Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz
Verdade ou mentira?
Setembro de 2021 Número 17
EXPEDIENTE
DIRETOR GERAL
Heitor Fecarotta DIRETOR DE GESTÃO
Marcelo Chulam DIRETORA PEDAGÓGICA
Regina Scarpa
REVISTA LER CONCEPÇÃO E PESQUISA
Alexandre Leite e Sandra Salgado (Biblioteca Geral) PROJETO GRÁFICO
Kiki Millan e Juliana Lopes (Casa Vera Cruz) EDIÇÃO DE TEXTO
Renata Blois (Comunicação) REVISÃO DE TEXTO
Iara Arakaki (Casa Vera Cruz)
Sumário Apresentação ....................................................................................................... 5 Verdade ou mentira? ........................................................................................... 7 Tipos de fake news .............................................................................................. 8 Como não cair na armadilha das fake news..................................................... 10 Como os alunos da Escola Vera Cruz se relacionam com as mídias?............ 11 Fontes..................................................................................................................... 12 Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz.............................................. 13 Obras teóricas....................................................................................... 13 Obras literárias e relatos...................................................................... 14 Obras infantojuvenis............................................................................. 15 Agradecimentos pelas doações.......................................................................... 18
Apresentação O Sistema de Bibliotecas Vera Cruz dedica o 17º número da Revista Ler ao tema fake news — informações distorcidas, sensacionalistas, imprecisas e falsas, que são publicadas como se fossem verdadeiras, causando danos sociais, políticos e pessoais. Embora pareça recente, o termo fake news já constava no Dicionário Merriam-Webster, no final do século 19. Mas, com a chegada das redes sociais e a facilidade tecnológica para compartilhamento de informações, o termo se tornou muito popular, até ser eleito pelo Dicionário Collins como a palavra do ano em 2017. Reconhecer e compartilhar verdades numa época em que notícias falsas e verdadeiras são divulgadas simultaneamente, no mesmo espaço digital, exigem certos cuidados. Como podemos diferenciar notícias verdadeiras das falsas? Como evitar que o excesso de informação se transforme em desinformação? Como analisar em quais das informações a nosso alcance podemos confiar? Nas próximas páginas, buscaremos responder a essas questões. E, como em todas as edições da Revista Ler, você encontrará uma relação de obras disponíveis em nossas bibliotecas que tratam deste tema tão importante quanto urgente. Boa leitura!
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Verdade ou mentira?
No mundo de hoje, qualquer pessoa que tenha acesso a smartphones e internet, dentre outros recursos tecnológicos, pode criar e compartilhar notícias a qualquer instante, sejam elas verdadeiras ou falsas. As chamadas fake news têm por objetivo criar polêmicas em torno de situações, pessoas e/ou instituições. Podem ser enormemente prejudiciais a seus alvos e têm causado grandes estragos sociais e políticos no mundo. Existem várias formas de se gerar fake news, desde simples publicações em redes sociais até sua criação por empresas especializadas em produzir conteúdos virais. No caso dessas empresas, um fator determinante é sua invisibilidade, pois, geralmente, elas operam na deep web, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de busca. Assim, é difícil rastreá-las e responsabilizá-las pelos danos causados à sociedade. As chances de uma notícia falsa viralizar é consideravelmente maior — 70% maior, de acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) — do que as de uma notícia verdadeira. A disseminação de fake news é facilitada pelo comportamento dos usuários das redes sociais: muitas pessoas se informam exclusivamente pelas redes, por aquilo que lhes chega mais facilmente aos olhos, sem verificarem se a fonte da notícia é confiável, e, ao curtirem e/ou compartilharem a informação, a espalham, aumentando o prejuízo que podem causar. Dessa maneira, as fake news conseguiram até abalar o conceito de “verdade”, e deram origem ao neologismo “pós-verdade”, criado para nomear aquela realidade em que notícias falsas passam a considerar como verdadeira. O termo “pós-verdade“ foi, inclusive, eleito a palavra do ano, em 7
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2016, pelo Dicionário Oxford, e foi definido como a ideia de que um fato concreto tem menos significância ou influência do que “apelos à emoção e a crenças pessoais”. De acordo com o conceito de pós-verdade, torna-se mais importante acreditar que algo é verdade (mesmo não sendo) do que aquilo que de fato é verídico. Assim, o uso do prefixo “pós” remete à ideia de que o conceito de verdade passa a não ter o mesmo significado que teve outrora. Recentemente, medidas preventivas e punitivas estão sendo aplicadas pelas principais plataformas digitais. Ao mesmo tempo, governos buscam meios de implementar regulamentação e fiscalização, e projetos de leis que visam controlar a propagação de notícias falsas nas redes sociais estão proliferando. No Brasil, não há, ainda, legislação que trate especificamente do tema. Por aqui, de modo geral, tais casos são conduzidos à luz de como são tratados no Código Penal os crimes de calúnia, injúria e difamação – não havendo menção à internet – apenas ao rádio e à televisão – na legislação para esses crimes. Para além da legislação, é muito importante que haja políticas de conscientização da população sobre o tema. Pesquisa feita pela revista Veja, em 2018, revela que 83% das pessoas entrevistadas têm receio de compartilhar fake news; por outro lado, 63% das pessoas ouvidas na mesma pesquisa revelam que não checam a veracidade das informações que compartilham. A reflexão e o diálogo sobre o comportamento adequado ao ambiente virtual e a educação para a convivência nas redes sociais são fundamentais nos dias de hoje.
