7ª Edição Revista Volta ao Mundo

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Chapada Diamantina:

Maravilhosamente bela, mas atĂŠ quando?

Biarritz,

surftrip a francesa.

Macchu Picchu: O Tesouro Inca.

Novas matĂŠrias a cada semana!


Índice

Música: Johnny Cash – Live at the Folson Prision..........................04 Uma Trip ao Peru – Macchu Picchu .........................................06 Conexão: New York Mudanças arquitetônicas das últimas décadas..................................32 Chapada Diamantina: Diamante Baiano.......................................56 Photo Profile – Gilberto Lyrio.............................................132 Equipamento – Tecidos técnicos........................................154 Filme: Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal.......................................158 Livro: Game of Thrones......................................160 On the Road para Biarritz.........................162 Camboja....................................................186


Mudar No dicionário, “mudar” está listado, entre outros sentidos como: Alterar-se, tornar-se diferente, física ou moralmente, desviar, mudar a rota... Pode ser um assunto esgotado, um clichê para muitos, todavia nunca esteve mais “vivo” do que hoje, do que qualquer dia. Não existe nada, absolutamente nada que permaneça igual por mais de um milésimo de segundo e mesmo que pareça estático, desconfie. Nada é imutável. Comumente a vida pode parecer estagnada como uma poça d’água, abandonada. Contudo, mesmo a poça está em constante mutação. Há vida dentro dela e esta vida também está se modificando, evoluindo. Caso a poça seque e a vida cesse de existir, isto também será uma mudança. Mudar a rota é talvez uma das mais importantes ações que se pode tomar. Tomar um desvio é uma atitude simples e muito complicada – com o perdão pela antítese – da qual a grande maioria morre de medo. É mais fácil levar as coisas como estão, mesmo que em franca derrocada, pois é muito mais conveniente (palavrinha perigosa) manter o usual, o rotineiro o conhecido. De fato as pessoas matam, morrem e cometem as maiores atrocidades para manter o status quo de suas vidas, mesmo que lhe custe passar toda ela chafurdando num limbo, onde não se sente nada além de uma confortável sensação de mesmice e de derrota, secretamente mantida sob uma cortina de felicidade. Nem sempre a mudança nasce da vontade própria. Muitas vezes a vida sopra o vento na direção contrária à que o barco originalmente singra e vira as coisas de pernas para o ar. Normalmente o desespero é a primeira reação, e é normal. Todavia não pode ser a constante, ou a embarcação corre o risco de derivar e ir para águas mais traiçoeiras. Uma vida pode ser afundada pelo desespero e as velas precisam ser acertadas com velocidade e determinação, aceitando o novo destino. O ato de viajar pode ser descrito como o ato de entregar-se a esta transição de corpo e alma e seguir o fluxo com cuidado, observando, aprendendo e defendendo-se do que for necessário. Uma boa aventura precisa conter risco para existir e assim como na vida, é dele que se extrai a vida propriamente dita, pois o que restaria, do contrario, seria um existência cinza, pobre e desprovida de... Vida! Mudar é tornar-se diferente, é afastar-se do bando e seguir o seu próprio plano de voo. É aceitar que o próximo passo é interessante justamente por ser desconhecido e compreender que amar o risco é determinante para as grandes realizações. A estrada ensina, àqueles que desejam aprender, qual o real gosto de estar vivo e uma vez provado é um sabor difícil de se esquecer. Sejam bem vindos e boa viagem. Rodrigo Oliveira Editor


Música

Johnny Cash – Live at the Folson Prision Por Rodrigo Oliveira

E

ste disco sensacional é um marco na carreira e na vida do “homem de preto”. Após anos de amargura, onde seus problemas pessoais e seu vício em anfetaminas o haviam levado ao fundo do posso, Johnny Cash finalmente se reergue, 1968, não coincidentemente ano em que se casa com June Carter. A cantora, filha de uma famosa família da música country foi quem o ajudou a se livrar de seu vício e a estruturar sua vida novamente. Este disco foi uma escolha de Cash, mesmo indo contra a sua gravadora. Após ler diversas cartas dos detentos da penitenciária Folson - que inspira um de seus maiores sucessos - “Folson Prision Blues”, dizendo como a música dele ameniza o seu sofrimento dentro da cadeia Cash tem a ideia do disco e mesmo contra todos segue e grava o LP. A cada manifestação de suas letras, como a que diz “eu cuspi no olho do xerife!”, ou quando ele diz que “Esta é a melhor plateia para quem já toquei!” os detentos iam ao delírio, quase chegando ao ponto de uma tragédia. Mas tudo corre bem e o show, contra todas as previsões, se prova um sucesso total. Um disco indispensável para qualquer apreciador do maior expoente da música country americana e para quem ama a boa música, do jeito que só Johnny Cash sabia fazer.


foto: http://www.jornalnh.com.br/blogs/hot-club/364825/ johnny-cash-the-man-in-black-parte-2.html


UMA TRIP AO PERU Por: Leo Pirão fotos:Leo Pirão

E

ra uma sexta-feira como outra qualquer.

Estava me preparando para sair do escritório para almoçar quando o telefone celular toca: - Fala Dudinha, beleza? - Leo, meu amigo, tudo bem? Já pensou algo


para fazer na Semana Santa? - Rapaz, ainda não. Talvez visitar a minha mãe no interior... - Eu respondi. - Tenho uma proposta um pouco mais agressiva para te fazer... - Pude perceber que sorriu ao falar. - Hã? Diga aí? - Bora para Machu Picchu? O voo sai terça-feira à noite... E assim começou essa “trip” abrupta e inusitada.


O plano foi passar 8 dias entre Lima, Cusco e Machu Picchu sem planejar absolutamente nada com antecedência. Até porque não teríamos tempo hábil para isso. Nos abastecemos apenas com algumas poucas dicas de amigos que já passaram pela experiência “Peru” e seguimos em frente. Depois do recorde de quatro aeronaves diferentes em menos de 24 horas, chegamos à Cusco e já nos primeiros passos sentimos o “peso” da altitude de 3.360m acima do nível do mar. Uma cidade cujo nome significa “umbigo” no idioma Quechua foi o centro do majestoso império Inca e possui um centro histórico bem rico e preservado, onde se pode ver de perto os resultados da colonização espanhola na Cordilheira dos Andes. Nos instalamos em um albergue na Praça das Armas, o que facilitou muito a logística da nossa viagem. Recomendo a todos, principalmente mochileiros, a ficarem por essas redondezas pois há muitos museus, lojas, mercadinhos, restaurantes e casas de câmbio, tornando a vida do viajante muito mais fácil. A arquitetura colonial espanhola é impactante e nos transportou no tempo. Porém, o que nos interessava de fato eram os sítios arqueológicos do império Inca, abundantes nos arredores da zona urbana de Cusco. A visita a esses lugares é facilitada com a compra de um único passaporte turístico que permite o acesso a tudo. Apesar de parecer caótico à primeira vista, o sistema de passeios turísticos é bastante eficiente e os guias são bem preparados e prestativos.







