Revista Ler - nº20

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Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

Amazônia

Agosto de 2023 Número 20

EXPEDIENTE

DIRETOR GERAL

Heitor Fecarotta

DIRETOR DE GESTÃO

Marcelo Chulam

DIRETORA PEDAGÓGICA

Regina Scarpa

REVISTA LER

CONCEPÇÃO E PESQUISA

Alexandre Leite (Biblioteca Geral)

PROJETO GRÁFICO

Kiki Millan e Juliana Lopes (Casa Vera Cruz)

EDIÇÃO DE TEXTO

Renata Blois (Comunicação)

REVISÃO DE TEXTO

Iara Arakaki (Casa Vera Cruz)

Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

Agosto de 2023 Número 20

5 Sumário Apresentação ......................................................................................................................................... 7 Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz ................................................................................ 8 Livros temáticos 8 Livros de arte e fotografia 17 Literatura geral (ficção e não-ficção) 19 Literatura infantojuvenil ............................................................................................................... 29 Filmes (documentários e ficção) 37

Apresentação

Atualmente, a Amazônia é uma das principais pautas em debate no Brasil e no mundo. No Vera, os estudos sobre a Floresta Amazônica, que incluem o entendimento sobre a importância da preservação, sua história, geografia e seus povos, estão presentes no currículo escolar.

Desde 2003, nossos alunos do 6º ao 9º ano participam de um programa de diálogo intercultural entre jovens de comunidades da Amazônia Legal Brasileira e de instituições escolares de São Paulo, conhecido como Rede Vaga Lume. O Vera se orgulha de ter estruturado o programa Rede em parceria com a Associação Vaga Lume, ganhadora do prêmio de melhor ONG de educação do Brasil, em 2018, pelo Instituto Doar, e participado da história dessa associação desde sua origem.

No programa Rede, uma comunidade da Amazônia é selecionada a cada ano para se corresponder com uma turma de nossos alunos. Jovens voluntários do Vera já trocaram conhecimentos com comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas, como a de Santa Rosa, em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela, e a comunidade São Francisco, em Santarém (PA). Esse projeto envolve o aprofundamento dos conhecimentos dos participantes sobre a região, além de incentivar o intercâmbio cultural e ações sociais entre nossos alunos.

Em 2018 e 2019, toda a comunidade do Vera se envolveu na construção de uma biblioteca na comunidade de Graça de Deus, em Mirinzal (MA), por meio de uma iniciativa da Associação Vaga Lume. Foram dois anos em que as arrecadações do Feito Por Nós, nossa festa de aniversário, bateram recordes que viabilizaram a obra.

Agora, a revista Ler dá mais uma contribuição para a ampliação dos conhecimentos sobre a Amazônia, neste número inteiramente dedicado ao tema. Convidamos você, leitor/a e profissional do Vera, a mergulhar no universo amazônico por meio de livros e filmes especialmente selecionados de nosso acervo.

Boa jornada!

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As sinopses das publicações a seguir fazem parte do material de divulgação das editoras.

Indicações do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

Livros temáticos

STERLING, Tom. A Amazônia. São Paulo: Abril Livros, 1992. 184 p., il. (As regiões selvagens do mundo).

A imensidão da floresta amazônica cobre dois quintos da América do Sul. É dividida ao meio pelo maior rio do mundo, o Amazonas, que tem uma rede de nada menos de 1.100 afluentes. Editado originalmente pela Time-Life esta região é o tema deste volume da coleção “As regiões selvagens do mundo”.

ASSIS, Célia de et al. Amazônia. São Paulo: FTD, 1993. 80 p., il. (Nossas plantas). Quando o fruto da seringueira está maduro, explode e lança longe suas sementes. É a expansão do verde. Árvores gigantes, como o chichá e a sumaúma, alimentam com seus frutos macacos, araras e periquitos. Jequitibás suportam em seus ramos diversas orquídeas e bromélias. É o verde sustentando a vida.

AMAZÔNIA. São Paulo: Publifolha, 2001. 336 p., il. (Guias Philips). Guia sobre a Amazônia, com informações, fotos e mapas da região. O guia destaca as melhores atrações do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e norte do Mato Grosso, com enfoque para os roteiros. Além de encontrar informações sobre os principais problemas ambientais e as alternativas de desenvolvimento para a floresta, o leitor terá indicações de passeios de barco e programas de ecoturismo em reservas extrativistas.

BECKER, Bertha K. Amazônia. 3. ed. São Paulo: Ática, 1994. 112 p. (Princípios). Bertha K. Becker é uma importante geógrafa brasileira que se destacou por sua rica produção científica e intelectual sobre a Amazônia. Neste livro ela trata dos seguintes temas: A Amazônia no espaço brasileiro; A apropriação monopolista da terra e as limitações da fronteira agrícola; A fronteira urbana e a mobilidade do trabalho; As frentes de exploração mineral: grandes projetos e garimpos; A fronteira tecno(eco) lógica; O fracionamento do espaço e a formação de novas regiões.

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Revista Ler

LESSA, Ricardo. Amazônia: as raízes da destruição. 3. ed. São Paulo: Atual, 1991. 84 p., il. (História viva).

A coleção “História viva” tem o objetivo de contribuir para a formação de ideias nos jovens. Aborda os principais acontecimentos dos últimos anos da história do Brasil e do mundo. Este volume traz: As primeiras entradas, as expedições e a resistência indígena; Estradas, projetos agropecuários e suas consequências; Devastação, problemas ambientais, conflitos de terra.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001. 180 p., il.

Obra delineada para acabar com mitos sobre a realidade local e para dar o devido destaque aos protagonistas que se empenham em promover o desenvolvimento da região. Nem pulmão do mundo, intocável natureza, nem relíquia que desperta a cobiça das potências externas; a Amazônia é heterogênea, contraditória, desigual. Mais do que “Amazônia”, são “amazônias” que se desvelam neste livro, produto de 22 anos de uma pesquisa intensa, crítica e apaixonada sobre a região.

AB’SABER, Aziz. A Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EDUSP, 1996. 320 p., il.

Reunião dos principais ensaios sobre a região amazônica produzidos por um dos maiores especialistas em questões ambientais no Brasil, o geógrafo Aziz Ab’Sáber. Ao olhar científico que analisa o impacto ambiental das iniciativas de zoneamento econômico, o autor alia uma visão global das políticas que nortearam a exploração da região, responsáveis por uma catástrofe dos pontos de vista econômico, ecológico e humano. A defesa de uma ética da práxis ecológica é expressa, por exemplo, na crítica aos responsáveis pelo monitoramento da Amazônia, desrespeitosos em relação às diferenças das populações locais e omissos ao permitir a poluição dos rios que constituem a fonte de alimento de milhões de amazônidas ribeirinhos.

PINTO, Lúcio Flávio. A Amazônia em questão: Belo Monte, Vale e outros temas. São Paulo: B4 Editores, 2012. 308 p. Este livro trata de questões cruciais para a manutenção da sustentabilidade da região mais rica do país - a Amazônia -, que contribui bastante com as suas riquezas naturais na balança comercial brasileira, mas pouco mudou a realidade da população que lá vive, e por onde passa o destino do Brasil. Da exploração dos minérios por aquela que é uma das maiores companhias de mineração do mundo, a Vale, à construção polêmica das hidrelétricas — como Belo Monte —, aos problemas provocados por Carajás, até o desmatamento da floresta e os dilemas sociais, as análises do autor esmiúçam de maneira esclarecedora muitas interrogações que pairam em torno dos projetos que se estabelecem na região.

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AMAZÔNIA sob pressão: 2020. Realização de Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada. São Paulo: ISA, 2021. 68 p., il. A publicação faz uma radiografia das principais ameaças à Amazônia em seus nove países, e o avanço de sua deterioração. Publicado pela primeira vez em 2012, a Raisg apresenta agora uma atualização de dados e análises, incorporando novos temas e metodologias. O atlas é resultado do trabalho de dez grupos técnicos que geraram 23 mapas que mostram a situação de toda a região, além de dezenas de gráficos e tabelas informativas que facilitam o entendimento da complexidade socioambiental da região, seus conflitos, pressões, ameaças, bem como sua importância para a América do Sul e o planeta.

AMAZÔNIA: um equilíbrio delicado. São Paulo: Abril, 2000. 38 p., il. (De olho no mundo).

Nosso planeta está perdendo suas matas. Mas algumas áreas ainda resistem, com muita vida, beleza e energia. Uma delas é a Amazônia, a maior vitrine de espécies vivas da Terra e um de nossos mais ricos patrimônios naturais. Lá, tudo supera a imaginação. Em sua imensidão, a floresta amazônica guarda mistérios, mitos das selvas e capítulos inteiros da história...

SALDANHA, Paula. As Amazônias. Ilustrado por Regina Yolanda. 4. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. 24 p., il. (Terras brasileiras).

Alvo de diversos interesses — do exploratório ao científico —, a maior floresta tropical do mundo compõe nosso maior patrimônio ambiental. Paula Saldanha conta um pouco da história da grande selva e de seus habitantes e explica o que vem sendo feito para um convívio equilibrado entre floresta e homem.

CASTRO, Eduardo Viveiros de; CAUX, Camila de; HEURICH, Guilherme Orlandini. Araweté: um povo tupi da Amazônia. 3. ed. São Paulo: SESC, 2016. 228 p., il. Fruto da pesquisa acadêmica realizada na década de 1980 por Eduardo Viveiros de Castro, este livro veio a público em 1992, após uma edição adaptada para atender a públicos mais amplos e não especializados que demonstraram grande interesse pelo modo de vida dos Araweté. Esta terceira edição, revista e ampliada com novos capítulos oriundos de estudos recentes, comemora os trinta anos da pesquisa pioneira deste que é um dos mais respeitados antropólogos brasileiros e, sobretudo, recupera a luta desse povo para sobreviver, resistir e se reinventar sem, no entanto, perder sua cultura.

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CARNEIRO FILHO, Arnaldo; SOUZA, Oswaldo Braga de. Atlas de pressões e ameaças às terras indígenas na Amazônia brasileira. São Paulo: ISA, 2009. 48 p., il.

O atlas apresenta uma visão integrada de diferentes formas de intervenção no território amazônico e de seus impactos sobre as Terras Indígenas (TIs). A publicação pretende contribuir com a reflexão e o debate sobre os principais problemas socioambientais dessas áreas. Reúne informações sobre agropecuária, mineração, exploração madeireira, projetos de infraestrutura, população e saneamento, entre outras. Procura traduzir em linguagem cartográfica dados sobre atividades e agentes que provocam impactos negativos diretos e indiretos sobre as TIs e as regiões onde elas estão localizadas. Em alguns casos, a análise desses dados permitiu classificar regiões e áreas específicas segundo o grau dos impactos socioambientais sofridos atualmente e de suas vulnerabilidades em diferentes horizontes de tempo.

DAOU, Ana Maria. A Belle Époque amazônica. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 80 p., il. (Descobrindo o Brasil).

Ao discorrer sobre o período áureo da riqueza da borracha (1880-1910) e a decorrente euforia social e cultural que tomou conta dos estados do Pará e do Amazonas, Ana Maria Daou mostra como as elites amazônicas se inseriram na dinâmica do mercado mundial e como viveram uma Belle Époque em pleno coração da selva.

ARBEX JUNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. O Brasil em regiões: Norte. São Paulo: Moderna, 2000. 72 p., il. (Polêmica).

Este volume trata da Região Norte, a mais extensa e menos povoada e a que também vem despertando atenção e interesse não só no Brasil, mas também, em todo o mundo, visto ali se encontrar uma das últimas fronteiras naturais do planeta a serem efetivamente conquistadas pelo homem. As riquezas já descobertas e o seu potencial ainda não revelado mexem com o imaginário das pessoas e com os interesses econômicos de grandes corporações mundiais.

