Índice
Capa | 08
Crise não espanta investimentos e geração de novos negócios no Brasil
Entrevista | 04
Autor de diversos best sellers , Dr. Augusto Cury, fala sobre motivação profissional.
Artigo | 20
J.G. Vantine explica a Logística e seu verdadeiro sentido
Prêmio Viracopos | 28
Confira se sua empresa faz parte dos indicados
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Acadêmico
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Crônica
Ano XIV Edição 152 2015 Fale conosco: 19 3743.6609 | redacao@cargonews.com.br Presidente do Conselho Editorial: Luiz Guimarães Conselho Editorial: Mariana Zaidan Guimarães | Carlos Varanda | André Feitosa | Patrícia Ferreira | Renata Araújo | João Batista | Diego Donato
Expediente
Caros leitores, Quando o bordão se torna realidade, acontece exatamente o que estamos vivendo atualmente. “Apesar da crise” tem sido o termo mais utilizado para destacar os novos investimentos de empresas bem planejadas. É inegável que o Brasil passa por grandes problemas econômicos e políticos, e vivemos uma crise ética de nossos governantes que parecem não compreender que a corrupção é uma das piores doenças para a nação, vale ressaltar que ela não ocorre somente em Brasília, esta célula danificada vive dentro de muito cidadão em seu dia a dia. Mas, “apesar da crise”, há exemplos de empresas que estão investindo pesado no país, gerando novos negócios e empregos. Assim, ao invés de só lamentar, é necessário ficar atento para não perder grandes oportunidades profissionais, como mostra nossa matéria de capa. Além de atenção, é necessário motivação para enfrentar as turbulências e, para ajudar você a encontrar um caminho positivo, entrevistamos o Dr. Augusto Cury, autor de diversos livros e da teoria da Inteligência Multifocal. Publicamos também a lista de indicados para o Prêmio Viracopos Excelência Logística de 2015, onde grandes empresas estão concorrendo ao prêmio que será entregue na segunda noite da feira Expo Scala 16ª edição. Confira se sua empresa faz parte da lista e vamos torcer! Boa leitura Redação Cargo News
Diretora de Redação: Mariana Zaidan Guimarães Coordenador Editorial: Carlos Varanda Diretor de Arte: André Feitosa Texto: Renata Araújo | Cassiene Alves | Carlos Varanda Diego Donato Revisão: Mariana Zaidan Guimarães Fotografia: João Batista | Shutterstock | Capa Shutterstock Executivos de Contas: Carlos Varanda | Patrícia Ferreira Mariana Zaidan Guimarães Financeiro: Patrícia Bonzanino Mídias Sociais: Diego Donato | Cassiene Alves Circulação: Carlos Varanda Tiragem: 5 mil exemplares A Cargo News é uma publicação da Editora GR1000. Todos os textos assinados refletem a opinião de seus autores, sendo de inteira responsabilidade dos mesmos. Para solicitações, críticas e sugestões, entre em contato com a redação: redacao@cargonews.com.br. ERRAMOS Na edição 151, na matéria sobre a nova gestão do Grupo MP, publicamos indevidamente que sua criação se deu no ano de 2005. A informação correta é que a empresa nasceu em 1995 e, este ano, completa 20 anos!
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Entrevista
Motivação e gestão emocional em tempos de crise
Dr. Augusto Cury
é médico psiquiatra, psicoterapeuta, pesquisador e escritor. Autor da Teoria da Inteligência Multifocal, sobre o funcionamento da mente humana, a construção dos pensamentos e a formação de pensadores.
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Já virou notícia diária afirmar que 2015 está sendo um ano difícil para a economia e para a maioria dos negócios e, provavelmente, você já leu ou ouviu que a expectativa não é das melhores para o próximo ano. Mas também sabemos, e preferimos, acreditar que dias melhores estão por vir e nem só de pessimismo se vive um ano complicado. Em alguns setores, já surgiram novas oportunidades e para muitos empresários é tempo de investir nos talentos profissionais da casa, se renovar e reagir para enfrentar a pressão do momento. E para falar de motivação, nada melhor que um especialista em gestão e coaching emocional, psiquiatra, escritor e um dos autores mais lidos na última década. O entrevistado desta edição é o Dr. Augusto Cury, autor da Teoria da Inteligência Multifocal, que analisa o processo de construção dos pensamentos, sendo um dos poucos pensadores vivos cuja teoria é estudada em cursos de mestrado e doutorado nos EUA, Europa e Brasil. www.cargonews.com.br
Qual a sua avaliação sobre o atual momento socioeconômico do Brasil? Qual o impacto deste cenário no futuro das empresas e dos profissionais que estão em cargos de gestão? Momentos difíceis fazem parte da vida de pessoas e empresas, é inevitável em algum momento passarmos por eles. É aí que o papel principal do ser humano, que é dirigir o script da sua história, deve entrar em ação, para mudar os rumos da sua trajetória. A pessoa que tem domínio sobre suas emoções consegue, a cada crise, introduzir a esperança; em cada frustração, introduzir novas ideias; a cada lágrima, irrigar a sabedoria. Se reinventar em tempos de crise exige consciência crítica, reflexões profundas, treinamentos inteligentes, sofisticados processos de aprendizado do Eu. Dependem da lei do maior esforço, da abertura de múltiplas Janelas Light ou arquivos saudáveis para se desenvolver um raciocínio complexo. Uma nação não entra em crise subitamente, assim como uma empresa não entra em colapso do dia para a noite. Longos processos que promovem a falência se instalam, mas muitos seres humanos são lentos para preveni-los, só veem o que é tangível. Quem está preparado para corrigir erros, e não preveni-los, tem uma frágil gestão da emoção. A gestão emocional objetiva aguçar a percepção de um líder para ver o que as imagens ainda não revelaram e os sons não declararam. A gestão da emoção é fundamental não apenas para a saúde de um indivíduo, mas das empresas, dos países, da humanidade. Mas onde buscar um treinamento que ensine a gerir a emoção?