O Qorikancha - ou Templo Dourado - fica dentro da cidade, próximo à Praça das Armas. É um sítio espetacular e um belo exemplar de como os Incas eram avançados em sua arquitetura e técnicas de construção. A forma original da planta da cidade de Cusco é configurada pelo desenho de um puma, animal sagrado para os Incas. A “cabeça” do puma fica exatamente na direção da colina que se debruça sobre a cidade e onde fica o impressionante Templo da Lua e do Trovão, junto a uma grande estátua de um Cristo católico. A vista da cidade é magnífica deste ponto. Outros

sítios

muito

interessantes

como

Q’enqo,

Sacsayhuaman, Huayllarccocha e Puca Pucara são bem próximos à zona urbana e de fácil acesso. Os passeios guiados com vans são muitos e acontecem diariamente, o dia inteiro. A cidade de Chinchero, que fica a 3.800m de altitude, é o atual polo têxtil da cultura Inca. É lá o principal ponto de extração, beneficiamento e manufatura de lã de lhama. Quem estiver pensando em acrescentar algumas das clássicas e multicoloridas peças de roupa peruana ao guarda roupa tem que visitar esta cidade. Todo o processo, desde a extração da lã, pigmentação e tecelagem é demonstrado com muito orgulho ao viajante. Impressiona a maneira como conseguem cores tão vibrantes apenas com pigmentos encontrados na natureza (folhas, raspas de frutas, minerais, etc.) e água quente. Um verdadeiro trabalho de alquimia.






Passadas as visitações pelos arredores do “umbigo” do Império Inca, é hora de seguir a jornada rumo ao Vale Sagrado. O trajeto de ônibus pelas estradas que serpenteiam a cordilheira é de tirar o fôlego. A natureza é bruta e grandiosa, fazendo-nos repensar se realmente temos alguma relevância sobre o planeta.

O VALE SAGRADO Nosso primeiro destino no Vale é a cidade Inca de Pisaq, que fica a 30 km ao sudeste de Cusco. Nela podemos ter uma pequena vivência de como era o cotidiano da antiga civilização. Imensos terraços para agricultura fincados nas montanhas causam um enorme impacto visual ao visitante do século XXI. Passeando pelo sítio, pudemos ver e sentir como as residências Incas eram simples, racionais e totalmente integradas com a natureza. Uma lição para o mundo contemporâneo. É em Pisaq que está o maior cemitério Inca do mundo. As múmias eram, literalmente, injetadas nas montanhas em posição fetal. São mais de 2.000 tumbas que ao longo dos séculos foram totalmente saqueadas por exploradores, na esperança de encontrar riquezas que jamais foram achadas. Os buracos dos túmulos violados na parede da montanha formam uma visão desoladora e triste. Seguindo a belíssima viagem pelo vale, margeando a todo instante o rio Urubamba, passamos por algumas cidades




entre as montanhas como Coya, Lamay, Calca, Urubamba e, finalmente, Ollantaytambo. Ollan, como é carinhosamente chamada pelo seu povo, é um lugar fascinante. Sua vigorosa energia, guardadas as proporções, lembra a atmosfera da vila de Caeté-açu, na Chapada Diamantina. É em Ollan que está o impressionante Templo do Sol. Este templo é algo difícil de explicar com palavras. Segundo arqueólogos, ele foi abandonado pelos Incas durante sua fuga dos colonizadores espanhóis, com apenas 30% das suas obras concluídas. No solstício de inverno, no dia 21 de junho, exatamente às


07:02h da manhã, todo vale ao redor de Ollan fica na penumbra e apenas um único raio de sol atinge o altar do templo. O grande detalhe é que esse raio passa pelo olho de um rosto esculpido na montanha oposta, a quilômetros de distância. É fantástico imaginar uma civilização fazendo obras como esta há 500 anos. De fato, Templo do Sol é um excelente aperitivo para o ponto alto da viagem: Machu Picchu. A partir de Ollantaytambo a jornada pelo Vale só pode ser continuada de trem, até Águas Calientes, ou a pé, pelo Caminho Inca, até a Cidade Sagrada. Infelizmente, pela nossa urgência devido ao tempo escaço, seguimos por trem desta vez.


MACHU PICCHU O trajeto pela via férrea, partindo deste ponto, é muito tranquilo e confortável. Ao chegar a Águas Calientes, é difícil conter o frio na barriga. Assim que descemos do trem já pudemos ouvir a sinfonia poderosa das águas do rio Urubama, e aos nossos olhos saltou a exuberância da Amazônia Peruana, fincada nas montanhas andinas. A umidade é bem alta e a temperatura mais amena, pois Águas Calientes fica a “apenas” 2.040m acima do nível do mar e Machu Picchu a 2.400m. Pernoitamos em um albergue simples, como sempre, e fomos descansar, pois a subida para a cidade sagrada estava programada para antes do amanhecer. Compramos a passagem do micro ônibus só de ida, pois pretendíamos descer a pé pela trilha de 2km por dentro da floresta, experiência surpreendente, que recomendo muito. Chegamos à Machu Picchu, que significa “Montanha Velha” em Quechua, por volta das 05:30h da manhã sob uma neblina que deixava o ambiente com uma atmosfera mágica. Simplesmente não há palavras para descrever este lugar. Sentamos e ficamos em silêncio aguardando a aurora. Após algumas fotos, ingressamos em um grupo para uma visita guiada e, apesar da quantidade absurda de turistas, o lugar se mantém com uma tranquilidade considerável. A cada escada, a








cada rua, a cada construção, Machu Picchu surpreende. Sentiame uma verdadeira criança tamanha a empolgação que a cidade me trouxe. O grande erro da nossa viagem foi ter subido à cidade sagrada apenas um único dia. Isso impossibilitou a nossa escalada à “Montanha Jovem”, Huayna Picchu (2.720m), o pico mais alto do sítio. Existe uma cota de 400 turistas (200 por turno) para escalar Huayna Picchu e é altamente aconselhável que seja reservado um dia inteiro para essa empreitada, sob o risco de não conhecer a cidade por completo. Após o apogeu da nossa jornada e já com a cicatriz da saudade na alma, descemos a floresta pela trilha até Águas Calientes para pegar o trem de volta à Cusco. Era o começo do nosso regresso ao Brasil. Passamos um dia e uma noite em Lima, no agradável bairro de Miraflores, antes da volta para casa, pensando nas impressões que esse país fascinante nos deixou. Um lugar com uma gastronomia impecável, um povo hospitaleiro e muita, mas muita cultura. Existe uma grande certeza quando a gente passa por uma experiência como essa: “decerto que haverá uma segunda vez”


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Mudanças arquitetônicas das últimas décadas. Por: Sun Chen Leng Fotos: Sun Chen Leng

T

odas as grandes metrópoles passam por períodos

significativos de transformação, com renovação em infraestrutura, mudanças na composição populacional, arquitetura, etc. Historicamente, essas transformações podem ser motivadas por diversos fatores: Sediar Jogos Olímpicos (recentemente Londres, Pequim, etc.), o rápido crescimento econômico (novamente Pequim, Seul, etc.), grandes mudanças econômicas e termino de conflitos (Berlim, Moscou), etc. Nova Iorque não é exceção, mas mudanças significativas relativamente recentes ocorreram devido a outros fatores: recuperação econômica, iniciativas de lideranças políticas e cívicas, e o ataque de 11 de Setembro de 2001.



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Neste artigo, destacarei algumas das grandes mudancas arquitetonicas das ultimas 2 ou 3 decadas: - A transformacao de Times Square - World Trade Center e downtown Manhattan - Moma e Time Warner Center - High Line - Alguns predios projetados for Frank Gehry - Columbia University e Cornell NYC Tech

Nova Iorque passou por uma grave crise econômica nos anos 70, chegando bastante perto da bancarrota em 1975. A cidade começou a se recuperar durante a administração do prefeito Ed Koch, que serviu 3 mandatos. O filme Midnight Cowboy (traduzido no Brasil com “Perdidos na Noite”) reflete o clima sombrio, shows e filmes eróticos comuns na área próxima a Times Square na época (o filme e’ de 1969, mas a situação não era muito diferente nos anos seguintes). Quando cheguei na cidade no final dos anos 80 a situação já era melhor, mas me lembro que após assistir a uma peca na Broadway a noite, a audiência se dispersava rapidamente. Depois das 10 e meia ou 11 da noite, não se via muita gente na rua. Hoje, se vê muita gente andando na área ate de madrugada.



