Jornal laboratório do curso de Jornalismo do UniBrasil Centro Universitário
Notícia Curitiba | Novembro de 2017
7ª EDIÇÃO
ZONA LESTE
Moradores da Vila Joanita esperam por melhorias
Saiba tudo o que acontece Pg. 3. Pedaladas noturnas reúnem Rio Tarumã pede socorro moradores no cajuru
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Foto: Leonardo Gomes
Capital
da
EDITORIAL
SOCIAL
Rio Tarumã pede socorro
no Rio Tarumã. Mesmo assim, o problema da poluição persiste e incomoda os moradores. A dona de casa Cintia Gomes da Silva, de 47 anos, mora algumas quadras distantes do afluxo do bairro, mas diz que sente o cheiro dos
2004. O grupo trabalha em etapas, monitorando a qualidade do rio. “Ao entrar no Grupo de Escoteiros pude ajudar na limpeza. Com o tempo, outros rios de Curitiba não serão mais foco de mosquitos ou tratado
sofre com descaso da
Foto: Marcela Oliveira
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Acúmulo de lixo em terrenos baldios e problemas com ataques de cães nas ruas são dois exemplos que geram freAfluxo que banha do Jardim Social ao Bacacheri quentes reclamações por parte dos moradores de diversos população e da prefeitura bairros curitibanos. O fato em questão é que esse problema Por Marcela Oliveira não deve ser resolvido somente por parte de autoridades locais e governantes. A mudança nos bairros deve começar por parte dos próprios moradores da localidade. Problemas como acúmulo de lixo em terrenos baldios são resolvidos com a consciência de cada um jogar o lixo em seu devido lugar e destinar aos caminhões de coleta. Problemas como ataques de cães podem ser resolvidos com a conscientização de não adotar um cachorro se não for para cuidar, ou, não deixar os cães a deriva e permitir que situações Rio Tarumã, que também banha os bairros Bacacheri e Jardim Social. como essa aconteçam. As mudanças e melhorias em bairros devem começar por Em uma avaliação recoliformes de sua casa. iniciativa dos próprios mora- cente feita pela Sanepar e “Em época de calor é dores. Não se deve reclamar pela Secretaria do Meio preocupante. O medo de de algo que você próprio Ambiente, o Rio Tarumã novas doenças faz com não pratica. Os moradores têm papel fundamental em recebeu a categoria “C” que eu tenha que pôr tela cuidar e melhorar o que lhes na avaliação integrada da nas janelas e toda hora competem, e de unir forças qualidade das águas. O pedir pra prefeitura vir para cobrar de autoridades índice, que está acima da limpar aqui”, diz ela, que questões de resoluções mais média da cidade de Cuburocráticas. ritiba, ainda é considerado culpa o rio por ter pegado A mudança deve começar no dengue há alguns anos. seu próprio quintal, na sua grave para os especialistas. O Grupo de Escoteiesquina, na sua rua. Bons Nos últimos nove anos, ros São Luiz de Gonzaexemplos geram novos bons no entanto, a quantidade exemplos e bem estar de uma de tipos de coliformes – ga tem um projeto para maioria. Cuide do seu bairro, grupos de bactérias que limpeza do Rio Tarumã. a mudança começa com você! indicam presença de esA iniciativa é chamada de Por Bruna Gazabin, Gabrielle goto – caiu em até 70% Ekopuku e existe desde Sversut e Marieli Prestes
como lixão”, sonha Rogério Rodrigues, um dos escoteiros que participa do projeto. O presidente do grupo, Enrico Nichetti, acredita que o modelo pode ser reproduzido em outras regiões da cidade, ajudando a diminuir a poluição dos rios. “Necessitamos dessa atenção com os nossos rios, e é importante que esses jovens percebam como esses cuidados afeta positivamente Curitiba e região”. A prefeitura não tem projetos que atendem diretamente os rios. As últimas iniciativas nessa área foram para recuperar o Rio Belém, ainda em 2007. A Sanepar tem o programa “Se Ligue na Rede”, criado para evitar a poluição dos rios por meio de ações sociais e ambientais.
