ALAIR GOMES AND THE LUST FOR BODIES
Alair de Oliveira Gomes (Valença - Rio de Janeiro, 1921) was an important Brazilian photographer, renowned in particular for being a pioneer of homoerotic photography.
He graduated in Civil and Electronic Engineering and became a lecturer in Philosophy and an art critic. His photographic work began in the 1960s and can currently be found in a collection of around 150,000 negatives at the Brazilian National Library, along with texts, diaries and essays that he wrote throughout his life.
His best-known work in photography, “Sonatinas four feet”, was developed from the window of his apartment in Ipanema, where from a slit he could see young people in the daily practice of gymnastics and stretching, images that directly allude to the Greco-Roman sculptures that he photographed in his youth.
Alair was considered a marginal photographer in Brazil for many decades, until his death in 1992. Years later, in 2001, his work was gathered in a collection and won a solo exhibition at Fundação Cartier de Arte Contemporânea, highlighting the artist as a pioneer of homoe roticism.
From this production emerge photos that comprise the “Sona tinas”, a conceptual game of young people exercising under the tropical sun (added to the MAM-SP 1985 Photography Quadrennial and later in cluded in the museums collection) and Sensual Boy, mail art published in the Corpostal e exhibited in 1986 at Livraria Dazibao, both opportuni ties in which I had the great pleasure of curating his artistic work.
In 2015, on the occasion of the exhibition “Percursos”, at Cai xa Cultural, his work was rescued and carefully exhibited by curator Eder Chiodetto, bringing together more than 300 photographs in São Paulo. Eder emphasizes that Alair was “a political and poetic being thinking about his time” and emphasizes, with a philosophical spee ch: “through the photographic sequence, he does achieve a place whi ch is neither painting nor cinema, but belongs to the autonomy of Photography, which is Pure Photography”.
From the classical sensuality of Greco-Roman sculptures to the conceptual and musical sequences of his “Sonatinas”, Alair Gomes’ work can be appreciated today in important international collections or in sought-after books, such as Alair Gomes: A New Sentimental Journey, by Miguel Rio Branco (Cosac Naify, 2009) and Alair Gomes: Um Voyeur Natural (Alair Gomes: A Natural Voyeur), by Alexandre Santos and Joaquim Paiva (Porto Alegre, SMC, 2008).
To that bibliography is now added this new publication about the artist, which curatorship I share with editor Carlo Cirenza, hoping that this will be another important panoramic window into the vast and peculiar work of this original Brazilian photographer..
PAULO KLEIN PHOTOGRAPHER, CURATOR AND ART CRITICIt is a nostalgic time right now, and photographs actively promote nostalgia. Photography is an elegiac art, a twilight art. Most subjects photographed are, just by virtue of being photographed, touched with pathos. An ugly or grotesque subject may be moving because it has been dignified by the attention of the photographer. A beautiful subject can be the object of rueful feelings, because it has aged or decayed or no longer exists. All photographs are memento mori. To take a photograph is to participate in another person’s (or thing’s) mortality, vulnerabilty, mutability. Precisely by slicing out this moment and freezing it, all photographs testify to time’s relentless melt.
SUSAN SONTAG ON PHOTOGRAPHYRio de Meninos
Sport
The no story of a choffeur
Urban
ALAIR GOMES E A SANHA DO CORPO
Alair de Oliveira Gomes (Valença - RJ 1921) foi um importante fotógrafo brasileiro, consagrado em particular por ser um pioneiro da fotografia homoerótica.
Formado em Engenharia Civil e Eletrônica, professor de Filo sofia e Crítico de Arte, sua obra fotográfica se desenvolve a partir dos anos 60 e hoje pode ser encontrada num acervo de cerca de 150 mil negativos na Biblioteca Nacional Brasileira, juntamente com textos, diários e ensaios escritos ao longo de sua vida.