IANNI, Octávio. Colonização e contra-reforma agrária na Amazônia Petrópolis: Vozes, 1979. 137 p., il. (Sociologia brasileira).

A política de colonização da Amazônia, posta em prática pela ditadura de 64, recolocou dois problemas importantes, encadeados: a questão da terra e do trabalhador rural sem-terra. A forma pela qual o Estado foi levado a dar início e desenvolver a colonização dirigida, oficial e particular, na região amazônica, repôs o problema da estrutura fundiária, tanto na Amazônia, como no Nordeste, Sul e outras regiões. A colonização, como contrarreforma agrária, aparece como condição e consequência da forma pela qual o Estado foi levado a recriar a “fronteira amazônica”, para favorecer o desenvolvimento extensivo do capitalismo na região.

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MAGNOLI, Demétrio; ARBEX JUNIOR, José; OLIC, Nelson Bacic. Conhecendo o Brasil: região Norte. São Paulo: Moderna, 2000. 72 p., il. (Desafios).

O Grande Norte é o Brasil amazônico, domínio da floresta equatorial que guarda a maior diversidade biológica do planeta. Lá estão as duas principais metrópoles do mundo equatorial: Belém e Manaus. É também, uma região de fronteira em três sentidos: fronteira de recursos naturais, demográfica e geopolítica. Esta tripla condição está na raiz tantos do problemas ambientais quando dos contrastes econômicos, das desigualdades sociais e dos conflitos que atravessam a Amazônia.

BRANCO, Samuel Murgel. O desafio amazônico. Ilustrado por Luiz Fernando Rubio. 16. ed. São Paulo: Moderna, 2001. 110 p., il. (Polêmica).

A Amazônia é um dos maiores desafios para a sociedade moderna, quer pelos seus extraordinários recursos naturais quer por sua extrema fragilidade. Além da riqueza e das belezas do rio e da mata amazônica, este livro pretende mostrar os mitos que têm levado o homem, desde a descoberta da América, a embrenhar-se na selva, enfrentando inúmeros perigos, em busca de um El Dorado fictício e inatingível. O livro pretende, também, alertar para a destruição irreversível que a incompreensão da verdadeira natureza da Amazônia vem provocando.

DREGUER, Ricardo; TOLEDO, Eliete. É possível explorar e preservar a Amazônia? São Paulo: Moderna, 2013. 48 p., il. (Saber Interativo).

Nesta obra, os autores discutem se é possível explorar e preservar os recursos naturais da Amazônia, interligando diferentes disciplinas e seus conteúdos, como — biodiversidade e desmatamento, extrativismo e conflitos sociais, povos indígenas e preservação, etc.

ISHIKAWA, Noemia Kazue; YUMOTO, Takakazu; MAGNUSSON, William E. Embaúba: uma árvore e muitas vidas. Ilustrado por Hadna Abreu. São Paulo: Escrituras, 2016. 48 p., il.

Esta edição trilíngue traz uma história cheia de lembranças sobre uma árvore especial, a embaúba. Esta história é sobre como uma professora e seus estudantes descobriram, enquanto pesquisavam cogumelos na Amazônia, o importante papel da embaúba na natureza e sua relação com os demais seres vivos. O livro é baseado em uma história verdadeira que se desenrolou na frente do laboratório de Noemia e introduz as crianças para as maravilhas da biologia e as interações entre plantas, animais e fungos.

LEITE, Marcelo. A floresta amazônica. São Paulo: Publifolha, 2001. 104 p. (Folha explica).

A Amazônia contém pelo menos um terço das florestas tropicais do mundo e dá ao Brasil o título da biodiversidade do planeta, com seus 5 milhões de quilômetros quadrados e 5 mil espécies de árvores. No entanto, a insistência num modelo predatório de ocupação e de exploração econômica vem destruindo a floresta ao ritmo de 20 mil quilômetros quadrados por ano. Este livro apresenta a necessidade racional de revisar, desde a raiz, as noções mais correntes sobre o ecossistema da floresta amazônica.

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VARELLA, Drauzio (Coord.). Florestas do Rio Negro. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 340 p., il.

O livro congrega textos de 15 autores que buscaram repassar, em linguagem acessível, informações sobre as florestas da região do Rio Negro. Essas múltiplas florestas estão sendo estudadas por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que revelam aqui a beleza extraordinária do rio Negro e, ao mesmo tempo, contam como o rio e sua vegetação constituem uma fonte riquíssima para a investigação de novos medicamentos, de produtos naturais cuja atividade farmacológica sirva à aplicação em patologias humanas.

SILVA, Silvestre P. Frutas da Amazônia brasileira. Revisão de José Edmar Urano de Carvalho. São Paulo: Metalivros, 2011. 280 p., il.

Neste livro, o fotógrafo Silvestre mostra uma combinação entre textos informativos e fotografias sobre frutas silvestres da Amazônia brasileira. A obra apresenta, de forma sucinta, o maravilhoso mundo de 100 entre as mais importantes frutas silvestres da Amazônia brasileira. Resultado de uma vida dedicada à valorização e divulgação das frutas da maior floresta do planeta.

MEIRELLES, Renata. Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. 3. ed. São Paulo: Terceiro Nome, 2012. 208 p., il.

O livro registra a aventura de uma pesquisa realizada durante vários anos em diversas regiões do Brasil, mas principalmente na Amazônia. São mais de trinta brinquedos e brincadeiras artesanais ou ao ar livre, nos quais a autora descreve a maneira de brincar e ensina, passo a passo, a confeccionar os brinquedos.

Os meninos caboclos Valdo e Donato, da aldeia indígena de São José Galibi, às margens do rio Oiapoque, observam o pai fazer piões de tucumã; os garotos de Taboão da Serra, em São Paulo, fazem competições com tampinhas de detergente; seu Zico, em Colina, no interior de São Paulo, ensina a fazer helicópteros com caixas de fósforo; dona Júlia, na aldeia Canauanin, em Roraima, trança como ninguém os fios das brincadeiras de barbante. São muitos os personagens que nos mostram que brincar independe de recursos materiais.

GOULDING, Michael. História natural dos rios amazônicos. Traduzido por Antônio Carlos de Albuquerque Santos, Mírian Leal Carvalho. Brasília: Sociedade Civil Mamirauá, 1997. 208 p., il.

O livro baseia-se em mais de 20 anos de pesquisa na Amazônia e sintetiza também um grande número de trabalhos científicos produzidos durante a última década do século 20. O impacto dos desmatamentos, das barragens e das queimadas que se observam na Amazônia repercutirá por todo o planeta. No entanto, este livro não trata da destruição ambiental. Como um caminho alternativo, explora a beleza e a história natural de uma região que muitos temem ver destruída pela negligência humana.

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MIRA, Cristina. Jari: uma aproximação sensível. [S.l.: s.n.], 2005. 50 p., il.

A palavra Jari quer dizer rio de castanha na linguagem dos índios Wayapis. É também o nome de um dos maiores empreendimentos agroindustriais implantados na Amazônia, o projeto Jari. Ao lado da floresta, imensas plantações de eucalipto; sobre o Rio Jari, a maior favela fluvial do mundo, cidades, vilas, construídas para abrigar trabalhadores vindos de várias partes do País. Um cenário desafiador e complexo. Lá encontra-se o ribeirinho, o executivo e sua família, o operário de fábrica. Que tipo de gente habita esse lugar encravado na floresta, cujo acesso se dá essencialmente por barco ou avião?

GRUBER, Jussara Gomes (Org.). O livro das árvores. 6. ed. São Paulo: Global, 2008. 96 p., il.

O livro é fruto do trabalho realizado pela Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngues e é o registro da intensa relação dos Ticuna com a terra, com a floresta e com as árvores. Representa, também, um registro valiosíssimo das várias espécies da flora e da fauna, dos rituais, crenças e lendas, da organização social, dos valores e costumes desse grupo indígena, atualmente o mais numeroso do país, com aproximadamente 32.000 pessoas em suas 100 aldeias.

MEIRELLES FILHO, João. O livro de ouro da Amazônia. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. 444 p., il. (Livro de ouro).

Resultado de vinte anos de pesquisa, este livro traz os grandes mitos sobre a Amazônia, suas dimensões, a Amazônia física, a vida amazônica dos povos nativos, a situação social da Amazônia e ameaças. A maioria dos brasileiros e mesmo dos amazônidas ignora a região. A ignorância e a indiferença são os aliados da pilhagem reinante. João Meirelles Filho oferece argumento de sobra para mudar esse cenário. Mostra a floresta em seus aspectos geográfico, histórico, político, ambiental e apresenta seus habitantes.

GRUBER, Jussara Gomes (Org.). O livro dos peixes. Benjamin Constant: OGPTB, 2017. 158 p., il.

Este livro faz parte do projeto “A natureza segundo os Ticuna”, iniciado em 1987. As primeiras atividades desse projeto constaram do levantamento de dados e da elaboração de desenhos sobre a flora e a fauna regionais. Conscientes da necessidade de trabalhar, a partir da escola, uma proposta mais específica de conservação dos recursos naturais existentes nas áreas já demarcadas, os professores ticuna decidiram dividir por temas o material levantado. Este livro, portanto, apresenta a intensa e rica relação dos Ticuna com os peixes, focalizando o valor e o significado de várias espécies para a sua sobrevivência física e cultural.

MEDAGLIA, Thiago. Mamirauá, patrimônio cultural da Amazônia: reserva de desenvolvimento sustentável. Fotografia de Marcos Amend, Luiz Claudio Marigo, Paulo Santos. São Paulo: Horizonte, 2010. 128 p., il.

Mamirauá, situada próxima de Tefé, no médio Rio Solimões, estado do Amazonas, é hoje referência no país de projetos bem-sucedidos na área de sustentabilidade. Ocupando uma área superior à metade do tamanho do estado de Sergipe, é desde 1996 uma reserva de desenvolvimento sustentável, a primeira do país a ter modelo cujo propósito é assegurar a conservação da biodiversidade e, ao mesmo tempo, garantir a melhoria da qualidade de vida e a valorização das tradições da população local.

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MINI Larousse da Amazônia. Ilustrado por Mariana Massarani. Consultoria de Luiz Antônio Aguiar. São Paulo: Larousse do Brasil, 2004. 36 p., il. (Mini-Larousse).

Um mergulho nos mistérios da maior floresta tropical do mundo. As crianças vão conhecer as riquezas da Amazônia, seus rios, peixes, feras, árvores e animais em extinção. E ainda: os índios que nela habitam e os problemas que enfrentam; curiosidades sobre os animais que vivem na floresta, como o tamanho da terrível sucuri e a força da mordida da onça.

ESTEVES, Antônio R. A ocupação da Amazônia. São Paulo: Brasiliense, 1993. 88 p. (Tudo é história).

A Amazônia é uma região única no cenário geopolítico mundial. Sua ocupação vagarosa só encontra maiores obstáculos na própria natureza ribeirinha e na pobreza da economia. Este livro conta a história amazônica, sem utilizar a narrativa das imagens fantasiosas e mitos, tão peculiares da região. É uma história do processo de ocupação, do ponto de vista das duas contradições e seus conflitos.

COELHO, Maria Célia Nunes. A ocupação da Amazônia e a presença militar São Paulo: Atual, 1998. 48 p., il. (A vida no tempo das metrópoles).

A presença militar não é recente na Amazônia. Os projetos, as ações e as interferências militares, porém, foram mais intensos durante os governos militares, entre 1964 e 1985. A militarização, neste período, associou-se a uma processo mais profundo, que pretendia levar o capitalismo à Amazônia.

MOULIN, Nilson. Por dentro das Amazônias. Ilustrado por Gizé. São Paulo: Studio Nobel, 2008. 96 p., il. (Bicho folha).