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Ed Koch iniciou o processo de recuperação da cidade, mas a

mudanças mais dramáticas ocorreram durante as administracoes de Rudolph Giuliani (1994-2001) e seu sucessor, o atual prefeito, Michael Bloomberg. Durante a administração de Giuliani os índices de criminalidade diminuíram significativamente, Times Square e imediações livraram-se quase totalmente da industria erótica e traficantes, novas lojas e restaurantes estabeleceramse na área, varias empresas construíram grandes prédios e mudaram-se para a área, os grandes telões foram instalados.

Também durante a administração de Giuliani ocorreram

o ataque de 11 de Setembro. O prefeito demonstrou otimas qualidades de liderança durante o período difícil após o colapso das torres do World Trade Center. O processo de limpeza continuou por vários meses, prosseguindo durante a adminstração de Michael Bloomberg. O processo de reconstrução, assim como a construção do memorial para as vitimas, continua em andamento.

O ataque (ou ataques) de 11 de setembro de 2001 não só

destruiu o World Trade Center, como mudou significativamente a área de downtown Manhattan em volta. O trafego esta permanentemente bloqueado (através de barreiras moveis) nas imediações de Wall Street, o comercio foi bastante afetado, com o fechamento de diversos estabelecimentos (inclusive na região


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ate Chinatown), vários prédios escritório foram convertidos para apartamentos (alem disso, novos prédios residenciais foram construídos). Um dos prédios recentemente completados na área foi projetado pelo famoso arquiteto Frank Gehry (bastante conhecido pelo projeto do Guggenhein Museum em Bilbao e Walt Disney Concert Hall em Los Angeles). Localizado na Spruce Street, tem 76 andares e uma fachada de titânio e vidro. Passando para midtown, o Moma e’ um dos principais museus de arte moderna do mundo. Uma das grandes atrações culturais da cidade, esse museu passou por varias transformações ao longo dos anos, mas a expansão que foi completa em 2004 foi talvez a mais significativa, quase duplicando a área do museu, alem de motivar a criação do espaço em Queens, o PS1, que continua a existir como mais um espaço de exibições. O Time Warner Center, localizado no Columbus Circle, expandiu significativamente as opções de compra nessa área de Manhattan, alem de conter restaurantes e um teatro (apresentações ligadas do Jazz at Lincoln Center). Esse complexo inclui o shopping center e as duas torres de escritório atras dele. Um bom espaço para se visitar em dia de chuva ou neve, quando não se planeja visitar um museu ou assistir a uma peca ou concerto.



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O High Line esta localizado no lado Oeste de Manhattan. Foi expandido ao longo do tempo, após a inauguração do trecho inicial do parque, em 2009. A estrutura foi construída nos anos 30, e comportava os trilhos de uma linha de trens de carga, que parou de operar nos anos 70. Esteve abandonada por muitos anos. No final dos anos 90, cogitou-se demoli-la. Um grupo chamado “Friends of the High Line” mobilizou-se para salvar a estrutura e junto com a cidade de Nova Iorque criaram um plano para restaurar e manter a área como um parque elevado.



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Pode-se fazer um bom passeio no High Line, acima do

burburinho da cidade. Ha opções de comida e bebida tanto no próprio parque como na área a sua volta, que se revitalizou como consequência da criação do parque. Ha também uma are coberta, utilizada para projeções de filmes e com um bar/lanchonete. As vizinhança parece ter incorporado o parque como uma opção de lazer bastante querida – há ate um “zoológico” com esculturas de animais. Dentre os vários prédios recentemente construídos ou reformados na área, ha também mais um prédio projetado por Frank Gehry, o IAC building, sede da Interactive Corp., localizado na 18th street. Aqui esta um link para o website do High Line – www.thehighline.org.


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Mudancas significativas ocorreram em outras áreas da cidade – a revitalização do Harlem, Lower East Side, Tribeca. Um reflexo da recuperação da cidade – apesar dos efeitos da crise financeira iniciada em 2008 – e’ o investimento nas artes (ja abordei o Lincoln Center) e na educação. Na área de educação, destacam-se a expansão da Columbia University, que esta em andamento, e o projeto de instalação do Cornell NYC Tech.


O projeto de expansão da Columbia University foi projetado

por outro renomado arquiteto, Renzo Piano (assim como Frank Gehry, também homenageado com o Pritzker, o “Nobel” da arquitetura). É um projeto estimado em 6.3 bilhões de dólares próximo a seu campus atual no Harlem, e deve continuar por varias décadas. Ate lá, recomendo uma visita ao campus atual, juntamente a bela catedral de Saint John The Divine (uma das maiores do mundo), próxima ao campus.


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O Cornell NYC Tech tem um custo estimado em 2 bilhões

de dólares. O centro será construído em Roosevelt Island, a curta distancia de Manhattan e acessivel atraves de uma ponte (de Queens), metro e teleférico. Cornell ira administrar o centro conjuntamente com Technion – Israel Institute of Technology.

A previsão é que o campus em Roosevelt Island será

inaugurado em 2017, com previsão de termino de construção de todos os prédios em 2037. A partir de 2013, aulas serão iniciadas, em prédios provisórios em Manhattan.

Os cursos oferecidos serão não só em áreas técnicas,

como também em gestão empresarial de negócios de tecnologia, assim como entrepreneurship, para aqueles que querem criar novas empresas. Mais informações estão disponíveis no site http://now.cornell.edu/nyctech/.

O traveller autor Sun Chen Leng formou-se em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e fez MBA em Finanças pela New York University. É vice-presidente da BNY Mellon em Nova Iorque, após passagens pelo Banco Francês e Brasileiro, Otis Elevator, Metlife, Citigroup e Alliance Bernstein. Reside com sua família em Long Island há mais de 12 anos.


Diamante Baiano Texto e fotos: Rodrigo F. de Oliveira


A

Chapada Diamantina é um colírio para os olhos. A primeira visão de suas serras e morros, ainda da estrada, já é o suficiente para se ter a certeza de estar entrando em um lugar muito especial.


História antiga Majoritariamente formada por rochas sedimentares de origem esturiana, aluvial, fluvial e glacial, além de materiais inseridos nas fraturas e falhas, pelas subducções e nos soerguimentos das placas tectônicas que demonstram desde quando data sua história. De fato, sua formação geológica é tão antiga que pode- se encontrar rochas com idade superior a três bilhões de anos e até conchas, típicas de regiões que fazem litoral com o oceano.


As serras que recortam esta paisagem milagrosa, talhadas pela lenta e inexorável ação dos tempos e dos rios, brindam os olhos com paisagens de estonteante beleza. Uma rica fauna e flora com diversas aparições endêmicas Suas águas escuras assemelham-se ao tom de café, e correm com parcimônia em alguns momentos e violência em outros, despencando de cachoeiras como a da Fumaça, com 340 metros de queda d’água, a segunda mais alta do país e recorta cânions deslumbrantes e paredões imponentes.




O garimpo Durante a era do garimpo, quando as entranhas da terra eram chafurdadas pelos homens em busca de diamante e outros minérios, a chapada adquiriu o febril desenvolvimento garimpeiro, que teve seu fim decretado assim que a garimpagem entrou em decadência e deu início a um êxodo em massa que reduziu drasticamente a população das cidades. Igatú (antiga XiqueXique), por exemplo, passou de mais de 15.000 habitantes, para menos de 500.


O fim do garimpo relegou a Chapada Diamantina ao esquecimento e nem de longe ela possuía o viço de outrora, quando gerava tanta riqueza e possuía tamanha relevância que chegou a ter um poder paralelo ao governo estadual, durante o comando do Coronel Horácio de Matos.