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Tipos de fake news
Claire Wardle e Hossein Derakshan, dois pesquisadores em mídia e informação digital, identificaram os sete tipos de desinformação ou informação incorreta. 8
Sátira ou paródia Normalmente, não tem a intenção de causar danos, mas tem potencial para enganar. São comuns em sites de humor e podem ser facilmente identificadas como falsas.
Falsa conexão Quando as imagens, título ou manchete não condizem com o restante do conteúdo da notícia. Esse tipo de fake news geralmente se deve a uma má política de jornalismo ou visa o lucro de determinado site. Neste último, os títulos apelativos são criados para chamar atenção das pessoas a clicarem no link da notícia, apenas para que os donos da página possam ganhar dinheiro com a visualização das publicidades anunciadas nos artigos, por exemplo.
Conteúdo enganoso Seu conteúdo apresenta informações e/ou dados distorcidos, muitas vezes omitindo fontes e comunicando o que lhe convém, para enquadrar uma questão ou alguém.
Falso contexto A informação da notícia é verdadeira, mas é usada fora de seu contexto original. Por exemplo, uma notícia antiga divulgada como se fosse recente.
Conteúdo impostor Quando se cria algo de conteúdo falso, muito semelhante a sua fonte genuína. Pode ser usado como elemento de humor, como a Falha de S.Paulo, que é uma paródia do jornal Folha de S.Paulo, no Twitter.
Conteúdo manipulado É um dos tipos de fake news mais complexos de se analisar. Quando a imagem e a informação genuínas são manipuladas para enganar.
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Conteúdo fabricado Conteúdo novo, 100% falso. Foi inventado com o propósito de causar desinformação, enganar as pessoas e, consequentemente, provocar danos.
Como não cair na armadilha das fake news Veja algumas dicas que podem ajudar a identificar uma fake news.1.
Senso crítico Não acredite imediatamente em tudo que receber por aplicativos como Whatsapp e compartilhe. Espere um momento e pense. Suspeite de conteúdos que lhe causem reações emocionais muito fortes. As notícias inventadas são feitas para causar surpresa, rejeição ou grandes impactos. O conteúdo confirma uma crença sua? Desconfie. A notícia pede para você confiar, porque a “mídia” quer esconder um fato? Desconfie.2
Ler todo o conteúdo Muitas pessoas compartilham conteúdos nas redes sociais sem mesmo ler todo o texto e, assim, disseminam ideias deturpadas sobre o que de fato ocorreu. Lembre-se também de que um dos tipos mais comuns de fake news é quando o título ou a manchete da notícia não condiz com o restante do texto.
Verificar a origem Fake news são pobres de fontes. Quando uma informação não contém elementos jornalísticos básicos, como a referência daquilo que está sendo dito, a veracidade do texto é questionável.
Conferir os autores Outra dica é conferir a identidade dos autores do texto e procurar um histórico de trabalhos feitos por essas pessoas. Em muitos casos, os autores de fake news podem ser falsos; por isso, se não houver indício de quem escreveu o texto, a probabilidade de se tratar de uma fake news é alta.
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Fontes de pesquisa: Significados (2021), DAGI (2020).
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SYED et al. (2020).
Pesquisar em outras fontes Quando recebemos alguma informação, não devemos confiar exclusivamente na primeira fonte de notícias. O ideal é pesquisar em outros veículos de comunicação e verificar se o conteúdo também foi publicado e quais as informações contidas nos diferentes textos.