O livro apresenta um resumo histórico e social da Amazônia brasileira. Nele, o leitor terá acesso a acontecimentos importantes da história da região, como a invasão estrangeira no início do século XVI, os ciclos predatórios, as tentativas de levar o desenvolvimento à região através de projetos faraônicos e, mais recentemente a luta pela preservação da floresta, a implantação de um desenvolvimento sustentável na região e a batalha pela inclusão de seus indígenas na sociedade atual.

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GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas no Amapá e norte do Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam? 2. ed. São Paulo: Iepé, 2009. 96 p., il.

Este livro foi organizado para atender à demanda crescente de informação qualificada e atualizada sobre os grupos indígenas que vivem no Amapá e norte do Pará, numa parte da Amazônia brasileira que permanece ainda muito pouco conhecida. É, de fato, alentador perceber que variados setores da população desta região se preocupam em saber mais a respeito dos índios. Como pudemos constatar em várias oportunidades, esse interesse revela um questionamento das ideias preconcebidas e preconceituosas que são habitualmente difundidas a respeito desses povos e de seu futuro. A demanda de informação atesta, por outro lado, o distanciamento cada vez maior entre a população urbana dessa região norte-amazônica e os modos de viver e de conhecer desenvolvidos e mantidos até hoje pelos índios, que, por força desse distanciamento, voltam a ser alvo de muita curiosidade.

SALERNO, Silvana. Qual é o seu Norte?: viagem pelo Brasil. Ilustrado por Cárcamo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2012. 80 p., il.

Neste livro, doze contos pertencentes ao folclore do Norte do Brasil são intercalados por páginas recheadas com muita informação sobre a cultura, a fauna, a flora e a ecologia da Amazônia. Ilustrado com fotos, desenhos e mapas, o almanaque traça um panorama completo sobre uma das regiões mais ricas do planeta.

MACHADO, Nilson José; CASADEI, Silmara Rascalha; RASCALHA, Michele. Seis razões para preservar a Amazônia. Ilustrado por Vera Andrade. São Paulo: Escrituras, 2009. 54 p., il.

A obra levanta questões como a importância da Amazônia na renovação do nosso ar e na redução do aquecimento global, a importância do ciclo natural da água na precipitação das chuvas da região, que repercute no equilíbrio do ecossistema global, a diversidade da fauna e da flora ameaçadas pelos desmatamentos e a preservação da cultura amazônica, como a dos 230 povos indígenas que vivem por lá.

MELLO-THÉRY, Neli Aparecida de. Território e gestão ambiental na Amazônia: terras públicas e os dilemas do Estado. São Paulo: Annablume, 2011. 200 p., il.

Este trabalho constitui um esforço de reflexão sobre as políticas territoriais na Amazônia, as dinâmicas que as demandam e os desafios aos quais as mesmas devem responder. Ao mesmo tempo, examina os antagonismos vividos pelo Estado, procurando trazer elementos de uma análise crítica dos processos de formulação e de gestão de políticas públicas territoriais, adotando-se a abordagem ambiental. A essência é, portanto, a construção de um modelo de desenvolvimento e das políticas públicas correspondentes.

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HARDMAN, Francisco Foot. Trem-fantasma: a ferrovia Madeira-Mamoré e a modernidade na selva. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 346 p., il. Partindo das Exposições Universais, eventos que funcionavam como vitrine para as conquistas tecnológicas da burguesia no século XIX, o professor Francisco Foot Hardman investiga a expansão do capitalismo pelo globo, centrando-se no episódio da construção da ferrovia Madeira-Mamoré. O delírio desenvolvimentista levou operários de mais de quarenta países aos confins da Amazônia, para trabalhar em uma linha de trem cuja finalidade em pouco compensava os problemas de terreno e logística. Em um relato amplamente documentado, o autor mostra como esta obra faraônica custou a vida de milhares de trabalhadores anônimos.

ANTONELLI FILHO, Roberto. A vida na floresta amazônica. Fotografia de Haroldo Palo Júnior. Ilustrado por Fabíola Braido, Aparecido Cocolete. São Paulo: FTD, 1996. 36 p., il. (Tropical).

Este livro apresenta a floresta amazônica em clima de conhecimento e diversão. O leitor vai ver o ecossistema amazônico com sua fauna, flora e seus processos biológicos, motivando assim a consciência preservacionista.

Livros de arte e fotografia

SIMÕES, Eduardo. Amazônia. São Paulo: Terra Virgem, 2012. 180 p., il.

O livro de Edu Simões apresenta surpreendentes paisagens e retratos enigmáticos. São cem fotografias em preto e branco, resultado de cinco expedições ao universo da floresta. Edu Simões, ao longo de 180 páginas, exibe uma Amazônia inédita — silenciosa, quase onírica, sua Amazônia —, na qual desfilam águas, árvores, cidades e gentes. Além do ensaio fotográfico, o texto “Teatro amazônico”, de Marcelo Macca, descreve em três atos suas percepções e as de Edu sobre a região. Para completar, um mapa descortina o trajeto percorrido pelo fotógrafo.

SALGADO, Sebastião. Amazônia. Editado por Lélia Wanick Salgado. Colônia: Taschen, 2021. 528 p., il. Durante seis anos, Sebastião Salgado viajou pela Amazônia brasileira e fotografou a beleza incomparável desta região extraordinária: a floresta tropical, os rios, as montanhas, as pessoas que ali vivem - este tesouro insubstituível da humanidade em que o imenso poder da natureza é sentido como em nenhum lugar mais na Terra.

PALAZZO JÚNIOR, José Truda. Amazônia: paraíso das águas. Fotografia de Fernando Clark. São Paulo: Cultura Sustentável, 2015. 180 p., il.

Amazônia, uma região cuja simples menção evoca visões de grandiosidade, de mistério e de diversidade de vida selvagem numa proporção sem igual no resto do planeta. Reunindo imagens inéditas que retratam a beleza desses superlativos e um recorrido pela história — natural e humana — dessa vasta porção do território brasileiro, este livro pretende contribuir não apenas para que mais pessoas possam conhecer a Amazônia brasileira, mas também para que se engajem em sua defesa na construção de um futuro sustentável.

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MARTINS, José Carlos; MAGALHÃES, Ângela (Org.). Amazônia, luz e reflexão Rio de Janeiro: FUNARTE, 1997. 192 p., il. (Luz e reflexão). Publicação dividida em duas partes: na primeira, procura-se trazer uma síntese do que constitui a região geográfica da Amazônia. Para isso, são reproduzidos textos originalmente publicados em espanhol no número 2 da revista ExtraCamara, de março de 1995. São reproduzidos textos de Paolo Gasparini, Miguel Posani, Sandro Oramas, entre outros. A segunda parte, intitulada “Luz e Reflexão”, traz um registro dos dezoito anos dos projetos ligados à fotografia promovidos pela Funarte, apresentando uma série de depoimentos de fotógrafos, curadores e pesquisadores.

CORPAS, Danielle. Amazônia 360º. Fotografia de Luiz Claudio Lacerda, Rogério Randolph. Rio de Janeiro: Trezentos e Sessenta Graus, 2009. 96 p., il. Neste livro, a região Amazônica é documentada com a fotografia panorâmica 360º. Traz textos em inglês, português, espanhol e francês e sete posters em papel couchê 150g. A obra conta com o prefácio do poeta amazonense Thiago de Mello.

ENDRIGO, Edson. Aves da Amazônia. São Paulo: Aves e Fotos, 2007. 224 p., il. O livro apresenta o trabalho que o fotógrafo Edson Endrigo realizou neste bioma. Foram anos buscando imagens de aves que nunca haviam sido fotografadas anteriormente na natureza. Todas as imagens contidas neste livro foram realizadas na natureza, no ambiente em que as aves vivem, sendo que nenhuma ave foi capturada para a realização destas fotos.

BERNARDINO, Francisco Ritta. Emoções amazônicas: guia fotográfico-sentimental dos ecossistemas amazônicos. Fotografia de Leonide Principe. 2 ed. Manaus: PhotoAmazonica Editora, 1999. 224 p., il. Nesta publicação é apresentada a Amazônia sob seus diversos aspectos: fauna, flora, rios e população local.

EXPEDIÇÃO Tumucumaque: a redescoberta da Amazônia. Fotografia de Zig Koch. Brasília: WWF - Brasil, 2006. 112 p., il.

Uma equipe composta por representantes do Ibama, do WWF-Brasil, dos índios Wajãpi e de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru realizou em agosto de 2005 uma expedição de três semanas pelo médio e alto curso do rio Jari, dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT) - a maior área protegida em faixa tropical do mundo.

18 Revista Ler

PEDROSA, Adriano; RIBEIRO, David (Org.). Joseca Yanomami: nossa terra-floresta. São Paulo: MASP, 2022. 216 p., il.

Este livro é o primeiro dedicado à obra de Joseca Yanomami (Terra Indígena Yanomami, Amazônia brasileira, 1971), e acompanha sua primeira exposição individual, realizada no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A publicação reproduz 93 desenhos do artista, pertencentes ao acervo do museu, representando personagens, cenas e paisagens do universo yanomami, tanto da vida cotidiana quanto ligados a cantos e mitos xamânicos. A maior parte dos desenhos é acompanhada de títulos-descrições explicativos escritos pelo artista, constituindo um testemunho da luta cotidiana dos yanomami em defesa da floresta.

BUENO, Alexei. Palácios da borracha: arquitetura na Belle Époque amazônica. Fotografia de Cristiano Mascaro. Apresentação de Milton Hatoum. Rio de Janeiro: Edições Fadel, 2014. 256 p., il.

Belém e Manaus foram as duas capitais brasileiras protagonistas da vertiginosa ascensão e queda da extração da borracha no Brasil. Neste ensaio, notável pela síntese histórica das duas cidades, o poeta Alexei Bueno assinala que os barracões dos seringais desapareceram. Mas os ícones arquitetônicos que sobreviveram aos desmandos e aberrações públicos e privados estão presentes neste livro, ornado com as belas fotografias de Cristiano Mascaro.

Literatura geral (ficção e não-ficção)

HASBÚN, Rodrigo. Os afetos. Traduzido por José Geraldo Couto. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 128 p.

Uma peculiar família de desbravadores, os Ertl decidem se exilar na Bolívia depois da derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. O desejo por aventura de Hans, o patriarca, o leva a arrastar esposa e filhas em expedições em busca da cidade inca de Paitití, escondida na Selva Amazônica. Essa ânsia pelo desconhecido, com toda a sua imprecisão e loucura, contagiará as meninas de diferentes formas, mas será Monika, a mais velha e audaciosa das três, a única a herdar o caráter inconformista do pai, porém com um objetivo muito mais temerário.

SOUZA, Edson Geraldo de; BORDA, João Carlos. Arco de fogo: base Santarém: inspirado em fatos reais. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2019. 304 p., il. O romance policial é baseado em fatos e relata os acontecimentos de uma das maiores missões de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, a operação Arco de Fogo, que foi coordenada pela Polícia Federal, com o apoio do Ibama e da Força Nacional. Na obra, o leitor poderá ver fotos e acompanhar os momentos de ação e suspense no dia-a-dia da equipe, nas investigações e apreensões que aconteceram em 2010 na base em Santarém — uma das regiões de maior índice de desmatamento da Amazônia e de maior atuação de madeireiros clandestinos.

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BRUM, Eliane. Banzeiro òkòtó: uma viagem à Amazônia centro do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021. 398 p., il. Escritora, jornalista e documentarista, Eliane Brum faz um mergulho profundo nas múltiplas realidades da maior floresta tropical do planeta. Com quase 35 anos de experiência como repórter, há mais de vinte ela percorre diferentes Amazônias. Em 2017, adotou a floresta como casa ao se mudar de São Paulo para Altamira, epicentro de destruição e uma das mais violentas cidades do Brasil desde que a hidrelétrica de Belo Monte foi implantada. A partir de rigorosa pesquisa, Brum denuncia a escalada de devastação que leva a floresta aceleradamente ao ponto de não retorno. Neste percurso às vezes fascinante, às vezes aterrador, a autora cruza com vários seres da floresta e mostra como raça, classe e gênero estão implicados no destino da Amazônia e da Terra.

