Apresentação
O que significa “ser diferente”? Em poucas palavras, ser diferente é não ser igual. Ter uma diferença significa, de forma simples, não integrarmos uma categoria ou não apresentarmos uma correspondência a uma referência num dado processo de comparação. Existem tantas variáveis possíveis nessa equação que certamente sempre encontraremos simultaneamente aspectos que nos aproximam e aspectos que nos distinguem quando nos comparamos a alguém.
Em verdade, todo mundo é diferente — felizmente! Ser diferente é o mesmo que ser único. E isso significa que não existe mais ninguém que seja como nós em toda a humanidade. São as diferenças — de gênero, orientação sexual, classe social, raça e etnia, religião, características físicas, traços de personalidade, dentre muitas outras — que fazem a sociedade ser tão rica.
Neste número da revista Ler, convidamos você, leitor/a e profissional do Vera, a conferirem 142 indicações de leitura que contemplam a diversidade. São 98 obras de literatura infantil, 3 juvenil e 8 adulta, além de 33 livros informativos.
Boa leitura!
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As sinopses das publicações a seguir fazem parte do material de divulgação das editoras.
Indicações
do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz
Literatura infantil
LERAY, Marjolaine. Abril, o peixe vermelho. Traduzido por Lilia Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2014. 44 p., il.
Abril era um peixinho que se sentia meio fora d’água. Como era de se esperar, ele não se contentou com sua vida entre quatro paredes de vidro: bolou um plano e partiu em busca de novos horizontes...
BRENMAN, Ilan. Agora! Ilustrado por Guilherme Karsten. São Paulo: SESI-SP, 2017. 32 p., il. (Quem lê sabe por quê).
Inspirado por um comentário de sua filha, Ilan Brenman desenvolveu esse livro que mostra a simultaneidade da vida de várias crianças ao redor do mundo. As diferenças de cada uma delas estão registradas com humor e leveza, e as diferenças de costumes, cultura e hábitos dos mais diversos países e povos marcadas com cores vivas.
ROCHA, Eliandro. Amigo secreto. Ilustrado por Sandra Lavandeira. São Paulo: Callis, 2016. 32 p., il.
Um amigo secreto pode ser de vários jeitos, pode ser corajoso ou covarde, divertido ou sério, nadador ou corredor, alto ou baixo. Não importa como ele é, desde que seja seu amigo. Neste livro, Eliandro Rocha nos mostra o poder da amizade em superar qualquer tipo de diferença.
KÖNNECKE, Ole. Anton e as meninas. Traduzido por Mônica Stahel. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. 32 p., il.
Homes e mulheres são bem diferentes. Meninos e meninas também. Anton quer impressionar as meninas. Só que elas nem dão bola, porque não gostam de gente exibida. Mas, quando Anton mostra sua fragilidade, elas o tratam com carinho. Assim é no tanque de areia. Assim é no mundo todo.
8 Revista Ler
URBERUAGA, Emilio. Anuk, Bobuk, Tontuk e uma foca branca. Traduzido por Dolores Prades. São Paulo: Livros da Matriz, 2013. 32 p., il.
Os pequenos ursos polares Bobuk e Tontuk gostavam de brincar de esconde-esconde com seu irmão Anuk porque ele sempre era o primeiro a ser encontrado. Como um bombom de chocolate num copo de leite! É que Anuk era diferente… Humor e poesia são elementos dessa fábula sobre diferenças e preconceitos.
JEFFERS, Oliver. Aqui estamos nós: notas sobre como viver no planeta Terra. Traduzido por Yukari Fujimura. São Paulo: Salamandra, 2018. 42 p., il.
Oliver Jeffers nos convida a refletir sobre o imenso planeta que nos acolhe e, principalmente, sobre a vida que levamos nele. Assumindo a voz de um pai que está conversando com seu filho recém-nascido, o autor nos apresenta o planeta sob diversos pontos de vista. Assim, com pequenos conselhos que valorizam a vida, o carinhoso pai repassa ao filho singelas e divertidas lições de sobrevivência na Terra. E, entre tantas importantes reflexões, uma delas com certeza ficará mais forte na mente do jovem leitor: não estamos sozinhos aqui. Como uma gota no oceano, somos apenas um entre os bilhões de seres vivos que vivem sobre a Terra. Assim, fica fácil compreender por que partilhar, tolerar e respeitar são verbos fundamentais para o nosso manual de sobrevivência!
EDUAR, Gilles. As asas do crocodilo. Traduzido por Mônica Stahel. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2019. 36 p., il.
Juca era um crocodilo engraçado. Debaixo de sua camiseta vermelha, escondiam-se duas asas. Um dia, aos cuspir fogo, ele afugentou todos os seus amigos. Mas, graças a Pelicano, Juca aprendeu a se aceitar e a se tornar um dragão de verdade.
TABUAS, Mireya. Azul e vermelho. Ilustrado por Patricia Van Dalen, Ricardo Báez. Traduzido por Rubia Prates Goldoni. São Paulo: Peirópolis, 2015. 58 p., il.
Ninguém pensa igual. Há os que gostam do azul e têm motivos de sobra para isso, e há os que preferem o vermelho, e têm toda razão também. Muitas vezes dentro da nossa própria casa é assim. E com certeza é assim no mundo lá fora: amigos, vizinhos, as pessoas na rua, na escola, e até na televisão — os artistas, os políticos… Impossível não reconhecer as diferenças no mundo.
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SILVA, Ingrid. A bailarina que pintava suas sapatilhas. Ilustrado por Monge Lua. Rio de Janeiro: Globinho, 2023. 32 p., il.
Neste livro, Ingrid Silva divide com os pequenos leitores sua história no balé, desde a infância no subúrbio carioca até sua experiência na Dance Theatre of Harlem, de Nova York, quando se torna mundialmente conhecida. Ingrid conta como enfrentou preconceitos raciais e sociais e inspira as crianças a se descobrirem através de sua trajetória. O livro conta ainda com um glossário e transmite valores importantes para as crianças, destacando o respeito à diversidade de pessoas de cores, corpos, gêneros e estaturas diferentes no mundo da dança ― e na sociedade. Além disso, incentiva-as a ser o que quiserem e a não desistirem de seus sonhos.
HEENA BAEK. Balas mágicas. Traduzido por ARA Cultural. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2022. 44 p., il.
Dong Dong é um menino solitário que prefere brincar de bolinha de gude com seu cachorro a jogar bola com os outros garotos. Mas, quando ele compra um saco de balas mágicas e passa a ouvir novos sons, Dong Dong tem que deixar a timidez de lado para encarar algumas conversas com pessoas - e seres - muito inusitados.
MOREYRA, Carolina; MORAES, Odilon. Bia e o Elefante. 2. ed. São Paulo: Jujuba, 2021. 28 p., il.
Bia e o Elefante são inseparáveis e completamente diferentes. Bia gosta de brincar lá fora, e o Elefante prefere ficar dentro de casa. Um gosta de correr, outro de andar devagar. Mas todas essas oposições não os impedem de serem grandes amigos.
ALPHEN, Jean-Claude. Bruno & João. São Paulo: Jujuba, 2009. 32 p., il.
Sabe aquelas amizades de infância, em que a gente não larga o amigo por nada? Assim era Bruno e João. Os dois eram muito diferentes em tudo e eram essas diferenças que completavam a amizade e protegiam em momentos em que situações de bullying magoavam e chateavam. Uma delicada história de amizade para toda a vida.
KING, Stephen Michael. O caracol e a tartaruga são amigos. Traduzido por Gilda de Aquino. São Paulo: Brinque-Book, 2015. 32 p., il.
Uma amizade inusitada mostra que uma boa companhia pode fazer qualquer dia ficar melhor.
10 Revista Ler
GAY, Marie-Louise. Caramba. Ilustrado por Marie-Louise Gay. Traduzido por Thais Rimkus. 2. ed. São Paulo: Callis, 2009. 34 p., il.
Numa história em que todos os gatos sabiam voar, Caramba era um gato diferente. Tinha o pelo macio e um longo rabo listrado. Comia peixe. Ronronava. Mas vivia se perguntando: “O que eu tenho de errado? Por que sou diferente? Por que não sei voar?”. Somente quando descobre suas próprias qualidades, Caramba consegue compreender que ninguém precisa ser igual a ninguém
ALEMAGNA, Beatrice. Os cinco esquisitos. Traduzido por Carlo Alberto Dastoli. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. 38 p., il.
Eram cinco. Cinco esquisitos. Eles não conseguiam fazer nada na vida, nem tinham vontade de fazer grande coisa. Certo dia, ninguém sabe de onde, chegou um sujeito extraordinário. Com ilustrações e texto bem-humorados, Beatrice Alemagna mostra que às vezes as esquisitices são muito menos esquisitas e as perfeições muito menos perfeitas do que parecem.
TOGNETTA, Luciene Regina Paulino. As cinco saias. Ilustrado por Paulo R. Masserani. Americana: Adonis, 2013. 24 p., il. (Pode ou não pode?).
Cinco meninas, uma, diferente. Será que ficarão iguais novamente?
BAUMGART, Klaus; SCHWEIGER, Til. O coelho sem orelhas. Traduzido por Ilse Luder. São Paulo: Panda Books, 2012. 56 p., il.
O coelho é um bichinho de pelo fofo, rabo redondo, bigodes compridos e belas orelhas. Porém, certa vez, nasceu um coelho... sem orelhas! Mesmo sendo diferente, ele podia fazer tudo o que os outros coelhos faziam, só que ninguém queria ser seu amigo. Num belo dia, ele encontrou um ovo. Depois de tentar, sem sucesso, achar o seu dono, o coelho resolveu cuidar do ovo, com a esperança de encontrar ali um amigo como ele, sem orelhas. Quando o ovo quebrou, algo inesperado aconteceu!
O livro trata do respeito à diversidade e do preconceito de forma divertida e poética, mostrando que todos podem ter amigos, independentemente de suas características.
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SILVA, Flávia Lins e. Como somos. Ilustrado por Gabriela Gil. Rio de Janeiro: Globinho, 2021. 32 p., il.