Fauna e flora A vegetação predominante da Chapada é conhecida como campo rupestre, que em geral é mais rasteira, contudo fazem parte também a vegetação de cerrado, caatinga e até floresta típica de regiões mais baixas. É possível encontrar mais de 100 tipos de orquídeas, inúmeras bromélias, cactos, begônias, trepadeiras e sempre-vivas, que por pouco escaparam da extinção e podem ser apreciadas de abril a agosto. A variedade de animais também é imensa, principalmente as aves, mais de 250 espécies, como o beija-flor-gravatinha-vermelha, endêmico na Chapada Diamantina, habitando áreas de altitudes superiores a mil metros. Nas matas chapadenses também vivem o tamanduá bandeira, o macaco prego, a jaguatiricas, onças pardas e pintadas, tatus, cobras e muitos outros animais.




A única cordilheira do Brasil Maior do que a Bélgica, o altiplano baiano possui mais de 38.000km² e é parte da Serra do Espinhaço, que nasce no estado de Minas Gerais e se estende até a porção central do estado da Bahia sendo considerada a única cordilheira do Brasil, estendendo-se por mais de 1000 km. A Chapada Diamantina foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO, devido a sua enorme riqueza animal, vegetal , mineral, geológica e antropológica, causas também de seu permanente estado de risco.


Além de seu já conhecido potencial turístico e extrativista – vide os anos de forte garimpo – a Chapada Diamantina possui também diversos sítios arqueológicos e a cada dia mais sítios rupestres são descobertos por toda a sua extensão. Além de tudo isso, é no altiplano baiano que dois dos mais importantes rios do estado tem sua nascente: O Paraguaçu e o Rio de Contas, ambos desaguando no Oceano Atlântico.


Ares da terra

Da trilha da Vila de IgatĂş para a cidade de MucugĂŞ.


O Vale do Cap達o visto la do alto.

Ares, cores e luzes de fantasia.

Morros da bela cidade de Jacobina.


Parque Nacional da Chapada Diamantina Criado em 1985 o PNCD ou Parque Nacional da Chapada Diamantina é um mosaico grandioso e rico de cânions, cavernas, morros, rios e história. A área delimitada como parte do parque é de 1.520 Km² e incluí os municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaeté, Lençóis, Mucugê e Palmeiras.


Morrão. A atração principal, mestre em seu próprio cenário.




Vale do Capão O Vale do Capão está localizado entre as serras do Candombá e da Larguinha. Caeté-Açú ou “Grande Mata”, é a vila mais conhecida, por sua proximidade com a cachoeira da fumaça e por ser o mais tradicional ponto de partida para o trekking do Vale do Paty - considerado o melhor do país - sempre foi destino muito procurado por trekkers e aventureiros de diversas partes


do mundo, em busca de trilhas e cachoeiras escondidas dentro da “mata”. Além disso, existem ainda outras trilhas e atrações, como a cachoeira do Riachinho e seu enorme cânion, o Morrão, a cachoeira da Purificação, Águas Claras dentre outros lugares de por abaixo o queixo de qualquer um.

As serras do Candombá e da Larguinha arrodeiam o Vale do Capão.


Morro Branco

Ă guas-Claras


Morro Brandp pela manhã

Poço na trilha da Purificação

Morador do vale


Dia de Feira

Formatura de Clows


Festival de Jazz

Igreja da Vila

Vila de Caeté-Açú, pronta para os festejos Juninos.


Aventura e esoterismo Então, muito tempo depois duas comunidades se instalaram por lá, a LothLorien e a Fazenda Riachinho, e desde então a cultura alternativa é parte indissociável da moderna “cara” da vila de Caeté Açú.


Atualmente pululam no vale proximidades eco vilas e comunidades que buscam o estudo de uma maneira de vida menos agressiva ao meio ambiente e possuem seus próprios fundamentos. Mas muita coisa mudou desde os anos setenta para cá.

Rafael, Guia e escalador da Igatú Escalada e Treking mostrando serviço.


Um exemplar das inúmeras espécies de Orquíea existentes na Chapada.


Cachoeira dos Pombos. Ao Lado, pouca รกgua caindo


A luz e o caos do turismo A luz, que até por volta de 1996 era a das velas e à noite a vila funcionava ainda à base de um gerador, desligado por volta das 22 horas, agora é full time e nunca falta um bom banho quente. Com a chegada da luz elétrica e esta possibilidade dos “banhos quentes”,


televisão, etc., outro tipo de visitante chegou, e a exemplo de Lençóis, o completo despreparo infraestrutural para a recepção da enorme quantidade de pessoas que “sobem a serra” nos feriados, férias e períodos de festas causando um efeito que já beira o caos.

Do alto do “Labirinto”, em Igatú, vemos lá embaixo o Rio Paraguaçú.



De acordo com a EMBRATUR, ecoturismo é um “segmento de atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.” Infelizmente entre a definição teórica e a realidade existe um abismo sem tamanho. O que se vê na realidade é uma enorme quantidade de pessoas que não tem nenhum conhecimento sobre como se portar neste tipo de ambiente e nem recebem nenhuma cartilha de conscientização, salvo as raras e “muy gratas” exceções.

Inicio da trilha (dentro de propriedade particular) Cachoeira dos Payayas, no entorno da cidade de Jacobina, um dos piemontes da Chapada.


Trilha para a cachu dos Payayas.


Para matar a sede e o calor do caminho.



E ainda estรกvamos no meio do caminho.


Paraíso (quase) perdido Com o crescimento turístico desproporcional à estrutura, sua população passou a sofrer os reveses de ser destino internacional. Além da riquíssima troca cultural, da miscigenação, da formação cosmopolita vigente hoje no Vale do Capão, problemas como a falta d’água, a utilização das nascentes e construções de maneira desordenada, a superpopulação e o descaso - fato alardeado por todos – do governo municipal de Palmeiras, que administra o Caeté Açú e arredores.


Centro da Vila de Caeté-Açú, no Vale do Capão e turistas.



Outro problema é a especulação imobiliária, que já está fora de controle e alcança preços de apartamentos de alto luxo em “cidade grande”. Principalmente, por se tratar de uma vila no “no meio do mato”, sem saneamento básico. A falta de educação (endêmica no país), principalmente dos novos moradores, muitos que acreditam poder (e não podem?) resolver tudo com cifras, a completa a desorganização e falta de pessoal do parque, as queimadas e mais recentemente o crack, que já assola algumas cidades, ainda em menor escala.

Umam das ruas da Vila.


Almoรงo bom e barato

Autoexplicativa


Lá de cima da cachoeira da Purificação.

Poço em área particular



Morro Branco, o “rei” do Vale por outro ângulo.


Acima: trilha para a Purificação abaixo, lindezas da chapada.


Purificação com pouquinha água, por causa da seca.


Jacobina e a mineração E mais grave ainda é a situação da cidade de jacobina, localizada no Piemonte Norte da Chapada Diamantina. A cidade possui nos arredores o Parque de Itaitú, composto por mais de 70 cachoeiras e um acervo natural belíssimo, com fauna e flora de grande diversidade e mesmo assim está no meio de uma disputa entre a mineração e a preservação.

Ruas de Igatú.



Igreja da cidade de Igatú e suas trilhas.

Mesmo possuindo um conjunto de quedas maravilhoso a cidade não recebe praticamente nenhum incentivo ao turismo, em contrapartida a outros locais da Chapada. Uma explicação plausível pode ser a de que ao manter Jacobina em “segredo”, sem turistas perambulando, as mineradoras podem permanecer sem preocupação e continuar, segundo um dos líderes do grupo ambientalista local, tirando da terra sem retribuir em nada para a comunidade e sem nenhuma preocupação em atenuar os danos.


Mais uma de infindรกveis trilhas e cachoeiras.


