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Novembro / Dezembro 2016 - 9ª Edição pág. 10 - POESIA DA CHINCHILA Tristeza... pág. 12 - MARACATU
pág. 14 - RIDÍCULO?... Talvez não.
pág. 16 - CHICLETE ENTREVISTA Entrevista Alessandra Araújo: Dubladora e Diretora de dublagem. pág. 18 - BANDANA
pág. 20 - ÁGUAS DE MARIANA
pág. 24 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL “Histórias em imagens” de Livia Brazil. pág. 28 - EXTRA “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar.” de Raphaela Ribeiro. pág. 30 - Chiclete na Pixel Show pág. 34 - ESPECIAL “ANIME GUARULHOS FESTIVAL” pág. 38 - Chinchila no AGF pág. 40 - Um rolezinho no AGF pág. 42 - Cosplay pág. 44 - Tutorial Billy dos Jogos Mortais pág. 46 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL “As capas do Kao” de Fernando Kao
Colaboradores
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CAMILA VAYDA
DAFINE MARTINS
KARINA PAMELA
Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes desde a infância ao entrar em contato com o teatro e as artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebra-cabeças, fotografias, seriados e quadrinhos. É a idealizadora da Revista Chiclete Cultual e lidera as matérias em reuniões semanais, além de diagramar todos os conteúdos mensalmente, além disso, realiza cobertura de eventos em vídeos, fotos e textos.
Dafine Martins é estudante de artes e desde pequena se interessa por animês e sobre o oriente de forma geral. Apaixonada por cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar ‘mangaká’ e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.
Karina Pamela é estudante. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.
KARLA CHINCHILA
ANDRÉ BIZORÃO
NATHY SANTOS
Karla Chinchila é estudante e apaixonada por literatura em todos os seus gêneros. Começou a desenvolver gosto pela arte escrita há três anos colocando ideias no papel.
André Bizorão é palhaço, Ator e metido a escritor. Graduado em Artes Cênicas com bacharelado em Teatro. Não sabe se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes na periferia de Guarulhos. Tem como paixão a produção de textos poéticos, dramatúrgicos e histórias infantis, é colecionador de quadrinhos, livros e de piadas. É revisor das matérias da revista, além de escrever, entrevistar e dar pitacos na produção. Editor dos vídeos e o desenvolvedor da página na internet.
Nathy Santos é estudante e apaixonada por artes desde pequena. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e se tornar uma ilustradora.
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Colaboradores
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VALÉRIA LIMA
CIDO CRUZ
Valéria Lima é estudante. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e arte em geral. Pretende seguir sua vida profissional artística e adora ensinar compartilhando o que já sabe.
Cido Cruz é poeta e mediador de leitura. Graduado em Letras na Universidade de Guarulhos. Já atuou como Professor voluntário do pré vestibular Educafro e Escola da Família nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa. Se interessa por boas conversas que transitem entre a simplicidade e a complexidade da vida e todas as suas contradições. Parceiro da revista, colabora na revisão dos textos e nos contatos com artistas, novos parceiros e espaços em que o Chiclete intervém com saraus e atividades culturais.
o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet
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Gosta de literatura, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete cultural surgiu em 2015 de forma independente com o objetivo de compartilhar conteúdos inéditos e originais no formato de revista digital, trazendo informações, poesias, ilustrações, dicas e muito mais. O projeto se desenvolve a partir de estudos e pesquisa dos colaboradores tornando a revista um veículo de divulgação e difusão cultural. É lançado sempre mensalmente no primeiro final de semana do mês. Ficou curioso? Gostou? Interessou? Então curta a nossa página e se divirta com o passar de folhas da revista, contribua com o projeto compartilhando e divulgando em suas redes sociais.
Equipe do Chiclete Cultural
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POESIA DA CHINCHILA Tristeza...
Por Karla Chinchila As lágrimas que você derruba... De quem são? Pra quem são? Porque caem? As lágrimas que você derruba... Me machucam profundamente, Tal como a perda de um filho, Tal como ser traído, Tal como farpas atiradas em mim... As lágrimas que você derruba... Será que alguém as vê? Será que só eu percebo? Ninguém mais as enxerga As lágrimas que você derruba... Já não caem mais, Porém ninguém mais te vê... Ninguém mais te ouve... Sua pele quente... Agora está gélida... As lágrimas que eu derrubo...
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MARACATU Por Karina Pamela Ilustração Dafine Martins Maracatu é uma dança, um ritual, uma manifestação da cultura popular brasileira do estado de Pernambuco. Ela se originou com a vinda dos africanos no século XVIII com os colonizadores. O maracatu tem grande influência da religiões africanas misturando essa cultura com a indígena e a europeia. Maracatu, também conhecido como Baque virado, tem dois tipos de celebrações: O maracatu Nação que é mais popular em Recife e o maracatu rural mais festejado em Nazaré da mata. O maracatu nação surgiu no período escravocrata do século XVII ao XVIII na coroação dos reis do Congo pelos colonizadores. Por muito tempo o maracatu foi um movimento de manifestação, após o fim da escravidão se tornou uma dança popular brasileira. Já o maracatu Rural nasceu nos canaviais inspirada pelo som das canas batendo. É uma brincadeira que acontece todos anos em fevereiro sendo passada de geração em geração. Os figurinos são cheios de cores e brilho, com lantejoulas e miçangas e outros adereços, muitos deles são feitos artesanalmente meses antes das apresentações por quem irá usar. O Maracatu é representado em desfiles carnavalescos, tanto Nação quanto Rural, com uma corte contendo os catitas, omitiu, burra, Lambaio, Cabloco, Rei Ama, baianas, reis, rainhas, damas, os indígenas, entre outros. A diferença entre o Nação e o Rural é que o Nação é comemorado em pontos turísticos como Recife e Olinda. Já o rural é mais conservador, permanecendo a sua origem nos canaviais. Ele é comemorado mais no interior do estado como em Nazaré da Mata. Algumas partes do desfile são coreografadas assim como o grupo das baianas realizando movimentos com os membros superiores. Falando nelas, antigamente o Maracatu era composto só por homens, logo eles se fantasiavam de mulheres para representar as baianas. Mas isso mudou na década de 70 quando as mulheres começaram a participar dessa brincadeira. Quando a apresentação é desfilada, a parte do corpo mais ativa são os braços, com movimento ágil e intenso, abrindo e fechando-os. Quando não estão carregando algum acessório. Nas apresentações de dança se utilizam as partes altas e médias. No Maracatu, a todo momento a dança está em plano médio. Os membros inferiores são usados para permanecer no ritmo da música e para ajudar na mudança de um plano para outro. No plano alto usa-se o centro, os membros superiores e inferiores. No plano médio e baixo, o mais utilizado é o centro (abdômen), que estando ativo mantém o equilíbrio. Para muitos, o Maracatu é uma brincadeira que não tem idade. Maracatu é dança de índio, de branco e de Negro, que revela a identidade de um povo. Gente que aprendeu a ser forte em meio a tanta dificuldade. E é a partir dessa brincadeira que se revela e se reafirma a nossa enorme vocação para festejar. 13
Ridículo?... Talvez não.
