Fevereiro 2017 - 11ª Edição pág. 10 - A CASA TORTA
pág. 12 - O QUE VAI TOCAR NA SUA PLAYLIST? pág. 14 - CHICLETE ENTREVISTA Entrevista a Carol Pimentel do Ateliê Urbano. pág. 20 - TIARA FLORIDA PARA O CARNAVAL pág. 22 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL “Grafite” de Jeniffer Natacha. pág. 24 - FESTA DA CARNE
EXTRA pág. 26 - “O homem do Baú” de Raphaela Ribeiro.
Editorial Serpentina, Purpurina, Paetê, Confeti e Chiclete, só que Cultural! Ala la ô, ô.... Pois então está em suas mãos a revista online para aqueles que estão sedentos por informações, curiosidades, dicas, tutoriais e que apreciam arte, nessa edição temos a Nat como convidada especial que já chega abalando as estruturas da Sapucaí com uma matéria sobre o Grafite, que está no centro das discussões em São Paulo. O Samba Enredo fica a cargo da Dafine Martins que conduz toda a bateria pela avenida indicando outras sonoridades para tocar na sua vitrola, enquanto isso eu, André Bizorão, traço uma breve linha histórica, ou quem sabe, “estórica”, do Carnaval. Pra se diferenciar na ala da frente, a Nathy dá uma dica de customização de tiara, é simples e bonita. A nossa entrevistada do Mês é a Carol Pimentel que fala de onde surgiu a ideia de montar o espaço Ateliê Urbano e o que rola por lá, vale a pena visitar e conhecer, é um projeto muito interessante! E pra fechar a edição, uma maté-
ria sobre a exposição do Homem do Baú, Silvio Santos, que encheu o Museu da Imagem e do Som com a sua História de Vida e de Mídia, e claro, a poesia da Chinchila. Essa edição está de tremer a arquibancada, você está esperando o que pra seguir adiante? “Simbora” meu povo, ala la ô.... Revista Chiclete Cultural
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Colaboradores
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CAMILA VAYDA
DAFINE MARTINS
KARINA PAMELA
Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes desde a infância ao entrar em contato com o teatro e as artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebra-cabeças, fotografias, seriados e quadrinhos. É a idealizadora da Revista Chiclete Cultual e lidera as matérias em reuniões semanais, além de diagramar todos os conteúdos mensalmente, além disso, realiza cobertura de eventos em vídeos, fotos e textos.
Dafine Martins é estudante de artes e desde pequena se interessa por animês e sobre o oriente de forma geral. Apaixonada por cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar ‘mangaká’ e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.
Karina Pamela é estudante. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.
KARLA CHINCHILA
ANDRÉ BIZORÃO
NATHY SANTOS
Karla Chinchila é estudante e apaixonada por literatura em todos os seus gêneros. Começou a desenvolver gosto pela arte escrita há três anos colocando ideias no papel.
André Bizorão é palhaço, Ator e metido a escritor. Graduado em Artes Cênicas com bacharelado em Teatro. Não sabe se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes na periferia de Guarulhos. Tem como paixão a produção de textos poéticos, dramatúrgicos e histórias infantis, é colecionador de quadrinhos, livros e de piadas. É revisor das matérias da revista, além de escrever, entrevistar e dar pitacos na produção. Editor dos vídeos e o desenvolvedor da página na internet.
Nathy Santos é estudante e apaixonada por artes desde pequena. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e se tornar uma ilustradora.
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Colaboradores
VALÉRIA LIMA Valéria Lima é estudante. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e arte em geral. Pretende seguir sua vida profissional artística e adora ensinar compartilhando o que já sabe.
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o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet
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Gosta de literatura, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete cultural surgiu em 2015 de forma independente com o objetivo de compartilhar conteúdos inéditos e originais no formato de revista digital, trazendo informações, poesias, ilustrações, dicas e muito mais. O projeto se desenvolve a partir de estudos e pesquisa dos colaboradores tornando a revista um veículo de divulgação e difusão cultural. É lançado sempre mensalmente no primeiro final de semana do mês. Ficou curioso? Gostou? Interessou? Então curta a nossa página e se divirta com o passar de folhas da revista, contribua com o projeto compartilhando e divulgando em suas redes sociais.
