um grande investimento de recursos financeiros e de tempo.
Banda Enigma, actua hoje por toda a França, com um repertório musical exclusivamente composto por música popular Portuguesa e cria oportunidade a outros artistas de música portuguesa, convidando-os a fazerem parte de uma das partes dos seus espectáculos pela comunidade portuguesa. O responsável Nuno Mira, pensando sempre em novos projectos para a banda não descarta a edição de um CD com originais dentro de pouco tempo. O Jornal Português vivo, felicita-os pelo seu aniversário e deseja-lhes uma carreira de muito sucesso.
Paulo Ribeiro
30 anos pelo mundo acarinhando os fãs O que sente quando vem a esta comunidade? Orleans é um palco muito especial para mim e para a Bandalusa. Há 15 anos fomos recebidos nesta casa em apoteose e conta a história que nunca mais esteve lotada como nessa altura. Fizemos uma directa porque depois do concerto continuamos pela noite dentro e madrugada até á hora do avião com o mesmo público, a cantar fado. Hoje, estou cá a convite da banda Enigma que nos segue à vários anos, trazendo emoções e nostalgias de 30 anos de trabalho do nosso grupo, com um prazer imenso e num reconhecimento e pelo carinho que sempre nos dedicaram. Como é que a Bandalusa e o Paulo Ribeiro fazem para gravar uma música todos os anos? Uma música nunca é antiga, diria mesmo que é universal e imortal. A Ban-
sucesso com mais de 18 milhões de visualizações é conhecida e cantada em todo o mundo. Hoje faz parte de perguntas de cultura geral em concursos de televisão portuguesa. Resolvido o problema com a sua sogra? Sim. (risos). Com ela está tudo mais que resolvido, mas o maior problema são os vizinhos! Cada vez que passa a música na rádio ou televisão, aumentam o volume e a minha sogra fica um pouco aborrecida com a situação....É uma homenagem a todas as sogras portuguesas.
dalusa tem esse feitio de ir buscar grandes clássicos da música e pôr ao seu geito com novos arranjos e roupagens. Com essas alterações e sempre na língua de Camões do qual fazemos ponto de honra, colocamos
a música 5 estrelas e daí os sucessos que o nosso público acarinha. E se a casa cair? Um grande sucesso que gravamos em 2009, da autoria da dupla brasileira
Teodoro e Sampaio. Aparece pela primeira vez como música de fundo na apresentação de um concorrente à casa dos segredos, um programa de televisão e desde essa altura nunca mais parou de tocar. Um
Já comeu sopa com canela, pão doce, pernil doce. Próxima deslocação pela primeira vez Zambia ( cantar num estaleiro de portugueses nesse país). Do que mais sente saudades é da comida portuguesa e dos sabores tipicamente portugueses.
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Tous pour Aluguer de contadores de Ricardo Água, luz e gás acaba dia 26 Maio
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s consumidores vão deixar de pagar os alugueres de contadores de água, luz ou gás a partir de 26 de Maio próximo. Nesta data entra também em vigor a proibição de cobrança bimestral ou trimestral destes serviços, indica a Lei 12/2008, e que altera um diploma de 1996 sobre os ‘serviços públicos essenciais, publicado na edição do Diário da República.
Ricardo a 37 ans et souffre d’un cancer de l’estomac agressif. La chimiothérapie qu’il a faite jusqu’à présent n’a pas fonctionné. Il est urgent qu’il aille en Allemagne
prendre un traitement qui puisse lui sauver la vie. Ricardo a 3 enfants qui ont vraiment besoin de leur père. Aidez-nous à lui sauver la vie. MERCI.
IBAN:
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LUSO - CLASSIFICADOS
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Some as vogais do seu nome (e do seu namorado ou companheiro) e descubra os desejos de cada um, escondidos no fundo da alma. Depois, veja se eles se harmonizam.
