Revista Ler - nº 18

Page 1

Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

100 anos da Semana de 22

Maio de 2022 Número 18


EXPEDIENTE

DIRETOR GERAL

Heitor Fecarotta DIRETOR DE GESTÃO

Marcelo Chulam DIRETORA PEDAGÓGICA

Regina Scarpa

REVISTA LER CONCEPÇÃO E PESQUISA

Alexandre Leite (Biblioteca Geral) PROJETO GRÁFICO

Kiki Millan e Juliana Lopes (Casa Vera Cruz) EDIÇÃO DE TEXTO

Renata Blois (Comunicação) REVISÃO DE TEXTO

Iara Arakaki (Casa Vera Cruz)


Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz Maio de 2022 Número 18



Sumário Apresentação........................................................................................................................................ 7 Obras dos principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922..................................... 9 Escritores ................................................................................................................................................. 9 Graça Aranha ........................................................................................................................... 9 Gruilherme de Almeida .......................................................................................................... 10 Mario de Andrade ..................................................................................................................11 Menotti del Picchia.................................................................................................................. 16 Oswald de Andrade............................................................................................................... 18 Artistas plásticos ............................................................................................................................ 23 Anita Malfatti........................................................................................................................... 23 Emiliano Di Cavalcanti............................................................................................................ 24 Vicente do Rego Monteiro...................................................................................................... 25 Victor Brecheret........................................................................................................................ 26 Músicos .......................................................................................................................................... 27 Heitor Villa-Lobos.................................................................................................................... 27 Sobre os participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 e suas obras.......................... 29 Sobre a Semana de Arte Moderna.............................................................................................. 34

5


Revista Ler

6


Apresentação Como os modernistas nos ensinaram a entender o Brasil? Que Brasis foram representados na Semana de Arte Moderna de 1922? No ano em que relembramos o centenário daquele que ficou conhecido como um marco na história de São Paulo e um dos movimentos mais influentes da arte brasileira, inúmeras atividades foram propostas aos alunos do Vera para uma reflexão sobre as questões que o envolvem. No Ensino Fundamental, essa temática foi escolhida como o disparador para a segunda edição da fliVera – Festa Literária do Vera. No nível 2, os alunos do 3º ao 5º ano, após um aprofundado estudo sobre o que foi a Semana de 1922 e quem foram os principais artistas envolvidos, foram chamados a refletir como essa mobilização artística ocorrida há cem anos impactou o país em que vivemos atualmente. Para a fliVera, que aconteceu entre os dias 16 e 20 de maio, foram elaboradas muitas atividades, como grafite, oficinas de cartões-postais e a feira para troca de livros. Além das apresentações musicais dos alunos, foram programados encontros especiais com o repentista Luiz Wilson e com o grupo Samba de Dandara. No nível 3, a 2ª edição da Festa Literária do Vera aconteceu no sábado, dia 21 de maio. Além dos estudos e pesquisas em sala de aula, os alunos também participaram de atividades complementares que antecederam a programação da fliVera, como a visita do 8º ano à exposição “Contramemória”, no Theatro Municipal de São Paulo. Sob o tema “Qual é a sua paisagem na Pauliceia de 2022?”, o concurso de poesia promovido pelo 6º ao 9º ano teve como mote a obra Pauliceia desvairada, de Mário de Andrade, e foi aberto aos alunos do Ensino Médio e funcionários da Escola. A partir dos múltiplos os olhares que temos em relação aos lugares que nos rodeiam, envolvidos que estamos pelos sentimentos e sensações suscitados por eles, ou atentos ao que vemos, o concurso propôs que os poemas relacionassem paisagem e Pauliceia, o espaço e a cidade, cem anos depois, com inspiração nos primeiros versos de “Paisagem nº 4”. A programação incluiu ainda mesas temáticas com Kaká Werá Jecupé, Mel Duarte, José Miguel Wisnik e Glaucea Helena de Britto. Declamação de poemas, leituras dramáticas e recontos orais de contos tradicionais também integraram a programação, que teve, ainda, a exibição de videopoemas produzidos pelos alunos, espetáculos artísticos de dança, música e teatro, e oficinas de cultura e tecnologia e de trançados indígenas. Uma apresentação de dança com o grupo Gumboot fechou com chave de ouro a programação do sábado. No Ensino Médio, os alunos conectaram o tema aos conteúdos do Projeto Arte e Sociedade, que busca ampliar o repertório artístico dos estudantes e promover reflexões em torno da questão “Como a arte representa a vida?”.

7


Revista Ler

Neste ano, em virtude das celebrações dos 200 anos da independência brasileira e dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, o Projeto busca celebrar, relembrar e questionar aspectos que esses eventos apontam sobre a sociedade brasileira. “Como a arte nos ajuda a repensar o Brasil hoje”. A partir desse questionamento os alunos foram provocados a refletir sobre a sociedade brasileira atual a partir de temas como: identidade, decolonialidade, povos originários, urbanidade, meio ambiente, ciência e tecnologia. Além dos estudos em sala, as turmas visitaram exposições, como “Era uma vez o Moderno”, no Centro Cultural da Fiesp, e “Suturas, fissuras, ruínas”, de Adriana Varejão, em cartaz na Pinacoteca do Estado, que contribuíram para as investigações sobre os temas escolhidos pelos grupos e que culminam em uma exposição de arte no dia 25 de maio. A Ler, revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz, não poderia ficar de fora desse movimento na Escola. Neste número, convidamos você, leitor/a e profissional do Vera, a um mergulho no momento histórico que ficou conhecido como a primeira manifestação coletiva na história cultural brasileira. Nas páginas seguintes, você poderá conferir indicações de leituras relacionadas ao tema presentes em nosso acervo – livros teóricos, de literatura, publicações de literatura infantil e filmes, todos organizados por ordem alfabética de título. Boa leitura!

8


As sinopses das publicações a seguir fazem parte do material de divulgação das editoras.

Obras dos principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922 Escritores

Graça Aranha

Canaã Numa pequena colônia alemã do Espírito Santo, Milkau e Lentz vivem o desafio de construir uma nova vida em terra estrangeira. Canaã retrata a saga dos imigrantes europeus no Brasil no início do século e seu sonho de encontrar a "terra prometida". Mostrando o confronto entre visões de mundo antagônicas e a violência dos preconceitos raciais, é uma obra fundamental para a compreensão da cultura brasileira.

9


Revista Ler

Guilherme de Almeida

Os melhores poemas de Guilherme de Almeida Guilherme de Almeida viveu uma longa fase da história da poesia brasileira, que se estende do período crepuscular que antecedeu o modernismo ao surgimento e consolidação de movimentos como o concretismo ou a poesia praxis. Os seus primeiros livros, anteriores à Semana de Arte Moderna, revelam uma poesia de meiostons, em que o agudo sentimento da beleza se harmoniza com um certo artificialismo, muito ao gosto da sociedade de então. Tanto assim que os seus livros andavam nas mãos de todas as moças. A adesão ao modernismo evidencia um desejo de se ajustar ao gosto do tempo, mas não representa nenhuma mudança significativa em sua obra. Os seus livros desfrutavam de uma popularidade a que nenhum modernista chegava perto. Essa popularidade se manteve até a última fase de sua obra, caracterizada por uma linguagem mais enxuta, menos rica de emoção, mas na qual ainda se sente, um tanto enfraquecida, a voz do velho romântico.

