Edição 148

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Índice

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Gratidão

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Chegamos ao final de mais um ano e com muitas conquistas para agradecer, apesar de todos os acontecimentos em nosso país, possuímos mais momentos de felicidade e ganhos do que motivos para reclamar. Este, ano nossa revista apresentou seu novo layout e também o novo portal, e o resultado deste investimento foi a satisfação de nossos leitores, além de ganharmos novos anunciantes e um público muito mais fiel ao nosso conteúdo. Outra novidade deste ano foi a nova casa da Expo SCALA, que nas próximas páginas você poderá conferir através dos depoimentos dos expositores e da cobertura realizada para seção Sala de Embarque do evento, por meio das fotos dos visitantes e expositores desta edição. Outro grande destaque foi o “Prêmio Viracopos Excelência Logística”, que além de homenagear e premiar os melhores da cadeia logística de Viracopos, presenteou todos com um grande show da cantora Luiza Possi. A todos os envolvidos na realização deste grandioso evento nosso muito obrigado! Neste edição da CN, em nossa matéria de capa abordamos um tema que causa ainda muitas controvérsias, o Siscoserv. Há também uma entrevista com o economista Ricardo Amorim, que apresenta seu ponto de vista sobre o futuro do Brasil e deixa um recado: “é hora de arrumar a casa”. É tempo de festa e de planejamento para o ano que se inicia, desejamos a todos os nossos leitores ótimas festas e que 2015 seja repleto de novos motivos para agradecermos! Boa leitura!

Siscoserv ainda gera dúvidas para o setor Ricardo Amorim apresenta sua análise sobre o ano de 2014

Carga aérea | 11

American Airlines apresenta novas possibilidades para carga em Viracopos

Expo SCALA | 22

Confira como foi a 15ª edição do evento

Prêmio Viracopos | 41

Em noite de comemoração os melhores são premiados

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Acadêmico

50 Colunistas Ano XIV Edição 148 2014

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Entrevista

Economia brasileira e a projeção do ontem no amanhã Aumento de importações é influência na queda do crescimento do país

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Foto: Tiago Lima Photo

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ivemos um ano atípico no Brasil, porém com reflexos já esperados na economia. Um ano marcado por grandes acontecimentos e eventos mundiais, que aliados a ações do governo nos últimos anos, resultaram na queda da produção industrial e, por consequência, no crescimento do país. Sem esquecer o impacto causado na credibilidade brasileira com a descoberta de diversas fraudes em empresas públicas consideradas antes referência, escândalos, falta de investimento em infraestrutura, manifestações populares de descontentamento, disputa eleitoral acirrada que dividiu o Brasil e apresentou diversas promessas de melhora para um país de proporções grandiosas e com muitas necessidades diferentes. A esperança por mudança é o que move a população e empresários, com a criação de novas políticas e culturas empresariais que ajudem a retomar o crescimento da economia brasileira e a confiança do mercado. E com todo esse cenário para ser discutido, convidamos o economista Ricardo Amorim, que nas próximas páginas apresenta sua perspectiva para o ano de 2015.

Ricardo Amorim, economista www.cargonews.com.br


Como você avalia o ano de 2014? Nosso modelo de desenvolvimento está esgotado e precisa ser mudado. Nos últimos anos, o crescimento brasileiro baseou-se no crescimento da classe média e seu potencial de consumo. A expansão do consumo de massas em si é muito benéfica em termos econômicos e sociais. O problema é que ela não pode ser a única base de crescimento do país e tem sido. Se um país só estimula o consumo e não estimula a produção, acaba acontecendo um desequilíbrio entre forte crescimento da procura por produtos e serviços e crescimento menor da oferta destes produtos e serviços. O resultado é menor crescimento econômico, pressão inflacionária e piora da balança comercial devido ao forte aumento das importações. Foi exatamente o que aconteceu no Brasil. Infelizmente, desde 2011, o crescimento econômico tem decepcionado ano após ano e neste, não tem sido diferente. Há um ano e meio, a maioria dos analistas acreditava que o PIB poderia crescer pelo menos 4% neste ano. A estas alturas, sabe-se que o crescimento será nulo. Na economia, o vexame tem sido pior do que foi na Copa. O Brasil está tomando de 7 a 0, neste ano. A inflação está em quase 7% e o crescimento do PIB será próximo de 0%. É inevitável uma mudança do modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, favorecendo a produção, independentemente de quem ganhasse as eleições. A própria presidente Dilma já reconheceu a necessidade de mudança. Na prática, isto significa que o próximo governo deveria estar focado em reduzir a carga e simplificar a legislação tributária, reformar nossas leis trabalhistas, melhorar nosso ambiente de negócios, reduzindo burocracia e estimulando investimentos privados, aumentar os investimentos em infraestrutura e melhorar a qualidade da educação. Para que tudo isso seja possível, o governo deveria cortar seus gastos para liberar recursos. O que você diria que pode ter incentivado os problemas econômicos vistos em 2014? Dois fatores que permitiram que o Brasil avançasse 2,5 vezes mais rápido entre 2004 e 2010 do que

antes se esgotaram: incorporação de mão de obra e maior utilização da infraestrutura já existente. Desde 2003, quase 20 milhões de brasileiros sem emprego passaram a trabalhar, colaborando com a produção. O desemprego caiu de 12% para 5%. Não cairá mais. Aliás, o total de empregos nas principais capitais é que vem caindo ao longo deste ano. Isto significa que só poderíamos crescer como antes acelerando a produtividade, o que exigiria trabalhadores melhor preparados e equipados. Isto exige muito investimento em educação e treinamento, mas também em máquinas, equipamentos e tecnologia. Para retomarmos a competividade, e sustentarmos um crescimento mais rápido, só investindo muito em qualificação de mão de obra, máquinas, equipamentos e infraestrutura. A China, que cresce 3 a 4 vezes mais rápido que o Brasil, investe em sua infraestrutura, a cada ano, o equivalente a todo o estoque de infraestrutura existente no Brasil. Tem alguma relação também com o ano eleitoral? As incertezas eleitorais, particularmente nestas eleições, que foram as mais imprevisíveis e equilibradas desde a redemocratização do país, sempre colaboram para arrefecer o ritmo de atividade econômica. Incerteza leva consumidores a postergar compras e empresas e investidores a postergarem investimentos, o que retrai a atividade econômica. Quais são as suas impressões sobre o desenvolvimento do Brasil nos próximos anos? Se arrumarmos a casa em 2015, retomando a confiança de empresários e consumidores, podemos retomar um ciclo de crescimento mais acelerado a partir do final do ano que vem. Isto dependerá das medidas econômicas adotadas até lá e da definição da equipe econômica do próximo governo. Como você avalia os atuais parceiros comerciais do Brasil, incluindo Mercosul? Infelizmente, a economia dos países do Mercosul não vai bem. Os 3 países, com os piores desempenhos econômicos em todo continente americano

“A mãe da oportunidade é o problema. A lagarta não escolhe virar borboleta. Ela se transforma porque não tem escolha” www.cargonews.com.br

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Entrevista

em 2014 – por ordem, Venezuela, Argentina e Brasil – são as três maiores economias do Mercosul. Os mesmos três países são os que tiveram a mais baixa taxa média de crescimento do PIB nos últimos quatro anos, com o Brasil no último lugar neste caso. Enquanto isso, a economia chinesa está desacelerando e a Europa caminha para uma nova recessão. Dos principais parceiros comerciais brasileiros, apenas os EUA tem tido um desempenho econômico mais favorável recentemente. Em resumo, o quadro externo não tem ajudado, ainda que, ao contrário do que sugere o governo, ele não seja o principal responsável por nosso mau desempenho econômico recente. Nos quatro anos de governo Dilma, a renda per capita brasileira foi apenas a 163ª que mais cresceu. Apenas em 19 países em todo o mundo, ela cresceu menos do que por aqui. O que podemos esperar para o país nos próximos anos nas relações de comércio exterior? Antes de mais nada, temos que ver qual o posicionamento que o governo Dilma tomará neste próximo mandato. Se ele se tornar ainda mais intervencionista, provavelmente haverá uma maior aproximação com Argentina e Venezuela, economias que passam por momentos bastante difíceis. Ao contrário, se o governo buscar reconstruir as pontes com o setor privado, talvez haja espaço para uma aliança mais estreita com os EUA e a Aliança do Pacífico, que é o bloco econômico que mais cresce na América Latina. Os problemas econômicos que levaram a queda no PIB irão atingir de que maneira o futuro do país? A produtividade média do trabalhador americano é hoje 5 vezes a do trabalhador brasileiro. Em outras palavras, para executar a mesma função, você pode contratar um americano ou 5 brasileiros. A razão mais óbvia para isso é a melhor qualidade da educação por lá, mas tão importante quanto isso é o fato do trabalhador americano estar muito melhor equipado que o brasileiro. Para executar seu trabalho, ele conta com uma série de ferramentas, máquinas, software e hardware que o brasileiro não conta. Mal comparando, um agricultor com um trator produz 5 vezes mais do que 5 trabalhadores com enxadas. Precisamos automatizar e mecanizar a economia brasileira, mas isto tem de acontecer em paralelo a um aumento da qualificação da mão de obra. Voltando ao meu exemplo,