Equipe do Chiclete Cultural
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A Casa Torta
Por Karla Chinchila
Ah que casa torta! Não volta, não desentorta, sempre torta, e ainda morta, Ah que casa torta! Não entra gente, não entra ar, não entra bicho, Nem a alma entra lá. Ah que casa torta! Por quê dizem que é torta? Porquê sim, Para que desentortar? Porquê sim. Ah que casa torta! Mas agora não importa, o que o lápis fez, a borracha não desentorta.
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POESIA DA CHINCHILA
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O que vai tocar na sua playlist? Por Dafine Martins
Olá meus caros chicleteiros! Então, como vai indo os preparativos para o carnaval? Já está pensando na sua playlist? E quando chega essa época, que estilos vem à mente de vocês? MPB? Axé? O nosso famoso samba? Afinal o que seria do carnaval sem música, essa data festiva precisa delas não é mesmo? Mas que tal nesse ano você dar um toque oriental na sua playlist com algumas músicas asiáticas bem dançantes que eu separei para vocês? K.A.R.D – Oh Nana: essa é uma música que tem uma “vibe” bem gostosa de ouvir e bem dançante, ela narra o diálogo entre uma mulher cansada de relacionamentos superficiais e um homem disposto a fazer tudo por ela, e que realmente deseja um relacionamento sério. A instrumental é bem cativante e o refrão com certeza vai grudar na sua cabeça por um longo tempo. Seventeen – Mansae: assim como os próprios meninos do grupo, mansae é uma música bem alegre. E o *MV é repleto de cores. Essa música fala um pouco de como um garoto tímido começa a se sentir quando se apaixona pela primeira vez, suas inseguranças, seus medos, e o seu enorme desejo de se declarar para a garota amada. E com certeza é impossível ouvir essa música sem ao menos balançar o pé no mesmo ritmo Gaia – Love me Please: dos *girl groups de *T-pop que conheço, posso dizer que o Gaia é o meu favorito, nessa música elas trazem o ponto de vista de uma garota que nunca se apaixonou antes, e deseja conhecer o amor, apesar de se sentir abalada por nunca o ter sentido. Tudo, é claro, acompanhado de uma melodia bem fofa e alegre. Com uma coreografia descomplicada, essa é uma excelente pedida para quem gosta de aprender coreografias de vez em quando e fazer aquele “just dance” improvisado com os amigos. Psy – Gangnamstyle e Daddy: E é lógico que quando o assunto é música para balançar o esque12
leto, não dá para deixar de fora o cantor sul-coreano Psy e o seu famosíssimo hit: “Gangnamstyle” que com certeza você já deve ter ouvido em algum lugar. A música mais recente do cantor se chama Daddy e assim como a anterior, conta com uma batida eletrônica super enérgica e contagiante que com certeza vai te fazer querer dançar e cantar junto com ele. GOT7 – Just Right: e aqui temos uma *boy band que realmente causou em 2015 com o seu hit: “Just Right”, também não era para menos, a música é cativante e vai fazer você se animar a qualquer hora do dia, o clipe é bem produzido e com efeitos especiais muito bons, além de cenários e figurinos bem coloridos. A letra fala sobre como, cada garota é única e bela do jeito que é, que correr atrás de padrões de beleza é algo desnecessário, pois cada garota tem sua beleza única, que fofo né? Block B – H.E.R: Block B é uma máquina de produzir músicas animadas, sem dúvida, e H.E.R definitivamente é a minha favorita, misturando elementos de hip-hop, pop e pop rock, essa música é cheia de auto astral até o último segundo. Essa letra fala um pouco sobre um garoto que encontrou a garota de seus sonhos, uma menina que ele considera uma obra de arte e sobre como ele está disposto a conquistá-la e cuidar dela. Kyary Pamyu Pamyu – PonPonPon: e por que não colocar as crianças para dançar também? Essa cantora japonesa de *J-pop é tão fofinha que parece uma boneca, e essa música não é menos fofa do que a própria cantora. A letra fala sobre não desanimar e sempre seguir em frente, e conta com uma coreografia bem engraçada e divertida, perfeita para dançar com a família toda. Girls’Generation – Party e I Got A Boy: outro grupo que não podia faltar nessa lista é o Girls’Generation na minha opinião quase todas as músicas desse grupo são super animadas e