Texto e Ilustração: Dafine Martins Olá meus amigos chicleteros como vão vocês? Esse mês eu vou falar um pouco mais sobre a peculiar, super fofa e colorida moda japonesa, lembram das lolitas? Se vocês se interessaram por elas, com certeza vão amar conhecer mais sobre a moda que engloba vários estilos como aquele. Quando se fala em vestimentas japonesas o que geralmente o que vem à mente das pessoas é a imagem das gueixas com seus quimonos perfeitos de seda e a sua maquiagem elegante, ou então, as pessoas comentam sobre as colegiais e seus uniformes clássicos de “marinheiro”, mas não é bem assim que os jovens vêem a moda na terra do sol nascente. Não se sabe bem ao certo como ou quando essa moda colorida e extravagante começou, mas algumas pessoas dizem que foi durante o período da segunda guerra mundial quando os soldados americanos começaram a ocupar o Japão, os jovens começaram a aderir às roupas ocidentais, porém as usavam de um “jeito japonês”. O que se sabe com certeza é que a moda alternativa japonesa é um verdadeiro espetáculo de cores e criatividade. E quando o assunto é moda, é impossível deixar de citar as regiões de Harajuku, Shibuya, Shinjuku e Akihabara onde se concentram a maioria desses jovens, sendo Harajuku, o ponto de encontro mais famoso entre eles. Por lá circulam diariamente milhares de jovens japoneses que colorem as ruas do bairro com os mais diversos estilos, cada detalhe da roupa é planejado com cuidado para transmitir algum sentimento ou mensagem, os cabelos extravagantes e unhas trabalhadas mais parecem obras de arte, tudo isso muitas vezes reflete a infância da pessoa ou a sua própria essência, muitos até buscam inspiração 14
nas animações japonesas, para outros essa é uma maneira de escapar dos padrões rígidos da sociedade japonesa e se libertar podendo mostrar quem realmente são e ser o que querem. O que para muitos ocidentais beira o ridículo, para os japoneses é uma forma de expressão através das roupas, não importa se o estilo é Lolita, Decora, Dolly Kei ou Seifuku kei, o importante para eles é se sentir bem consigo e com as suas roupas. É claro que também existem aqueles que preferem usar roupas mais discretas, mas não podemos negar que a ousadia desses jovens que circulam por essas cidades citadas e por tantas outras partes do país, é algo admirável. Ver pensamentos, lembranças e sentimentos transformados em roupas é algo que envolve muito mais do que cores e criatividade, envolve certa magia desde as elegantes Lolitas até as cores vibrantes e acessórios exagerados do Decora. É realmente um espetáculo para os olhos! Vamos conhecer um pouco mais sobre esses estilos? É claro que existem muitos estilos de moda urbana no Japão, mas vamos conhecer alguns citados nesta matéria. Decora: o nome decora vem do inglês “decoration”, que significa decoração, esse é um estilo que surgiu nos anos 90, nele as roupas não seguem um padrão, você pode usar algo colorido ou optar por tons pastéis e então é só ir adicionando muitos, muitos acessórios, do cabelo as roupas, coisas como colares, brincos, pulseiras, presilhas, bottons, broches, enfim, nesse estilo não há limites para a sua criatividade.
Dolly Kei: Esse é um estilo que surgiu por volta de 2010, tendo um aspecto de “brechó velho”, é cheio de referências vintage e de filmes de fantasia, brinca com a sobreposição de peças pesadas como couro e camurça com roupas típicas folk, muitos bordados, roupas com um ar cigano e muitas peles, uma mistura bem peculiar e muito atrativa que nos remete ao clima europeu rústico que os adeptos do estilo souberam harmonizar muito bem, embora o dolly kei se pareça muito com o Mori Girl (e ambos brinquem com sobreposições de diversas camadas e texturas), a principal diferença entre eles é que o dolly kei se inspira principalmente na cultura Européia Oriental, enquanto o mori girl tem como inspiração a estética escandinava.
formes escolares japoneses, ele surgiu quando muitos estudantes não achavam seus uniformes bonitos e sentiam vontade de deixá-los mais “interessantes”, o seifuku kei também é bastante usado por ex-estudantes que sentem saudades da época de escola.
Seifuku Kei: o Seifuku kei é um estilo que busca dar aquele “Up!” nos tradicionais uni-
Ridículo? Talvez não. 15
CHICLETE ENTREVISTA O Chiclete Cultural entrevista Alessandra Araújo: Dubladora e Diretora de dublagem.