Sonetos Neste volume estão reunidos os sonetos constantes em “Toda a poesia” (tomos 1, 2, 5 e 6), de Guilherme de Almeida, observada a ordem cronológica da composição, e não a da publicação dos vários livros. O livro reúne o que há de mais belo em matéria de sonetos, em sua essência profundamente romântica com ênfase nos processos rímicos, ritmos e verbais, no sentir, pensar e dizer, que fez com que Manuel Bandeira o considerasse o maior poeta e ensaísta em língua portuguesa. (Milla Pereira).

10


Mario de Andrade

Amar, verbo intransitivo Este romance é definido pelo autor como idílio (pequena composição poética, campestre ou pastoril; amor simples e terno; sonho; devaneio.) e abusa das técnicas modernas, usando uma linguagem coloquial, perto do falar brasileiro. Publicado em 1927, um ano antes de “Macunaíma”, mostra o drama de Carlos, jovem burguês, e de Elza, professora de alemão e pretensa iniciadora do menino na vida sexual. A hipocrisia da sociedade paulistana do início do século serve de pano de fundo para esta história

Aspectos da literatura brasileira Composto de 12 ensaios de crítica literária, Mário de Andrade aborda, de forma a validar a força da cultura brasileira, a literatura de autores importantes como Machado de Assis, Castro Alves, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Raul Pompeia, entre outros, apresentando em suas análises temas como nacionalidade, história, folclore, música popular e muito mais.

Aspectos da música brasileira Minucioso estudo sonoro-musical que se predispõe a analisar criticamente a realidade musical brasileira. Confrontando a língua falada com a cantada, discorrendo sobre a característica nasal do português falado no Brasil, analisando a discografia nacional e o samba rural paulista, Mário de Andrade nos apresenta um breve histórico e um painel da música brasileira na primeira metade do século XX.

11


Revista Ler

Aspectos das artes plásticas no Brasil Não faltam em São Paulo “detalhes de beleza ou soluções arquitetônicas de interesse técnico”, como assinala Mário de Andrade num dos quatro estudos que compõem este livro. Foi em Minas Gerais, porém, que ficaram os esplendores da arte barroca e suas ressonâncias musicais do século XVIII. Os estudos “A capela de Santo Antônio” e “O Aleijadinho” põem em evidência esta diferença que já se fazia marcante no período formativo das duas civilizações. Completam o volume um estudo sobre Lasar Segall, que Mário de Andrade escreveu para o catálogo de uma exposição de obras do pintor feita no Rio em 1943, e “Do desenho”, em que destaca o caráter essencialmente intelectual do que diz ser “uma arte intermediária entre as artes do espaço e as do tempo”. Briga das pastoras e outras histórias Antologia reunindo 13 textos escritos nas décadas de 20 e 30 pelo autor de “Macunaíma” procura mostrar como, a partir do Modernismo, e especialmente da obra de Mário de Andrade, o povo finalmente se tornou um personagem importante da literatura brasileira.

Cartas a Manuel Bandeira As cartas de Mario de Andrade a Manuel Bandeira fazem parte de uma correspondência de cerca de 13 anos. São cartas esclarecedoras da obra de Mário, da sua maneira de trabalhar, sua visão pessoal da vida, da literatura, da música e das artes plásticas, deixando suas preciosas impressões de crítico. Valioso testemunho que se torna um dos melhores subsídios para a história do modernismo no Brasil.

Cartas de Mário de Andrade a Luis da Câmara Cascudo Mário de Andrade era conhecido, também, por sua fidelidade absoluta as amigos, devendo-se lembrar sempre do juramento que fez a si mesmo, quando não recebeu resposta de um figurão da época: o de que, se viesse a ser célebre, não deixaria sem resposta as cartas ansiosas que recebesse. O resultado disto é uma vasta documentação em forma de missivas. Aqui temos 56 cartas e dois bilhetes de Mário, que demonstram a influência recíproca destes dois mestres em suas obras.

Os cocos Este volume foi organizado por Oneyda Alvarenga a partir dos documentos e anotações legados por Mário de Andrade. O coco é a forma poético-musical do folclore rural que, talvez mais intensamente que qualquer outro gênero popular, encantou e ocupou o escritor, que por ela já se interessava mesmo antes da Missão de Pesquisas Folclóricas da Discoteca Municipal de São Paulo, que pesquisou sobre os cocos no Nordeste entre dezembro de 1928 a fevereiro de 1929, reunindo uma vasta documentação. Mario de Andrade traz diversas contribuições para entendermos esta prática.

12


Contos novos Produto de uma longa gestação artesanal, livro preparado pelo autor nos últimos anos de sua vida e de publicação póstuma, os “Contos novos” são considerados pela crítica como ponto alto da maturidade artística de Mário de Andrade. Compõe o volume os contos: “Vestida de preto”, “O ladrão”, “Primeiro de maio”, “Atrás da catedral de Ruão”, “O poço”, “O peru de Natal”, “Frederico Paciência”, “Nelson” e “Tempo da camisolinha”.

Correspondência Mario de Andrade & Manuel Bandeira Lacrada até julho de 1997, a pedido de Mário, a parte mais significativa dessa correspondência começa a ser revelada nesta edição que dá conta da fértil comunicação, ao longo de três décadas, entre dois dos maiores nomes da literatura brasileira. Graças ao trabalho rigoroso do organizador, que nas notas às cartas apresenta todas as informações necessárias à compreensão dos dados contextuais, o leitor pode tomar pleno contato com a troca de confissões pessoais, opiniões sobre poemas, ideias sobre questões do cotidiano do país e sobre a evolução da arte brasileira, entre muitos outros temas. Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do Amaral Ultrapassando as fronteiras da amizade, as cartas trocadas por Mário de Andrade e Tarsila do Amaral oferecem ao leitor um contato direto com algumas das questões mais candentes que impulsionaram os artistas do período. Mostram o interesse pela atualidade das tendências artísticas internacionais, aliado à preocupação com a cultura brasileira, além de revelar detalhes dos processos de criação de dois dos maiores nomes do modernismo brasileiro. Organizado pela historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, o volume inclui uma série de notas explicativas e a análise material dos manuscritos ao final de cada texto, cronologia, caderno de fotos e reproduções de diversos outros documentos, entre eles catálogos de exposições de Tarsila no período modernista. Danças dramáticas do Brasil É conhecida a paixão de Mário de Andrade pela música, a sua “segunda amante”, conforme suas próprias palavras. “Danças dramáticas do Brasil” é uma obra que reúne os estudos de Mário de Andrade em relação à música popular, captando a alma simples do povo, e o verdadeiro folclore brasileiro. Organizado por Oneyda Alvarenga, aluna dileta de Mário, depois sua colaboradora, que pegou das numerosíssimas anotações, deu-lhes ordenação, segundo critérios do próprio Mário, que ela conhecia como poucos, e deu forma à obra.

De São Paulo: cinco crônicas de Mario de Andrade, 1920-1921 De novembro de 1920 a maio de 1921, em cinco números da revista mensal Ilustração Brasileira, Mário de Andrade escreveu as crônicas que integram esse livro. Organizado, com introdução e esclarecido por notas de Telê Ancona Lopez, fala sobre a metrópole paulista e o modernismo, temas definidores da vida e do trabalho de Mário. Uma visão arguta de São Paulo, lançada por um de seus filhos mais ilustres.

