Julho / Agosto 2017 - 14ª Edição pág. 10 - CONTINUAR
pág. 12 - O PODER FEMININO NO PALCOS
pág. 14 - A HISTÓRIA POR TRÁS DA “PRINCESA CAVALEIRO“ pág. 18 - CHICLETE ENTREVISTA Entrevista a Atriz e Cineasta Janaina Reis pág. 24 - Sorvete de Negresco
pág. 26 - TATUAGEM
pág. 28 - FOLK-LORE
EXTRA pág. 30 - “Chicletando por São Paulo” de Dafine Martins pág. 34 - “3º Multicultural - Especial Oficinas” por Chiclete Cultural
Editorial Bom Dia, boa tarde ou boa noite! Onde quer que você esteja, com quer que seja e fazendo sabe-se lá o quê... Gostaria de informar que você está diante de um trabalho realizado por muitas mãos e com muito, muito, muito trabalho duro! Isso só é possível por acreditarmos que essa revista informa, diverte, faz refletir e desbravar novos conhecimentos, a nossa motivação é saber que você que está lendo agora, seja um novato ou veterano, possa ter momentos de descontração, além disso, pedimos que colabore com a Revista e com a página compartilhando e marcando seus amigos, no momento não há pagamento melhor para nós!
A Valéria Lima traça um breve panorama histórico sobre as tatuagens. A turma foi chicletar em um tour cultural na Cidade de São Paulo e você confere essas andanças nas páginas á seguir, além disso teve a terceira edição da Chiclete MultiCultural que foi dedicada só à oficinas. A revista está recheada com uma receita de sorvete de Negresco, uma poesia refletindo sobre a “maldição” do mês de Agosto, as poesias da Chinchila e uma super entrevista com a atriz, palhaça, cineasta e pedagoga Janaina Reis, ou seja, essa edição tá imperdível, tá esperando o quê? Vire a página e saboreie cada página com carinho.
Na edição de Agosto você poderá conferir o poder feminino nos palcos japoneses em uma matéria oriental feita pela estudante de artes cênicas Karina Pamela, ainda no Japão, a Dafine Martins nos re-apresenta o mangá e o animê “A princesa e o Cavaleiro” com muitas curiosidades dessa obra prima que já deu as caras até em um gibi famoso aqui do Brasil!
Até a próxima! Revista Chiclete Cultural
5
Colaboradores
6
CAMILA VAYDA
DAFINE MARTINS
KARINA PAMELA
Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes desde a infância ao entrar em contato com o teatro e as artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebra-cabeças, fotografias, seriados e quadrinhos. É a idealizadora da Revista Chiclete Cultual e lidera as matérias em reuniões semanais, além de diagramar todos os conteúdos mensalmente, além disso, realiza cobertura de eventos em vídeos, fotos e textos.
Dafine Martins é estudante de artes e desde pequena se interessa por animês e sobre o oriente de forma geral. Apaixonada por cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar ‘mangaká’ e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.
Karina Pamela é estudante. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.
KARLA CHINCHILA
ANDRÉ BIZORÃO
NATHY SANTOS
Karla Chinchila é estudante e apaixonada por literatura em todos os seus gêneros. Começou a desenvolver gosto pela arte escrita há três anos colocando ideias no papel.
André Bizorão é palhaço, Ator e metido a escritor. Graduado em Artes Cênicas com bacharelado em Teatro. Não sabe se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes na periferia de Guarulhos. Tem como paixão a produção de textos poéticos, dramatúrgicos e histórias infantis, é colecionador de quadrinhos, livros e de piadas. É revisor das matérias da revista, além de escrever, entrevistar e dar pitacos na produção. Editor dos vídeos e o desenvolvedor da página na internet.
Nathy Santos é estudante e apaixonada por artes desde pequena. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e se tornar uma ilustradora.
7
Colaboradores
VALÉRIA LIMA Valéria Lima é estudante. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e arte em geral. Pretende seguir sua vida profissional artística e adora ensinar compartilhando o que já sabe.
8
o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet
C
Gosta de literatura, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete cultural surgiu em 2015 de forma independente com o objetivo de compartilhar conteúdos inéditos e originais no formato de revista digital, trazendo informações, poesias, ilustrações, dicas e muito mais. O projeto se desenvolve a partir de estudos e pesquisa dos colaboradores tornando a revista um veículo de divulgação e difusão cultural. É lançado sempre mensalmente no primeiro final de semana do mês. Ficou curioso? Gostou? Interessou? Então curta a nossa página e se divirta com o passar de folhas da revista, contribua com o projeto compartilhando e divulgando em suas redes sociais.
Equipe do Chiclete Cultural
9
10
Continuar
POESIA DA CHINCHILA
Por Karla Chinchila Hoje dei meus sorrisos mais falsos Que pediam socorro Que estavam trêmulos Hoje mostrei meus olhos mais falsos Que não tinham brilho algum Que não tinham vida Que imploravam a morte do corpo Hoje dei adeus a minha alma Que não aguentava a dor Que estava angustiada Que foi embora sem rancor Hoje meu corpo vaga vazio Com o coração aos pedaços A cabeça machucada E os membros fragilizados Cansados de tanto lutar De tanto cair De tanto tentar Já desistindo de se levantar Quase pedindo pra se acomodar Tranco o resto de esperança E guardo a chave em um pote Escrevo isso pra mim mesma Para continuar a lutar.