Matias, um menino curioso, aguarda ansiosamente o nascimento de sua irmã. Há tempos ele quer alguém com quem possa brincar e compartilhar as descobertas da infância. Depois que Marina nasce com síndrome de Down ele aprende que cromossomo não faz diferença, é só uma chance de aprendermos como somos. Neste livro é possível ver como Matias e sua família aprendem a lidar com as incertezas e os questionamentos sobre as diferenças de cada pessoa. Com amor e acolhimento, eles se entendem e se aceitam como são e descobrem que, juntos, é possível construir novas possibilidades.
RAMPAZO, Alexandre. A cor de Coraline. Rio de Janeiro: Rocquinho, 2021. 34 p., il.
Coraline ouviu de Pedrinho a pergunta que achou difícil: me empresta o lápis cor de pele? Aí começou a aventura da menina que fica indagando qual seria a cor da pele. Ela olhou todas as cores de sua caixa de lápis. Pequena, tinha apenas doze. Coraline repassou todas as cores e descobriu maravilhada que cada cor de pele é bonita, cada cor tem uma razão, cada cor significa uma pessoa, um jeito de ser. De cor em cor, ela percebeu que não importa o tom de pele, todos são iguais. E então também soube que linda é a cor de sua pele.
FURNARI, Eva. Dauzinho. Ilustrado por Eva Furnari. São Paulo: Moderna, 2002. 32 p., il. (Os bobos da corte).
Dauzinho, herdeiro do trono de Foncé, aproveitou que seus pais saíram para uma viagem de férias, e resolveu pregar uma peça nos empregados do reino. Logo ele! O precioso filho único do rei e da rainha resolvera sumir. Enquanto todos se descabelavam à procura de Dauzinho, o príncipe peralta estava passeando calmamente pelo mercado da praça. Quanta novidade! E quanta diversidade! As pessoas, os seus trajes, as suas maneiras... Tudo estava tão diferente daquilo que Dauzinho estava acostumado a ver... O príncipe achou que, na ausência dos pais, podia dar um jeito nessas “diferenças” criando algumas leis bem malucas que pudessem tornar todos iguais. Vocês podem imaginar o que aconteceu lá no reino de Foncé?
LEÃO, Liana. Diferentes: pensando conceitos e preconceitos. Ilustrado por Márcia Széliga. São Paulo: Elementar, 2005. 32 p., il.
Desde criança, aprendemos os mais variados conceitos sobre tudo o que existe no mundo. Disso vem nosso entendimento pessoal sobre cores, gostos e pessoas, e sobre o que é certo e errado. Junto vêm também os preconceitos, que nos levam a esquecer que a vida é feita de ideias variadas e que o mundo seria muito triste se tudo fosse igual.
12 Revista Ler
BOSSIO, Paula. Os direfentes. Traduzido por Márcia Leite. São Paulo: Pulo do Gato, 2018. 38 p., il.
Ao andar pelas ruas, logo pela manhã, uma menina fica desconcertada ao se dar conta que existe algo estranho em cada pessoa que encontra pelo caminho: no ponto de ônibus, no parque, nas ruas, na escola, na lanchonete... Assim que chega em casa, sua sensação de estranhamento se esvai e ela se sente segura e confortável junto a seus pais. E sua mãe lhe garante que sua família não é diferente. Mas será que é assim mesmo?
BELINKY, Tatiana. Diversidade. Ilustrado por Fê. São Paulo: Quinteto Editorial, 1999. 36 p., il. (Camaleão).
Os versos da autora mostram que não basta reconhecer que as pessoas são diferentes. É preciso respeitar as diferenças, seja no aspecto físico, no comportamento ou na personalidade. Essa diversidade está na cor da pele, na textura do cabelo, nos humores ou no temperamento, fatores que não tornam as pessoas melhores ou piores, mas diferentes, como todos os seres humanos.
FURNARI, Eva. Drufs. São Paulo: Moderna, 2016. 32 p., il. (Miolo mole).
Neste livro você poderá ler certas coisinhas interessantes (ou desinteressantes) que os alunos da professora Rubi escreveram sobre suas próprias famílias. Esse é o mote utilizado pela autora para trazer, de maneira sensível e divertida, as diferentes possibilidades que encontramos para nos expressarmos em nosso mundo. Descobrimos que todos somos, cada qual à sua maneira, muito parecidos com os pequenos seres criados pela autora.
MAXEINER, Alexandra. É tudo família!: sobre a filha da nova namorada, sobre o irmão da ex-mulher do pai e outros parentes. Ilustrado por Anke Kuhl. Traduzido por Hedi Gnädinger. Porto Alegre: L&PM, 2013. 36 p., il.
De vez em quando, Lucas briga com a irmã Elisa. Júlia não tem irmãos, mas tem tudo em dobro. Davi tem um três-quartos-de-pai que ele adora. Carla e Maurício têm duas mães e dois pais. Carolina está muito triste e não quer ter outra mãe. Paula ganha duas festas por ano: a de aniversário e a de dia da chegada. O pai de Maurício chama-o de pituquinho. Lucinha tem a voz igualzinha à da mãe. Porém, todos têm algo em comum: pertencem a uma família, e toda família é única!
MCKEE, David. Elmer, o elefante xadrez. Traduzido por Mônica Stahel. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. 32 p., il.
Elmer é um elefante terno e brincalhão. Ele faz parte de uma manada em que todos os elefantes são da mesma cor. Só ele não é como seus amigos. Elmer é xadrez, todo colorido. Um dia, Elmer ficou muito incomodado com suas cores: aquilo não era cor de elefante. Mas logo percebeu que cada um é como é.
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BUITRAGO, Jairo. Eloísa e os bichos. Ilustrado por Rafael Yockteng. Traduzido por Márcia Leite. São Paulo: Pulo do Gato, 2013. 40 p., il.
Ao se mudar com o pai para uma nova cidade, Eloísa acaba por se defrontar com um mundo totalmente diferente do que conhecia, no qual se sente um verdadeiro bicho estranho. Com o passar do tempo, tudo o que a assustava começa a ser incorporado com naturalidade a sua rotina. Autor e ilustrador oferecem um terno e renovado olhar sobre problemas sociais, como o deslocamento, o respeito à diversidade e a recusa à intolerância.
MARTINS, Isabel Minhós. Enquanto meu cabelo crescia: pequena novela sobre cortes, penteados, tinturas e outros milagres. Ilustrado por Madalena Matoso. São Paulo: Peirópolis, 2013. 28 p., il.
Os cabelos não são um assunto fácil. Quem os tem lisos, prefere-os cacheados. Quem os tem escuros, acha os loiros mais bonitos. Quem os tem curtos, espera que cresçam depressa… Mila, a cabeleireira desse livro, compreende tudo isto e é capaz de surpreender os clientes com as transformações mais mirabolantes. Mas há mudanças súbitas que nem todos estamos preparados para aceitar. E, um dia, uma pequena tragédia aconteceu entre as paredes do salão…
RIOS, Rosana. Entre cães e gatos. Ilustrado por Bruna Assis Brasil. São Paulo: Editora do Brasil, 2019. 48 p., il. (Mil e uma histórias).
Os pais de Vivi não podiam deixar de notar que a filha se comunicava com seus amigos de quatro patas, mas fingiam não saber de nada. Afinal, quem fala “cachorrês”? As pessoas têm dificuldade de entender aquilo que é diferente. Mas tudo bem. Junto com seu novo amigo Rique (que fala “gatês”, acreditam?), Vivi vai aprender que seu dom pode ajudar muita gente (e até a salvar o bosque do bairro) e ensinar aos leitores que não há nada de errado em ter habilidades especiais.
FRANCO, Blandina; LOLLO, José Carlos. Ernesto. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. 40 p., il.
Às vezes as pessoas dizem coisas sobre as outras sem nem saber direito o que estão dizendo. É o que acontece na vida do Ernesto: ninguém gosta dele, só porque ele não é igual a todo mundo. Nesta história você vai ver o que faz dele tão diferente e pensar: será que ele merece mesmo toda essa solidão?
CANIZALES. Esquisito. Traduzido por Ana Astiz. São Paulo: Salamandra, 2020. 32 p., il.
Estão contratando funcionários para trabalhar na nova mansão. Clemente é um sujeito normal e acha que será fácil conseguir o emprego porque todos os concorrentes lhe parecem muito esquisitos. Mas... as aparências enganam. Quem conseguirá o posto?
Este livro ensina a valorizar a própria identidade e propõe uma reflexão sobre o que consideramos normal e... esquisito.
14 Revista Ler
SCOTT, Jordan. Eu falo como um rio. Traduzido por Julia Bussius. Ilustrado por Sydney Smith. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2021. 46 p. Como você se sentiria se as palavras ficassem presas no fundo da sua boca sempre que tentasse falar? E se elas nunca saíssem do jeito que você espera? Jordan Scott narra a história de um menino com dificuldades na fala, que encontra em seu pai o alicerce capaz de reconectá-lo com o mundo a seu redor e ajudá-lo a encontrar sua voz. Baseado na experiência pessoal do autor, este é um livro para quem se sente perdido, solitário ou incapaz de se adaptar.
OUIMET, David. Eu fico em silêncio. Traduzido por Miguel Del Castillo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021. 52 p., il.
Uma garota tímida e introvertida se sente deslocada no mundo tão barulhento em que vivemos. Mas o poder da imaginação e o conforto dos livros podem trazer a esperança de que sua voz finalmente seja ouvida... Nesta história para pequenos e grandes leitores, somos convidados a refletir sobre nosso lugar no mundo e o poder transformador que uma boa história pode ter na vida de alguém.
SERNA, Sebastián de la. Eu gosto de pessoas. Traduzido por Janice Florido. Campinas: Saber e Ler, 2018. 28 p., il.
Um livro que ensina a ver com os olhos e aprender com o coração. É assim que o personagem mostra como é bom conhecer os mais diferentes tipos de pessoa.
COAT, Janik. Eu não sou como os outros. Traduzido por Tatiana Belinky. São Paulo: Ática, 2009. 44 p., il. (Giramundo).
