EVOLUÇÃO URBANA DO BRASIL
DOS C AMINHOS DAS TRILHAS MUROS E FORMAS DA CIDADE
Professora
Anne Camila Cesar Silva
Contextualização -
A defesa da cidade colonial e seu contato com a metrópole, a coroa, eram primordiais.
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O medo era o guia das configurações urbanas da colônia, tendo em vista o ardente desejo de proteção e segurança, os quais resultavam na configuração de muralhas que deveriam abrigar um número crescente de habitantes em um espaço relativamente restrito.
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Existia uma preocupação constante com os ataques indígenas e estrangeiros, com animais desconhecidos, com os fenômenos meteorológicos.
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Havia o cuidado com a escolha do local, tendo atenção à capacidade do ancoradouro. Localidades de acesso mais difícil, mais resguardado, protegido, seria visado para uma nova sede da Colônia.
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A exemplo, Salvador, que cercado por muralhas, detinha uma configuração “adequada” de cidade alta (muralha) e cidade baixa (porto/ancoradouro), mas que com o desenvolvimento das armas de fogo, principalmente os canhões, teve seus muros se tornando extremamente vulneráveis.
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Professora: Anne Camila Cesar Silva
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Contextualização -
As muralhas, ainda que obsoletas ou desativadas, delimitam as noções de centralidade e periferia.
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Em 19 de abril de 1581, pela força das armas e pela corrupção política, Felipe II, o poderoso rei da Espanha, filho de uma infanta portuguesa, foi aclamado em Tomar, como rei de Portugal. Assim este Reino e o Brasil caíram sob o domínio espanhol, de que só se libertariam em 1640 (59 anos depois).
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Mediante as novas forças armadas, o governo precisou contratar novos profissionais: engenheiros militares, capazes de construir fortalezas resistentes ao fogo dos canhões e combater o invasor d’além-mar. Além disso, criavam-se fortes e torres de defesa afim de alvejar, à distância, navios estrangeiros (inimigos).
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Então, a partir do século XVI, nenhuma das povoações fundadas no Brasil nasceram cercadas de muralhas.
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A partir de então, erguem-se fortalezas ou fortes e não mais muralhas.
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Forte Santa Maria, Salvador BA, 1614
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Forte São Diogo, Salvador BA, 1626
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Forte de Santo Antônio da Barra (Farol da Barra), Salvador BA, 1586-87/1696
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OUTROS exemplos -
a vila de Natal, que criada em 1599, construída após a edificação do forte dos Reis Magos, na foz do Rio Potengi, tornou-se referência para a nova maneira de assentar povoações coloniais porque, diferente dos modelos totalmente murados, surgiu como uma cidade sem muros apoiada em uma fortaleza instalada em um ponto estratégico, dominando a entrada do rio.
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FORMAÇÃO DAS RUAS E PRAÇAS Com o desenvolvimento, leia-se crescimento, dos povoados coloniais e a expansão do território que ocupava, onde se criavam novas vias, opta-se por erguer residências com quintais, de forma que o espaço posterior à edificação sirva para “oxigenar” a moradia e criação de pequenas produções de subsistência (cabras, galinhas, hortaliças e pomares). Este desenvolvimento das urbes levou à formação de espaços abertos ao público, em meio às ruas e vielas da colônia. As praças são logradouros fundamentais para a cidade (colonial): espaço público, aberto ao comércio, à circulação, às reuniões, à sociedade colonial, sem os equipamentos inseridos apenas no século XVIII/XIX que lhes oferece feições mais atuais.
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CONFIGURAÇÃO DAS PRAÇAS As primeiras praças eram terreiros que não dispunha de ajardinamento, mas apresentava um pátio aberto entre as edificações que congregava os cidadãos, para “atos comuns”: cerimônias cívicas, festividades (religiosas ou não), serviam como mercados e feiras, além de teatros de comédia. Nas margens das praças coloniais se encontravam as principais edificações da cidade: Casa de Câmara e Cadeia, Casa dos Governadores e a Igreja Matriz. Sobre o formato da praça: predominava a terra batida, sem ou com pouquíssima arborização, com perímetro regular ou irregular, considerando a topografia.
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CONFIGURAÇÃO DAS PRAÇAS A vegetação das praças surgiu de forma quase intuitiva, quando os lotes vazios, ou seja, sem casario, recebiam plantas (frutíferas) cultivadas pela população, livremente. Estes sítios passariam, posteriormente, a serem praças por “vocação” e não por projeto. As ruas eram primeiramente de terra batida, mas com o crescimento urbano e o aparecimento de carros de boi, ou mesmo a necessidade de adentrar-se à colônia (rumo ao interior), constatou-se a necessidade de “pavimentar” as vias com pedras irregulares, popularmente conhecida como “pé-de-moleque”. O escoamento da água das chuvas, ou qualquer outro dejeto, era feito nas sarjetas – ao centro da rua ou, nas laterais.
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Referências Bibliográficas AZEVEDO, Aroldo de. Vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: USP /Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, 1956. BRESCIANI, Stella. (org.). Imagens da Cidade: séculos XIX e XX. São Paulo: ANPUH: Marco Zero: FAPESP, 1994. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1978.
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