01 - O que despertou seu interesse pela dublagem e como foi o seu inicio na profissão? Eu trabalhava numa agência de propaganda chamada Denison e recebia muitos elogios pelo meu timbre de voz. Decidi, então, fazer um curso de locução que o SENAC havia começado, recentemente. O ano era 1987. No próprio curso fui escolhida para ser locutora na recém inaugurada radio Alpha FM. Depois disso, fui me interessando por dublagem e por artes cênicas. Comecei a frequentar os estúdios da BKS, Álamo e antiga SC. Aos pouco, comecei a dublar. 02 - Quais foram as principais mudanças na dublagem desde quando você começou? Tudo mudou muito. A principal mudança foi a chegada do software Pro-tools. Facilitou muito a dublagem, porque tem inúmeros recursos para ajudar no sincronismo e agilizar o processo.
...A nossa criatividade e a alegria do nosso povo se transformam em talento. Somos elogiados no mundo inteiro!
03 - Hoje a dublagem é vista como uma profissão e até mesmo alcançou seu patamar devido como arte, ser um dublador nos dias atuais é melhor do que há tempos atrás? Ser dublador sempre foi bom, ontem e hoje. É uma arte linda, meio que anônima, mas muito prazerosa! Nessa profissão não há rotina. Cada personagem, cada filme, cada desenho e série tem alguma particularidade. E todos são muito legais de dublar! 04 - A dublagem brasileira é dita como uma das melhores do mundo, o que você acha disso? O brasileiro, em geral, é muito talentoso! Temos ótimos cantores e compositores. Excelentes atores, também! A nossa criatividade e a alegria do nosso povo se transformam em talento. Somos elogiados no mundo inteiro! 05 - Existem dublagens ruins e dublagens boas? Como tudo na vida! A dublagem não é exceção. Mas o público sabe escolher e costuma não assistir
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aos filmes que estão mal dublados. Espero que continuem assim: escolhendo sempre o melhor! 06 - Como os dubladores encaram as fan-dublagens caseiras? Os fãs são sempre muito bem-vindos, porque através deles nos tornamos conhecidos e temos nosso trabalho valorizado. Não vemos problema algum em fazerem suas dublagens caseiras. Se gostam do nosso trabalho e até tentam imitar o que fazemos de melhor, por que não?! 07 - Como é ser uma diretora de dublagem e quais as dificuldades que essa função exige? O diretor de dublagem é a pessoa que assiste ao filme, orienta o sincronismo e a interpretação dos atores de dublagem e também escala as vozes que farão parte da obra. Seja filme, desenho, série, reality show, documentário. É uma função de muita responsabilidade. Além de ter conhecimento para orientar o elenco, o diretor tem que ser uma pessoa culta, informada, sensível e quase um psicólogo, porque terá de lidar com os dubladores e entender os processos de cada um.
que de colombiana e é muito engraçada e divertida! Gosto também de fazer a fada Urtiga no desenho da Princesinha Sofia e a gorila Glória do desenho Doutora Brinquedos. 10 - Onde os leitores da Chiclete podem saber mais sobre dublagem e sobre o seu trabalho? Para saber mais sobre meus trabalhos, é só acessar minha página no Facebook: https://www.facebook.com/Alessandra-Araújo-128024480606653 Inclusive tem alguns vídeos com meus trabalhos e fotos de algumas das atrizes que eu já dublei. Sobre dublagem em geral, recomendo o site do Dublanet. Tem muitas informações lá! Recomendo também o curso da Universidade de Dublagem, no qual sou professora. É um curso bem profissional para quem tem interesse em dublar!
08 - De um tempo pra cá, diversos estúdios começam a abrir cursos de formação, qual o caminho pra quem se interessa em dublar? Os cursos ajudam muito! A pessoa toma conhecimento do processo, aprende o bê-a-bá. Fazer cursos de interpretação, canto, etc, também ajudam demais, pois para ser dublador, antes de tudo é preciso ser ator! Até os 18 anos não precisar ter DRT do Ministério do Trabalho; depois dos 18 é preciso ter o registro profissional para trabalhar. 09 - De todos os seus trabalhos, qual te marcou mais e porquê? Gostei muito de fazer a Dra. Cuddy da série House. Gosto muito também de dublar a Gloria, da série Família Moderna (atriz Sofia Vergara). Ela tem sota17
Bandana Texto e Fotografia Valéria Lima Quem aí não gosta de lenços, bandanas ou adornos de cabeça em geral? Difícil não gostar, eu as acho lindíssimas! Hoje vamos falar sobre bandanas, você já ouviu falar desse adereço? Elas são usadas por muito tempo, há quem diga que nos Estados Unidos desde o velho Oeste, entre 1860 e 1890, os cowboys usavam-na em formato triangular para proteger suas faces da poeira. Antes de chegarmos nas formas de uso que conhecemos hoje, já passaram por muitas evoluções. Em 1920 houve uma pequena adaptação das que eram usadas pelos forasteiros, aproximando-as de lenços femininos. Já em 1940 existia uma semelhança maior com a que conhecemos hoje, existem suposições de que a finalidade era apenas acomodar os cabelos das mulheres enquanto trabalhavam cuidando de casas. Mais tarde o estilo passou a ser usado frequentemente por meninas “pin´ups” e por quem aderiu à estética “retrô” (que por sinal está em alta atualmente). Pouco depois, em 1970 quem usava bastante esses lenços eram a galera hippie que 18
amarrava vindo da nuca para a testa por cima dos cabelos. Popularmente as bandanas começaram a fazer parte dos guarda roupas das pessoas na década de 1980 com a influência de integrantes de bandas da época, um exemplo comum é o vocalista da banda Guns´n Roses, Axl Rose que usa até hoje com frequência. De lá para cá, as bandanas são muito usadas com diversas formas de construção de identidade visual. Este lenço é usado pela garotada de todos os gêneros e estilos, sendo algo que nunca sai de moda ou é taxado como brega, ou seja, se você tem esse acessório use muito e se não tem, deveria ter! Alguma pessoa ainda tem dúvida sobre a maneira que deve usá-la, se você é uma dessas continue por aqui e aprenda algumas maneiras de arrasar e se divertir com muito estilo!