Hipopótamos gostam de banho na lama, gatos bebem leite, preguiças ficam paradonas, cães caçam... Certo? Nem sempre. A gatinha Letícia, por exemplo, prefere um milk-shake, e o urso Veludo é muito sensível, ao contrário de seus companheiros ferozes. De maneira delicada e cheia de humor, o livro fala sobre como é legal ser você mesmo.
LEITÃO, Míriam. Flávia e o bolo de chocolate. Ilustrado por Bruna Assis Brasil. Rio de Janeiro: Rocco Pequenos Leitores, 2015. 36 p., il.
Uma mulher que não conseguia ter filhos decide procurar uma criança que não tenha mãe e que a queira. Realiza seu sonho ao encontrar a pequena Flávia. Por muitos anos, a menina cresce feliz, ao lado de Rita. Até o dia em que percebe a diferença entre a cor de sua pele e a da mãe. É quando entra em crise e começa a questionar as diferenças. Com uma estratégia criativa, a mãe vai desmontar o desconforto da filha com o fato de serem diferentes uma da outra. As duas farão um passeio pela sociedade brasileira, que tem vários tons de pele, para que a mãe mostre à filha que não há uma pessoa melhor que a outra.
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FIGUEIREDO, Janaína de; ANTÓN, Rafael. Formigável. Belo Horizonte: Aletria, 2021. 40 p., il.
Na história do livro há um terno e inesperado encontro entre personagens muito diferentes que aprendem, um com o outro, uma nova forma de ver as coisas.
GABRIEL O PENSADOR. Um garoto chamado Rorbeto. Ilustrado por Daniel Bueno. São Paulo: Cosac Naify, 2005. 56 p., il.
O livro conta a história de Rorbeto, um menino diferente, não só no nome. Ele aprendeu muitas coisas sozinho, inclusive a contar os amigos na ponta dos dedos. Papai, mamãe, O cãozinho Filé e mais três amigos. É aí que vem a novidade: ele tem seis dedos em uma das mãos. Rorbeto acha que isso é errado, assim como o pai acha que errou ao registrá-lo com esse nome. Mas o autor nos faz repensar: ser diferente não é ruim. Somos todos diferentes, e são essas diferenças que nos fazem especiais, cada um de seu jeito.
CALTABIANO, Mariana. Garrafinha. Ilustrado por Rodrigo Leão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2011. 32 p., il.
Às vezes não é fácil ser criança. Principalmente quando se é baixinho, gordinho e ruivo. Garrafinha, como bem se percebe pelo apelido, é exatamente assim, e ainda por cima usa óculos! Ela se sente rejeitada por sua aparência e, como acontece a partir de certa idade, quer mais é ter amigos e ser popular. Mas o que era o grande motivo de sofrimento para Garrafinha acabou se tornando a sua solução: como ela estava sempre sozinha, passava boa parte do tempo observando os outros - e também desenhando o que via. Desenhava cachorros, tartarugas e gatos, com perucas, roupas malucas e sapatos. Esses desenhos fizeram sucesso entre as crianças, e Garrafinha achou o seu jeito de se expressar.
GÉNOT, Luana. Guerreiras do sim: somos iguais ou diferentes? Ilustrado por Letícia Moreno. Rio de Janeiro: HarperKids, 2022. 32 p., il.
Lara e sua mãe têm um segredo. Quando se deparam com uma pergunta desafiadora, vestem seus colares especiais e tornam-se Guerreiras do sim. Afinal, não importa o que digam por aí: se há alguma dúvida pairando no ar, é possível buscar pela resposta, sim! Desta vez, elas não vão sossegar até encontrar a resposta para uma pulga gigante atrás da orelha de Lara. Ela ouviu de alguém na escola que todo mundo é igual, mas essa afirmação tão simples não soa bem para a menina. Juntas, mãe e filha bolam um plano e saem à procura de respostas para a pergunta: somos todos iguais ou diferentes?
16 Revista Ler
SONG JIN-HEON. A história de Ppibi. Traduzido por Alexandre Koji. Curitiba: Maralto, 2020. 44 p., il.
Ppibi é um menino diferente dos outros: isolado, quieto, muito na dele. Certo dia o narrador da história, então um garoto, conhece Ppibi, e os dois começam uma silenciosa relação de amizade e confiança um no outro. Mas, com essa aproximação, o narrador começa a ser evitado pelos outros colegas, como Ppibi sempre tinha sido. Ele é obrigado, então, a fazer escolhas e a lidar com sentimentos complicados, como a tristeza, a compaixão e a culpa.
MACHADO, Ana Maria. Igualzinho a mim. Ilustrado por Maria José Arce. São Paulo: Moderna, 2020. 32 p., il. (Uni duni tê).
Tantas pessoas no mundo! Cada qual mais diferente. Mas acho que sempre sou muito igual a muita gente. Ana Maria Machado apresenta a seus pequenos leitores o princípio básico dos direitos humanos: a ideia de que temos direitos e necessidades iguais, mesmo sendo muito diferentes. A dança entre igualdade e diferença proposta pelo livro se desenha de maneira ao mesmo tempo simples e complexa.
BINS, Ivone Rizzo. Ima, Gina e o cão. Ilustrado por Ivone Rizzo Bins. Porto Alegre: Pé de Livros, 2017. 24 p., il.
Livro sobre diferenças e semelhanças entre irmãs gêmeas. Ima e Gina descobrem o mundo através de brincadeiras, olhares, cores e rimas.
BONINI, Sandrine. Joana e Lia. Ilustrado por Sandra Desmazières. Traduzido por Celina Portocarrero. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2019. 36 p., il.
Joana é irmã de Lia e Lia é irmã de Joana. Elas se parecem tanto uma com a outra que todos acham que são gêmeas! Usam as mesmas roupas, o mesmo corte de cabelo. Dividem o quarto, estudam na mesma escola e têm planos juntas para quando crescerem. Tudo funciona muito bem - até que Joana tem que mudar de escola... Ela faz novos amigos, começa a gostar de outras coisas, usar outras roupas, fazer outros planos... E agora? Como se tornar independente quando a gente se acostumou, desde sempre, a ser duas? E como transformamos a parceria?
LESLÃO, Janaína. Joana princesa. Ilustrado por Marina Tranquilin. Rio de Janeiro: Metanoia, 2016. 50 p., il. Era uma vez uma princesa que, ao nascer, recebeu o nome de João. Algum tempo depois, a criança pediu para que seus pais a chamassem de Joana, pois, assim como ela, seu nome também tinha crescido; queria ser menina para sempre. O rei e a rainha não sabiam o que fazer para reverter a situação e até consultaram a bruxa do reino. Enquanto isso, Joana acalentava em seu coração o desejo de “ser uma garota igual a todas as outras”. Para realizar seu sonho, parte em uma grande aventura em busca do Arco-Íris Mágico que, segundo a lenda, pode transformar rapazes em garotas.
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ZYLBERSTAJN, Henri; LA CASA DE CARLOTA & FRIENDS. Joca e Dado: uma amizade diferente. Poços de Caldas: Leiturinha, 2021. 36 p., il.
As diferenças nos ajudam a trocar experiências. Permitem ensinar o que sabemos e aprender com os outros as muitas coisas que ainda não conhecemos. É assim que a amizade de Joca e Dado nos mostrará o poder da diversidade e a necessidade de abrirmos espaço para o novo.
LOVE, Jessica. Julián é uma sereia. Traduzido por Bruna Beber. São Paulo: Boitatá, 2021. 42 p., il.
Enquanto andava de metrô com a avó, Julián avistou um grupo de mulheres extremamente arrumadas. O cabelo delas era esvoaçante e em tons vivos, seus adornos reluziam, e os vestidos terminavam numa belíssima cauda de sereia. A alegria delas era contagiante. Já em casa, ainda encantado, Julián sente vontade de se arrumar como uma sereia. Mas o que será que a avó vai achar da bagunça que ele fez – e, ainda mais, o que ela vai pensar sobre a forma como Julián se vê? A obra aborda com delicadeza temas como individualidade, apoio familiar e diversidade.
VON, Cristina. Keiko do Japão. Ilustrado por Cristina Von. São Paulo: Callis, 2011. 24 p., il. (Todo mundo).
Keiko é uma menina que nasceu no Japão, lá do outro lado do mundo, mas veio com toda a sua família para o Brasil. Convivendo com os colegas de escola, ela vai aos poucos descobrindo as diferenças físicas e culturais entre ela e as outras crianças, mas descobre também muitas semelhanças e o quanto é gostoso fazer novas amizades.
NEVES, André. Lá fora. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2022. 64 p., il. Muito tempo atrás, um reino onde não havia cor alguma era habitado por camaleões que obedeciam a um imperador que mandava e desmandava à própria vontade. Entre as ordens, a principal era a de que ninguém podia explorar o lado de fora do reino. Quando um camaleão se arrisca e vê um pouco do que o mundo guarda, encontra surpresas e cores que jamais imaginara existir.
BRITO, Daniela de. Lápis cor de pele. Ilustrado por Polly Duarte. São Paulo: Cortez, 2017. 32 p., il.
Será que toda a gente tem a mesma cor? Isso faz ou deveria fazer diferença? A partir do pedido de um colega, para obter um lápis cor de pele, a personagem Ana passou a observar melhor as pessoas e descobriu muita coisa bacana que antes não havia percebido.
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PARMEGGIANI, Roberto. A lição das árvores. Ilustrado por Attílio Palumbo. São Paulo: DSOP, 2013. 56 p., il.
Enrico tem sempre uma pergunta pendurada na ponta do pensamento e fala mais do que a boca. Paola, sua colega de classe, não fala, nenhuma palavra. Para entender melhor a amiga, Enrico busca respostas com o professor Dino. Para responder ao garoto, o professor conta uma tocante lição vinda das árvores. O que árvores, frutos, crianças e perguntas têm a ver uns com os outros?
EUGÊNIA, Maria. Mancha, a menina maldesenhada. São Paulo: Callis, 2012. 32 p., il.