11
O poder feminino nos palcos Por Karina Pamela Ilustração Dafine Martins
Na matéria desse mês, irei falar sobre uma companhia teatral que ganhou destaque no Japão, a Takarazuka. Ela é composta somente por mulheres mostrando o talento das atrizes – o que é bastante perceptível. A companhia foi fundada em 1913 pelo Kobayashi Ichizo, na cidade Takarazuka, sua ideia inicial era apresentar musicais, feito por mulheres no estilo ocidental para aumentar as vendas na linha de trem da qual era dono, porém, não eram todas que podiam participar, somente mulheres jovens e solteiras. O que ele não imaginava era que a sua proposta começaria a ganhar tal força pela região que em 1924 a companhia que se tornou popular, conseguiu seu próprio teatro o: ‘Dai Gekijo’, aumentando cada vez mais o público que, atualmente giram em torno de 2,5 milhões de pessoas por ano. Por alguns momentos tentaram inserir homens nas apresentações, mas eles não permaneceram, pois as mulheres não gostavam da ideia e deixavam de lado a proposta. Para muitas pessoas a companhia tornou-se um símbolo feminista e do poder feminino que por muito tempo foi ignorado. Isso ocorreu por que antigamente, desde o século XIX, uma vertente teatral chamado Kabuki trabalhava somente com artistas masculinos. Isso a transformou em uma antítese sendo a única companhia feminina do país até os dias atuais. Para entrar na companhia é necessário participar de uma seleção bastante concorrida no país. Ao entrar na Escola de Música Takarazuka, as meninas ficam por dois anos se preparando. No primeiro ano estudam corpo, voz, dança, música e interpretação e no segundo elas se especializam escolhendo qual tipo de papel deseja fazer, podendo escolher entre Musumeyaku- papeis femininos- e Otokoyaku - papeis masculinos. Na Musumeyaku, as atrizes estudam interpretação, construção do corpo e vocal feminino para as personagens. Já o Otokoyaku estudam as construções corporais e vocais masculinas para os papeis, não tentam igualar, mas deixando-as mais próximas pois, sua intenção é mostrar a imagem do homem na visão 12
das mulheres - sendo bem visível nas que propositalmente são mais fortes com o objetivo de parecer andrógenos. Dentro da Takarazuka há cinco trupes que compõe a companhia são elas: Hana (Flor) conhecida por produzir as melhores Otokoyaku, suas apresentações são com figurinos e cenários chamativos; Tsuki (Lua) trupe mais conhecida por colocar os jovens, adquiriu bastantes características de musicais e uma tendência para os melodramas; Yuki (Neve) é mais conservadora e apresenta dramas tradicionais japoneses. Entretanto foi a primeira a estrear ‘Elisabeth’; Hoshi (Estrela) tem as atrizes mais conhecidas na companhia e tem características semelhantes à trupe Hana; Sora (Cosmos) sendo a mais nova não há uma característica especifica, por ter grandes nomes das outras trupes na sua, ela tende a ser bastante experimental, foi a primeira a apresentar Phantom baseada no Fantasma da Opera e teve grande ajuda do próprio compositor que fez as musicas do espetáculo original. Por último, uma especial que não está inserida junto com as outras, mas tem grande importância, são as Senkas, senhoras que já participaram de alguma trupe e que toda via, desejam permanecer na companhia. A maioria das apresentações da companhia são musicais originais, adaptações de desenhos, animações e musicais da Broadway. Os mais ousados falam que Takarazuka é a Broadway japonesa. Se você ficou interessando em saber mais sobre a interpretação delas, o Youtube disponibiliza trechos de alguns musicais, também tem um canal oficial da companhia o “TakarazukaRevueCompany”. As peças na íntegra são gravadas e vendidas pelo mundo, inclusive no Brasil, isso acontece por que a companhia apresenta só no Japão. Mas nada deve superar a sensação de estar frente a frente com estas grandes atrizes do Oriente, eu fiquei com muita vontade de conhecer, e você? Nos vemos lá.