Tradicional
Com um nรณ no meio.
Um coque e a bandana tampando mais do cabelo.
Amarrado no pescoรงo de forma triangular.
Nรณ no pescoรงo. 19
ANDRÉ BIZORÃO MENESTREL Recentemente tivemos que ser lembrados por todos os noticiários da tragédia inescrupulosa que ocorreu em 2015 na Cidade de Mariana em Minas Gerais, o descaso e a falta de punições severas fazem recair sobre o povo simples e humilde, toda a sujeira e a desgraça que o descaso que uma empresa irresponsável pode causar. Pensando nisso, fiz uma versão da poesia/música Águas de Março de Tom Jobim, vocês podem ler os versos ou canta-los ao som instrumental no melhor estilo karakê-trágico.
Águas de Mariana Por André Bizorão www.andrebizorao.com É cal, é chumbo, é minério de ferro É um rastro de lodo, é um porco caminho É um caso esquecido, a dívida atroz É açoite, sem sorte, o bagaço, é nós É lorota de monte, e só resta a sujeira Catinga, empesteia e desce a ladeira Cai no esquecimento, desce a ribanceira Um descaso imundo, sem eira e nem beira É grande o atentado, e essa lamaceira Ninguém liga não, atestando a besteira É o barro escorrendo, feito cachoeira Das águas que levam, comunidade inteira Nem Zé, nem jão, só resta a sujeira Passarinho há não, água é só sujeira Peixe não sobrevive à contaminação É um relaxo, quem esconde da população No fundo um povo, viu o fim a caminho No rosto, o esgoto, com barro escorrido Mequetrefe, que negue, desaponta um tanto 20
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Nem um pingo arrumado, nada se apronta Era um peixe, um cesto, uma ave cantando E a cruz que carregam, sem consolo chorando E que venha o dia de volta a morada De volta à Mariana, sem deágua estragada Sem teto na casa, com detrito na cama É o carro melado, é só lama, só lama Sem pasto e sem ponte, sem sapo e sem rã Era um povo pacato, que não via amanhã Essa água em Mariana leva a destruição É a remessa anti-vida de poluição Mata cobra e o Jarinu, canarinho e tatu Passarinho e pavão, a carpa e o pacú Essa água em Mariana leva a destruição É a remessa anti-vida de poluição É cal, é chumbo, é minério de ferro É um rastro de lodo, é um porco caminho Sem pasto e sem ponte, sem sapo e sem rã Era um belo horizonte, que não tem amanhã Essa água em Mariana leva a destruição É a remessa anti-vida de poluição CAl. FErro, fim, ninho Gédia. Odo, luminio Aço, barragem, escorria a morte Essa marco em Mariana que marca geração Acabando com a vida em exploração
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Histórias em imagens Por Livia Brazil Ilustração Dafine Martins Você já se sentou diante de uma tela de cinema, TV ou computador e se sentiu completamente transportado para o filme que está assistindo? Como se nada mais existisse ao seu redor, só você, o filme e aqueles personagens? Pois é assim que me sinto toda vez que entro em uma sala de cinema ou coloco um ‘filminho’ pra ver em casa (mas confesso que no cinema a experiência é mais completa). Nem sempre fui fanática pela sétima arte. Quando eu era mais nova, até a adolescência (sim, eu sou uma anciã de 30 anos... Ok, 31), assistir filmes era somente uma diversão, mais uma forma de entretenimento, porém chegou a “jovem adultez” (e na época nem existia esse termo: “jovem adulto”), conheci um amigo que me levou pra esse mundo novo do cinema assistido com outros olhos e tudo deu uma volta de mais de 360 graus! E aí eu pirei e comecei a estudar, por conta própria, tudo relacionado a roteiros de cinema, afinal, eu sou escritora desde sempre e o que me interessa é a história, e nos filmes não seria diferente. Comecei a sonhar em ver, um dia, minhas histórias encenadas na telona, aquela que tanto me fascina. Isso nunca aconteceu (pelo menos, não até agora), mas o sonho não cessou, nem o estudo. Foram quase dez cursos de roteiro (se não mais), dos mais variados tipos, com os mais diferentes professores que passavam as mais diversas técnicas de escrita. Mas todos eles sempre diziam a mesma coisa: para se escrever uma história para o
cinema, é preciso muito trabalho. E muito estudo. E lá fui eu, estudar. E quer forma melhor de estudar do que assistindo a filmes e mais filmes e mais filmes? Só que, dessa vez, com os olhos voltados para o “por trás da história”, tentando enxergar como aquelas histórias foram escritas, o que deveria estar na folha de papel (ou na tela do computador, para ser moderna) para que aquela cena saísse daquele jeito. Claro que toda cena tem o toque do diretor, do ator, do editor, mas a base está na história do roteirista. Afinal, sem a ideia inicial daquele que criou a história, não existiria filme, não é mesmo? E assim, tentando enxergar o “por trás da caneta”, que a gente passa a enxergar a genialidade de cada roteirista. E de cada estilo de filme. Eu, por exemplo, sou apaixonada por filmes franceses. O tipo de história que eles contam, o que abordam, o jeito que contam. É de uma delicadeza e sutileza sem fim. Geralmente, os filmes franceses focam em relações humanas, algo que me é de muito agrado. Claro que não é o único assunto de seus filmes, mas é o que fazem melhor, filmes sobre relações humanas, seja entre um (ou vários) casal (A bela Junie), entre uma família (Les adoptés; Dans Paris), entre amigos (Até a eternidade). Há histórias incríveis, envolventes, que quando você percebe, já está se sentindo como um dos personagens do filme – ou um espectador muito, muito próximo. Bem, não é à toa que os principais nomes do cinema mundial vêm da França, né, como Fran25
