Capital da Notícia - Zona Leste #8

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Capital

da

Notícia

Jornal laboratório do curso de Jornalismo do UniBrasil - Centro Universitário

Curitiba Dezembro de 2017 Edição VIII Foto: Joao Otoni

Zona Leste

SOBREVIVENDO

À CRISE

Capão da Imbuia é sede de medalhista paralímpico p.4

Foto: Joao Otoni.

Foto: Arquivo Pessoal.

Comerciantes adotam medidas para sustentar negócios em época de crise p.6

Bairro Alto

Bombeiros apontam falta de cuidados básicos como principal causa de incêndios p.5


CAPITAL DA NOTÍCIA 02

EDITORIAL

Tome uma atitude Nas pequenas, médias, grandes e gigantes cidades os problemas são comuns. É a falta ou o excesso. É aquilo que deixa de funcionar. As queixas são das mais variadas. E quem são os responsáveis? Na maioria das vezes, a Prefeitura. E quem é que reclama? Os moradores e os comerciantes, que vivenciam essas regiões. Então para resolver aquele buraco bem na frente da minha casa, é preciso que a prefeitura venha tapá-lo, certo? Sim, realmente é ela a responsável por isso. Mas primeiro ela precisa saber que tem um buraco aí. A mesma situação acontece com aquela árvore centenária que ameaça cair no meio da avenida. Ou os bancos quebrados da praça. É aí que entra a tão importante comunicação entre cidadão e gestão. Uma outra pergunta recorrente de quem sofre com os problemas dos bairros de Curitiba é o porquê os problemas não são resolvidos? Vamos trazer duas opções de resposta para essa questão. A incompetência e o descaso da Prefeitura são a primeira. A falta de comunicação, a segunda. Dentro do ambiente administrativo municipal, todos sabem que um dos principais fatores para os problemas não serem resolvidos é o simples fato do desconhecimento. Os gestores e funcionários das secretárias não conhecem os problemas, portanto, não existe nada para ser solucionado. Por isso é importante que cada cidadão registre sua queixa através dos meios de contato com a Prefeitura, como por exemplo a Central 156 – principal canal de comunicação entre população, usado por prefeituras, como a de Curitiba – cada um deve fazer sua parte e mostrar para a administração que está vivenciando um problema e aquilo o incomoda. Nada se resolve sozinho. Para algo ser solucionado é preciso primeiro que ele esteja plenamente conhecido por todos.

CULTURA

Entidades ofertam cultura para o Cajuru e Capão da Imbuia Cursos são disponibilizados para toda a comunidade Por Marieli Prestes Moradores do Cajuru e do Capão da Imbuia podem aprender dife-rentes tipos de habilidades artísticas, profissionais e esportivos sem precisar sair do seu bairro. Espaços como o Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro e a Rua da Cidadania do Cajuru oferecem aulas gratuitas e pagas para a comunidade. Fundado há 131 anos, o Centro Guido Viaro oferece formação continuada para professores, além de aulas para estudantes de Formação de Docentes, Pedagogia e Licenciatura em Artes. Outro foco são os cursos livre de linguagem artística. As atividades são gratuitas. A Coordenadora da instituição, Sabrina Rosa Cadori, conta que também são realizadas mostras de teatro, de dança e música. A ideia, segundo ela, é envolver toda a comunidade que tiver interesse em participar destes momentos.

Interessados em participar dos cursos oferecidos pelo Centro Guido Viaro podem obter mais informações pelo telefone, e-mail ou comparecendo pessoalmente até o Centro, que fica na rua Francisco Mota Machado, número 490, no bairro Capão da Imbuia.

A Rua da Cidadania fica ao lado do Terminal do Capão da Imbuia e também tem cursos para toda a comunidade. Entre as opções, estão aulas de bateria, fotografia, desenho, pintura em tela, técnica vocal, ioga, violão e violino, além de outros. Alguns são gratuitos, como o de capoeira, e outros possuem ajuda de custo, com preços que vão até R$ 55. Nilza Maria dos Santos Raimundo é chefe de núcleo do Núcleo Regional do Cajuru da Fundação Cultural de Curitiba e conta que está sendo desenvolvido o Programa Musicar, que tem como objetivo oferecer um curso de musicalização para crianças e adolescentes durante o seu contra turno escolar. É esperado que 80 crianças e adolescentes participem desse programa. “Muitas pessoas procuram nossos cursos porque gostam do que fazem e outras como uma forma de ocupação e terapia.”

