6ª Edição - Revista Volta ao Mundo

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Havaí

O paraíso é aqui!

Tranquilidade em Buenos Aires.

Conheça Varanasi, a cidade sagrada.

Novas matérias a cada semana!


Índice Dicas: Cuidado com os batedores de carteira.....04 Photo Profile Anne McKinnell.........................................08 Viajando de carona.....................................28 Música: Earl Greyhound...........................................36 Aloha – Paraíso Havaiano..........................38 El Celler de Can Roca – A fina flor da gastronomía catalã................................88 Filme – They Came From...........................90 Coluna: “Pelo Mundo” – Varanasi, A cidade mais sagrada da India.................92 Conexão China: O Vale das Nove Vilas...............................118 Conexão Argentina: Passeios tranquilos em Buenos...............140 Meet me there – Accra, Ghana.................148 NY - Música Clássica na Metrópole do Mundo..........................160 Dicas de equipamentos: Pequenas coisas........................................178 Mente Sã, corpo são................................190


Amar, mudar e viajar.

M

uita gente não gosta de viajar. Verdade. Ao prestar bastante atenção pode-se perceber que muita gente prefere sempre fazer a mesma coisa. Comer as mesmas comidas, beber os mesmos sucos, tomar o mesmo sorvete e até outras coisas, não dizíveis por aqui, são sempre feitas da mesma maneira. Esta padronização da vida a faz parecer cada vez menos com vida e cada vez mais com uma linha de montagem, de onde as vidas das pessoas saem iguais. Conheça a “vida embalagem de leite”. Os adeptos da vida caixa de leite são fáceis de descobrir. Eles temem a mudança como se fosse doença incurável. As novidades, em suas cabeças, são quase monstros cheio de dentes e garras, prontos para destruir a agenda permanente em que mantêm milimetricamente organizados os seus dias. Celulares, pagers, notebooks, relógios, agendas, tudo parece guiar para a “vida embalagem de leite”, mas ela não é invencível e pode ser combatida. Quando a sua vida é pasteurizada (daí chamá-la de embalagem de leite) ela não muda, na maioria das vezes, porque a própria pessoa não busca a mudança. Não é dizer que basta viajar, é preciso descobrir - nem que seja apenas uma descoberta para VOCÊ - novas culturas, atividades e lugares. Ver uma paisagem nova é muito melhor do que ver a mesma, já conhecida, mesmo que seja linda de morrer. Algumas pessoas viajam a vida toda de um lugar para o outro sem que nada mude a rotina de suas vidas, nem em seus pensamentos. E isso é péssimo. Todos são vítimas deste processo de pasteurização do dia a dia. Uns mais, outros menos. Poucos lutam. E sabe de uma coisa? Dos que lutam, a maioria vence. Basta perceber que se pode tomar um rumo diferente, se quiser. Não é fácil, não é simples, com certeza não é cômodo, precisa de esforço e não raro causa sofrimento, porém, te leva para longe de onde estava e isso, mesmo quando ruim, pode ser muito bom. Encare a vida como uma corda bamba – slack line – para os mais modernos e saiba que se você cair, sempre pode se levantar e tentar mais uma vez, de maneira diferente. Não deixe que sua vida se torne uma embalagem de leite. Ame, viaje, mude e viva. Boas viagens!

Rodrigo Oliveira Editor


Dicas de Volta ao Mundo

Cuidado com os batedores de carteira. Por: Rodrigo F. de Oliveira

O

s batedores de carteira podem estragar totalmente

uma viagem, principalmente se você estiver em um país estrangeiro. Bater carteiras é um dos crimes mais antigos (e populares) no mundo. O crime é relativamente seguro, pois um punguista experiente pode conseguir tanto dinheiro quanto um ladrão armado, com um menor risco de confronto ou de ser identificado pela vítima. Na maioria das vezes, quando ela ainda nem percebeu o que aconteceu, o batedor de carteira já está longe. Imagine que você está chegando ao seu hotel e descobre que seu dinheiro, cartões de crédito e documentos de identidade não estão com você! E por você não ter a menor ideia de onde eles foram subtraídos, a chance de você conseguir recuperar seus pertences é muito pequena. Os melhores locais para este tipo de criminoso são sempre onde existe muita gente, como num metrô, ou circulando, em feiras e locais de intensa compra, nos moldes da Rua Santa Ifigênia, em São Paulo, capital.



No mundo, são inúmeros os tipos de batedores de carteira, com diversos níveis de habilidade. No nível mais baixo estão os oportunistas simples. Esses batedores de carteira não usam qualquer técnica especial; simplesmente,

procuram pessoas que

assumem atitudes vulneráveis. Oportunistas também procuram pessoas que dormem na praia e pessoas que esperam suas bagagens em aeroportos. Já retirar uma carteira do bolso ou bolsa de alguém é um pouco mais difícil, eles precisam constantemente criar uma distração, fazendo com que a vítima se concentre em outra coisa, enquanto eles roubam a sua carteira. Esta técnica, usando comparsas, pode ser (e é) usada em locais com menor agrupamento de pessoas. A melhor defesa contra batedores de carteira é tornar-se uma vítima mais esperta e menos apetitosa. Não é boa ideia carregar sua carteira no bolso traseiro, porque é muito fácil para um batedor se mover sorrateiramente por trás de você. A melhor opção é um moneybelt (cinto para dinheiro), usado por muitos viajantes experientes sob suas roupas. As pochetes e bolsas são extremamente vulneráveis, particularmente


quando ficam voltadas para trás. Se você precisar transportar uma bolsa, deve mantêla sob seus braços e cobri-la com sua mão em áreas cheias de gente. Para os mais paranoicos, vale até carregar uma “carteira engodo” em local de fácil visibilidade. No entanto, a verdade mais pura e simples é que mesmo tomando todas as precauções não existe ninguém que esteja livre da ação destes mestres do furto, então convém estar preparado para perder o mínimo possível. Divida os documentos, dinheiro, cartões, etc. que você precisar carregar em diversos bolsos, tenha os números dos cartões para facilitar ações defensivas e caso algo aconteça, não fará mal ter em mãos os números de embaixadas e consulados do seu país mais próximos além de manter-se alerta. Saber reconhecê-los pode ser até impossível, mas saber do que se afastar é um bom caminho para manter seus pertences, por toda a viagem, contigo. Divirtam-se

e

cuidados

batedores de carteira da vida.

com

os


Photo Profile

Anne McKinnell A Fotografia da Mudanรงa.


“M

udar a sua vida não é algo tão difícil ou assustador como pode parecer. Assustador é não fazê-lo.” Esta é a mensagem que Anne McKinnel procura transmitir em seus textos e fotografias. “Changing your life is not as difficult or scary as it seems! What is scary is not doing it.” This is the message Anne McKinnell seeks to convey in her writing and photography.

Monolk


Após 17 anos como autônoma no ramo de desenvolvimento de softwares, Anne decidiu que já era hora de mudar. Então, ela fechou seu negócio, vendeu a casa, comprou um trailer e embarcou numa nova vida, como fotógrafa nômade. Agora mesmo, Anne está viajando pela América do Norte fotografando e escrevendo sobre suas viagens, e vivendo uma vida feliz.

Canon Beach

After 17 years self-employed in software development, Anne decided it was time for a change. She closed her business, sold her house, bought an RV and embarked on a new life as a nomadic photographer. She is currently travelling around North America full-time photographing beautiful things and writing about travel, photography and living a happier life.


Newhampshire



Newfoundland



Yosemite



Convictlk


“Por natureza, tenho facilidade em ver as coisas negativas no mundo. A dificuldade é ver a bondade. Então, por ser exatamente essa a minha dificuldade, decidi fotografar apenas a beleza. Isso me ajuda a focar apenas no que é belo e bom no mundo.”


“By nature, I see all the negative things in the world. That comes easy. I have to put effort into seeing the good so I made a decision to only photograph beautiful things to help me focus on what is right and good in the world.�

Georgia


Monolk


Newbrunswick

“Espero que durante este primeiro ano como fotógrafa viajante eu consiga descobrir uma maneira de ganhar a vida na Estrada e assim poder continuar.” “I hope that during this first year of being a travelling photographer I can find a way to make a living on the road so I can keep going.”