13


Revista Ler

Dicionário musical brasileiro O dicionário, publicado em 1989, com organização de Oneyda Alvarenga e Flávia Toni, apresenta os principais termos da música, em especial da música brasileira, compilados por 16 anos pelo grande Mário de Andrade. Um dicionário que evidencia influência das manifestações portuguesas e africanas no Brasil, acolhe o emprego de todo o tipo de formas musicais, frases-feitas e gírias no cotidiano, registra superstições de instrumentistas e questiona emprego de determinados termos.

Macunaíma: o herói sem nenhum caráter Publicado em 1928, Macunaíma é o herói sem caráter, símbolo de um povo que não descobriu sua identidade. Nascido nas profundezas da Amazônia, o herói de Mário de Andrade é cheio de contradições - assim como o país que lhe serve de berço. A saga de Macunaíma começa quando ele perde sua muiraquitã, um amuleto de pedra que havia ganhado de Ci, a Mãe do Mato. Acompanhado de seus irmãos Maanape e Jiguê, o herói viaja para o Sul em busca do amuleto, que estava em poder do fazendeiro peruano Venceslau Pietro Pietra. Encantado com a “civilização moderna”, Macunaíma, de certa forma, se vê dividido entre seu reino e as maravilhas de “São Paulo, a maior cidade do universo”. Os melhores contos de Mário de Andrade Os contos mais significativos da extensa obra do modernista Mário de Andrade foram selecionados pela professora de Letras e responsável pelo acervo do escritor no Instituto de Estudos Brasileiros, Telê Ancona Lopes.

Os melhores poemas de Mário de Andrade Estética é predominantemente a proposta da obra de Mário de Andrade, motor principal do Modernismo no Brasil. Frequentemente citado pelo romance “Macunaíma”, marcou também pela poesia. Nesse livro pode-se conhecer o que de mais importante ele escreveu, desde os anos 1920 até livros editados depois de sua morte, em 1945, como “Lira paulistana”, editado no ano seguinte. A poesia de Mário de Andrade tem grande variação formal e temática.

Paulicea desvairada Obra de Mário de Andrade publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna. Trata-se de um marco da literatura brasileira e traçou os alicerces da estética do Modernismo no país, transformando o panorama das artes no Brasil. O salto consolidado em “Paulicea desvairada” ilumina Mário de Andrade moderno, unindo renovação, experimentação, à análise não mais ingênua de seu tempo. Nele publica sua famosa “Ode ao Burguês”.

14


O poço Coletânea de contos de Mario de Andrade, selecionados de diversos livros publicados anteriormente. Fazem parte do volume os contos “Vestida de preto”, “Peru de Natal”, “Frederico Paciência”, “Tempo de camisolinha”, “O ladrão”, “Primeiro de maio”, “O poço”, “Nelson”, “Atrás da catedral de Ruão”, “Caso Pançudo” e “Túmulo, túmulo, túmulo”.

Poesias completas Em 1943, no plano de suas obras completas, “Poesias completas” deveria ampliar o conteúdo de “Poesias”, seleta que, em 1941, revisita os títulos publicados na década de 20 - “Pauliceia desvairada”, “Losango cáqui”, “Clã do jabuti”, e “Remate de males”, trazendo também os inéditos “A costela do Grã Cão” e “Livro azul”. “Poesias completas” abrangeria a integralidade dos livros até 1930, os inéditos divulgados em 1941 e novos inéditos como “O carro da Miséria”. Apenas em 1955, dez anos após a morte do autor, a obra se concretiza. A presente edição busca restituir, nos textos apurados mediante o confronto com edições em vida e manuscritos, o projeto original de Mário de Andrade para esse livro. Anotada e acrescida de documentos, contribui para a história da literatura no Brasil. Será o Benedito! Um dos autores mais importantes da língua portuguesa, Mário de Andrade revela-se um cronista de mão cheia. Em tom de conversa, conduz o leitor por uma viagem ao interior de São Paulo, na Fazenda Larga. Longe dos arranha-céus e dos ‘chofers’, o homem da cidade conhece o garoto Benedito, “nos seus treze anos de carreiras livres pelo campo”. A cerca que separa a casa-grande do vasto gramado é o obstáculo a ser conquistado em busca de uma aproximação.

15


Revista Ler

Menotti del Picchia

A “Semana” revolucionária Este livro reúne crônicas, artigos e conferências de Menotti Del Picchia inéditas em livros, que tratam de matéria relacionada com a Semana de Arte Moderna, a poesia de autores modernos brasileiros e as principais figuras desse movimento.

Juca Mulato Obra de 1917, precursora do modernismo, conta sobre o caboclo Juca, trabalhador de uma fazenda, descrito nos primeiros versos como em estado de comunhão com a natureza, que sente uma “cisma” - sentimento de inadequação racial, aumentado desde o dia em que flagra a filha da patroa o contemplando. A personagem integra o rol de tipos populares rurais, desenhados por escritores e artistas desde o final do século XIX, assemelhando-se pelo sentimentalismo, ao violeiro caipira de Almeida Júnior e pelo aspecto de desolação, ao Jeca de Monteiro Lobato.

Os melhores poemas de Menotti del Picchia Autor de um dos livros de poemas mais populares de nossa literatura, em todos os tempos, “Juca Mulato”, Menotti del Picchia fez uma poesia solar, plástica, colorida, inconfundivelmente brasileira que, nos últimos anos, evoluiu para o intimismo, a inquietação ante o mistério da vida, em busca do menino que ele foi um dia.

16


Poemas Reunião de quatro poemas de Menotti del Picchia: “Juca Mulato”, “Máscaras”, “A angústia de D. João” e “O amor de Dulcinéia”. Embora versando temas diferentes, há uma grande unidade nas obras aqui reunidas e provocaram discussões eruditas na época em que foram publicadas.

Salomé A personagem Salomé sai da antiga historiografia religiosa e da iconografia medieval para tornar-se um mito literário, reinventando-se, ao longo do séc. XIX, como a mulher fatal absoluta. Realizando diferentes graus de aproximação com as estéticas simbolista e decadentista, o autor modernista Menotti del Picchia, com seu romance Salomé (1940), inova ao conceber uma personagem que incorpora os signos da modernidade. A extravagante e sensual heroína deste romance, Salomé é uma figura fatalizada e estranha, que encarna a jovem de hoje, irreprimivelmente livre, curiosa e carregada de força e de mistério.

17


Revista Ler

Oswald de Andrade

A alegria é a prova dos nove A coletânea é uma tentativa de lançar um olhar retrospectivo e globalizante sobre a vida e a obra de Oswald de Andrade (1890-1954), autor que, sem dúvida alguma, melhor que ninguém incorporou as contradições de seu tempo, seja nas idas e vindas de sua vida pessoal, seja nas suas opções estéticas ou políticas. Por meio de uma seleção de frases e pensamentos originais do autor, recolhidos entre os vinte volumes que compõem sua obra completa (poemas, romances, crônicas, ensaios, entrevistas e peças de teatro), buscou-se uma síntese de seu percurso pessoal, onde público e privado se confundem para ordenar a história literária, política e moral do Brasil da primeira metade do Século XX. O livro está dividido em 17 partes, entremeadas por uma seção, Lambe-lambe, que evidencia sua franqueza, às vezes ferina, ao julgar os colegas, contemporâneos ou não, sem que, nessas críticas, haja qualquer “sombra de ódio ou rancor”.