çois Truffaut (meu favorito), Jean-Luc Godard e Alain Resnais, todos do movimento chamado Nouvelle Vague, cujo mote era transgredir as regras do cinema comercial (ok, sei que todos os citados são diretores, mas tirando Alain Resnais, os outros dois também escreviam o roteiro de grande parte de seus filmes). Outro país que nos traz produtos audiovisuais formidáveis é a Inglaterra, principalmente se tratando de comédia. O inglês tem um humor seco e sarcástico que me faz rir intensamente (muito mais do que as comédias bobas vindas dos EUA). Na Inglaterra o humor é mais refinado e mais irônico, o que deixa tudo mais engraçado. Mas confesso que se tratando dos ingleses prefiro as séries aos filmes. E mesmo quando não são séries primordialmente de comédia, pode-se notar o humor ácido característico dos ingleses (como acontece em Doctor Who, por exemplo, ou até em Sherlock Holmes, esse com Benedict Cumberbatch). Claro que não podemos deixar de fora o Brasil, que tem se aperfeiçoando cada vez mais em seus longas. A dificuldade aqui é financeira, patrocínio e apoio, mas a qualidade dos nossos filmes não está muito longe dos incríveis filmes argentinos,
que têm um tipo de humor muito parecido com os ingleses e um estilo de contar história que se assemelha um pouco aos franceses, mas com características latinas próprias. Entre os argentinos temos o maravilhoso Relatos selvagens, com o conhecidíssimo Ricardo Darín, e O segredo dos seus olhos, também com Darín; aliás, há algum filme argentino sem ele? – estou brincando, claro! Mas com o tempo, e dadas as oportunidades, estamos chegando lá, contando histórias cada vez mais diversas (um exemplo é o aclamado Hoje eu quero voltar sozinho, tão sensível e fora dos enredos padrões), afinal de contas, o que é o Brasil senão um país cheio de diversidade de culturas e de histórias diferentes para contar? E os nossos filmes estão com a qualidade tão alta que cada vez mais alcançam reconhecimento da crítica, inclusive no exterior, como em prêmios estrangeiros (como aconteceu recentemente com o filme Aquarius, que ganhou o prêmio do júri no World Cinema Amsterdam, festival de cinema em Amsterdã, na Holanda), ou sendo mencionados por profissionais internacionais. Espero que um dia os brasileiros possam dar o devido valor a eles também.
Livia Brazil é carioca de 31 anos. Formada em produção cultural e com pós em mercado editorial (além de inúmeros cursos de roteiro), trabalha com legenda oculta (closed caption), o que só demonstra que nem sempre se trabalha com o que se estuda. Mãe de 5 gatos e um rato chamado Arry, é autora dos livros “Queria tanto” e “Coisas não ditas”, publicados pela editora Benvirá, e também do e-book “Nada sobre mim”, disponível na Amazon. Cinéfila de carteirinha, acha muito difícil escolher um filme favorito, mas estão entre seus prediletos “A noviça rebelde”, “Mary Poppins”, “Rent”, “Sociedade dos poetas mortos”, “Dans Paris”, “Waking life”, “O segredo de seus olhos” e “10 coisas que eu odeio em você”. Já série favorita é fácil: Doctor Who (principalmente as temporadas com David Tennant).
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Pés, para que os quero, se tenho asas para voar. Por Raphaela Ribeiro Frida Kahlo - Suas fotos, com curadoria de Pablo Ortiz Monasterio, chegou a São Paulo depois de passar por Curitiba e países como Polônia, Portugal e México. Está em cartaz no MIS até 20 de novembro, de terça a sábado das 10h às 19h, domingos e feriados das 10h às 17h, com ingresso gratuito às terças. A exposição abarca seis temas centrais: Origens; Casa Azul; Política, revoluções e Diego; Corpo acidentado; Amores; e Fotografia, todos eles testemunhos da importância que teve a fotografia na vida de Frida Kahlo. Ao entrar em cada casa entramos no íntimo da pintora mexicana, que conseguiu transformar a sua dor em arte, e as fotografias que colecionou com tanto carinho em uma porta para nos aproximarmos da pessoa, e não apenas da artista.
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Essa exposição é sobre a pessoa Frida. Com quem ela viveu, a influência pessoal de seu pai (fotógrafo profissional), o amor pelo México. As fotografias são ricas em informação e sentimento, que nos permitem deslumbrar todos os ângulos de Frida. Meticulosamente e com carinho, Frida acumulou ao longo de toda a sua vida um vasto acervo fotográfico. Apesar de nele existirem imagens que certamente pertenciam à família e a Diego Rivera, foi Frida quem teve o cuidado de as preservar. Para a pintora, essas fotografias foram objetos próximos e queridos: Frida interveio nas fotografias pintando-as, imprimindo-lhes beijos, recortando-as e nelas escrevendo pensamentos. As 241 fotos selecionadas por Pablo Ortiz, divididas em casas, obedecem uma linha cronológica. Ao entrarmos na pri-
meira casa: Origens, descobrimos como surgiu o apreço de Frida Kahlo por fotografia que dera origem a essa exposição - só em 2006 descobriram guardadas em um quarto na Casa Azul- México esse vasto acervo, até então não era de conhecimento o amor de Frida por fotografia. Já a Casa Azul é repleta de fotos de uma Frida ainda criança que quase nunca sorria, do lugar em que cresceu, da sua família, de Diego e dos amores que colecionou ao decorrer dos anos. A vida política de Frida ganhou uma sessão especial dedicada a foice e o martelo. As fotos mostram a relação da Frida com o comunismo e o seu amor à luta revolucionária. Em 2 de Julho de 1954, mesmo debilitada, Frida foi as ruas em um ato contra a deposição patrocinada pela CIA do presidente esquerdista Jacob Árben, da Guatemala. Na cadeira de rodas a pintora carregava em suas mãos uma placa com o desenho da pomba com a frase: “Por La Paz”. Alguns dias depois Frida veio a falecer, e a bandeira do movimento cobriu seu caixão.
Frida Kahlo não gostava das normas sociais, foi uma mulher muito forte, e por isso, mudou tudo em que colocou a mão. Foi muito curiosa e aberta para o seu tempo. Ela mudou a arte, e através dessa exposição podemos conhecer a fundo uma mulher que marcou todos a sua volta.
