EVOLUÇÃO URBANA DO BRASIL
ELEMENTOS DA ORG ANIZAÇÃO ESPACIAL
Professora
Anne Camila Cesar Silva
Contextualização -
Os núcleos urbanos estabelecidos nos primeiros séculos da colonização brasileira situavam-se, de modo predominante, no litoral, por razões econômicas, administrativas e militares.
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Sistema econômico: dependência das colônias às metrópoles (Coroa) – formar uma conexão/ comunicação para garantir, por meio das vias fluviais o escoamento de produtos (manufaturados ou não).
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Em um primeiro momento as ruas acompanhavam os caminhos previstos pelos aborígenes.
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A cidade constituída em dois planos (cidade alta e cidade baixa), ou aquela mais recuada no lote, deixa de ser regra para ser opção.
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A presença das fortalezas e fortes, além do conhecimento do colono sobre as terras conquistadas e a submissão dos povos primitivos, viabiliza a execução de cidades às margens do mar/rio.
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ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Professora: Anne Camila Cesar Silva
ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
RUAS - Uso: Serviam como ligação, vias ou linhas de percurso, ligando domicílios à pontos de interesse coletivo. Na maior parte dos casos não tinha significado como local de permanência. Em geral, eram locais de movimento reduzido, que no período da noite passavam animais soltos. Circulavam: pedestres, cavaleiros, redes ou cadeirinhas levadas por escravos, mercadorias em carros de boi ou puxadas por escravos.
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ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Professora: Anne Camila Cesar Silva
ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
RUAS Uso:
Com o passar dos anos a rua vai ganhando características de ‘lugar de convivência’. Passa a ser ‘vitrine’ comercial, adquirindo interesse como um local de permanência, com pontos de reunião comercial. As ruas também eram utilizadas em conjunto, pela população com alguma intenção de recreação ou mesmo procissões religiosas, e cortejos fúnebres.
A partir do século XVII as ruas adquirem nova importância plástica que juntamente com residências e praças, passam a serem pensadas para serem “vistas”.
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A partir destas novas atribuições dadas às ruas, surgem os espaços públicos denominados ‘praças’.
Professora: Anne Camila Cesar Silva
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PRAÇAS - Uso: Para fins semelhantes aos apresentados pelas ruas, mas vai ganhando importância por melhor acolherem os usuários. Realizavam-se nelas atividades cívicas e recreativas, comércio, como feiras e mercados, além de ações religiosas – abertas a todo o público, humildes (negros e índios) e ricos (nobreza e brancos).
As praças eram inicialmente espaços abertos (terreiros) localizados nas proximidades das igrejas, em seguida estes terreiros tornam-se os adros das igrejas (pátio que antecede a edificação religiosa). A praça ficava sempre circundada pelos principais elementos da arquitetura colonial (instituições públicas e religiosas), as edificações particulares, como residências, ficavam em um plano inferior. Praça também tinha caráter cívico, local onde se localizava o pelourinho (grande coluna em pedra ou madeira onde se acorrentavam os escravos), à frente da Casa de Câmara e Cadeia.
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Braz Cubas lê o Foral da Vila de Santos defronte ao pelourinho, símbolo da liberdade
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Convento de Santo Antônio (Praça São Francisco + Adro da Igreja + Convento) JP/PB
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
QUADRAS -
Quando completamente edificadas, compunham-se de linha continua de construção, dos lados das ruas, com um grande vazio ao fundo constituído pelos quintais.
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As posições das quadras variam de acordo com a topografia do terreno, adequando-se aos acidentes de relevo.
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Quando havia alguma regularidade de traçado, comportavam em média oito lotes.
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As quadras eram divididas em lotes mais ou menos regulares.
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Suas acomodações serviriam para a acomodação de edifícios destinados a habitação e trabalho. Já aos edifícios oficiais e religiosos, ofereciam-se posições especiais no traçado.
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Com a expansão “urbana”, e os limites previstos pelo traçado e pelas edificações particulares (chácaras/ engenhos) ou mesmo as religiosas, opta-se pelas construções desordenadas erigidas nas margens das principais vias de acesso aos povoados. Criando um loteamento desordenado e de ruas tortuosas.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
BAIRROS
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Os bairros eram erguidos em volta das principais edificações; em especial as de caráter religioso, tomando para si o nome do padroeiro religioso. A exemplo temos, no início do século XVII, no qual os documentos da Câmara mencionavam os bairros de São Bento e Carmo em Salvador.
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A divisão das paróquias e a formação das freguesias vinha formalizar a constituição dos bairros.
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Unida Igreja ao Estado, constituíam aquelas uma divisão oficial dos bairros.
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Nas imediações da Igreja, ocorriam então as reuniões religiosas, civis e militares.
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Como exemplo temos o Rio de Janeiro (São Sebastião) que no século XVII tinha apenas uma Freguesia, a de São Sebastião cuja a paróquia era única e homônima à freguesia.
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ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES -
Particulares de residência e trabalho -
As construções particulares, em primeiro momento, destinavam-se às classes sociais com vínculos permanentes à colônia: funcionários da corte, proprietários rurais, oficiais mecânicos e comerciantes (a estes inclui-se não somente moradia mas estabelecimento de trabalho).
