Capital da Notícia - Zona Leste #16

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EDIÇÃO ESPECIAL

CAPITAL DA NOTÍCIA ZONA LESTE

O que leva comerciantes a fecharem seus negócios no Bairro Alto?

Jornal laboratório do curso de Jornalismo do UniBrasil - Centro Universitário

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Curitiba - Janeiro de 2019

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EDITORIAL

O passado, o presente e o futuro do Bairro Alto.

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O Bairro Alto é o bairro mais antigo de Curitiba. Apesar de ser pouco discutido, existem documentos históricos que corroboram a tese de que desbravadores portugueses vindo de Paranaguá desembarcaram no espaço que hoje em dia é conhecido como Vilinha. Mais tarde, após recursos naturais se tornarem escassos, os portugueses foram para outro local onde hoje está localizada a Praça Tiradentes e o marco zero de Curitiba. Até o ano de 1970, o bairro era majoritariamente ocupado por campos e chácaras. Nessa época, residiam cerca de 10 mil habitantes na região. O Bairro Alto efetivamente começou a crescer a partir da década de 80, quando linhas de ônibus foram instaladas e grandes vias que ligavam o bairro a outras regiões foram construídas. Desde então, mesmo sendo um bairro dormitório (onde as pessoas saem cedo para trabalhar e voltam à noite), o Bairro Alto ganhou uma grande concentração de comércio, se tornando um dos centros comerciais de Curitiba. Atualmente, o Bairro Alto compreende uma área de grande importância para a cidade, pois liga a regional da Matriz (em sua pequena ligação com o Jardim

Social) com a fronteira urbana, por sua ampla fronteira com o município de Pinhais. O perfil do bairro é predominantemente residencial e a atividade econômica é majoritariamente composta por estabelecimentos do setor terciário. O perfil de renda da população no Bairro Alto é bastante próximo à média da cidade de Curitiba, segundo os dados do Ippuc, além de ter média de idade longe dos extremos mais idosos e mais jovens. Mas o local ainda carece de necessidades básicas. O bairro enfrenta um grave problema de segurança pública que está relacionado ao tráfico de drogas, o bairro possui vias que não recebem manutenção e complicam a vida dos transeuntes. O bairro conta com apenas duas unidades de saúde, há áreas de invasões onde graças à burocracia de órgãos públicos diversas famílias estão sendo impedidas de ter uma moradia digna e decente. É inadmissível que um bairro que possui 46 mil habitantes continue enfrentando os mesmos problemas que enfrentava há 30 anos atrás. Precisamos cobrar das autoridades soluções para esses problemas, e junto à população, nós do Capital

da Notícia estamos dispostos a levar essa briga para frente. Um bairro deve crescer na mesma proporção em que melhora a qualidade de vida de seus moradores.

EXPEDIENTE UniBrasil Centro Universitário

Rua Konrad Adenauer, 442, Tarumã, Curitiba – PR - 82821020 Telefone: (41) 3361-4200 Presidente: Clèmerson Merlin Clève Reitor: Sergio Ferraz de Lima Pró-Reitora de Graduação: Lilian Ferrari

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Coordenadora do curso de Jornalismo: Maura Oliveira Martins. Capital da Notícia - Zona Leste: produto laboratorial do curso de jornalismo do UniBrasil Centro Universitário.

Editores e repórteres: Anna França, Amanda Batista, Beatriz Jarzinski, Gabriela Carsten, Giovanna Sperotto, Letícia Pereira, Victor Hugo Manfre. Professor responsável: Rodolfo Stancki.

Site: capitalzonaleste. wordpress.com/ Facebook:/jornalcapitaldanoticia Instagram:/Zonalestecuritiba Dúvidas e sugestões: jornalismo@unibrasil.com.br Material integrante da disciplina de Redação Jornalística IV.

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ECONOMIA Foto: Victor Hugo Manfre

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A empresária Elisabete Greselle, que há mais de dez anos tem comércio no Bairro Alto defende que o local não é desvantajoso para os negócios.