Conferir a data de publicação da notícia Mesmo que seja verdadeira, a informação estar sendo usada fora de seu contexto original. Por isso, antes de compartilhar uma notícia é importante verificar a data em que ela foi publicada.
Identificar o site de origem Sites que divulgam fake news têm nome e/ou endereço semelhantes a sites de notícias. Verifique também se não se trata de um site de humor.
Avaliar a estrutura do texto Fake news e os textos dos sites que as divulgam costumam apresentar erros de português, de formatação, letras em caixa-alta (maiúscula) e uso exagerado de pontuação.
Usar sites de verificação de notícias Diversas plataformas podem auxiliar na verificação de notícias (clique nos nomes para acessá-las): Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org, Buzzfeed, E-farsas, Fato ou fake, Truco, UOL Confere.
Como os alunos da Escola Vera Cruz se relacionam com as mídias? Nos dois últimos anos, o Vera promoveu uma pesquisa relacionada à leitura de notícias, um importante gênero discursivo do campo jornalístico/midiático. Conduzida pela pesquisadora argentina Flora Perelman, a investigação “Como nossos alunos se relacionam com as mídias?” foi transformada em uma publicação disponível a toda nossa comunidade (http://site.veracruz.edu.br/doc/artigos/art_versaodigital_como_alunos_relacionam_midias_2021.pdf). Vale a pena conferir! 11
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Fontes ALTARES, Guillermo. A longa história das notícias falsas. El País, Madri, 18 jun. 2018. Disponível em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2018/06/08/cultura/1528467298_389944.html. Acesso em: 26 jun. 2021. DIRETÓRIO ACADÊMICO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO (DAGI). Como identificar Fake News? DAGI, UFPE, 5 jul. 2020. Disponível em: https://sites.ufpe.br/dagi/2020/07/05/como-identificar-fake-news/. Acesso em: 31 ago. 2021. FAKE news. Significados. 19 ago. 2021. Disponível em: significados.com.br. Acesso em: 30 ago. 2021. FAKE news. Mundo Educação, Goiana. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm. Acesso em: 26 jun. 2021. FAKE news: o que são e como identificar. 7Graus, Matosinho, 9 fev. 2021. Disponível em: https://www. significados.com.br/fakenews. Acesso em: 26 jun. 2021. GOMES, Cesar Augusto, Os 7 tipos de fake news sobre covid-19. Blog da Unicamp, 21 maio 2020. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/covid-19/os-7-tipos-de-fake-news-sobre-a-covid-19. Acesso em: 30 ago, 2021. MORAES, Amanda Nunes. Podcast “Caçadores de fake news” ensina crianças a identificarem notícias falsas. Canguru News, São Paulo, 8 mar. 2021. Disponível em: https://cangurunews.com.br/fake-news-podcast. Acesso em: 26 jun. 2021. NOTÍCIA falsa. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Not%C3%ADcia_falsa. Acesso em: 23 jun. 2021. SILVA, Gabriele. O que são fake news? Educa Mais Brasil, São Paulo, 10 dez. 2019. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/o-que-sao-fake-news. Acesso em: 26 jun. 2021. SYED, Wasim et al. Coronavírus – Fake news e como identificá-las. Ribeirão Preto: Vidya Academics, Pretty Much Science, FCFRP-USP, 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2020/06/Coronavírus-Fake-News_Vydia_academics_FCFRP_USP.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021. WARDLE, Claire; DERAKHSHAN, Hossein. Information disorder: toward an interdisciplinary framework for research and policy making. Estrasburgo: Council of Europe, 2017. Disponível em: https://rm.coe.int/information-disorder-toward-an-interdisciplinary-framework-for-researc/168076277c . Acesso em: 31 ago. 2021.
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Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz As sinopses das publicações a seguir fazem parte do material de divulgação das editoras. Obras teóricas HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Traduzido por Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 442 p. Como podemos nos proteger de guerras nucleares, cataclismos ambientais e crises tecnológicas? O que fazer sobre a epidemia de fake news ou a ameaça do terrorismo? O que devemos ensinar aos nossos filhos? "21 lições para o século 21" explora o presente e nos conduz por uma fascinante jornada pelos assuntos prementes da atualidade. Seu novo livro trata sobre o desafio de manter o foco coletivo e individual em face a mudanças frequentes e desconcertantes. Seríamos ainda capazes de entender o mundo que criamos?