A História por trás da “Princesa Cavaleiro”
Por Dafine Martins
Olá amigos chicleteiros, vocês aproveitaram as férias de julho? E que tal uma dica de anime para assistir antes, durante ou depois das férias? Se tem uma coisa que eu amo fazer é assistir animes antigos, principalmente os clássicos, e não tem como falar de clássicos dos animes sem falar das obras de Osamu Tezuka, considerado o “pai do mangá moderno” esse mangaká foi o responsável por vários clássicos das animações japonesas, como Astroboy, Kimba: o leão branco e é claro A Princesa e o Cavaleiro. E na matéria desse mês vou contar um pouco mais da estória por trás da obra que se tornou um dos primeiros shoujos de sucesso no Japão, virando uma grande referência para muitas obras posteriores. Para falar dessa história, precisamos voltar no tempo, e conhecer um pouco sobre a companhia teatral Takarazuka Revue, formada em 1913 na cidade de Takarazuka Hyogo, essa companhia ficou muito famosa por ser formada exclusivamente por mulheres, no Takarazuka existiam dois “tipos” de atrizes, as “musumeyaku” que são atrizes especializadas em papeis femininos e as “otokoyaku” que interpretam os papeis masculinos. As atrizes se dividem em grupos chamados de “trupes”, são cinco no total, Hanagumi (trupe Flor), Tsukigumi (trupe Lua), Yukigumi (trupe Neve), Hoshigumi (trupe Estrela) e Soragumi (trupe Cosmos), cada trupe tem características próprias e estilos diferentes o que as torna únicas. Os musicais Takarazuka são super pro-
duções que chegam a atingir um público médio de 2 milhões de espectadores por ano e algumas pessoas chegam a comparar o Takarazuka Revue com a Broadway. Mas aí você me pergunta, tá e aí? Qual a ligação entre uma coisa e outra? Bom acontece que quando Osamu era pequeno sua família se mudou para a cidade onde fica esse teatro e sua mãe se tornou uma grande amiga de atrizes da época, e foi justamente inspirado por essas atrizes que ele criou “A Princesa e o Cavaleiro”, a história se passa no Reino de Prata onde existe uma lei que somente homens podem governar, e é ai que nos é apresentada a princesa Safiri que precisa se fingir de homem para lutar pelo seu reino e ascender ao trono que é seu por direito. Esse mangá teve três séries publicadas e um anime de 52 episódios. A primeira série foi publicada pela Shoujo Club (kodansha) que não existe mais, de janeiro de 1953 a janeiro de 1956. A segunda série, publicada pela revista Nakayoshi (que ainda existe), foi uma continuação da primeira e começou em janeiro de 1958 e terminou em junho de 1959, onde os personagens principais passam a ser os filhos de Safiri, princesa Violetta e príncipe Daisy. Nessa nova saga, Daisy é abandonado em uma floresta, e a então rainha Safiri é aprisionada em uma torre junto com o marido e a filha, no entanto Violetta escapa da torre disfarçando-se de menino e vai em busca do irmão. A terceira série foi uma recontagem da primeira e também foi publicada pela revista Nakayoshi, essa versão teve algumas mudanças no curso 15
da história e substituiu o vilão da história, Satã pela Madame Inferno e também introduziu o pirata Blood. Essa é a versão mais parecida com a animação e teve uma duração maior do que a original, sua publicação começou em janeiro de 1963 e terminou em outubro de 1966. O anime foi exibido originalmente na TV Fuji, de abril de 1967 a abril de 1968. Esse foi um dos primeiros animes shoujo a chegar no Brasil no início da década de
1970 e foi exibido pela Rede Record e posteriormente na TVS. A história e desventuras da princesa Safiri marcou toda uma geração e para alguns se tornou um símbolo das animações japonesas e por isso vale muito a pena assistir, tanto para quem ainda não viu, como para quem já viu e quer relembrar essa época de ouro dos animes na TV brasileira. Aproveitem bem os episódios/mangás e a gente se “fala” na próxima edição!
Curiosidades sobre a obra: E para quem ficou com um “gostinho de quero mais” vou deixar aqui algumas curiosidades sobre esse marco dos animes shoujo. - Em 2008 na final Brasileira do World Cosplay Summit tivemos uma dupla interpretando dois personagens desse anime, no entanto elas ficaram em segundo lugar, a dupla de cosplayers: Alessandra Fernandes e Petra Leão perderam para Gabriel Niemietz Braz e Jéssica Moreira Rocha que estavam interpretando personagens do anime Burst Angel que, além do primeiro lugar no Brasil, também ganharam a final japonesa e, na época garantiram ao Brasil o bicampeonato. Atualmente o nosso país é tricampeão do concurso. - Em 02 de Abril desse ano A Princesa e o Cavaleiro completou 50 anos de existência - Em 1980, no episódio “A máquina do Tempo” do remake de Astroboy, tivemos um crossover nele, Astroboy e o Dr.Black Jack viajam no tempo para salvar/curar a princesa Safiri. - No anime Black Jack (também de Osamu Tezuka), temos a aparição da personagem Safiri sendo assistida pela TV e também referências e homenagens durante outros episódios. - Em 2012 Safiri, junto de Astroboy e Kimba, estiveram na edição de número 43 da Turma da Mônica jovem, ajudando a protagonista e seus amigos a combater atividades ilegais na Amazônia como a biopirataria e o tráfico de madeira. Na CCXP Nordeste 2017 foi lançado mais um crossover, onde a Turma da Mônica viaja para o Reino de Prata para ajudar Safiri e “retribuir o favor”.