Newfoundland


Pei

Georgia


Southcaroliina


Southcaroliina


Somando ao blog onde escreve regularmente sobre suas viagens, Anne recentemente lançou seu primeiro ebook, chamado “Oito Tipos de Luz Natural que adicionarão Drama para suas Fotografias”, que está disponível gratuitamente em seu website: www.annemackinnell.com


In addition to writing a regular blog about her travels, Anne recently released her first eBook “8 Types of Natural Light That Will Add Drama to Your Photographs� which is available free on her website at annemckinnell.com Sidney


Viajando de Carona por Bruno Casaes Teixeira

A

cordei cedo naquele dia, estava em Umeå, uma

cidadezinha no norte da Suécia, e o plano era seguir de carona até Lansjärv, uma vila sueca enfiada 10 km acima do círculo polar ártico, uma viagem de 400 km no total. Era a primeira vez que eu tentava na prática e não estava ainda 100% confiante de que daria certo, ainda assim, me parecia uma oportunidade interessante. Pegar caronas não é algo lá muito comum no Brasil, infelizmente, pois se trata de uma maneira bem divertida e inusitada de viajar. É também incomum na Suécia. Os motoristas têm bastante receio, afinal, a prática de pegar caronas, quando revisitada em filmes, em geral acaba em assassinatos e roubos e isso, infelizmente, assusta muita gente. Quando penso no risco, considero que o número de pessoas dispostas a ajudar é muito maior do que o número de pessoas que podem lhe fazer algum mal, desta forma, existe muito pouco a temer. A família que me hospedara nos dias anteriores me deixou em uma saída da cidade na direção do norte logo após uma rotatória.



Escolhendo o lugar certo Uma das coisas mais importantes em tomar caronas é o lugar. Não se pode esperar muito sucesso ao pegar caronas em uma via rápida, é muito melhor esperar em um lugar onde os motoristas precisem diminuir a velocidade, o que os dá mais tempo para pensar se dão ou não uma carona. Sendo assim, retornos, rotatórias, semáforos todos são ótimas opções, mas a preferida de nove entre dez caroneiros são postos de gasolina. Naquele dia, eu não tinha nenhuma placa, mas em geral placas com o destino são muito bem vindas. Outro acessório que costumo utilizar com frequência é uma bandeira do Brasil. Temos muita sorte em sermos de um país que todos admiram, seja pelo futebol, pelo carnaval ou pelas festas, todo mundo tem alguma razão para ter curiosidade sobre o Brasil, assim, dar carona a um brasileiro é uma oportunidade única. Lembrome de uma vez em Israel que em meia hora, ninguém parou, coloquei a bandeira e o primeiro carro parou. A razão: o filho do motorista estava viajando no Brasil naquele momento.

A primeira carona Minha primeira carona era um grupo de amigos que iriam fazer canoagem na fronteira com a Finlândia, havia três pessoas no carro, assim se eu não estivesse sozinho, a carona não seria possível.


O tamanho do grupo de caroneiros influencia e muito o sucesso da empreitada, outra coisa que influencia e muito é o sexo do caroneiro. Uma mulher sozinha pega carona muito mais facilmente do que duas mulheres, que pega carona antes que um casal, que pega carona antes que dois homens. A razão disso é o fato de que as pessoas se sentem mais seguras na presença de mulheres do que de homens. Particularmente, não gosto de pegar carona sozinho, afinal, pode-se ter momentos de extrema monotonia após algumas horas de tentativas malsucedidas, o que acontece com frequência maior do que desejamos. E uma companhia, portanto, é muito bem vinda nessas horas.


Durante a viagem de algumas horas, tive a oportunidade de conhecer meus companheiros de carona, contar algumas das minhas histórias e aprender sobre a vida no norte da Suécia. Ao me deixarem, desviando alguns quilômetros de seu caminho, deixaram-me em um posto de gasolina e compraram para mim um repelente eficiente o suficiente para o que seria o inferno de mosquitos daquela região no verão.

Postos de gasolina Não é à toa que postos de gasolina são os locais favoritos dos caroneiros, pois ali se pode conversar com os motoristas dando a eles tempo o suficiente para considerar a possibilidade. E foi assim que encontrei um grupo de rapazes que topou me dar uma carona pelos últimos quilômetros que me separavam de meu destino final daquele dia: Lansjärv. O mais interessante naquela região, a 10 km ao norte do círculo polar ártico, é que durante o verão está sempre claro, mal pude perceber que já eram mais de 10 horas da noite. Em outros lugares, devido à escuridão, seria muito, muito difícil conseguir carona, as pessoas se sentem muito mais inseguras; mas com a claridade daquele lugar, pode-se pegar caronas a noite inteira. Após alguns dias, eu segui para o extremo norte da Suécia, onde pretendia seguir trilhas na montanha, acampar e ver o sol


da meia noite, espetáculo da natureza exclusivo dos extremos norte e sul do planeta. O único problema é que não tinha a mínima experiência nesse tipo de aventura.



Um pouco de sorte faz parte Tive então muita sorte com a próxima carona. Um rapaz da República Tcheca que estava de mudança para a Noruega. Ele dirigia uma van preparada para longas distâncias, com fogão, cama, água etc. Sabendo das minhas intenções, decidiu parar em lojas especializadas para me ajudar a comprar os equipamentos necessários, e sua ajuda foi essencial para o sucesso daquela empreitada. Além de proporcionar uma forma barata de se transportar de um ponto a outro, tomar caronas possibilita uma oportunidade de interação com pessoas muito boas. Afinal, aqueles que param para um caroneiro são pessoas que se dispõem a sair de sua zona de conforto para ajudar outra sem esperar nada em troca, desta forma, espero sempre conhecer pessoas fantásticas quando saio de caronas, e esta expectativa é sempre atendida.


Música

Earl Greyhound Por Rodrigo Oliveira

N

ão escondo de ninguém que ainda me impressiona a forma como descobrimos determinadas coisas através dessa grande rede virtual. Um perfeito exemplo disso é a nova iorquina Earl Greyhound, power trio com um toque retro, que incorpora elementos tão diversos quanto Hendrix, Led Zeppelin, T. Rex, Big Star e muita psicodelia. A banda é composta por Matt Whyte (vocais/gutarras), Kamara Thomas (vocais/baixo) e Ricc Sheridan (bateria). Fuçando na rede atrás de informações sobre o The Answer (outra banda), encontrei uma recomendação daquelas, tipo “consumidores que gostam de banda fulana também costumam gostar de banda sicrana”. Normalmente, fujo de indicações desta natureza, pois já vi cada uma nestes vários anos de pescaria musical... No entanto, achei a capa enigmática e resolvi clicar no arquivo. Para minha surpresa, gostei do que li. Resultado: procurei, achei degustei seu primeiro álbum, este Soft Targets(2006). ilustração: http://www.flickr.com/photos/tjc/5487243486/


Não sei se eles são conhecidos fora do Brasil, mas sei que aqui é uma banda desconhecida, a única certeza é a de que, seja na estrada, na cidade, na praia ou andando de bicicleta, a banda é a trilha certa para a sua aventura. Fiquei viciado nessa banda e não consegui parar de ouvir até hoje. Agora passo o vírus para vocês!

foto: http://feedbackonline.wordpress.com


Aloha – Paraíso Havaiano. por Rodrigo de Oliveira fotos: Cedric Paes de Barros

O

arquipélago do Havaí é formado por oito ilhas, Oahu,

Havaí (também chamada de “Grande Ilha”), Niihau, Molokai, Maui, Lanai, Kauai e Kahoolawe. A mais famosa é Oahu, por conta de possuir o centro mais desenvolvido, ser considerada a “Meca” do surf mundial e sediar os mais importantes eventos do meio. Kauai, Havaí e Maui também possuem um turismo bastante desenvolvido. A pequena Kahoolawe não possui habitantes permanentes e é área restrita para pesquisa da fauna e flora, com muitas espécies endêmicas da Ilha. Lanai é conhecida como a “Ilha do Abacaxi” por motivos óbvios, Molokai possui apenas um Resort super exclusivo, para onde muitos americanos vão em sua Lua de Mel e por fim, Niihau, onde a grande maioria de habitantes são havaianos nativos que vivem ainda da agricultura e da criação de animais, em regime de subsistência.