KEYES, Ralph. A era da pós-verdade: desonestidade e enganação na vida contemporânea. Traduzido por Fábio Creder. Petrópolis: Vozes, 2018. 310 p. Embora sempre tenha havido mentirosos, as mentiras geralmente têm sido contadas com hesitação, uma pitada de ansiedade, um bocado de culpa, um pouco de vergonha, e, pelo menos, alguma timidez. Agora, pessoas inteligentes que somos, apresentamos razões para manipular a verdade, de modo que possamos dissimular sem culpa. Ralph Keyes chama isso de pós-verdade. Vivemos em uma era da pós-verdade. Nós levamos a sociedade pela qual pagamos. Neste caso, isso significa uma sociedade pós-verdadeira. Mesmo que mais mentiras estejam sendo ditas do que nunca, para o autor não há maior propensão humana a contar mentiras. O que ele acredita é que uma disposição antiga para enganar os outros está sendo facilitada de novas maneiras. KAKUTANI, Michiko. A morte da verdade: notas sobre a mentira na era Trump. Traduzido por André Czarnobai, Marcela Duarte. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018. 272 p. Vivemos em uma época em que qualquer ideia objetiva da verdade é ridicularizada, sobretudo no cenário sociopolítico norte-americano. Teorias da conspiração e ideologias que já haviam sido totalmente desacreditadas voltaram a ter voz na cultura, questionando o que já foi estabelecido pela ciência. A sabedoria das massas se impôs ao conhecimento e cada um de nós tende a se ater às crenças que validam nossos próprios preconceitos. Mas por que a verdade se tornou uma espécie em extinção? Neste livro Michiko Kakutani explica como as forças culturais contribuíram para essa catástrofe da contemporaneidade. Seja nas redes sociais, na literatura, na TV, no mundo acadêmico ou na política, é possível identificar tendências que colocaram a subjetividade sobre um pedestal em detrimento da realidade, da ciência e dos valores comuns. FERRARI, Pollyana. Como sair das bolhas. São Paulo: EDUC, 2018. 176 p., il. Pollyana Ferrari mostra, dentro do contexto do jornalismo e das redes sociais falsas, que a fake news é facilitada pelo vício de as pessoas criarem personagens que às vezes nem são, pelo vício em celular e redes sociais, pela falta de tempo que dão a elas mesmas para desconectar e parar para pensar, questionar. Por isso a facilidade para a apertar o botão e compartilhar algo que nem têm certeza. Mais do que isso, a autora mostra como hoje o conceito de "viver na bolha" evoluiu para algo pior: as pessoas (de modo geral) só convivem, mesmo virtualmente, com quem pensa parecido, com quem tem a mesma opinião política e gosta dos mesmos ídolos, da mesma música, o que facilita que, ao receber algo absurdo sobre políticos, sobre um artista ou sobre um time de futebol, já compartilhe, como se fosse verdade.
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GARCIA, Marilene Santana dos Santos; CZESZAK, Wanderlucy. Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o excesso de) informação e fake news em sala de aula. São Paulo: SENAC, 2019. 142 p. Publicação destinada a profissionais comprometidos em melhorar a alfabetização midiática e o espírito crítico dos alunos, para evitar que o excesso de informação se transforme em desinformação. Apresenta reflexões e conclusões de estudos recentes sobre o fazer educacional impactado pelas mídias digitais e o uso da curadoria em seu conceito mais atual, além de quadros explicativos, exemplos e modelos para as aulas.
DUNKER, Christian et al. Ética e pós-verdade. Porto Alegre: Dublinense, 2017. 144 p. (Litercultura). Em 2016, a Universidade de Oxford elegeu "pós-verdade" como palavra do ano. Segundo o dicionário da instituição, o termo "descreve circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais". No Brasil, as definições e os impactos da pós-verdade ganham cada vez mais importância. Com este objetivo, o livro reúne artigos de cinco dos pensadores do país: o psicanalista Christian Dunker, o crítico literário Julián Fuks, o escritor Cristovão Tezza e os filósofos Marcia Tiburi e Vladimir Safatle. A ideia da coletânea é simples: propor análises sobre a pós-verdade no Brasil a partir de diferentes pontos de vista: psicanalítico, político, filosófico e literário. STEPHENS-DAVIDOWITZ, Seth. Todo mundo mente: o que a internet e os dados dizem sobre quem realmente somos. Traduzido por Wendy Campos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. 338 p., il. Nesta obra, Seth Stephens-Davidowitz, economista formado por Harvard, defende que muito do que pensávamos sobre as pessoas estava completamente errado. O motivo? Todo mundo mente, para amigos, parceiros, médicos, pesquisas e para si mesmo. Entretanto, não precisamos mais confiar no que as pessoas nos dizem. Novos dados da internet finalmente revelam a verdade. Ao analisar essa mina de ouro digital, podemos agora descobrir o que as pessoas realmente pensam, querem e fazem. A capacidade de aprendizado sobre a natureza humana a partir de Big Data é praticamente ilimitada basta fazer as perguntas certas.