Para contribuir com o fim desta lacuna do sistema educacional atual, tanto em nível fundamental e médio quanto superior, eu desenvolvi a metodologia do programa educacional Escola da Inteligência, aplicado em ambiente socioescolar, e dos cursos de Coaching Emocional das Escola Menthes, em que democratizo as ferramentas fundamentais para a gestão da emoção. Por meio dessa metodologia, temos como resultado o aumento da qualidade de vida, as habilidades de liderança, a construção de relações saudáveis e a expansão da gestão de pessoas. Os cursos de Coaching Emocional da Menthes utilizam técnicas inovadoras da Teoria da Inteligência Multifocal, de minha autoria, reconhecida mundialmente, e são ministrados por psicólogos altamente capacitados. O Coaching Emocional promovido pela Menthes treina o ser humano a não ser vítima das suas mazelas, mas autor da sua própria história, mesmo que o mundo desabe sobre si. Como o executivo hoje pode se destacar no trabalho e driblar o pessimismo? Para se destacar no mercado de trabalho, antecipando as mais diversas crises e conflitos e as prevenindo, não basta treinar habilidades em tempo de bonança, é necessário abrir o máximo a mente para pensar em outras possibilidades, para libertar o imaginário e oxigenar a criatividade. Para isso, faz-se necessário aquietar os julgamentos, recolher as armas, confrontar as verdades, romper paradigmas, abrandar as críticas, perceber o tilintar das folhas antes da queda da copa. Até pouco tempo a competência profissional de uma pessoa era medida pelo
“Há executivos que não exploram a inteligência dos colaboradores de suas equipes, não incentivam a ousadia e a inventividade. Sufocam mentes, asfixiam a liberdade. Querem o sucesso da empresa, mas falham em incentivar mentes livres e criativas. Não sabem que um grande líder torna os pequenos, grandes.” www.cargonews.com.br
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Entrevista
desenvolvimento das atividades na área de atuação, raciocínio, capacidade de decisão e desempenho, mas com a mudança do perfil comportamental do profissional, o poder de canalizar emoções tornou-se indispensável para a obtenção de bons resultados na carreira. A criatividade, por exemplo, característica chave para o enfrentamento de momentos de crise como o que estamos vivendo, é bastante privilegiada quando desenvolvemos a inteligência emocional. A criatividade não deve ser atrelada tão somente à capacidade de criação concreta, ou seja, associada à inventividade, a um produto intelectual que se destaque pela elaboração tecnológica, produção literária, musical, cênica, cinematográfica, etc, mas é preciso entendermos e expandirmos a nossa visão de criatividade e de empreendedorismo sobre múltiplas possibilidades nos desafios cotidianos. Quantas vezes nos deparamos com um problema anteriormente enfrentado sem conseguir vislumbrar caminhos para solucioná-lo diferentes dos outrora trilhados? Somos criativos ao surpreendermos saudavelmente os outros, ao trabalhar nossas argumentações diante de uma discussão, ao elaborarmos uma comunicação não agressiva, ao sermos mais afetuosos em apontar erros? Muitas vezes nos tornamos reféns da velha forma de ver e pensar sobre as coisas, sem nos permitir mudar o foco, ver por outro prisma, tentar novas possibilidades. Essa condição fica agravada pelas facilidades tecnológicas das quais dispomos, que nos levam a um estado de acomodação da nossa capacidade criativa, pois nos acostumamos a receber tudo meio pronto, fácil e prático de fazer, montar, resolver.... Nos acomodamos, nos vemos aprisionados pela rigidez de nossos pensamentos, pelo que nos é oferecido como algo pronto, acabado, e, por isso, não conseguimos libertar o imaginário, a criatividade. Quem não decifra o código da intuição criativa, vive insatisfeito, encontra-se encarcerado nas tramas da mesmice. É preciso mapear como temos libertado a imaginação, inventividade, criatividade. Temos criado oportunidades ou esperamos que apareçam? A in-
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tuição criativa requer investimento para ser desenvolvida ou potencializada diariamente; esta também é uma função da inteligência que requer de nossa parte não apenas o desejo, mas atitude e investimento. Para libertar a intuição criativa é necessário vencer alguns obstáculos, tais como a indisciplina, a autossuficiência (quando imaginamos que já estamos prontos, acabados, e não precisamos de ninguém, e nos fechamos, inclusive para as críticas construtivas...), a superação das frustrações, etc. Como uma empresa pode incentivar seus colaboradores a vencer neste momento turbulento? Oferecer ferramentas para o desenvolvimento da inteligência emocional dos colaboradores é um caminho para o enfrentamento de momentos difíceis, pois promoverá um salto de qualidade tanto na vida pessoal, quanto profissional deles, trazendo resultados expressivos para as empresas. É imprescindível o desenvolvimento de um trabalho que conscientize e forneça ferramentas psicológicas para que os colaboradores possam aprender a mapear suas características saudáveis e não saudáveis, aprendendo como expandi-las, potencializá-las ou trabalhá-las. Nas empresas, muitas pessoas se informam e pensam muito, porém com pouca profundidade. As ideias originais desaparecem. As empresas necessitam se conscientizar da importância de investir para que seus colaboradores aprendam a gerenciar as pressões externas. Trabalhar a gestão de pensamentos e as emoções dos colaboradores de uma equipe não é somente estruturar a saúde emocional e a qualidade de vida de um indivíduo, mas, também, da qualidade de relações da equipe. De que maneira a área de educação pode apoiar as organizações e seus colaboradores? Educação e treinamento, tanto de aspectos técnicos quanto comportamentais, são essenciais para o desenvolvimento de profissionais brilhantes e para a sustentabilidade das organizações. Infelizmente, muitas empresas preocupam-se apenas com o de-
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senvolvimento de competências técnicas, percebendo tarde demais as terríveis consequências da falta de habilidades emocionais.