Destas cachoeiras apenas uma pode ser visitada, a cachoeira dos Payayás, contudo, histórias sobre compras de terra legais, mas usando de artifícios para ludibriar os antigos, e desinformados, moradores, suicídios e até esquema para desarticular o grupo ambientalista local puderam ser ouvidas a boca pequena, mas de diversas fontes. Jacobina também é a “capital do voo livre” no Nordeste. Cleuber, guia de trekking, voo livre, escalada e também paraglider, dono da pousada Serrania, no centro da cidade explica que “Não existe melhor lugar para se voar na Bahia!”. Jacobina esconde muitos segredos, histórias, locais belíssimos e permanece muito pouco explorada pelos turistas, portanto, uma boa chance para um passeio radical, divertido, tranquilo a bons preços. Com certeza vale uma conferida.

Cachoeira dos Payayas.


Rafael, da IgatĂş Escala e treking trabalhando.


Ainda há lufadas de ar Mas nem tudo são problemas. Em Caeté Açú, assim como em todo o Vale do Capão ainda se pode achar aquilo tudo que se imagina encontrar. O verde ainda verdeja e as flores ainda espalham o seu perfume pelo ar. Se tiver a sorte de ir na baixa estação, melhor.

Morrão, uma das maiores atrações do Vale.


Jasmim Manga.

Paisagens ainda são verdadeiros colírios, cachoeiras desconcertantes e um céu capaz de encantar qualquer um, sim, estão presentes. As opções de estadia são abundantes, de todos os tipos e para todos os bolsos, como seria esperado de um grande ponto de turismo. Mas cuidado, na alta estação, até mesmo esta ampla quantidade de opções, esgota-se e torna-se realmente impossível encontrar alguma coisa.


Trilhas Existem muitas agências de turismo que fazem os mais variados passeios, do mais famoso, o da trilha do Vale do Paty, atravessando Gerais do Vieira até os mais complexos, como uma volta completa no parque nacional e até para áreas fora dos domínios do parque. Muitas trilhas são fáceis de seguir para trilheiros experimentados, mas prefira os guias especializados e evite problemas.

Trilha para a Cachoeira da Fumaça.


Garganta da Fumaça

Passeios imperdíveis como a cachoeira do Riachinho, o conjunto de cachoeiras das Angélicas e sua atração principal, a Cachoeira da Purificação, que para os visitantes frequentes são como ir a praia, não podem ficar de fora do seu itinerário. Assim como é quase “proibido” ir pela primeira vez e não ver um dos maiores ícones do parque, a Cachoeira da Fumaça. Circule, relaxe, conheça as pessoas e ao sentir firmeza com um guia, divirta-se!


Para encher a barriga Para se recuperar das caminhadas é sempre muito importante comer bem. Na vila e nos arredores é muito fácil encontrar boas opções para comer. Existem diversas comidinhas caseiras espalhadas. Vale à pena conhecer a pizza do Thomas (temperála com o mel com pimenta), a mais tradicional, ou provar a AL Capãone, também uma delícia. Não deixe de experimentar o pastel e a coxinha de palmito de jaca e nem as deliciosas frutas passa, produzidas lá mesmo.


Ă€ luz de velas.


Igatú ou Xique-Xique A história da cidade de Igatú é uma das que mais foi afetada pela história do garimpo. A pequena vila foi construída na época de ouro do garimpo. Estima-se que mais de 15.000 pessoas viviam na cidade de pedra que florescia junto com os diamantes. Quando o garimpo passou a enfraquecer, os casarões foram abandonados, os bordéis, hotéis e demais serviços, desapareceram junto com os moradores e a vila encolheu para cerca de 50º residentes.


Praça principal de Igatú.


Cidade de Pedra A sensação ao se perambular por suas ruas é muitas vezes a de estar circulando por um pedaço vivo da história que se mistura com o presente. Ruínas das antigas casas e tocas dos garimpeiros de outrora muitas vezes tornam-se parte das novas construções que vem aos poucos aparecendo na cidade, agora redescoberta pelo turismo.

Gruna de Carimpo aberta a visitação (acima) e casas da Cidade de Pedra.



Para chegar ao povoado pode-se tomar um carro - que custa algo em torno de 50 reais – ou tomar o caminho mais aventureiro e chegar subindo através da antiga trilha garimpeira. Ao que tudo indica Igatú aprendeu com a história dos outros e tenta se precaver. A cidade, que é tombada como patrimônio histórico possui hoje uma legislação rígida que visa evitar que as novas construções destoem do estilo da cidade e proíbe a destruição das ruínas que ainda estão de pé. Outro fato é o de que agora a cidade fica (ou está quase) completamente cercada por parques de proteção, o PNCD e recentemente foi ouvida uma conversa sobre uma área de preservação do lado que ficava exposto. Se a informação se confirmar, será um passo enorme para a manutenção da cidade e da natureza que a rodeia e a demonstração de que existe vida Inteligente nos órgãos competentes.


Em Igatú, as ruínas, as antigas tocas de garimpo e as casas “novas” se misturam harmoniosamente.

Nossa “suíte” por 10 dias.


Charme cunhado na rocha O charmoso povoado já é por si só uma atração, mas outras se fazem preciso citar, como igreja e o cemitério bizantino, o enorme eucalipto bem ao lado da construção religiosa e da rede posicionada pelo Fernandão, paranaense e astrônomo amador que conheceu Igatú em 1995 e nunca mais deixou o povoado. A cidade tem poucas alternativas para hospedagem, portanto, muita gente ainda aluga as casas com os moradores. Uma boa pedida de hospedagem é com o Rafael, da Igatú Escalada e Trekking. Além de Camping e uma pousada, eles tem passeios para os amantes tanto da caminhada quanto para os escaladores profissionais e amadores. Outra boa opção de estadia e excelente pedida para matar a fome é a pousada e pizzaria da Nil, bem no centro da cidade. Lá, além de conhecer gente interessante, você ainda pode apreciar uma pizza espetacular pra matar a fome.


Ele gosta de usar a rede para ler sossegado.


Personalidades Existem inúmeras cachoeiras, igualmente lindas nas redondezas da cidade.. Uma pena que na época da visita elas estavam muito secas, aliás o tempo estava muito seco, com um dia de sol causticante e um incomum calor durante a noite. Ao chegar, procure um guia. Vá ao bar do Chiquinho, bem famoso, conheça o pitoresco Amarildo e sua vendinha, na sala de casa, onde tudo está a venda, do licor aos doces, menos suas coleções de discos e revistas do Rei Roberto Carlos e da Xuxa, suas paixões. E mais, aos domingos, do raiar ou deitar do sol ao passar por sua casa poder-se -a ouvir as canções do Robertão. Além disso ele escreve suas próprias histórias (também a venda) e mantém um registro em livros de tudo o que já aconteceu na cidade, dos nascimentos, falecimentos, etc.



Garimpo de hoje Badega, um ex-garimpeiro, hoje guia, explicou que ainda existe garimpo, pouco e que as pessoas ainda se mantém na ocupação apenas por não ter outra opção. “Como um homem pode parar de trabalhar? De onde ele vai tirar seu sustento?”. E completa: “O IBAMA não quer que se garimpe, mas não propõe outra forma de subsistência para o garimpeiro aí o cara não pode parar de comer então ele garimpa.” Contudo, o garimpo mais comum hoje em dia é por turistas. Um sinal de que a coisa está sendo bem feita por lá, pelo menos no que se refere à preservação é o fato de existirem ainda grandes felinos circulando e caçando nas redondezas da vila. Foi possível a constatação de pelo menos alguns deles, como cobras, lagartos de porte grande, abelhas de variadas espécies, vespas, aranhas e até traços de predadores maiores estavam se alimentando na área da trilha que leva até a estrada para Mucugê, onde o GPS marcou a altitude de 1.279 metros acima do nível do mar, após uma subida de mais de 200 metros numa trilha errada.