perfeitas para dançar, mas infelizmente eu não posso pôr a discografia delas aqui (isso é assunto pra outra matéria), então depois de conversar com uma galera k-popper, decidi separar essas duas musicas: Party é uma música bem gostosa de ouvir com uma “vibe” animada no maior estilo “festa com os amigos”, afinal é sobre isso que a música fala, sobre relaxar, curtir o verão, viajar pra algum lugar bacana, é super a cara do carnaval né? I got a boy é um dos grandes sucessos do grupo e mostra a cabeça de uma garota que acabou de encontrar o seu garoto ideal, com uma mistura de hip-hop, pop, e batidas eletrônicas cativantes você vai poder se soltar ao máximo com esse hit sul-coreano. Vamp – Like a Sunshine: das bandas tailandesas que conheço, Vamp é uma das que eu mais gosto, e essa música apesar de não ter uma batida frenética, têm uma “vibe” bem alegre e vai te fazer ficar animado com certeza, talvez até se arrisque a dar umas “dançadas” onde estiver. A letra fala sobre não se deprimir com o término de um relacionamento, por que mesmo que você esteja triste, é sempre bem melhor fazer algo que te anime ao invés de só ficar em casa remoendo esse sentimento ruim.
que te agrade, afinal o oriente é cheio de bandas incríveis e estilos musicais diversos. Aproveitem bem o carnaval e a gente se vê no próximo mês.
MV: MV é a abreviação da palavra em inglês “Music Video” que significa “vídeo de música” Girl Group ou Girl Band: é como são chamados grupos compostos por integrantes femininas J-Pop: é a abreviação para Japanese Pop, e é um termo usado para se referir a música pop japonesa, geralmente voltada para um público mais jovem T-Pop: é o termo usado para se referir a músicas pop vindas da Tailândia, geralmente produzidas pelos ídolos “teen” do país Boy Band ou Boy Group: é o termo usado para grupos compostos por integrantes masculinos.
J Soul Brothers (Sandaime) – R.Y.U.S.E.I: e para fechar a nossa lista com chave de ouro trago aqui a música: R.Y.U.S.E.I da minha boy band de j-pop favorita, o J Soul Brothers, essa música tem um ritmo contagiante e uma batida cativante, além de ter um refrão que não vai sair da sua cabeça tão cedo. É claro que existem muitas outras músicas e se eu pudesse escreveria uma lista quilométrica de ótimas músicas dançantes, mas aí, eu ocuparia grande parte da revista só falando disso, eu adoro escutar e falar sobre músicas, principalmente se forem asiáticas. Espero que vocês gostem dessas músicas citadas e mesmo se tiver alguma que você não gostar, não generalize a banda como sendo ruim ou algo do tipo e dê mais uma chance, procure um pouco mais por que você pode achar alguma música 13
CHICLETE ENTREVISTA Chiclete Cultural Entrevista Carol Pimentel do Ateliê Urbano.
1 - Quem é a Carol Pimentel? Carol é uma menina mulher cheia de anseios, dúvidas, indagações assim como todos os seres humanos que tentam se encontrar. E hoje, nas artes plásticas é onde acabo me achando. 2 - Quais as inspirações para o seu trabalho? São muitas. Acho até difícil saber por onde começar, por que são muitas informações dentro do período histórico quando se estuda as artes plásticas, você vai buscando sempre se identificar com alguns deles. Eu sou apaixonada por Leonardo da Vinci, Monet, Van Gogh, Luiz Waltrick e outros... Atualmente me inspiro em um artista austríaco chamado ‘Voca’, que trouxe um novo seguimento dentro do Realismo Espontâneo que estuda bastante a anatomia, eu também me identifico com o Renascimento e o Impressionismo. 3 - Você já se interessou por outras linguagens artísticas alem das artes plásticas? Há dez anos fiz parte de uma banda só com meninas. Eu tocava percussão e violão, também me encontro dentro da música, mas a minha preferência são as artes plásticas.