Raphaela Ribeiro, 16 anos, estudante e futura jornalista.
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Chiclete na Pixel Show Por Camila Vayda Fotografia Luiz Prates
O Pixel Show que aconteceu em Outubro no Clube Hebraica no Jd. Paulistano e a Chiclete Cultural esteve presente para apresentar mais um super evento que rolou esse ano. O Pixel Show é o maior festival de arte e criatividade da América Latina e possui diversas atrações: Palestras, workshops, live paintings (artistas produzindo ao vivo), sharptalks (mini palestras), exposições de arte e a feira de criatividade gratuita. Este evento, que já existe há 12 anos, tem como tema central: Tendências, inspirações, economia criativa e temas atuais relacionados a arte contemporânea e ao mercado de trabalho. Os visitantes podem conhecer novas tendências artísticas, além de encontrar profissionais da área criativa. A nossa primeira passada foi no estande do Luis Guimarães que faz objetos de arte e decoração utilizando madeira e metal, muitas das suas peças lembram robôs
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e brinquedos com aspecto “vintage”. Seus trabalhos são influenciados pela produções dos próprios brinquedos nas infância, na adolescência entrou para o mercado de trabalho na área da metalurgia e projetos técnicos. Em 2002 montou seu estúdio para projeto técnico e produção artística. Em 2009 começou a produzir peças para decorar a própria casa, os amigos gostaram do seu trabalho e ele passou a produzir peças para venda. O Luis disponibiliza fotos das peças e do processo de criação nas redes sociais, mas não é possível a produção de um catálogo, pois as peças são exclusivas. Quer conhecer mais sobre o Estúdio Luis Guimarães, acesse: estudioluisguimaraes. com.br. Facebook: Estúdio Luis Guimarães e Instagram: @estudioluisguimaraes. Em seguida encontramos a Thaís Kato que faz Origami com tecido, ela é descendente de japoneses e conheceu o origami através da tradição familiar. Durante uma temporada, ao cuidar de sua mãe, pôde experimentar vários materiais, entre eles, o tecido onde profissionalizou o processo de produção. A ideia é produzir peças impermeabilizadas e com uma durabilidade maior facilitando a vida de quem adquire. Inicialmente produziu algumas peças para uso pessoal e para presentear, começou a receber encomendas e por incentivo familiar começou a produzir peças para venda. Seu objetivo é divulgar em lugares distintos um pouco da sua cultura, mostrar a história do origami que foi passada por seus familiares e alcançar novos ramos.
Nesse momento está pensando em moda, com peças destinadas a esse viés. Quer saber mais sobre as peças da Thais, acesse: www.thaiskato.com.br. Por fim, passamos no estande da Gixer que é uma parceria entre o Gustavo Bonesso e o Juno Cecil, que demonstravam o jogo "F-Moon" produzido por eles. Trata-se de uma corrida espacial em que o jogador deve acertar muros com a cor correspondente a da sua nave que mudam de cor durante o jogo, seu objetivo é superar o próprio recorde. É um jogo divertido, viciante e que exige coordenação motora. Essa parceria iniciou ao se encontrarem em algumas reuniões da Comunidade Independente de Games de São Paulo e em uma destas, o Juno apresentou ao Gustavo esse game que estava desenvolvendo. O F-Moon surgiu da necessidade de produzirem um jogo rápido, já que a ideia inicial era produzir jogo longo, trouxeram a proposta para a Pixel e gostaram da reação do público que foi positiva. O F-moon está na sua primeira versão e está disponível gratuitamente no Play Store. A Gixer pretende elaborar mais fases e mais funcionalidades para este jogo, além de terem outros em andamento.
Quer ver mais sobre a Gixer, acesse: www. gixer.com.br e no Facebook: Gixer. Conhecemos também a Gabrielle Valério que é “cosplayer” Campeã Brasileira de 2010 e Vice Campeã Mundial. Toda a produção do cosplay: roupas, adereços, cenários e a apresentação é feita pela Gabrielle com parcerias. Na Pixel eles estavam expondo as roupas da personagem Rozalin do Jogo Disgaea, pôsteres, máscaras e adereços com diversos materiais que são produzidas para cosplays, já que essa prática rendeu encomendas tornando-se uma profissão. Para você ter uma ideia, tinha uma máscara exposta feita com um material flexível que movimentava boca e sobrancelhas, podendo animada eletronicamente e controlada remotamente. A Pixel show é uma fonte de inspiração para mentes criativas, o visitante conhece novas técnicas, produtos e objetos de arte. Para entender melhor o que foi o Pixel Show você pode conferir parte do evento com as nossas entrevistas que serão disponibilizadas em breve no nosso canal do Youtube e em nossa página no Facebook: Chiclete Cultural.