Desembarque Polinésio. Os antigos polinésios eram navegadores e astrônomos habilidosos. Num tempo onde as embarcações ocidentais mal se afastavam da costa, os polinésios já viajavam grandes distâncias mar adentro. São considerados os primeiros seres humanos a aportar nas praias havaianas e seus primeiros colonizadores. A data exata do primeiro desembarque polinésio no Havaí é ainda motivo de discussão, no entanto, apesar do certo desencontro nas teorias sobre como teria ocorrido, há evidências suficientes para afirmar que a colonização havaiana não ocorreu depois de 800 DC e possivelmente tenha ocorrido entre 300 DC e 500 DC. A fonte imediata de população colonizadora são as Marquesas do Sul, todavia, o contínuo contato entre o Havaí e as ilhas centrais é indicado através de evidências lingüísticas, tradições orais, indicações botânicas e um legado genético compartilhado pelas populações das ilhas localizadas no Oceano Pacífico.


Lendas e Evidências.

Segundo evidências arqueológicas, as viagens de longa

distância entre o Havaí e as ilhas polinésias do pacífico leste se tornaram menos freqüentes a partir do ano 1200 AD e se reduzem a memórias entalhadas nas histórias havaianas na a época dos primeiros contatos com os ingleses. Na verdade, a única evidencia histórica de uma invasão polinésia reside nas lendas de Hawai’iloa e o sacerdote-navegador Pa’ao. Ele conta que fez a travessia entre o Havaí e Kahiki (Taiti) e trouxe consigo muitos novos costumes. Alguns havaianos acreditam que esse seja um relato histórico e não apenas uma lenda. Contudo, alguns historiadores modernos simplesmente preferem apenas citar (ou não) esse relato.

Alguns ainda acreditam que os havaianos são descendentes

dos samoanos, como afirma o Rei Kalakaua, em seu livro, The Legends and Myths of Hawaii, onde também sustenta que o Rei Kamehameha é descendente do grande rei samoano, Pili, por quem teria sido nomeado para governar as ilhas havaianas, sem esquecer as lendas do povo Menehune que haveria colonizado as ilhas antes mesmo dos primeiros visitantes. Mas, estas são consideradas apenas histórias folclóricas, ainda mais sabendo que Pili é uma entidade muito conhecida na mitologia do povo samoano.





Frutos da terra

Muitos dos vegetais e animais de criação

hoje encontradas nas ilhas havaianas foram levadas pelos colonizadores como alimento, como a banana, fruta pão, cocos, porcos, cães, galinhas, apesar de que as carnes desses animais fossem menos consumidas que os vegetais e os frutos do mar. O açúcar (usado tanto como alimento como medicamento) e batata doce, plantas originárias da América do Sul, cuja existência na dieta dos antigos havaianos é defendida por alguns pesquisadores, comprovaria o contato entre os povos antigos do Hawaii e das Américas.






Frutos do Mar Não precisa ser um entendido no assunto para saber a importância que o mar tem na cultura havaiana. Desde sempre as atividades aquáticas, principalmente relacionadas ao oceano, estiveram ligadas à cultura do povo local. Esta ligação é tão forte que se mistura ao próprio meio de vida do povo, e por mais que o mundo moderno acene com novidades e tecnologia o que se vê nas ilhas do arquipélago havaiano é uma enorme relutância em aceitar completamente a modernidade na sua completude irrestrita e um esforço ainda maior na manutenção da sua história e cultura para as próximas gerações.






Que tal um surf hoje? Não se pode falar de Havaí sem falar de surf. Nem todo mundo sabe, mas oficialmente foi lá que um dos esportes mais populares no planeta nasceu. Inicialmente a sua prática era limitada a realeza, que o utilizava como uma maneira de afirmação de poder. Hoje, por mais popularizado que esteja, em todas as partes do planeta onde exista litoral, no Havaí o ato de deslizar sobre as ondas é ainda tratado com reverência e respeito. Mesmo absorvidos pelo colonizador norte-americano o povo havaiano ainda expressa o seu orgulho enfrentando as ondas mais poderosas do planeta.







Turismo no Éden Estas mesmas ondas são, durante os meses do inverno havaiano, o fator preponderante para a verdadeira invasão turística que migra para o Havaí (principalmente para a ilha de Oahu, onde as melhores e mais conhecidas ondas residem. Mas, independente disso, as cálidas e transparentes águas quentes, sol o ano inteiro, praias belíssimas, uma natureza abundante, montanhas vulcões, trilhas, esportes são um convite para uma viagem inesquecível. Oahu é a principal ilha, onde estão as famosas praias do North Shore, com sua área rural e mansões de dezenas de milhares de dólares, desejo e pesadelo de todo surfista que se preze e palco dos maiores eventos e produções do gênero. No outro lado, o chamado South Shore, fica Honolulu, com cassinos, grandes hotéis, aeroporto, como qualquer grande cidade americana e onde fica a famosa praia de Waikiki. Outras ilhas são Maui, Big Island (grande ilha), também muito conhecidas pela natureza, pelos hotéis maravilhosos e pelas ondas, excelentes para o surf.









O Mapa da Mina Pode começar o seu percurso na Ilha de Kauai, uma das mais tranqüilas do arquipélago, onde se encontram várias praias magníficas, paisagens vulcânicas, falésias e vistas maravilhosas. Nesta ilha, o Canyon de Waimea é uma das principais atrações turísticas, bem como o Vulcão de Waialeale, um lugar repleto de natureza. Esta é uma das ilhas selvagens do arquipélago com muita mata virgem e conhecida pelas suas trilhas perfeitas para Hiking e Trekking. Outra ilha perfeita para quem procura paz e sossego é a ilha de Molokai, onde as praias quase sempre desertas são a principal atração. Kauai é a antítese de Oahu, mais populosa e de maior atividade. É a ilha onde está localizada a capital, Honolulu, mas também tem outros lugares muito atraentes, como o vulcão Diamond Head, a Cidade de Pearl, onde se encontra a base naval de Pearl Harbor, e sua infinidade de praias de deixar boquiaberto mesmo o mais experiente viajante. Em Maui, perfeita para o velejo e para a aventura, também existem outras atividades especiais, como a observação de baleias e passeios nas áreas naturais, como


o Parque Nacional Haleakala, onde se encontra o maior vulcão ativo do mundo. Ainda pode-se ir a praias como Wailea ou a Baía de Perouse, onde se pode observar as belas paisagens junto com os golfinhos. Lanai é indicada para os amantes da paz e da natureza, ou a Grande Ilha do Havaí, onde pode ver um contraste real de paisagens, o vulcão de Kilauea é uma das principais atrações turísticas, bem como o Parque Nacional dos Vulcões, onde se encontra o Mauna Loa e Mauna Kea.








Go Hawaii! Dicas para facilitar sua vida no paraíso. A cidade possui diversas modalidades e preços de hospedagem, pesquise muito para ter uma boa noção de onde deve ir, onde procurar em caso de emergência e sobre os hábitos culturais. Esta é uma dica que vale para qualquer trip. Em Waikiki é impossível se perder. Em cada esquina tem um stand com vários livretos turísticos repletos de informações sobre hotéis, restaurantes, transportes e sobre o que fazer aqui no Hawaii. Estes guias são completos, trazem o que tem de melhor nas ilhas, passeios, dicas e tudo mais. São gratuitos e apesar de serem desenvolvidas novas versões, as informações contidas são basicamente as mesmas, com novos estabelecimentos e preços atualizados constantemente.








Mesmo

sendo

uma

cidade

cosmopolita e moderna, alugue um carro. No Havaí a pior coisa é depender de ônibus e táxi. O sistema é ineficiente e fará com que você perca muito do seu precioso tempo, além de ser a melhor maneira para conhecer melhor o local. E isso vale para – salvo nas menores - todas as ilhas. Um carro econômico - leia-se um Hyundai Accent, quatro portas - custa em média US$ 140.50 pela semana toda, com milhagem.