Poรงo do Gaviรฃo.


O Poço do Gavião é um lugar mágico.


Trilha para o Poço do Gavião.

E a chapada, continua linda? A resposta é sim. Ainda vale a pena visitar a Chapada e ainda, independente de para onde se vá, sempre será um viagem mágica e se for a primeira vez, capaz de embaralhar sua mente de tal forma que ao ir embora, um pouco ficará para trás, junto com a sensação de que se precisa retornar brevemente. Morros de formação única, serras que guardam verdadeiros tesouros escondidos e comida gostosa feita por gente boa. Beba muita água, prepare seus pés e sua sede por aventura. A Chapada Diamantina continua sendo a melhor opção para quem deseja mergulhar na natureza e conhecer um lugar que intriga os cientistas, apaixona os visitantes e nunca mais nos deixa sair de lá, nem que seja apenas no coração.


Photo Profile

Gilberto Lyrio EssĂŞncia do imperceptĂ­vel. Texto/entrevista por Rodrigo Oliveira Fotos por Gilberto Lyrio


C

onheço o Beto há muito tempo. Na verdade, somos primos e fomos criados juntos por quase toda a infância. O tempo acabou nos afastando, no entanto este mesmo tempo, por um acaso do destino, fez com que nos reencontrássemos e pegássemos a estrada juntos. Mesmo antes de deste reencontro já havíamos conversado sobre esta possibilidade, mas, foi mesmo uma coincidência que a fez verdade. Descobri no primo que assistia Bruce Lee e Chuck Norris juntos um fotógrafo talentoso e de sensível olhar, que agora tenho o prazer de apresentar.

Mundo Ocre 02 (Lapão-BA) - Ensaio que procura retratar a influência do vermelho do solo nas construções locais.


Quando começou?

Há cerca de nove anos tive o meu primeiro contato com uma câmera profissional analógica e, desde então, procuro me livrar deste “mal” que ocupa todo o meu tempo vago e me faz, a cada dia, vagar por um novo tempo.


Terno Unitรกrio (Distrito de Brejo Grande, Boaquira-BA) - A aridez faz dormecer o verde e brotar esperanรงa.


Porque ver o mundo através de uma lente?

Não vejo o mundo através de uma lente, muito pelo contrário, as lentes permitiram descobrir um novo mundo.


Cumuruxatiba 02 (Japara Grande, Prado-BA) - Local paradisĂ­aco no extremo sul da bahia. Newfoundland



Interior (Feira de São Joaquim, Salvador-BA) O universo da feira está no olhar daquele que a vê.


Porque ver o mundo através de uma lente? Não vejo o mundo através de uma lente, muito pelo contrário, as lentes permitiram descobrir um novo mundo.

Barbatana de Santana (Rio Vermelho, Salvador-BA) Foto publicada no Correio - Espaço do Leitor.


Pescador (Lagoa da Conceição, Florianópolis-SC) Foto selecionada no Salão Nacional de Araraquara

Saudoso filme (Farol da Barra, Salvador-BA) Lembrança de fotografar com analógica

Newfoundland


Viajar ĂŠ...

Qual viagem? Em todas, novas descobertas e a mantença do desejo de permanecer viajando.


Canto Solitรกrio ((Distrito de Brejo Grande, Boaquira-BA) - O canto seco da seca


Na estrada, sozinho ou acompanhado?

Estar na estrada.


Cumuruxatiba 01 (Japara Grande, Prado-BA) - Local paradisĂ­aco no extremo sul da bahia.


Por quĂŞ?

O universo e o acaso definem quem deve ou nĂŁo nos acompanhar. Lembra-se do nosso encontro na Chapada?


Brotai (Poรงo do Diabo, Lenรงois-BA).



Maternidade (Cachoeira da Fumaรงa, Palmeiras-BA).


Ordem e Progresso ((Lagoa da Conceição, Florianópolis-SC) Foto selecionada no Salão Nacional de Araraquara


Existe alguma influência mais explícita no seu trabalho? Fugindo daqueles que sempre nos influenciarão, a exemplo de Araquém Alcântara, diria que os companheiros de clicks, Shirley Stolze e Fernando Naiberg, influenciam positivamente no meu trabalho.

Mundo Ocre 01 (Lapão-BA) - Ensaio que procura retratar a influência do vermelho do solo nas construções locais.


Era uma vez 01 (Ponta de Humaitá, Salvador-BA) - Ensaio que procura demonstrar a influência da luz nas crianças.

Quais assuntos mais te interessam?

Natureza e a essência do imperceptível.


Se fosse definir o seu trabalho, como o definiria? O que penso ver. Agora, vejam vocês

Era uma vez 02 (Ponta de Humaitá, Salvador-BA) - Ensaio que procura demonstrar a influência da luz nas crianças.


Equipamento

Com que roupa eu vou? por Luiz F. N. Carbonari

A

frase do título já é antiga e eternizada pelo grande Noel Rosa na sua música “Com que roupa”. Quem nunca ficou parado diante do armário sem saber o que usar para uma ocasião especial? Quando o evento é aquela viagem de aventura tão sonhada, tudo fica mais complicado e técnico. Neste momento, saber o que usar e como usar faz toda a diferença. Atualmente, o mercado oferece uma grande variedade de roupas confeccionadas com tecidos de alta tecnologia para os mais diversos fins e situações, mas de nada vale tudo isto se não soubermos o básico sobre eles. Vamos lá! Como o assunto é vasto, darei ênfase à condição mais difícil, no que diz respeito a vestimenta: o frio. Neste tipo de clima, manter o corpo aquecido é imprescindível. Talvez você esteja pensando que esta é uma tarefa simples: “é só colocar umas três calças (incluindo aquela ceroula que algum parente bem intencionado lhe emprestou, jurando que salvou a sua vida naquela viagem a


Buenos Aires) e o maior número possível de blusas e casacos que seu corpo comportar”. No entanto, ao final deste processo são tantas as camadas que acabamos parecendo uma cebola gigante, com pouquíssima mobilidade. Esta técnica funciona se o nosso intuito for ficar curtindo o frio e tomando um chocolate quente na sacada do chalé. Mas se pretendermos nos movimentar, caminhar, esquiar e subir montanhas, tal figurino será um fracasso. Daí a importância das roupas técnicas. Quando nos movimentamos, produzimos calor e como consequência, o suor. Sim, suor! Quando nossos corpos estão aquecidos e em movimento, mesmo em tempo frio, somos capazes de suar e muito. Este suor, se não for transportado de forma eficiente para longe da nossa pele e posteriormente para o ambiente, torna-se nosso pior inimigo. Ele induz queda na temperatura do nosso corpo e nos faz passar frio, muito frio. Voltando à cebola... sim, as camadas são a chave para o nosso problema, mas é importante saber combinar as camadas certas. Usarei como exemplo uma configuração simples de 3 camadas, lembrando que a primeira camada é a mais próxima da pele.


Equipamento

Primeira camada: controle de umidade A função desa camada é manter o suor longe da pele. Quem já usou uma camiseta de algodão e suou sabe como este tecido é capaz de reter a umidade e deixar aquela sensação de frio no corpo. Portanto, os tecidos mais indicados são de materiais sintéticos de secagem rápida e capazes de levar o suor rapidamente para a segunda camada. Como exemplo, temos o Power Dry, marca de propriedade da Polartec. Existem outros, mas tendo este como referência fica fácil chegar aos similares e sinalizar ao vendedor o que queremos.