Como psiquiatra, pesquisador e escritor, quais são as principais dicas de motivação para as pessoas e para as empresas neste cenário atual?
Oitenta por cento dos casos de demissão em cargos de supervisão advêm de problemas emocionais e comportamentais. Uma mente ansiosa e estressada sofre por antecipação, compromete sua visão multifocal, diminui os níveis de tolerância nas relações interpessoais, prejudicando desde o desempenho profissional, até as relações mais íntimas.
Minha dica para empresas e profissionais é: aprendam a compreender o funcionamento da mente humana, a compreender que somos únicos e especiais, a potencializar a nossa autoestima, a gerenciar pensamentos e emoções. Quando fazemos isso, temos a oportunidade de fortalecer cada vez mais o nosso Eu para as pressões cotidianas. Uma pessoa que sabe se valorizar, se amar, se mapear, proteger a sua emoção, sabe dimensionar seus erros e torná-los fontes de crescimento pessoal e profissional.
Diariamente, deveríamos treinar a habilidade de pensar nas consequências dos nossos comportamentos. Aprender a recolher as armas nos focos de tensão quando frustrados, não sermos rápidos em reagir, não sermos escravos da ditadura da resposta. Se dar o direito de pensar antes de reagir é vital para desatar cárceres psíquicos, construir respostas brilhantes e edificar relações saudáveis. Grande parte dos seres humanos tropeça nessa empreitada intelectual, incluindo intelectuais e líderes mundiais. Durante uma crise, podem surgir boas oportunidades? De que maneira? Depende da forma como são encaradas. Crises, fracassos, falências, não são sentenças finais de um empreendedor, mas etapas para conquistar seus melhores alvos, para formar janelas Light que os levam a proclamar dia e noite: os melhores dias estão por vir. Todo vencedor já beijou a lona dos fracassos. Vaias, vexames, decepções, não são calabouços dos líderes inovadores, mas nutrientes para se reinventar e consolidar sua autoestima. O capital das experiências não tem preço, deve ser valorizado altaneiramente, inclusive na formação de mentes brilhantes. Sob o ângulo da gestão da emoção nada é jogado fora, seja nossas loucuras ou nossa sanidade, seja o júbilo ou humor depressivo. Quando chorarmos lágrimas inconsoláveis, nosso Eu pode transformar cada gota de lágrima não como um ponto final, mas como uma vírgula invertida para escrevermos os melhores textos de nossa história.
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Como discorro nos livros “Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século”, “Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros” e principalmente, em “Felicidade Roubada”: em nossa jornada existencial devemos entender que os maiores inimigos que sabotam nossa inteligência e qualidade de vida não estão fora de nós, mas dentro de nós. Um ser humano é verdadeiramente grande quando se torna um eterno aprendiz para crescer de forma sustentável. Como? Mapeando sua história, reciclando seus erros e conflitos, superando sua necessidade neurótica de ser perfeito, crescendo diante da dor, gerenciando seu estresse, tendo metas claras em sua história.... Se apaixonar pela vida e pela espécie humana são condições fundamentais para se ter alta qualidade de vida e sabedoria. A vida que pulsa dentro de nós, independente de nossos erros, acertos, status e cultura, é uma joia única no teatro da existência. Ser sábio não quer dizer ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma ocasião para corrigir rotas, cada fracasso como uma chance para recomeçar. Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; nas derrotas, são amigos da reflexão.
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Capa
Sinal de esperança em meio a tempestade Empresas apostam no futuro do Brasil e investem para quando a chuva passar Crise: provavelmente uma das palavras mais utilizadas pela mídia em 2015. E de tanto ler e ouvir, já estamos nos preparando para dias piores. Apesar de todo o pessimismo em volta, podemos renovar as esperanças. É o que nos mostram os números positivos de algumas empresas, que mesmo com a desaceleração da economia, enxergam os investimentos como indispensáveis para crescer e até dobrar seu faturamento. As estratégias incluem investir na formação do colaborador, planejamento a longo prazo e a busca de alternativas em um movimento contrário ao da maioria do mercado. O panorama para investimento no Brasil é promissor, apesar das dificuldades, elas estão otimistas e audaciosas diante deste cenário econômico do país. O interior do estado de São Paulo, por exemplo, consegue se destacar por atrair investimentos, como no caso da empresa de dermocosméticos, a Galderma, que vai investir R$200 milhões em uma nova fábrica dentro do parque industrial da companhia, em Hortolândia. O mercado automotivo no Brasil apresentou uma queda de mais de 17% neste primeiro trimestre, com relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, algumas marcas conseguiram desta-
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que e exibiram aumentos reais nas vendas. É o caso da Toyota, que investiu cerca de R$ 1 bilhão em sua nova fábrica de Porto Feliz, para produção de motores e iniciou a contratação de aproximadamente 500 colaboradores para a nova unidade e para a fábrica de Sorocaba. A automotiva japonesa, presente também em Indaiatuba, vendeu 41.055 veículos no primeiro trimestre de 2015, crescimento de mais de 12% em comparação com mesmo período do ano anterior.