O que leva comerciantes a fecharem seus negócios no Bairro Alto? Falta de tradição, escolhas equivocadas e administração incorreta são citadas como motivos Por Victor Hugo Manfre A crise econômica vivida pelo país desde 2014 se mostrou arrebatadora para os empresários brasileiros. Segundo o IBGE, 341 mil empresas foram fechadas no Brasil nos últimos três anos como efeito da crise. 76,8% dessas empresas eram do setor comercial, gerando um total de 3,7 milhões de vagas de trabalho perdidas, agravando ainda mais a situação de desemprego no Brasil, que atualmente é de 13,1%. O pequeno empresário instalado fora das regiões matriciais de cada município (como é o caso do Bairro Alto) é um elemento ainda mais sensível aos maus momentos da economia como um todo. Isso se agrava pelo fato de raramente acumu-

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lar reservas expressivas para manter uma sustentabilidade razoável durante épocas de baixa demanda pelos produtos ou serviços que oferece. A empresária Elisabete Greselle, que há mais de dez anos empreende no Bairro Alto e pretende ampliar seus negócios, diz que o bairro não é desvantajoso. Ela afirma que muitos comércios na região fecham por falhas de administração e escolhas erradas: “não se deve trabalhar com estoque. É necessário giro rápido de capital e não se deixar levar por lucros maiores obtidos de forma não usual. Além disso, muitos chegam ao comércio com vícios de empregos assalariados”. Elisabete recomenda seguir o caminho da prestação

de serviços ao invés do comércio no contexto atual. O contador Hugo Garcia foi proprietário de uma papelaria no trecho inicial da Avenida da Integração, ponto de razoável movimento no Bairro Alto, que foi fechada após cinco anos de atividade. Garcia culpou a falta de tradição comercial naquela região em específico: ”as pessoas não paravam ou sequer sabiam da existência, apesar da publicidade que foi feita”. Ele não abriu outro comércio. Atualmente se dedica à contabilidade em um escritório, semelhante ao que ocorre com outras pessoas que passam pela situação de fechamento e/ou falência de pequenas empresas.

Segundo dados do Ippuc, 86,4% da atividade econômica do Bairro Alto são provenientes do setor terciário, número muito próximo da porcentagem de Curitiba como um todo. Não se pode deixar enganar pela proximidade com a cidade: o município é bastante dependente do comércio com pouca presença econômica do setor secundário e nenhuma expressão do setor primário (mais presentes na região metropolitana). Logo, dificuldades no setor terciário de um bairro expressivo como o Bairro Alto representam um sinal das consequências do perfil econômico presente na microrregião de Curitiba.

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CIDADANIA

Foto: Giovana Sperotto

04 Passando pela frente do rio é possível notar a presença de lixo, mosquitos e ratos que são transmissores de doenças ao homem.

Poluição do rio Tarumã afeta moradores Rio Tarumã está causando diversos problemas para os cidadãos e para o meio ambiente Por Giovana Sperotto O rio Tarumã, que tem acesso pelas ruas Bento Ribeiro e Paulo Kissula, está causando diversos problemas aos moradores do bairro. Um desses problemas é a poluição, causada pelo acúmulo de lixo jogado no rio e também pelo despejo de esgoto. Apesar de ser um rio de águas pluviais, existem diversos esgotos clandestinos ligados de forma irregular de pequenas moradias precárias que foram construídas em suas margens. Para o morador Eduardo Alves Pessutti, que mora ao lado, afirma que sempre que chove fica difícil passar ao lado. “Todos os dias o rio fica cheio de mosquitos. Vemos até ratos passando pelo local, e sem falar do mau cheiro que muitas vezes chega a ser insuportável. ” Passando em frente ao rio, é possível ver di-

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versas garrafas pet, papelão, latas, garrafas de vidro, e sacolas de lixo. O assessor de imprensa Fernando Cordeiro Buch, do Instituto Ambiental do Paraná, afirma: “o lixo jogado no rio é a principal causa da morte dos peixes, além de ajudar na proliferação de doenças em casos de enchentes. É preciso aumentar as campanhas de conscientização ambiental e realizar a retirada dos resíduos sólidos do rio, para assim garantir uma melhoria para as gerações futuras”. A área ainda possui barrancos nas margens, perto das casas que podem desabar a qualquer momento, aumentando assim o medo dos moradores, que devem ter cuidado pois é uma área de risco. A assessoria de imprensa Maria Ferreira Liz, da Secretária