“Trabalhar enobrece a alma, quando se faz aquilo que se ama, não é mais trabalho, é um hobbie remunerado...” 14
4 - Como é o seu momento de criação? É confuso, porque eu nunca sei no que vai se transformar. Quando começo uma tela, às vezes faço esboço, outras vezes começo com pesquisas, depende se é uma encomenda ou se, como agora, que eu estou passando por um processo de transformação montando uma exposição, começo com um fundo muito colorido. Eu trabalho com muitas cores, não consigo fazer e fico tímida quando são tons pastéis. Essa exposição que se chama “Cartas ao Leo”, que na verdade poderia ser “para Leo”, são conversas minhas com o Leonardo da Vinci. Como já tenho um processo de pesquisas, sei mais ou menos o que vai sair. Mas quando é encomenda, um retrato ou qualquer outra obra, sei que começa com o fundo colorido, mas não
sei como termina. 5 - Sobre o ateliê, de onde veio essa ideia? A Keite, que é a minha parceira, começou com a ideia e depois veio o Gui. Nós temos esse projeto a mais de um ano, na mente há três, estava trabalhando com uma empresa num segmento que eu detestava e, fazia quase dez anos que eu não pintava. Queria voltar e aquilo estava me deixando muito mal. Ela também estava insatisfeita com o trabalho dela e eu falei: “-Meu, vamos?”, ela pediu que fossemos com calma e depois de dois anos conseguimos. Ela saiu do trabalho e eu fechei a minha empresa e disse: “-Acho que agora é o momento, né?”. Como os dois são cabeleireiros, eu queria fazer um projeto que englobasse tudo e que fosse mais alternativo. Hoje fazemos feiras de brechó, montamos saraus, oficina de artes, tem um barzinho e nós nos reunimos com amigos, então, juntamos tudo que gostamos num lugar só. 6 - Quais são os trabalhos aqui e quem que cuida de cada coisa? O Gui é um cabeleireiro voltado para o atendimento do público masculino, faz barba à navalha, no estilo “vintage” que está na moda, ele traz aquele estilo antigo para a atualidade. A keite atende noivas, faz o dia da noiva, maquiagem, penteado de madrinha, etc. Ela trabalha a mais de 20 anos no ramo da beleza, é ela quem trás a maioria das clientes e eu cuido dos eventos no quintal, convidamos restaurantes para fazer um dia gastronômico, organizemos uma festa junina onde montamos várias barracas, cada uma com a sua especialidade. Fazemos sarau, discotecagem, oficinas de artes e exponho as minhas pinturas. 7 - Como que é o momento de criação dos lanches e porque o nome de artistas? Coloquei nos lanches mais suculentos os nomes dos artistas plásticos que eu mais gosto, preciso con15
CHICLETE ENTREVISTA
fessar que os nomes dos lanches menores são daqueles que tenho menos apreço, mas não deixo de respeitá-los. A ideia do lanche surgiu quando a Keite saiu do trabalho, antes da finalização do projeto, ela ainda atendia em seu apartamento e como eu moro junto, pensei: “-Preciso de alguma coisa para ganhar dinheiro, aproveitar esse sábado com esse entra e sai da mulherada”. Comecei a fazer uns lanches e estava dando super certo. Tinha cliente que pedia para levar hambúrguer congelado para casa. Falei “Ah, vou seguir por ai!”, então já começou no apartamento e eu trouxe para cá. Nós colocamos esses nomes por gostarmos de arte e por combinar com o projeto. 8 - Quais foram as maiores dificuldades? As mesmas de hoje. Estamos tentando atender essa parte social, então, vamos atrás de patrocínio, de verba da prefeitura, de marcas do setor. É difícil manter um projeto cultural só por ele mesmo, tanto é que nós temos várias atividades para se manter. Como temos os eventos com música ao vivo, a vizinhança reclama bastante, então tivemos que dar uma segurada, eu não posso fazer isso todo final de semana, tem que fazer uma vez por mês e, ainda assim, ser contida. Nesse um ano, conhecemos artistas fenomenais da cidade. Eu que tenho um pouco de conhecimento na música, estava afastada e conheci muita gente boa, projetos maravilhosos, então, a grande dificuldade é se manter financeiramente. Os vizinhos nós tentamos organizar, uma conversa daqui, outra dali. Mas o maior problema mesmo não é um problema, e sim, uma dificuldade. Acho que é até pela crise em que o país e todos os setores estão passando, então é normal que isso aconteça com a gente também. 