El Celler de Can Roca A fina flor da gastronomía catalã Por Camilla Perrotta

S

e você pensa em ir à Barcelona, não deixe de dar uma escapada até Girona, que fica a 1h da cidade catalã, para conhecer a parte antiga da cidade e depois deixar-se levar pela experiência de ir ao melhor restaurante do mundo, na minha opinião. Se você já tem a viagem programada, mas gostou da idéia, ligue com antecedência para reservar a mesa pois, às vezes, existe uma espera de até três meses. Escolha o menu (cardápio) “festival com maridaje”. São 15 pratos entre entrada, pratos principais e sobremesas, com seus respectivos vinhos. Este é o menu degustação mais completo. Não tenha pressa para degustar. Um almoço no El Celler de Can Roca pode levar até 3 horas! Os três irmãos; Josep (especialista nos vinhos e responsável pela direção do restaurante), Jordi (especialista em sobremesas) e Joan (o cozinheiro de mão cheia), fizeram deste restaurante um templo da gastronomia. Este é um daqueles restaurantes onde deve-se ir pelo menos uma vez na vida. Com certeza, será uma experiência inesquecível! Mais informações: www.cellercanroca.com


foto: http://illetapitita.blogspot.com.br/2009/03/visita-al-celler-de-can-roca.html


Filme

They Came From... por: Rodrigo Oliveira

S

e a idéia do filmaker e diretor Petter Foshaug ao nos brindar com “They Came From...”, foi quebrar os paradigmas ele consegue realizá-la de forma grandiosa. Tomadas hollywoodianas em picos alucinantes, saltos gigantescos e drops insanos em corrimãos nervosos mostram toda a plástica e os perigos Snowboard Freestyle. Com sua equipe de atletas formada pelos incendiários Torgeir Berre, Torstein Horgmo, Eiki Helgason, Haldor Helgason e muitos outros a galera da Factor Films inova e traz para as telas o melhor filme de snow board que conheço. Posso até morder


a língua, entretanto desafio alguém a me mostrar um melhor. A trilha sonora é um caso à parte pois vai completamente na contramão dos vídeos de esportes radicais, com músicas barulhentas e rápidas, apostando numa composição clássica e primorosa, que agiganta ainda mais o brilho desta produção de primeira. Para se ter noção do quanto o pessoal tem falado desse filme, o blog do Fuel TV afirma que They Came From que significa numa tradução para o português algo como “Eles vieram de...”, é daquele tipo de filme que muda a visão das pessoas sobre o esporte. Vou ainda além e afirmo que é daquele tipo de filme que muda a forma de abordagem do snow board. De onde eles vieram eu não sei, e talvez nem eles saibam, mas que esse filme vai te mandar pra Marte, disso eu tenho certeza. Ponha um casaco e derreta com essa obra prima do cinema de esportes de ação.


Varanasi, A cidade mais sagrada da India Por Renato Serigni fotos: Renato Serigni

Chegando a Varanasi D

epois de sair da cidade dos Templos do Kamasutra

(Khajuraho), fui para Varanasi, Índia, no dia 27/01/12, em mais uma viagem noturna de trem, mas desta vez, mesmo tendo ficado na cama superior, que não dá nem para ficar sentado, consegui dormir um pouco melhor, já que no compartimento, não tinha ninguém que roncasse.



Cheguei a Varanasi, por volta das 11:00 AM e a primeira impressão foi a de estar em mais uma cidade grande qualquer, com trânsito caótico, com rickshaws businando para todos os lados, longe do meu imaginário para cidade que é tida como a mais sagrada da Índia e também a mais antiga.





No primeiro dia, assim que fiz o check-in na Guest House, fui andar pelas margens do Rio mais sagrado para o Hinduísmo, o Ganges. Passei pelo Ghats , os “portões” que até hoje servem de referência para todos, sendo os principais deles o Main Ghat e o Manikarnika, onde os corpos são cremados ao ar livre e a cada 10/15 minutos, sem parar, todos os dias.





Ă€s Margens do Ganges


Não

por

muito,

esta

caminhada ao longo da margem, já foi o suficiente para sentir o clima do lugar, a energia, a forte presença da religião e o grande elo entre o Rio Ganges e a Índia. Como eu já havia visitado vários templos no decorrer de todo este tempo na Índia, decidi não ir a nenhum templo de Varanasi, pois tudo o que vi e presenciei era como se fosse um verdadeiro templo a céu aberto. Por isso, nos 4 dias que passei aqui, fiz basicamente o mesmo trajeto, subi e desci a margem esquerda do Rio, vendo as cerimônias de cremação dos corpos e pujas.






Seguindo os passos de Sidarta Fui a Sarnath uma cidade que fica próxima (10km) a Varanasi, dá para ir de Tuc-Tuc, para visitar o local onde Buddha ou Buda, em português, após receber a iluminação, realizou sua primeira “missa” ou discurso para seus seguidores.




Varanasi tem uma energia especial, diferente. Na verdade, não sei se é por conta do rio, da cidade, das pessoas, ou a relação entre eles, mas tudo está realmente ligado de maneira muito visceral. O rio tem uma magia, uma força, que impressiona, não tem como explicar direito, tem que sentir, ver, ouvir e cheirar. É uma energia diferente de Rishikesh, parece mais carregada. Sente-se mais a presença da religião, talvez as fotos possam traduzir um pouco mais o que estou tentando dizer.







Onde a vida começa e termina Tudo acontece nas margens do rio e em seus Ghats, desde o nascimento até a morte. Bebês são banhados, pessoas se casam, pessoas atravessam ou trazem corpos de todos os lugares para serem cremados ou morrerem aqui, as roupas são lavadas, postas para secar, as pessoas tomam banho, diariamente ao longo de todo o dia, outros mergulham em suas águas para purificarem a alma ou limparem seus carmas , fazem suas pujas, dão banho nos búfalos, “jogam”estátuas dos Deuses,

jogam corpos…

Absolutamente, tudo! Algumas pessoas não podem ser cremadas, pois segundo a tradição são consideradas sagradas, são elas: mulheres grávidas, crianças, os shadus/ bábas, os leprosos e as pessoas que morrem por picada ou mordida de animais. Este grupo é levado para o meio do Rio, em um barco e amarram uma pedra na cintura, para que sejam jogadas no Rio e afundem.


Conexão:

CHINA

O Vale das Nove Vilas por: Carlos Meinert fotos: Carlos Meinert

S

e você visita freqüentemente a China e está

cansado do circuito Xangai – Peking – Xian – Hong Kong e gosta de natureza, paisagens incríveis, belas trilhas para hiking e contato com culturas locais (Tibetanos e Chans) existem poucos lugares como o Jiu Zhai Gou (Vale das Nove Vilas). O vale fica numa região remota ao norte da província de Sichuan, no sudoeste da China, na cadeia de montanhas Min Shan. Para chegar até lá, você terá que ir de carro de Chengdu (capital da província, há aproximadamente cinco horas), Xian (aquela dos Guerreiros de Terracota, também a aproximadamente cinco horas de carro) ou através do aeroporto de Jiu Hang, há 88 quilômetros do vale.


Cachoeira Shu Zheng


Conex達o:

CHINA


Cachoeira Shu Zheng


Conexão:

CHINA

Tive o privilégio de visitar o vale durante o último mês de dezembro, no início do inverno, quando as paisagens dos topos das montanhas já estão brancas e alguns lagos do vale já estão congelados. Cada estação do ano oferece uma experiência diferente – a primavera é famosa pela volta do verde, o florescer das árvores e pelos dias ensolarados. No verão, tudo é verde e as temperaturas são mais quentes, acima da média anual de 17C°. O outono é conhecido como a melhor estação do ano para visitar o vale pela mudança de cores das árvores que são refletidas perfeitamente nos lagos azuis e verdes.


Lago Comprido


Conex達o:

CHINA


Lago Panda


Conex達o:

CHINA

Cinco estrelas nas Nove Cidades

Hotel Intercontinental


de

Dentre as inúmeras opções hospedagem

no

vale,

de

hostels a hotéis cinco estrelas, eu e meu grupo de amigos optamos

por

ficar

no

hotel

Intercontinental que, muito além da

boa

hospedagem,

oferece

shows de dança típica da região, restaurantes típicos da província, lojas e também um gigantesco complexo de piscinas aquecidas cobertas numa redoma de vidro que contrastam com o gelo do inverno do lado de fora.