Algumas meninas vivem reclamando do nariz, do cabelo, do peso… e quase sempre, protestam à toa. Mancha é diferente. Ela, que realmente é maldesenhada, se aceita do jeito que é. Com ilustrações expressivas e pouco texto, o livro toca, de maneira descontraída, em um tema bem sério que é a dificuldade das pessoas em lidar com as imperfeições.
PARREIRAS, Ninfa. Um mar de gente. Ilustrado por Suppa. São Paulo: Girafinha, 2008. 32 p., il.
Na primeira vez que foi a praia e viu a imensidão do mar, a menina descobriu que ainda havia muita coisa diferente no mundo para ela conhecer. Água, areia, cores, pessoas. Um mar de gente, de pensamentos, de descobertas que aos poucos revela as surpresas da vida e mantém acesa a chama da curiosidade: O que será que vem depois?
SEMPÉ, Jean-Jacques. Marcelino Pedregulho. Traduzido por Mario Sergio Conti. São Paulo: SESI-SP, 2018. 128 p., il.
Marcelino Pedregulho é o menino que enrubesce sem nenhum motivo. Todos o acham muito diferente, mas Marcelino não entende o porquê. Então, ele se isola das outras crianças para poder brincar em paz. Até que conhece um vizinho muito estranho: Renê Rocha, o garoto violinista que espirra todo o tempo, mesmo sem estar resfriado. Uma grande e sincera amizade nasce a partir das diferenças.
REIS, Flávia. Maremoto. Ilustrado por Elisa Carareto. São Paulo: ÔZé Editora, 2020. 44 p., il.
No fundo do mar vivem tritões e sereias, que nadam juntos entre navios naufragados, mas se separam em vários outros momentos: os tritões treinam lançamentos de tridentes enquanto as sereias tecem cobertores de algas, eles tocam búzio enquanto elas estudam canto… Entre eles há um(a) personagem confuso(a) com esse mundo dividido. Como se já não bastasse ser metade humano, metade peixe, precisa lidar com seus sentimentos também em conflito.
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ZULLO, Germano. Marta e a bicicleta. Ilustrado por Albertine. Traduzido por Alexandre Cataldi. São Paulo: Editora 34, 2022. 36 p., il. (Infantil e juvenil).
Marta é uma vaca diferente das outras. Além de ser cor de laranja, ela não gosta de ficar só pastando e vendo a vida passar diante de seus olhos. Então, certo dia, ela decide aprender a andar de bicicleta. Mas antes ela precisa construir uma, para depois poder participar de uma grande prova de ciclismo. São inacreditáveis as coisas que Marta é capaz de fazer!
ESTRELA, Joana. Menino, menina. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2021. 48 p., il. Nossa identidade não se resume a duas palavras. Quem somos e quem sentimos que somos são perguntas que não encontram resposta num mundo em preto e branco, e sim na grande variedade de tons e possibilidades que existem. Com um registro poético baseado em rimas e paralelismos, Joana Estrela trabalha o tema de forma aparentemente simples, questionando os rótulos e as etiquetas redutoras que frequentemente se apoiam em gêneros aos quais costumamos associar cores, comportamentos, vestuário, gosto e até personalidades específicas. Ao falar sobre pluralidade e diversidade, a autora estimula o respeito e a empatia por todos.
ZIRALDO. O menino marrom. Ilustrado por Ziraldo. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2013. 32 p., il. (Mundo colorido).
Esta é a história de um menino marrom, mas fala também de um menino cor-de-rosa. São dois perguntadores inveterados que querem descobrir juntos os mistérios das cores. “Quem inventou que o contrário de preto é branco?”. “Se um de nós é marrom e outro não é exatamente branco, por que nos chamam de preto e branco?”. São muitas as perguntas, e muitas serão as descobertas.
CORMAND, Bernat. O menino perfeito. Ilustrado por Bernat Cormand. Traduzido por Dani Gutfreund. São Paulo: Livros da Matriz, 2017. 24 p., il.
Ao longo de um dia, Bernat Cormand revela quem é Daniel, o menino perfeito: aluno aplicado, filho dedicado, que obedece aos desejos e expectativas de todos. Mas, o menino impecável, no entanto, carrega no rosto sempre a mesma expressão, que pouco nos diz e traz uma sensação de tristeza. Até que em uma determinada página, nos olha e sorri. Daniel sorri porque guarda um segredo: à noite, quando todos dormem, algo acontece.
AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é Akira. Ilustrado por Ricardo Azevedo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
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AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é cachorro. Ilustrado por Ricardo Azevedo. 3. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é gato. Ilustrado por Ricardo Azevedo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é sapo. Ilustrado por Ricardo Azevedo. 3. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é tartaruga. Ilustrado por Ricardo Azevedo. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
AZEVEDO, Ricardo. Meu nome é Teca. Ilustrado por Ricardo Azevedo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. 24 p., il. (Pontos de vista).
Numa mesma casa moram um cachorro, um gato, uma tartaruga, um sapo, uma menina e um menino. Cada um tem sua opinião sobre si e sobre os outros, seus gostos, suas manias, seu jeito de ser. A coleção Pontos de Vista mostra o quanto é difícil conviver, compreender as diferenças de quem vive perto de nós.
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MARTINS, Isabel Minhós. Meu vizinho é um cão. Ilustrado por Madalena Matoso. São Paulo: Cosac Naify, 2010. Não paginado, il.
Quem é normal e quem é estranho nesse prédio de moradores tão diferentes? Um cão toca saxofone, um crocodilo se veste de Papai Noel… Este livro conta-nos como a vida de uma menina, que morava num prédio onde “quase nada acontecia”, se transforma com a chegada de novos vizinhos – criaturas animais e à primeira vista bizarras, que vão afinal mostrar-se simpáticas e disponíveis para estabelecer laços com aqueles que as rodeiam.
HUAINIGG, Franz-Joseph. Meus pés são a cadeira de rodas. Ilustrado por Verena Ballhaus. Adaptado por Dennis Barbosa. São Paulo: Scipione, 2005. 30 p., il.
Maria é paraplégica e usa cadeira de rodas. As pessoas têm pena dela e tentam ajudá-la até com as mínimas coisas, que ela consegue fazer sozinha. A menina se incomoda muito com isso, e sua autoestima fica abalada. A obra promove uma discussão sobre respeito e tolerância e chama a atenção para a necessidade de encarar a pessoa com necessidades especiais com naturalidade.
MARTINS, Georgina. Minha família é colorida. Ilustrado por Maria Eugênia. 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2015. 48 p., il.
Ângelo tem um irmão de cabelos lisos, uma mãe de cabelos ondulados, uma avó negra... Todos são diferentes e fazem parte da mesma família. Como isso é possível? Com as indagações do protagonista da história, o leitor vai perceber que somos feitos da mistura de etnias, hábitos e tradições.
DIOS, Olga de. Monstro Rosa. Traduzido por Thaisa Burani. São Paulo: Boitatá, 2016. 36 p., il.
Este livro é mais do que uma história sobre como as diferenças podem unir as pessoas, mas um verdadeiro grito de liberdade. Seu protagonista é um estranho no ninho: um ser que, antes mesmo de vir ao mundo, já era diferente dos outros. Ele nasce em um lugar onde tudo é branco, até mesmo seus irmãos, que se distinguem dele em muitos aspectos: Monstro Rosa é grande, peludo, desengonçado e colorido (como o próprio nome sugere). Cansado de se sentir deslocado, Monstro Rosa decide partir em busca de um lugar onde ele seja aceito do jeito que é. Nesse trajeto, ele faz amigos e descobertas que conduzem o leitor a uma reflexão sobre o que é ser feliz, afinal.
MOORE, Julianne. Morango sardento. Ilustrado por LeUyen Pham. Traduzido por Fernanda Torres. São Paulo: Cosac Naify, 2010. 40 p., il.
Envergonhada pelo apelido de “morango sardento”, a protagonista desta história experimenta até tomar banho com suco de limão para tentar eliminar suas sardas. A autora conta como fez de tudo para se livrar não só das pintinhas, como da autorrejeição. O livro mostra que, para “viver feliz para sempre”, é preciso se aceitar, com suas sardas e seu cabelo vermelho. Afinal, “quem liga para um milhão de sardas quando se tem um milhão de amigos?”.
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PARMEGGIANI, Roberto. O mundo de Arturo. Ilustrado por João Vaz de Carvalho. São Paulo: Nós, 2016. 42 p., il.
Um cavaleiro de alegre figura. Assim é Arturo, o menino que luta todos os dias com as palavras, superando as dificuldades que encontra na escrita e na leitura. Destemido como um Dom Quixote, ele enfrenta o medo que sente dos amigos, da professora e de todos que acham que ele é ninguém, para se tornar quem ele pode ser!
RAMOS, Rossana. Na minha escola todo mundo é igual. Ilustrado por Priscila Sanson. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006. 20 p., il.
Neste livro, cada página revela toda forma de discriminação no âmbito étnico, cultural ou socioeconômico, que sofre parte da população por ser considerada diferente. Temas polêmicos, mas que precisam ser trabalhados dentro e fora do ambiente escolar, para que, desde pequenas, as crianças percebam que todos têm direitos iguais e devem ser respeitadas suas diferenças.
ALPHEN, Jean-Claude. Os nada-a-ver. Ilustrado por Juliana Bollini. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2015. 56 p., il.
Em uma cidade dividida por grupos que compartilham características parecidas, amar alguém diferente não é apenas polêmico: é um absurdo. Mas é isso que acontece com O-que-olha-o-espelho e O-que-tem-cabelos-lisos, que, mesmo opostos, se apaixonam à primeira vista.
FURNARI, Eva. Nós. Ilustrado por Eva Furnari. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2015. 32 p., il. (Pimpolhos).
Mel estava sempre rodeada de borboletas e os habitantes da sua cidade insistiam em zombar da garota. Certo dia, sentiu foi um repuxo no pé: seu dedinho tinha dado nó! E não parou aí. Cada vez que a menina ouvia uma zombaria, nascia um nó novo: na perna, nas mãos, na garganta. Até que, ao surgir o sétimo nó, ela achou que já era demais e resolveu sair da cidade. Descubra como Mel conseguiu desfazer esses nós, nesta obra sobre o sentimento de inadequação doloroso que muitos de nós sentimos no decorrer da infância e da adolescência.