Os condenados Além da linguagem inovadora, a trilogia é um retrato ficcional das dificuldades enfrentadas pelos primeiros modernistas na conservadora sociedade paulistana, entre as décadas de 1920 e 1930. Publicados separadamente, os romances da trilogia “Alma” (1922), “A estrela de absinto” (1927) e “A escada vermelha”, mais tarde “A escada” (1934), foram elogiados e, ao mesmo tempo, criticados. Influenciado pela sua vivência na Europa, o autor trazia ao Brasil do início do século um novo conceito de literatura.

Os dentes do dragão Coletânea abrangente das entrevistas de Oswald de Andrade, compreendendo um vasto período, que vai de 1924 a 1954, ano da morte do autor.

18


Dicionário de bolso Escrito ao longo das décadas de 1930 e 1940, esse “Dicionário de bolso” é um conjunto de máximas e aforismos que o poeta modernista reuniu na forma de verbetes, sem impor-lhes uma ordem rígida. A esmagadora maioria das definições se refere a nomes próprios de personagens da história universal e brasileira. Esse manual onomástico, porém, não tem caráter informativo; sua tônica é a irreverência iconoclasta e bem-humorada, que retoma o tom polêmico dos fragmentos presentes na Revista de Antropofagia (1928-1929) - na qual Oswald condensou a estratégia modernista de intervenção estética - combinada com as orientações políticas esquerdizantes que o escritor havia adotado no período em que redigiu o Dicionário.

Estética e política Coletânea de textos de Oswald de Andrade compilados e organizados pela professora Maria Eugenia Boaventura. Trata-se aqui de edição revista e ampliada com o acréscimo de importantes novos textos, dentre os quais destacaríamos “As minhas memórias”, no qual Oswald discorre acerca do primeiro volume de suas “Memórias” (infelizmente, o único publicado de um projeto literário mais amplo, interrompido pela morte do autor) e outros que discutem, com precisão, concisão e irreverência assuntos e pessoas relacionados à literatura e às artes, tais como os intitulados “Cobra Norato”, “Saudação a Albert Camus”, “Diálogo das vozes segallianas”, “A casa modernista”, “Brecheret”, entre outros.

Feira das sextas Organizado pela pesquisadora Gênese Andrade, “Feira das sextas” reúne textos inéditos escritos por Oswald de Andrade entre maio de 1943 e dezembro de 1945 e que não foram incluídos no “Ponta de lança”, organizado pelo próprio autor. O livro reúne 24 textos escritos entre maio de 1943 e dezembro de 1945 - ou seja, durante o período da Segunda Guerra Mundial e sob a ditadura de Getúlio Vargas. Das 24 crônicas, onze foram publicadas na coluna que dá título ao livro, que Oswald assinou entre julho de 1943 e junho de 1944 no Diário de S. Paulo, além de outros três textos para o mesmo jornal, mas não nessa seção; nove foram publicados em O Estado de S. Paulo e uma no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro.

Um homem sem profissão: sob as ordens de mamãe No início de 1954, Oswald de Andrade publicou “Um homem sem profissão”, o primeiro volume de suas memórias. O livro procura reconstituir a história da família de Oswald, mas tem como foco principal a vida urbana que viria a transcorrer na cidade de São Paulo da belle époque, ou seja, os anos finais do século XIX e os decênios entre 1900 e 1920. São aventuras que se passam na rua Barão de Itapetininga, entre festas e saraus da alta classe, esticam-se na escola, e às vezes escapam às curtas viagens que o autor, um menino então, fazia com a família. Mostra também a vida política da cidade, já que o pai de Oswald foi figura importante e ativa.

19


Revista Ler

Marco zero I: a revolução melancólica O romance “Marco zero”, de Oswald de Andrade, foi concebido como um conjunto de cinco livros. Deveria constituir, nas palavras do próprio autor, um mural, um afresco, um mosaico e um comício de ideias: enfim, uma síntese da história do Brasil na primeira metade do século XX a partir de São Paulo. Dos cinco livros projetados, porém, apenas dois foram escritos: “Marco zero I: a revolução melancólica” e “Marco zero II: chão”. O primeiro volume traz um panorama de São Paulo a partir do fracasso da revolução de 1932 referida no título.

Marco zero II: chão O segundo e afinal último volume da pentalogia inacabada, apesar do subtítulo, não trata, como outros romances da época, da terra e suas questões, mas ao contrário. Chão é o momento da crise em que o valor da terra deixa de ser um valor de produção para ser um valor de troca.

Memórias sentimentais de João Miramar Um dos mais ousados romances brasileiros de todos os tempos, publicado originalmente em 1924, é a exacerbação da genialidade de Oswald de Andrade. Esta obra é um traçado autobiográfico do personagem Miramar, contido em 163 capítulos e condensado em imagens da infância, adolescência e idade adulta. São tomadas-relâmpago que contemplam o cotidiano familiar, amores, amizades, desafetos, negócios, aventuras, excursões pelo Velho Mundo, flagrantes do Rio de Janeiro e o dia a dia da cidade de São Paulo, onde mora o protagonista.

Panorama do fascismo / O homem e o cavalo / A morta A peça “O homem e o cavalo”, publicada pela primeira vez em 1934, teatro de tese e combate, é formada por nove quadros que procuram, em conjunto, fazer um balanço do capitalismo e, nas laterais, condenar o fascismo e discutir o socialismo. Já a peça “A morta”, de 1937 tematiza o amor do poeta Dante por Beatriz, tratando de temas como o sofrimento e a morte. Já a peça curta “Panorama do fascismo” (inédita em livro), espécie de esquete, o autor utiliza personagens que são tipos, como o chefe, a forca e o burro para desbancar o regime de Adolf Hitler.

20


Pau-Brasil A obra ícone do modernismo brasileiro foi publicada inicial e parcialmente nas páginas do jornal Correio da Manhã, em março de 1924, sob o título de “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”. “Pau Brasil” é um manifesto contra a cópia e que defende a invenção e o resgate da cultura brasileira, principalmente da língua brasileira. Essa atualização estética passa pelo processo de redescoberta da língua, através do documento escrito.

Primeiro caderno do alumno de poesia A obra foi considerada por Augusto de Campos como “possivelmente o mais belo livro de poesia de nosso modernismo”. Misto de paródia e invenção, este clássico do modernismo brasileiro, de 1927, além de colocar em xeque o conceito tradicional de livro de poemas, radicaliza procedimentos poéticos da vanguarda: o estilo telegráfico e a montagem. Edição fac-similar do volume original dedicado a Tarsila do Amaral.