Seu trabalho mais conhecido em fotografia “Sonatinas four feet” foi desenvolvido da janela de seu apartamento em Ipanema, onde a partir de uma nesga podia-se ver jovens na prática diária de ginástica e alongamentos, imagens que aludem diretamente às escul turas greco- romanas que fotografou em sua juventude.
Alair por muitas décadas foi considerado um fotógrafo margi nal no Brasil, até sua morte em 1992. Anos depois, em 2001 sua obra é reunida e ganha individual na Fundação Cartier de Arte Contempo rânea, destacando o artista como um pioneiro do homoerotismo.
São desta produção, fotos que compõem as Sonatinas, jogo conceitual de jovens que se exercitam sob o sol tropical (inseridas na Quadrienal de Fotografia do MAM SP 1985 e posteriormente incluídas no acervo do museu) e Sensual Boy, arte postal editada na coleção Corpostal e exibida em 1986 na Livraria Dazibao, ambas oportunida des em que tive o enorme prazer de realizar curadorias de seu traba lho artístico.
Já em 2015, por ocasião da mostra “Percursos”, na Caixa Cul tural, sua obra é resgatada e criteriosamente exibida pelo curador Eder Chiodetto, reunindo mais de 300 fotografias em São Paulo. Eder destaca que Alair foi “um ser politico e poético pensando seu tempo” e enfatiza com a fala filosófica: “através da sequência fotográfica con segue sim um lugar, que não é pintura, nem cinema, mas que é da autonomia da Fotografia, que é Fotografia Pura.”
Da sensualidade clássica das esculturas greco-romanas até as sequências conceituais e musicais de suas Sonatinas, a obra de Alair Gomes pode ser apreciada hoje em importantes acervos internacio nais ou em livros disputados, como Alair Gomes: A New Sentimental Journey, de Miguel Rio Branco (Cosac Naify, 2009) e Alair Gomes: Um Voyeur Natural, de Alexandre Santos e Joaquim Paiva (Porto Alegre, SMC, 2008).
À esta bibliografia junta-se agora esta nova publicação do artista, que com critério compartilho a curadoria com o editor Carlo Cirenza, desejando que esta seja mais uma importante janela panorâ mica para a vasta e peculiar obra deste original fotógrafo brasileiro.
PAULO KLEIN FOTÓGRAFO, CURADOR E CRÍTICO DE ARTEA época atual é de nostalgia, e os fotógrafos fomentam, ativamente, a nostalgia. A fotografia é uma arte elegíaca, uma arte crepuscular. A maioria dos temas fotografados tem, justamente em virtude de serem fotografados, um toque de páthos. Um tema feio ou grotesco pode ser comovente porque foi honrado pela atenção do fotógrafo. Um tema belo pode ser objeto de sentimentos pesarosos porque envelheceu ou decaiu ou não existe mais. Todas as fotos são memento mori. Tirar uma foto é participar da mortalidade, da vulnerabilidade e da mutabilidade de outra pessoa (ou coisa). Justamente por cortar uma fatia desse momento e congelá-la, toda foto testemunha a dissolução implacável do tempo.
SUSAN SONTAG SOBRE FOTOGRAFIACredits
Publisher: Alaide Rocha
Editor: Carlo Cirenza
Curator: Carlo Cirenza Paulo Klein
Curator Assistant Paloma Santa Rosa Klein
Text: Paulo Klein Graphic Project: Marcelo Pallotta
Image Processing Murilo Moser
Designer Assistant: Daniela Naomi I
Translation: Bruna Martins Fontes
Acknowledgements: Fundação Biblioteca Nacional, Companhia das Letras, Diana Ramos, Fernanda Souza da Silva, Penguin Books, Sonia Alice Monteiro Caldas, Susan Sontag, Tatiana Cova
1 - Suggestions, complaints and praise should be sent by email to: contact@carcaraphotoart.com
2 - Portfolios should be submitted in the following format: JPEG (20 x 30 cm), 300 dpi via email to: contact@carcaraphotoart.com
ISSN 2596-3066