FEDER, Tyler. Nosso corpo é demais. Traduzido por Laura Folgueira. São Paulo: Melhoramentos, 2022. 32 p., il.
Meu corpo, seu corpo. Diferentes, parecidos, mas nunca iguais. Como é lindo cada corpo! Nosso corpo é demais! Esta é uma obra para ler em voz alta, com diversas cenas coloridas e acolhedoras para explorar. O livro é um manifesto de positividade corporal alegre e inclusivo, que todos irão querer compartilhar com seus pequenos.
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BRENMAN, Ilan. O que a terra está falando? Ilustrado por Anuska Allepuz. Porto Alegre: Edelbra, 2011. 32 p., il.
Da tradição oral judaica, este conto traz à tona os temas da propriedade e do direito; guerras, revoltas, lutas e brigas, tudo em nome da terra; mas o que ela diria, se lhe perguntassem a quem pertence.
BRENMAN, Ilan. O que os meninos fazem? O que as meninas fazem? Ilustrado por Graça Lima. 2. ed. São Paulo: Callis, 2009. 32 p., il.
Eles brincam com carrinhos, elas com bonecas. Mas, mesmo parecendo diferentes, meninos e meninas gostam das mesmas coisas. Este livro mostra que não existe brinquedo exclusivo e que todos gostam de coisas parecidas: brincar, jogar, ouvir histórias…
MORAES, Odilon. Olavo. São Paulo: Jujuba, 2018. 48 p., il.
Olavo era um menino triste. Até que um dia chega em sua porta um presente anônimo. Intrigado, o menino se agarra àquela novidade com tanta força que nem tem coragem de abrir o pacote. Ele prefere viver a alegria de apenas tê-lo recebido. Afinal, quem nunca sentiu uma alegria tão grande que parecia não merecer? Dessa maneira, Odilon desconstrói as ideias de tristeza e alegria, num livro repleto de poesia.
JOHN, Jory. O ovo bonzinho. Ilustrado por Pete Oswald. Rio de Janeiro: HarperKids, 2023. 42 p., il.
O ovo bonzinho está sempre pronto para ajudar a carregar suas compras ou resgatar seu gatinho da árvore — e com um grande sorriso. Ele só não sabe que ser legal com todo mundo o tempo inteiro, além de cansativo, pode fazer com que ele se esqueça de ter tempo para ser legal consigo mesmo. Mas tudo muda quando a pressão de ser tão gentil começa a rachar sua casca…
FURNARI, Eva. Pandolfo Bereba. Ilustrado por Eva Furnari. São Paulo: Moderna, 2000. 32 p., il. (O avesso da gente).
Nem tudo é perfeito no reino da Bestolândia, nem mesmo Pandolfo Bereba, o príncipe do lugar. Ele é um sujeito cheio de manias. A pior de todas é fazer listas com os defeitos alheios. Eva Furnari conta a história de um príncipe bem diferente das figuras nobres e cavalheirescas dos contos de fada - para ele, não há súdito ou princesa que seja digno de sua própria perfeição.
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NATALE, Edson. Pequeno calendário colorido para os que sabem ler o tempo. Ilustrado por Carlos Barmak. São Paulo: Zé do Livro, 2009. 32 p., il.
“As coisas e as pessoas são diferentes. As pessoas fazem coisas diferentes e as coisas deixam as pessoas diferentes.” Assim inicia este livro que trata das diferenças, da tolerância e o respeito.
LESLÃO, Janaína. A princesa e a costureira. Ilustrado por Júnior Caramez. Rio de Janeiro: Metanoia, 2015. 52 p., il. (Crianças diversas).
O livro conta a história da princesa Cíntia, que quando nasceu foi prometida em casamento para Febo, o príncipe do reino vizinho, para que se mantivessem os laços de amizade entre os reinos. Quando chegou a época da cerimônia, a princesa foi encomendar seu vestido e, então, conheceu a costureira Isthar, por quem se apaixonou. Quando Cíntia anunciou para os pais suas intenções com Ishtar e disse que não mais se casaria com Febo, seu pai mandou que a prendessem na torre do castelo, pois desafiou o interesse e a tradição dos reinos, que dizia que moças deveriam se casar com rapazes. Para garantir um final feliz, a princesa e a costureira receberão ajuda da irmã da princesa, do próprio príncipe, da Fada Madrinha e de uma Agulha Mágica.
ABREU, Aline. Quase ninguém viu. São Paulo: Jujuba, 2019. 48 p., il. De onde viemos? Quem são nossos pares, família, que estarão sempre com a gente? Aline Abreu, escritora e ilustradora deste livro, traz esta e outras questões que permeiam nossa existência pela voz de um sapinho, que se perde de sua família e vive em busca de sua essência. Poeticamente, a autora nos mostra que, quando juntos, somamos nossas diferenças e compartilhamos nossos melhores afetos.
MONTEIRO, Pedroca; KONDO, Daniel. Ser o que se é. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2022. 48 p., il.
Neste livro interativo, os leitores vão explorar as possibilidades de misturar personagens enquanto refletem sobre a importância das diferenças e da liberdade de poder ser quem se é e como nos sentimos ser. Os autores homenageiam as diferenças, a diversidade e a alegria de poder ser quem se é e trazer um mundo inteiro e colorido dentro de si.
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MACKINTOSH, David. Tadeu Bartolomeu é novo na escola. Traduzido por Mila Dezan. São Paulo: Caramelo, 2012. 32 p., il.
Além de ser novo na escola, Tadeu Bartolomeu é um garoto muito certinho. Todas suas coisas são muito organizadas - até demais. Pelo menos é isso o que seus colegas pensam sobre ele. Se não fosse pela mãe de um dos alunos, que insiste para o filho ir à festa de aniversário de Tadeu, ele e todos os outros não teriam se divertido tanto, nem conhecido coisas tão diferentes daquelas com que estavam acostumados.
BATTUT, Éric. Todas menos uma. Traduzido por Rodrigo Villela. Ubatuba: Livros da Raposa Vermelha, 2019. 28 p., il.
O protagonista deste livro é uma ervilha que não quer ser como as outras. Quando sai para passear, enquanto pensa como pode ser, encontra um pavão, um tigre e um elefante. Ele se adorna com o que acha que é o melhor de cada um deles e, quando retorna à sua planta, as outras ervilhas zombam dele. Sua reação, então, é pensar que “sou uma semente rara, mas ainda sou uma semente”. Com muito humor, esta história de uma pequena ervilha é ao mesmo tempo uma história de aventura e uma celebração da singularidade.
OLIVEIRA, Tamilis. Todo canto tem seu canto. Poços de Caldas: Leiturinha, 2022. 32 p., il.
Tudo começa quando Guto vai morar em outro canto e percebe que fala diferente, outro ritmo e tom…ninguém lá fala oxente. E o menino confuso se entristece, até que uma avezinha aparece. Os dois voam juntos pra conhecer os vários cantos diferentes que o mundo tem. E depois de passear por vários sons, ele descobre que em silêncio dá pra cantar também!
DIPACHO. Todos zoam todos. Ilustrado por Dipacho. Traduzido por Márcia Leite. São Paulo: Pulo do Gato, 2016. 40 p., il.
Quem nunca ficou chateado por ser motivo de alguma chacota? Todo mundo já foi “zoado” alguma vez na vida: por ser alto ou por ser baixo, por ser gordo ou por ser magro demais, por ser muito tímido ou muito extrovertido, fraco ou forte, covarde ou valentão... Não tem jeito, todos zoam todos. Até no mundo animal!
NEVES, André. Tom. 5. ed. Porto Alegre: Projeto, 2019.
A história do menino Tom é contada por seu irmão, que sempre o observa intrigado: “Por que Tom não brinca? Por que Tom não diz o que sente? Onde Tom guarda todos os seus sonhos?”. Até que um dia, Tom chama seu irmão para que conheça o seu segredo e assim possam, de verdade, se aproximar.
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LEAF, Munro. O touro Ferdinando. Traduzido por Flora Pinheiro. Ilustrado por Robert Lawson. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017. 78 p., il.
O livro conta a história de um touro que, apesar de seu tamanho e sua força, não tem interesse em lutar nas touradas. Tudo que ele quer é cheirar as flores e ficar quietinho no seu canto, mas às vezes o mundo à nossa volta não compreende aqueles que são diferentes da maioria.
MCKEE, David. Tromba tromba. Traduzido por Clarice Duque Estrada. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2016. 32 p., il.
Houve um tempo em que os elefantes eram pretos ou brancos. Eles amavam todos os animais, mas se odiavam e cada grupo ficava do seu lado da selva. Dessa inimizade, deu-se início uma batalha terrível. Os elefantes que não apoiavam a guerra vão viver no fundo da floresta e durante muito tempo não se vê mais nenhum elefante no mundo. Até que um dia os netos dos elefantes pacíficos emergem da selva. David McKee usa todo o seu talento para fazer as crianças pensarem sobre as diferenças. Uma lição fundamental sobre preconceito, violência e tolerância
PARR, Todd. Tudo bem ser diferente. Traduzido por Marcelo Bueno. São Paulo: Panda Books, 2007. 32 p., il.
Este livro trabalha com as diferenças de cada um de maneira divertida, simples e completa, alcançado o universo infantil e abordando assuntos que deixam os adultos de cabelos em pé, como adoção, separação de pais, deficiência física, preconceito racial, entre outros.
SALTZBERG, Barney. Um desses não é como os outros. Traduzido por Janice Florido. Campinas: Nanabooks, 2022. 40 p., il.
O que acontece se um é diferente dos outros? Neste livro, vocês se divertirão e aprenderão que as diferenças são bem-vindas e nos levam a experimentar o mundo de maneira muito mais ampla. Este livro é um convite para que vocês mergulhem juntos numa narrativa que mostra, com a delicadeza da visão infantil do mundo, que é bom ser e respeitar o diferente.