CARDOSO, Ytanajé Coelho. Canumã: a travessia. Manaus: Valer, 2019. 202 p. O romance escrito por um indígena Munduruku, livro de estreia de Ytanajé Coelho Cardoso, tem como núcleo o momento delicado em que vive o seu povo. A narrativa enfatiza o papel dos anciãos e a ameaça do desaparecimento da língua Munduruku com a morte dos velhos. Além deste grande tema, “Canumã” apresenta as motivações que levam muitos indígenas a deixarem a terra que nasceram, a cultura e a deixarem de falar a língua materna; mostra também o modus vivendi de uma aldeia, o seu dia a dia, os romances, os divertimentos dos adultos, dos jovens e das crianças, a feitura da farinha, a caça, a pesca, as festas, os casamentos, os nascimentos, a invasão dos missionários. O título reporta-se ao rio que banha a região onde habitam os Munduruku do Estado do Amazonas, na região de Borba-AM.

BOFF, Leonardo. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2022. 240 p., il. Neste livro, Leonardo Boff reúne histórias, relatos e mitos originários dos indígenas do Brasil. Uma viagem pelas histórias originárias das cores dos peixes e das vozes dos pássaros, da mandioca, do guaraná, das estrelas e do amor. Recolhidas ao longo dos anos e vindas de diversas etnias, essas narrativas são prova da inestimável contribuição desses povos a nossa cultura, nossa língua, nossos costumes e nossa forma de compreender a natureza. Cada uma delas é capaz de nos conectar à sabedoria ancestral desses povos e somá-la, enfim, a nossa sabedoria contemporânea.

JURANDIR, Dalcídio. Chove nos campos de Cachoeira. 8. ed. Bragança: Pará. grafo, 2019. 368 p. Primeiro romance escrito por Dalcídio Jurandir que mais tarde se tornou o primeiro volume da série chamada Extremo-Norte. Nele se inicia a saga de Alfredo, personagem principal, menino ribeirinho de Cachoeira do Arari (no Marajó, Pará), em busca de estudo e uma vida melhor na cidade grande. Considerado um marco da literatura de seu tempo, em especial modernista, sua publicação veio por meio do Prêmio Vecchi-Dom Casmurro, em júri composto por autores renomados.

20 Revista Ler

ALLENDE, Isabel. A cidade das feras. Traduzido por Mário Pontes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. 280 p.

Alexandre Cold, de 15 anos, está com a mãe doente e, por isso, precisa ficar na companhia de sua avó. Ela participará de uma expedição à Amazônia para encontrar feras humanoides, e Alex irá em sua companhia. Sob a densa mata da floresta, Alexandre se surpreende ao descobrir muito mais do que imaginara a respeito do misterioso mundo da floresta tropical. Guiado pela força do jaguar, seu animal totêmico, Alexandre vivenciará uma experiência de autoconhecimento.

HATOUM, Milton. Cinzas do Norte. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 312 p.

Na Manaus dos anos 1950 e 60, dois meninos travam uma amizade que atravessará toda a vida. De um lado, Olavo, o narrador, menino órfão, criado pelos tios, cresce à sombra da família do melhor amigo, Raimundo Mattoso, de berço aristocrático. A fim de realizar suas inclinações artísticas, ou quem sabe para investigar suas angústias mais profundas, Raimundo engalfinha-se numa luta contra o pai, a província, a moral dominante e, para culminar, os militares que tomam o poder em 1964. A rebeldia e a posterior fuga do rapaz ampliam o universo romanesco, que alcança a Europa da irrequieta década de 1970, de onde Raimundo manda sinais para Olavo, ainda preso à cidade natal.

SOUSA, Inglês de. Contos amazônicos. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2011. 148 p. (A obra-prima de cada autor).

O escritor, jurista e político paraense Inglês de Sousa introduziu a escola Naturalista no Brasil, mediante uma obra voltada para a natureza e a vida amazônicas.

“Contos amazônicos” (1893) é um dos seus livros mais conhecidos. Neste trabalho — documento fiel da língua do Pará —, aparecem os modismos, o vocabulário e os costumes típicos da região amazônica. No volume estão enfeichados os contos: “Voluntário”, “A feiticeira”, “Amor de Maria”, “Acauã”, “O donativo do Capitão Silvestre”, “O gado do Valha-me-Deus”, “O baile do judeu”, “A quadrilha de Jacó Patacho” e “O rebelde”.

BAÍA, Pedro Augusto. Corpos benzidos em metal pesado. Rio de Janeiro: Record, 2022. 112 p.

Nos onze contos que compõem este volume a unidade narrativa que os une são as vivências da região norte do Brasil, em todas as suas facetas: a floresta, os indígenas, a industrialização, a precarização das cidades, a violência com os desfavorecidos, a desigualdade, a comunhão com a natureza. Os protagonistas são uma vítima do garimpo, um repórter que investiga uma vítima quilombola, uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico em uma cidade alagada, um massacre numa seção eleitoral dentro de uma aldeia indígena, um homem contaminado por metal pesado, fruto do garimpo, entre outros. Porém, embora as histórias sejam repletas de conflitos e violência, são as relações de afeto que tecem a resistência.

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CALLADO, Antônio. Esqueleto na Lagoa Verde: ensaio sobre a vida e o sumiço do coronel Fawcett. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 160 p. (Jornalismo literário). Em 1925, o coronel britânico Percy Harrison Fawcett tentou encontrar no interior do Brasil uma fabulosa cidade perdida no sertão. Não era a primeira vez que procurava a Atlântida tropical, mas foi a última - Fawcett e seus companheiros de expedição desapareceram na mata. Vinte e sete anos mais tarde, em 1952, o jornalista Antonio Callado esteve na região do Xingu, em uma viagem organizada pelos Diários Associados. Graças ao sertanista Orlando Villas Boas e aos índios kalapalos, chegaram ao local onde presumivelmente se encontrava a cova com os ossos do coronel desaparecido. Lançado em 1953, “Esqueleto na lagoa verde” é um dos mais fascinantes relatos jornalísticos já feitos no Brasil. Ao reconstituir os passos do explorador britânico, e de outros que procuraram decifrar o sentido de sua obsessão, Callado produziu uma reportagem incomum sobre o sonho de um vitoriano nos trópicos, sobre o encontro com os índios, sobre um país que ainda estava por se descobrir e sobre a própria arte de fazer jornalismo.

KAYAPÓ, Edson. Um estranho espadarte na aldeia. São Paulo: Primata, 2021. 92 p.

A narrativa versa sobre a saga de um homem de origem italiana que fugiu de um presídio instalado no coração da densa floresta amazônica, alcançando uma aldeia do povo Karipuna, situada às margens do Rio Curipi. O presidiário fugitivo, de formação anarquista e eurocentrada, se envolverá com os habitantes daquela aldeia, onde se surpreenderá com os novos modos de vida e se apaixonará pelos rituais daquele povo. A trama, repleta de cenas cosmológicas, leva o leitor a refletir sobre o reencantamento da vida, sobre a importância da diversidade cultural e das culturas indígenas, bem como sobre temas ambientais, etnicidade e relações interétnicas.

AQUINO, Marçal. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 232 p. Numa cidade de garimpo do Pará, conflagrada pelas tensões de uma corrida do ouro, um fotógrafo vive uma paixão clandestina com uma mulher misteriosa e sedutora. Mesmo sabendo dos riscos do jogo, ele decide ir até o fim — e agora está de volta para relatar o que viveu. Dono de uma literatura contundente, mas não dura, Marçal Aquino presenteia os leitores com um romance em que os personagens estão em regiões fronteiriças, tanto psicológica quanto geograficamente.

DORRICO, Julie. Eu sou macuxi e outras histórias. Ilustrado por Gustavo Caboco. Nova Lima: Caos & Letras, 2019. 108 p., il. O livro de estreia de Julie Dorrico traz uma série de contos do universo da literatura indígena. Os textos se inspiram na riqueza cultural do povo macuxi para narrar a descoberta, o encontro e o mergulho na ancestralidade. Ao longo da narrativa, memórias pessoais da narradora e o imaginário de um povo se cruzam em uma linguagem envolvente e poética. “Eu sou macuxi” pode ser lido de muitas formas. É uma celebração dos povos indígenas; de sua vida, seu idioma, seus símbolos e sua história. É o resgate e a afirmação da identidade de uma descendente do povo macuxi. E, além de tudo, pode ser lido como um libelo a favor da luta dos povos indígenas por suas terras, sua memória, seu modo de vida.

22 Revista Ler

FERREIRA, Manuel Rodrigues. A ferrovia do diabo. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2005. 400 p., il.

O jornalista, historiador e sertanista Manoel Rodrigues Ferreira reconstrói a epopeia de uma das mais ambiciosas obras de engenharia realizadas no Brasil: a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. O projeto atraiu o interesse de investidores do mundo inteiro, e trabalhadores de mais de 40 nacionalidades vieram se aventurar nos confins da selva amazônica, no atual Estado de Rondônia. Entre 1872 e 1912 mais de 1.500 trabalhadores faleceram tentando vencer a selva. Cercada de desastres, ataques de índios e animais ferozes, epidemias, problemas financeiros e muitas lendas, a história da construção da ferrovia correu mundo e é até hoje conhecida como a mais trágica da América.

VILAÇA, Aparecida; GASPAR, Francisco Vilaça. Ficções amazônicas. São Paulo: Todavia, 2022. 216 p., il.

Livro de contos que exploram o imaginário indígena e o conhecimento dos povos originários. Uma viagem por tempos e territórios espirituais diversos, um convite à contemplação da magia do nascimento, vida, morte, antropofagia, pós-morte e ao respeito aos povos e à natureza. Histórias vibrantes, alimentadas com as forças, e belezas ancestrais, manifestadas na diversidade de povos e culturas indígenas e não indígenas, que se entrelaçam nas tramas visíveis e invisíveis, sociais e políticas, humanas.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Kumiça jenó: narrativas poéticas dos seres da floresta. Kissimmee: Underline Publishing, 2021. 158 p., il. Márcia Wayna Kambeba é indígena do povo Omágua/Kambeba do Amazonas. É escritora, poeta, compositora, fotógrafa, palestrante, ativista, professora. Neste livro Márcia apresenta 25 poemas narrativos sobre figuras folclorizadas presentes em diversas culturas nativas, principalmente as amazônicas. Os poemas recontam a tradição oral recebida pela autora a seus ancestrais. Nesse contexto, Marcia nos transmite sua ancestralidade para compreendermos a intrínseca relação entre a floresta, seus seres e seus povos, em uma poética que encanta e desperta reflexões sobre o respeito perante a natureza.

KAMBEBA, Márcia Wayna. O lugar do saber ancestral. 2. ed. Lorena: UK´A Editorial, 2021. 144 p., il.

Nesta obra composta por uma poesia fluida e dinâmica, leitoras e leitores são convidados a uma viagem ao universo amazônico, diretamente ao coração daquele lugar que representa o foco de toda educação, toda a vida, toda a aprendizagem dos indígenas: a comunidade.

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SOUZA, Márcio. Mad Maria. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. 462 p. Romance histórico que aborda os episódios mais marcantes dos cinco anos da construção da ferrovia Madeira – Mamoré, na Amazônia, entre 1907 e 1912. Essa construção visava competir economicamente com o Canal do Panamá e seus construtores encontraram, no entanto, dificuldades descomunais. Antes de terminadas as obras, 3,6 mil homens estavam mortos, 30 mil hospitalizados e uma fortuna em dólares foi desperdiçada na selva. Ao escolher os episódios mais macabros e inacreditáveis dos registros históricos dos cinco anos da construção da ferrovia e concentrando-os em três meses de pesadelo, Márcio Souza força o leitor a se tornar um personagem emaranhado na vegetação e a confrontar o inferno.