O vale faz parte do parque

nacional

Jiuzhai,

reconhecido

pela UNESCO como patrimônio da

humanidade

e,

mediante

o pagamento de entrada, os visitantes têm acesso ao serviço de ônibus que leva para os principais

pontos

turísticos.

Tudo começa com uma viagem

Dança Típica Tibetana


Conexão:

CHINA

de 40 minutos que leva a um dos extremos do parque. De lá, muito próximo ao cume das montanhas, a visita segue uma seqüência de lagos que se interligam por cachoeiras. No total, existem 17 grupos de cachoeiras, 47 fontes de água e 114 lagos no parque. Pode-se escolher entre seguir de lago a lago pelas trilhas ou simplesmente tomar o ônibus para

o

próximo

lago.

Toda

infraestrutura é oferecida, com banheiros, áreas para piquenique e pequenas lojinhas com comida. Na vila próxima a entrada do parque há muitas opções de restaurantes, lojas e hotéis.


Piscina de 5 cores


Conexão:

CHINA

Gelo para Brasileiros Para nós, brasileiros, chama muito a atenção a belíssima paisagem com montanhas com topo nevado, a camada de gelo nos lagos e a limpidez impressionante das águas ainda não congeladas. Para mim, foi muito especial visitar as cachoeiras que estavam com grande parte de suas corredeiras congeladas. Elas mantinham o mesmo formato da água que corria.

Cachoeira Congelada


Cachoeira Congelada


Conexão:

CHINA

Imperdível também é visitar pelo menos uma das nove vilas, onde o povo local ainda vive como antigamente, sem muita interferência do mundo moderno, e sentem orgulho de mostrar suas casas para visitantes. É uma experiência incrível estar com as famílias, perto do seu fogão a lenha, nas suas salas coloridas, bebendo chá e provando um pedaço de carne seca de iaque. Aconselho levar um intérprete que fale mandarim para compartilhar melhor os momentos com os locais. Sempre próximo a estas vilas podemos ver lugares onde os locais veneram sua religião e penduram bandeiras coloridas, com orações gravadas, para que os ventos levem para longe a mensagem de paz e harmonia que rege a vida dos que lá vivem.

Loja em Songpan


Linguiรงa de Iaque

Carne de Iaque secando


Conex達o:

CHINA


Songpan


Conex達o:

CHINA

Vila Tibetana


Vila Tibetana


Conex達o:

CHINA


Sala da Casa na Vila Tibetana

Tem um ditado em Chinês que diz que se você visitou o vale de Jiu Zhai Gou você não precisa visitar mais nenhum vale na sua vida! Para maiores detalhes acesse: www.jiuzhai.com

O traveller autor Carlos Meinert mora em Shanghai e está numa jornada profissional de três anos pela China. Como ele mesmo diz, é difícil explicar todas as atrações da China em um só texto. Por essa razão, Carlos vai estar com a gente em vários momentos dessa jornada em volta ao mundo, explicando um pouco mais do que acontece lá do outro lado do planeta.


Conexão:

ARGENTINA

Passeios tranquilos em Buenos O

ponto mais charmoso de Buenos Aires encontra-se

entre duas avenidas: Alcorta e Del Libertador. Percorrendo a pé ou de bicicleta pela Avenida Del Libertador, partindo da Plaza Francia em sentindo do Parque de Palermo é possível perder-se ante a majestosa beleza arquitetônica da cidade. O verde impera por todo o caminho.


foto: http://www.flickr.com/search/?q=avenida%20Alcorta%20#page=5

Você pode estar imaginando onde arranjar uma bicicleta... Bem, a prefeitura tem um sistema de utilização de bicicletas gratuitamente e é possível conseguir retirá-las em pontos próximos a esta região, pegando-a em uma parte e a entregando em outra. Além disso, todo o passeio é percorrido em faixas exclusivas para as bikes.


Conexão:

ARGENTINA

Sushi e rosas Na região do parque você pode visitar o Jardim Japonês, onde reina a tranqüilidade e a paz. Para entrar ainda mais no espírito, aproveite e almoce no restaurante interno onde servem Sushi e comida japonesa.


foto: http://www.flickr.com/photos/soldon/4517384075/in/photostream/

Dentro do parque de Palermo ainda temos o “Rosedal”. Um jardim de rosas que enche os olhos de qualquer um pela perfeição do seu desenho e das flores que reinam no centro do parque. Ali também é possível alugar patins, ou bicicleta para usar dentro do próprio parque.


Conexão:

ARGENTINA

Cultura e um charme especial Preferindo um passeio mais cultural? Dentro da Plaza Francia em Recoleta, visite o Centro Cultural Recoleta, com exposições, shows e peças de teatro. Muito próximo, está localizado o museu de belas artes. Descendo até a Avenida Alcorta temos o prédio da faculdade de direito e um pouco mais a frente, sentido de Palermo, está o , Museu de arte Latino Americana de Buenos Aires.


foto: http://www.flickr.com/photos/ butignon/4205393051/in/photostream/

foto: http://www.flickr.com/photos/butignon/4205393051/in/photostream/


Conex達o:

ARGENTINA

foto: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=972670


O acervo não é imenso. Não é um museu para despender muito tempo em visitar, no entanto, pode-se ver parte da história moderna de toda a região, inclusive a brasileira. É possível deliciar-se a frente ao Abaporu, quadro de Tarsila Amaral, que traz a síntese dos sonhadores da Semana de 22 em São Paulo. Com certeza o coração de qualquer aficionado pelo período moderno brasileiro, baterá mais forte ao encontrar a obra. O interessante do local também é como a arte dialoga com o próprio edifício. Aproveite também o restaurante local, vale muito à pena. Enfim, Buenos Aires pode prover muitas atividades gostosas e tranquilas, com um toque de romantismo que transmite um charme a parte.

O traveller autor O brasileiro Cristiano Garcia é consultor de sistemas que atua na América Latina. Por causa do trabalho, já morou na Venezuela, Colômbia e Holanda. Atuou também em Equador, Peru, Chile, Espanha e EUA. Adora a cultura latina, viajar, mergulhar e comer um ótimo doce. Escrever é uma grande paixão e cozinhar outra. Sendo assim, encontrar a história perfeita acompanhada de um ótimo jantar e um bom vinho é o maior sonho.


Fuga de fim de semana - Meet Me There. Por: Isabel Abreu fotos: Isabel Abreu e http://www.dreambigghana.com/

Accra, Gana. M

eet Me There é um eco lodge a cerca de 2 horas de

Accra, no Gana. Um lugar para relaxar e experimentar a vida local, nadar na lagoa salgada ou no mar, passear de barco pelo rio Volta, participar do bird-watching, assistir a concertos de música e dança tradicional africana, ver as tartarugas que à noite vêm à praia colocar os ovos. Ou apenas ler um livro e ouvir os risos das crianças que fogem das ondas.



De tro-tro para o paraíso

No fim de semana passado resolvi sair de Accra, escapar

do barulho e recarregar forças para mais uma semana. Uma viagem por estradas ao longo de aldeias, campos de milho e cassava, baobás, quiosques de frutas e vegetais: as cores vivas do Gana são uma delícia para os olhos. Não me canso de viajar pelas estradas da África.

Em Accra, apanhei o “tro-tro”, um minibus para até 14

pessoas, que é o transporte público em Gana. O nome tem origem na língua “Ga” na qual tro siginifica 3 pence, o preço da viagem na moeda que era utilizada no tempo colonial. Duas horas de viagem e chega-se ao Meet Me There. O restaurante-bar sobre a lagoa convida a uma bebida. Para refrescar da viagem nada melhor que um bissap uma bebida de hibisco, gengibre e baunilha. Dougal, o gerente do lodge, me informa sobre as atividades, o que há para fazer e visitar por ali.



Mergulho e siesta

Entre o lodge e o mar há uma lagoa de água salgada onde

a criançada vai nadar. Um mergulho na lagoa e umas braçadas no mar à distância de 50 metros dele. Não resisti a uma siesta embalada pelo som do vento nas folhas das palmeiras. Fui acordada pela música pop ganiana, que começa a preparar o ambiente para uma bebida ao pôr do sol.