BERNASCONI, Pablo. Vaca branca, mancha preta. Traduzido por Fabiana Werneck Barcinski. São Paulo: Girafinha, 2006. 32 p., il.
Certa manhã, a mais coquete das vacas da fazenda decidiu que não queria ser mais preta e branca. Se ela pudesse ser mais bonita que todas as vacas... Mas não é tão simples para uma vaca mudar a cor das suas manchas. Esfrega daqui, esfrega dali e a vaca malhada ficou branca como as nuvens. Mas seria a vaca uma ovelha? Ainda insatisfeita e obcecada, decide então, pintar sua pele de preto. E agora? Como saber se as manchas eram brancas ou pretas? O livro fala da aceitação de si mesmo e da importância das diferenças entre os seres e todas as coisas na natureza.
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CALDAS, Roberto. Viva a diferença. Ilustrado por Roberto Caldas. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2008. 24 p., il. (Ponto de encontro: amendoim).
Por meio de imagens o livro fala do encontro de dois grupos de crianças. No início parece que vai sair briga pois eles não se aceitam de jeito nenhum não se misturam e até agridem os do grupo diferente. Mas pouco a pouco quando eles vão se conhecendo melhor as relações vão melhorando.
ROCKWELL, Norman. Zeca era diferente: uma história para crianças. Traduzido por Ricardo Fernandes. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. 32 p., il.
Zeca é um passarinho, um tordo-do-campo. Aprendeu em casa que o canto dos tordos foi sempre o mesmo e é um só, mas achava que a regra não valia para ele. Talvez se achasse um gênio. Um dia Zeca ouve uma flauta e começa a acompanhá-la, a fazer variações sobre a melodia. Paula, a flautista, tocava uma música que mimetizava o canto dos tordos. Espantada, encantada, ela dá a notícia aos membros da Sociedade de Observadores de Aves, que vão ao local testemunhar o prodígio e concluem que Washington é o lugar certo para Zeca: o mundo inteiro deve ter o direito de ouvi-lo. Será esse o destino do passarinho talentoso? Viver longe de seu bosque? Para sempre?
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Literatura juvenil
PALACIO, R. J. Extraordinário. Traduzido por Rachel Agavino. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 320 p.
August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
RAMOS, Graciliano. A terra dos meninos pelados. Ilustrado por Jean-Claude Alphen. 11. ed. Rio de Janeiro: Galera Record, 2019. 84 p., il.
Conta a história um menino chamado Raimundo, que era careca e tinha um olho azul e outro preto. Por ser considerado estranho, seus vizinhos não falam com ele e o apelidam de Raimundo Pelado. Por não ter amigos, Raimundo começa a falar sozinho, cria um país chamado Tatipurun, onde as pessoas têm um olho preto e outro azul, onde não existem cabelos em suas cabeças, e onde as plantas e animais falam.
CARDOSO, Beth. Todo mundo é misturado. São Paulo: Escarlate, 2016. 108 p. Pablo, o novo menino da classe de Júlia, é boliviano. Curiosa, ela logo quer saber mais sobre ele, mas seus colegas de classe não tem uma opinião tão favorável sobre o aluno novo que veio de longe. Uma série de mal-entendidos e palavras trocadas em português e espanhol armam um cenário nada amigável para Pablo. Será que Júlia conseguirá ajudar o novo amigo e fazer todos entenderem que, no fundo, somos todos “misturados”?
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Literatura adulta
GERSÃO, Teolinda. A árvore das palavras. São Paulo: Planeta do Brasil, 2004. 192 p. (Tanto Mar).
Situada em Lourenço Marques, Moçambique, à época da guerra pela libertação de Portugal, retrata dois momentos diferentes da vida de uma família de brancos pobres dividida entre a assepsia hipócrita do mundo branco e a alegria sofrida e colorida do mundo negro. Pelo olhar da menina Gita e, posteriormente, pelo da jovem, somos introduzidos nestes mundos. O racismo, a diversidade cultural, a descoberta do amor, a luta pela liberdade são alguns dos temas que compõem esta história a qual por fim, revela a sua verdadeira protagonista: a África.
ÁNDRITCH, Ivo. Café Titanic. Traduzido por Aleksandar Jovanovic. São Paulo: Globo, 2008. 280 p.
Autor de língua servo-croata nascido na Bósnia, o escritor Ivo Àndritch (1892-1975) foi chamado de “Homero dos Bálcãs”, por sua capacidade de recriar todas as nuances dessa região em que confluem, de maneira violenta, as culturas da Europa católica e bizantina mescladas e heranças mulçumanas e judaicas. “Café Titanic” reúne dez dos mais famosos contos nos quais o ganhador do Nobel de literatura em 1961 alterna narrativas inspiradas em lendas populares a relatos que transformam a variedade étnica, religiosa e linguística em celebração da diversidade e protesto contra os paroxismos da intolerância.
COUTO, Mia. Contos do nascer da Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 268 p.
A maior parte das histórias que compõem esta obra foi publicada originalmente em jornais e revistas em 1996, e depois adaptada pelo escritor para este livro, que traz ainda um punhado de contos inéditos. Ao todo são 35 histórias breves que se baseiam no cotidiano quase mágico de Moçambique e exploram a sonora linguagem do português africano, revelando na escrita a identidade de um povo e o domínio muito próprio da cultura e da criatividade literária. Vemos aqui essa África que o Brasil tanto proclama como parte de sua própria matriz surgir na forma de contos que dão conta da diversidade e complexidade do mundo que, começando do outro lado do oceano, está tão presente na alma brasileira.
SEIERSTAD, Åsne. De costas para o mundo. Traduzido por Britt Jensen. Rio de Janeiro: Record, 2007. 366 p.
Nele livro, a jornalista norueguesa Åsne Seierstad constrói uma narrativa sobre as pessoas marcadas pelo mais sangrento conflito ocorrido no coração da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial: a guerra da Bósnia, que devastou a Iugoslávia na década de 1990 e culminou em sua dissolução. Åsne nos descortina um país marcado pela diversidade religiosa e cultural, habitado por católicos ortodoxos e muçulmanos. Conta como vizinhos antes pacíficos encheram-se de ódio uns pelos outros, perpetrando uma sucessão de guerras. Como repórter, Åsne cobriu a guerra e os ataques aéreos da Otan contra o país.
30 Revista Ler
DACHEZ, Julie; CAROLINE, Mademoiselle. A diferença invisível. Traduzido por Renata Silveira. São Paulo: Nemo, 2017. 192 p., il. Marguerite tem 27 anos, e aparentemente nada a diferencia das outras pessoas. É bonita, vivaz e inteligente. Trabalha numa grande empresa e mora com o namorado. No entanto, ela é diferente. Marguerite se sente deslocada e luta todos os dias para manter as aparências. Sua rotina é sempre a mesma, e mudanças de hábito não são bem-vindas. Seu ambiente precisa ser um casulo. Ela se sente agredida pelos ruídos e pelo falatório incessante dos colegas. Cansada dessa situação, ela sai em busca de si mesma e descobre que tem um Transtorno do Espectro Autista – a síndrome de Asperger. Sua vida então se altera profundamente. A linguagem de quadrinhos utilizada pelas quase 200 páginas se configura como grande acerto. É como entrar na mente da personagem e perceber o que é sentido, mas não falado e nem sequer decodificado como pensamento.
RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007. 160 p.
Em seu primeiro romance, Luiz Ruffato busca desvendar São Paulo, uma cidade rasgada pela diversidade humana, mosaico composto por gente de todos os lados do Brasil e de todas as classes sociais existentes e inexistentes. A linguagem fragmentada reflete a correria da maior metrópole da América do Sul. Os muitos personagens não se encontram. Ruffato costura histórias de gente que vemos todos os dias, perdida por diversos pontos da cidade buscando menos um motivo e mais uma maneira de sobreviver. Um painel bastante revelador do grande rebanho anônimo que vive desgarrada e desesperadamente.
KAYAPÓ, Edson. Um estranho espadarte na aldeia. São Paulo: Primata, 2021. 92 p.
A narrativa versa sobre a saga de um homem de origem italiana que fugiu de um presídio instalado no coração da densa floresta amazônica, alcançando uma aldeia do povo Karipuna, situada às margens do rio Curipi. O presidiário fugitivo, de formação anarquista e eurocentrada, se envolverá com os habitantes daquela aldeia, onde se surpreenderá com os novos modos de vida e se apaixonará pelos rituais daquele povo. A trama, repleta de cenas cosmológicas, leva o leitor a refletir sobre o reencantamento da vida, sobre a importância da diversidade cultural e das culturas indígenas, bem como sobre temas ambientais, etnicidade e relações interétnicas.
VILAÇA, Aparecida; GASPAR, Francisco Vilaça. Ficções amazônicas. São Paulo: Todavia, 2022. 216 p., il.
Livro de contos que exploram o imaginário indígena e o conhecimento dos povos originários. Uma viagem por tempos e territórios espirituais diversos, um convite à contemplação da magia do nascimento, vida, morte, antropofagia, pós-morte e ao respeito aos povos e à natureza. Histórias vibrantes, alimentadas com as forças, e belezas ancestrais, manifestadas na diversidade de povos e culturas indígenas e não indígenas, que se entrelaçam nas tramas visíveis e invisíveis, sociais e políticas, humanas.
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Livros informativos
ALCUDIA, Rosa et al Atenção à diversidade. Traduzido por Daisy Vaz de Moraes. Porto Alegre: Artmed, 2002. 170 p., il. (Inovação pedagógica, 3).
Aceitar que alunos são diferentes uns dos outros é fácil. Difícil é trabalhar educacionalmente essas diferenças e ajudar para que elas enriqueçam seu processo de ensino e aprendizagem. A seleção de textos reunida neste livro traz elementos para a reflexão sobre o que significa a atenção à diversidade como princípio, mas também propõe recursos e descreve experiências que levam para a prática uma pedagogia coerente com esse princípio em educação infantil, no ensino fundamental e médio.