Nas vogais, os segredos da alma Texto: Alice Barros
O
uvir a alma? Saber o que pensam, sentem e como agem os amigos, namorados? Esse segredo é revelado pela soma dos números que correspondem às vogais do nome. Antes de dar o significado das vogais, vamos a um exemplo: o que se passa lá no fundo da alma do jovem empresário, Bruno António? Somando o valor das vogais do seu nome, 13 + 16 = 4 + 7 = 11 = 1 + 1 = 2. O que indica que Bruno António, gosta da harmonia, da musica e das artes em geral. Os subtotais das vogais de Bruno (4) e António (7), sugerem determinação e honestidade (4) e urgência em adquirir conhecimento e sabedoria (7). E você como é por dentro? E a sua família? Para saber, faça a soma das vogais do seu nome, consulte a tabela e confira:
1
Sente enorme vontade de ser criativo e original e luta
pela independência, porque quer escolher seu próprio caminho. Gosta de ser ouvido sempre, mas não cultiva a paciência, a diplomacia, a tolerância.
as chances de tê-lo. Uma sugestão: aceite as coisas novas deixe de lado a tradição.
2
Sua alma deseja, acima de tudo, a liberdade: viagens, aventuras, um mundo novo – tudo isso encanta uma alma 5. Entretanto, há momentos em que sua mente, raciocínio rápido, quer debruçar-se sobre questões filosóficas. Cuidado com o jogo e a bebida.
É amante da harmonia, da musica e das artes em geral. São pessoas extremamente pacientes, atenciosas e solidárias. Tratam a todos com a diplomacia, amabilidade e espírito de colaboração que lhe são característicos.
3
Sua meta é falar bem, escrever bem e agir melhor ainda. Tem grandes talentos, mas forte tendência para dispersa-los. Carrega alegria e senso de humor, mas não consegue manter a tolerância, a paciência e a concentração.
4
Move-se em busca do poder material e para isso é determinado. Bom disciplinador, ama a lealdade e a honestidade. Ressentese de afeto, mas por ser severo em demasia perde
5
6
É extremamente responsável e voltado para o lar e a família. Seu maior desejo é auxiliar a comunidade em que vive. Esta sempre pronto a assumir o papel conselheiro. Não o faz, porem, por desprendimento, mas com o objetivo de ser reconhecido.
7
Seus anseios são espirituais: ama a quietude, a meditação e o ministério. Sente-se bem em contacto com animais e plantas. Acima de tudo, persegue o conhecimento e a sabe-
pessoas se antagonizam: os anseios de suas almas são diferentes. Um 3 por exemplo, que gosta de expansão e de festas, dificilmente se dará bem com um 7, que adora o silencio e aproveita suas horas de lazer para ler e meditar. O casamento de pessoas com números tão antagónicos só dará certo se houver grandes concessões de ambas as partes, se um respeitar o desejo do outro. Os conflitos e harmonias surgem também em função dos planos ocupados pelos números, que são quatro: o mental, que rege a razão e no qual se incluem o 1 e o 8; o físico, que governa a forma e compreende o 4 e o 5; o emocional, que corresponde às emoções e aos números 2, 3 e 6; e o plano intuitivo, dominado pelo 7 e o 9.
doria. Raras vezes é compreendido. Por essa razão, acaba não sendo muito popular.
8
Do tipo intelectual, eficiente, seu objetivo é ser líder de grandes empreendimentos. Para isso tem tato e imaginação. Às vezes, porém, não arruma forças para executar seus planos. O 8 necessita de muita organização.