O bar é frequentado por muitos locais que tentam me

ensinar a dançar Azonto, a nova dança nascida no Gana e popular dos EUA e no Reino Unido. Aqui dança-se Azonto em todo o lado, até na igreja, mas sob o nome de Chriszonto. Admirei por horas a facilidade de movimentos, a alegria.



À noite, uma caminhada pode ser a oportunidade para ver

as tartarugas marinhas. Não vi nenhuma, “não era a época”, foi o que me explicou Dougal. Mas vi uma imensidão de estrelas no céu e duas estrelas cadentes para dois desejos. As tartarugas de Gana estão em vias de extinção, muitas são capturadas acidentalmente pelas redes dos pescadores. Outras são mortas pelos locais quando vêm por os ovos na praia. A carne de tartaruga é apreciada por aqui. No lodge, o staff diverte-se depois de um longo dia de trabalho. Agora dançam e cantam ao som dos tambores. A noite avança mas a energia não desvanece.

De manhã cedo passeei de canoa pelo rio Volta, uma das

zonas com maior variedade de pássaros em Gana. O guardarios (kingfisher) é um dos meus favoritos.



Pescadores, pecados e pescados.

Regressei a tempo de ver os pescadores recolherem as

redes do mar. Grupos de 15 a 20 homens, mulheres e crianças puxam as redes que foram lançadas na noite anterior. Começam antes do sol nascer e levam horas até recolherem tudo. Quando finalmente chegam à praia as redes são abertas e o peixe separado por tamanho e por tipo. As compradoras regateiam o preço, escolhem o que querem e partem de alguidares cheios para venderem no mercado. Caranguejos de garras azuis, lagostins, tudo misturado.

Pensei que depois de tantas horas as redes viessem cheias.

Não. Chegam com pouco peixe. A invasão das frotas de pesca europeias e chinesas é a grande responsável, pescam acima dos limites impostos, usam métodos proíbidos que destroem o ecossistema. Os pescadores locais com os seus métodos artesanais já quase não têm o que pescar. Dependiam da pesca no passado, hoje não têm quase o que comer ou o que vender.


Os pescadores da praia usam redes de malha muito

pequena pois procuram principalmente anchovas. Porém capturam outros peixes também e muitas vezes juvenis que não têm oportunidade de crescer. Mas tudo é aproveitado e comido. Nada é desperdiçado.



Sonho grande de Gana e o retorno

O logde criou uma ONG chamada Dream Big Gana que tem ajudado a comunidade local em projetos de educação e saneamento básico. Estes projetos são desenvolvidos por equipes de voluntários estrangeiros que, em troca do seu esforço em ajudar a comunidade local, podem ficar aqui alojados. Uma boa forma de viajar e ajudar ao mesmo tempo.

Mais um mergulho no mar e estou pronta para mais uma

viagem de tro-tro até Accra e enfrentar mais uma semana na grande cidade.

http://www.ghanameetmethere.com http://www.dreambigghana.com/


Conexão:

EUA

Artes Performativas na Metrópole do Mundo – Lincoln Center Por: Sun Chen Leng Fotos: Sun Chen Leng

U

ma das grandes instituições

culturais de New York é o Lincoln Center, o principal centro de “performing arts”, ou artes performativas (prefiro esse termo a

artes

cênicas,

que

inevitavelmente

relacionamos a teatro) da cidade. Localizado entre Columbus Avenue e Amsterdam Avenue, e 62nd e 66th streets, é o principal centro de New York para óperas, balé e concertos de música clássica.



Conexão:

EUA

O Lincoln Center é a residência de várias organizações, incluindo: • The Chamber Music Society of Lincoln Center – organizadora da temporada anual de música de câmara. • Film Society of Lincoln Center – promove o New York Film Festival, outras exibições e ciclos de filmes. • Jazz at Lincoln Center – as performances são realizadas no Time Warner Center, no Columbus Circle. • The Julliard School – uma das principais escolas de educação musical do país.


• Lincoln Center Theater – Organizador de espetáculos do estilo da Broadway – no momento, War Horse, que recentemente também virou filme. • Metropolitan Opera – Uma das principais companhias de ópera do mundo. • New York City Ballet – Apresenta-se no David H. Koch Theater. • New York Public Library for the Performing Arts – uma excelente biblioteca de artes performativas que possui um grande acervo de livros, filmes e álbuns de música clássica.


Conexão:

EUA

Lincoln Center Os planos para a construção do Lincoln Center se iniciaram em 1955. O Philharmonic Hall, mais tarde rebatizado como Avery Fischer, foi inaugurado em 1962. Os outros prédios foram construídos nos anos seguintes.


Transformações recentes no Lincoln Center incluem:

Reforma física significativa, com alterações no Alice

Tully Hall, na fonte na praça central (Josie Robertson Plaza) e no Damrosch Park, espaços criados para novos restaurantes, e para os estúdios da Public Television. O David Rubenstein Atrium, localizado no quarteirão em frente ao Lincoln Center foi recentemente inaugurado. É uma área pública, com mesas e cadeiras e um bilheteria onde se vendem bilhetes com descontos para performances no mesmo dia. Há também apresentações gratuitas às quintas feiras, patrocinadas pela Target, uma grande empresa varejista americana semelhante ao Wal-Mart, assim como outros eventos.


Conexão:

EUA

Eventos recentes: • Em 2006, o ilusionista David Blane ficou vários dias submerso num aquário esférico na Praça do Lincoln Center. • O New York City Ópera recentemente mudou-se e não é mais uma das companhias residentes no local. Agora apresenta poucas óperas anuais em outros palcos da cidade. • O New York Fashion Week recentemente mudou-se para o Lincoln Center (no South Plaza), não sendo mais realizado no Bryant Park, onde a New York Public Library está localizada.

Como há muito para se escrever sobre cada uma das companhias sediadas no Lincoln Center, vou apresentar aqui detalhes sobre quatro delas: Metropolitan Opera, New York Philharmonic, American Ballet Theater e New York City Ballet. Ingressos com descontos podem ser adquiridos para essas companhias através de assinaturas antecipadas para todas as temporadas individuais. Os maiores descontos estão reservados


para assinaturas para maiores números de performances – geralmente sete ou oito, mas também há descontos para assinaturas para um numero menor de performances – três ou quatro. Informações podem ser obtidas através do web site do Lincoln Center.


Conexão:

EUA

Metropolitan Opera A Metropolitan Opera reside na Metropolitan Opera House, que fica na área central do Lincoln Center, atrás do Josie Robertson Plaza (onde fica localizada a famosa fonte, recentemente reformada). A temporada de ópera normalmente vai de Setembro de um ano até Maio do ano seguinte. O orçamento anual do Metropolitan Opera é o mais rico de todas as companhias de ópera do mundo, daí as produções serem extraordinárias em termos de cenários e elenco. Os principais nomes da ópera mundial já se apresentaram no Metropolitan Opera desde a temporada inaugural em 1883, em outro prédio. Transmissões pelo rádio se iniciaram em 1931 e pela televisão em 1948. Desde 2006 transmissões ao vivo em alta definição trazem performances ao vivo para diversos cinemas nos Estados Unidos e outros países para audiências que não podem comparecer pessoalmente às óperas. Essas transmissões (e também retransmissões)

têm obtido um grande êxito comercial. A

audiência anual chega a exceder a que comparece pessoalmente ao Metropolitan Opera, provando que há um público interessado nesse gênero de arte frequentemente considerada elitista.