Segunda camada: aquecimento Esta será a camada responsável por manter a temperatura corporal, aprisionando o ar próximo à pele e por consequência, nos mantendo aquecidos. Quanto maior o frio, mais grossa será esta camada. Nesta categoria temos como exemplo o Fleece, bastante conhecido. Nem todo fleece é igual, na hora da compra solicite ao vendedor de uma loja especializada que lhe informe das características específicas. Esta também é uma camada que permite que o suor passe para a teceira camada


Terceira camada: impermeável Este é o casaco, normalmete colorido, que vemos os exploradores usando na neve. A função principal desta camada é nos proteger do vento e da umidade externa (ex. chuva e neve). Esta camada é de altíssima importância e não aconselho economia neste item. A principal característica aqui é ser capaz de não permitir a entrada da água e ainda assim permitir a saída do suor já em forma de vapor, que após passar por todas as camadas chega ao meio externo. Existem diversas marcas que atendem esta característica, mas o material de referência aqui é o Goretex. Este sistema de camadas é muito eficaz e garante uma ótima mobilidade, conforto, além de salvaguardar o seu bem-estar. Boa aventura!

Impermeável Aquecimento Controle de umidade


Filme

Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal por: Rodrigo Oliveira

J

ohn Kelso (John Cusack), é um escritor e jornalista de Nova York, que vai até Savannah, Geórgia, para cobrir a festa de natal de Jim Williams (Kevin Spacey), um novo rico que se tornou a pessoa mais importante da cidade. Durante a festa na casa do milionário, Kelso presencia uma briga entre o anfitrião e Billy (Jude Law), aparentemente um episódio sem grandes consequências. Um pouco mais tarde, ele fica sabendo que Jim é homossexual e que matara Billy, com quem tinha um caso. Deste momento em diante tudo em Savannah passa a girar em torno do julgamento de Jim, que alega legítima defesa e espera usar seu prestígio e poder para ser absolvido, mas parece que tanto a defesa quanto a acusação decidiram mascarar a verdade de todas as formas, para terem um veredicto favorável ao ricaço.


Um filme tão surpreendente quando o livro homônimo, do qual foi adaptado. Cenas surreais, como aquela onde a mulher passeia com um cão invisível na coleira deixam sempre a sensação de que existe algo estranho por detrás de tudo. A direção de Clint Eastwood é primorosa, mais uma prova de que o eterno “Dirt Harry” é um diretor de sensibilidade e técnica fora do comum. Aproveite o inverno e assista quentinho no sofá, se possível, bem acompanhado.


Livros

Por Rodrigo Oliveira

E

stá em todo lugar. A saga criada Por George R.R. Martin tomou o mundo de assalto, tanto na literatura quanto na televisão fechada. Martin utilizou sua experiência escrevendo roteiros para chegar a sua obra prima, “A guerra dos Tronos”. Os livros parecem terem sidos escritos especialmente para serem adaptados para a TV e (ou) cinema, tal é a fluência nas telinhas. A narrativa é ágil e faz com que os calhamaços de mais de 600 páginas pareçam livrecos de bolso. Cada personagem é o personagem principal da trama quando conta a história, que, como seria no mundo real, é contada de acordo com o ponto de vista do interlocutor do momento. Sendo assim, a mesma parte da história pode ser contada de maneiras diferentes e inserindo novos acontecimentos, de acordo com a percepção de quem a conta. A saga tem sido descrita como um “Senhor dos Anéis” mais violento e sensual. No entanto, é mais do que isso. O livro narra uma história que, não fosse pelos seres míticos e magias, poderia


se passar nos tempos atuais, já que a guerra, o jogo pelo poder político e pela riqueza continua mais em voga que nunca. Finalmente entra na lista de Best Sellers algo que não é autoajuda. Bem, se se divertir também contar como autoajuda, então que seja. Porque é diversão na certa. Leia com cuidado, pois vicia!


On the Road para Biarritz. Texto e fotos por Tâmara Álvares da Nóbrega

787 km Foi a distância que tivemos de percorrer de carro, desde Paris. Era um Sábado de um fim de semana prolongado, mas o trânsito não estava tão intenso quanto se esperava. Durante a viagem fez sol, choveu, e nós só pensávamos numa coisa: ondas e praia.


Vivíamos os três na Gold Coast (Austrália) onde o sol é constante e mesmo quando chove, as temperaturas são altas e as pessoas andam de “thongs” e “shorts”. Agora, na Europa, sonhamos com um dia quente e pouco molhado. A nossa semana no País Basco (francês), tinha como objetivo descontrair, apanhar sol e acima de tudo: surfar! Era óbvio que nos encontrávamos cada vez mais próximos da zona costeira a cada quilometro. As cores, o cheiro, o azul do céu, a temperatura e qualidade do ar... Tudo era diferente e, apesar de “novo”, bastante familiar.


20h

Chegamos finalmente

ao nosso destino. O hotel Mer et Golf Eugenie fica no topo de uma colina, de onde surge uma bonita vista sobre a vila. O cheiro d0 mar e o pĂ´r do sol nĂŁo deixam margem

para

dĂşvidas:

estamos

finalmente

em

Biarritz!

Depois de deixar as

malas no apartamento do hotel, andamos pela vila Ă procura de algo para comer. Eu precisava comprar uma prancha nova e o meu namorado e o meu amigo tinham uns probleminhas nas deles.



Antes de podermos pensar em surfar, precisĂĄvamos encontrar urgentemente lojas e um shaper que estivessem abertos no dia seguinte, Domingo, para resolver estes pequenos pormenores. Decidimos entĂŁo dormir cedo e fazer a nossa pesquisa na prĂłxima manhĂŁ.



22º Graus

Foi a temperatura que nos despertou.

As notícias não eram boas: as lojas estavam, naturalmente,

fechadas.

Mas o sol brilhava e aquecia-nos a pele como há muito

não sentíamos. Visitamos uma padaria local onde compramos duas baguetes de bacon deliciosas.

Passeamos ao longo da costa e aproveitamos o dia na vila,

tentando conhecê-la e aos seus habitantes, que se mostraram muito simpáticos e a toda a hora diziam “Bon jour!”.

É mesmo uma vila simpática. As casas são bastante

bonitas, os restaurantes convidativos, a vista, as praias, a cor da água..., e não me cansarei de sublinhar: as pessoas!

Fomos até Anglet, com a esperança de encontrar algumas

lojas abertas. E tivemos sorte. Depois de conversar com dois ou três surfistas locais, conseguimos o número de um shaper. Eu encontrei uma prancha de segunda-mão que me pareceu boa, mas decidi esperar até segunda-feira e visitar outras lojas.

Passamos a tarde na praia de Anglet, onde os meninos

apanharam o primeiro swell do ano e no mesmo dia deixamos as pranchas com o shaper, esperando que estivessem prontas no final do dia seguinte.




10h Acordamos.

O

objetivo

seria

encontrar

uma prancha para mim, ir a um supermercado para fazer as compras da semana, por a prancha na água e ir buscar as outras à noite.

Encontramos

a

prancha.

Fizemos as compras. Mas as ondas eram inexistentes.

Apesar de tudo, a tarde estava

convidativa para uma sessão de “beach tênis” ou Frescobol aí no Brasil, e umas horinhas de sol antes de a chuva chegar.

À noite, felizmente, as pranchas

estavam prontas para serem testadas no dia seguinte.


35.5 km. Biarritz – Hossegor.

Infelizmente, a capital Francesa do Surf, onde

se pode assistir a fantásticas competições, estava “flat”, sem uma ondulação sequer! O sol continua


a brilhar e por isso aproveitamos o dia na areia. A cor do mar nos convidou a entrar e decidimos alugar uma prancha de “stand up paddle” e experimentar o esporte pela primeira vez. Ao menos pudemos sentir que “surfamos”.


1ft. – Um pé.

Finalmente

surfamos

logo

pela manhã!