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não basta apenas comprar um trator para um dos 5 trabalhadores que mencionei se ele não souber usar o trator. Isto tudo não quer dizer que não haja oportunidades. Por conta do mal desempenho econômico brasileiro recente, o pessimismo reina por aqui e quando o pessimismo reina, como hoje, a maioria se retrai, a concorrência diminui e as grandes chances aparecem. A mãe da oportunidade é o problema. A lagarta não escolhe virar borboleta. Ela se transforma porque não tem escolha. Além disso, mesmo em uma economia que vai mal, há setores e regiões que prosperam. Há possibilidades de recuperação da economia para 2015? Infelizmente, 2015 deve ser mais um ano difícil. A inflação não está apenas mais elevada, está grávida. O dragãozinho dos preços controlados pelo governo nasce agora, após as eleições. Há mais de um ano, os preços de ônibus, metrô, gasolina, energia elétrica e outros têm sido represados para conter a inflação e as manifestações de rua. Estes preços terão de ser realinhados para evitar o colapso dos serviços e contas públicas. Só a diferença entre o preço internacional do petróleo e os preços nacionais de seus derivados custava à Petrobrás mais de R$ 40 bilhões anuais antes da queda recente dos preços do petróleo no mercado internacional. A utilização de usinas termoelétricas para geração de energia elétrica custará de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões só neste ano, e mais ainda em 2015. A renúncia fiscal com a desoneração de salários custará mais R$ 24 bilhões só em 2014. O ajuste das contas públicas é inevitável. Ele virá através de elevação de preços, corte de gastos do governo ou aumento de impostos, provavelmente os três. Os reajustes pressionarão a inflação, forçando o Banco Central a aumentar ainda mais os juros, que já estão no nível mais alto desde 2011, limitando o crédito e reduzindo o crescimento econômico. Aumentos de impostos e redução de gastos do governo devem retirar dinheiro da economia em 2015, também limitando o crescimento. Quais os desafios do próximo governo? O principal é retomar a confiança de empresários e consumidores ; sem o que não há expansão de investimentos e consumo.

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Ranking - VCP

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Ranking - GRU

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Estatística Porto de Santos

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As operações com contêineres mantiveram a tendência de crescimento verificada ao longo do ano, registrando aumento acumulado em 10,1% no total de unidades movimentadas e de 7,8% em teu. O número de atracações caiu 1,3% até outubro, registrando 4.334 navios atracados, refletindo na média de 21,51 mil toneladas movimentadas por embarcação. MOVIMENTO ACUMULADO O acumulado até outubro atingiu, 93.252.035 t, 3,32% abaixo do igual período de 2013 (96.457.043 t). As importações chegaram a 28.757.102 t, 0,49% acima do ano passado (28.615.827 t), destacando-se a queda do minério de ferro, 747.115 t (-57,99%) inferior a igual período de 2013; das cargas gerais soltas, redução de 115.167 t (-34,13%) em relação ao ano passado; carvão, queda de 209.982 t (-14,24%); enxofre, diminuição de 202.103 t (-12,09%). As exportações atingiram 64.494.933 t, 4,93% abaixo dos dez meses de 2013 (67.841.216 t). Destaque para a queda (10,46%) do açúcar a granel (13.039.907 t), da soja em grãos a granel, 12.441.070 t (4,05%) e do milho a granel, 6.146934 t (26,32%); e para o aumento da soja peletizada, 3.339.606 t (40,51%); Gasolina, 1.147.422 t (7,72%).

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Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Porto de Santos/CODESP

A movimentação de cargas pelo Porto de Santos apresentou redução de 3,9% em outubro, acumulando queda de 3,3% no ano, pressionada, principalmente, pela baixa de 4,9% nas exportações até outubro. As operações foram fortemente impactadas pelas diminuições nas exportações de granéis sólidos de origem vegetal. O açúcar, produto que lidera o ranking das cargas de maior movimentação, sofreu diminuição de 13,6%. A soja em grãos, em segundo no ranking, caiu 3,9%. O milho a granel, terceira maior carga movimentada, teve redução de 26,3%. Somente estes três produtos representam 51,31% do total exportado pelo Porto de Santos e 33,49% do total geral do complexo. Os destaques positivos para as cargas de exportação ficaram com o café, alcançando no total acumulado alta de 38,5% e o farelo de soja com 43,7% de aumento. Nas importações, o adubo, principal carga nesse fluxo, registrou aumento de 0,6% no total acumulado, amplamente influenciado pela elevada alta de 24,7% em outubro. Também o trigo, terceira maior carga no ranking das importações, teve elevado seu movimento em 4,7% no ano, apesar da forte queda de 39,7% no mês. No entanto, outras cargas de significativa participação como carvão, enxofre, minério de ferro, sal e soda cáustica acumulam queda no período.

Divulgação

Exportações provocam queda na movimentação do Porto de Santos


Nova alternativa de cargas em Viracopos

A American Airlines no dia 02 de dezembro de 2014, inaugurou seus primeiros voos que terão como destino: Nova Iorque, três vezes por semana e Miami com voos diários, partindo da cidade de Campinas. A cidade é o décimo destino da companhia aérea no Brasil, sendo a primeira que não é capital. Com a realização de um batismo durante a chegada da aeronave Boeing 767-300 ao novo Terminal do Aeroporto Internacional de Viracopos, fato que ocorreu por volta de 11h10 da manhã, duas bandeiras, sendo uma do Brasil e uma dos Estados Unidos, foram colocadas para fora da cabine enquanto os pilotos taxiavam. Este momento, marca o retorno das cargas de porão em aeronaves internacionais de passageiros no aeroporto campineiro, como conta Dr. Luiz Alberto Küster, diretor presidente da Aeroportos Brasil Viracopos: “Há dois anos atrás isso tudo era mato e hoje está assim. Um terminal que pode atender 25 milhões de passageiros por ano. Estamos ainda trabalhando, nossa previsão é que até março de 2015 esteja pronto. Não tínhamos a carga de porão, e estamos voltando a isso. O que trará um impacto para a economia de Campinas”. Após a cerimônia, aos poucos passageiros e cargas foram deixando a aeronave, que já inicia seu primeiro trabalho como avião misto em Viracopos. Segundo o gerente regional de vendas da divisão de www.cargonews.com.br

Carga Porão

cargas da American Airlines, Eduardo Martim, existem grandes perspectivas para se incrementar a atividade de cargas de porão na região e há uma gama de produtos que devem chegar como automotivos, courrier, animais vivos, perecíveis e até mesmo farmacêuticos, que precisam de temperatura controlada, por serem mais sensíveis e necessitarem de trânsito perfeito. “Houve um tempo que transportávamos sem avião. Retirávamos as cargas em Viracopos e embarcávamos em Guarulhos. A chegada do 767-300 é um plus. Nós temos a divisão de cargas como muito importante para agregar valor para a American Airlines. Para isso foi realizado investimento nas aeronaves, o que permite que as 767 possam transportar cerca de 15 a 20 toneladas por voo. Estamos trazendo opções para escoar e incrementar cargas na região, o transit time vai auxiliar, com certeza, no ganho econômico das empresas”.

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Milhagem

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IntralogĂ­stica

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Capa

Planejar para entender o Siscoserv

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o papel aos computadores, um período onde a tecnologia se transformou rapidamente, e continua a mostrar avanços a cada milésimo de tempo, modificando a maneira como as empresas se relacionam com os consumidores e como o governo interfere em seu cotidiano. Com esta evolução no tempo, houve também a necessidade de agregar conhecimentos que possam acompanhar as novas tecnologias, assim nasce o departamento da Tecnologia da Informação, ou TI, tendo como missão agilizar, reduzir e por consequência fazer com que um conjunto de ações de uma empresa se transformem em lucratividade. Mas, nem sempre é com esse intuito que a tecnologia é utilizada, para as cadeias logísticas e empresas que utilizam metas de abatimento e redução de custos, a TI segue nesse caminho, mas também segue por outros como o da facilitação da vida das empresas com a criação de novos softwares. Para o Governo e seus órgãos anuentes, as ferramentas de TI se traduzem na criação de plataformas que ajudem seu controle econômico e financeiro, sua organização e entendimento do que acontece de mais exato, ou não no país. Como é o caso de uma das ferramentas criadas em primeiro de agosto do ano de 16 | RCN