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Outra empresa que apresentou crescimento e pretende continuar com os investimentos é a coreana Hyundai Motor do Brasil. Para este ano, a marca pretende repetir o mesmo volume de produção atingido em 2014, 180 mil veículos. Com investimento de US$ 40 milhões, a nova fábrica de trens a ser construída em Araraquara, será um polo exportador da companhia para a América Latina e irá produzir diversos tipos de trens de passageiros. Já as empresas alemãs pretendem investir no Brasil cerca de 15 bilhões até 2017. A Volkswagen prevê um investimento na casa dos 8,7 bilhões até 2016, recentemente a companhia anunciou 335 milhões para sua fábrica em São Carlos. A Audi, também de origem alemã e com fábrica no estado do Paraná, criou um plano de longo prazo e quer chegar a 30 mil unidades vendidas até 2020. Já no primeiro trimestre de 2015, a montadora vendeu 3.444 carros no Brasil, 22% a mais que no ano passado.
visando estimular e dinamizar as cadeias produtivas regionais, além de fóruns de discussão em busca de saídas para os problemas pontuais. Oportunidades Gabriela Gola, gerente da Michael Page, empresa de recrutamento e seleção de profissionais especializados, com sede em São Paulo (SP), afirma que para que um colaborador ganhe destaque, é preciso entender qual caminho sua empresa está seguindo e tomar medidas e iniciativas que andem na mesma direção diante de tantas notícias. “A ideia é fazer o agora pensando no futuro. Mesmo com as notícias negativas, é preciso se preparar para a retomada da economia, e as empresas devem reter seus talentos e peças principais para que estejam estruturadas neste momento. Para incentivar, entendo que a situação atual da organização e o caminho que será
A Alemanha é, atualmente, o quarto maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, Estados Unidos e Argentina. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o fluxo comercial entre os países – soma entre exportações e importações – chegou a US$ 20,5 bilhões em 2014. Para o diretor titular do CIESP Campinas - Centro de Indústrias do Estado de São Paulo, José Nunes Filho, com a desvalorização do real se cria boas alternativas para a exportação e também fusões e aquisições por parte de empresas estrangeiras, “quem conseguir superar o momento atual, sem grandes perdas financeiras, estará um passo à frente quando vier à retomada da economia”, avaliou Nunes.
Para driblar a crise, o CIESP Campinas promove eventos, como encontros e rodadas de negócios
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Divulgação: Hyundai Motor
Ele acredita que, no momento atual, algumas medidas são essenciais para auxiliar as empresas. “É preciso informar, estimular a geração de negócios, representando coletivamente o setor diante dos órgãos públicos, política e juridicamente, buscando alternativas a cada nova situação de arrocho imposta pelo governo”, argumentou o diretor.
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nerações. Em situações de crise como a vivida pelo Brasil, este movimento é comum e, recentemente, países como Estados Unidos, Espanha e Portugal viveram, ou vivem, situação parecida. Para Anne Ferri Bernardino, diretora de vendas da Gluck Consultoria, é necessário se reinventar a cada dia no atual cenário econômico, fazendo ainda melhor aquilo que já fazemos e, principalmente, os colaboradores precisam ser polivalentes, executando tarefas e apresentando resultados positivos para permanecer na empresa. Em momentos de turbulência, o departamento de Recursos Humanos ganha cada vez mais importância. Para a diretora da Gluck, o RH trabalha, atualmente, muito próximo aos presidentes e CEOs das empresas, participando diretamente das estratégias do próprio negócio, deixando de ser apenas um departamento para contratações e demissões.
José Nunes Filho,
Já para a gerente da Michael Page, “a área de
diretor titular do CIESP Campinas
traçado sejam exibidos de forma transparente, para que assim, todos saibam qual meta precisam alcançar juntos”, afirmou.
Durante os últimos anos, observamos a valorização do profissional, e consequentemente, a elevação dos salários, é a lei da oferta e demanda, com menos candidatos disponíveis no mercado, seus salários acabam valorizados. Porém, com o aumento do desemprego e o número de profissionais qualificados disponíveis, o inverso também ocorre, forçando a queda nas remu-
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A especialista em RH destaca ainda que as empresas devem seguir incentivando a formação, uma vez que, o momento de crise é passageiro, e que é preciso ter os melhores colaboradores para passar por estes desafios, como para prosperar em um futuro melhor. Ela ressalta também que algumas empresas se prepararam melhor para o momento de crise, com bases mais sólidas de planejamento, recursos e time, e com isso, acabam tendo resultados mais favoráveis.
Gabriela Gola, gerente da Michael Page
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Períodos de instabilidade exigem produtividade alta e, para enfrentar este momento com otimismo, o profissional precisa refletir sobre seus pontos fortes e sobre como contribuir e ajudar a empresa a passar por um período delicado. Já as corporações precisam se adaptar diante de uma nova situação. Para amenizar os impactos que a crise causa nas empresas, é necessário que as mesmas estejam em constante processo de análise do mercado e de adaptação e não fraquejar em meio aos problemas e dificuldades econômicas.