Interessados em participar dos cursos oferecidos pela Rua da Cidadania do bairro Cajuru devem comparecer ao local, que fica na rua Maurício Fruet, número 2.150, e preencher uma ficha com alguns dados. Menores de idade devem estar acompanhados do pai ou responsável.

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Moradores e estudantes do bairro Jardim das Américas reclamam da falta de segurança A Polícia Militar informou em nota que há monitoramento durante o dia todo na região Por Beatriz Jarzinski Foto: Beatriz Jarzinski.

Após casos de assaltos registrados dentro e nas proximidades do campus de Ciências Biológicas e do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no último mês, moradores temem pela falta de segurança no bairro. Ouvidos pela reportagem, eles relatam que a violência ocorre durante o dia e sentem falta do policiamento em horário comercial. Os assaltos ocorrem com frequência na Universidade, somente no mês passado três pessoas foram assaltadas em apenas um dia. Os estudantes afirmam que agora o foco dos assaltantes são os carros que ficam no estacionamento da UFPR. A professora e vice-diretora do setor de Ciências Biológicas, Margarete Cestari, 58 anos, relata que os ocorridos dentro do campus é consequência do tamanho da Universidade e dos problemas sociais que estão sendo enfrentados. “É muito difícil você ter uma segurança, de o tempo todo, 24h”, concluiu dizendo que a Universidade Federal do Paraná renovou um contrato com a Copel e fará melhorias na iluminação do local. Moradora do Jardim das Américas, a estudante de Química Sabrina Silva Lins, 19 anos, diz que, mesmo

Falta de segurança no campus de Ciências Biológicas e Centro Politécnico da UFPR.

sentindo que o bairro é perigoso, se sente mais tranquila em casa do que na universidade. Isso porque, de acordo com o que ouviu de seguranças da UFPR, os seguranças da instituição não devem proteger os alunos, mas o patrimônio. “Você não sabe quem é realmente estudante, ou quem aqui só tá andando pra assaltar”, reclama Sabrina. Bairro

Um dos maiores problemas da região seria a ausência de policiais durante os períodos da manhã e da tarde. A ronda das viaturas ocorre,

segundo relatos, somente no início da manhã e durante a noite. Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) diz que, apesar dessa percepção da comunidade, há, sim, monitoramento durante o dia todo na região. A relações-públicas Mariana Ventura, 24 anos, mora no Jardim das Américas há 10 anos e conta que familiares e vizinhos pagam uma empresa de segurança particular para se sentirem mais seguros. “O governo deveria retribuir [os impostos] em forma de serviço para a população, o que não acontece”. Mariana conta que somente neste ano e na sua rua, uma família ficou refém de assalt-

antes e um carro de um cliente de uma concessionária foi roubado. “O que mais me chama a atenção é que todos os assaltos aconteceram de dia, horário comercial, de manhã quando os pais estão saindo de casa com os filhos, na hora do almoço”. Para combater o aumento da criminalidade na cidade, a PM começou Operação Sinergia em agosto. Em nota à reportagem, o órgão afirma que a 2ª Companhia do 20º Batalhão é responsável pelo policiamento da área e está “ativa no patrulhamento ostensivo e preventivo”. A vigia na região foi reforçada recentemente com as novas viaturas adquiridas pelo Governo do Estado.

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SEGURANÇA


Capão da Imbuia é sede de medalhista paralímpico Marcelo dos Santos treina cinco dias por semana para tentar uma convocação em 2020 Por Thaís Vieira Marcelo dos Santos, 45, treina bocha paralímpica cinco dias por semana no bairro Capão da Imbuia para tentar uma convocação para próxima paralímpiada, que será realizada em Tóquio em 2020. Ele é portador de distrofia muscular progressiva, doença em que os músculos que controlam o movimento enfraquecem progressivamente. Nasceu com a deficiência, que se desenvolveu com o passar dos anos. Antes de virar atleta, trabalhou durante quatro anos no Correio como atendente. Teve que deixar o emprego quando a doença progrediu. Passou a ajudar o irmão, que também possui a deficiência, em treinos de bocha. Em 2007 recebeu o convite para começar a jogar o esporte de forma mais séria por um clube do bairro. Um ano depois, participou da primeira competição nos “Jogos Especiais de Curitiba”, conquistando sua primeira medalha e a mais importante de sua carreira. “Foi através dela que eu acabei pegando gosto e dei continuidade em meu trabalho”. De 2009 a 2016, o atleta participou de várias competições nacionais e internacionais até receber a primeira convocação para a Seleção, que foi para representar o país em um mun-