2012, o Siscoserv - Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio, cujo objetivo principal é a criação de estatísticas sobre o comércio de serviços, ou seja, a importação e exportação dos mesmos. Desta forma, o Governo passa a ter um mapeamento, ou raio X, de como funciona este setor e de sua movimentação, afim de facilitar, ou incentivar a criação de políticas públicas para serviços que são importantes para o crescimento do mercado e que não estejam sendo oferecidos de maneira completa. “Estas estatísticas que até então não existiam, www.cargonews.com.br


ou só eram palpáveis por contrato de câmbio, por exemplo, no qual você tinha uma natureza financeira somente e, do que diz respeito aos serviços. Só se fazia uma ideia do que era e significava. Mas, o Governo precisava saber o que estamos tendo de serviço e como está nossa balança comercial neste setor. É lógico que existem os objetivos secundários, mas ao que se refere ao incentivo, junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio Exterior MDIC, e a Receita Federal que também faz parte do Siscoserv, acabam por se utilizar destas informações para cruzar com outras tributárias, então se eu tenho uma importação de serviço que possui imposto e é lançada no Siscoserv, a Receita tem como saber se você realmente fez o recolhimento deste imposto devidamente”, explica Luis Celso de Sena, especialista em Regimes Aduaneiros Especiais da Thomson Reuters no Brasil. O sistema Após dois anos de existência do regime e quase um ano com todos os capítulos publicados, o Siscoserv ainda pode ser considerado para muitos um mistério. Para alguns ainda existem dúvidas de aplicabilidade e responsabilidades, já para outros tantos, os primeiros passos em direção ao compliance deste sistema vem sendo dado. Como conta a Receita Federal do Brasil, após esse período é perceptível uma consolidação sobre as obrigações e as regras de utilização do mesmo e complementam: “Eventualmente, surgem dúvidas relacionadas à figura do intermediário na prestação dos serviços, entretanto tais ocorrências acontecem apenas nos setores que possuem menor regulação com relação às obrigações de cada agente. Com objetivo de facilitar a utilização do Siscoserv, tanto a Receita Federal quanto o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mantêm em seus sítios eletrônicos versões informatizadas dos Manuais do Siscoserv (Módulos de Venda

e de Aquisição). A intenção é fornecer ferramentas rápidas, estruturadas e em conformidade com os conceitos previstos na legislação tributária, para serem utilizadas por todos aqueles que querem cumprir suas obrigações”. De certa forma é necessário parar e observar qual era o cenário ao qual a importação e exportação de serviços pertencia, e qual é o novo ambiente que está sendo criado. Partindo deste princípio, mudar a ‘roda com as engrenagens funcionando’ é algo não tão simples de ser realizado. “Esse é um processo que se você parar pra observar, até dois anos atrás, não havia um hábito porque não era feita a fiscalização. Hoje é necessário criar essa cultura. Somando-se a isso, ainda não ouve nenhuma auditoria que servisse de vitrine. Mas a gente sabe que vai pegar mesmo, e que o governo não tem intenção nenhuma de dar um passo pra traz”, complementa Sena, da Thomson Reuters. Cada empresa a sua maneira, aos poucos, procura caminhos para se entender por onde começar, o que deve ser feito e quem é responsável pelo preenchimento do Siscoserv. Como conta o diretor da Original Logística, Eder Desidério, “nós optamos por terceirizar os serviços de lançamento do Siscoserv com uma corretora de câmbio. Entendemos que o momento da remessa de câmbio é o melhor para fazermos os devidos lançamentos no sistema, ao menos para o negócio de agenciamento de fretes internacionais, que é uma das nossas atividades. Mas, ainda estamos nos adaptando, aprendendo e tentando entender melhor o sistema, suas dificuldades e modo de operação”. Mas, de fato por onde começar? Será que um mapeamento dos processos de entrada e saída de serviços possa ajudar a entender onde estão às documentações necessárias, e quem é responsável pelo que? Será que faltam consultorias mais específicas sobre o tema por parte dos órgãos anuentes? E os manuais

“Saber quais são os serviços vendidos e comprados que precisam ser registrados para que não precise pagar multa, que não é simplesmente só pelo pagamento da mesma, mas sim pela exposição que você faz perante o governo” www.cargonews.com.br

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Siscoserv

existentes, são suficientes para sanar as dúvidas de todas as empresas, mesmo que em ramos de atuação diferenciados? Segundo a Thomson Reuters, um dos maiores problemas são os processos das empresas: “o que acontece hoje em dia é que as informações estão muito pulverizadas nas empresas, não é só uma área que tem o serviço na mão. Ela começa em uma área e termina em outra. Isso é um complicador, porque a maioria das empresas não tem de forma centralizada as informações e os serviços. Assim como a gente verifica, diferente da parte de mercadoria que é hoje bem organizada nas empresas, a parte de serviços, pelos motivos já mencionados, acabam não possibilitando que qualquer empresa consiga de bate pronto dizer é isso aqui que eu tenho de serviço, é assim que vou avançar e tal. Então o necessário é identificar, estabelecer as responsabilidades, e ai sim definir um processo, para que seja utilizada uma ferramenta específica para aquela empresa”, explica Carlos Romano, especialista em Siscoserv da Thomson Reuters no Brasil. Mas, além disso, e como colocado por Sena, temos hoje uma série de versionamentos de manuais que o governo oferece para que as pessoas saibam como proceder perante o Siscoserv. Mas, nem sempre só estes materiais são suficientes para tirar todas as dúvidas sobre o sistema, e em alguns momentos, é importante recorrer diretamente aos órgãos e consultá-los. “Conforme os processos caminham, vão aparecendo as dúvidas dentro dos setores de serviço; como por exemplo, no transporte de cargas. De quem seria a responsabilidade pelo preenchimento? Quando se há vários prestadores envolvidos quem é o responsável pelo registro dos serviços? Havia uma briga entre os importadores e os agentes de carga, de quem seria a responsabilidade. E as soluções de consulta por exemplo, a Cosit, que é da Receita Federal, se responsabiliza em responder pelas questões tributárias do órgão e pelas dúvidas sobre tudo que os envolve, no caso do Siscoserv responderam a solução 257 que ficou famosa, por se tratar de uma empresa envolvida nesse meio de transporte de cargas, perguntando exatamente sobre as responsabilidades, então foram destrinchados diversos papéis 18| RCN

envolvidos, o que deixou um pouco mais clara a situação”, conta Carlos Romano. “Quando novas legislações ou procedimentos são publicados temos um grupo interno que realiza o estudo e coleta de informações de práticas no mercado, tudo que é novo gera dúvidas e este é um assunto que ainda tem gerado dúvidas. Estamos fazendo nossa parte, estudando e construindo nossa diretriz, fazendo nossos registros, baseados na legislação e nas soluções de consulta”, conta Erika Mendes, analista de comércio exterior na Smart Modular Technologies. Mesmo com as consultas e os manuais versionados, ainda são muitos os questionamentos. Para Eder Desiderio da Original Logística, o pouco conhecimento das funcionalidades do sistema, e encontrar profissionais ou empresas bem preparadas para atender o preenchimento do sistema são as maiores dificuldades, afirma o diretor. Segundo as pesquisas e análises realizadas pelos especialistas em Siscoserv na Thomson Reuters, o melhor caminho ainda é planejar e organizar. Em recente sondagem realizada pela mesma, ainda muitas são as empresas que estão buscando um caminho para ficar de acordo com o compliance no Siscoserv.

Fonte: Thomson Reuters

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Quanto às responsabilidades, algumas empresas instauram departamentos, ou até contratam serviços externos para preencher o sistema. Mas como explica Luis Celso Sena, “o sistema não é simplesmente para acelerar o processo do governo, mas na verdade quando você instala um software como esse, precisa arrumar a casa, saber onde vai buscar as informações, para disponibiliza-las. Saber quais são os serviços vendidos e comprados que precisam ser registrados para que não precise pagar multa. Não é simplesmente só pelo pagamento da mesma, mas sim pela exposição que você faz perante o governo, então as empresas devem estar preparadas. Não basta também contratar um especialista ou um despachante para realizar o registro para sua empresa, pois as informações fornecidas devem estar alinhadas e corretas. E ai o problema tende a aumentar. A grande questão dentro do Siscoserv é o planejamento. Se organizar e entender o fluxo de como essa informação corre dentro da empresa”, afirma. Além disso, as empresas devem estar sempre atentas às novas normativas publicadas pelos órgãos anuentes ao Siscoserv, uma vez que oferecem constantes implementações de novidades, facilidades ou alterações. Como o departamento da Receita Federal conta: “outra facilidade é a possibilidade de as empresas poderem emitir, via Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte – Porta e-Cac, procuração eletrônica (específica) para que terceiros as representem no processo de envio de informações relativas ao Siscoserv. Nesses casos, o acesso é via Certificação Digital e a Procuração é eletrônica. Atualmente, está em desenvolvimento uma nova funcionalidade no Siscoserv que permitirá a realização de retificação dos registros de faturamento e pagamento e a consulta mais precisa aos dados do envio do arquivo em lote. Ambas as melhorias estão com previsão para entrada em produção em 2015”, explica o órgão. Diante da possibilidade e permissão que terceiros preencham os sistemas pela empresa que presta serviços no exterior, algumas prestadoras, agentes de carga e empresas que possuem departamentos especializados em tecnologia da informação que se encarregam da criação de um software que atendam www.cargonews.com.br