9 - Para você, qual é o significado do seu trabalho? Trabalhar enobrece a alma, quando se faz aquilo que se ama, não é mais trabalho, é um hobbie remunerado. É muito mais prazeroso vir aqui trabalhar de 16
chinelo, com o cabelo desse tamanho, parar a hora que quiser, voltar na hora que quiser, dar uma volta, deitar. No quintal nós montamos um sofá enorme de fora a fora de paletes com almofadonas. Quando nós nos cansamos vamos e deitamos um pouco, ficamos olhando para o céu. O Gui gosta de deitar no sofá para ficar criativo. Então, não tem preço. Por mais que tenhamos dificuldades, é aqui que nós fazemos o que amamos de verdade, com as pessoas que amamos. Claro que tem os seus problemas. Às vezes a gente se "pega no pau, no tapa", mas tudo é resolvido. Nós temos essa liberdade e acho que é mais fácil por estarmos em um ambiente pelo qual somos apaixonados. 10 - Você tem uma meta que pretende alcançar? Eu sou muito sonhadora, sou taurina, quero entrar nesses editais e levar o nome da cidade, existem muitos e eu ando pesquisando todos que são interessantes no ramo das artes plásticas. Já que estamos no sistema capitalista, temos que ganhar dinheiro, ter um trabalho, entrar as oito e sair às seis, todos os dias e também aos sábados. Eu fiquei sufocada e hoje, depois de um ano do ateliê urbano, acabei me perdendo em algumas atividades aqui mesmo, para buscar dinheiro, deixei as artes de lado para fazer outras coisas, até que eu gosto, mas não é a minha principal atividade. O que eu quero é trabalhar com artes! Então o que eu tenho que fazer? Descobrir editais e escrever projetos para esses patrocinadores, falei: “-Vou buscar apoio para manter as finanças tranquilas e poder render mais na área das artes, poder divulgar os meus trabalhos, se eu conseguir vou ser ainda mais grata e feliz”. 11 - Se você pudesse dizer uma palavra que definisse esse tempo que você trabalhou aqui, qual seria? É muito difícil, mas acho que uma só resume tudo: Amadurecimento. Amadureci enquanto mulher e quanto artista. Hoje eu me vejo como artista plás-
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CHICLETE ENTREVISTA
tica. Me formei em 2006, nós estamos em 2017, já fazem 11 anos. Eu fiquei 10 anos, a não ser os quatro anos em que eu trabalhei no circo, então fiquei 6 anos sem produzir absolutamente nada em artes plásticas ou outra linguagem. Entro aqui hoje e me vejo como uma artista plástica e acredito que é só o começo de muita coisa boa. 12 - Qual é o relacionamento de você com o grupo? Na verdade, cada um tem seu espaço. Ninguém trabalha para mim, nós trabalhamos um para o outro e o que tem que ser falado é em reunião, se precisar xingar, a gente se xinga. Eu sou taurina, ela é taurina e ele é o menino mais novo, então toma pau (risos), mas ele é da paz, então ouve e às vezes fica chateado, outras vezes responde, e em outras ele nem liga. Sabe quando você espera a pessoa reagir e ela não fala nada, no final tudo é resolvido. 13 - Como vocês escolheram esse lugar? Foi muito engraçado. Ficamos dois anos com a ideia e eu teimosa procurando muitas casas. Achei várias, íamos visitar e a Keite dizia: “-Não é essa, não é essa!”