O rei da vela Uma das mais importantes peças do teatro brasileiro, encenada somente 34 anos após sua publicação. Obra de vanguarda, o título é um canal político para a crítica social. Dividida em três atos, a peça tem como protagonistas Abelardo I, Abelardo II e Heloísa. Dono de uma empresa de usura, Abelardo & Abelardo, Abelardo I é um empresário que enriqueceu às custas dos fazendeiros desesperados com a crise do café. Enquanto o mundo amarga as consequências do crack da Bolsa, o empresário tem a ‘brilhante’ solução de produzir e comercializar velas. Já Abelardo II mata seu homônimo para assumir os negócios, inclusive a noiva Heloísa. Serafim Ponte Grande Ao longo de 203 fragmentos, Oswald de Andrade toma como inspiração os procedimentos da colagem para criar uma obra radical, situada entre a ficção, as anotações, as memórias, a sátira e a poesia. Definido por Haroldo de Campos como “romance-invenção”, o livro, publicado originalmente em 1933, foi recebido como escandaloso e se estabeleceu como um acontecimento singular na nossa literatura. A transformação industrial de São Paulo serve como pano de fundo para um retrato implacável das aspirações burguesas. Em meio ao moralismo, ao tédio e à infelicidade do casamento, os personagens de “Serafim Ponte Grande” não conseguem conter suas ambições comezinhas, sua obsessão pelo dinheiro e seus impulsos sexuais. Telefonema Reunião das crônicas de Oswald no jornal carioca Correio da Manhã, publicadas sob o título geral de “Telefonema” de 1945 a 1954, abordando temas como os tempos de Getúlio Vargas, os rumos do comunismo e da democracia liberal no pós-guerra, os escritores em voga e a vida literária de então.

21


Revista Ler

Trechos escolhidos Trechos de obras de Oswald de Andrade selecionados por Haroldo de Campos.

A utopia antropofágica Este livro reúne textos de Oswald de Andrade dos anos 1920 aos anos 1950. Trata-se de manifestos, uma entrevista, uma comunicação para um congresso de filosofia, duas teses para concurso, uma série de dez artigos de jornal e outros cinco artigos. A obra apresenta manifestos que propõem a valorização do elemento nacional e do primitivo, revisitando-os na esteira das vanguardas europeias, na entrevista ele diferencia ‘seriedade’ de ‘sisudez’ e nas teses apresentadas ele critica o patriarcado e defende o matriarcado, relacionando-os à vida primitiva e à civilização, discutindo as ideias de Kierkegaard, Marx, Freud e Sartre.

22


Artistas plásticos

Anita Malfatti

Anita Malfatti, de Angela Braga Pioneira do Modernismo no Brasil Anita enfrentou rejeição por parte do público da crítica e até dos familiares a exemplo de muitos artistas que resolveram buscar um novo caminho estético. Com uma linguagem clara e objetiva Angela Braga-Torres autora do volume traça a biografia da artista sua luta para firmar-se no cenário artístico nacional mostrando que o reconhecimento nem sempre vem de imediato mas que vale a pena persistir.

Anita Malfatti, de Luzia Portinari Greggio Depois de obter formação artística no exterior - mais especificamente na Alemanha e nos Estados Unidos, entre 1910 e 1915 - Anita Malfatti (1889-1964) chocou São Paulo em 1917 ao realizar uma exposição com obras de marcada influência das vanguardas europeias. A reação mais dura partiu de Monteiro Lobato. No artigo “Paranoia ou Mistificação?”, o crítico e escritor foi tão contundente que acabou reunindo ao redor da artista intelectuais como Oswald e Mário de Andrade. Assim, Anita, uma das primeiras pintoras a exprimir no país a sensibilidade moderna, acabaria por estimular o debate entre a tradição e as novas concepções estéticas, motivando a realização da Semana de Arte Moderna de 1922 e transformando-se na pintora-símbolo da defesa do Modernismo no Brasil. Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros.

Quem vê cara não vê coração, de Fátima Miguez Anita Malfatti é uma das principais representantes da Semana de Arte Moderna, que aconteceu em 1922. Em “Quem vê cara não vê coração”, Fátima Miguez transporta o leitor ao mundo das inquietantes obras de Anita por meio de provérbios, expressões populares e catacreses. Uma artista e seu tempo, uma exposição e uma explosão de renovação visual.

23


Revista Ler

Emiliano Di Cavalcanti

Di Cavalcanti, de Lygia Eluf Ao retratar pescadores, sambistas, trabalhadores e especialmente mulatas, Di Cavalcanti (1897-1976) fez da reflexão sobre a cultura brasileira o ponto central de sua obra. Com um universo visual denso e poético, caracterizado por uma sensualidade exuberante, aliou marcas das vanguardas artísticas europeias a uma temática nacionalista, tornando-se um dos principais nomes do Modernismo brasileiro. Grande agitador cultural, desempenhou importante papel na organização da Semana de Arte Moderna de 1922 e na fundação do Clube dos Artistas Modernos, em 1932, além de contribuir regularmente para o debate de ideias na imprensa, com sua prosa irônica e fluente. Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros.

Di Cavalcanti A coleção Grandes Artistas Brasileiros apresenta Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro, RJ, 1897 – idem, 1976). Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. Um dos expoentes da pintura brasileira, Di Cavalcanti (nome escolhido por ele para assinar seus quadros) destaca-se por retratar figuras populares em sua busca constante por constituir uma arte nacional.

Di Cavalcanti: desenhos da década de 30 Catálogo da exposição realizada, de 22 de setembro a 22 de outubro de 1994, na Galeria Grifo, São Paulo. Aqui se encontram 63 trabalhos sobre papel, até então inéditos no país. Todos foram feitos no final dos anos 1930, época áurea na produção do artista, quando ele vivia em Paris com sua então esposa Noêmia Mourão.

24


Vicente do Rego Monteiro

Vicente do Rego Monteiro, de Gênese Andrade Nascido no Recife, Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) foi um dos principais artistas modernistas do Brasil. Inspirado pela cerâmica marajoara e pela cultura indígena, conferiu a suas telas densidade e volume, rompendo com o caráter plano da pintura e aproximando-a da escultura. Alcançou com isso notável originalidade em uma obra marcada pela sinuosidade e sensualidade. Em sua produção, Rego Monteiro mostra-se ainda sintonizado com um estilo bastante específico do Modernismo, o Art Déco, através do uso de curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica. Com isso, o artista promove uma refinada e original estilização da temática indigenista brasileira. Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros.

25


Revista Ler

Victor Brecheret

Contando a arte de Brecheret, de Sandra Brecheret Pellegrini Este livro mostra o artista e sua obra de maneira didática. Nele é possível observar a grandiosidade que o artista deixou gravada em pedra e construída em formas tradicionais e avançadas, num percurso que é a sua própria vida. Brecheret fez o caminho da arte moderna, inteiramente voltado para a construção de uma arte inovadora, com formas e ritmos de uma cultura tipicamente brasileira.

Em cada canto de São Paulo um encanto de Brecheret, de Sandra Brecheret Pellegrini A autora, filha do escultor Brecheret, conhece como ninguém toda sua vida e trajetória artística. Esse artista, que trabalhou com a arte de esculpir, produziu diferentes obras em diferentes tamanhos e nos deixou um legado e uma história que somente poderia ser fielmente contada por quem conheceu e acompanhou sua arte. Suas esculturas adornam inúmeras praças da cidade de São Paulo e o Monumento às Bandeiras é, sem dúvida, sua maior obra, e levou cerca de 33 anos para ser concluída, seguida do Monumento a Caxias, com cerca de 48 metros de altura.

Tributo a Brecheret: a cidade e o atelier, o escultor de São Paulo Catálogo da exposição realizada na Pinacoteca do Estado, de 14 de maio a 11 de junho de 1994, em comemoração aos 100 anos de nascimento de Victor Brecheret. Esse tributo ao artista mostra o diálogo entre sua obra intimista e a sua intervenção na paisagem urbana, o que caracteriza seu lado monumental e público.

26


Músicos

Heitor Villa-Lobos

Cirandas e cirandinhas O CD contém 16 cirandas, peças para piano sobre temas populares brasileiros e 12 cirandinhas, peças fáceis para piano sobre temas populares de rodas infantis, interpretadas por Roberto Szidon.