Anne Ferri Bernardino, diretora de vendas da Gluck Consultoria
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Recursos Humanos, voltada para a Gestão de Pessoas, deve mostrar aos colaboradores o cenário que a empresa vive e a maneira que devem seguir para se sair melhor na crise, e para mostrar à empresa o que os colaboradores têm de ideias e pensamentos sobre o momento que vivem”, concluiu Gabriela.
Setor aloca esforços em melhorias de equipamentos e serviços Novo programa do governo também promete reduzir burocracia e tornar processos nos portos e terminais mais ágeis Andrezza Queiroga e Kamila Donato Uma grande parcela do mercado tem investido em equipamentos e serviços para conseguir se manter diante de tamanha demanda e concorrência. Isso se justifica já que, segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) a movimentação de cargas nos principais portos brasileiros tem registrado crescimento, o que atesta o vigor do setor portuário brasileiro e traz a certeza de que esse crescimento contribuirá em muito para a economia brasileira. Por exemplo, o Tecon Salvador, lançou um Portal do Cliente, uma plataforma digital que vai ampliar a integração dos clientes com os serviços oferecidos pelo terminal. A ferramenta, que já está disponível, permite que o cliente acompanhe e solicite todos os serviços realizados pelo terminal, podendo ainda verificar o status da execução de cada um deles de modo simplificado, ágil e com disponibilidade para definição de prazos e agendamento de serviços. Com esse recurso, é possível, por exemplo, verificar o status da carga no pátio; agilizar a conferência de dados, reduzindo a necessidade de atualizações e correções em documentos exigidos por órgãos como a Receita Federal; e realizar estimativa de cálculos dos serviços que se pretende executar pelo terminal da capital baiana. Nos terminais portuários em Santos, o cenário não é diferente. Os empreendimentos têm arregaçado as mangas para melhorar ainda mais suas operações. Com menos de dois anos de operação, o Terminal da Embraport já investiu cerca de R$ 1,8 bilhão em toda a fase de obras, incluindo a compra de equipamentos, que inclui a instalação de câmeras nos RTG’s, que tem facilitado o trabalho dos operadores, reduzindo tempo e proporcionado mais segurança à operação, segundo explica Ernst Schulze, CEO da Embraport. Seguindo o mesmo caminho, a BTP (Brasil Terminal Portuário), tem apostando em criatividade e inovação. Um bom exemplo disso é a análise de rotinas operacionais como a do escaneamento de cargas no terminal. “Originalmente, a liberação de cargas, após o escaneamento, ocorria uma a uma, levando em média 40 segundos por contêiner. Após analisar os processos alteramos o sistema existente para que fosse possível reunir lotes de contêineres e aprova-los todos de uma única vez, obtendo a libera-
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ção de 200 contêineres em 15 segundos”, relata a Gerente de TI da BTP, Fabiana Alencar. Segundo ela, as novas tecnologias vêm para somar e nunca subtrair a produtividade de um terminal A tendência parece mesmo ser a de investir em melhorias contínuas. A Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) implementou, em fase de testes, um sistema de monitoramento, em tempo real, das embarcações que chegam aos portos. Isso torna o planejamento de navegação mais eficiente, já que melhora a previsão de chegada dos navios e ajuda a reduzir o tempo de espera e de atracação. O resultado é a redução de custos para os usuários e o aumento da produtividade. No Porto de Santos, somente este ano, os projetos contemplam a conclusão das frentes de trabalho iniciadas em 2014 e uma série de estudos, já em elaboração e previstos para ainda este ano e visam um planejamento focado na modernização da gestão corporativa da companhia e no aproveitamento do potencial de desenvolvimento do complexo. De acordo com o diretor presidente, Angelino Caputo, a elaboração do Plano Mestre do Porto é uma dessas ações e se refere à reavaliação das capacidades e projeções de demandas, o que levará em consideração as perspectivas previstas no PNLP (Plano Nacional de Logística Portuária), essencial para elaboração do PDZPS (Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos). Somando a essas frentes, que incluem portos e terminais de todas as regiões do País, o governo também se mexe no mesmo sentido. O Portal Único de Comércio Exterior, por exemplo, deu início a eliminação progressiva do uso do papel nas operações de comércio exterior com o módulo ‘Anexação de Documentos Digitalizados – VICOMEX’, disponibilizado em forma de um novo link de serviços no sistema Visão Integrada. A ferramenta, que funciona através de um link disponibilizado no portal, permite que exportadores e despachantes aduaneiros anexem documentos necessários para serem realizadas importações e exportações no comércio exterior. Na prática, o sistema torna desnecessária a apresentação na forma física desses documentos nas unidades da Receita Federal, o que gera economia de tempo e redução de custos para as operações de comércio exterior.