Eder Desiderio,

diretor da Original Logística

as legislações vigentes, estejam acompanhando as novas implementações específicas de cada negócio ou serviço comercializado, um deles é o Siscoserv Sis, que é um facilitador para que a empresa se sinta dentro do compliance, da Thomson Reuters que acabam por oferecer não só a ferramenta, mas também consultoria e uma análise da empresa. E este precisa estar completo e atualizado para que nenhum erro seja cometido na hora do preenchimento. Pois, o erro do preenchimento ou o não preenchimento podem acarretar em multas que variam conforme o caso. “Estas multas variam de 500 a 1500 reais por mês em atraso e tem a de 3% sobre o valor da operação por informações inexatas. No passado já foram mais ou menos cerca de 0,2% sobre o faturamento total do mês anterior da empresa. Isso mudou a pouco tempo na legislação. As empresas se unem em sindicatos para conversar com o MDIC ou com a comissão do Siscoserv para tentar flexibilizar determinadas questões”, conta Carlos Romano. Seja a própria empresa, um departamento criado dentro da mesma ou até mesmo uma terceira envolvida, o importante é que estejam sempre um passo a frente no compliance para o registro no Siscoserv, no que se refere ao preenchimento de qualquer tipo de nomenclatura que esteja dentro das Normas Brasileiras de Serviços. Uma vez que todos os 27 conjuntos de capítulos já foram lançados, os registros devem RCN | 19


Siscoserv ser preenchidos de acordo com a data do lançamento do capítulo que compreende os serviços comercializados pela empresa em questão. Ou seja, se é um serviço de engenharia, basta verificar quando foram contempladas as questões sobre o tema, e a partir da data realizar o preenchimento, ainda que retroativo. Quanto à compreensão, facilidades e vantagens que o Siscoserv pode oferecer para empresas que trabalham com comércio exterior ou precisam utilizar importação ou exportação de serviços, o diretor da Original diz, “no momento não conseguimos enxergar vantagens para o empresário, na verdade é mais uma obrigação que de médio a longo prazo, poderemos avaliar se teremos, do ponto de vista do empresário, alguma facilidade. Neste momento nos parece mais controles sobre a prestação de serviços” e complementa deixando uma dúvida para a Receita Federal: após a implementação completa do sistema, quais serão os próximos passos? Cobrar os impostos incidentes sobre a prestação de serviços internacionais no momento do lançamento no Siscoserv? Já a Smart Modular Technologies acredita que algumas questões sobre responsabilidades ainda poderiam ser melhor respondidas como conta Erika Mendes: “falta ainda instruções claras quanto as responsabilidades de registro entre tomador e prestador do serviço, como fazer o registro através da ferramenta em si pode ser esclarecido nos manuais já disponíveis”. Regras e Orientações Algumas orientações gerais foram oferecidas pela Receita Federal sobre o Siscoserv são elas: Via de regra, os empresários que atuam com importação e exportação de serviços precisam saber quais as operações estão sujeitas a registro no sistema. Assim, são objeto de controle as operações realizadas entre residentes ou domiciliados no Brasil e residentes ou domiciliados no exterior, envolvendo serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados, que estejam previstas na Nomenclatura Brasileira de Serviços - NBS, instituída pelo Decreto nº 7.708, de 2 de abril de 2012.

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Os operadores obrigados a registrar informações no sistema são: 1) O tomador/prestador do serviço residente ou domiciliado no Brasil; 2) A pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no Brasil, que adquire/transfere o intangível, inclusive os direitos de propriedade intelectual, por meio de cessão, concessão, licenciamento ou por quaisquer outros meios admitidos em direito; 3) A pessoa física ou jurídica ou o responsável legal do ente despersonalizado, residente ou domiciliado no Brasil, que realize outras operações que produzam variações no patrimônio. Importante lembrar que são dispensados do registro, desde que não tenham utilizado mecanismos de apoio ao comércio exterior de serviços, de intangíveis e demais operações, os seguintes grupos: a) Pessoas Jurídicas optantes do SIMPLES NACIONAL; b) Micro Empreendedor Individual - MEI; c) Pessoas Físicas residentes no País que, em nome individual, não explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, desde que não realizem operações em valor superior a US$ 30.000,00, ou o equivalente em outra moeda, no mês. De acordo com o disposto nos Manuais de Venda e Aquisição do sistema, devem ser registradas as operações de aquisição de serviços, intangíveis e outras operações que produzam variação no patrimônio, iniciadas e não concluídas antes das datas constantes do Anexo Único da Portaria Conjunta RFB/SCS nº 1.908, de 19 de julho de 2012. O sujeito passivo que deixar de prestar as informações no Siscoserv, ou que apresentá-las com incorreções ou omissões será intimado para apresentá-las ou para prestar esclarecimentos no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitar-se-á às multas previstas no art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.277, de 28 de junho de 2012. Eventualmente, podem surgir dúvidas quanto ao cumprimento da legislação, para esses casos a solução pode ser obtida por meio da formalização de consultas diretamente à Receita Federal com base na Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013.

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Ciclo de palestras e debates na Expo SCALA

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urante os dois dias da 15ª edição da Expo Scala temas da atualidade foram expostos por grandes nomes do mercado. As palestras e os debates contaram com o apoio da PKT, associada à Fundação Dom Cabral, Vantine Logistics & Supply Chain Consulting e do Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transporte da Unicamp – LALT.

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O primeiro dia de evento teve como abertura do ciclo de palestras, a presença pioneira de Angelino Caputo e Oliveira, diretor presidente da Codesp – Porto de Santos, para tratar sobre a estrutura logística e seus reflexos na competitividade do comércio exterior brasileiro. Com a sala lotada, o diretor presidente pôde falar sobre as mudanças de estrutura que devem ocorrer no Porto e assim torná-lo mais competitivo. Durante a sequência do dia foi discutida a estrutura logística do Brasil através da palestra do Prof. Paulo Resende da Fundação Dom Cabral, em um momento de grandes mudanças no cenário brasileiro e no mundo. Dentro do tema foram levantadas as questões sobre, como a estrutura pode contribuir para o aumento da competividade e dos negócios in-

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ternacionais das empresas brasileiras. Para finalizar o primeiro dia, foi montado um painel sobre COLD CHAIN, oportunidades para o setor de fármacos e alimentos, que mediado pelo Prof. Dr. Paulo Ignacio, do LALT e Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, levantou boas discussões sobre o fluxo global dos produtos refrigerados e de temperatura controlada, as estruturas de portos e aeroportos para receber estas mercadorias, além de como este trabalho vem sendo realizado por importantes players deste segmento. Debateram a temática, Amaury Vitor, gerente de operações da DHL Express, Prof. Lincoln de Camargo Neves Filho, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e especialista em cadeia de frios e Marcelo Gorri Mazzali, farmacêutico da Aeroportos Brasil Viracopos.

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No segundo dia de evento, o painel de abertura apresentou um case de sucesso do Grupo Libra, mostrando na prática que ações bem pensadas e planejadas em conjunto com o cliente, trazem excelentes resultados. O case foi debatido por José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Logistics & Supply Chain Consulting, e apresentado por Ricardo Pires Miranda de Souza, diretor comercial do Grupo Libra. Para encerrar a edição de 2014 do evento, foi apresentado o painel com o tema segurança e gerenciamento de risco no transporte e armazenamento de cargas. O debate foi mediado pelo Dr. Orlando Fontes Lima Junior, professor titular de Logística e Transportes da UNICAMP e presidente do Centro de Logística Urbana do Brasil – CLUB que junto com os debatedores, mostrou os variados aspectos que podem afetar os elos da cadeia de suprimentos, como a necessidade crescente de investimentos em segurança no transporte e na armazenagem, ações que impactam diretamente nos custos logísticos brasileiros. Valendo tal situação tanto nas operações de comércio exterior, como nas de logística urbana e regional. Para aprofundar o tema foram convidados o gerente em segurança no transporte da DHL Supply Chain, Luiz Antonio de Arruda, o Capitão PM Marcelo Estevão, do Quarto Batalhão de Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo e o diretor de gerenciamento de risco para América do Sul da DHL Supply Chain, Guilherme Brochmann. Com sucesso de público e auditório lotado, a edição da Expo SCALA 2014 encerrou seu último dia com promessa de um evento ainda melhor em 2015.

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Expo SCALA 2014 encerra e já começa o planejamento de 2015 Com sucesso de público, a feira de negócios e o ciclo de palestras promoveram bons negócios e debates importantes durante o evento Os dois dias do evento foram surpreendentes para convidados, expositores e palestrantes. Este ano, a Expo SCALA recebeu, aproximadamente, 5.000 pessoas, reforçando a qualidade do público visitante. Nos dias 18 e 19 de novembro, importantes empresas do setor de comércio exterior e logística estiveram presentes no evento, o que permitiu que novos negócios pudessem ser fomentados e que novos canais fossem abertos para a troca de informação. De casa nova e comemorando 15 anos, a Expo SCALA 2014 mostrou que têm grandes possibilidades para crescer ainda mais nos próximos anos como feira de negócios e palestras. 26| RCN

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“Fizemos uma 15ª edição da Expo SCALA e como sempre, desejamos que a última seja sempre melhor que as anteriores, mas sem dúvida, e com toda certeza posso afirmar que essa foi a melhor. O espaço satisfez os anseios de nossos expositores e com maior maturidade, teremos condições de realizar algo ainda melhor em 2015. Tivemos um nível de público muito bom e com um contato prévio com alguns clientes, ganhadores de prêmio e participantes das palestras, já tivemos bons comentários sobre o evento e seus resultados. O conteúdo das palestras foi de grande relevância e encerrando com a premiação, que é considerada, o Oscar da logística, Campinas se consolida como a capital nacional da logística”, afirma Luiz Guimarães, presidente da comissão organizadora da Expo SCALA.