SCLIAR, Moacyr. A majestade do Xingu. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 212 p., il.

Moacyr Scliar usa recursos de ficção, biografia e autobiografia para recriar a vida do médico sanitarista e indigenista judeu Noel Nutels (1913-1973), nascido na Rússia e naturalizado brasileiro. Fascinado pela trajetória de Nutels, que começa em um vilarejo da Bessarábia e termina nas aldeias indígenas do Xingu, Scliar descobriu a chave de como contar a vida do indigenista sem a responsabilidade de escrever uma biografia, ou seja, de ser fiel à realidade. Para poder exercer com liberdade sua arte de ficcionista, Scliar criou um personagem fictício, um garoto judeu que emigra para o Brasil no mesmo navio de Nutels e acompanha toda a sua vida, narrando-a sob seu ponto de vista.

VILLAS BOAS, Orlando; VILLAS BOAS, Cláudio. A marcha para o oeste: a epopeia da expedição Roncador-Xingu. 6. ed. São Paulo: Globo, 1994. 616 p. Baseado nos diários escritos pelos irmãos Claudio, Leonardo e Orlando Villas Bôas durante e após a participação à frente da Expedição Roncador-Xingu, organizada pelo governo federal, este livro pode ser um híbrido entre a literatura de viagem, a análise antropológica e o ensaio histórico. Além de mapear e desbravar parte da Amazônia meridional, os Villas Bôas foram os responsáveis pela criação do Parque Nacional do Xingu, primeira terra indígena homologada no país, e receberam reconhecimento mundial por sua atuação na defesa dos direitos e tradições dos índios. Os irmãos paulistas foram os idealizadores de uma política indianista, baseada no respeito e na convivência pacífica entre brancos e índios. O conteúdo também conta com mapas e imagens captadas durante a permanência dos Villas Bôas entre os índios.

SILVEIRA, Maria José. Maria Altamira. São Paulo: Instante, 2020. 280 p.

A autora narra a trajetória de mãe e filha: ainda que as duas sigam caminhos distintos, ambas testemunham miséria, injustiças e devastação ambiental. A narrativa é uma jornada pela América Latina e pelo interior do Brasil. Começa em 1970, com uma avalanche que soterra uma cidade nos Andes peruanos, e termina nos dias atuais, em Altamira, Pará, pouco depois da inauguração da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. A avalanche foi uma catástrofe da natureza, a outra foi uma destruição provocada pelo homem. Uma atinge a mãe; a outra atinge a filha. As duas são indígenas. Por meio de suas protagonistas e outros personagens que sofrem a destruição de seu modo de vida, o romance lida com temas como a situação indígena no Brasil.

24 Revista Ler

SOUSA, Inglês de. O missionário. 2. ed. São Paulo: Ática, 2000. 254 p., il. (Bom livro).

O livro tem como personagem principal Padre Antônio de Morais. Ordenado sacerdote, Pe. Antônio vai para Silves, cidade no coração da selva amazônica. Pela sua dedicação, logo, recebe o prestígio de padre correto e pio. Porém, carente de vocação e incomodado com a vida pacata da cidade, resolve catequizar os índios mundurucus. Parte em companhia de Macário, o sacristão, mas este volta para a cidade antes de chegar. Pe. Antônio chega doente no sítio de João Pimenta, onde recebe os cuidados da mameluca Clarinha, a filha do agricultor. Aqui começa o seu conflito interior e reacende o instinto sexual, que a batida havia abafado. O padre, queimado de paixão por Clarinha, acaba quebrando os votos religiosos. Por fim, conduzindo a moça, retorna para a cidade, onde é recebido como um autêntico santo.

TERRON, Joca Reiners. A morte e o meteoro. São Paulo: Todavia, 2019. 120 p. Restam apenas cinquenta índios kaajapukugi no mundo. Com a destruição da Amazônia, a tribo perdeu sua terra e sua subsistência, e agora está prestes a desaparecer para sempre. Cabe ao enigmático Boaventura, misto de indigenista e aventureiro, conduzir os últimos kaajapukugi, na condição de refugiados políticos, a um santuário no México. Mas Boaventura morre subitamente, e o funcionário responsável por concluir o plano se verá em meio a uma conspiração macabra e a um mistério cujos tentáculos se expandem para o passado e o futuro.

MUTIS, Álvaro. A neve do almirante. Traduzido por Luís Carlos Cabral. Rio de Janeiro: Record, 2006. 210 p.

A obra narra uma viagem de Maqroll — personagem que aparece em outros romances do escritor - num barco que sobe um rio no meio da selva amazônica. Mutis apresenta o rio como cenário de uma história em que se misturam ingredientes como a busca pelo desconhecido, o medo da morte e a descrição de personagens de traços grotescos e senso de ética surpreendente. Considerado um dos melhores livros do colombiano Álvaro Mutis, um dos autores mais consistentes e renovadores na literatura hispano-americana do século XX.

RESTREPO, Laura. A noiva escura. Traduzido por Sérgio Molina. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 400 p. Num belo dia da década de 1940, uma menina escura e desgrenhada chega à pequena cidade de Tora, nos campos de petróleo em plena selva colombiana, território da Tropical Oil Company. Envolta em mistério, decidida a não revelar nem mesmo seu nome, ela encontra refúgio junto a uma velha e sábia cafetina, que logo a transforma na mais cobiçada mulher do bairro das prostitutas. “A noiva escura” parte de uma investigação jornalística acerca da vida das prostitutas para construir e desvelar uma história de amor de extrema delicadeza, que é, ao mesmo tempo, uma parábola do desamparo de todo um povo.

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CARVALHO, Bernardo. Nove noites: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 172 p.

Em 1939, um jovem e promissor antropólogo americano, Buell Quain, se matou, aos 27 anos, de forma violenta, enquanto tentava voltar para a civilização, vindo de uma aldeia indígena no interior do Brasil. Sessenta e dois anos depois, ao descobrir o episódio por acaso, o narrador de “Nove noites” começa uma investigação obsessiva para elucidar o suicídio e acertar contas com a própria história. Para escrever o livro, Bernardo Carvalho travou contato com os Krahô, no Estado do Tocantins, e foi aos Estados Unidos em busca de documentos e pessoas que pudessem saber algo sobre o antropólogo.

STIGGER, Veronica. Opisanie swiata. São Paulo: Cosac Naify, 2013. 160 p., il. Opisanie swiata significa ‘descrição do mundo’ e é como se traduz o livro de viagens de Marco Polo, para o polonês. É justamente como uma espécie de relato de viagens que essa novela se constitui. A história central do livro é a de Opalka, um polonês de cerca de sessenta anos que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil — mais especificamente, na Amazônia —, internado num hospital em estado grave. O pai decide viajar ao encontro do filho; no início do percurso, conhece Bopp, um turista brasileiro que, ao tomar conhecimento das razões da viagem de Opalka, resolve abandonar seu giro pela Europa para acompanhá-lo ao Brasil. Embora a forma externa seja a da novela, o livro se compõe a partir de diversos registros, como o do relato em terceira pessoa, o da carta, o do diário, além de contar com inserções de imagens e fragmentos de textos da década de 1930 — época em que transcorre a ação.

HATOUM, Milton. Órfãos do Eldorado. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 108 p. (Mitos).

Numa cidade à beira do rio Amazonas, um passante vem procurar abrigo à sombra de um jatobá e, incauto ou curioso, dispõe-se a ouvir um velho com fama de louco. É o que basta para Arminto Cordovil começar a contar a história de “Órfãos do Eldorado”: a história de seu próprio amor desesperado por Dinaura, mas também a crônica de uma família, de uma região e de toda uma época que, à base da seiva da seringueira, quis encarnar os sonhos seculares de um Eldorado amazônico.

VILAÇA, Aparecida. Paletó e eu: memórias de meu pai indígena. São Paulo: Todavia, 2018. 200 p., il.

Paletó morreu aos 85 anos, depois de ter vivido por décadas na floresta em meio aos índios Wari’. Ele viveu pelo menos trinta anos na floresta, sem contato com os brancos. Viu chegar os forasteiros, as doenças, as comidas estranhas. Desde 1986, a antropóloga Aparecida Vilaça tem vivido longos períodos entre eles para aprender sobre o seu modo de vida e, aos poucos, construiu com Paletó uma relação de pai e filha. Este livro conta a sua história e a de seu povo.

26 Revista Ler

VARGAS LLOSA, Mario. Pantaleão e as visitadoras. Traduzido por Paulina Wacht, Ari Roitman. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2007. 248 p.

O livro conta a história de Pantaleão Pantoja, um capitão do exército que recebe uma missão inesperada — criar um serviço de prostitutas para as Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazônica, dentro do mais absoluto sigilo militar. O capitão tem que se mudar para Iquitos, se manter afastado dos demais militares, usar trajes civis e, acima de tudo, não contar nada à mãe e à mulher. Em pouco tempo o que era uma missão discreta se transforma no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso à vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante visitadora.

CARPENTIER, Alejo. Os passos perdidos. Traduzido por Marcelo Tápia. São Paulo: Martins, 2008. 304 p.

Ao fugir de uma vida árdua em Nova York, um musicólogo viaja para uma das raras regiões do mundo aonde a civilização não chegou — as altas extensões do rio Orinoco, tendo como missão a coleta de instrumentos musicais indígenas para uma das galerias de um museu organológico. À medida que ele penetra os labirintos da floresta, a viagem se revela também uma volta às etapas históricas mais significativas da América, ao tempo dos passos perdidos da humanidade: um lugar onde o progresso desvaneceu.

CALLADO, Antônio. Quarup. 12. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 602 p. Nando, um jovem padre que, perdido em conflitos existenciais ao ver-se diante dos pequenos prazeres da vida mundana, ganha uma nova percepção do mundo, dos seus semelhantes e de si mesmo numa tribo de índios do Xingu. “Quarup” pode ser considerado um romance de formação por, principalmente, retratar o protagonista, padre Nando, que tenta através da religião, resolver seus conflitos diante de um mundo conturbado, mas percebe a distância entre a sua fé e as necessidades do dia a dia, sobretudo as dos não privilegiados, e diante disso verifica que precisa mudar seus propósitos para buscar sua identidade.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Traduzido por Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 734 p., il.

Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da floresta Amazônica. Publicada originalmente em francês em 2010, esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. “A queda do céu” foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade — foram mais de trinta anos de convivência entre Bruce Albert, o etnólogoescritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador. A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro. O segundo é o relato do avanço dos brancos pela floresta e seu cortejo de epidemias, violência e destruição. Por fim, os autores trazem a odisseia do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo.

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HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 166 p.

Após um longo período de ausência, uma mulher regressa a Manaus, cidade de sua infância. Deseja encontrar Emilie, a extraordinária matriarca de uma família libanesa há muito radicada ali. Encontra a casa desfeita — como desfeitas para sempre estão as casas da infância. Situado entre o Oriente e o Amazonas, este relato é a busca de um mundo perdido, que se reconstrói nas falas alternadas das personagens, longínquos ecos da tradição oral dos narradores orientais.

CESARINO, Pedro. A repetição. São Paulo: Todavia, 2023. 144 p. Nas duas novelas reunidas neste volume, Pedro Cesarino narra o percurso de dois personagens envolvidos em dilemas sobre a verdade. Situados em mundos distintos — a floresta, a metrópole e o litoral —, ambos se confrontam com a herança da escravidão, da violência contra povos indígenas e da exploração econômica. Valendo-se de fatos, estudos e documentos históricos para a escrita de ficção, o autor desenvolve um registro narrativo e imagético heterodoxo, estabelecido a partir da interlocução com pensamentos indígenas e afrocentrados.