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Dois traços eram característicos da maior parte das habitações urbanas no Brasil colonial: a presença dos escravos e a ausência dos proprietários, pois estes compunham os donos das áreas rurais (chácaras/ engenhos).
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Faltam documentos que nos dê um aporte sobre as residências do Brasil Colônia, em especial para os dois primeiros séculos. Entretanto, os escritos existentes afirmam que a arquitetura promovida não era em nenhum tipo/estilo definido e que eram construídas pelos proprietários com ajuda dos indígenas.
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As casas mais nobres seriam de pedra e cal e as mais pobres de palha como a dos índios.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES -
Particulares de residência e trabalho -
As casas e seus senhores era completamente dependente do trabalho escravo: para limpeza, refeições diárias, moleque de recado, idas ao mercado, cuidados com as crianças, transporte...
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A casa que tinha o seu piso térreo de terra batida e por isso, quando o pavimento não era utilizado para comércio/serviços ou criação de animais, destinava-se para os escravos. O primeiro piso era constituído por um assoalho em madeira.
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As fachadas de frente apresentavam janelas sem vidraçaria, ou mesmo portas que saiam em balcões e serviam para arejar os primeiros cômodos. Estas janelas apresentavam rótulas de madeira para que ainda que fechadas pudessem arejar e iluminar o ambiente.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES OFICIAIS -
Administração pública
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No Brasil, as construções oficiais limitaram-se, quase sempre, às de fins militares.
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Assim, as edificações deste período (século XVII) para fins administrativos eram de quatro águas, de dois ou mais pavimentos e de simplicidade arquitetônica/decorativa (neste ponto igual às residências) e cheios predominando sobre os vazios, mas de uma diferenciada “monumentalidade” em relação às demais construções.
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Casa do governador; Casa de Câmara e Cadeia; Casa da Alfândega; Fontes públicas; pontes e estradas.
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Sobre as questões militares, erguem-se fortes, fortalezas e torres.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES RELIGIOSAS -
Surgiram junto com as primeiras povoações e foram responsáveis pela organização da colônia tendo em vista que Estado e Igreja caminhavam juntos.
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As igrejas paroquiais realizavam serviços de registro de nascimento, casamentos e óbitos, além de administrar os sacramentos como batismo e eucaristia.
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Além disto, aglomerava muitas pessoas pois tinha importante papel e nos hábitos das famílias; em determinados momentos celebrativo aglomeravam não somente populares urbanos mas também rurais.
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Em seus pátios frontais realizavam-se não somente atos religiosos, mas administrativos e políticos também, além e lazer e comercial.
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As mais imponentes edificações religiosas foram aquelas pertencentes às ordens religiosas que instalaram seus conventos (com igrejas e capelas) no Brasil: jesuítas, franciscanos, beneditinos e carmelitas.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES RELIGIOSAS -
Os religiosos não foram apenas responsáveis pela catequização do povo, mas também por sua educação e formação. Os clérigos eram detentores de grande conhecimento cultural e artístico.
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Destacam-se os jesuítas, que desde os primeiros tempos da colônia instituíram seu colégio a fim de ensinar artes e teologia.
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“Em 1581 já seria possível afirmar que na Bahia existiam 100 estudantes, além da escola elementar, quase da mesma proporção.” (LEITE, Serafim).
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No primeiro século de formação da colônia, destacam-se as edificações mais simples, sem torre. Apresentavam uma única porta, óculo e frontão triangular, características do tipo de risco românico (arquitetura aproximada da Roma antiga e tendo a simplicidade da fachada como foco).
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A homogeneidade das construções religiosas se verificava não só pela identidade das plantas, geralmente composta por uma única nave retangular, com um retângulo lateral e menor, formando a sacristia, mas também pelas fachadas de grande simplicidade.
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ELEMENTOS DE ORGANIZAÇÃO -
CONSTRUÇÕES RELIGIOSAS -
Com o crescimento das ordens religiosas, crescem também suas estruturas: cada ordem possuía além da igreja, convento, oficinas, hortas, etc. e frequentemente, ao lado da edificação principal, apontavam-se a capela dos terceiros e as casas de oração.
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As edificações passam a ser mais complexas também (ao final do século XVII), quando, aproximando-se da arquitetura barroca, aponta não mais uma planta retangular, mas uma cruz (latina) que recebia um conjunto de capelas laterais dando-lhes a monumentalidade almejada.
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Desta forma, ainda que em menor escala, as edificações religiosas brasileiras, passam a se assemelhar com as constituídas em Portugal, um século antes.
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Professora: Anne Camila Cesar Silva
Referências Bibliográficas BRESCIANI, Stella. (org.). Imagens da Cidade: séculos XIX e XX. São Paulo: ANPUH: Marco Zero: FAPESP, 1994. REIS FILHO, Nestor G. Contribuições ao Estudo da Evolução Urbana do Brasil. Pioneira Editora, 1968. AZEVEDO, Aroldo de. Vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: USP /Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, 1956. OMEGNA, Nelson. A cidade colonial. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1971.
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