Dr. Angelino Caputo e Oliveira - Diretor Presidente da CODESP - Porto de Santos A oportunidade de apresentar o atual estágio do porto num evento que reúne um forte segmento de empresas, indústrias e produtores da região metropolitana de Campinas que detém significativa participação comercial com o Porto de Santos é um privilégio para nós da Autoridade Portuária. Consideramos o evento estratégico para divulgarmos o trabalho de modernização de gestão, agilização de procedimentos, implementação de projetos e integração logística desenvolvidos em nossa administração para garantir um eficiente atendimento e uma oferta de serviços para os diversos segmentos que compõem a economia dessa região. Gilson de Faria - Gerente Comercial da Rodovisa Transportes Este é o 6º ano que a Rodovisa participa como expositora da Expo Scala, e nesta edição, nosso estande recebeu mais visitas de nossos clientes e parceiros, além dos negócios intercompany. O novo local e sua infraestrutura estão aprovadíssimos, a feira está mais bonita. A expectativa para o próximo ano é a melhor, pois conhecemos o potencial do nosso trabalho e a dedicação voltada para a redução de tempo junto ao Aeroporto de Viracopos.

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Adam Cunha - Assessor de Negócios de Carga da Aeroportos Brasil Viracopos Faltava um centro de convenções como este em Campinas. Estava tudo muito bem organizado, bem sinalizado e muito confortável. Havia uma grande expectativa para o prêmio, porque neste ano foi muito concorrido e as empresas se esforçaram para ganhar. Elizabeth Pinto - National Sales Manager da DHL O local da feira melhorou muito em relação ao acesso e estrutura, as palestras foram de qualidade e o prêmio causou muita ansiedade. Gustavo Paschoa - Country Head of Marketing & Sales Senior Vice President Brazil da Panalpina A premiação da Aeroportos Brasil Viracopos é o grande chamariz, pois se trata de um prêmio importante para o setor. Só tenho comentários positivos em relação a estrutura do local. O momento é de mostrar para os clientes que nossa empresa oferece sempre novos produtos e investe na qualidade dos profissionais. Isabel Matos - Diretora de Cliente Solutions LATAM da UTi Nossa empresa está muito satisfeita com o novo local da Expo Scala, os estandes ficaram bem acomo-

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dados, assim como os visitantes. Os clientes e fornecedores vem para compartilhar as novas tendências e serviços. Nosso diferencial é oferecer soluções logísticas e não apenas commodities. Milena Boquino – Sales Executive da GVW Este foi o nosso primeiro ano na Expo SCALA e tivemos a oportunidade de apresentar a GVW Brasil reformulada com uma nova cara e novos serviços, tanto para os nossos clientes, como para nossos parceiros e futuros clientes. Desenvolvemos muitos contatos para prospecções e parcerias. Agradeço o suporte da Nanquim GR1000 e parabenizo pela organização da feira. Marcos Farneze - Presidente SINDASP O Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo - SINDASP participou, e não poderia ficar de fora, da Expo SCALA. Desta vez, a feira foi repaginada, esteve em outro local o que a tornou mais aconchegante e ágil, já que aproximou expositores e participantes. Sem dúvida um evento de expressão dentro da área de comércio exterior e que chegará, em 2015 à sua 16ª edição, não por acaso, mas com o apoio e os esforços de uma equipe qualificada. Estamos certos de que a feira de 2015 encontrará um cenário econômico mais enriquecido e nossa expectativa é a

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de podermos fortalecer a imagem do SINDASP neste cenário. Cesar Desiderio - Diretor da Original Logística Esta edição da Expo SCALA superou nossas expectativas. Recebemos mais visitantes que o ano passado e estamos negociando com um possível novo cliente. Pela primeira vez tivemos um negócio nascendo em uma feira. Isso é algo novo e positivo. Orlando Fontes Lima Jr - Coordenador do Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes - LALT Mais uma vez neste ano, estivemos prestigiando a Expo SCALA voltada ao público de logística e comércio exterior. Paulo Resende - Coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral A Expo SCALA proporciona uma experiência que alia a prática com a teoria, com uma exposição de alto nível, acompanhada de debates com especialistas e profissionais da logística que realmente têm algo a dizer e compartilhar com a sociedade brasileira e internacional. Esse tipo de evento tem tudo para se transformar na grande referência brasileira para a troca de informações e aprendizado da logística.

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Alexandre Bini - Diretor Comercial da B&M Logística Internacional Apesar dos 15 anos de mercado da B&M, e de já termos visitado a feira em ocasiões anteriores, esta foi a primeira vez que participamos como expositores. Para este primeiro ano o resultado foi bastante satisfatório, em especial para nossa filial de Campinas, em termos de contatos comerciais e visibilidade da empresa. Santos Brasil Para a Santos Brasil, companhia líder em logística portuária na região de Campinas, participar como expositora na 15ª Expo SCALA contribuiu com o fortalecimento da marca junto a um público seleto de tomadores de decisão no âmbito corporativo. A empresa teve a oportunidade de posicionar o modelo logístico de porto à porta e de receber no stand executivos de empresas importadoras e exportadoras, clientes e parceiros. Com esse evento, a expectativa é de ampliar resultados nessa região de importância estratégica para os negócios da Santos Brasil. Prof. Ali El-Khatib - Instituto do Café - Campinas Café Festival A participação do Campinas Café Festival na 15ª Expo SCALA contou com a parceria do Instituto Agronômico de Campinas, SESC e CEASA. Não vendemos nada, mas mostramos a logística da distribuição correta de alimentos que favorecem milhares de pesso30| RCN

as. Recebemos empresários e especialistas do setor, professores e estudantes. Oferecemos o verdadeiro café árabe e distribuímos frutas saudáveis da CEASA. Esperamos ter contribuído com esta forma de participação, já que a 15ª Expo SCALA inovou em vários aspectos, principalmente se instalando em nova casa, aprovada por todos. Temos a certeza que a 16ª Expo SCALA será mais grandiosa, graças a competente equipe que a realiza. Parabéns. Paula Carvalho - Gerente Regional do CIESP-Campinas Esta foi uma excelente oportunidade de relacionamento da casa da indústria com toda a cadeia logística, promovendo frutíferas parcerias e estreitando relacionamentos com os diversos prestadores de serviços. Ambientes como esse agregam valor aos expositores e permitem aos participantes ampliarem conhecimentos e possibilidades de trabalho. Cristiano Koga - Diretor Corporativo da TNT Mercúrio A presença da TNT na Expo SCALA foi fundamental para estarmos próximos dos nossos clientes e apresentarmos as nossas soluções de integração de modais que permitem aos clientes redução dos custos e dos prazos de entrega e as tecnologias mais avançadas que dão transparência a todo o processo de transporte. www.cargonews.com.br


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Daniela Pedroso - Diretora Comercial da CBN Campinas O evento foi significativo e abriu janelas e portas para os expositores, atingindo o principal objetivo que era colocá-los na vitrine comercial. Para a CBN Campinas, que teve o estúdio móvel, foi deveras importante e apraz. Seguiremos nesta diapasão que é divulgar o que Campinas e o Estado tem de melhor, que é a iniciativa dos empreendedores de fazer uma cidade e um Estado melhor a todos! Wagner Perez da Silva - Diretor de Conferência e Evento da Câmara de Comércio Exterior de Campinas e Região A participação da CCC&R neste Expo SCALA foi de grande importância principalmente por ser o nosso ano de início e por acreditarmos que o evento é um grande aliado ao comércio exterior. Em sua 15ª edição tomou a dimensão do que se projeta para o mercado em Campinas e região, ao ser realizada no espaço Expo Dom Pedro. Eu estive em algumas palestras nas quais foram apresentados “cases” de sucesso, e

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acredito ter sido o ambiente propício para conhecer e debater novas soluções para a área. O público teve a oportunidade de trocar cartões, ideias e também de conhecer ainda mais a Câmara e nossos mecanismos para fomentar o diálogo do mercado da região com outros países. Mauricio Welsh - Diretor Comercial da Wind Logistics A mudança da feira para o pavilhão Dom Pedro foi satisfatória em decorrência da melhor localização, acesso e estacionamento para os clientes. Robson Cabral - Diretor do Grupo Sinostar A Sinostar gostaria de salientar a qualidade impecável e imprescindível do evento, ao qual a região de Campinas nos proporcionou vislumbrar uma boa expectativa de mercado. Sendo de suma importância a proximidade de clientes e fornecedores do segmento, possibilitando a projeção de um novo rumo para o próximo ano. Expo SCALA de fato é um grande parceiro!

