Gabriel Silva 1
Vovó, tomara que você goste da história e vovô, também. Com carinho, Gabriel
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Eu sou um lobo que gosta de ler. Eu estava lendo um livro sobre a floresta e os bosques. Vi uma menina de capuz vermelho pela janela com uma cestinha, fiquei curioso, fui lá e perguntei: – Aonde você vai? Ela com uma voz bem fininha falou que ia lá na casa da vovó dela. Eu estava com tanta fome que falei para ela ir por outro caminho, porque queria chegar antes da menina. Finalmente cheguei, toquei na porta fingindo ser aquela menina estúpida. A vovó com sua voz bem fraca me deixou entrar. Sem pensar duas vezes, eu engoli aquela senhora inocente. Aí chegou a menina e fez algumas perguntas como: – Que orelhas grandes você tem! E eu lá, como se fosse a vovó deitada na cama, respondi: – É para te ouvir melhor, minha querida. – Que olhos grandes você tem! – É para te enxergar melhor. – Que boca grande você tem! Eu respondi:
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– É para te devorar!! Eu devorei ela. Aí chegou um cara com uma espingarda, mas em vez de me matar, cortou minha barriga e tirou a Chapeuzinho e a vovó. Ele costurou minha barriga e me prendeu em uma jaula... eu até achei que ele era cirurgião plástico. Mas aí, passou um tempo, escapei daquela jaula ridícula e voltei para a floresta. No dia seguinte, fui para minha casa e decidi estudar muito para virar expert em matemática. Se passaram umas semanas e a Chapeuzinho passou de novo perto da minha cabana, mas ela não estava com cesta nenhuma. Novamente, perguntei para onde ela ia, e ela respondeu brava que ia para casa da tia dela. Falou que era uma casa vermelha. Deixei ela em paz e procurei várias casas; finalmente encontrei a casa vermelha. Mas em vez de devorar elas duas, toquei na porta e a tia abriu com muito cuidado. Aproveitei a oportunidade para pôr em prática a minha culinária, porque saindo da jaula decidi virar uma pessoa melhor e perguntei se não podia usar o forno a lenha para fazer minha gloriosa torta de queijo.
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Cozinhei a torta, mas elas estavam desconfiadas. Enquanto eu preparava a torta, elas iam preparando a mesa. Quando terminei e estava pronto para devorar a torta e demos a primeira mordida, a vovó e a Chapeuzinho amaram. Elas até pediram para cozinhar sempre lá e eu aceitei. E numa bela manhã fui no campo colher ervas para o café da manhã, quando eu estava colhendo as ervas ouvi barulhos de pessoas e eu fui até lá. Era a cidade, e sem pensar duas vezes eu me disfarcei de arbusto para ver como era lá. Dei uma olhada e vi que as pessoas usavam casaco de pele de lobo e vi que a marca era SKIN LOX. Voltando para casa, contei para tia e para a Chapeuzinho e elas falaram que essa marca era horrível. A gente foi procurar a fábrica e achamos. Até me lembrei de quando eu procurava a casa da vovó, que já faz cinco anos.
Olhamos em volta da fábrica e conseguimos achar um frasco de sangue de lobo. Depois disso conseguimos entrar na fábrica e achamos o caçador que tinha me prendido cinco anos atrás. A gente se tocou que ele só tinha me cortado para pegar o meu sangue. Eu não sei como a gente só tinha percebido isso agora. Duas semanas depois, fizemos uma campanha para não fazerem mais casacos de pele de lobo. A fábrica ficou contra a nossa campanha e teve que ter um julgamento no tribunal. No final conseguimos fechar acordo,
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tudo foi resolvido. Ficou decidido que eles iam parar de fazer casaco de pele de lobo. Ficamos cada um na sua casa, me deram o nome de Douglas e eu fiquei com uma ursa que se chamava Beatriz. A Chapeuzinho ficou morando com a tia, todos ficaram felizes. Acabei ganhando muito dinheiro porque abri a venda de torta de queijo. A Chapeuzinho e sua tia iam lá todo dia. Mas a vovó já tinha morrido e nem tive tempo para pedir desculpas para ela. Sobre aquela coisa que aconteceu na casa da vovó, eu nem quero falar sobre isso, porque eu era mau naquela época.
MORAL DA HISTÓRIA: Não faça igual ao lobo, sempre seja uma pessoa boa e siga a sua vida em frente.
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