Ruskin e Morris e o Movimento Arts and Crafts

Page 1

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora

Anne Camila Cesar Silva


Contexto • A industrialização dos produtos alcança os utensílios domésticos/ tecidos/ roupas/ móveis – vulgaridade e impessoalidade. • Muitos arquitetos/ urbanistas/ decoradores demonstraram confiança no mundo industrial. Entretanto estes gozavam de grande inocência por pensar que somente uma falta de conhecimento formal (como se conceber) do projeto não resultaria em uma proposta boa.

• Conceito de “Artes Aplicadas”: os artistas se dedicam a um setor menor da produção, menos ligados ao uso cotidiano e podem ser considerados como arte pura/ arte menor.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Contexto • A partir de agora o ornamento interno das edificações passa a ser considerado de caráter decorativo, estando assim, separado da arquitetura e urbanismo. • Buscando se contrapor a “desordem” estabelecida pela industrialização surgem pensadores como Ruskin e Morris. • Compete a Ruskin e a Morris dar o passo decisivo, mostrando que a questão do projeto está comprometida com a posição intelectual e moral do projetista e do consumidor, e com a organização social que condiciona um e outro (BENEVOLO, 1994, p. 192). Movimento Arts and Crafts (Artes e Ofícios)

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


John Ruskin

William Morris

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


ARTS AND CRAFTS • Inglaterra – 1851 (com a Primeira Exposição Universal em Londres) • Crítica aos produtos e acabamentos expostos, a reprodução que levava a “falsificação”, ao ecletismo e demais revivals pela “falta de identidade”. • Movimento precursor da Art Nouveau. • Governo britânico incentivava colaboração entre as artes e a indústria artesanal • 1835: criação das escolas de desenho, com o objetivo de aprimorar o design para compatibilizar a arte com a industrialização.

• Mesmo com a indústria ainda nascente alguns artistas e críticos pregavam a volta da tradição artesanal.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


ARTS AND CRAFTS • Objetivos: - Mostrar à sociedade o valor e a qualidade do trabalho manual; - Unir artistas e artesãos; - Renovar qualitativamente o artesanato; - Produzir objetos manualmente e investir em sua divulgação. • Não teve grande duração, mas contribuiu amplamente para a arquitetura. • John Ruskin – Crítico, teórico e historiador da arte. Creditava à revolução industrial todos os problemas sociais e econômicos da época. • No princípio elegeu o Neogótico como seu estilo de arquitetura.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Ruskin • Ruskin se depara com uma sociedade preconceituosa e analítica, que conservava a cultura unilateral do projeto arquitetônico, desconsiderando a problemática global relacionada ao projeto e a forma de se projetar. • Ruskin, escreve o ensaio “Seven Lamps of Architeture” em 1849: crítica às falsidades contidas nas produções contemporâneas distinguindo nelas, três gêneros:

- A sugestão de um tipo de estrutura ou de sustentação diferente do real. - O revestimento da superfície com objetivo de imitar materiais diversos dos reais, ou a representação mentirosa, sobre essa superfície, de ornamentos esculpidos.

- O emprego de ornamentos de toda espécie, feitos à máquina.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Ruskin

“Arquitetura é a arte que dispõe e adorna os edifícios construídos pelo homem, para qualquer uso, de tal modo que sua vista possa contribuir para a sua saúde mental, para a sua eficiência e para o seu prazer” (RUSKIN, 1849, p. 7).

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Ruskin • Ruskin também defendia que o ferro deveria ser usado apenas como ligação e não como sustentação da estrutura. • Saudosista, considerava o ferro material de segunda ordem comparado a pedra e argila, que primordialmente deram vida à arquitetura (revivida). • Ruskin desenvolve dentro das artes aplicadas o estudo sobre elementos da natureza, como rochas, árvores e nuvens. • Este repertório abstrato prenuncia um outro pensador: William Morris. Além do prenúncio ao Art Nouveau que analogamente partem de estudos fundamentados na natureza.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


William Morris • Morris era de família rica, estudava em Oxford e junto a outros artistas forma um grupo denominado “The Brothershood” que se reunia para ler Teologia, Literatura Medieval, Ruskin e Tennyson. • Aos 22 anos, em 1856, entra para o estúdio do arquiteto neogótico G.E. Street. Este trabalho não lhe satisfaz e ao conhecer Dante Rossetti começa a pintar, escrever poesia e publicar uma revista.