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Leonardo Almeida Russi - Diretor Comercial Campinas da EGA Solutions Nós da EGA ficamos satisfeitos com os resultados da feira, foi uma excelente oportunidade de recebermos nossos clientes ativos e também trocar cartão com futuros clientes, estamos participando pela segunda vez consecutiva e pudemos notar um crescimento satisfatório tanto em estrutura como em quantidade de visitantes potenciais para a empresa, esperamos estar presentes nas próximas edições e assim colaborar com o crescimento da Expo SCALA. Horácio Leite - Diretor Executivo da AGL A Expo SCALA é um evento que oferece uma oportunidade única para visualizarmos a evolução da cadeia logística no País, tanto no aumento da infraestrutura como no crescimento dos investimentos. A união entre as empresas e o Aeroporto Internacional de Viracopos, como se vê neste evento na 15ª edição, é o caminho para o desenvolvimento da nossa cadeia logística e do comércio exterior. Inovando na cerimônia que marcou a entrega do Prêmio, Viraco-

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pos reconheceu o melhor Importador por planta, ou seja, foi mais uma demonstração de incentivo às empresas que atribuem à logística de carga, um papel fundamental no desenvolvimento de seus negócios. A empresa melhor planta foi a Samsung, e nós da AGL sabemos o quanto temos que estar preparados para importar insumos do outro lado do mundo e abastecer a produção na fábrica em Campinas em apenas dois dias. Geraldo Assis - Diretor da Negócios & Imóveis Excelente localização, inclusive foi um dos motivos pelo qual eu participei da feira, ter essa facilidade para as pessoas que visitam chegarem. Já havia visitado a feira em outro local, e essa última edição foi excelente, teve um grande público e foi muito boa para o meu setor. Estrutura foi excelente e podem se preparar pois, no próximo ano com certeza terão mais expositores. Recebi clientes que eram de outros estados, como o sul do país que fizeram relacionamento com a Negócios & Imóveis.

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Ricardo Miranda de Sousa - Diretor Comercial do Grupo Libra Logística Ficamos muito satisfeitos com o nosso retorno, após quatro anos, ao Expo SCALA, um evento tão importante para o setor e que é uma referência no interior paulista. Com certeza este foi o momento ideal para discutirmos e trocarmos experiências sobre soluções integradas de logística no País. Aproveitamos a ocasião para compartilhar com todos os participantes o nosso case de logística integrada que abordou temas importantes voltados para “uma operação de logística para cadeia de importação que abrange desde a chegada do navio no porto, passando por um porto seco, até a entrega na fábrica do cliente”. A avaliação que o Grupo Libra faz do Expo SCALA 2014 é a mais positiva possível, pois a feira proporcionou grandes oportunidades de negócios por meio do relacionamento que adquirimos com outras empresas. Parabéns aos organizadores, que planejaram corretamente para que o evento fosse um sucesso. Acreditamos no crescimento e fortaleci36 | RCN

mento da Expo SCALA para os próximos anos. Ronaldo Ramos - Diretor na Corpquali Sem dúvida nenhuma o impacto do Expo SCALA para a Corpquali foi extremamente relevante. O evento foi uma ótima oportunidade para apresentarmos a empresa para o seguimento, contando imediatamente com retornos importantes, consequência da notada influência do Expo SCALA. Juliana Sallovitz - Assessora de comunicação do Porto São Sebastião A participação do Porto de São Sebastião no evento Expo SCALA foi de grande importância para a visibilidade da companhia e de seus novos empreendimentos e projetos. Com uma média considerável de visitantes, pudemos expor a marca e iniciar relacionamentos com possíveis futuros clientes evidenciando o Porto de São Sebastião como uma alternativa viável à solução logística da região. Já estamos estudando nossa participação na edição de 2015. www.cargonews.com.br





Premiação

Prêmio Viracopos Excelência Logística 2014 Empresas do setor são premiadas por eficiência em Viracopos

Carlos Turola, presidente do grupo Rodovisa

Luiz Alberto Küster, diretorpresidente da Aeroportos Brasil Viracopos

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Aconteceu, durante o encerramento da 15ª edição da Expo SCALA, a cerimônia de entrega do Prêmio Viracopos Excelência Logística 2014. Esta é a segunda edição do prêmio, realizado pela Aeroportos Brasil Viracopos, com apoio do CIESP Campinas, auditoria da PwC e organização da GR1000 Comunicação e Eventos; que reconhece a eficiência de empresas do setor que atuam no Terminal de Cargas (TECA) do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Este ano, o período de avaliação foi entre agosto de 2013 e julho de 2014.“O Aeroporto Internacional de Viracopos busca oferecer a melhor estrutura e o melhor serviço para todos os seus clientes, além de fomentar as melhores práticas internacionais em seus terminais. O Prêmio visa justamente reconhecer e valorizar os clientes de cargas que tem esse mesmo objetivo e contribuem com eficiência para o melhor funcionamento de toda a cadeia logística”, completa o diretor presidente da Aeroportos Brasil Viracopos, Luiz Alberto Küster.

Homero Vecchi, Value Added Services Head Brazil - DHL


Algumas empresas como DHL Global Forwarding Logistics e Rodovisa Cargas Especiais celebraram o bicampeonato e reuniram representantes de diversos setores das companhias para a comemoração. “Receber esse prêmio é ter a certeza do reconhecimento do trabalho diário e honesto durante todos esses anos. Aproveito para parabenizar toda a equipe pela excelência das atividades”, afirmou Carlos Turola, presidente do grupo Rodovisa. Já para a DHL, ganhar novamente o prêmio demonstra o compromisso da empresa e dos colaboradores com a prestação de serviços de qualidade, visando a satisfação total dos clientes. “Além de ser a melhor comissária de despachos, fomos premiados também como melhor cadeia logística, na categoria Linha Azul, juntamente como nosso cliente Dell. Tudo isso

só reforça a agilidade e segurança de nosso trabalho, somados ao cumprimento cabal das normas aduaneiras do país”, concluiu Homero Vecchi, Value Added Services Head Brazil. Além das categorias já definidas no ano passado, nesta edição, o prêmio trouxe novidades: Melhor Planta e Destaque Recof. As duas novas premiações foram entregues para as empresas Samsung Eletrônica da Amazônia e Flextronics, respectivamente. Na ocasião, estiveram presentes autoridades, diretores e executivos das principais empresas do mercado de comércio exterior, bem como, seus colaboradores, que foram surpreendidos com show exclusivo da cantora Luiza Possi para finalizar a cerimônia.




Acadêmico

Autores: Ana Paula Reis Noletto Sérgio Adriano Loureiro Orlando Fontes Lima Júnior LALT – Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo - UNICAMP

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Embalagens inteligentes na logística de carga: ganho de desempenho para a cadeia de suprimentos Atualmente Embalagens inteligentes são aquelas que possuem dispositivos que permitem o monitoramento e a identificação dos pontos críticos de controle através da obtenção de informações detalhadas sobre o produto ou o ambiente de exposição ao longo da cadeia de suprimentos. Essas embalagens possibilitam grandes avanços no controle logístico e no acompanhamento das condições dos produtos tanto no estoque da empresa quanto no transporte e distribuição. Parâmetros como temperatura, umidade relativa, exposição a luminosidade, pressão, composição gasosa, vibração, entre outros, podem ser registrados ou monitorados em tempo real indicando, desde a necessidade de atualização da rota de distribuição até uma possível perda de qualidade ou deterioração completa do produto.

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Ana Paula Reis Noletto Pesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem - CETEA/ ITAL. Doutoranda em Engenharia de Transportes pela FEC -Unicamp anapaula@ital.sp.gov.br

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O conceito pode se ilustrado através do uso de embalagens inteligentes para alimentos frescos, refrigerados ou congelados, para os quais o monitoramento de parâmetros como a temperatura gera um significativo diferencial à cadeia de suprimentos uma vez que esses produtos devem ser mantidos dentro de uma faixa de variação de temperatura aceitável para se manterem íntegros. Outro exemplo é a utilização dessas embalagens para equipamentos eletrônicos, sensíveis a vibrações e choques, onde o monitoramento pode identificar as acelerações às quais os mesmos foram submetidos durante transporte e seu local de ocorrência possibilitando a tomada de ações que promovam a diminuição de avarias. (Dainelli et al., 2008; Vanderroost et al., 2014).

Sérgio Adriano Loureiro Doutor em Engenharia Civil com enfase em Transportes pela FECUNICAMP. Pesquisador do LALT - Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes loureiro@fec.unicamp.br

Orlando Fontes Lima Jr. Livre Docente e Professor Associado da FEC-UNICAMP. Coordenador do LALT – Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes. oflimaj@fec.unicamp.br

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Sensores Os sensores são utilizados, em geral, para identificar os mesmos parâmetros dos indicadores (tempo, temperatura, etc.), porém apresentam tecnologia mais avançada que inclui elementos receptores e transmissores. Isso permite que esses dispositivos, além de coletar e armazenar de dados possam enviar de forma remota essas informações.

FIGURA 1. Exemplo de monitoramento de produtos com uso de embalagens inteligentes.