Municipal do Meio Ambiente, destaca que o acesso municipal tem uma restrição quanto à área de atuação, e não podem ajudar a solucionar o problema sem que aja intervenção do Governo do paraná. Isto porque os rios se interligam com os riachos e os córregos acabam por desaguar em rios maiores que, na maioria das vezes, acabam virando afluentes do Rio Iguaçu que tem sua nascente na região metropolitana. A maior dificuldade da Secretária Municipal do Meio Ambiente é que, para poder atuar em qualquer fiscalização ou obra que diz respeito às margens dos rios, as áreas de várzea e os moradores ribeirinhos, há de se levar em conta a conurbação da região metropolitana bem como dos municípios das re-

dondezas. Desta forma, foge do nosso território, para uma atuação mais incisiva cunho ambiental na rede fluvial da nossa capital. Maria Ferreira Liz realça que “no que diz respeito a projetos de limpeza e conservação das calhas fluviais, a Secretária vem desenvolvendo, além de campanhas educativas junto aos ribeirinhos, também um controle de poluição de lixo e esgoto doméstico em um projeto desenvolvido já há alguns anos em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná, a Sanepar. “Agentes de fiscalização munidos de equipamentos e corantes promovem o tingimento de ralos e esgotos das residências próximas aos rios para poder observar e fiscalizar eventuais despejos de esgoto doméstico nos córregos e rios.

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CIDADANIA Foto: Amanda Barista

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A falta de estacionamento além de dar prejuízos aos comerciantes também gera multas aos proprietários.

Falta de estacionamento prejudica comerciantes do Tarumã Mesmo sob pena de multa, fornecedores e clientes estacionam sobre a calçada para atender à demanda dos estabelecimentos Por Amanda Batista Microempresários localizados na Avenida Victor Ferreira do Amaral reclamam que a falta de vagas de estacionamento na área de seus comércios tem afetado na movimentação do local, além de gerar multa aos proprietários. São quatro lojas comerciais: um salão de beleza, um restaurante, uma prestadora de serviços para automóveis e um pet shop, residentes no número 293. Todos eles já foram multados, pois quem faz as entregas de suprimentos estaciona de forma irregular sobre a calçada, onde passa também a ciclovia. Os transtornos não dificultam apenas a movimentação comercial, mas afetam a segurança

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dos pedestres e ciclistas que passam pela avenida, por conta do tráfego intenso da via. Não há alternativas para fornecedores ou clientes que precisam ir até uma das quatro lojas no local, o que viabiliza as paradas desconformes à lei. O cabeleireiro Antonio Arlei, 36, afirma que os proprietários já solicitaram junto a representantes de órgãos públicos que a situação do local fosse reavaliada, porém a resposta que obtiveram não os satisfez. “Eles dizem que só haverá possibilidade se nós, proprietários, contratarmos um engenheiro que faça o projeto. Ainda teremos que levá-lo até a Prefeitura e torcer para que

seja aceito, além de arcarmos com todo o valor da obra”, diz. Para o engenheiro civil Daniel Rodrigues, a maior dificuldade para conseguir que um projeto como este seja sancionado é de fato a liberação da Prefeitura local. “Por se tratar de uma área comercial pequena e com um número exato de apenas quatro lojas, é difícil atender ao pedido específico destes proprietários, pois as obras são pensadas de maneira coletiva”, relata. Ivo Reckneto, 33, chefe de gabinete do deputado Goura, defende o posicionamento do engenheiro e afirma que a Prefeitura realmente não tem como pensar em um caso es-

pecífico, por conta da escala do projeto. Experiente em questões de mobilidade urbana, Reckneto assegura que os comerciantes devem se manifestar quanto à demanda, porém, precisam entender o potencial dos pedestres e do ciclista. “É possível sim a implantação de um espaço para estacionar, mas a calçada e a ciclovia já são uma conquista, porque em sua maioria os veículos são prioridade na cidade”, declara. Os estabelecimentos devem proporcionar um ambiente seguro para o estacionamento das bicicletas, pois eles também atraem movimentação para o comércio.