Foto: Arquivo Pessoal

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ESPORTE

Marcelo (primeiro da esquerda para a direita) e sua equipe conquistaram duas medalhas de prata no Open Mundial em Montreal

dial aberto em Montreal, no Canadá. Conquistou duas medalhas de prata na competição. Em seguida, participou da Copa América no Kansas, nos Estados Unidos, conquistando uma medalha de ouro e uma de prata. Depois dessas conquistas, Marcelo não teve bons desempenhos em competições nacionais e não imaginava que retornaria tão fácil para a Seleção Brasileira. “Todos nós temos ou tivemos algum tipo de dificuldade, mas nunca deixei isso me preocupar”. Participou de vários jogos até chegar na Rio 2016. “Quando as coisas são para acontecer tudo tem um momento certo. ”

Nos Jogos Paralímpicos, conquistou a medalha de prata, representando o país na categoria duplas mistas BC4, ao lado do amigo Dirceu Pinto e do irmão, Eliseu dos Santos. Tóquio 2020

Marcelo treina na Secretaria de Esporte do Paraná, no bairro Capão da Imbuia, na Zona Leste de Curitiba, de segunda a sábado. Pratica cerca de oito horas por dia. A experiência com a RIO 2016 foi encerrada com grande êxito e agora começam as preparações para 2020. “Nós estamos nos preparando e esperando uma oportunidade de convocação para

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poder representar o Paraná mais uma vez”, diz. Para conseguir viver somente com os treinos, o paratleta tem o apoio do projeto Talento Olímpico do Paraná (TOP). O programa beneficia atletas das modalidades Olímpicas e Paralímpicas de todas as categorias, da base ao alto-rendimento. O projeto levou 34 atletas para a Rio 2016, conquistando duas medalhas, uma delas com o próprio Marcelo. “Estamos em um novo ciclo a partir deste ano. Até ano passado, o programa era conhecido como TOP 2016 e hoje já é o TOP 2020”, conta Denise Golfieri, coordenadora do projeto. Para participar da iniciativa, o atleta precisa estar vinculado a uma escola no Paraná ou a uma confederação esportiva.

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Bombeiros apontam falta de cuidados básicos como principal causa de incêndios no Bairro Alto Em média, segundo dados do Corpo de Bombeiros, nos últimos cinco anos houve um aumento de 30% no número de incêndios no bairro , a maioria deles ligadas a descuidos simples Por Amanda Koiv Foto: Joao Otoni

O número de casos de residências queimadas tem crescido de forma significativa no Bairro Alto, região leste de Curitiba de acordo com estimativas divulgadas pelo Corpo de Bombeiros. As principais causas para os incêndios são resultados de problemas na fiação elétrica ou a falta de cuidados básicos por parte dos próprios moradores. Em 2016, foram registrados 22 casos no bairro. Desses, não houve vitimas fatais, mas a perda material por parte dos envolvidos foi bem significativa. Neste ano, segundo os registros do Corpo de Bombeiros (CBM) o Bairro Alto é o segundo local com maior índice de ocorrências desta natureza dos bairros que compõe a região leste da capital com oito casos. O Cajuru é o bairro que apresenta o maior número de incêndios desta regional com 15 casos. Em agosto deste ano, um incêndio destruiu completamente um imóvel no Bairro Alto e um homem de 52 anos morreu. O caso teve uma grande repercussão e chocou os moradores do local. Segundo matérias na época, o problema que gerou o acidente foi a falta de cuidados básicos na estrutura da casa. O Sargento Alessandro dos Santos que pertence ao Sé-

Bombeiros alertam que com os devidos cuidados é possível evitar grande parte de casos de incêndio.

timo Batalhão do CBM no Bairro Alto, conta que dentre as causas mais vistas de incêndios, é possível citar a sobrecarga de fiações pelo uso excessivo de aparelhos domésticos na mesma tomada. “A utilização de balões e fogos de artifício também podem ser incluídos como fatores que podem ser causadores desses casos”. A moradora Alexandra Ferreira Pauzer, 33, perdeu tudo durante um incêndio em julho de 2016. “Recebi uma ligação da vizinha dizendo que minha casa havia pegado fogo. Eu fiquei em choque, na época não consegui nem mesmo conversar a respeito do ocorrido”. Ela ainda conta que o filho estava em casa, mas, con-

seguiu se salvar. Segundo o laudo dos profissionais que atenderam a ocorrência, a causa do incêndio foi problemas na fiação elétrica. “Aparentemente não havia nenhum problema com a residência fiquei surpresa quando soube de como o fogo começou”, diz. Cuidados