16
17
CHICLETE ENTREVISTA Chiclete Cultural Entrevista a Atriz e Cineasta Janaina Reis Fotografia Rafael Vieira 1 – Para você quem é Janaina Reis? Isso é uma pergunta difícil, nunca é fácil se definir em linhas para uma publicação, mas, posso dizer que eu sou uma colecionadora de histórias. Eu sou uma curiosa na vida e gosto de viver experiências novas e desafiadoras, com isso vou me repertoriando de histórias pra contar e construindo novas histórias também. É evidente que isso exige uma certa dose de coragem e desprendimento, mas isso não me faltou até agora, posso dizer também que sou uma pessoa muito incomodada com injustiças, sejam elas de qualquer ordem.
“Aos que resistem, estamos juntos. Aos que se vendem, enterraram sua trajetória, parem enquanto é tempo. “
18
2 – A quanto tempo você é atriz e cineasta? Eu conheci o teatro a dezessete anos atrás, era ainda uma pré-adolescente, mas quando entrei em contato com essa arte soube que era algo que levaria pra vida. Me formei em 2011, e em 2014 fiz um curso de formação cinematográfica onde realmente me aprofundei em questões técnicas ligadas a área, no que pese ser uma admiradora e consumidora dessa arte desde muito tempo, especialmente o cinema brasileiro e o cinema europeu, aí começaram as produções com a Cia. Bueiro Aberto com o curta metragem Entre Máscaras em que atuei e fiz direção de arte e em seguida o Doc. Solidão que dirigi e fiz preparação de elenco. 3 – O que te motivou a trabalhar com isso e por quê? Eu venho de um lugar onde as pessoas não tinham as mesmas oportunidades de voz que muitos tinham em outros lugares, então, percebi que a arte daria voz a anseios e denúncias que tinha pra fazer de onde vim e de quem eu sou, logo me encantei com essa possibilidade e mais
tarde pude vivenciar a experiência de mostrar isso a outras pessoas, que elas também poderiam ter voz dessa forma, evidentemente, sem excluir um processo de luta para ser ouvido, mas que era enfim um lugar possível. 4 – Quando você olha para a Janaina do começo da sua carreira e a de agora qual a maior mudança que você vê? Acredito que quando começamos a fazer algo geralmente não temos muita ideia de por onde podemos caminhar e o que podemos provocar por aí. Vamos nos guiando de uma forma bem experimental por um fazer, queremos produzir até construir, ou tentar construir, uma identidade, acredito que hoje esteja muito mais consciente do que tenho em mãos, seja na atuação ou no cinema, caminho de uma forma mais cuidadosa, mais criteriosa nesses campos pra que eu realmente sinta que estou contemplada no meu fazer e dizendo coisas que eu acredite ser relevante para um debate. 5 – Como é trabalhar com a Cia. Los Xerebas? Estamos juntos a oito anos, enfrentei muitas coisas nesse trabalho, tivemos situações em que me senti exposta por um comentário ou outro, situações em que me vi voto vencido em uma discussão mesmo que eu acreditasse naquele momento estar com a razão. Trabalhar com uma ideia de coletividade nunca é fácil. Mas acredito que este trabalho tenha sido frutífero em muitas coisas, aprender a conviver, a produzir, a experimentar sem compromisso com acerto e isso é fundamental, nós nem sempre vamos acertar e precisamos de um espaço onde possamos ter essa liberdade. Quando olho para trás vejo que 19
foi uma grata experiência e quando olho adiante vejo que esse trabalho ainda tem muitas possibilidades pela frente. 6 – E qual a maior dificuldade que você enfrenta fazendo arte aonde você vive? Bom, a principal dificuldade é sempre a financeira. Ela inviabiliza muitas coisas de serem feitas, uma sede, pesquisas engavetadas, enfim... viver de arte nesse país não é uma tarefa fácil e temos de buscar outros meios que muitas vezes tiram o nosso tempo. A gente resiste em meio a muita crueldade, muito descaso e muitos julgamentos. 7 – Como você enxerga o espaço das mulheres na indústria cinematográfica? Eu não estou na indústria cinematográfica, minha atuação no cinema vem de um cinema marginal, de guerrilha. E diria até que este cinema está a margem do cinema marginal de SP por exemplo. Mas o início do cinema se dá com grandes cineastas mulheres, em algum momento a indústria esmaga isso de forma que hoje vemos grandes cineastas sendo comentados e celebrados mas são na grande maioria homens, não sei dizer por que isso aconteceu, parto da hipótese de que a indústria absorveu os padrões machistas da sociedade que vivemos e, passou a reproduzir isso nos tentando fazer engolir que uma mulher é somente um rosto ou um corpo bonito para uma fotografia de filme, nunca uma diretora, fotógrafa ou produtora, o que não é verdade, então este passou a ser mais um lugar onde precisamos gritar para ser ouvidas. 8 - Existe uma linguagem teatral com a qual você se identifique mais? 20
Eu sempre gostei de fazer de tudo, acredito que o ator não pode se limitar a uma única vertente, eu gosto de atuar e só, esse é meu trabalho. 9 – Para você o que significa ser atriz? Acredito que o ator é o cara que pode dar vida a qualquer personagem, seja ele um dinossauro ou uma pessoa, ele vai estar sempre contando uma história com tudo aquilo que tem de recursos. 10 – Você possui projetos futuros? Sim, hoje tenho muitos projetos na área do cinema que vou contando a vocês em uma próxima oportunidade, mas de agora posso falar do festival do minuto onde entrarei com um curta sobre violência psicológica contra a mulher com a Cia. Bueiro Aberto e convidados e do longa metragem Luz com direção de Marina Pinto e produção da Motirô Filmes em que farei
a direção de elenco, deixo link da nossa campanha para arrecadação de fundos para o filme no Kickante https://www.kickante.com.br/campanhas/longa-metragem-luz, estes filmes contam com uma equipe de direção feminina. 11 – Além do teatro e do cinema, você já pensou em trabalhar com alguma outra linguagem artística? Já pensei na dança, fiz dança cigana por um tempo, mas não foi algo que levei adiante profissionalmente. 12 – Qual a sua visão sobre a cultura em Guarulhos? Guarulhos tem grandes talentos, pessoas muito boas artisticamente. Porém tem governos medíocres em relação a cultura. 13 – E o que você acha que precisa melhorar?