TEIXEIRA, Pedro Pinheiro; OLIVEIRA, Roberto Dalmo Varallo Lima de; QUEIROZ, Glória Regina Pessoa Campello (Org.). Conteúdos cordiais: biologia humanizada para uma escola sem mordaça. São Paulo: Livraria da Física, 2019. 188 p., il. (Culturas, direitos humanos e diversidade na educação em ciências).
Trata-se de um livro que apresenta um conjunto de propostas educativas promotoras do respeito pelas diferenças, do bem-estar dos indivíduos e das comunidades, da transformação pessoal e da mudança social.
FORTUNATI, Aldo; PAGNI, Barbara. As crianças e a revolução da diversidade Traduzido por Paula Baggio. San Miniato: La Bottega di Geppetto, 2019. 152 p., il.
Este volume reúne as contribuições apresentadas na Convenção Internacional sobre Crianças e a Revolução da Diversidade, realizada em San Miniato, em 9 e 10 de fevereiro de 2018. Muitas e diferentes reflexões são compartilhadas em torno da relação entre educação e protagonismo infantil. Este é, desde sempre, um tema presente na experiência dos serviços educacionais em San Miniato, e que também foi central no pensamento pedagógico de Gloria Tognetti.
PARMEGGIANI, Roberto. Desabilidade. São Paulo: Nós, 2018. 64 p.
Com a desenvoltura de quem habita simultaneamente dois sistemas literários, duas línguas e “dois países”, o escritor e tradutor italiano Roberto Parmeggiani, refunda neste livro o conceito de “desabilidade”. Transportando a palavra do campo semântico da inclusão de pessoas com deficiência (assunto no qual é especialista) para o campo das relações com a alteridade, desvela nossa incapacidade contemporânea de estar nas relações sociais com o outro diferente de nós. Servindo-se da intimidade que tem com a palavra em seus múltiplos sentidos, Parmeggiani faz do livro uma espécie de “manifesto por uma vida não-fascista” e nos convida a encontrar um novo modo de estar no mundo.
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AQUINO, Julio R. Groppa (Org.). Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 5. ed. São Paulo: Summus, 1998. 216 p. (Na escola). A dicotomia “preconceito versus cidadania” tem-se apresentado como uma das questões mais inquietantes da atualidade. Como proporcionar, na trajetória escolar, uma convivência pacífica entre pessoas diferentes? Como compatibilizar, na escola e na sala de aula, as igualdades democráticas com as particularidades humanas e sociais, sejam elas de gênero, geração, étnicas, religiosas, cognitivas ou culturais? Frente a tais questões, esta coletânea de diferentes autores foi elaborada na tentativa de instrumentalizar ações consequentes para se enfrentar as diferenças e o preconceito no dia-a-dia da escolar.
ALMEIDA, Heloisa Buarque de; SZWAKO, José Eduardo (Org.). Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009. 240 p., il. (Sociedade em foco: introdução às ciências sociais).
O objetivo desta coleção, com foco na introdução à sociologia e às ciências sociais, é contribuir para uma compreensão da sociedade contemporânea em sua complexidade. Este volume trata das formas de hierarquia e diferenciação social. O leitor é convidado a refletir sobre alguns dos conceitos centrais da disciplina: classes sociais, raça, gênero, sexualidade e geração.
LINS, Beatriz Accioly; MACHADO, Bernardo Fonseca; ESCOURA, Michele. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Reviravolta, 2016. 142 p., il.
A partir da discussão do conceito de que o mundo é dividido entre feminino e masculino, os autores deste livro nos convidam a pensar nas implicações que esse conceito tem na vida cotidiana das crianças, e como os arranjos de gênero podem muitas vezes restringir, excluir e criar desigualdade. Quando dizemos que certas tarefas são próprias de meninas e outras de meninos, estamos limitando as formas de aprendizagem e inclusive as experiências de vida de estudantes. Muitas vezes, esse tipo de definição atrapalha o entendimento sobre o que é estar no mundo, e isso pode virar um obstáculo no processo de construção de desejos, expressões e formas de sentir. A escola é, pois, o ambiente adequado para levantar essa discussão e também para, através da educação, ajudar na construção de uma sociedade mais justa e democrática.
LIMA, Elvira Souza. Diversidade e aprendizagem. São Paulo: Sobradinho 107, 2005. 32 p. (Cotidiano na sala de aula).
A diversidade biológica na espécie humana pode levar a pessoa a ter impedimentos em seu processo de desenvolvimento. Porém, um impedimento pode acarretar um desenvolvimento maior ou mais complexo de uma outra capacidade humana. Por exemplo, a pessoa cega desenvolve mais os sentidos do tato e da audição. É importante olhar para a pessoa com a diversidade biológica em suas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem, superando a abordagem que enfatiza as dificuldades e as incapacidades.
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LIMA, Elvira Souza. Diversidade na sala de aula. São Paulo: Sobradinho 107, 2005. 32 p. (Cotidiano na sala de aula).
Na escola, muitos alunos que não dominam os conhecimentos escolares são, equivocadamente, classificados como deficiente mentais ou com retardo. Como diferenciar alunos que não estão aprendendo eventualmente, daqueles que apresentam dificuldades estruturais de aprendizagem? Como trabalhar em sala de aula com estas diferenças? Neste livro Elvira Souza Lima discute estas questões tendo em vista a elaboração de uma pedagogia da diversidade.
LAFFIN, Maria Herminia Lage Fernandes (Org.). Educação de jovens, adultos e idosos na diversidade: processos de intervenção na realidade escolar e social. Ijuí: Apoio, 2014. 380 p., il.
Esta obra reúne trabalhos de pesquisa e estudos que focalizam a área de Educação de Jovens e Adultos. Os textos foram produzidos por acadêmicos do Curso de Jovens e Adultos e Idosos na modalidade Educação à Distância (EaD) que foi desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina, financiado em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/ MEC) e integra a Rede da Diversidade.
LAFFIN, Maria Herminia Lage Fernandes (Org.). Educação de jovens e adultos, diversidade e o mundo do trabalho. Ijuí: UNIJUÍ, 2012. 240 p., il.
Esta obra reúne trabalhos de pesquisa que focalizam o campo de estudos das áreas de Educação de Jovens e Adultos, formação docente, trabalho e diversidade. Os textos foram produzidos por docentes do curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos e Educação na diversidade.
LAFFIN, Maria Herminia Lage Fernandes (Org.). Educação de jovens e adultos e educação na diversidade. Florianópolis: NUP/CED-UFSC, 2011. 334 p., il. (Cadernos CED).
Esta obra reúne trabalhos de investigação e reflexão que focalizam particularmente a constituição de um campo de Estudos na área de Educação de Jovens e Adultos. Os textos apresentados foram produzidos por um grupo de estudiosos vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a SECADI/MEC. Educação infantil, igualdade racial e diversidade
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ALTMANN, Helena. Educação física escolar: relações de gênero em jogo. São Paulo: Cortez, 2015. 174 p. (Educação & saúde).
Historicamente, a prática esportiva é originalmente masculina, não apenas porque praticada por homens, mas também por estar imbuída de qualidades e valores tidos como masculinos, tais como coragem, força, velocidade, combatividade, companheirismo, superação. Por outro lado, é possível afirmar que mulheres e meninas têm conquistado espaço no mundo esportivo. As aulas de educação física e outros espaços esportivos na escola são palco dessa transformação, em que o corpo pode se tornar habilidoso, ampliando suas possibilidades. Em outras palavras, constituirse ágil, hábil, adotar uma postura competitiva e de enfrentamento são estratégias adotadas por meninas, meninos e atletas para conquistar um lugar no jogo. Este livro analisa como as relações de gênero atravessam as práticas corporais, em especial, o esporte. Sem dúvida, gênero é um marcador social de diferenças imprescindíveis para compreender e intervir pedagogicamente na educação física escolar.
BENTO, Cida (Org.). Educação infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: CEERT, 2011. 220 p., il.
O presente texto propõe uma perspectiva mais analítica, abrangente, reflexiva sobre a temática da primeira infância, vista pelo ângulo da diversidade racial e da responsabilidade da política educacional infantil, na sua valorização e na promoção da igualdade racial. Ele descortina alguns dos principais desafios que temos pela frente, em termos de maior conhecimento da temática e de necessidade de aprofundamento de análises e proposições.
CAPUTO, Stela Guedes. Educação nos terreiros: e como a escola se relaciona com crianças de candomblé. Rio de Janeiro: Pallas, 2012. 294 p., il.
Este livro é o resultado de quase 20 anos de pesquisa, tempo em que a autora viu crianças de candomblé crescendo e aprendendo o amor ao culto e à cultura de seus ancestrais. Na escola, porém, essas mesmas crianças escondiam sua fé, sentindo-se discriminadas, numa lógica de discriminação religiosa e racial. Leitura indicada às pessoas que se interessam pela questão da diversidade na escola e lutam contra o preconceito.
FURLANI, Jimena. Educação sexual na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. 190 p., il.
Neste livro é apresentado um modo pelo qual a Educação Sexual pode ser tratada na escola, para crianças e jovens, em distintos níveis de escolarização – na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. Este livro apresenta princípios políticos voltados a uma educação de respeito às diferenças e de positivação das muitas identidades assumidas, hoje, pelos sujeitos sociais, decorrentes de sua sexualidade, seu gênero, de sua inserção étnico-racial, de sua aparência física, etc.
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AQUINO, Julio R. Groppa; OLIVEIRA, Marta Kohl de; MORAES, José Geraldo Vinci de. Educar para a diversidade: desafios e perspectivas. Organizado por Teresa Cristina R. Rego. São Paulo: Moderna, 2011. 256 p.
Os educadores do século 21 têm uma grande missão: ensinar as novas gerações a lidar com as diferenças interpessoais. Em uma época em que a maneira com que crianças e adolescentes encaram a diversidade merece uma atenção especial, a professora Teresa Cristina Rego reuniu textos de especialistas em educação, o que resultou nesta obra, que conta com textos dos professores Marta Kohl de Oliveira, Julio Groppa Aquino e José Geraldo Vinci de Moraes.