Obras literárias e relatos MELLO, Patrícia Campos. A máquina do ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 296 p. Patrícia Campos Mello discute de que forma as redes sociais vêm sendo manipuladas por líderes populistas e como as campanhas de difamação funcionam qual uma censura, agora terceirizada para exércitos de trolls patrióticos repercutidos por robôs no Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp – investidas que têm nas jornalistas mulheres suas vítimas preferenciais. Os bastidores de reportagens da jornalista e os ataques de que foi vítima servem de moldura para um quadro mais amplo sobre a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo. A autora acompanhou a utilização crescente das redes sociais nas eleições internacionais que cobriu: nos Estados Unidos, em 2008, 2012 e 2016; na Índia, em 2014 e 2019. À experiência de observadora do avanço dos tecnopopulistas e seu "manual para acabar com a mídia crítica", somou-se a de protagonista involuntária no front de uma guerra contra a verdade. É também um manifesto em defesa da informação.
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ORWELL, George. Sobre a verdade. Traduzido por Claudio Alves Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. 208 p. Neste livro, estão reunidos de forma inédita textos que têm como eixo a ideia da verdade. A seleção abrange trechos de toda a produção de Orwell, do seu primeiro livro, “Dias na Birmânia”, de 1934, até seu romance derradeiro, “1984”, publicado em 1949, um ano antes da sua morte. O apagamento da verdade é a chave para entendermos a obra de Orwell e, principalmente, o mundo atual. Se a verdade morreu, nunca foi tão importante dizer: viva a verdade!
Obras infantojuvenis LABRÉ, Brigitte; PUECH, Michel. A verdade e a mentira. Traduzido por Irami B. Silva. Ilustrado por Jacques Azam. São Paulo: Scipione, 2002. 40 p., il. (Filosofia para crianças: cara ou coroa?). Observar com atenção o que acontece não é simples. Nem sempre a verdade está de um lado e a mentira, de outro. Muitas vezes na vida, verdade e mentira se entrelaçam. Este livro estimula a criança a refletir sobre o que tudo o que diz e o que escuta, para que possa determinar quando é necessário falar a verdade e interpretar as afirmações feitas pelas outras pessoas.
AIDAR, Flávia; ALVES, Januária Cristina. Como não ser enganado pelas fake news. São Paulo: Moderna, 2019. 64 p., il. (Informação e diálogo). Livro sobre o nosso tempo: uma época em que há muitas notícias circulando, mas poucas que realmente têm a ver com o que nos interessa, seja como indivíduos que tentam sobreviver a esse mar de desinformação, seja como cidadãos que querem entender o que realmente está acontecendo. Este é um livro para quem quer ler a notícia com olhos curiosos, para quem quer descobrir o que não está escrito ou ilustrado. Um livro para quem quer ser leitor, e não apenas consumidor de notícias. As fake News não são exatamente novidade no cenário em que as informações circulam. Elas ocorrem desde os primórdios da humanidade. A diferença está na escala e nas consequências de seu consumo e de sua disseminação. Por isso, mais do que nunca, precisamos ser leitores críticos e conscientes. DUARTE, Marcelo. Esquadrão curioso: caçadores de fake news. Ilustrado por Caco Bressane. São Paulo: Panda Books, 2018. 112 p., il Um ataque de discos voadores, um telefone celular com oitocentos anos de idade, uma capa que deixa qualquer um invisível e baleias despencando dos céus. Alunos do Colégio Pedro Álvares Cabral resolvem criar o Esquadrão Curioso para desvendar notícias falsas que aparecem nas redes sociais. Eles se saem tão bem que isso incomoda o maléfico Fake Nilson, criador dos posts mentirosos.
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AGRADECIMENTO PELAS DOAÇÕES Aline Borrely Ataide Claudia Cavalcanti Denise Castanho Márcia Godoy Gowdak Márcia Lopez