As

ondas

estavam

muito

pequeninas e com pouca força, mas no mar só estávamos nós e dois ou três locais.


Era quarta-feira e por isso, depois do almoço, as crianças

vieram todas para dentro de água. O Oceano que nos últimos dias se encontrava vazio, de repente encheu-se de vida! Apesar de se tornar mais difícil apanhar uma onda (os locais não são tão amigáveis dentro de água), foi bonito ver que estávamos num lugar onde a praia e o surf fazem parte da cultura local.


32º graus.

Por isto não esperávamos...

Há muito que não sentíamos tanto calor, sem víamos o

sol brilhar com tanta intensidade. As ondas estavam maiores


e por isso o mar encontrava-se cada vez mais cheio e pouco amistoso, mas quem se pode queixar com um dia lindo e quente como aquele? Eu n達o!


2 ft – dois pés.

No dia seguinte surfamos Anglet.

As ondas crescem e apesar de estarmos quase no final

da nossa viagem, ainda temos um ou dois dias de surf para aproveitar.

O dia está um pouco mais fresco e o sol decide não brilhar.

O surf está melhor e por isso os rostos são de felicidade.

Anglet tem muitas praias e “breaks” – picos de surf -

diferentes, por isso torna-se mais fácil encontrar um lugar mais vazio e ondas só para nós.

À tarde o vento sopra mais forte e somos obrigados a sair

de dentro da água. A última noite é passada com um surfista da Gold Coast, com quem nos cruzamos, na água. Durante o jantar trocam-se histórias de viagens e de experiências Australianas. Ninguém quer se despedir de Biarritz, mas no dia seguinte temos de voltar para a civilização, para a “real life”!



787 km.

Destino: Paris!

O sol não brilha e a chuva

ameaça cair, mas depois de 20 ou 30 km o sol começa a espreitar por detrás das nuvens, que antes pareciam

carregadas.

O

céu

mostra-se azul e não resistimos quando vemos uma placa de saída de autoestrada, sinalizando Dune Du Pyla. Estamos os três de acordo e por isso resolvemos fazer uma última parada.



148

Destino: Paris!

É o número de escadas que temos de subir para poder

usufruir da magnífica vista sobre o mar azul. Pessoas de todo o mundo deslumbram-se com a vista e caminham pelas dunas de areia. Depois de uns momentos ao sol, descemos as dunas a correr, deixando para trás o calor, o mar, a nossa viagem.




Paris

Chegamos

a

Paris

à

noitinha e as ruas estão cheias de pessoas divertidas. O ambiente é

diferente,

mas

apesar

de

querer voltar a Biarritz, estamos agradecidos

pelos

poucos

mas bons momentos que ali passamos.

Estamos preparados para a

próxima!


Camboja Texto e fotos: Rosana Sun

I

mpossível não se apaixonar pela comida, pelas

pessoas e pela história deste país tão sofrido. Foi no Camboja que percebi o quanto não conheço da história de outros países. Nunca mais cirticarei quem não conhece o Brasil. O Camboja ou Campuchea é um país localizado no sudeste asiático sendo margeado pelo Laos, Vietnam e Tailândia. O país foi influênciado pela


Índia e pela China. O centro do Império Khmer (grupo étnico majoritário)era em Angkor onde encontram-se inúmeras construções . O Camboja foi invadido pelos Tailândeses e depois pelo Vietnam, foi ocupado pelos franceses e depois pelos japoneses e conseguiu sua independência em 1954. Mesmo após sua independência o país passou por outros conflitos e em 1970 dá-se início à guerra civil liderada pelo monarquistas aliados ao Khmer vermelho (exército treinado em técnicas especiais de combate). Em 1975 Phnom Penh, foi tomada pelo Khmer vermelho liderados por Pol Pot. Nunca havia ouvido a respeito




dele, para quem não ouviu, seu regime durou até 1979 e 2/3 da população do Camboja foi dizimada por suas forças vermelhas. Todas os cambojanos que conheci em minha viagem tiveram parentes mortos durante seu regime. Ele faz Hitler ser “bonzinho” tamanho foram sua atrocidades. Pessoas e crianças eram mortas pelo simples fato de usarem óculos, médicos mortos por terem conhecimento, crianças mortas por serem traidoras, segundo Pol Pot. Os que não eram mortos morriam de fome. Foi lá que li o livro “first they killed my father” que conta a respeito de uma menina cuja


família foi morta. Além disso ela descreve sua fome e a quase entrada no exército Khmer enquanto criança. Depois que conheci um pouco da história do país, foi impossível não visitar a capital. Lá visitei os Killing Fields, Tuol Sleng Museum (S-21) e o Palácio Real. Impossível não se impressionar com este massacre. No Killing Fields ainda é possível andar por um solo onde brotas ossos das pessoas mortas. Existem um monumento com as ossadas de centenas de pessoas e crianças mortas, além de preservarem uma árvore




onde os bebês “traidores” eram lançados contra o tronco, muitas vezes obrigavam os pais de lançarem seus filhos para depois matá-los. O Tuol Sleng Museum foi uma escola que teve suas salas transformadas em câmaras de tortura, todos que passaram por lá foram fotografados e estão expostos no museu. Sei que é muito triste, mas como não visitar um país e conhecer sua história. Ainda assim, a população é sorridente, religiosa e muito calorosa.








Deixando o lado triste de lado, um lugar

imperdível para se visitar é Siem Reap. Lá encontramse construções fantásticas na época do império. Angkor Wat é o principal templo que inicialmente era hindu e depois foi transformado em Budista, sendo a maior construção religiosa já construída. Ao Visitar Siem Reap você pode comprar passes que te dão direito a visitar os templos por 1 dia, 3 dias ou 1 semana. Existe o círculo menor, onde Angkor é visitado ao nascer do sol, assim como Ta Prohm, o templo onde foi filmado o filme Tomb Raider; e o círculo maior onde diversos outros templos são visitados. Em geral, os visitantes fazem apenas o círculo menor, mas recomendo fazer







o círculo maior, ou pelo menos visitar o templo chamado Banteay Srei ou Pink Temple. Este templo, apesar de não ser tão suntuoso, tem esculturas que se diferenciam de todos os outros templos, além de ser esculpido em arenito rosa.

Para completar sua visita, a comida Kmer é saborosa

e muito saudável. Tem como base verdura, arroz, carne e peixes. Toda a comida é muito aromática e colorida. Existem cursos de uma tarde oferecidos pelos restaurantes locais. É um país marcante e inesquecível.


EDIÇÃO #7 Janeiro 2013 EXPEDIENTE Diretores Executivos: Rosana Sun e Johnny Wang editor: Rodrigo Ferreira de Oliveira Diretor de Arte: Richard Porcel Colunistas: Gilberto Lyrio, Leo Pirão, Luiz F. N. Carbonari, Sun Chen Leng e Tâmara Álvares da Nóbrega. Fotógrafos: Gilberto Lyrio, Leo Pirão, Luiz F. N. Carbonari, Tâmara Álvares da Nóbrega, Rodrigo F. de Oliveira, Rosana Sun, Sun Chen Leng. Participe da Revista Volta ao Mundo com seus comentários, críticas, sugestões e elogios. Escreva e nos envie um email: contato@revistavoltaaomundo.com Para você leitor que gosta de viajar, escrever e dividir experiências, seja nosso correspondente. Se você é brasileiro(a) que mora fora do Brasil e gostaria de dividir suas experiências com os outros leitores viajantes, entre em contato conosco através do email: correspondente@revistavoltaaomundo.com E se você for nativo de algum país fora do Brasil e quiser ser nosso correspondente também poderá entrar em contato conosco através do email: correspondente@revistavoltaaomundo.com Obrigado e boa leitura!

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