21
Precisamos de políticas públicas, não me atenho as produções, pois as que acompanho são de muita qualidade, mas o poder público municipal, seja de que governo for, precisa entender que eles passam e os artistas ficam. Manter esse estigma de cidade dormitório, política de balcão ou essa mania infeliz de valorizar apenas o que vem de fora precisa ser superado, infelizmente o que vemos é apenas a manutenção de mais do mesmo com algumas pioras como as do governo atual e isso força muitos bons artistas a irem embora ou a ficarem numa marginalidade. 14 - Ser cineasta para você é um adicional para a sua carreira de atriz ou você pretende mudar de ramo futuramente? As duas coisas andam juntas e se influenciam. 15 – Como atriz você tem uma mensagem principal que busca passar para o seu publico? Não sei se mensagem, mas de alguma forma eu tenho resistido e produzido em meio ao caos.
22
16 – O que você tem a dizer para todos os artistas e futuros artistas da nossa cidade? Aos que resistem, estamos juntos. Aos que se vendem, enterraram sua trajetória, parem enquanto é tempo. 17 – E por último, deixe um recado para nossos leitores. Agradeço a equipe pelo convite para a entrevista e parabenizo pelo trabalho! Não deixem de acompanhar as edições porque o pessoal sabe o que tá fazendo, nos encontramos por aí!
Longa Metragem LUZ LUZ é um longa metragem independente, que conta a vida de uma lavadeira e os percalços para superar as… kickante.com.br https://www.kickante.com.br/campanhas/ longa-metragem-luz
Nรฃo dรก para viver sรณ colhendo os louros da tristeza da vida. Karla Chinchila
23
Sorvete de Negresco Por Nathy Santos Materiais Dois pacotes com bolacha "negresco" Uma caixa com creme de leite Uma caixa com leite condensado
24
1
2
1° Passo Separe a bolacha do recheio em dois recipientes.
2° Passo Bata no liquidificador a bolacha sem o recheio até virar farelo.
3
4
3° Passo Coloque o leite condensado e vá misturando.
4° Passo Em outro recipiente bata o creme de leite com a bolacha e o leite condensado.
51
6
5° Passo Vá batendo até ficar na consistência da imagem.
6° Passo Em outro recipiente misture com o recheio da bolacha e leve ao congelador por 4 horas.
7
7° Passo Agora saboreie o seu sorvete! 25
26
Tatuagem Por Valéria Lima
Fala chicleteiros! Como já vimos no título dessa matéria, vamos falar sobre histórias contadas na pele, as queridas tatuagens. Quem aí não conhece pelo menos uma pessoa que tenha uma? Por menor que seja? As tatuagens estão ficando cada vez mais populares, que tal voltar um pouco no tempo e saber mais sobre elas? Tatuagem é uma figura permanente fixada no corpo através da penetração de pigmento sob a pele. Estima-se que as tatuagens surgiram entre 4.000 á 2.000 a.C no Egito e tinha como intuito diferenciar as tribos. No ano de 1991 foi encontrado um corpo congelado há cerca de 5000 mil anos, por conta do congelamento o cadáver se manteve conservado e nele foi encontrado aproximadamente 57 marcas de tatuagens, há quem deduza que nesta época os traços eram feitos com cortes na pele para formar cicatriz e nos cortes eram aplicados os pigmentos (podiam ser eles carvão, frutas, nozes e conchas). Como todo processo de evolução, as tattoos (nome usado nos Estados Unidos), também tiveram a sua até chegarem aos dias atuais e durante essa processo não deve ter sido nada fácil para quem se tatuou. Existem muitos lugares que ainda as descriminam como por exemplo na Coréia do Sul e Norte, Sri Lanka, Turquia, Irã Japão e o Vietnã. Mas, e no Brasil? O que se conta sobre as tatuagens? Não é possível apontar quem as trouxe para cá, pois em nossas terras elas já eram presentes entre os índios de diversas tribos, porém ainda feitas de forma rústica. Foi apenas em 1959 que desembarcou o marinheiro Knud Harald Lykke Gregerse conhecido como Tattoo Lucky no porto de Santos, trazendo consigo a primeira máquina elétrica de tatuagem para
o nosso País, mas a princípio, o trabalho do dinamarquês não era bem visto pois, socialmente quem era tatuado na época era tachado como marginal (inclusive por ser motivo para se envergonhar) e, na segunda Guerra mundial, as tatuagens eram usadas como marcação em prisioneiros judeus. Nos anos 70 as tattoos ganharam mais expressividade, porém, só se expandiu mesmo nos anos 90, e junto dessa expansão, em 1990 houve a primeira convenção de tatuagem no Brasil, daí pra frente o preconceito diminuiu um pouco até chegarmos nos tempos atuais em que é tendência e de muita aceitação entre a população, claro que ainda não é aceito por 100% das pessoas inclusive por questões religiosas mas, quem sabe com o tempo isso não muda, é como diz a frase "se meu corpo é minha casa, eu decido se pinto ou não as paredes" E vocês Chicleteiros? Tem alguma tatuagem ou tem vontade de fazer? Qual sua opinião a respeito? Fica aí a reflexão.