Tecnologias Disponíveis A Active and Intelligent Packaging Industry Association – AIPIA, associação que congrega empresas fabricantes e usuárias de embalagens inteligentes identifica em seu site os indicadores e sensores, incluindo os Wireless Sensor Technologies (WST), como as principais tecnologias disponibilizadas pelas indústrias para soluções em embalagens inteligentes que contribuem para a gestão da cadeia de suprimento. Essas tecnologias e sua aplicação na logística de distribuição de produtos são descritas a seguir. Indicadores Proporcionam uma informação a respeito de uma condição a qual o produto está sujeito ou foi submetido, como, por exemplo, uma exposição à temperatura muito elevada ou muito baixa. A informação é feita, em geral, de forma visual através da mudança de cor ou de sua intensidade na embalagem (Figura 2). Dentre os principais parâmetros identificados pelos indicadores temos: tempo, temperatura, gases ou vapores como CO2, O2, vapor de água e etanol (Dainelli et al., 2008; Vanderroost et al., 2014)

FIGURA 2. Indicador de temperatura de exposição da OnVu

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Wireless Sensor Technologies (WST) Compreende as tecnologias sem fio como Auto ID e WSN. O Auto ID permite a identificação e captura de dados do produto de forma remota, com grande capacidade de armazenamento de dados e leitura de vários produtos de forma simultânea. Essas vantagens trariam a redução do tempo de manuseio e inspeção e a precisão e confiança na transmissão dos dados obtidos. Estão inseridos nesse grupo os sistemas RFID (Radio Frequency IDentification, NFC (Near Field Communication) e QR-code. a) Sistemas RFID Os sistemas RFID são compostos por três componentes principais: etiqueta (que consiste de um microchip ou transponder munido de antena), leitor (que realiza a leitura e grava na etiqueta) e um processador que armazena os dados e gerencia as informações (Garcia et al, 2009). Na etiqueta é feita a gravação das informações referentes ao produto e a mesma deve ser fixada na embalagem. O leitor é o responsável por gerar um campo de leitura através de emissão de ondas de radiofrequência. Uma vez dentro do campo de leitura, a etiqueta “reflete” parte dessa radiofrequência de volta para o leitor junto com as informações gravadas sobre o produto. O leitor repassa as informações obtidas para um processador para gerenciamento das informações (Barbosa, 2011). Existem três tipos de dispositivos RFID disponíveis no mercado: sistema passivo - etiquetas que não possuem bateria e são alimentadas pelo leitor. As ondas de rádio frequência vindas do leitor encontram a etiqueta. Ao mesmo tempo em que a etiqueta retira energia das ondas do leitor, ela envia as informações codificadas que estão em sua memória; sistema ativo - etiquetas com bateria que pode alimentar a etiqueta de forma parcial ou completa;

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Acadêmico

sensores de condição - etiquetas e/ou dispositivos que têm bateria e monitoram parâmetros (como temperatura e umidade) além de se comunicar com outros dispositivos. As possibilidades de utilização de sistemas RFID em embalagens geram uma grande perspectiva no contexto da logística. O rastreamento da carga, o monitoramento de características do ambiente como temperatura, umidade relativa e concentração de gases e o registro das acelerações provocadas pelo modal de transporte geram um relatório completo do que ocorre com a embalagem/produto ao longo da distribuição. No entanto, os estudos apontam significativas falhas de leitura do RFID quando: o produto acondicionado na embalagem possui alto teor de água, quando a velocidade de movimentação do palete é alta, quando são usadas embalagens metálicas e conforme o tipo de formação do arranjo do palete (Singh et al., 2009; Singh et al., 2010). b) Near Field Communication ou Comunicação por campo de proximidade Possibilita a transmissão de dados entre objetos que estão a curta distância. Para produtos acondicionados em embalagens com essas tecnologias, o sistema permite a transmissão de especificações técnicas dos produtos dispensando, por exemplo, a necessidade da presença física de um vendedor para tirar as dúvidas (Figura 3).

FIGURA 3. Utilização de sistema NFC para obtenção rápida de informações sobre o produto através de smartphones.

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Wireless sensor networks (WSNs) ou Rede de sensores sem fio Essa tecnologia oferece uma rede wireless de nós sensores que se comunicam entre si combinada com a leitura de parâmetros como temperatura, umidade, vibração, entre outros. A principal diferença entre um sistema WSN e um sistema de RFID é que os dispositivos RFID não têm capacidades de cooperação, enquanto WSN permitem diferentes topologias de rede e comunicação com múltiplos saltos (Ruiz-Garcia, 2009). Dispositivos inteligentes Algumas empresas de transporte da Europa já disponibilizam para seus clientes dispositivos inteligentes que, uma vez colocados na caixa de transporte, monitoram um conjunto de parâmetros em tempo real. A Figura 4 apresenta um exemplo deste dispositivo.

FIGURA 4. SenseAware da FEDEX. Exemplo de sistemas de monitoramento em tempo real.

Embalagens inteligentes e o conceito de Internet of Things (IoT) Uma vez que as informações provenientes das embalagens inteligentes são monitoradas em tempo real é possível compartilhá-las de forma remota (através da internet) com outros dispositivos (como computadores, celulares e tablets) para que todos os dados sejam alocados em um quadro operacional comum permitindo inúmeras aplicações. Esse modelo se refere ao conceito de Internet of Things (IoT) que na área de logística visa principalmente o monitoramente e gerenciamento remoto dos itens transportados (Karakostas, 2013). Segundo Gubbi et al. (2013) são necessário 3 componentes que permitem a IoT: “Hardware – composto por sensores, atuadores (que realizam um comando recebido de outro dispositivo) e sistemas de comunicação Middleware - ferramentas de armazenamento sob demanda e computação para análise de dados www.cargonews.com.br


Apresentação - ferramentas de visualização e interpretação de fácil compreensão que possam ser amplamente acessados de diferentes plataformas e que possam ser projetados para diferentes aplicações” (Gubbi et al., 2013). A IoT também possibilita a tomada de decisões, em tempo real, ao longo da cadeia de suprimentos alterando vida de prateleira de produtos, rotas de entrega, atualização de inventários podendo atingir uma condição de operações reorganizadas de forma autônoma Limitações Apesar das inúmeras possibilidades que as embalagens inteligentes podem proporcionar ainda há desafios a serem transpostos. O custo elevado e as restrições de legislações ainda limitam o uso dessas embalagens. Além disso, muitos fabricantes e varejistas temem que esses sistemas evidenciem as falhas de controle que podem ocorrer durante o transporte e a distribuição de seus produtos (Dainelli et al., 2008).

Referências Bibliográficas DAINELLI, D.; GONTARDB, N.; SPYROPOULOSC, D.; BEUKEND, E.Z.V.D.; TOBBACK, P. (2008) Active and intelligent food packaging: legal aspects and safety concerns. Trends in Food Science & Technology, v. 19, n. 2008, p. S103–S112. GUBBI, J; RAJKUMAR, B, MARUSIC, S. and PALANISWAMIA, M. (2013) Internet of Things (IoT): A vision, architectural elements, and future directions. Future Generation Computer Systems, v. 29, n. 7, p. 1645–1660, set. 2013. KARAKOSTAS, B. A DNS (2013) Architecture for the Internet of Things: A Case Study in Transport Logistics. Procedia Computer Science, v. 19, n. Ant, p. 594–601. SINGH, J., SINGH, S. P., DESAUTELS, K., SAHA, K. and OLSEN, E. (2010), An evaluation of the ability of RFID tags to withstand distribution of fresh produce in the RPC pooling system. Packaging Technology Science, 23: 217–226. doi: 10.1002/pts.891. SINGH, S. P., MCCARTNEY, M., SINGH, J. and CLARKE, R. (2009), RFID research and testing for packages of apparel, consumer goods and fresh produce in the retail distribution environment. Packaging Technology Science, 21: 91–102. doi: 10.1002/pts.782. VANDERROOST, M.; RAGAERTA, P.; DEVLIEGHEREA, F. and DE MEULENAERB, B. (2014) Intelligent food packaging: The next generation. Trends in Food Science & Technology, v. 39, n. 1, p. 47–62. RUIZ-GARCIA, Luis; LUNADEI, Loredana; BARREIRO, Pilar; ROBLA, Ignacio. (2009) A Review of Wireless Sensor Technologies and Applications in Agriculture and Food Industry: State of the Art and Current Trends. Sensors 9, no. 6: 4728-4750.