Conexão:

EUA

Para aqueles que se preocupam com a dificuldade de compreensão da letra das músicas, há legendas individuais colocadas no assento à frente de cada espectador (essa tecnologia foi instalada em 1995, tornando mais fácil apreciar a ópera toda). A apresentação de gala da ópera que marca o início de cada temporada, é transmitida ao vivo em alta definição para as telas em frente ao Metropolitan Opera House (os assentos são gratuitos, mas é necessário que se retirem entradas gratuitas antecipadamente) e para o Times Square (centenas de cadeiras são colocadas no local, é só chegar chegar e sentar ou assistir


de pé). Essas transmissões têm obtido audiências significativas desde que se iniciaram em 2006 – houve somente um ano com chuvas, afetando essas transmissões. Best Price

Durante o verão há

também óperas gratuitas

Para

apresentadas

telas

assistir a uma ópera por um

frente

preço bastante razoável, existe

Opera

uma

colocadas ao

em em

Metropolitan

House.

aqueles

que

quantidade

querem

limitada

de ingressos com desconto (rush tickets) que podem ser

Tipicamente,

comprados

em

durante a semana (segunda a

cada

novas

temporada

produções

por

20

dólares

são

quinta) antes da performance.

assim

As vendas se iniciam duas

como várias óperas do

horas antes da performance,

repertório da companhia.

portanto é necessário que se

Na

atual,

chegue cedo para se conseguir

que se encerra no dia 12

comprar esses ingressos. Há

de

repertório

também a possibilidade de se

de

Verdi

comprar ingressos por apenas

(La Traviata), Wagner (o

25 dólares para o fim de semana

completo ciclo do Ring),

através da “loteria” a que se

Massenet (Manon), etc.

pode concorrer às segundas-

A próxima temporada já

feiras, durante a temporada, no

foi anunciada para 24

website do Metropolitan Opera.

apresentadas,

temporada maio,

inclui

o

obras


Conexão:

EUA

de Setembro, com L’Elisir d’Amore, de Donizetti, estrelando a soprano Anna Netrebko, uma das grandes estrelas da atualidade. Outras estrelas incluem o tenor e maestro Plácido Domingo, a também soprano Renée Fleming e o barítono Dmitri Hvorostovsky. Estrelas do passado incluem Luciano Pavarotti (tive o privilégio de assistir a três de suas performances), Kiri Te Kanawa, Enrico Caruso, Franco Corelli, etc. A nova temporada (2012-2013) inclui novas produções de Rigoletto, Parsifal, Un Ballo in Maschera e outras além de óperas no repertório como Carmen, Don Giovanni, Il Trovatore, etc.


American Ballet Theater e New York City Ballet

Após o encerramento da temporada de óperas, é a vez

do American Ballet Theater, uma companhia de balé clássico se apresentar no Metropolitan Opera House, normalmente de Maio a Julho de cada ano.

O American Ballet Theater é uma das principais

companhias de balé do país, por onde já passaram grandes dançarinos como os russos Mikhail Baryshnikov, Alexander Godunov, Natalia Makarova e conta atualmente com a presença do amazonense Marcelo Gomes.

O New York City Ballet também tem muita tradição,

desde que foi fundado por George Balanchine em 1948. Possui um amplo repertório de dança clássica e moderna. Mikhail Baryshnikov também já passou por lá. Um dos principais coreógrafos do momento, Christopher Wheeldon continua a criar coreografias que tem sua estréia mundial através do New York City Ballet. Uma apresentação tradicional da companhia todo fim de ano é o Nutcraker (Quebra-Nozes), com música de Tchaikovsky e coreografia de George Balanchine. O NYC Ballet tem sua outra residência em Saratoga Springs, NY.


Conex達o:

EUA

foto: http://copiousnotes.bloginky.com/2009/03/03/new-york-philharmonic-danvilleperformance-part-of-a-secret-ambition/


foto: http://www.artknowledgenews.com

New York Philharmonic

A New York Philharmonic é uma da principais orquestras

filarmônicas do mundo. Sua temporada no Lincoln Center normalmente vai de Setembro de um ano até Junho do ano seguinte. Muitas artistas convidados tocam com a orquestra a cada temporada. Alguns destaques recentes: Yo-Yo Ma, considerado o melhor violoncelista da atualidade, Joshua Bell e Anne-Sophie Mutter, grandes violinistas, Lang Lang e o brasileiro Nelson Freire, famosos pianistas. O diretor musical e principal maestro é o Alan Gilbert, que assumiu essas funções em 2006. Outros grandes maestros que já fizeram esse papel: Leonard Bernstein, Gustav Mahler, Arturo Toscanini, Pierre Boulez.


Conexão:

EUA

Outros centros importantes para artes performativas na cidade são o Carnegie Hall (o local de mais prestígio para música clássica na cidade), Brooklyn Academie of Music (para óperas, música, teatro e filmes), New York City Center (para dança e também operetas através do Gilbert and Sullivan Players), mas com um número bastante menor de salas e organizações em cada uma delas.


foto: http://www.ticketsinventory.com/concert/new-york-philharmonic-tickets/new-york-city.php

O Website do Lincoln Center é: http://lc.lincolncenter.org/ Na sua próxima visita a New York, por que não aproveitar a oportunidade a assistir a uma performance no Lincoln Center? O traveller autor Sun Chen Leng formou-se em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e fez MBA em Finanças pela New York University. É vice-presidente da BNY Mellon em Nova Iorque, após passagens pelo Banco Francês e Brasileiro, Otis Elevator, Metlife, Citigroup e Alliance Bernstein. Reside com sua família em Long Island há mais de 12 anos.


Pequenos notáveis –

Itens aos quais damos pouca atenção, mas que valem muito. por Luiz F. N. Carbonari

C

aro leitor (a), planejar uma viagem é uma experiência

extremante

agradável.

Apenas

o

pensamento

sobre

os

momentos maravilhosos que viveremos, já faz o coração bater mais forte. Portanto, temos obrigação de garantir que estes momentos realmente ocorram. Para tanto, pensar nos possíveis contratempos torna-se um trabalho obrigatório e não uma característica reservada aos pessimistas de plantão. Hoje gostaria de apresentar a vocês alguns itens que são frequentemente negligenciados, mas que possuem funções primordiais, que justificam seu peso na mochila e que, quando utilizados, podem até mesmo salvar uma vida. Vale lembrar que o critério de escolha deve ser sempre em primeiro lugar a qualidade e em segundo lugar o preço. Vamos a eles.


Canivete multifunção: São os famosos canivetes suíços

(Victorinox e Wenger). Por favor, fujam das imitações. Devido à grande variedade de modelos a escolha torna-se um tanto complicada, portanto o item escolhido deve ter, pelo menos:

• Lâmina, entre 6,5 e 7 cm;

• Tesoura;

• Abridor de lata

(normalmente vem junto

uma chave de fenda pequena);

• Abridor de garrafa

(normalmente vem junto

uma chave de fenda grande);

• Pinça;

• Saca rolhas;

• Punção;


Além destas funções básicas, existem outras tantas que

podem ser bem úteis. Com uma breve pesquisa no site do fabricante pode-se conhecer outras ferramentas que atenderão às mais diferentes necessidades. Deve-se lembrar que cada país tem sua legislação própria para canivetes e facas, mas um canivete multifunção não costuma ser mal visto.

Lanterna: Uma boa

lanterna deve ter uma construção

sólida,

ser

resistente a choques e ser capaz de molhar-se e continuar

funcionando,

o que não significa que estará apta para mergulho. Atualmente as lanternas utilizam LED ao invés de lâmpadas incandescentes. As primeiras são muito mais

econômicas

e

resistentes. Lanternas que utilizam pilhas AAA ou AA atenderão boa parte das necessidades.


Apito: Este item com

certeza é um dos mais inusitados e baratos, mas pode

salvar

vidas.

Em

situações onde precisamos chamar atenção, o apito é

o

equipamento

ideal.

Um bom apito atinge um volume muito maior do que o da voz humana com muito menos esforço. Não é à toa que os coletes salva-vidas possuem um.

Um modelo que recomendo e que pode ser encontrado no mercado nacional é o ACME Tornado T2000 – este apito é aprovado pela S.O.L.A. (safety of life at sea), possui três frequências distintas e um alcance muito grande, além de não ser afetado pela água.


Cordim

de

Lanex:

Vulgarmente chamada de “cordinha”, é encontrado em

lojas

que

equipamentos aventura.

Com

vendem para diversas

espessuras e cores, ele é muito resistente e pode ser utilizado para os mais diversos fins, desde amarrar uma mochila com o zíper estourado até amarrar suas “tralhas” em algum veículo de

transporte.

Quatro

milímetros de espessura e três metros de comprimento devem atender a maior parte das necessidades.

Lembre-se: caso corte a corda por alguma razão, devese queimar um pouco as pontas para evitar que desfiem. Outro item barato e que faz a diferença.


Ziploc: proteger itens ficar

Útil e

que

para

organizar necessitam

hermeticamente

fechados ou livres de umidade, ou itens úmidos que

precisam

ficar

longe dos itens secos. Fenomenal para guardar a saboneteira após o banho, excelente para proteger passaporte,

passagem,

dinheiro, enfim, tudo o que

queremos

manter

seco.