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Ranking - VCP
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Gestão
Diversificar para crescer Thays Boscatto, gerente comercial,
Valni Transportes aposta no comércio exterior em busca de novos negócios
Fundada em 1971, pelos irmãos Nivaldo, Valdir e Valter Boscatto, a Valni Transportes é uma empresa que faz história há quase 45 anos oferecendo soluções customizadas e agregando valor ao serviço prestado aos seus clientes. Hoje a empresa conta com mais de 200 colaboradores, 140 veículos próprios e warehouses diversificados para atender a demanda. Além da matriz na cidade de Campinas (SP), a Valni possui unidades em Osasco (SP), Santo André (SP), Mafra (SC) e Rio Negro (PR), que atende toda a região sudeste e sul do país. Operando em todos os nichos de mercado e com soluções multimodais, a empresa, que está sob gestão da segunda geração da família, vem investindo na profissionalização de sua administração e na busca pela excelência na prestação de serviços e soluções logísticas, com isso, já conquistou diversas certificações que possibilitam sua atuação no transporte e armazenagem de cargas, garantindo as melhores práticas nos serviços e atendimento para seus clientes. Entre elas, se destacam o ISO9001 e SASSMAQ – Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde , Meio Ambiente e Qualidade. Um dos diferenciais da empresa é o seu departamento de projetos e engenharia, dedicado a encontrar soluções e inovações para a necessidade de cada cliente, otimizando o transporte com redução de custos, como por exemplo, os veículos Truck Double Deck, que possibilitam por meio de uma estrutura metálica instalada na carroceria ou semirreboque, dois pavimentos para cargas de pesos diferentes. Há também veículos para transporte de sólidos a granel, silos, carretas abertas, sider, entre outras. Desde 2013, a empresa passa por reestruturação
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interna a fim de promover a melhoria de seus processos, na sinergia entre as unidades, na redução de custos, no melhor aproveitamento das rotas e na otimização de sua infraestrutura. Todas estas ações fizeram com que a empresa chegasse a 2015 com um aumento de sua capacidade de trabalho e com melhores soluções para seus clientes, e também refletiram positivamente nos resultados da empresa. De acordo com Silvia Boscatto Missio, a empresa conseguiu mostrar ganho de produtividade. “Diante da situação do país conquistamos, nesse ano, dois clientes, o que para nós é muito positivo. Apesar da desaceleração do mercado, a Valni está atingindo seus objetivos”, avaliou. Para a gerente comercial, Thays Boscatto, a empresa conseguiu desenvolver ferramentas para os clientes terem mais confiança. “Agregamos valores, oferecemos serviços de qualidade, com flexibilização e vantagens competitivas”, afirma. Novos negócios Além dos serviços já prestados, a partir de 2016 a Valni Transportes irá investir no segmento de transporte e armazenagem para empresas importadoras e exportadoras, com atuação mais próxima a elas nos recintos alfandegados como portos, aeroportos e portos secos. A expectativa da empresa é um aumento de 30% do marketshare no setor de comércio exterior. Para isso, eles contam com unidades estrategicamente localizadas em condomínios logísticos que possuem total infraestrutura e segurança para armazenagem. Só no Terminal Intermodal de Campinas, onde fica a matriz da empresa, são 8.000 m² dedicados para armazenagem.
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Estatística
O maior porto brasileiro vem apresentando sucessivos resultados positivos em 2015, alcançando recordes históricos nos primeiros sete meses do ano Em meio à crise econômica e política que assola o Brasil, o Porto de Santos tem apresentado ótimos resultados em suas movimentações. No sétimo mês de 2015, por exemplo, a movimentação do porto foi de 11.080.400 t, resultado 9,9% maior que o mesmo mês do ano passado, que movimentou 10.081.424 t. Além do crescimento apresentado para o mês comparado ao ano anterior, o número também alcançou a vice-liderança de toda a série histórica para os me-
ses, ficando com um resultado 2,5% inferior ao mês de agosto de 2013, o campeão de todas as séries. Além do valor positivo para o mês de julho, o acumulado do ano também apresenta recorde. Nos primeiros sete meses de 2015, a movimentação foi de 66.280.383 t de cargas, uma alta de 3,2% ao recorde anterior, registrado no ano de 2013, que que atingiu 64.246.773 t e 5,2% acima do septuamestre de 2014, com um resultado de 62.975.872 t.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Porto de Santos/CODESP
Porto de Santos destaca bons resultados
Milhagem
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IntralogĂstica
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Blindagem
Insegurança gera novas soluções em transporte Rodovisa Cargas Especiais investe na blindagem de baús visando novos negócios Apesar dos índices de roubos de carga apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo apontarem queda nos últimos meses, a insegurança nas rodovias continua a gerar transtornos e perdas para os transportadores rodoviários. Alguns setores da indústria, que necessitam deste modal, já buscam alternativas para suprir o stress causado com os roubos e geram oportunidades para novos segmentos de transporte, como no caso da empresa Brink’s, multinacional de transporte de valores, que está construindo um terminal de alta segurança no Aeroporto Internacional de Viracopos, projetado para armazenar cargas de alto valor agregado. No novo terminal, a Brink’s será responsável pelo armazenamento e movimentação da carga, saindo do pátio de aeronaves até as docas onde serão entregues. A multinacional também oferece o transporte rodoviário