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E confira a seguir o que encontramos lรก : Cosplay, nerdices, HQs e mangรกs 34
Toda a equipe da Chiclete Cultural visitando o Anime Guarulhos Festival
Chinchila no AGF Por Karla Chinchila Fotografia Camila Vayda
O evento foi muito cativante, estava incrível e cheios de artistas talentosos mostrando seu potencial, entre eles, tive a oportunidade de junto da Equipe da Chiclete conhecer o Luiz Gustavo e o Ricardo Bastos, ambos escritores mostrando suas obras. Luiz Gustavo é professor de desenho em Santos e escritor do livro “Trindade - Uma jornada Além da Morte e Destino a Ascensão do Obscuro”, publicado pela editora Madras. É desenhista desde a infância e escrevia histórias em quadrinhos, a ideia inicial era a de que
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sua obra fosse um quadrinho, porém, mas ficou tão detalhada que resolveu fazê-los de forma literária primeiro e por admirar muito a literatura fantástica e analisando o seu livro, podemos ver pelos traços que ele é um artista dedicado e cuidadoso. Tem apoio de amigos e familiares, principalmente sua mãe que o ajudou a financiar parte da publicação do livro. Luiz após nossa conversa deixou um recado a todos os leitores da Chiclete: “Persistam bastante, não desistam, é um ramo que difícil e bastante competitivo, então tem que perseverar, ser convicto do seu objetivo para realizar os seus sonhos.” Para conhecer o trabalho de Luiz Gustavo, acesse: Projeto Trindade (Facebook) e pelo e-mail: luizkr@ hotmail.com Lá também encontrei o talentoso Ricardo Bastos, escritor de histórias em quadrinhos como “Sky Of Bolt”. Estava no evento afim de mostrar seu talento e dedicação para publicar sua história. Ricardo começou a desenhar na 2° série numa brincadeira com um amigo e até hoje desenvolve esse trabalho. Tem bastante apoio de amigos e fa-
zer um curso de desenho no Japão. Ricardo também deixou um recado a todos os leitores: “Nunca desistam e sempre sigam em frente.” Para saber mais sobre os quadrinhos do Ricardo Bastos e ficar por dentro do trabalho dele, acesse: Sky of Bolt Quadrinhos (Facebook) e www.skyofbolt.com. O evento estava repleto de pessoas incríveis mostrando seu potencial e criatividade com as obras autorais, e no meio de tantos, Luiz e Ricardo me chamaram muito atenção, principalmente por ser uma amante da
literatura, então não esqueçam de conferir os trabalhos deles, além de prestigiar eventos culturais que “pipocam” pela Cidade muitas vezes de forma independente do poder público e com o objetivo de compartilhar e vivenciar a arte através do contato entre os participantes, o AGF foi um desses momentos e muitas outras oportunidades como essa aparecerão, nos vemos lá!
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Um rolezinho pelo AGF Por Dafine Martins Fotografia: Camila Vayda
Olá otaku e geek chicleteiro! Se você estava antenado nas redes sociais em Outubro, viu que aconteceu mais uma edição do Anime Guarulhos Festival, evento que começou em 2012 e desde então acontece no Centro Municipal de Educação Adamastor, nós da chiclete cultural não podíamos deixar de dar uma passadinha por lá. Se você está ligado na revista desde a primeira edição já percebeu que eu sou apaixonada por k-pop, então minha primeira passada foi pela sala do Kpopst, onde soltei o meu lado de fã e dei alguns gritinhos histéricos libertando totalmente essa k-popper que habita em mim, depois disso conversei um pouco com a Camilla Oliveira e com a Stephanie Guedes, que fazem parte da equipe e que explicaram que o projeto surgiu a partir da junção de dois outros projetos mais antigos o Koreapost e o K.Ö Entertainment. O Koreapost é um blog focado na cultura coreana (eu mesma já dei uma olhada e adorei), o blog não se limita ao k-pop e fala de tudo um pouco, com colunas sobre culinária, elemen-
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tos tradicionais da cultura coreana e algumas reportagens bem interessantes sobre o país. O K.Ö Entertainment é mais voltado para o k-pop e eventos relacionados e conta com colunas e matérias interessantíssimas sobre esse ritmo contagiante que eu amo tanto. Essa parceria tem dado tão certo que o espaço k-popst esteve também no Anime Friends desse ano. Se você está interessado tanto no Koreapost quanto no K.Ö Entertainment, ambos possuem endereços na internet: http://www.koreapost. com.br/ e https://pt-br.facebook.com/koentertainmentoficial/. E depois de gastar metade do meu dinheiro no stand da AnEncore Store, eu dei uma passada pelo espaço da HQ Company e da ArigaToys, que estavam com uma exposição muito bacana de desenhos e pappercrafts de dar aquela invejinha em qualquer desenhista que desse uma espiada por lá, como eu queria aproveitar o evento ao máximo dei um pulo no espaço da Saga que inovou esse ano levando os novos consoles e jogos do momento como o novo Just Dance, mas também trouxeram as icônicas máquinas de arcade que fizeram a alegria de muito marmanjo no evento. Depois de bater muita perna e receber muito abraço grátis, fui parar na mesa da carismática Rebeca Honney, que assim como nós, estava por lá divulgando o seu trabalho super bem feito como fanzinera, já posso adiantar que eu adorei os fanzines dela, são bem desenhados e as estórias são muito fofas e engraçadas, mesmo tendo apenas duas estórias, BTS to Breathe e “Jiminie”, ela me contou que já tem planos para uma série de estórias solo com os meninos do *BTS e que após disso tem expectativas com alguns personagens originais. Fiquei super empolgada, pois me converti em uma fã assumida do trabalho dela, e se você amigo leitor também ficou, pode encontra-la pelas redes sociais assim como a Camilla e a Stephanie do K-popst. E é isso, espero que tenham gostado da ma-
téria assim como eu gostei de escrevê-la, por favor não deixem de dar uma olhada nos projetos aqui citados e ajudar a galera que assim como a gente está com projetos independentes, espero trazer mais matérias como essa futuramente, agora vou ficando por aqui aproveitem a revista e até o próximo mês! Redes sociais: Camilla Oliveira - Twitter: monstrosoo Stephanie Guedes - Twitter: zicova Rebeca Honney - rebeca.honney@gmail.com Facebook: facebook.com/btsfanzine Devian art: rebeca-honney.deviantart.com
*BTS: BTS ou Bangtan Boys é uma boy band de k-pop que estreou em 2013 com a música “No More Dream”, o grupo é composto por sete rapazes: Jin, Rap Monster, Jimin, V, J-Hope, Suga e Jung Kook.