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ECONOMIA

Foto: Anna França

06 Segundo o pizzaiolo Leandro, a pizza faz sucesso por ser um prato democrático.

Pizzarias driblam a crise e crescem dentro do Bairro Alto Apesar da recessão econômica dos últimos anos, pizzarias do bairro têm crescido com a ajuda da fidelização de clientes e marketing digital Por Anna França Apesar da forte crise econômica, o setor gastronômico tem se destacado em Curitiba e dentro do Bairro Alto. O bairro possui 67 comércios alimentícios, sendo que 22 deles são pizzarias. Algumas casas são tradicionais e resistem ao tempo e à crise, tendo mais de 20 anos. O Paraná foi um dos estados que mais sofreu com a recessão econômica que acometeu todo o Brasil. De acordo com dados da Associação Comercial do Paraná (ACP), nos últimos anos, cerca de 5 mil lojas fecharam as portas. Mas mesmo com a persistente crise, o setor alimentício tem se destacado, em especial as pizzarias. Em Curitiba, segundo dados da Capital da Notícia.indd 6

Vigilância Sanitária, no ano de 2013 havia 393 pizzarias na capital. Em 2017, o número cresceu 44,5% e Curitiba conta agora com 568 estabelecimentos. A comodidade que o delivery e aplicativos como o Ifood oferecem foram essenciais para que pizzarias se tornassem cada vez mais populares e sobrevivessem à crise. O pizzaiolo Leandro Lopes conta como resgatou uma de suas pizzarias da falência. “Quando eu comprei a Pizzaria Do Máscara, ela estava quase fechando. Por um tempo, tivemos que diminuir os gastos e ficamos com 3 funcionários, mas hoje em dia estamos com 8 pessoas empregadas aqui.“. Leandro ainda contou que in-

vestir em marketing digital e criar um vínculo com o público foi essencial para que seu comércio sobrevivesse. Com ajuda de plataformas digitais, a pizzaria de Leandro se tornou uma das 3 mais bem avaliadas dentro do Bairro Alto. Segundo o pizzaiolo, a pizzaria funciona como qualquer negócio que, se não souber administrar, fecha. Mas obtém uma vantagem sobre os demais: por ser considerado o “prato mais democrático do mundo“, agrada todas as classes sociais e todos os paladares. Para o economista Rafael Coutinho, as microempresas estão mais sucetíveis a fechar durante crises financeiras por não tomarem precauções. “As

empresas devem ter reservas para suportar períodos onde a demanda por sua produção ou serviços está muito baixa. Além disso, deve-se nesses períodos reduzir os custos o máximo possível“, pontuou. Rafael ainda destaca que manter uma reserva é essencial para que a empresa sobreviva durante crises. “Acredito que a reserva seja o mais importante, pois, caso contrário, o empresário terá que buscar ajuda financeira de terceiros para custear a sobrevivência, e dependendo do prazo de pagamento desse empréstimo, a empresa pode ser pega novamente por outra adversidade e não resistir “.

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POLÍTICA Foto: Leticia Pereira dos Santos

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O Capão da Imbuia possue 20.473 habitantes e há mais de 20 anos não possui nenhum representante legislativo dentro do cenário polítco.