. Um dia, estava indo busca-la no trabalho para ver outra casa, quando íamos atravessar a rua, um carro veio e bateu no meu: “-Isso ai é um sinal, não vamos fazer nada, vamos continuar cada um com seu trabalho, vamos deixar quieto. É um sinal”. Liguei para o Gui e disse que íamos desistir. Fomos visitar os pais dela, em Caraguá, estava no celular buscando o quê? Casas para alugar! De repente achei essa, mandei um e-mail, mas corretor é bicho ruim de trabalhar, nenhum respondeu, só esse, achei que ia demorar mais pois era domingo, quando cheguei em Guarulhos, tinha um e-mail: “-Pode vir, a chave está disponível até às 17h.”. Vi isso era 15:30, eu estava em Cumbica, liguei para a Keite e disse: “-Tô passando ai, corre, se troca”... Corri, quando cheguei me arrepiei toda, falei: “-É aqui!”, fluiu foi tudo muito gostoso, depois de dois anos pla18
nejando. 14 - Que mensagem você deixa para quem quer seguir um trabalho independente? Tudo é possível! Tem um livro que é comercial, mas a mensagem é real, é "O segredo", que fala sobre a lei da atração, do pensamento, é real quando você quer buscar alguma coisa, se você acreditar e souber exatamente o que quer. Não precisa ser um bom desenhista, mas precisa desenhar isso na cabeça com todos os pontinhos, os rascunhos, e tudo o que você quer. É lógico que não pode deixar de trabalhar, de fazer! Eu quero tal coisa e vou trabalhar por aquilo sem desistir antes que aconteça.
Não conhece o Ateliê Urbano? Endereço: Rua Antonio Molina Garcia, 129 Guarulhos - SP Facebook: Ateliê Urbano https://www.facebook.com/pages/Ateli%C3%AA-Urbano/1665944547018097?fref=ts
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Tiara florida para o carnaval Por Nathy Santos Materiais • • • •
Tiara simples. Flore artificiais. Tesoura. Super cola.
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1° Passo Corte as flores individualmente com cuidado para não cortar no lugar errado!
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2° Passo As flores irão ficar desse jeito cortadas!
3° Passo Passe a super cola na tiara com bastante atenção, ela seca muito rápido e pode grudar seus dedos ou partes erradas, então, cuidado!
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4°Passo
Vá encaixando as flores na cola! 20
Prontinho, você já pode arrasar com estilo próprio!
As coisas simplesmente
acontecem quando vocĂŞ menos espera para lhe ensinar algo.
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Grafite Por Jeniffer Natacha
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Há muito tempo, os muros da cidade grande tem sido um painel para críticas sociais, propagandas, desabafos e meio de expressão, o grafite e a pichação costumam ser confundidos, mas são totalmente diferentes.
micas surgiram ao redor deste movimento artístico, pois enquanto o grafite tinha técnicas e qualidade artística, a pichação era/é considerada por muitos, como poluição visual, grosseria e falta de ética.
Durante a década de 1970 em Nova Iorque e no Brasil, especificamente em São Paulo, surgiu o famoso grafite. Começou com marcas simples e tempos depois, ganhou força com técnicas e desenhos. Muitas polê-
Existem várias gírias e termos caracterizam essa arte urbana: •Grafiteiro/Writter: O artista que pinta; •Bite: Imita o estilo de outro Grafi-
teiro; •Crew: Coletivo de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo; •Tag: Assinatura do Grafiteiro; •Toy: Grafiteiro iniciante; •Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo. Cada grafiteiro tem o seu jeito de demonstrar os trabalhos, seja usando extenso ou latas de spray, vai da habilidade de cada um e a técnica que os deixa mais confortável. Uma dica para iniciantes de plantão é, não grafitar em áreas não autorizadas, pois aí é considerado vandalismo, tenha calma e, ao começar pense no que quer expor e onde, essa arte não precisa ser feita só em muros, podemos usar folhas, camisetas, objetos... Use a criatividade e o bom senso, não ultrapasse seus limites e sempre respeite o espaço dos outros.