Atenção: para atividades aquáticas, existem sacos estanques que são soluções mais adequadas a estas condições. Não aconselho o Ziploc nestes casos.


Porta-mapa à prova d’água: Quem tem problemas com

mapas, mesmo aqueles mais simples encontrados gratuitamente em hotéis e aeroportos, já pode começar a treinar para aprender a utilizá-los. Eles serão grandes companheiros durante toda a viagem e obviamente precisarão ser consultados com muita frequência. Para isto, recomendo um porta-mapa à prova d ’água para que o mesmo fique protegido e íntegro durante toda a viagem. Outra dica é levar junto uma caneta para retro projetor de ponta fina, pois poderá ser utilizada para fazer anotações

sobre

o

plástico transparente do porta mapa sem que o mesmo fique estragado, sendo a tinta facilmente removível

com

pouco de álcool.

um


Bússola: Calma! O uso da bússola aqui é MUITO básico, vou explicar. A maioria dos mapas é confeccionada utilizando a direção norte para cima, alguns até trazem uma pequena rosa dos ventos indicando a direção. Portanto, saber onde está o norte torna-se fundamental em determinadas situações, pois deste modo sabemos para que lado devemos caminhar ao compararmos o mapa com o terreno. Uma pequena história para ilustrar o que digo: Certa vez, na Cidade do México, saí da estação do metrô em uma avenida enorme

que

cortava

um

parque, sem travessas ou qualquer referência no terreno para

comparar

com

meu

mapa. Nele o meu destino estava a leste, portanto, se eu estivesse olhando para o norte, deveria caminhar para a direita. Simples, não é? Seria, se não estivesse escuro, chovendo, a rua completamente deserta e eu obviamente sem bússola. Só me restou escolher um lado e sair caminhando! Após aproximadamente 500 metros, encontrei uma pessoa e pedi informação. Adivinhem? Havia caminhado para o lado errado, na chuva. Após este fato, passei a adotar uma pequena bússola em ambientes urbanos quando estou usando mapa.


Kit

de

costura:

Creio que este não exige grandes explicações. Minha preocupação

aqui

é,

na

verdade, com a mochila, muito mais do que com a roupa. Uma boa mochila deve durar toda a viagem, mas, se porventura algo acontecer e, por exemplo, uma alça estourar, será um trabalho

árduo

carregá-

la apenas com uma alça. Portanto, monte o kit de costura

com

uma

linha

fina e uma um tanto mais grossa para consertos mais pesados.

IMPORTANTE: Para os menos prendados, vale praticar um pouco os dotes de costura. Coisas como pregar botão e consertar rasgos são pré requisitos para operar o kit.


Purificador

de

água: Sabe aquele riacho de

água

cristalina

no

meio do nada onde a natureza

raramente

um ser humano? Pois é,

ele

pode

esconder

grandes ameaças. Uma intoxicação por água não potável

pode

afundar

de vez uma aventura, portanto

um

sistema

de purificação de água é uma ótima coisa para se ter por perto. Existem diversas opções, desde sistemas de filtragem até pastilhas purificadoras de água. Não se arrisque!


Kit adaptador universal de tomadas: Estes kits são de

grande ajuda para quem viaja para lugares distintos. Sua falta pode ser o diferencial entre, por exemplo, carregar ou não a tão preciosa máquina fotográfica.


Mosquetão de alumínio: O intuito deste, neste caso, não é para escalar, mas sim para servir de elo de ligação entre a sua mochila e qualquer lugar onde você quiser pendurá-la de modo rápido e seguro. Em um primeiro momento pode parecer desnecessário, mas garanto que é de extrema utilidade.

Uma ressalva: não recomendo “mosquetões chaveiro”.

Enfim, planejar uma viagem envolve também antecipar possíveis contratempos. Como diz o ditado, “o seguro morreu de velho” e esperamos que com muitas milhas na bagagem também! Boa viagem!


Corpo são, viagem sã Exercícios compensatórios. por Ítalo Lourenço

A

proveitar uma viagem ao máximo é o que todo mundo

quer, mas para que isso ocorra, alguns inconvenientes devem ser evitados. Dores lombares, dores nas pernas e no pescoço são alguns dos problemas musculares gerados por um longo vôo. Algumas dicas bem simples podem ajudar para que esses desagraváveis probleminhas não ocorram. São os exercícios compensatórios. Eles compensatórios são usados na Ginástica Laboral, comumente aplicada em escritórios e departamentos de produção de grandes empresas e servem para diminuir sobrecargas articulares e musculares, contribuindo para um melhor desempenho dos funcionários.



Quando ficamos de pé a aplicação de carga é absorvida por várias outras articulações, melhorando a distribuição de toda a massa do nosso corpo. Por isso que ficar por muito tempo sentado gera um desconforto muito grande em determinadas regiões, sendo a principal delas a coluna lombar. Isso ocorre devido a uma má distribuição de carga - que seria o tronco para um único ponto: as últimas vértebras lombares. Com base nessa informação, temos nossa primeira dica: Durante uma longa viagem é muito importante ficarmos de pé por algum tempo. Então, para cada 30 ou 45 minutos sentados, devemos andar pelo corredor por, aproximadamente, uns 3 minutos. Isto ajudará a melhorar a distribuição da massa corpórea sobre a nossa coluna.


A posição sentada pode gerar algum tipo de desconforto em nossas pernas como, por exemplo, uma alteração no retorno do fluxo sanguíneo, ocasionando formigamentos nos membros inferiores. Uma explicação para essa ocorrência pode estar relacionada a um encurtamento dos músculos de toda a perna. A solução para esse desconforto é uma seqüência de exercícios de alongamento para os membros inferiores que podem ser utilizados durante o trajeto do vôo ou até mesmo antes de viajarmos. Outra situação muito comum são as dores no pescoço que


podem ser causadas por um mau posicionamento da cabeça, muitas vezes ocasionadas por dormirmos durante a viagem com ela a se movimentar de um lado para o outro. Posicionar a cabeça de maneira estável e alinhada à coluna é o primeiro passo para impedir esse desconforto. Além disso, não se esqueça: para que os exercícios de alongamento possam surtir um efeito benéfico mantenha a


Outra dica: Fazer alongamento

exercícios para

a

de região

do pescoço antes e depois do cochilo.

posição do exercício por 20 segundos e repita-os mais uma vez. Agora, é só aproveitar a viagem sem se preocupar com as dores chatas de uma longa jornada de vôo e começar bem já logo no primeiro dia. Desejo a todos uma ótima viagem! Até a próxima!

Ítalo Lourenço é preparador Físico e Personal Trainer – Graduado em Educação Física e Especialista em Biomecânica da Atividade Física e Saúde.


EDIÇÃO #6 Maio 2012 EXPEDIENTE Diretores Executivos: Rosana Sun e Johnny Wang editor: Rodrigo Ferreira de Oliveira Diretor de Arte: Richard Porcel Colunistas: Anne MacKinnell, Bruno Casaes Teixeira, Camilla Perrotta, Carlos Meinert, Cristiano Garcia, Isabel Abreu, Ítalo Lourenço, Luiz F. N. Carbonari, Renato Serigni, Sun Chen Leng. Fotógrafos: Anne MacKinnell, Bruno Casaes Teixeira, Carlos Meinert, Cedric Paes de Barros, Isabel Abreu, Renato Serigni, Rodrigo F. de Oliveira, Sun Chen Leng. Participe da Revista Volta ao Mundo com seus comentários, críticas, sugestões e elogios. Escreva e nos envie um email: contato@revistavoltaaomundo.com Para você leitor que gosta de viajar, escrever e dividir experiências, seja nosso correspondente. Se você é brasileiro(a) que mora fora do Brasil e gostaria de dividir suas experiências com os outros leitores viajantes, entre em contato conosco através do email: correspondente@revistavoltaaomundo.com E se você for nativo de algum país fora do Brasil e quiser ser nosso correspondente também poderá entrar em contato conosco através do email: correspondente@revistavoltaaomundo.com Obrigado e boa leitura! copyright 2012 revista volta ao mundo | todos os direitos reservados.


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