Opinião

Tecnologia, Tendências e Descontinuidades

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e forma cada vez mais notável, vivemos em ilhas particulares de edição. Assim, e desta forma, arrisco parafrasear o poeta Fernando Pessoa, e o faço quando entendo que nos dias atuais “...navegar na internet é preciso, viver não é preciso”, ou então, acrescento-me tamanha ousadia e digo mais, “...inovar é preciso, viver não é preciso”. Neste contexto, existem algumas variáveis que dificilmente se esgotam, ou seja, a rápida mudança tecnológica derivada da alta velocidade da informação acaba por produzir efeitos que eliminam tendências até então entendidas como verdades universais e as desmistificam, gerando a todo tempo novas arquiteturas ideológicas que se destacam como novas tendências. Sendo assim, inovar é reinventar o passado amparado em bases sólidas de conhecimento, tecnologia e informação e, por esse motivo, criar novas soluções para problemas antigos gerando, inclusive, novos problemas. Existe uma lógica sistêmica conhecida como ‘destruição inovadora’ que pode ser compreendida pela dinâmica acelerada do mundo contemporâneo quando criar novas necessidades de consumo é dar

Chayene Martini, professor da Faculdade Metrocamp do Grupo IBMEC

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fôlego ao mercado de consumo em massa, no qual somos engendrados alimentando nossa própria sociedade de mercado, ampliando a demanda e aquecendo a economia. Não faz muito tempo que alguns renomados senhores criavam paradigmas, obviamente superados, acerca de suas próprias inovações tecnológicas. Um exemplo foi o então presidente da IBM em 1943, Thomas J. Watson, deixando registrada sua percepção de futuro em relação aos computadores afirmando acreditar que: “... talvez, exista um mercado mundial para cerca de cinco computadores.” Um erro de proporções históricas, olhando pela janela do ano de 2014. Existem muitos outros exemplos como o mencionado anteriormente onde expoentes de suas gerações continuavam a criar paradigmas acerca do futuro dos meios de informação, assim como fez o jornal The New York Times em abril de 1939 ao emitir a seguinte opinião: “... a Televisão não dará certo, pois a população americana não ia‘aguentar ficar muito tempo olhando para aquela caixa!” Pois bem, não foi bem assim que a história se perpetuou. Hoje, na era da informação, as pessoas estão conectadas à internet, olhando ‘caixas’ luminosas o tempo todo, seja em seus computadores pessoais, smartphones ou mesmo na sala de suas casas assistindo um telejornal em um televisor gigante de 60 polegadas, ou mais. E não são apenas esses elementos que conjugam o arcabouço mercadológico derivado do avanço tecnológico, pois inclusive a análise de investimento nos mais diversos mercados para fundamentar um planejamento estratégico de lançamento de um novo produto, um serviço ou para um reposicionamento ocorre de forma eficiente apenas com ampla base de informações sobre esses respectivos mercados. Como não é possível ‘adivinhar’ como será composto ou definido o amanhã, podemos considerar que, “o futuro não é uma mera extrapolação ou pro-


jeção do passado ou do presente. O futuro é o novo, o diferente, mais complexo, mais rico, cheio de ameaças, mas repleto de oportunidades, para quem souber identificá-las e aproveitá-las adequadamente”. Normalmente, essas oportunidades estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento das mais diversas ferramentas de tecnologia da informação. Sendo que essas ferramentas são extraídas de informações sobre as variações no ambiente externo e que podem afetar de forma leve ou profunda os negócios ou as atividades das instituições, de seus clientes, de seus concorrentes, de seus fornecedores ou da sociedade em um aspecto geral. Uma vez diagnosticadas estas tendências no ambiente externo à organização, podem ocorrer descontinuidades em um espaço de tempo muito curto, como por exemplo, uma tendência de aumento considerável do número de pessoas que têm acesso à internet com capacidade mínima e optam por começar a realizar transações comerciais por computador,

pode ocasionar um aumento no número de adesões à internet. Desta forma, cada vez mais os investimentos aumentam nesse setor, ampliando a economia através de conceitos emergentes, entretanto, gerando rupturas e descontinuidades em outros setores, podendo causar uma redução de lojas convencionais ou de agências bancárias tradicionais que passam, então, a serem substituídas pelo e-commerce, por exemplo. Por fim, derrubando muros e construindo pontes, não custa lembrar que, em um determinado momento e ao seu tempo, Ken Olsen, fundador da Digital Equipment Corporation afirmou: “Não há nenhuma razão para que alguém queira ter um computador em casa”. Errado, caro Kenneth Olsen, pois o futuro está cada vez mais próximo podendo ser a hora, o minuto ou até mesmo o segundo seguinte. O futuro é uma ilha de edição onde os algoritmos mudam a todo instante.


Colunista

Economia e Indústria Por Adauto Roberto Ribeiro

Um dos grandes problemas da economia brasileira nos últimos anos tem sido a manutenção de uma baixa taxa de investimentos em relação ao PIB, o que tem gerado um processo de retração na atividade industrial. A produção industrial não tem se desenvolvido no mesmo ritmo do PIB, o que gerou um decréscimo na participação relativa da indústria na economia nacional. Esse fenômeno tem efeitos perversos a longo prazo, como a diminuição do dinamismo da economia, do nível de empregos industriais, da competitividade dos produtos manufaturados nacionais no mercado internacional, da ameaça de expansão dos déficits na balança de transações correntes do país com o exterior e, no limite, da expansão do processo de desindustrialização em curso, como já vem ocorrendo em diversas economias do mundo. O que significa dar um passo atrás no processo de desenvolvimento econômico. Este processo de perda de participação da indústria na economia nacional me fez recuperar a leitura sobre Schumpeter, um economista do século passado, mas com muita coisa a dizer sobre indústria e desenvolvimento econômico. A exposição de Schumpeter sobre o funcionamento do sistema econômico e, em especial, sobre desenvolvimento econômico, o associa ao movimento de incorporação de inovações ao processo produtivo. A inovação para ele era uma variável endógena ao processo produtivo; resultante de uma complexa interação de interesses e comportamentos oriundos de estratégias empresariais, estabelecidas em um ambiente determinado pela ação de instituições. Estas sim, responsáveis pelas regras mais gerais de funcionamento da sociedade. Assim, a inovação, e o ambiente no qual ocorre, passou a ser um elemento central para a explicação do crescimento na economia capitalista. Nesse contexto, a indústria se coloca como determinante do processo dinâmico da economia, sendo o local por excelência do desenvolvimento de inovações, o que gera a competitividade das economias e dos países nos quais este processo se dá em um ambiente virtuoso. Assim, empresas, organiza50 | RCN

ções setoriais e instituições, dentre elas, o Estado, formam o arranjo no qual as inovações ocorrem e o processo produtivo evolui, gerando o desenvolvimento econômico. A não existência de um aparato institucional de apoio ao desenvolvimento tecnológico e de apoio aos investimentos produtivos, ou sua ineficácia, faz com que determinados arranjos industriais pré-estabelecidos tendam à estagnação e ao desaparecimento. Temo que em parte este movimento esteja ocorrendo na economia brasileira; dado que a política econômica apresenta como foco apenas a estabilidade, o que implica na preocupação com apenas um dos elementos importantes para o investimento produtivo. Os dados de investimento em formação bruta de capital e em pesquisa e desenvolvimento no país estão muito abaixo do necessário para manter a economia competitiva, frente aos novos arranjos produtivos que emergiram na última década no cenário econômico internacional. Sem recuperar investimentos e um arranjo institucional favorável á inovação, a indústria brasileira continuará seu processo de lenta desindustrialização em direção a reprimarização do seu sistema produtivo. Assim, cabe enfatizar que a situação industrial no país é extremamente delicada, e faz-se necessário que o Estado e o mercado, expresso na ação das empresas, desenvolvam faces de interação mais amigáveis e dinâmicas para estimular a formação de um ambiente mais propício aos investimentos. É fundamental o estabelecimento de planos e projetos de longo prazo capazes de apresentar uma trajetória de desenvolvimento, na qual os investimentos se concentrarão. Neste aspecto, o ambiente institucional é fundamental, assim como as rotinas que permitem a estabilização destes investimentos. Cabe ao Estado o grande papel de coordenador deste processo, papel este que não pode ser executado por nenhum outro agente.

Adauto Roberto Ribeiro

Diretor adjunto do Centro de Economia e Administração PUC Campinas


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Opinião

Novo ano novo Por Luiz Antonio

Chegamos ao final de 2014. Ano cheio de altos e baixos, picos e vales. Ano de eleições, de Copa do Mundo, do histórico 7 a 1 da vitória da Alemanha sobre o Brasil, na época comandada pelo arrogante Felipão, e continuando, Minas Gerais se consolida como a ‘capital nacional do futebol’, em razão do rosário de títulos conquistados pela dupla Cruzeiro e Atlético. Desbancando assim, os milionários mercados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Bem, pelo menos nos últimos 30 meses, bem mais quero falar do Cruzeiro, a Raposa. O time mineiro resolveu se planejar depois do susto que quase o levou a 2ª divisão. Contratou um técnico equilibrado, deu moral, força e ouviu suas sugestões. Fez o dever de casa. A partir daí, Marcelo Oliveira foi a campo trabalhar e o fez bem, apesar de ter sido uma estrela de primeira grandeza do rival Galo. Como estudioso, Marcelo com a diretoria, traçou os objetivos de acordo com a receita do clube. Com um elenco sem estrelas, Marcelo levou ao time três títulos importantes e um vice. Isso resulta, como se sabe, em receitas: o Cruzeiro fez pelo menos 7 finais, com jogos decisivos e cerca de 40 mil pessoas, gerando rendas superiores aos milhões de reais. A premiação para o campeão ou vice é um valor respeitável, o Brasileirão deve ser em torno de 10 milhões de reais. Outra coisa, a torcida entendeu e respondeu ao chamado do clube. É uma grana respeitável! Um bom planejamento, e perseguir objetivos trouxe a diferença. E de quebra fez o craque do campeonato. Acho que é tempo de pensar e planejar para 2015. Feliz 2015!

Luiz Antonio Guimarães

Publicitário, consultor em comunicação e marketing e cruzeirense

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