• Em 1859, casa-se e decide construir sua própria casa com os ideais artísticos que julga válidos: a Casa Vermelha em Upton.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Casa Vermelha em Upton • Construída em tijolo vermelho, a casa pessoal de Morris é um exemplo de aplicação de ideias por si defendidas, o projeto de arquitetura orienta-se pelas linhas da arquitetura rural / doméstica inglesa, no entanto também apresenta elementos góticos tais como, arcos em ogiva e telhados inclinados.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Casa Vermelha em Upton • A decoração interior (papel de parede, estofados, mobiliário... ), na sua maioria desenhada por Morris, foi toda realizada artesanalmente, com formas simples, escolha criteriosa de materiais e funcional, a casa conta ainda com fantásticas pinturas de paredes e de vidros.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Casa Vermelha em Upton • William Morris pretendia assim mostrar que era possível produzir objetos necessários à vida sem uso da máquina, o que contrastava fortemente com o estilo da época, marcando assim pela simplicidade (exclusão de ornamentos excessivos na construção da edificação), pela qualidade dos materiais empregados no trabalho artesanal, e acima de tudo pela sua funcionalidade).

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Willliam Morris • Após esta experiência funda a firma de decoração ou um laboratório de arte decorativa, segundo Benévolo (1994, p. 198), sob o nome “Morris, Marshall, Faulkner & Co.” e em 1865 transfere a empresa para Londres. • A firma produz tapetes, tecidos, papel ornamentado, móveis e vidros; a intenção de Morris é provocar uma arte “do povo para o povo” mas, assim como Ruskin, ele refuta a fabricação mecânica, e portanto seus produtos resultam ser custosos e são acessíveis somente aos ricos. Assim, a firma acaba por ser desfeita em 1875. • Em 1877, Morris funda a Sociedade para Proteção dos Monumentos Antigos e prossegue as polêmicas de Ruskin contra as restaurações por demais radicais, à maneira de Viollet le Duc.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Willliam Morris “A arquitetura abrange a consideração de todo o ambiente físico que circunda a vida humana; não podemos subtrair-nos a esta, enquanto façamos parte da civilização, pois a arquitetura é conjunto de modificações e alterações introduzidas na superfície terrestre tendo em vista as necessidades humanas, excetuando-se apenas o deserto puro” William Morris.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Willliam Morris • Com o passar dos anos Morris se torna menos rigoroso na refutação da utilização das máquinas – percebeu que sem elas sua produção encarecia e era em pequena quantidade. Afirma então que a máquina deve ser usada com sabedoria para que o homem não se torne escravo dela. • Constata-se que as obras (gráficas) de Morris eram bidimensionais sem características volumétricas, o que notadamente facilitava a reprodução padronizada das estampas/ figuras. • Morris também inova na forma de trabalho associativa. O artesão não deveria somente se preocupar com a própria atividade mas difundir a experiência que guarda.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Referências: SILVA, Geraldo Gomes da. Arquitetura do Ferro no Brasil. 2ª Ed. – São Paulo: Novel, 1987. GIEDION, Sigfried. Espaço, tempo e arquitetura: o desenvolvimento de uma nova tradição. Coleção a – São Paulo: Martins Fontes, 2004. BENÉVOLO, Leonardo. História da cidade. 4ª Ed. – São Paulo: Perspectiva, 2005. BENÉVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. 4ª Ed. – São Paulo: Perspectiva, 2006. KOCH, Wilfried. Dicionário dos estilos arquitetônicos. São Paulo: Martins Fontes, 1994. MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

RUSKIN/ MORRIS E ARTS AND CRAFTS

Professora: Anne Camila Cesar Silva


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.