NENHUM SER SE REPETE
Carla Vale Lucas
NENHUM SER SE REPETE nenhum ser se repete. nenhum querer se desenlaça de um só ser. pulsa no vazio que cresce resguarda a luz e distante enaltece a fuligem de um tempo que reluz nenhum ser se repete na loucura insana do querer. nenhum ser guarda rescaldo nas intempéries que fazem a alma sofrer. adormece apenas desatento distanciando primaveras afastando sóis
ancorando invernos
trazendo chuvas
nenhum ser se desacanha nos pólos da esfera celeste do dia ao amanhecer.
Esta é a colina assídua em que desmaio a cada instante. volátil. alegre. triste. aprende a crescer no insípido soluçar do tempo… porque nenhum ser se repete apenas se transforma no aprender qual meridiano do ser
do ter
que cada vez mais vazio enquanto cheio busca novo saber! Carla Vale Lucas (2008)
FICHA TÉCNICA Poesia: Nenhum ser se repete Autora: Carla Vale Lucas Ano: 2008 Publicação: Origens – Revista Cultural Número: 17 (pp. 115) Edição: Câmara Municipal de Santa Cruz