CESARINO, Pedro. Rio acima. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 152 p. Um antropólogo desembarca na Amazônia para estudar os mitos de um povo indígena. Sua missão é descobrir o que há por trás da misteriosa história do “apanhador de pássaros”, cujo desfecho ele nunca conseguiu desvendar. À medida que se envolve com os indígenas, o pesquisador vai se aproximando da descoberta — mas ela pode ter consequências desastrosas. O romance do antropólogo Pedro Cesarino explora o lado sombrio dos mitos indígenas da Amazônia.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Saberes da floresta. São Paulo: Jandaíra, 2020. 168 p., il. (Insurgências).

Neste livro, a produção poética da educadora e pesquisadora Márcia Wayna Kambeba, indígena Omágua/Kambeba, se apresenta como um fio que abre caminhos, promove aproximações entre saberes diversos, amplia possibilidades de visões de mundo e incita novas formas de ensino e aprendizado. Transitando entre ensaios breves e poemas, a obra traz a visão decolonial de Kambeba sobre a pedagogia indígena e os ensinamentos dos povos tradicionais. Com uma linguagem fluida, revelando traços da história oral e da literatura de cordel, ela parte dos próprios versos e de um olhar filosófico e político para refletir sobre a educação e a identidade nas aldeias.

BETTO, Frei. Tom vermelho do verde: baseado em eventos históricos. Rio de Janeiro: Rocco, 2022. 208 p.

A obra é um livro de denúncia, mas também um romance histórico. Frei Betto nos revela o drama vivido pelos Waimiri-Atroari a partir da construção da rodovia BR-174 em suas terras, na década de 1970. Drama até então conhecido apenas por estudiosos de culturas indígenas e que se prolonga até hoje, cujas consequências não se restringem às vítimas inocentes. Pelo contrário, atinge proporções catastróficas e imprevisíveis à medida que a floresta amazônica é arrasada e seus povos originários são dizimados.

28 Revista Ler

RIBEIRO, Darcy. Utopia selvagem: saudades da inocência perdida: uma fábula. 6. ed. São Paulo: Global, 2014. 168 p.

Darcy Ribeiro pinta com tons fortes a beleza que uma sociedade adquire ao ser composta por um mosaico de cores e culturas diferentes. O autor nos traz a história do negro Pitum que, buscando o Eldorado em meio à Guerra Guiana, é engolido por uma cortina branca e acaba capturado pelas amazonas. No convívio indígena, Pitum transmuta-se, aprendendo a língua e adaptando-se aos seus costumes. O mergulho num mundo que não lhe é familiar funciona como uma janela que o autor nos abre para, ao seu lado, contemplarmos o verdadeiro tesouro: a sociabilidade nativa. Juntando elementos históricos e míticos, Darcy sugere que a miscigenação é uma prática que remonta às origens da espécie humana e tece uma fabulosa história na qual valoriza o hibridismo cultural vivenciado nas terras americanas.

Literatura infantojuvenil

MELLO, Thiago de. Amazonas: águas, pássaros, seres e milagres. 2. ed. Rio de Janeiro: Salamandra, 2017. 48 p., il.

Um dos maiores expoentes de nossa literatura, o escritor amazonense Thiago de Mello, oferece-nos um presente; uma deliciosa viagem pela paisagem e pelo imaginário dessa porção mágica de nosso território, o pedaço mais verde do planeta. Ele nos apresenta as águas, a mata, a história e a cultura do povo amazonense. Fala sobre o poder de cura das várias ervas da floresta. Traz para nossos ouvidos os sons dos pássaros e dos ventos. Descreve-nos os peixes que povoam as águas dos rios e oferece-nos algumas receitas suculentas. Mas nos permite conhecer, principalmente, o homem que habita esta região e que vive a sua relação com a floresta de forma equilibrada e amorosa.

KUSS, Daniele. A Amazônia. Traduzido por Ana Maria Machado. São Paulo: Ática, 1995. 48 p., il. (Mitos e lendas).

Nessa edição, os mitos e lendas são relacionados à floresta equatorial que se prolifera ao longo do Rio Amazonas, seguindo-o por seis países da América do Sul. Apesar de ser a mesma floresta, os índios que a habitam têm lendas diferentes: em seus dez contos, há histórias sobre as origens da noite, de como surgiu o revezamento do Sol e da Lua no céu, de como o fogo se formou. Há, ainda, um conto que fala sobre a origem dos rumores do Eldorado, a lenda sobre uma lagoa repleta de tesouros que instigava conquistadores europeus. O livro contém, também, detalhes geográficos e de como ocorreu a ocupação da floresta.

MATUCK, Rubens. A Amazônia. Ilustrado por Rubens Matuck. São Paulo: Biruta, 2005. 16 p., il. (Natureza brasileira).

A Amazônia cobre cerca de 40% do território brasileiro e se estende pela região Norte, norte do Centro-Oeste e oeste do Maranhão. É um grande sistema formado por rios, igarapés e lagoas que entremeiam a vegetação luxuriante. Neste livro você encontra informações sobre a fauna e a flora desse ecossistema.

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CARRARO, Fernando. Amazônia: quem ama respeita! Ilustrado por Rogério Soud. São Paulo: FTD, 2006. 56 p., il.

Quatro amigos ganham um concurso e fazem uma viagem pela Amazônia. A experiência marca suas vidas para sempre. Eles se encantam com a exuberância natural da região e, também, se decepcionam com as desigualdades sociais e com a degradação ambiental de algumas áreas.

BRANCO, Samuel Murgel. O ambiente da floresta. 10. ed. São Paulo: Moderna, 1992. 63 p., il. (Viramundo).

A Amazônia constitui um dos exemplos mais ricos e mais significativos dos processos existentes na natureza para a manutenção do equilíbrio ecológico. O biólogo Samuel Murgel Branco, ao mesmo tempo que ressalta a beleza da região amazônica, mostra também à criança a importância de serem desenvolvidos e utilizados métodos de conservação e de exploração racional dos recursos naturais, de modo a permitir um desenvolvimento econômico sem a destruição do meio ambiente.

CARRARO, Fernando. Amigos da Amazônia. Ilustrado por Rogério Soud. São Paulo: FTD, 2006. 32 p., il.

A bordo de uma canoa, quatro jovens amigos e um pequeno indígena vivem uma aventura fascinante pela magia e pelos mistérios do Amazonas. Na escola, a professora convida os alunos a participar de um concurso de redação com o tema Amigos da Amazônia. Rafa está em seu quarto pesquisando, quando tem um encontro mágico com Taunay, um menino indígena. Seus colegas Diego, Carol e Mariana juntam-se a eles e os cinco vivem uma mágica aventura pela Amazônia, a bordo da canoa Vitória.

QUENTIN, Laurence; REISSER, Catherine. Às margens do Amazonas: no Brasil, os caboclos, entre o Brasil e a Venezuela, os ianomâmis, no Equador, os otavalos. Editado por Fani Marceau. Traduzido por Rosa Freire d’ Aguiar. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2010. 150 p., il.

A Amazônia é tão vasta quanto diversificados são os povos que a ocupam. Neste livro, as crianças conhecem três deles, sua história, os costumes, o dia a dia e as características da região onde vivem. Textos explicativos são acompanhados de narrativas ficcionais, sugestões de jogos e atividades culinárias, e ilustrados com desenhos, fotos e mapas da região.

FRANCO, Camila; CATUNDA, Marcela; FRANCO, Blandina. As aventuras de Benjamim: o muiraquitã. Ilustrado por Andrés Sandoval. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. 136 p., il.

Para libertar seu pai de uma tribo da Amazônia, Benjamim conta com a ajuda de um amuleto mágico e de personagens folclóricos nada comuns. O livro brinca com algumas lendas brasileiras e acrescenta elementos da vida contemporânea a personagens tradicionais da cultura nacional, como o Curupira e o Menino-Boto.

30 Revista Ler

BRETON, Florence. O cipó branco: uma aventura na floresta amazônica. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2006. 64 p., il.

Florence Breton conta a aventura de um tamanduá que vive na floresta amazônica e que decide subir numa árvore, curioso ao encontrar um cipó bem branco. Ao final, ela dá lições sobre a fauna e a flora da região.

TAYLOR, Sean. Cobra-grande: histórias da Amazônia. Ilustrado por Fernando Vilela. Traduzido por Maria da Anunciação Rodrigues. São Paulo: Edições SM, 2008. 62 p., il.

Sean Taylor viajou ao longo do rio Amazonas ouvindo histórias de contadores locais e do poeta Thiago de Mello e reuniu, nesse livro, uma coletânea delas. Ele reconta cada narrativa de modo poético, descrevendo suas impressões. Para o leitor, é uma viagem virtual à mitologia amazônica e à paisagem da mais rica floresta do mundo.

PRANDI, Reginaldo. Contos e lendas da Amazônia. Ilustrado por Pedro Rafael. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 255 p., il. (Contos e lendas).

A Amazônia é tão rica em variedade de espécies quanto em histórias nascidas nas mais diferentes culturas. Nesta antologia, o sociólogo Reginaldo Prandi reuniu 25 narrativas para nos mostrar um pouco desse universo infinito da mitologia amazônica.

VAL, Vera do. A criação do mundo: e outras lendas da Amazônia. Ilustrado por Geraldo Valério. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008. 48 p., il.

Vera do Val mora atualmente em Manaus, onde pesquisou e recolheu lendas e mitos dos povos amazônicos, a partir dos quais escreveu “O imaginário da floresta”. Dessa obra foram selecionados os contos que falam das origens — da noite, das estrelas, da lua, dos rios, do mundo —, que compõem este “A criação do mundo”. As ilustrações de Geraldo Valério são uma homenagem à cultura dos nossos indígenas.

BELLINGHAUSEN, Ingrid Biesemeyer. De olho na Amazônia. São Paulo: DCL, 2007. 32 p., il.

Olhando de cima, lá do alto, ela parece um grande cobertor verde, mas se você chegar perto, descobrirá a enorme quantidade de plantas e animais que vivem em seu território, além dos rios que cortam seu caminho e das pessoas que lá vivem e tiram dela o seu sustento. Este livro apresenta a Amazônia às crianças, acompanhando o olhar curioso do pequeno leitor.

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SILVA, Flávia Lins e. Diário de Pilar na Amazônia. Ilustrado por Joana Penna. 2. ed. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2015. 150 p., il. Pilar e Breno montaram a Sociedade dos Espiões Invisíveis (SEI) e estão dispostos a desvendar os mistérios do passado. A menina achou um recorte de jornal com uma notícia pela metade e tem certeza de que é uma pista sobre o paradeiro de seu pai, que não chegou a conhecer e de quem só tem uma foto antiga. A investigação exige malas prontas e mais uma incrível viagem. Os dois e o gato Samba vão parar em pleno rio Amazonas! Juntos, vão enfrentar os feitiços da Iara, descobrir os segredos da Floresta Encantada habitada pela temível Cobra-Grande e ainda se dar conta de que suas árvores estão sendo destruídas e de que é preciso fazer alguma coisa para preservá-las. Pilar aprende sobre comer pupunha cozida e peixe com açaí, dormir em rede, andar de gaiola e canoa e morar em uma palafita.

FREITAS, Irena. A floresta. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021. 30 p., il. Depois de ver as notícias na TV, uma menina quer acabar com a destruição da floresta. Com a ajuda de seus amigos e de sua imaginação, surgem mil possibilidades para trazer o verde de volta às matas — e às páginas do livro! Neste livro-imagem, Irena Freitas se inspirou em Manaus, a cidade em que mora, e nos incêndios que ocorreram em 2019 na Floresta Amazônica para criar uma narrativa imagética que nos convida a refletir sobre o que podemos fazer para cuidar de nossas matas.