Capão da Imbuia não tem representante no Legislativo Para especialistas, não há necessidade um político local para que o bairro tenha suas demandas atendidas Por Leticia Pereira dos Santos O bairro Capão da Imbuia conta com 20.473 habitantes. E não tem representante legislativo há mais de 20 anos. Na última eleição, o bairro teve apenas um candidato concorrendo ao cargo de deputado federal, porém não conseguiu se eleger. Segundo o morador Rafael Leite, que foi candidato ao cargo de deputado federal na última eleição, mas acabou não vencendo, a falta de alguém do Capão da Imbuia no Congresso faz com que o bairro não ganhe novas infraestruturas, pavimentações e revitalizações. Para o jornalista Miguel Angelo Manassés, não é necessário ter um representante no legislativo de cada bairro. Um exemplo dado por Manassés é o cargo de vereador, que é um posto político e que faz a legislação para Capital da Notícia.indd 7

toda a sociedade e não apenas para um bairro ou uma categoria. “O político deve atender a toda a população, não apenas onde mora”, conta. De acordo com o cientista político Sérgio Braga, a eleição de um candidato local ajuda bastante, mas não é fundamental. Para o professor, em primeiro lugar, é necessário que a população se organize e faça um levantamento meticuloso de quais são as reformas e revitalizações que devem ser feitas. Em seguida, é necessário que se definam quais são as prioridades, pois o poder público não pode satisfazer todas as demandas ao mesmo tempo. Definidas as prioridades, os moradores devem pressionar os vários segmentos do poder público (prefeitura, secretarias, vereadores, demais

órgãos públicos) para a concretização das obras. De acordo com Braga, no Brasil não existe voto distrital, um sistema em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito pela maioria dos votos (simples ou absoluta). Esse é um fator que também dificulta e eleição de representantes vinculados a determinadas regiões geográficas. “Se esse trabalho todo de organização for bem feito, é provável que surjam lideranças naturais no Capão da Imbuia e que, nas próximas eleições, já se possa eleger um determinado morador para algum cargo político. Se esse trabalho não for bem feito, se não houver espírito comunitário, e as divisões e vaidades predominarem sobre o

interesse coletivo, então o mais provável é que tudo permaneça como está e que os políticos tradicionais só se lembrem do bairro em vésperas de eleições, como é de costume, e outros bairros continuem a receber mais atenção das autoridades públicas”, conclui Braga.

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CIDADANIA

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Sem jornal do bairro, moradores do Capão da Imbuia criam grupos nas redes sociais para obter informações O bairro está há quatro anos sem um jornal local

Uma usuária do grupo de moradores do Bairro.

Foto: Gabriela Carsten Galliano

Desde 2014, o bairro Capão “As redes sociais podem ser da Imbuia não possui um jor- benéficas se usadas correnal local. Com a falta de uma tamente. Porém, qualquer fonte de informações espe- pessoa tem acesso a elas e cializadas, os moradores de- pode emitir suas opiniões. O cidiram criar redes sociais problema é quando a opinião para suprir esta necessidade. sem fundamento é tida como Para a moradora do bairro verdade por um grupo grande Sionara Feijó, o bairro pre- de indivíduos. As redes escisa de um jornal. “Acredito tão longe em cumprir o papel mesmo que poderia haver um dos jornais porque, enquanjornal no bairro, mas os mo- to esses, mesmo com falhas radores daqui são muito com- visíveis, possuem profissioplicados com essas situações, nais qualificados que fazem acabam não dando muito apuração dos fatos, as redes apoio”, comenta. não têm controle e qualquer O morador do bairro Daniel pessoa pode emitir uma ideia Rodrigues também achava prejudicial”, explica. que o local precisava de um Segundo Ana Luiza, os jornais jornal, por isso, criou um de bairro aproximam as pesgrupo no Facebook para re- soas do exercício da cidadapassar as informações rel- nia. “O jornal de bairro, por evantes do bairro. “Criei o ser gratuito ao leitor, faz com grupo com o intuito de com- que muitas pessoas possam partilhar informações e rec- ter acesso a informações que lamações por falta de segu- de outro modo não teriam. rança, publicação de alguns Mas o mais importante é que serviços, e também para ali estão assuntos e notícias aproximar os empresários de que interessam àquela comuseus clientes e moradores do nidade especificamente”, esbairro”, afirma. clarece. Ana Luiza Karam, jornalista, alerta sobre os benefícios e malefícios da falta de jornal local:

Foto: Gabriela Carsten Galliano

Por Gabriela Carsten Galliano

Mas as redes sociais não são o local recomendado para conseguir se informar. Capital da Notícia.indd 8

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