27
FOLK-LORE
Por André Bizorão
www.andrebizorao.com
28
Caro estimado leitor estamos no mês de Agosto E não posso me esquecer A ferida presente no rosto De todo povo brasileiro Que aguenta sendo guerreiro Se arrastando pelo esgoto
Então fazem chacota Com a nossa tradição Representam como bobagem Na mídia e na Televisão E ainda vão dizer pra mim Pr´eu gosto de "Relóuin" Costumes de outra nação
Todo mundo repetindo Que esse mês é desgraçado E só acontece coisa ruim Todo dia é mal falado Isso é falta do conhecimento de um grande acontecimento que em agosto é datado
Mas, sem ser ufanista Eu aqui faço protesto Sem saber o nosso povo Engole um rango indigesto Pois o terreno pra maldade É um Brasil sem identidade Pra esse papel não me presto
Dia vinte-e-dois do oito É do folclore é dia Mas o povo nem dá bola Finge que não sabia Mas veja como importa Da cabeça abrir as porta Pr´essa crucial sabedoria
Enquanto ignoramos As coisas desse Brasil Muitos aproveitadores Põe pólvora no barril Pros gringos tudo vender Até a alma corromper Jogando-nos num canil
O saber de todo um povo Folk-lore isso quer dizer Mas o que a gente sabe Querem nos ver esquecer Pois o povo quando é sábido Pode até sê intrometido Lá nas rodas do poder
Eu defendo o que é nosso Recontando as estórias Que um dia me contaram Foi nascendo minha história E se assim o que é do povo Eu protejo e promovo Ponho fim à toda escória.
29
Chicletando por São Paulo Por Dafine Martins Fotografia Chiclete Cultural Fala chicleteiros, como foram as férias de vocês? As nossas foram muito bem e no clima gostoso das férias o que não pôde faltar é uma boa diversão, não é? Um passeio com os amigos, uma viagem com a família, esses momentos que tornam essa época ainda melhor. Nós da Chiclete Cultural também aproveitamos para dar um passeio por São Paulo e nessa matéria vamos contar um pouco sobre esse “rolezinho cultural” e também deixar algumas dicas de passeio para vocês se divertirem ainda mais nessas férias. 30
Então preparem suas mochilas e venham com a gente! Nosso passeio começou pelo Memorial da América Latina, onde todos nós voltamos a nossa época de infância com a exposição: Rá-Tim-Bum, O Castelo. Tivemos a oportunidade de saber mais sobre esse programa que marcou a infância de muita gente, vimos figurinos, partes do cenário, os croquis originais de cada figurino, o processo de caracterização dos personagens, tivemos até a oportunidade de visitar os quartos da Morgana e do
Nino, com certeza uma experiência maravilhosa pela estória desse programa televisivo que ficou eternizado em nos nossos corações. A exposição vai até o dia 30 de Setembro, então não perca essa oportunidade, para mais informações acesse o site: http://www.ratimbumocastelo.com.br
que estava acontecendo lá na Paulista. E depois de tanta coisa legal, nosso ‘tour’ terminou no Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) lá, nos encantamos com as exposições: “Envolvimentos”: um conjunto de vinte e sete obras da pintora Wanda Pimentel (Rio de Janeiro, 1943), e também: “Quem tem medo de Teresinha Soares?” que reúne mais de sessenta obras da Teresinha Soares, produzidas entre 1966 e 1973 no auge de sua carreira. O museu fica na Avenida Paulista e tem entrada gratuita as terças–feiras para mais informações visite o site: http://masp. art.br/masp2010/ Esse foi o nosso “rolezinho cultural” por São Paulo, essa cidade enorme que tem tanta coisa legal para nos mostrar, que fica até difícil escolher um único destino, não é mesmo? Espero que vocês tenham gostado e não deixem de dar uma olhadinha nas nossas redes sociais para ver mais desse passeio super bacana e até a próxima edição.