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das cargas em caminhões blindados e com todos os aparates de segurança similares ao que são utilizados no transporte de valores em agências bancárias. Atuando neste novo mercado de cargas, as seguradoras oferecem apólices até três vezes superiores ao oferecido para transportadores comuns; mesmo sendo com fretes mais caros, isso possibilita a consolidação de um número superior de carga. Visto como um diferencial de negócios para o aeroporto e uma ameaça para algumas transportadoras, a verdade é que um novo mercado está surgindo, oferecendo mais segurança para a carga e, consequentemente, para os motoristas. Diante deste cenário, empresas como a Rodovisa Cargas Especiais, enxergaram a situação como uma oportunidade de negócio. A empresa está investindo na blindagem de baús da sua frota, oferecendo mais segurança no transporte de cargas. Segundo o presidente da Rodovisa, Carlos Turola, oportunidades nascem mesmo em cenários de dificuldade. “Diante do crescente aumento dos roubos de carga nas estradas e, com a atuação das empresas de transporte de valores neste mesmo setor, porém com alto valor agregado, buscamos nos adequar e oferecer novas soluções para nossos clientes. Assim, blindar alguns baús de nossa frota foi a primeira estratégia. O investimento maciço na Gestão de Risco é outro destaque. Somadas as ações, conseguimos, fidelizar nossos clientes e oferecer um diferencial no mercado”. Além da blindagem, os baús também possuem sistema de travamento e abertura da porta cofre monitorados, que só podem ser abertos no final do transporte mediante senha que é gerada apenas na chegada do veículo em seu destino, onde nem mesmo o motorista possui qualquer acesso à carga. A expectativa da transportadora é de que até o final de 2015, cerca de 15% de sua frota já esteja com os baús blindados. www.cargonews.com.br
Divulgação
Artigo do Setor
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Artigo do Setor
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Acadêmico
Autores: Maila Sato Paulo Sérgio De Arruda Ignácio Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes - LALT Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo - FEC Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
www.lalt.fec.unicamp.br
Estudo de viabilidade de consolidação de cargas na europa de produtos químicos para importação Introdução Para elaboração do projeto a teoria foi baseada na logística internacional e comércio exterior, com detalhamento maior em importação e consolidação de cargas. Como o custo da cadeia de suprimentos é de extrema importância e relevância, decidiu-se estudar a viabilidade de consolidação de cargas para as compras de matérias-primas. Na sequência foram identificados os fornecedores, itens e volumes das cargas, realizando o mapeamento dos fornecedores na região e novas cotações. De posse destas informações, foi detalhado o processo atual versus o proposto, identificando inclusive as principais mudanças, mostrando os resultados esperados com esta nova operação. O estudo foi realizado numa empresa do segmento químico no estado de São Paulo. Muitas das matérias-
Divulgação
Maila Sato Formada em Administração com Habilitação em Comércio Exterior pela PUC-Campinas e Especialização em Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos e Logística pela UNICAMP e profissional da área de Compras de matériasprimas e embalagens.
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-primas não são encontradas no mercado nacional ou não oferecem um preço atrativo. Sendo assim, a importação é a solução para obtê-las e suprir as necessidades da empresa. Desenvolvimento e resultados Mais de 50% das matérias-primas utilizadas são importadas de diversas regiões do mundo, porém o foco deste estudo será a Europa, onde se concentra o maior volume de cargas fracionadas, ou seja, LCL (Less than Container Load). Foram considerados aproximadamente 100 itens, 20 fornecedores e 3.000 toneladas. A proposta é a locação ou utilização de um HUB na Europa para consolidar as cargas a serem transportadas via marítima ao Brasil. Será avaliada também a possibilidade de um sistema Milk Run para coleta das mercadorias nos diversos fornecedores, através da contratação
Paulo Sérgio De Arruda Ignácio Doutor em Engenharia Civil pelo LALT/ DGT/ FEC/UNICAMP (2010), na área de Engenharia de Transportes. Possui graduação em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba (1985) e Mestrado em Gestão da Qualidade pelo IMECC (2001). É Professor Doutor da Faculdade de Ciências Aplicadas - FCA, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
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Mapa 1 – Localização dos Fornecedores na Europa
Fonte: www.google.com
de uma empresa especializada neste tipo de serviço. Analisando a localização dos fornecedores e os volumes por embarque, verificou-se que estão concentrados principalmente na região da Alemanha. Em números, esta região contempla 280 toneladas por mês, o que representa 70% do volume total da Europa. O porto de Hamburgo é o principal da Alemanha e o segundo da Europa. Apesar de ser um porto antigo, o governo investe milhões de euros todos os anos para modernização e ampliação do local, possui grandes docas e diversos terminais para contêineres. Do porto até as cidades extremas (Ludwigshafen, Haternstein e Drogenbos) há um raio de 600 km. Este foi o raio definido para esta operação. A localização torna o porto extremamente interessante para a empresa, uma vez que contempla a maior estrutura e frequência de navios, facilitando no momento dos agendamentos dos embarques. Processo Atual: • Portos utilizados: Alemanha, Holanda e Bélgica. • Incoterm: FOB (80% entregam no porto) e EXW (20% a mercadoria é retirada na origem) • Lead time: 60 dias = > 22 dias de transit time + 08 dias liberação + 30 dias de estoque • Embarques: cerca de 300 embarques/ano www.cargonews.com.br