CEREZER, Osvaldo Mariotto. Ensinar história afro-brasileira e indígena no século XXI: a diversidade em debate. Curitiba: Appris, 2019. 360 p., il. (Educação, tecnologias e transdisciplinaridade).
O livro preocupa-se em apresentar debates a partir de alguns questionamentos basilares: quais foram os impactos das leis de ações afirmativas nos currículos e na prática docente nos cursos de licenciatura em História? Quais saberes, experiências e concepções foram apreendidos e produzidos pelos professores iniciantes? O que os professores iniciantes sabem e o que pensam sobre a educação das relações étnico-raciais? Como lidam com a questão étnico-racial em sala de aula na educação básica? Quais as principais dificuldades encontradas e quais são os caminhos percorridos para o enfrentamento dessas problemáticas? Este livro pretende, assim, contribuir para o debate sobre a formação de professores de História e as relações com os saberes e as práticas pedagógicas no ensino da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígena no atual contexto educacional brasileiro.
KALY, Alain Pascal et al Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas. Organizado por Amilcar Araujo Pereira, Ana Maria Monteiro. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. 356 p.
A abordagem e o trabalho qualificado com os conteúdos curriculares relacionados à história e cultura da África, dos africanos, dos afrodescendentes e dos indígenas no Brasil, nos termos das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, tem merecido amplo destaque em escolas e cursos de formação de professores de História. Esta obra reúne textos de dez pesquisadores que buscam compreender a formação de nossa sociedade como uma construção plural, na qual todas as matrizes culturais e étnicoraciais foram e são igualmente importantes, ao mesmo tempo em que o entendimento das diversas culturas originadas de processos históricos, é fundamental para o ensino de História em nosso país.
PIZZI, Laura Cristina Vieira; FUMES, Neiza Frederico (Org.). Formação do pesquisador em educação: identidade, diversidade, inclusão e juventude. Maceió: Edufal, 2007. 330 p., il.
Este livro é composto pelos artigos dos pesquisadores participantes das seguintes Mesas Redondas realizadas no 18º Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste (EPENN): Gênero e Educação; Povos Indígenas e Acesso ao Ensino Superior; População Negra: pesquisa e ações sociais: Identidade, Diversidade e Inclusão; Juventude e Cultura.
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BRASIL. Ministério da Educação. Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais. Rio de Janeiro: CEPESC, 2009.
O curso Gênero e Diversidade na Escola (GDE) é uma experiência inédita de formação de profissionais de educação à distância nas temáticas de gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais. É resultado de uma articulação inicial entre diversos ministérios do Governo Brasileiro (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação), British Council (órgão do Reino Unido atuante na área de Direitos Humanos, Educação e Cultura) e Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ).
SILVA, Tomaz Tadeu da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. 134 p.
A questão da identidade e da diferença está hoje no centro da teoria social e da prática política. Assim, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais, os três ensaios que compõem este livro buscam, de diferentes maneiras, traçar os contornos da questão.
SOLOMON, Andrew. Longe da árvore: pais, filhos e a busca da identidade. Traduzido por Donaldson M. Garschagen, Luiz Antonio de Araújo, Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 1050 p.
Para escrever “Longe da árvore”, o autor realizou uma abrangente pesquisa sobre o universo da diversidade em famílias com filhos marcados pela excepcionalidade. Surdos, anões, portadores de síndrome de Down, autistas, esquizofrênicos, portadores de deficiências múltiplas, crianças prodígios, filhos concebidos por estupro, transgêneros e menores infratores: dez “identidades horizontais” (isto é, divergentes dos padrões familiares, linguísticos e sociais predeterminados), sujeitas em graus distintos a influências genéticas e ambientais, compõem a constelação de temas deste ensaio sobre os sentidos de ser diferente e, principalmente, de aprender a amar e respeitar as diferenças.
MISKOLCI, Richard (Org.). Marcas da diferença no ensino escolar. São Carlos: EdUFSCar, 2010. 220 p.
O livro fornece informação para se lidar com gênero, sexualidade e relações étnicoraciais na sala de aula. Auxilia na compreensão de questões ainda pouco exploradas na área de educação, mas que se impõem na prática exigindo que educadoras e educadores se aprofundem nelas, questionem o senso comum e encarem os desafios do presente com os olhos voltados para o futuro.
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PARÂMETROS curriculares nacionais (1ª a 4ª série): pluralidade cultural e orientação sexual. 2. ed. Brasília: MEC / Secretaria de Educação Fundamental, 2000. 164 p., il. Há muito se diz que o Brasil é um país rico em diversidade étnica e cultural, plural em sua identidade: é indígena, afrodescendente, imigrante, é urbano, sertanejo, caiçara, caipira... Contudo, ao longo de nossa história, têm existido preconceitos, relações de discriminação e exclusão social que impedem muitos brasileiros de ter uma vivência plena de sua cidadania. O documento de Pluralidade Cultural trata dessas questões, enfatizando as diversas heranças culturais que convivem na população brasileira, oferecendo informações que contribuam para a formação de novas mentalidades, voltadas para a superação de todas as formas de discriminação e exclusão. Já o documento de Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Traduzido por Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2000. 184 p.
Este livro aborda os principais domínios da pedagogia diferenciada, e em cada um deles confronta-se com o mesmo dilema: como considerar as diferenças sem limitar cada aluno em sua singularidade, seu nível, sua cultura de origem?
PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. Traduzido por Claudia Schilling. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. 230 p.
Há várias décadas a escola vem transformando as desigualdades sociais e culturais em desigualdades de resultados escolares, devido à sua “indiferença pelas diferenças”. Atualmente, novas ferramentas estão sendo utilizadas para demonstrar que o fracasso escolar não é uma fatalidade: a pedagogia de suporte, a pedagogia diferenciada, a individualização dos percursos de formação, o ensino por ciclos, os estudos dirigidos e módulos no ensino médio, entre outras. No entanto, essas iniciativas nem sempre produzem os resultados esperados e, às vezes, os professores se desestimulam e retornam ao ensino coletivo que tinham denunciado antes. Aqui, o autor auxilia o leitor a compreender esse fenômeno, a analisar as resistências ligadas a uma organização social pensada em outra época, e a entender as inquietudes daqueles que consideram arriscado que as diferenças sejam levadas em conta. Sua visão sociológica e realista ajuda os educadores a encontrarem novas formas de atuação.
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DIADEMA. Secretaria Municipal de Educação. Programa diversidade na escola: escola de todas as cores. Diadema, 2007. 97 p., il.
Esta publicação foi elaborada a fim de subsidiar o trabalho intelectual e prático de professoras/es e educadoras/es da Rede Municipal de Ensino de Diadema, comprometidas/os com a dignidade humana e com a superação das desigualdades sociais, de raça, de gênero e de geração.
STALFELT, Pernilla. Quem é você?: um livro sobre tolerância. Traduzido por Fernanda Samartz Akesson. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. 44 p., il.
Como podemos ser tão diferentes uns dos outros? Ao mesmo tempo, como podemos ser todos tão iguais? Este livro fala justamente sobre isso: sobre como entender as diferenças entre as pessoas e, principalmente, aceitá-las.
BUSCH, Ana; VILELA, Caio. Quem somos. Ilustrado por Joanna Mora. São Paulo: Casa Amarelinha, 2013. 48 p., il.
Você sabia que, em grandes cidades ou em pequenas aldeias, as crianças do mundo todo, por mais diferentes que sejam, brincam, estudam, fazem amigos e também fazem arte? Que tal conhecer um pouco da vida de meninas e meninos de vários lugares do mundo? Participe dessa viagem cheia de surpresas e mergulhe em um mundo de diversidade e beleza.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Organizado por Michael Schröter. Traduzido por Vera Ribeiro. Revisão de Renato Janine Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. 202 p.
Composto de três ensaios interrelacionados, esse livro aborda a relação entre a pluralidade de pessoas e a pessoa singular a que chamamos “indivíduo”. O propósito de Norbert Elias, ao acoplar termos aparentemente antagônicos como sociedade e indivíduo, é promover a emancipação de um uso mais antigo, estabelecendo um novo modelo da maneira como os seres humanos individuais ligam-se uns aos outros numa pluralidade, ou seja, numa sociedade. Elias assinala que os indivíduos e a sociedade não são entidades estanques, mas apenas perspectivas diferentes de uma mesma instância. O cientista social ainda faz uma reflexão sobre as mudanças na maneira como a sociedade é compreendida, e até no modo como as pessoas que formam essas sociedades entendem a si mesmas: em suma, a autoimagem e a composição social – aquilo que o autor chama habitus – dos indivíduos.
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SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (Org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. 4. ed. Brasília: MEC, 2004. 576 p., il.
Este livro abarca uma ampla variedade de temas e reúne as contribuições de 22 autores, referentes a mais de duzentos povos indígenas que habitam o Brasil. Seu tema de fundo é o convívio na diferença afirmado como possibilidade efetiva. Analisam-se, aqui, as condições necessárias para o convívio construtivo entre segmentos diferenciados da população brasileira, visto como processo marcado pelo conhecimento mútuo, pela aceitação das diferenças, pelo diálogo. A reflexão sobre os povos indígenas e sobre as lições de sua história e suas concepções de mundos e de vida constituem um campo fértil para pensarmos o país e o futuro que queremos.
AMBRÓSIO, Ubiratan D’. Transdisciplinaridade. 2. ed. São Paulo: Palas Athena, 1997. 174 p.
Introduz-se aqui a noção da transdisciplinaridade não como sendo um simples conjunto de conhecimentos ou um novo modo de organizá-los, mas como uma postura de respeito pelas diferenças culturais, de solidariedade e integração à natureza.
Ubiratan D’Ambrosio apresenta nesta obra uma colagem de conferências realizadas no Brasil e no exterior. A reflexão transdisciplinar sobre as consequências de um conhecimento dissociado da realidade total do indivíduo, da humanidade e do universo é o denominador comum. Como alicerce dessa reflexão, o autor propõe a ética da diversidade, à qual devem subordinar-se todas as modalidades do saber, em especial o saber gerado pela ciência e a tecnologia, cujo impacto sobre a vida no planeta tem mostrado resultados alarmantes.
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