Uirapuru “Uirapuru” é das primeiras obras-primas de Villa-Lobos, e dá início a uma linguagem orquestral tipicamente villa-lobiana. A partitura retrata o ambiente da selva brasileira e seus habitantes naturais - os índios -, com uma impressionante riqueza de detalhes. O argumento que serviu de base para a composição desse poema sinfônico é de autoria do próprio autor, e conta a história de um pássaro (o uirapuru, que na mitologia indígena é considerado o ‘deus do amor’) que se transforma em um belo índio.

Villa-Lobos A Coleção Itaú Cultural - Série Acervo Funarte apresenta Heitor Villa-Lobos. Trata-se de antigos LPs do acervo da Funarte que foram remasterizados e transformados em CD. Oscar Borgerth no violino e Ilara Gomes Grosso ao piano interpretam 1ª SonataFantasia (Désespérance), 2ª Sonata-Fantasia, 3ª Sonata e Improviso n. 7 (para violino e piano).

Villa Lobos: obras para piano O CD traz a interpretação de Cristina Ortiz para as Bachianas brasileiras nº 4, Guia prático, As três Marias, Cirandas e Ciclo brasileiro.

27


Revista Ler

Villa-Lobos e os brinquedos de roda Este CD é composto por canções de brincadeiras infantis arranjadas por Villa-Lobos, na década de 1930. Essas canções foram adaptadas para instrumentos de percussão e vozes de crianças e adolescentes, valorizando-as em seus aspectos melódicos, rítmicos e harmônicos.

Villa-Lobos para crianças: seleção do Guia prático Guia prático é o conjunto de canções folclóricas e populares que Villa-Lobos compilou com o objetivo de utilizar em seu projeto de educação musical. Este CD – que reúne uma seleção de canções do Guia prático, com regência de Elza Lakschevitz e interpretação do Coro Infantil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro – vem justamente relembrar a contribuição indispensável do folclore para a construção de uma cultura musical.

28


Sobre os participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 e suas obras Cartas a um jovem escritor e suas respostas, de Fernando Sabino Para um jovem escritor mineiro de Belo Horizonte, significava verdadeira consagração receber em 1942 uma carta de ninguém menos que Mário de Andrade, considerado o Papa do Modernismo. Suas palavras constituíram extraordinário impacto para Fernando Sabino, na época com 18 anos de idade. Com o entusiasmo de sua juventude, Fernando Sabino respondeu emocionadamente, nascendo daí entre os dois, apesar da diferença de idade, uma amizade através de intensa correspondência que durou até a morte do grande escritor paulista em 1945. A influência de suas cartas sobre a evolução intelectual de Fernando Sabino representa precioso roteiro para quem deseja iniciar-se nos mistérios da criação literária. De olho em Mário de Andrade: uma descoberta intelectual e sentimental do Brasil, de André Botelho Com a ajuda de mais de trinta fotos e pinturas que ilustram a vida de Mário de Andrade, o sociólogo André Botelho apresenta esse poeta, romancista, contista, cronista, fotógrafo, colecionador, pianista, professor e leitor inveterado, que um dia se definiu dizendo: “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta”.

L’ Espirit Nouveau nas estantes de Mário de Andrade, de Lilian Escorel Este livro recupera e analisa o diálogo de Mário de Andrade com L’Esprit Nouveau, mensário internacional de estética publicado em Paris de 1920 a 1925. Projeto do pintor francês Ozenfant, do arquiteto suíço Le Corbusier e do poeta belga Paul Dermée, L’Esprit Nouveau teve entre seus assinantes o escritor brasileiro, que reuniu a coleção completa de 28 números. Crivada de anotações marginais deste especial leitor, a revista francesa é ponto alto na marginália mariodeandradiana, ao revelar-se matriz da teoria estética consolidada por ele no início dos anos 1920.

Eu sou trezentos, de Eduardo Jardim O livro examina a personalidade de um dos principais intelectuais do país a partir de seus poemas, contos, romances, ensaios, entre outras iniciativas do paulistano, nascido em 1893. O autor do clássico “Macunaíma” e um dos principais expoentes do movimento modernista tem sua vida dividida em dois momentos na obra - antes e depois de 1937, quando Mário deixa o Departamento de Cultura de São Paulo e vai para o Rio de Janeiro, onde vive um momento de grande prostração.

Macunaíma, de Noemi Jaffe A obra apresenta a obra “Macunaína”, de Mário de Andrade, que conta a vida do herói sem nenhum caráter, personagem que sintetiza o homem brasileiro. Comenta em detalhes cada capítulo do livro, analisando todos os mitos e lendas que Mário adaptou do folclore indígena, africano e europeu, além de discutir os desdobramentos de “Macunaíma” na cultura brasileira.

29


Revista Ler

Macunaíma, direção de Joaquim Pedro de Andrade Adaptação da rapsódia de Mário de Andrade, é a história de um anti-herói, ou “um herói sem nenhum caráter”, nascido no fundo da mata virgem. De preto vira branco, troca a mata pela cidade onde vive incríveis aventuras acompanhado de seus irmãos. Na cidade, segue um caminho zombeteiro, conhecendo e amando a guerrilheira Ci e enfrentando o vilão milionário, Venceslau Pietro Pietra, para reconquistar o amuleto que herdara de Ci, o muirakitã. Vitorioso, Macunaíma retorna à floresta carregado de eletrodomésticos, inúteis troféus da civilização.

Macunaíma em quadrinhos, adaptação de Angelo Abu e Dan X Com riqueza de imagens e cores, Angelo Abu e Dan X recriam a saga imaginada por Mário de Andrade sobre um personagem singular, a quem falta caráter, mas sobra carisma - e preguiça. Macunaíma nasce índio, se transforma em um belo e loiro príncipe, encontra seres fantásticos da Floresta Amazônica, enfrenta armadilhas e perigos e viaja à cidade grande com seus irmãos em busca de mais confusões e enrascadas. Uma história que se traduz com perfeição aos quadrinhos, em uma versão que se mostra tão divertida e irreverente quanto a obra original.

Makunaimã: o mito através do tempo, de vários autores Mário de Andrade ressurge do além mais de setenta anos depois de ter morrido, caminha até a sala de sua casa e encontra alguns estranhos criticando seu livro mais famoso, “Macunaíma”. A partir daí, inicia-se um debate sobre direitos indígenas, exclusão social, arte e literatura. Nesta peça em dois atos, uma mescla de tempos e espaços político-culturais que resume um pouco do Brasil.

Mário de Andrade por ele mesmo, de Paulo Duarte Paulo Duarte foi o responsável pelo convite a Mário de Andrade para que dirigisse o Departamento de Cultura da cidade de São Paulo, em 1935. As cartas enviadas por Mário ao seu companheiro são candentes, confessionais e muito esclarecedoras das condições em que se implantou uma intervenção do poder político na máquina pública para promover o acesso à cultura numa cidade que cultua o trabalho. Neste clássico, publicado originalmente em 1971, Duarte faz um balanço desse período conturbado na vida cultural e política brasileira. Híbrido de ensaio e correspondência, este livro traz os fundamentos de uma concepção de cultura democrática, até hoje em luta para se constituir. O Mário que não é de Andrade, de Luciana Sandroni Construído a partir de cartas, poemas, romances e outros textos de Mário de Andrade, este livro narra o encontro do garoto Mário com o autor de “Macunaíma”, que lhe conta sua história e descreve-lhe o movimento modernista no Brasil, um dos momentos mais criativos e importantes da nossa cultura.