Jeniffer Natacha ou simplesmente, Nat! Estudante e apaixonada por Design, artes plásticas e circenses. Escorpiana sincera, decidida, autoconfiante, criativa, inteligente, justa e brincalhona. Apaixonada por animais e por ursos de pelúcias. Seu lema é: lutar para alcançar os objetivos com dignidade, sonhos podem se tornar passageiros mais com foco, o resultado será o sucesso.
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Festa da Carne Por André Bizorão
www.andrebizorao.com O Carnaval é uma festa que dispensa apresentações, todo o começo de ano, a programação da TV Brasileira é tomada por corpos seminus, carros cheios de ‘badulaques’, quilômetros de percussionistas batucando todo o tipo de instrumentos possíveis, um puxador que canta o mesmo samba enredo durante uma hora e muito mais! É um evento que arrasta milhões de pessoas atrás de trios elétricos, blocos e desfiles, porém, o que pouca gente sabe é de onde vem toda essa algazarra que parece liberar as pessoas para fazerem o que quiserem durante os dias do Carnaval. Essa festa é descendente de uma outra, que também, dizem os estudos, deu origem ao Teatro lá na Grécia. Voltando no tempo nós encontraremos o deus romano Baco (de onde surgiu a palavra bacanal), que por sua vez era a versão do deus grego Dioniso, ou Dionísio, o deus do vinho e da festa. As comemorações se estendiam ao longo dos dias e nelas as pessoas podiam libertar o seu lado instintivo e, viver intensamente era a lei durante as festas do deus da “farra”. A história passada de geração
A batalha entre a Quaresma eo Carnaval, óleo em painel por Pieter Bruegel The Younger Reprodução da Internet/Domínio Público
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em geração é de que, um desses festeiros, um sujeito chamado Téspis, subiu em um rochedo e gritou: -EU SOU DIONISO! Pronto, está aí a estória que se conta sobre o primeiro ator se passando por deus, claro que muitos outros antes dele se aventuraram a personificar outros seres, mas esse é o nome que chega até a nossa geração como a pedra de fundação do Teatro Ocidental. Vários paralelos interessantes podem ser feitos com o carnaval atual, primeiro, a sensação de liberdade que possui todos aqueles foliões muito felizes libertando o seu lado irracional, nas festas ao deus grego, já temos relatos e histórias que se assemelham a esse ritual em busca da liberdade física e moral. Outro ponto é o tornar-se outra pessoa, talvez para se sentir protegido por uma máscara ou para viver por alguns momentos a magia teatral de sentir-se como outra pessoa, outro corpo e mente vivendo o fenômeno efêmero do ato teatral. A História do carnaval não para por aí, na Idade Média a Igreja tentou controlar essa manifestação cultural e os seus atos libidinosos,
Johannes Lingelbach Reprodução da Internet/Domínio Público
porém, a festa do povo acaba sendo mais forte do que a doutrinação católica e a festa resistiu, claro que dentro dos limites impostos pela ‘santa’ inquisição, porém, eles permitiam que durante um dia no ano, todos pudessem cometer o pecado de sentirem-se livres para fazer o que quisessem, no diante seguinte teriam a oportunidade de queimar os seus pecados em cinzas e serem perdoados pelos atos carnais. Essa festa tem uma outra característica muito interessante e que remonta há tempos ainda mais antigos, quando escravos e pessoas do povo trocavam de lugares com os reis e assumiam o seu lugar, podiam comer e beber do melhor, morar no castelo por um determinado tempo e até mesmo dormir com a rainha, era uma troca de lugares, porém, depois desses “dias de alegria”, o fanfarrão era morto em praça pública. Essa caricatura do poder também acontecia durante a idade média e era o momento em que o povo podia, através da sátira, esculhambar aqueles que os oprimiam. Talvez por isso, ainda hoje existam figuras como o rei Momo. Já no século XX com a formação dos grandes centros urbanos, o carnaval adquiriu características modernas sem perder a sua essência de festejo popular, blocos de rua e matinês a céu aberto sempre democratizaram o que sempre pertenceu ao povo, ao longo dos anos, o car-