Depois de toda essa nostalgia demos um pulinho na Livraria Cultura, e demos umas “fuçadas” em suas prateleiras, e olhamos muita coisa. A livraria fica na Avenida Paulista, e vale muito à pena passar lá e se encantar com sua enorme variedade de livros para todas as idades e gostos. E como São Paulo tem muita coisa para mostrar, nosso passeio ainda não terminou, também tivemos a chance de nos encantar com uma apresentação de música 31
3º Multicultural - Especial Oficinas Por Chiclete Cultural Fotografia Carol Vayda Fala chicleteiros! Hoje vamos tratar sobre o nosso evento promovido no dia 1 de Julho, o 3° Chiclete Multicultural – Edição Oficinas que, aconteceu na livraria Nobel e contou com a presença de 9 oficineiros divididos em dois horários, as primeiras aconteceram das 14:30 às 16:30 e as outras das 17:00 as 19:00. O cine clube rolou direto do começo ao fim do evento. Ficou curioso pra saber quais foram as oficinas e o que rolou por lá? Confira a seguir: Brinquedo Cênico A primeira oficina desta sala foi a “Criando e Brincando” com orientação da Cida Vayda, que estimulou a criação de brinquedos a partir de materiais recicláveis. O
34
público alvo eram crianças, porém vários adultos se inscreveram, o que resultou em uma sala parcialmente equilibrada. No inicio da oficina a Cida mostrou informações importantes sobre o mundo e qual a influência do lixo no meio ambiente. Todas estas informações deixaram o público surpreso com o resultado. E por último, nos deu alguns exemplos de brinquedos que poderiam ser feitos a partir de materiais recicláveis. A criatividade dos participantes foi além do que nós (a produção) imaginávamos e do que foi proposto. Criaram um cofrinho com ninho de cobra, jogo da velha invertido, uma carroça linda, entre tantos outros brinquedos incríveis em um ambiente leve e descontraído. Já no segundo bloco foi a oficina “Teatro para quem nunca fez teatro” orientada por André Bizorão. Foi proposto criarmos um personagem e nos apresentarmos como ele: falando o nome, a idade e o que faz... Em seguida o oficineiro nos situou sobre o que é teatro e quais são os principais componentes. Na oficina fizemos exercícios que trabalhavam bastante percepção, concentração, coletividades, criatividade e imaginação. Produzimos uma cena improvisada a partir de um texto aberto, onde as cenas montadas foram completamente diferentes uma das outras sendo bem engraçadas. E por fim, um debate sobre a sensação de terem feito teatro com as respostas sendo bem recebidas e acolhidas. Nas duas oficinas as pessoas puderam se divertir bastante e trabalharam muito saindo de lá renovados.
Chiclete Artístico A oficina: “Conhecendo materiais para desenho e pintura”, sob orientação do oficineiro Rafilds Marques, nos mostrou o surgimento dos materiais de pinturas e de desenho. Em seguida vimos a evoluções dos materiais desde os mais simples até os mais complexos. Tivemos contato com uma diversidade que muitos dos presentes nem faziam ideia da existência. Dentre os materiais citados: lápis de diferentes cores e tamanhos, borracha escolar que você pode modelar para apagar (Limpa tipo), marcadores de cores fluorescentes e chamativas, lápis de desenho com diversas espessuras e texturas, entre outros. Ao mesmo tempo que mostrava os slides, foi mostrando ao vivo os materiais que tinha e nos deixou experimentar com desenhos em uma folha. O mais legal era que a faixa etária das pessoas era variada,
desde iniciantes até experientes em pintura, mesmo assim, todos ficaram atentos ao que era apresentado e perguntavam sobre certos materiais. No final da oficina vimos alguns livros de arte, onde cada artista tinha a sua técnica voltada ao material que ele trouxe para exemplificar a utilidade. Na oficina “ilustração e processos criativos” orientada por Fernando Kao, nos mostrou vários passos essenciais para ser criativo em nossos projetos. Com a técnica Disney, desenvolvida pelo estúdios Walt Disney, mostrou como são feitos os personagens da Disney. Com três passos conhecidos: sonhador, realista e crítico. O sonhador é o que deseja criar, e para isso precisa ter desenhos ou ilustrações de referência, no segundo passo temos o projeto criado, onde a cor é muito importante para definir o seu significado e, por último temos que ver se o projeto criado tem
a ver com o que foi pensado e se a ideia é realmente boa. Por fim Fernando mostrou todos os seus trabalhos, como ele produziu e qual foi a maior dificuldade de desenvolver suas ilustrações. Chiclete Artístico ll No primeiro horário tivemos o Gabriel Sau, com uma palestra sobre Mangás e suas demografias, ele explicou como funcionam as revistas de mangás japonesas e as características de cada uma, falou um pouco sobre o mercado brasileiro de animes e mangás e ao final da oficina tivemos um bate papo sobre os mangás dessa temporada, trocamos algumas ideias e também recomendações de alguns títulos que estão em publicação que vale apena acompanhar. A oficina do segundo horário foi com a blogueira Carolina Vayda, que nos ensinou a tirar fotos incríveis com a câmera do celular utilizando alguns truques e ferramentas como as grades, o foco, ângulo e ambientação, além disso, os participantes receberam dicas de iluminação. Ela também orientou a melhor forma para iniciantes editarem fotos pelo aplicativo do instagram e vimos algumas de suas fotografias.