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Cosplay
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Por Valéria Lima e Nathy Santos Fotografia: Camila Vayda Fala chicleteiro! A equipe da Chiclete Cultural esteve no Centro Municipal de Educação Adamastor no evento Anime Guarulhos Festival, e encontramos por lá: cosplays, lolitas, covers e apaixonados pela cultura pop (sobretudo a japonesa). Já ouviu falar em cosplay? Como surgiu? Por que sempre falam disso nos eventos de anime? Bom, se você quer saber, venha comigo para descobrir um pouco mais! Cosplay é um termo usado em inglês que junta as palavras “costume” (fantasia) e “roleplay” (Interpretação), o cosplay pode ser feito baseado em Games, quadrinhos, mangás, livros, animês, séries, entre outros, para criar figurinos e adereços que personificam os personagens do mundo fictício para o mundo real, isso além de ser um hobby pode até mesmo se tornar um trabalho profissional, sendo considerados até como artistas contemporâneos. Surgindo em meados da década de 30 e 40, com o passar dos anos foi virando uma coisa bem popular entre os jovens, na década de 80 começou no Brasil com um público pequeno se ampliando nas décadas posteriores se tornando tão popular como é atualmente.
episódios no desenho “Hora de Aventura”, tem 1003 anos, Marshall não é tão alto e nem tão baixo, tem as orelhas pontudas, meio magro, pele branca acinzentada e cabelos curtos, no lado esquerdo de seu pescoço tem uma mordida de vampiro permanente e tem um machado de lenhador que é usado como Guitarra. Marceline Abadeer Marceline, uma das personagens principais de “Hora de Aventura” e é a versão feminina de Marshall,ou seja, rainha dos vampiros, mas também é musicista e cantora ,sua idade é de 1003 anos, ela é uma mistura de vampira com demônio e humano. Tem a pele mais clara que de Marshall, cabelos longos preto azulado, tem duas mordidas no pescoço que a transformou em vampira e também seu machado duplo é usado como baixo! •Andressa do Nascimento Instagran: @Dekafly Cosplay de Maid (Maid são empregadas vestidas com roupas da época vitoriana). •Clarissa Santos Costa Facebook: Clarissa Will Santos Costa Mascote do evento.
Conheça alguns cosplays : • Felipe césar Facebook: Felipe césar Ele Vilão de As Meninas Super Poderosas, afeminado com a pele vermelha, fala de duas maneiras diferentes, uma aguda e feminina e a outra grossa e medonha! É uma figura satânica, feminina e imortal, ele se alimenta das emoções negativas dos humanos, anunciando seu nome causa medo nos corações dos homens e na sua primeira aparição foi descrito como mau, terrível e sinistro! •Gustavo Santos Lopes Facebook: Gustavo Lopes Thayná da Costa Capdeville Facebook: Thayná Salvatore Marshall Lee Marshall o rei dos vampiros apareceu em alguns 43
Tutorial Billy dos Jogos Mortais Por Nathy Santos e Valéria Lima
1 1°Passo
Primeiro lave o rosto e passe pó branco, ou outra maquiagem que deixe o rosto branco como esta na imagem:
4 4°Passo
Com um pincel fino e um batom vermelho, vá passando o pincel no batom e fazendo uma forma de espiral em cada bochecha.
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2 2°Passo
Com um pincel esfumador, esfume com sombra marrom até próximo à sobrancelha e pinte com sombra preta abaixo do côncavo.
5°Passo
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Passe o batom vermelho em toda a boca e nos cantos e com um delineador preto, faça uma linha indo para o queixo.
3°Passo
Com um pó mais escuro que a sua pele, ou sombra marrom, faça o contorno das bochechas e do nariz, passando nos ossos das bochechas e do nariz.
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6°Passo Encontre um look parecido com o do personagem, arrume bem o cabelo e arrase nos eventos e festas!
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As Capas de Kao Por Fernando Kao
Palavras ao Vento | Força (2016) Neste ano de 2016, tive o prazer de trabalhar com a banda paulista Palavras ao Vento, em seu novo lançamento “Força”. O que esse trabalho teve de prazeroso, teve de desafiador! A arte busca ilustrar, de forma complexa, a criação das estrelas através da energia gerada pelas hélices de um catavendo. As hélices giram com dificuldade, mas seu esforço é capaz de mover montanhas. Alusão à perseverança e conquistas.
M.O Project | Dang Dance (2016) Em Abril, a banda M.O Project lançava seu novo EP, intitulado “Dang Dance’. Nesta arte, tive a oportunidade de trabalhar técnicas e conceitos bem interessantes. Inspirada em movimentos artísticos dos EUA nos anos 80, onde as artes urbanas e o graffiti tinham uma grande relevância. Assim como os ritmos explorados pela banda, que misturam o instrumental moderno com ritmos característicos da época.
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* Fernando Kao expôs seus prints no AGF no estande da “Halftones Escola de Desenho”, junto com Murilo Araujo e Frank William.
M.H.X’s Chronicles | Infinite Ocean (2015) Em Junho de 2015, M.H.X’s Chronicles, banda brasileira de Death Metal, lança seu full álbum intitulado “Infinite Ocean”. Foi um trabalho que, além de ter sido muito bacana de fazer, ganhou uma certa visibilidade internacional. A arte da capa revela o conceito total do álbum. As composições, ambientações e letras fazem menção à uma épica viagem de barco através dos oceanos. É a história de um homem que perdeu tudo em sua vida e só lhe restara o seu barco. Então ele decide navegar pelo oceano e lá ele redescobre o sentido de sua existência. O barco é o homem e o oceano a sua vida.
Fernando Kao é designer/ilustrador de Guarulhos, São Paulo. Amante da arte desde sua infância, iniciou os estudos cedo. Tendo início diretamente no mangá, passou pelas mais diversas disciplinas envolvendo artes gráficas. Não se limitando apenas à uma técnica, utiliza métodos de caneta e tinta tradicionais junto ao desenho digital para criar peças ricamente detalhadas. Atualmente atua como ilustrador de diversas bandas, tendo seu trabalho divulgado internacionalmente. Seus clientes incluem: Murillo H. Xavier (guitarrista/compositor), Michel Oliveira (produtor musical), Majorem Gloriam (power metal), M.H.X’s Chronicles (death metal), dentre outros.
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chiclete.cultural@gmail.com Chiclete Cultural