Triunfo de Baco, óleo de Ciro Ferri Reprodução da Internet/Domínio Público
naval foi institucionalizado e preso em prédios públicos ou privados, sambódromos e telas de televisão, e por mais que a essência dessa festa seja popular, sempre aparece um político conservador querendo enfraquecer o movimento, e com a mesma ideia medieval, que parece nunca sair da moda, tentam controlar e cercear essas manifestações populares, mas parece que impedir o povo de festejar é uma missão fadada ao fracasso, então, gostem ou não, o carnaval está aí, na rua, pronto para extravasar as emoções humanas, então, bom carnivale! Essa é parte da História, não tive a pretensão de apresenta-la em sua totalidade, recomendo que, se for do seu interesse, aprofunde a pesquisa começando por esses dois links: Se Liga nessa história – História do Carnaval: https://www.youtube.com/watch?v=rUPK2T_ fsNg&t=0s Brasil Escola – História do Carnaval e sua origens: http://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval.htm
Roma Antiga Saturnais Reprodução da Internet/Domínio Público
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O homem do Baú Por Raphaela Ribeiro Em homenagem à carreira de um dos maiores visionários da TV brasileira, o Museu da Imagem e do Som estreou em 7 de Dezembro a exposição: Silvio Santos vem aí! Lá, nos é contada a trajetória do homem que fez história no rádio, televisão e no meio empresarial. Há mais de 50 anos nascia na Televisão Paulista o apresentador Silvio Santos, nome artístico de Senor Abravanel, um dos rostos mais conhecidos do Brasil que, com simpatia e tino para os negócios soube como poucos criar um Império explorando o potencial dos meios de comunicação em massa. O carismático apresentador que alegra as tardes de domingo de milhões de brasileiros, ingressou nos negócios aos 14 anos de idade como ambulante nas ruas do Rio 26
de Janeiro, aos 18 anos foi convocado pelo Exército, e por isso, teve que abandonar o comércio por um tempo. Seu potencial vocal já havia chamado atenção antes e, isso lhe rendeu um teste na Rádio Guanabara, porém, foi em uma rádio de Niterói que a sua carreira decolou. Das ruas para o rádio, depois para a televisão, o fundador do SBT marcou gerações com seus empreendimentos e hoje podemos compreender melhor o papel de Silvio Santos como o pioneiro de uma geração de comunicadores e, como criador e animador de alguns dos programas mais marcantes e duradouros da TV brasileira. Em “Silvio Santos vem aí!”, exposição concebida pelo MIS que vai de de 7 de Dezembro á 12 de Março de 2017, podemos observar as mudanças tecnológicas
e de linguagem nos meios de comunicação ao longo dos anos. Além de entrarmos em contato com materiais inéditos de seu acervo pessoal. A exposição recria os ambientes dos programas e retoma as memórias que as mais diversas gerações possuem do rádio e da televisão. Com depoimentos, objetos, fotos e vídeos exclusivos podemos mergulhar na história do Homem do Baú. Exposição: 07 Dezembro de 2016 a 12 Março de 2017 11h às 20h (terça a sexta-feira); 10h às 21h (sábados); e 10h às 19h (domingos e feriados). A bilheteria abre uma hora antes da visitação. Terça-feira a entrada é gratuita Quarta a domingo: R$12,00 - inteira R$6,00 - meia
Raphaela Ribeiro, 16 anos, estudante e futura jornalista. 27
chiclete.cultural@gmail.com Chiclete Cultural