36
Chiclete Poético Na primeira oficina “Construindo a po-
esia: passo a passo da estrutura poética” dirigida por Cido Cruz, tivemos a oportunidade de entender e aprender o passo a passo da montagem de uma poesia, além de uma boa conversa, uma poesia foi produzida com todos os participantes. Foi um momento único estar com pessoas desconhecidas e produzir poesias se deliciando com um momento simples, mas tão especial, o de colocar pensamentos, opiniões e sentimentos de várias pessoas em uma só poesia. Veja o resultado da construção coletiva na página 38. Na segunda oficina coordenada por César Magalhães Borges pudemos saber mais sobre o Hai-kai, que somente aqui no Brasil é chamado dessa forma, já que em outros países esse é chamado de Hai-Ku. Conversamos sobre essa forma poética e junto com o grupo fomos desvendar sobre o que cada Hai-kai quer nós falar, pois mesmo em três linhas eles podem nos mostrar grandes lições, foi ótimo ver todo o grupo bem dedicado com a montagem dos Hai-kais individuais, e com a ajuda do oficineiro que aconselhava cada Hai-kai e com mente aberta podemos nos entregar ao desafio de dizer um sentimento ou ensinamento em apenas três linhas.
Na segunda oficina coordenada por César Magalhães Borges pudemos saber mais sobre o Hai-kai, que somente aqui no Brasil é chamado dessa forma, já que em outros países esse é chamado de Hai-Ku. Conversamos sobre essa forma poética e junto com o grupo fomos desvendar sobre o que cada Hai-kai quer nós falar, pois mesmo em três linhas eles podem nos mostrar grandes lições, foi ótimo ver todo o grupo bem dedicado com a montagem dos Hai-kais individuais, e com a ajuda do oficineiro que aconselhava cada Hai-kai e com mente aberta podemos nos entregar ao desafio de dizer um sentimento ou ensinamento em apenas três linhas. Os Hai-kais produzidos pela Karla Chinchila na oficina estão disponivéis na página 38. Cine Chiclete No nosso Cine chiclete contamos com a presença Edson Murata representando o Cine Clube Incinerante a frente da atividade, que trouxe para o nosso 3° Chiclete multicultural 7 (sete) curtas guarulhenses: • Crise(2017) / Direção: Daniel Neves e Renato Queiroz (companhia bueiro aberto). • Doc. Solidão (2017) / Direção: Janaína Reis (Companhia bueiro aberto). • Elevador / um filme de Cauê Lira, Diogo Gomes, Jimmy Andrade e Lucas Fraga (ID CINE e crítica filmes). • Nas escuras / Direção: Wesley Gabriel (coletivo kinoférico) • O orgulho da nação / Direção: Rafael Loureiro (polissemia) • Paralelas / Um filme de Renata Moraes, Maitê Turetta, Fabiola Andrade, Laura Peres, Mayume Otake (salaB) • Pinos Mágicos atacam / Direção: Moisés Pantolfi. Após a exibição dos curtas passamos
para uma roda de conversa, de início cada pessoa se apresentou, contamos inclusive com a presença de alguns atores, diretos e envolvidos nos curtas. Após as apresentações conversamos sobre o que assistimos, tiramos dúvidas, batemos um papo bem descontraído. Para fechar com chave de ouro, fizermos um sorteio com todos os participantes, tendo como ganhadora a diretora do Doc. Solidão Janaína Reis. Esses foram os registros das oficinas que rolaram durante o terceiro Chiclete MultiCultural. O que acharam? Se você não pôde ir, não fique triste, em breve teremos novos eventos e contamos com a presença de toda a galera que gosta de arte, cultura e busca sempre por novos conhecimentos.
37
Por trás do muro Nesta tarde encantadora Aonde o desafio é a poesia Olhamos pela janela escura Imaginamos o que há por trás do muro Amor, infância, política, Dengue, chikungunya, Zika, Hospitais, escolas, prefeituras, Vão estruturando a poesia. A igualdade está entre nós? E por trás do Muro há a esperança? Será que terei direito a minha infância? Ou elas serão meras lembranças? A resposta vem à tona A humanidade tem que mudar Busquemos então na poesia Um pouco de amor a cada dia.
Esses hai-kais foram produzidos pela Karla Chinchila na oficina: Janela escura, Fecha-se aos olhos, Colírios pingam a clarear. Flores de inverno, Não existem, Para sóbrios da vida. A lua, de sete dias do mês, sorri no céu... 38
chiclete.cultural@gmail.com Chiclete Cultural