30


Muito prazer, sou Mário de Andrade!, de Karina Almeida Você sabia que o Mário de Andrade não gostava de viajar, mas foi até a Amazônia? Que ele comprou uma bengala para afugentar jacarés? Que foi de lá que ele tirou ideias para o seu livro “Macunaíma”? Voltado para o público juvenil, a obra traz essas e outras curiosidades sobre um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna e da cultura brasileira.

A música popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade, organizado por Flávia Camargo Toni Ao ouvir os discos de seu acervo, Mário de Andrade anotava suas impressões de audição em cartolinas numeradas que os encapavam. Este livro publica essas anotações de 161 discos, contextualizadas por cartas e artigos. O livro é acompanhado de CD com fonogramas originais da discoteca de Mário de Andrade. A pesquisa de Flávia Camargo Toni resgata a ordenação da coletânea feita pelo próprio Mário a partir de 1935 e estabelece um catálogo que reúne grande parte dos discos do escritor.

O tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma, de Gilda de Mello e Souza Breve e denso, bem estruturado e aberto, este livro de Gilda de Mello e Souza reúne todas as qualidades dos melhores ensaios literários. Aproximando música e literatura, criação e crítica de arte, a autora parte de Bakhtin e Marcuse para desvendar as ambiguidades da obra máxima de Mário de Andrade.

O homem do pau Brasil, direção de Joaquim Pedro de Andrade Comédia, delírio sobre a vida, paixão e obra do revolucionário escritor modernista Oswald de Andrade. Último longa-metragem de Joaquim Pedro no qual recria o universo do movimento modernista de 22, centrado nas atividades frenéticas do escritor e dos demais artistas e simpatizantes do período. Com imagem e som restaurados digitalmente, o longa-metragem vem acompanhado pelo documentário ‘Cinema Novo’, de Joaquim Pedro que filma os cineastas do movimento em atividade nas diferentes fases de produção de seus filmes.

31


Revista Ler

Neve na manhã de São Paulo, de José Roberto Walker Em 25 de junho de 1918, São Paulo amanheceu coberta de branco. A névoa congelada da manhã foi a única neve que a cidade conheceu e, naquele dia, o mais frio da sua história, um caso de amor se consumou. Um grupo de rapazes se reunia numa garçonnière e discutia política e literatura em meio a aventuras amorosas. Comandados por Oswald de Andrade, a roda incluía outros escritores que se tornariam famosos nos anos seguintes. Foi nesses dias que Oswald encontrou uma estudante de dezessete anos com quem se envolveu de imediato. Diferente em tudo das moças que aqueles rapazes conheciam, Daisy logo se integrou ao grupo como se fosse um deles. Esse amor, no entanto, desafiou Oswald de várias maneiras. Cabe a Pedro, amigo de infância de Oswald, e o único do grupo que não alcançou a fama nem se tornou escritor, o papel de narrador do drama do qual foi um dos personagens. A partir de sólida pesquisa documental, José Roberto Walker recria de maneira notável a atmosfera vibrante da cidade de São Paulo no início do século XX.

Oswald de Andrade: biografia, de Maria Augusta Fonseca Um dos maiores nomes da cultura brasileira, Oswald de Andrade foi um daqueles raros homens certos no lugar certo na hora certa: nas palavras de Antonio Candido, “sua personalidade excepcionalmente poderosa atulhava o meio com a simples presença.” Esse meio era o da provinciana vida cultural brasileira do começo do século XX, que Oswald de Andrade ajudaria a ir ao encontro do mundo moderno. O resgate da vida do artista não leva apenas às suas agruras pessoais, mas recobre uma parte substantiva da tumultuada história do país, que vai de fins do século XIX à primeira metade do século XX.

Pagu, Oswald, Segall Catálogo da exposição realizada de 17 de outubro de 2009 a 31 de janeiro de 2010, com tema central focado em Oswald de Andrade nas décadas de 1930 e 1940 – uma das fases mais intensas de sua obra – e suas relações com Patrícia Galvão e Lasar Segall.

Por que ler Oswald de Andrade, de Maria Augusta Fonseca Este volume segue a clássica divisão vida & obra de maneira sintética (buscando, em ambas, o que Pound chamou de “pontos luminosos”) e ao mesmo tempo abrangente. A abrangência fica por conta da divisão do volume em cinco partes: “Um retrato do artista” (síntese biográfica), “Cronologia”, “Ensaio de leitura” (comentários sobre a obra), “Entre aspas” (reprodução de passagens importantes da obra) e “Estante” (com os principais títulos de e sobre Oswald).

32


A prosa vanguardista na literatura brasileira: Oswald de Andrade, de Kenneth David Jackson Kenneth David Jackson, professor do Departamento de Espanhol e Português da Universidade do Texas em Austin, defendeu em 1972, sob a orientação de Jorge de Sena, uma tese de doutoramento intitulada “Vanguardist prose in Oswald de Andrade”. Dois capítulos dessa tese, devotados à análise dos livros “Memórias sentimentais de João Miramar” e “Serafim Ponte Grande”, precedidos de uma introdução sobre o problema da prosa de vanguarda, constituem a matéria do presente livro. O teatro antropofágico de Oswald de Andrade: da ação teatral ao teatro de ação, de Carlos Gardin Contemporaneidade é o traço usado pelo autor para resgatar a obra teatral de Oswald de Andrade e a inauguração de uma nova forma de teatro no Brasil: teatro antropofágico, um constante diálogo com outras culturas, outras obras, outros contextos. O diálogo se faz também no campo teórico, principalmente com Brecht. “O homem e o cavalo”, “O rei da vela” e “A morte” constroem a trilogia da devoração que se evidencia como um teatro de ação ética, estética e moral.

Textos do Trópico de Capricórnio: modernismo, arte moderna e o compromisso com o lugar, de Aracy Amaral O primeiro volume dos “Textos do Trópico de Capricórnio” - reunião de artigos, ensaios, palestras e entrevistas realizados ao longo de 25 anos pela historiadora, curadora e crítica de arte Aracy Amaral - traça uma abordagem panorâmica do modernismo brasileiro, desde seus primórdios até os anos 50, e reexamina criticamente as posturas da arte moderna e contemporânea à luz dos cruzamentos entre estética e política.

Anita Malfatti, de Carla Caruso Anita Catarina Malfatti nasceu na cidade de São Paulo, em 1889. Foi uma importante e famosa artista plástica brasileira com suas pinturas e seus desenhos. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, composto por Anita Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Nesta obra, Carla Caruso apresenta a trajetória de Anita Malfatti, artista plástica do Modernismo que conquistou o Brasil e o mundo com suas obras que mudaram o rumo da arte brasileira.

Villa-Lobos, de Nereide Schilaro Santa Rosa Neste livro da coleção Crianças famosas, a infância de Villa-Lobos é descrita como uma deliciosa experiência de sensações em relação à música, pois, desde muito pequeno, esse mestre do Modernismo no Brasil sentia intensamente a música e encontrava nela a oportunidade de expressar tudo aquilo que via e vivia.