Processo Proposto • Porto utilizado: Hamburgo - Alemanha • Incoterm: EXW (100% retirada na origem) • Introdução do Milk run: coletas semanais nos fornecedores • Embarques: frequência semanal, caso não complete um container FCL, a mercadoria será despachada na consolidada do agente com preço mais competitivo. • Lead time: 60 dias = > 22 dias de transit time + 08 dias liberação + 30 dias de estoque • Embarques: Cerca de 50 embarques/ano Uma das principais mudanças é que o agente seja responsável pela coleta semanal (Milk run), com janela agendada em cada fornecedor. Após a coleta, as matérias-primas permanecerão no HUB temporariamente. Em seguida, as mercadorias dos diversos fornecedores serão consolidadas em um mesmo container. Desta forma, o container terá um melhor aproveitamento físico, e consequentemente todas as despesas tendem a diminuir quando se compara com o processo atual. A estufagem do container será de no mínimo 80% da sua capacidade. Caso não seja alcançada esta quantidade mínima, a carga poderá ser embarcada através de uma consolidada do próprio agente com preço diferenciado. Esta opção é necessária para evitar qualquer aumento no lead time do processo. RCN | 25
Acadêmico
Gráfico 1 – Recinto Alfandegário
Tabela 1 – Comparativo das Despesas de Importação
Fonte: empresa química
O estudo mostrou que as matérias-primas vem por armadores diversos e cada um deles usa um recinto alfandegário. Futuramente a ideia da empresa é trabalhar com no máximo dois recintos estabelecendo acordos contratuais com cada um deles. Gráfico 2 - Canal
Este gráfico mostra a classicação da carga quando atracou no Brasil durante o período do projeto. Nota-se que 98% do volume total é classficado no canal verde, excelente indicador, por se tratar de produto químicos. Com a consolidação, o alto nível deve ser mantido. Para alguns fornecedores haverá a necessidade de renegociar o preço das matérias-primas em função do Incoterm, que mudará de FOB (Free on Board) para EXW (Ex-works). E por conta dessa alteração haverá redução do preço/kg. Consolidando as cargas na origem, o número de embarques reduzirá. Assim as despesas detalhadas na tabela abaixo que incidem sobre cada embarque consequentemente serão menores. 26| RCN
A empresa jamais realizou alterações semelhantes ao modelo logístico proposto neste projeto. Por isto, existe uma grande expectativa para reduzir custos, melhorar o processo como um todo. Se o projeto for aprovado, a primeira grande mudança é com relação à implementação da ferramentas logísticas como o Milk Run e a centralização em um HUB na Europa. Trata-se uma inovação comparando-se ao modelo atual (a empresa opera diretamente com cada fornecedor). O segundo ponto é com relação às despesas de importação, onde espera-se uma redução da capatazia, desconsolidação, liberação do conhecimento marítimo (BL), frete interno, frete internacional, Marinha Mercante (AFRMM), desembaraço aduaneiro e armazenagem. A alteração de Incoterm resultará também em uma redução no preço das matérias-primas daquele grupo de fornecedores. O terceiro ponto visa à melhoria do processo logístico com a redução do número de processos (embarques) no ano. De um total de 300 embarques anuais, estima-se uma diminuição para 50. Com a definição de um agente de cargas, este por sua vez utilizará no máximo dois terminais para desembaraçar as mercadorias, ao invés de usar vários terminais. E o último ponto é baseado na implementação de indicadores logísticos, como controle de canal (verde, amarelo, vermelho), transit time, tempo para liberação da carga no porto, lead time total, do volume de cargas, performance do agente de cargas e outros. A partir de todas as mudanças propostas, espera-se um diferencial no processo de importação, fazendo desta uma vantagem competitiva, utilizando-se de estratégias para otimizar os embarques, visando ganho logístico e menores custos. Pois hoje, qualquer empresa que deseja crescer e ser competitiva em qualquer segmento sabe que grande parte deste resultado está relacionada à boa gestão dos serviços logísticos. www.cargonews.com.br
Sala de Embarque
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Premiação
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Crônica
Titanic Fim de semana prolongado, aproveitamos para aceitar o convite de um casal amigo para desfrutar Campos do Jordão. Descansar e respirar o doce ar da montanha. Eis que na tarde de sábado, com uma caneca de chocolate e uma roda de amigos, assistimos o clássico Titanic com Leonardo Di Caprio e a novata Kate Hudson, filme dirigido por James Cameron. Quando o Titanic bate no iceberg e começa a confusão, uma verdadeira paranoia no interior da embarcação.... Neste momento, fiz uma relação direta com o nosso país, que virou um circo vergonhoso de mentiras, um disse me disse, acusações e prisões de políticos, tesoureiros de partidos e campanhas, e grandes empresários. Empresas antes admiradas, agora tem sua imagem e prestígio despejados em esgotos de descrédito. Uma traição forte com o povo brasileiro. O Titanic estava afundando e seus passageiros jantavam, passeavam pelo convés, tomavam vinhos em trajes sofisticados, alheios aos acontecimentos. Somos intocáveis. Somos imortais ou podemos tapear todo mundo durante todo tempo. Estamos vivendo esse cenário de país Titanic. O Brasileiro profissão esperança anda meio cansado com a falta de perspectiva do país.
Pedir união, um pacto de governabilidade, uma coisa bonitinha assinada por todas as partes envolvidas, firma reconhecida e registrada em cartório informando ao “povo” brasileiro o que fazer, porque vão fazer, quais as vantagens e riscos, peça ao povo para fazer isso fazer aquilo, mas, por favor, deem o exemplo. O exemplo tem que vir dos senhores que tem a honra e o privilégio dado pelo povo para administrar o patrimônio nacional. O mesmo povo que deu uma procuração a vocês “políticos”, pedem isso em nome de um Brasil melhor e mais justo. Na verdade, são coisas simples que o “povo” quer: eles querem trabalhar, educar seus filhos, uma vida digna sem sentir que estão sendo levados para o fundo do mar e nem sabem o motivo. São tantas palavras ao vento que ficam todos confusos e cansados! Merecemos um país melhor.
Luiz Antonio Guimarães
Publicitário, consultor em comunicação e marketing
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