SOCIAL
Moradores da Vila Joanita, no Bairro Alto, esperam por melhorias e regularização das moradias A Prefeitura de Curitiba alega que não pode realizar obras de pavimentação e melhorias no saneamento por se tratar de uma área de ocupação irregular, em que existe um proprietário. Por Leonardo Gomes
Tarumã, as moradias simples e as ruas não asfaltadas chamam a atenção. É bem ali, no encontro dos rios Bacacheri e Atuba que fica a Vila Joanita. Hoje moram 249 famílias na região, um conjunto que surgiu há mais de 50 anos e ainda é considerada uma área de ocupação irregular. São décadas que passam e as famílias ainda não tiveram suas casas regularizadas e com isso benefícios básicos que devem ser oferecidos pela Prefeitura não chegam até a população. Em meio à demora nos processos e o medo de perder tudo o que foi construído nos últimos anos, os moradores se veem em uma situação precária. Junia Celli da Costa Silva, presidente da associação de moradores, mora na Vila desde seu início. Sua sogra foi uma das fundadoras do local e quem trouxe água e luz para a região. A nora conta que a população até tem acesso a serviços públicos, mas viver na irregularidade e com o risco de alagamentos preocupa. “Somos bem atendidos pelas escolas da região, postinho e creche, mas ainda precisamos regularizar os nossos terrenos e trazer asfalto e tubulação para não alagar a vila”, comenta. A área também é considerada de risco. Como as casas foram construídas muito próximas do leito dos rios, os alagamentos são frequentes em dias de chuva e épocas de cheias. O aposentado Roger Mussato mora na Vila há cerca de vinte anos e já presenciou momentos em que a água alcançou as casas. “Uma vez veio uma chuva muito forte e fez com que o nível de água aqui
Moradores esperam há mais de 50 anos pela regularização das moradias.
do rio subisse rapidamente. Quando a gente foi ver, a água já estava por toda parte”. As ruas de terra, sem nenhum tipo de pavimentação, são outro grande problema enfrentado pelos moradores da Vila Joanita. Segundo a Prefeitura de Curitiba, as obras de pavimentação e melhora do sistema de tubulação não são possíveis por se tratar de uma região irregular, em que existe um proprietário. Mesmo assim, o poder público destaca que atende as demandas da comunidade como troca de lâmpadas públicas e manutenção da vegetação. Existem dois tipos de regularização: a de interesse social e interesse específico. No primeiro tipo, que se enquadra na situação da Vila Joanita, são incluídas as ocupações por pessoas de baixa renda, com finalidade residencial, que devem receber gratuitamente
o registro do imóvel e toda a infraestrutura básica por conta do Poder Público. Já no segundo, o particular deve custear toda a infraestrutura no projeto de regularização da região. De acordo com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), a Vila Joanita trata-se de uma área invadida irregularmente, ao lado do rio Bacacheri, dentro da faixa não edificável de drenagem, em área de preservação permanente, apresentando restrições ambientais. Parte da ocupação localiza-se em área particular, onde não é possível intervenção sem anuência dos proprietários e outra parte tem domínio público. O Município está buscando soluções quanto às restrições ambientais uma vez que mais de 50% das famílias encontram-se em área de risco.
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Foto: Leonardo Gomes
Na divisa entre o Bairro Alto e o
ESPORTE E LAZER
Pedaladas noturnas reúnem moradores no Cajuru Sempre com percursos diferentes, o projeto tem o objetivo de estimular a prática de exercícios Por Gabrielle Sversut Foto: Prefeitura Municipal De Curitiba
04 O Pedal Cajuru é uma atividade de ciclismo noturno em que ciclistas iniciantes e experientes participam. Criado em 2013 por um morador do bairro, a ideia surgiu como uma forma de continuidade do projeto Pedala Curitiba, criado um ano antes pela Prefeitura Municipal. Com objetivos como estimular a prática de exercícios e ofertar lazer gratuito, o programa reúne em média de 45 pessoas do bairro para pedaladas durante a semana. Desde abril de 2012 a Prefeitura de Curitiba promove semanalmente a atividade. As pedaladas são realizadas de segunda a sexta-feira, cada dia saindo de uma regional. Todas as quintas-feiras as saídas acontecem na regional do Cajuru. Com extensão entre 15 e 17 quilômetros os passeios são acompanhados por membros da Secretaria Municipal
de Esporte, Lazer e Juventude. “O Pedala Curitiba promove passeios com trajetos e graus de dificuldade diferentes a cada semana, buscando ser atraente e desafiador para ciclistas iniciantes e experientes”, disse o secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude, Marcello Richa. O Ciclista Roberto Moreira, participante do Pedala Curitiba, com o propósito de incentivar mais pessoas a participarem durante mais dias da semana criou em 2013 o Pedal Cajuru. Todas as terças-feiras às 19h30, às quintas-feiras as 20h e sábados às 14h os ciclistas se reúnem na Rua da Cidadania Cajuru (Avenida Prefeito Maurício Fruet, 2.150). Divididos em modalidades durante os dias da semana, o projeto já conta com mais
Foto por: Prefeitura Municipal De Curitiba
Equipe do Pedal Cajuru que acontece desde o ano de 2013.
de 250 membros no grupo do Facebook. “Nas quintas-feiras é um pedal leve, todos podem participar. Terça é um pedal médio e sábado é um pedal para os mais experientes”, explica. A média de participantes das pedaladas durante a semana é de quarenta e cinco pessoas. Além da prática de exercício, o grupo tem o objetivo de conhecer novos lugares. Um sábado ao mês é realizado um pedal de aproximadamente cem quilômetros. “A gente acaba pedalando para região metropolitana de Curitiba e Santa Catarina”, conta Roberto.