33


Revista Ler

Sobre a Semana de Arte Moderna 13 a 18 de fevereiro de 1922: a Semana de 22: revolução estética?, de Marcia Camargos No Brasil, por muito tempo, a Semana de 22 foi definida como a aurora de uma nova era, um divisor de águas no campo das letras e das artes plásticas, e seus articuladores, com Mário e Oswald de Andrade à frente, retratados como paladinos da modernidade no país. Essa construção historiográfica, resultante da posição hegemônica que seus protagonistas passaram a desfrutar no cenário nacional na década de 30 e posteriormente consolidada por intelectuais dentro e fora da academia, vem sendo questionada por estudiosos e especialistas nos últimos anos. Sem tirar dela o mérito do impulso decisivo para o desenvolvimento do modernismo, com todos os seus desdobramentos culturais, a Semana de 22 carrega em si profundas contradições intrínsecas a qualquer movimento de ruptura. Explorá-la numa abordagem crítica, enfocando suas ambiguidades e suas conquistas, é o que a autora Marcia Camargos propõe-se a fazer.

1922: a semana que não terminou, de Marcos Augusto Gonçalves Numa narrativa que mescla linguagem jornalística e relato histórico, o jornalista Marcos Augusto Gonçalves dá vida aos personagens e descreve as famosas jornadas que animaram o Teatro Municipal durante o festival que ficou conhecido como Semana de Arte Moderna. Ao mesmo tempo em que reconstitui passo a passo o evento, o autor despe o episódio de mitos que o foram cercando ao longo do tempo: desde certas fantasias triunfalistas associadas a uma espécie de superioridade paulista na formação da cultura moderna brasileira, até as versões que, ao contrário, insistem em diminuir a importância histórica dos festivais encenados pelos rapazes modernistas e patrocinados pela elite econômica da emergente Pauliceia.

22 por 22: a Semana de Arte Moderna vista pelos seus contemporâneos, organizado por Maria Eugenia Boaventura Aos gritos de Independência! Originalidade! Personalidade!, o panorama das artes brasileiras no século XX começou a sofrer uma mudança profunda, cujo marco inicial ficou sendo a Semana de Arte Moderna de 22. No entanto, sob a camada de celebrações recebidas pelo evento desde então ficaram praticamente esquecidos os termos em que se deram os debates acirrados em torno da implantação do modernismo. Esta coletânea de textos publicados originalmente em jornais de São Paulo e Rio de Janeiro ao longo daquele ano-chave recupera o calor da polêmica que envolveu escritores, artistas, críticos e jornalistas num verdadeiro tiroteio verbal entre passadistas e futuristas, com destaque para nomes como os de Oswald e Mário de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Plínio Salgado ou Lima Barreto, realçado por caricaturas de Belmonte e Voltolino.

34


Ana e a semana: pequena história do modernismo em 1922, de Kátia Canton Acompanhe Ana e João numa viagem no tempo até fevereiro de 1922, quando foi realizado um dos mais importantes eventos das artes brasileiras, a Semana de Arte Moderna. Conheça a cidade de São Paulo do início do século XX, percorra os corredores do Theatro Municipal e maravilhe-se com a vida e a obra revolucionária dos grandes modernistas brasileiros

Artes plásticas na semana de 22, de Aracy A. Amaral Publicada pela primeira vez em 1970, esta obra, ricamente ilustrada, é uma referência obrigatória no estudo da história da arte brasileira e expõe o contexto que fez da Semana um divisor de águas no nosso panorama cultural.

Brasil: os fascinantes anos 20, de Marcos Rey Com o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, uma onda de otimismo passou a tomar conta do mundo. Enquanto os Estados Unidos aproveitavam a prosperidade do pós-guerra, a Europa reerguia-se e consolidava as tendências artísticas surgidas com as vanguardas. No Brasil, artistas e intelectuais influenciados por essas tendências promoveram a Semana da Arte Moderna em 1922, causando uma verdadeira revolução na tradição artístico-literária. A indústria crescia no país e a opinião pública dividia-se quanto às ideias anarquistas e comunistas. Urbanização, industrialização, movimentos sociais e arte moderna são algumas das características do Brasil dos anos 20.

Caixa modernista, organizada por Jorge Schwartz Verdadeiro museu portátil da produção das vanguardas artísticas brasileiras que reúne cerca de 30 elementos consensualmente importantes para o modernismo brasileiro: livros, catálogos, fotos e documentos da Semana de 22. Entre eles, inclui dois livros em edição fac-similar: a Paulicea Desvairada de Mário de Andrade e Pau Brasil de Oswald de Andrade. Estão presentes as reproduções do convite e do catálogo da exposição de Tarsila do Amaral na galeria Percier, em Paris, e o primeiro número da Revista Antropofagia, de maio de 1928. Fiel ao caráter artístico multidisciplinar da Semana de 22, contém elementos representativos das artes plásticas, arquitetura, cinema, fotografia e música, como a reprodução de postais com obras significativas, e o CD “Música em Torno do Modernismo”, produzido por José Miguel Wisnik e Cacá Machado.

35


Revista Ler

Literatura sem segredos: vanguardas europeias e Semana da Arte Moderna, de Clenir Bellezi de Oliveira Neste volume, você confere tudo sobre a Vanguarda Moderna e a Semana de Arte Moderna – veja um panorama geral sobre os movimentos, seus principais representantes no Brasil e no mundo e leia trechos das principais obras. No fim do volume, você confere questões para testar seus conhecimentos.

O modernismo no Brasil, de Pietro Maria Bardi Livro da coleção “Arte e Cultura” dedicada à memória nacional e reeditado no âmbito das comemorações do 60º aniversário da Semana de Arte Moderna de 22, visando a contribuição para a preservação dos fatos e imagens que assinalaram o lançamento do Modernismo no Brasil.

Modernismo no Brasil: panorama das artes visuais, de Beá Meira Os mais de 50 anos do desenvolvimento das propostas modernistas no Brasil são mostrados neste livro. Ele destaca os principais artistas do movimento, tendências e eventos. Tudo isso de maneira contextualizada aos acontecimentos sociais. O livro aborda ainda outras áreas, como a fotografia, o cinema, as artes gráficas e a literatura.

A Semana de 22: a aventura modernista no Brasil, de Francisco Alambert Esse tema polêmico e importante da história do Brasil é analisado de modo original e realista nesse livro, para estimular a reflexão e o senso crítico dos estudantes.

Semana de 22: entre vaias e aplausos, de Marcia Camargos Patuscada ou revolução estética? Anos depois da ruidosa manifestação de jovens intelectuais, realizada no histórico fevereiro de 1922, a questão permanece. Para responder a essa questão, Marcia Camargos mergulhou no universo intelectual da época, vasculhou um grande número de documentos e consultou uma vasta bibliografia sobre a Semana de 22. Mais do que detectar causas e efeitos, ou simplesmente relatar os fatos, Marcia procurou mostrar o festival modernista sobre diversos ângulos, numa abordagem crítica que revela aspectos pouco visitados pela bibliografia e aponta algumas ambiguidades do movimento e da reflexão que este provocou.

36


A Semana de Arte Moderna, de Neide Luzia de Rezende Marco inicial do Modernismo brasileiro, a Semana é aqui analisada dentro do contexto sociocultural da época e como elemento condicionador da arte moderna no Brasil.

37


AGRADECIMENTOS PELAS DOAÇÕES Ana Bergamin Juliana Guimarães Regina Scarpa Rita Botter Vanessa Almeida de Carvalho




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.