9
É seguramente uma alma maior: generoso, apreciador do bom e do belo, inclina-se ao amor universal, porque dá sem cobrar. É dotado do poder de cura – um dom que deve desenvolver para servir a humanidade. Agora pode compreender porque às vezes as
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vamos brincar
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Vamos Brincar em Português LÊ, PESQUISA E ESCREVE
POESIA
Repensant au ciel de tes yeux au nu de tes lèvres À ces moments déchirants, odieux adieux qui nous énerve Une dernière caresse, que tu viens m’offrir Languir souffrir périr seulement parce que tu viens de partir Demain je me réveillerais sans toi a mes côtés Mais jamais tu ne quittes mes pensées Si tu savais à quel point ça fait mal de simplement t’imaginer... Ce manque atroce qui peu à peu me tient compagnie Et viens frapper en moi nuits après nuits N’est ce pas mon cœur qui subit ? La moindre seconde seule vide mon âme de toute vie
Alexandre dos Santos, 14 anos, mora em Freneuse (78) - França email: portuguesvivo17@gmail.com
repara
SER OU ESTAR ? Completa o esquema tendo como exemplo, as explicações dadas sobre os verbos, ser e estar, na nossa edição anterior
Interessante O livro
é está
Dentro da pasta Grosso
Largas As portas
são estão
Abertas Castanhas
Plus tard contemplant la lune et son manteau Ne pouvant penser qu’au velours de ta peau Contre la mienne jusqu’au levé du jour Contre la mienne jusqu’à la fin de mon séjour Je ne rêve plus, il faudrait dormir pour ça Le sommeil m’a abandonné à la seule idée D’être juste toi et moi Matthieu DS
54 destinos
ABRIL 2019
Palácio de Versalhes visita obrigatória
© DIREITOS RESERVADOS
Texto: ALICE BARROS
O
Palácio de Versalhes é paragem obrigatória para quem visita Paris. Imagem da riqueza, do poder absoluto e de todos os excessos da corte francesa, o palácio impressiona em todos os sentidos. Seja por sua dimensão e de seu
domínio ou pela riqueza de detalhes na arquitetura e na decoração. Seja pela perspectiva e geometria dos seus jardins ou ainda pela intensa história dos reis e rainhas que ali residiram. Visitar Versailles, na realidade, significa visitar o Castelo, o Trianon e o Domaine de Marie Antoinette.
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Jardim de Versalhes
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Quarto da Rainha
© jm Manaï
Galeria dos Espelhos Galerie des Glaces, o momento alto da visita. Louis XIV destruiu seis cómodos dos apartamentos do rei e da rainha para criar esta galeria que deveria imortalizar a glória do soberano.
Visita do Palácio Versalhes, classificado há mais de 30 anos no Património Mundial da Humanidade, é uma das mais bonitas realizações das artes francesas do século XVII. A visita do
palácio inclui os grandes apartamentos do rei e da rainha, a famosa Galeria dos Espelhos, a Capela Real, a galeria das Batalhas, os apartamentos das Damas e a galeria de História do Castelo.
Galeria dos Espelhos
DESTINOS
ABRIL 2019
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Le Petit Trianon Visita do Grand Trianon O Grand Trianon é um conjunto refinado e com proporções elegantes.
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Domaine Marie Antoinette Trata-se de um pequeno palácio de mármore rosa influenciado pela arquitetura italiana e cercado por belos jardins.
Visita do Domaine Marie Antoinette O Domaine reúne o Petit Trianon, os jardins da rainha e o Hameau que seria a réplica de uma pequena quinta.
O Domaine permitiu a Maria Antonieta se afastar da corte e viver em ambiente campestre. O Hameau possui um pequeno lago, casas em estilo rústico, hortas, jardins e diversos animais.
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Águas musicais
Concertos e espetáculos no Castelo de Versalhes Versalhes oferece, durante o ano todo, um belo programa com concertos, balés, festas, fogos de artifício e outros eventos.
Muitos deles acontecem na Opéra Royal de Versailles, uma obra frágil, construída em madeira e com uma programação cultural restrita. Um dos programas mais bonitos de Versalhes são
os fogos de artifício de verão acompanhados por música clássica. Eles acontecem nos jardins do castelo, em torno do Grande Canal. Eles são organizados normalmente em junho e julho.
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As grandes Águas Musicais Noturnas De 2 de abril a 29 de outubro de 2019, aproveite o espetáculo das Grandes Águas Musicais e os
Jardins Musicais nos jardins e bosques abertos para a ocasião. Todos os sábados à noite de 15 de junho a 15 de setembro, descubra os jardins de maneira diferente.
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BOA PĂ SCOA CHELLES rue Gabrielle Mortillet 77500 Chelles 01 64 26 45 95
HERBLAY 257, boulevard du 8 mai 1945 95220 Herblay 01 39 97 00 02
BRETIGNY-SUR-ORGE 9 rue du Morvan 91220 Bretigny-Sur-Orge 01 69 88 80 80