SOUZA, Flávio de. Jack Brodóski: no coração da Amazônia. Ilustrado por Daniel Kondo, Rodrigo Leão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. 60 p., il. Auxiliado pelo professor Almendra, seu guia intelectual, Jack Brodóski vai à Amazônia resolver um mistério digno dos melhores detetives. E, na companhia dele, os leitores conhecerão de perto uma das regiões geográficas mais ricas da Terra.

ALBUQUERQUE, Liege. José e o mistério dos bichos da Amazônia. Ilustrado por Carlinhos Müller. São Paulo: Polén, 2015. 32 p., il. José vive em uma cidade ribeirinha, na floresta amazônica. Lá, ele cresceu respeitando a natureza e entendendo que os bichos da selva vivem soltos e não presos em casa. Um dia, porém, José leva um susto ao não ver mais no seu quintal os animais que viviam passeando por lá. Para onde foram os bichos? Descobrir o mistério vai deixar o menino triste, mas também vai abrir uma janela para novas descobertas e trazer muito entusiasmo para a luta em defesa dos animais.

32 Revista Ler

SILVA, Cidinha da. Kuami. Ilustrado por Annie Ganzala. São Paulo: Polén, 2019. 96 p., il.

Janaína, uma jovem sereia — filha de uma sereia e um baiacu — e o elefante africano Kuami se envolvem em uma aventura para libertar a mãe de Kuami, Dara, de perigosos traficantes de animais. Cidinha da Silva constrói uma trama que tange críticas ao agronegócio, à exploração irracional da natureza, a formas contemporâneas de escravidão e ao maltrato de animais, ao mesmo tempo que fala de afeto, de cuidado, de resistência, de amor em todas as suas formas.

GÓES, Gabriel; MIRANDA, André. Mapinguari. Brasília: WWF - Brasil, 2018. 144 p., il.

José tem um dilema e tanto: o emprego que abraçou como projeto de vida ameaça a comunidade onde vive a sua família. No Seringal Santo Antônio, no interior do Acre, os seringueiros são assediados por negociantes de terras da empresa onde José trabalha, na capital Rio Branco. Conforme se reaproxima do povoado, o protagonista descobre a história de sua família e os valores locais. Numa narrativa conduzida sobre a fina linha que separa realidade, mito e sonho, o ser lendário Mapinguari simboliza os mistérios inapreensíveis pela marcha do progresso que incendeia a mata.

LEVAY, Cláudia. O mundo de Tainá. Ilustrado por Isabel Paiva. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2013. 48 p., il.

A Tainá mora na floresta amazônica, um lugar cheio de histórias, povos, bichos, plantas e até línguas diferentes. Neste livro, ela explica o que quer dizer abacaxi, arara, capim e muitos outros termos em tupi — uma língua falada há muito tempo pelos índios e colonizadores que deu origem a muitas palavras do português — e também conta algumas lendas da floresta.

DOYLE, Arthur Conan. O mundo perdido. Adaptado por Ulisses Capozoli. Ilustrado por Chico Coelho. São Paulo: Scipione, 2003. 120 p., il. (Reencontro: Literatura).

Uma expedição científica liderada pelo professor Challenger explora a floresta amazônica em busca de um grande mistério oculto pela natureza: uma região onde a pré-história permanece viva. Aventura, suspense e humor num mundo perdido no tempo, em que dinossauros terríveis e seres fantásticos convivem com o homem primitivo.

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MANUEL FILHO. No coração da Amazônia. Ilustrado por Anthony Mazza. São Paulo: Panda Books, 2017. 176 p., il.

Os pais de Hans vieram da Alemanha para montar uma ONG em Manaus, capital do Amazonas, para ensinar música para crianças e jovens. Durante sua adaptação ao novo país, o garoto irá se deparar com uma cultura bastante diferente da sua e ficará encantado com a biodiversidade da vida na floresta. No entanto, chamará sua atenção o fato de que diversas espécies de animais estão correndo o risco de extinção. Com a ajuda de seus novos amigos, Hans vai descobrir que há muito a ser feito para ajudar na preservação da fauna e da flora da Amazônia.

KREBS, Laurie. Um passeio na floresta amazônica. Ilustrado por Anne Wilson. Traduzido por Cláudia Ribeiro Mesquita. 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2014. 48 p., il. Três crianças curiosas passeiam na Amazônia e descobrem as maravilhas da maior floresta tropical do planeta. Do raiar do sol ao cair da noite, deparam com criaturas exóticas, como bichos-preguiça, botos-cor-de-rosa, borboletas-azuis, jacarés, rãs multicoloridas, saúvas, onças-pintadas, répteis e pássaros de todo tipo. E mais: aprendem a importância de conservar a fauna e a flora, bem como respeitar e preservar a cultura dos povos da floresta.

BRANDÃO, Toni. Perdido na Amazônia 1: Dan contra a terrível Doutora Nova. Ilustrado por Luciano Tasso. 3. ed. São Paulo: Global, 2020. 176 p., il. O menino Dan caiu de paraquedas no meio da floresta amazônica e o que seria um presente, um passeio turístico, torna-se uma grande aventura! Enfrentando os perigos da mata e um segredo de família pra lá de inesperado, ele se vê em meio a uma disputa entre um Professor Velho e mulheres vestidas em peles de cobras; mas pelo que eles brigam? E como Dan vai sobreviver a isso tudo? E assim, perdido na Amazônia, ele vai descobrir planos perigosos, encontrar-se com indígenas e se deparar com uma cultura muito diferente da sua. Com um final surpreendente, Dan vai conhecer muito além da floresta e seus mistérios!

BRANDÃO, Toni. Perdido na Amazônia 2: Dan e os bucaneiros. Ilustrado por Fido Nesti. São Paulo: Edições SM, 2007. 251 p., il. (Barco a vapor. Série laranja, 19). Dan volta à floresta com o avô para dessa vez tentarem se divertir juntos. Porém, cercado de verde por todos os lados, o garoto terá, novamente, de lidar com insetos, macacos, piranhas e mistérios para resolver! Sua sorte é que ele não está sozinho: os novos amigos Bia e Cipó e, também, os nativos Tutu, estarão lá para ajudá-lo no embate contra o Mister Superperigoso. Essas novas aventuras podem estimular a reflexão sobre os desafios de sobrevivência da floresta e de seus povos.

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HAKIY, Tiago. A pescaria do curumim: e outros poemas indígenas. Ilustrado por Taisa Borges. São Paulo: Panda Books, 2015. 36 p., il. Tiago Hakiy mora no coração da floresta amazônica. Descendente do povo sateré mawé, neste livro ele apresenta a cultura indígena em forma de poesia. A fauna e a flora da região amazônica, os costumes do povo e sua interação com a natureza são retratados em poemas que revelam a beleza e a riqueza da vida na floresta.

VASCO, Irene. A professora da floresta e a grande serpente. Ilustrado por Juan Palomino. Traduzido por Márcia Leite. São Paulo: Pulo do Gato, 2021. 36 p., il. Uma jovem professora vai trabalhar em uma escola no coração da Floresta Amazônica. Chega animada, carregada de livros, e seus alunos logo se encantam pelas histórias que eles carregam. Com o passar do tempo, porém, a jovem descobre que tem mais a aprender com seus alunos e famílias que a ensinar, pois nem todas as histórias e conhecimentos estão nas páginas de seus livros. Metáfora da força da natureza, a grande serpente representada a força avassaladora do rio e das águas que regem as florestas e a vida de seus habitantes.

KAYAPÓ, Edson. Projetos e presepadas de um curumim na Amazônia Ilustrado por Maurício Negro. Curitiba: Positivo, 2019. 48 p., il. Em uma narrativa autobiográfica que celebra os caminhos que a vida ofereceu ao menino que nos conta sua história, somos convidados a acompanhar a saída de uma criança indígena, um curumim, de sua aldeia no Amapá com destino a um colégio interno religioso no interior do Pará. Participamos da longa viagem de barco pelo rio e da aventura em um ônibus na esburacada e enlameada Transamazônica, além das brincadeiras não permitidas pelo colégio — os projetos —, necessárias para suportar a rotina rigorosa de estudos e trabalho na instituição e a saudade da infância livre nas matas onde vivia com a família.

FRANCO, Blandina. Samburá de lendas. Ilustrado por José Carlos Lollo. São Paulo: Leya, 2011. 32 p., il.

O livro conta a história de um menino pescador que tem seu peixe roubado e, ao procurá-lo, em plena floresta amazônica, se depara com personagens das principais lendas do Norte. Nesta aventura imaginária, as folhas, barcos, flores e animais ganham formas lúdicas, que recheiam as páginas com um estilo único o livro também apresenta personagens folclóricos importantes e pouco conhecidos pelo público, que simbolizam a cultura do Norte: o Anhangá, a Onça-Boi, os Gogós-de-sola e os Bois Garantido e Caprichoso são alguns dos personagens lendários que participam desta divertida história.

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VILELA, Fernando. Seringal: uma aventura amazônica. Ilustrado por Fernando Vilela. São Paulo: Scipione, 2009. 112 p., il.

João é um jovem de 17 anos que parte para a sua primeira viagem sozinho. Seu destino é o Acre, onde ele pretende conhecer a Floresta Amazônica e entrar em contato com indígenas. Mas ao chegar a Rio Branco, uma reviravolta nos planos iniciais acaba transformando a viagem numa verdadeira aventura pelo coração da floresta. Ele descobre a dura realidade dos seringueiros da região e a sua luta por justiça e pela conservação da natureza, inspirada nos ideais de Chico Mendes, o líder assassinado em 1988.

LALAU; LAURABEATRIZ. Sinfonia da Amazônia. São Paulo: Peirópolis, 2021. 40 p., il.

Do que é feita a imensa floresta amazônica? Quando você pensa nela, o que imagina? E já pensou quais sons ouvimos ali? Lalau e Laurabeatriz pensaram em tudo isso junto, ao compor uma harmoniosa sinfonia. A cada página, encontramos um pedacinho da floresta, uma nota em cada animal, em cada planta, em cada gota de rio ou de chuva, em que cada ser que vive ali, real ou fantasiado.

CHERRY, Lynne. Sumaúma, mãe das árvores: uma história da floresta amazônica. Traduzido por Ana Maria Machado. 6. ed. São Paulo: FTD, 1998. 40 p., il. Um hino de amor à vida, este livro foi escrito e ilustrado pela autora americana Lynne Cherry quando ela conheceu a Amazônia. Em algum lugar da floresta, o homem está tentando derrubar a sumaúma, mãe das árvores. Os pássaros e os animais observam, tristes e escondidos, até que ele, cansado, adormece. Esta é a hora, e cada uma das criaturas da mata se aproxima e sussurra pedidos de respeito e proteção. O que homem fará?

VILELA, Fernando. Tapajós. São Paulo: Brinque-Book, 2015. 40 p., il. Cauã e Inauê vivem às margens do Jari, um pequeno canal que liga o rio Amazonas ao rio Tapajós, no estado do Pará. Os irmãos vivem em uma casa simples, de palafitas, com os pais. Quando começa o período de chuva, eles terão de se mudar da casa de palafitas para a floresta. No novo local, o grupo se divide para realizar as tarefas. Enquanto isso, Inaê sente falta de seu animal de estimação, o jabuti Titi que não veio na mudança. A menina decide buscá-lo com o irmão. Para isso, eles vão enfrentar muitos desafios.

MATSUMOTO, Fran. Tatá. São Paulo: Barbatana, 2020. 20 p., il. Não bastasse nossos pequenos amiguinhos da Amazônia serem de espécies em perigo de desaparecer, nesta aventura eles vão ter que sobreviver ao maior perigo que lá existe: as queimadas! É importante lembrar que não é só na Amazônia que ocorrem queimadas… Todos os biomas brasileiros sofrem com elas: o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado e os Pampas. O livro aborda o terrível problema das queimadas criminosas nos biomas brasileiros. É, na medida certa, um livro-denúncia voltado aos pequenos leitores sobre um tema urgente ao país.