Os Bombeiros alertam que com os devidos cuidados é possível evitar grande parte de casos de incêndio como a verificação de botijões de gás, manter produtos químicos bem fechados e longe do alcance de crianças, não utilizar a mesma tomada para ligar vários aparelhos juntos, desligar o chuveiro

antes de mudar a chave verão/ inverno, e desligar os quadros de energia antes de realizar um reparo elétrico. O tempo seco também possibilita que o fogo se alastre mais depressa. Procedimentos e prevenção

Quando na ocorrência é detectada alguma vítima, os bombeiros utilizam técnicas como a inalação de oxigênio e o atendimento dos primeiros socorros são feitos já na ambulância. No caso do fogo estar descontrolado é feita a proteção do entorno. Para a prevenção dos casos, os profissionais tem atuado na vistoria obrigatória dos imóveis, ação denominada “Prevfogo”. A solicitação deve ser feita através do site do Corpo de Bombeiros.

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PERIGO


Comerciantes adotam medidas para sustentar negócios em época de crise Especialistas indicam medidas como rever custos, planejar promoções e descontos Por Bruna Gazabin Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas no Brasil alcançou 51,7% em julho deste ano, o que representou uma alta em relação ao mesmo mês de 2016. Sem dinheiro, as pessoas passaram a economizar, o que afetou profundamente os comércios locais. No bairro Cajuru, em Curitiba, empresários estão apelando para a criatividade para contornar a crise econômica. O membro da Associação de Moradores do Cajuru, José Ferraz conta que alguns comércios da região tiveram o seu lucro reduzido pela metade. “Uma papelaria aqui no bairro tinha um lucro que girava em torno de R$ 15 mil e agora estão lucrando menos de R$ 10 mil por mês. A crise afetou bastante os comércios que eu frequento. Sei disso, pois conheço os donos de alguns estabelecimentos da região”. Anderson Gorri é dono do material de construção

EXPEDIENTE UniBrasil Centro Universitário

Rua Konrad Adenauer, 442, Tarumã, Curitiba – PR - 82821-020 Telefone: (41) 3361-4200 Presidente: Clèmerson Merlin Clève Reitor: Sergio Ferraz de Lima

Foto: Joao Otoni

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ECONOMIA

Comerciantes do bairro Cajuru vêm se adaptando ao atual momento econômico para driblar a crise.

LeCler e conta que tem dificuldade para manter o negócio aberto. Para atrair clientes, usou estratégias novas. “A crise me afetou com certeza, mas estou tentando manter as vendas, pois o país está parado. Caiu 40% do meu lucro”. Ao comparar, os preços dos concorrentes, o comerciante percebe o quanto pode baixar no valor dos produtos. “Também fiz trei-

namentos para melhorar a agilidade dos vendedores na hora do atendimento e estou divulgando a minha loja na internet”. Wadson Oliveira Santos é um comerciante de bebidas do bairro e diz que teve demitir mais de metade de seus funcionários. “A questão foi por necessidade. Ou eu mantinha todos os funcionários e falia ou demitia alguns e economizava dinheiro”. Agora ele tem trabalho dobrado, pois

há menos pessoas na equipe, porém consegue pagar as contas em dia e não deixar faltar produtos no estoque. Os comerciantes devem adotar medidas operacionais para manter o seu capital de giro ativo. Uma das recomendações da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo é necessário aderir algum tipo de financiamento para o cliente, como vendas a prazo. Além de manter o seu estoque e pagar os fornecedores.

Pró-Reitora de Graduação: Lilian Ferrari Coordenadora do curso de Jornalismo: Maura Martins Capital da Notícia - Zona Leste: produto laboratorial do curso de jornalismo do UniBrasil Centro Universitário. Repórteres: Amanda Ramos,

Bruna Gazabin, Felippe Salles, Gabrielle Sversut, Joao Emanoel, Leonardo Gomes, Marcela Detoni, Nycole Soares, Thais Mendes, Yasmim da Silva, Yasmim Ferreira. Diagramação: Joao Otoni e Loenardo Gomes Professor responsável: Rodolfo Stancki.

Site: www.capitalzonaleste.wordpress.com Facebook: www.fb.com/jornalcapitaldanoticia/ Instagram: www.instagram.com/ zonalestecuritiba/ Material integrante da disciplina de Redação Jornalística IV.

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