36 Revista Ler

OSBORNE, Mary Pope. Uma tarde na Amazônia. Ilustrado por Sal Murdocca. Traduzido por Luciano Vieira Machado. São Paulo: Farol Literário, 2008. 80 p., il. (A casa da árvore mágica, 6).

João e Aninha abrem um livro da Casa da Árvore Mágica e se veem na Amazônia. Embrenham-se na mata e se deparam com uma assustadora onça-pintada, milhões de formigas carnívoras, uma sucuri e um jacaré que dão o maior susto! Para piorar as coisas, os dois estão completamente perdidos. Nesta história, o leitor é convidado a descobrir as maravilhas — e perigos — da floresta tropical em uma aventura fantástica.

MACHADO, Angelo. O velho da montanha: uma aventura amazônica. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2000. 100 p.

João, um menino da cidade, descobre os segredos da floresta, o respeito a sabedoria indígena, seus conhecimentos e suas lendas, sua capacidade corajosa de conviver com a selva. Nesse livro, o autor trouxe conhecimentos da época em que viveu com o povo Tirió. Prêmio Jabuti de 1993 - Melhor Livro Infantil ou Juvenil.

Filmes (documentários e ficção)

AGUIRRE, a cólera dos deuses. Direção de Werner Herzog. Alemanha, 1972. 1 DVD (100 min), NTSC, son., legendado, color.

Em meados do século XVI, o conquistador espanhol Gonzalo Pizarro lidera uma expedição ao Peru, em busca de Eldorado, a mítica cidade do ouro. Um dos seus homens, Dom Lopez de Aguirre, consumido pela loucura, sonha em conquistar toda a América do Sul.

EXPEDIÇÕES Amazônia 1. Direção de Paula Saldanha, Roberto Werneck. Rio de Janeiro: RW Cine, 2005. 1 DVD (60 min), NTSC, son., color. (Expedições).

Dois documentários produzidos na Amazônia brasileira, em 2005, numa área de grande impacto de colonização - o chamado Arco do Desflorestamento. Duas realidades contrastantes: de um lado, a exuberância das florestas, rios e a biodiversidade na região preservada do Cristalino. De outro, as terras nuas, desflorestadas, pelo avanço da monocultura de soja, e pela ação ilegal de grileiros e madeireiros, no norte de Mato Grosso - que são tema do SOS Amazônia.

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EXPEDIÇÕES Amazônia 2. Direção de Paula Saldanha, Roberto Werneck. Rio de Janeiro: RW Cine, 2005. 1 DVD (60 min), NTSC, son., color. (Expedições).

Na documentação da Amazônia, as questões culturais e étnicas têm papel fundamental. A região tem a maior concentração de comunidades indígenas do país. No Parque Indígena do Xingu, diversas etnias compartilham o mesmo território e traçam, em conjunto, as metas para o futuro de seu povo. Os Índios Yaualapitis mostram o dia a dia em sua aldeia. Xingu de Orlando Villas Bôas registra o Kuarup em homenagem ao grande indigenista e criador do Parque. Nos dois documentários uma grave denúncia: a destruição das nascentes do rio Xingu.

EXPEDIÇÕES Amazônia 3. Direção de Paula Saldanha, Roberto Werneck. Rio de Janeiro: RW Cine, 2005. 1 DVD (60 min), NTSC, son., color. (Expedições).

O documentário Nascente do Amazonas que deu origem à série Expedições é apresentado em duas partes. A primeira mostra a documentação feita a partir da foz, rio acima, rumo aos Andes peruanos. A segunda parte registra o trecho final da subida pelo Amazonas, até a chegada à verdadeira nascente, no Nevado Mismi, a 5.597 metros de altitude. Uma aventura emocionante às origens do maior rio do mundo, que supera o rio Nilo também em comprimento.

FITZCARRALDO. Direção de Werner Herzog. Alemanha, 1982. 1 DVD (157 min), NTSC, son., legendado, color.

No final do século XIX, no apogeu do ciclo da borracha, o aventureiro Brian Sweeney Fitzgerald sonha em construir um teatro de ópera na Amazônia peruana. Para realizar seu sonho, faz com que centenas de índios arrastem um barco a vapor de 160 toneladas pelo coração da selva amazônica. Uma empreitada incrível em busca do impossível.

IRACEMA, uma transa amazônica. Direção de Jorge Bodanzky, Orlando Senna. Brasil, 1974. 1 DVD (90 min), son., color.

Misturando documentário e ficção, narra a história da jovem Iracema e do motorista Tião Brasil Grande. Em contraste com a propaganda oficial da ditadura, que alardeava um país em expansão com a construção da Transamazônica, uma câmera sensível revelava os problemas que essa estrada traria para a região - desmatamento, queimadas, trabalho escravo e prostituição infantil.

38 Revista Ler

BRASIL desconhecido: descobertas e aventuras. São Paulo: Globo Vídeo, 2006. 1 DVD (200 min), NTSC, son., color. (O melhor do Globo Repórter).

Contém seleção de grandes reportagens do programa Globo Repórter:

• Serra do Aracá: No meio da floresta Amazônica existe uma serra misteriosa, que guarda as pedras mais antigas do Brasil. É o reino dos beija-flores coloridos, nuca vistos no Brasil anteriormente. É também o berço da mais alta cachoeira do território brasileiro, cuja medição, numa arriscada operação, é mostrada na reportagem.

• Parque Nacional do Tumucumaque: Uma expedição científica visita o maior parque de florestas tropicais do nosso planeta. O Parque Nacional do Tumucumaque é uma das quatro áreas intocadas do mundo, na região entre o Orinoco e a Amazônia, na fronteira com a Guiana Francesa. Um mundo surpreendente, onde vivem espécies jamais catalogadas pela ciência.

BRASIL florestas: descobertas e aventuras. São Paulo: Globo Vídeo, 2006. 1 DVD (200 min), NTSC, son., color. (O melhor do Globo Repórter).

Contém seleção de grandes reportagens do programa Globo Repórter:

• Amazônia selvagem: Uma viagem a lugares onde o homem branco ainda não havia pisado: o topo do Monte Roraima; a Ilha de Maracá, a mais antiga reserva ecológica do Brasil; e o Vale do Guaporé. A luta pela vida de animais, homens, rios e vegetação.

• Serra do Cachimbo: Os 21 mil quilômetros quadrados no sul do Pará onde só os militares podem entrar. No coração da floresta, cachoeiras tão grandes que não entraram no mapa do Brasil. O rio que conduz ao Parque Estadual do Cristalino, em Mato Grosso, e a fauna com espécies que a ciência acaba de descobrir.

BRASIL selvagem: descobertas e aventuras. São Paulo: Globo Vídeo, 2006. 1 DVD (200 min), NTSC, son., color. (O melhor do Globo Repórter).

Contém seleção de grandes reportagens do programa Globo Repórter:

• Vozes da floresta: Na Amazônia, pássaros e aves que cantam e encantam com suas cores: o tucano grande-de-papo-branco, a saíra-azul, o urutau e os beijaflores entre muitos outros. O canto do sabiá e as distintas fases de reprodução desse pássaro apresentado pelo ornitólogo Dalgas Frisch.

• Quarup: A homenagem a Orlando Villa Bôas no Quarup dos índios no Parque Indígena do Xingú. Os preparativos, o corte da tora que vai simbolizar o espírito do homenageado, as emocionantes cerimônias religiosas, as lutas e a festa. Como vivem os homens e mulheres da tribo.

• Serra da Bodoquena: A exuberância do parque no Pantanal Mato-Grossense, com suas pedras gigantes e os cardumes nas águas transparentes dos seus rios. O território onde ainda reina a ameaçada onça-pintada.

• A vida na Amazônia: O dia-a-dia nos rincões mais isolados do Brasil. A luta entre botos e pescados pelos peixes mais graúdos. A captura do jacaré-açu e a difícil missão das equipes médicas da Força Área Brasileira para salvar vidas.

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MUDANÇAS do clima, mudanças de vidas: como o aquecimento global já afeta o Brasil. Direção de Todd Southgate. [S.l.]: Greenpeace, 2006. 1 DVD (16 min), NTSC, son., color.

Durante meses, equipes do Greenpeace viajaram por todo o Brasil documentando os impactos das mudanças climáticas em diversas regiões. O resultado foi um filme com imagens impressionantes da seca, inundação e destruição. Traz depoimentos emocionados de pessoas do Sul, da Amazônia e do Nordeste que, sofrem e podem sofrer ainda mais com as alterações do clima. Traz também a opinião de cientistas sobre as causas do aquecimento global e o que o governo e a população podem fazer para barrar os impactos das mudanças climáticas.

ÓRFÃOS do Eldorado. Direção de Guilherme Coelho. Brasil, 2015. 1 DVD (96 min), NTSC, son., dolby digital 5.1, color.

Inspirado no romance de Milton Hatoum, trata-se de um mergulho na mente de Arminto Cordovil, um homem que volta para casa depois de muitos anos ausente. Surpreendido pela inesperada morte de seu pai, Arminto se vê obrigado a assumir os negócios da família, que no passado fez fortuna com transporte de mercadorias pelo rio Amazonas. Aos poucos, no entanto ele é consumido pelos fantasmas do passado e por suas grandes paixões: Florita, a mulher que o criou; e Dilnara, uma misteriosa cantora cuja aparição na cidade fulmina sua vida.

PANTALEÃO e as visitadoras. Direção de Francisco J. Lombardi. Espanha : Peru, 2000.

1 DVD (114 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 2.0, color.

Baseado no romance escrito por Mário Vargas Llosa, o filme narra a história do Capitão Pantaleão Pantoja. Bom marido e excelente profissional, Pantoja é convocado para uma estranha missão: comandar um time de prostitutas que, a bordo de barcos, seguem pelos rios da Amazônia peruana saciando os desejos dos soldados que ficam meses sem contato com nenhuma mulher. Durante a seleção das “visitadoras” ele conhece a estonteante Colombiana, uma mulher envolvente que, com seu belo corpo, leva o militar à loucura. Agora seu casamento corre o risco e a missão secreta cai na boca do povo. O que pode acontecer com Pantaleão e sua Colombiana?

PANTANAL, Amazônia. Produção de ZYD Produções. São Paulo: Azul Music, 2002. 1 DVD (60 min), NTSC, son., color.

Uma viagem pelos dois maiores santuários ecológicos brasileiros, patrimônio da vida na Terra. Localizados nas regiões Centro-Oeste e Norte do país, o Pantanal e a Amazônia são considerados únicos em sua exuberante biodiversidade e abundância de recursos naturais. Tuiuiús, jacarés, tucanos, araras, onças-pintadas, botos cor-derosa, entre outros, são filmados em seus habitats naturais.

40 Revista Ler

XINGU. Direção de Cao Hamburger. Brasil, 2012. 1 DVD (103 min), NTSC, son., dolby digital 5.1, color.

Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas resolvem trocar o conforto da vida na cidade grande pela aventura de viver nas matas. Para isso, resolvem se alistar no programa de expansão na região do Brasil Central, incentivado pelo governo. Com enorme poder de persuasão e afinidade com os habitantes da floresta amazônica, os três se tornam referência nas relações com os povos indígenas, vivenciando incríveis experiências, entre elas a eterna conquista do Parque Nacional do Xingu. Baseado na obra “A marcha para o oeste”, relato pessoal de Orlando Villas Bôas.

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AGRADECIMENTOS PELAS DOAÇÕES

Ana Bergamin

Angela de Lima Fontana Alves

Claudia Cavalcanti

Daniel Munduruku

Josca Baroukh

Regina Scarpa

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