Revista Ler - jun. 2015

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O que vocĂŞ sabe sobre HQ? Sistema de Bibliotecas Vera Cruz Junho de 2015

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Sumário História dos quadrinhos............................................ 5 Graphic novel ........................................................... 6 Quadrinhos no Brasil................................................. 7 Conheça os quadrinistas do Vera............................1 2 Quadrinhos do Gabinete de Leitura........................1 4 Para saber mais.........................................................2 1 Aquisições do Gabinete de Leitura..........................2 2

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História dos quadrinhos Histórias em quadrinhos (HQ), ou apenas quadrinhos, é uma forma de expressão que combina texto e imagens, numa sequência de quadros, com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos. Essa linguagem é conhecida também por arte sequencial (traduzido do inglês, sequential art), termo criado pelo quadrinista Will Eisner para definir “o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia”. Os quadrinhos são geralmente publicados no formato de revistas (gibis), livros ou tiras; e conhecidos como comics nos Estados Unidos, bande dessinée na França, fumetti na Itália, tebeos na Espanha, historietas na Argentina, muñequitos em Cuba, mangá no Japão, banda desenhada em Portugal. A primeira história em quadrinhos moderna foi criada pelo artista americano Richard Outcault, em 1895. Sua tirinha “Yellow Kid”, com um personagem fixo e ação fragmentada em quadros e balõezinhos de texto, foi publicada nos jornais sensacionalistas de Nova York e fez tanto sucesso que os grandes jornais nova-iorquinos entraram em pé de guerra para ter o ”menino amarelo” em suas páginas. As raízes das HQs podem ser encontradas nas pinturas rupestres feitas pelos homens pré-históricos, que serviam para contar, por exemplo, como eram suas aventuras nas caçadas. Os quadros das igrejas medievais que retratavam a via sacra — os últimos momentos da vida de Jesus na Terra — também podem ser considerados antepassados das tirinhas. No entanto, esses ancestrais das HQs ainda não apresentavam texto os enredos eram desenvolvidos apenas com uma sequência de desenhos. No século 19, pioneiros como o suíço Rudolph Töpffer, o francês Georges Colomb e o italiano Angelo Agostini (radicado no Brasil desde os 16 anos) criaram trabalhos que uniam texto e imagem. Mas as características importantes das HQs modernas, como o uso dos balõezinhos com as falas dos personagens, por exemplo, só surgiriam a partir da publicação das tirinhas do personagem americano. Conhecida também como a nona arte, essa maneira original de contar histórias, que começou como entretenimento simples, barato e de massa, evoluiu dos jornais para impressos próprios, das sátiras políticas para histórias complexas, de gibis para graphic novels, estabelecendo-se definitivamente no universo da arte e da cultura pop.

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Graphic novel O graphic novel (ou romance gráfico) é um livro que conta uma história mais longa e elaborada por meio dos quadrinhos. Pode tanto reunir trabalhos já lançados no formato de revistas ou gibis, como publicar criações inéditas. Há dúvidas em relação à origem da expressão graphic novel, mas muitos consideram que tenha surgido com a intenção de transcender os limites que envolvem a denominação “histórias em quadrinhos”, comumente associada ao público infantil. O termo foi popularizado depois de ter sido empregado por Will Eisner na capa de Um contrato com Deus. Embora o sucesso comercial de sua obra tenha ajudado a consolidar o termo, foi Richard Kile o primeiro autor a usá-lo nos anos 1960. Ao serem editadas em formato de livro e abrigarem narrativas mais densas e complexas, essas graphic novels ganharam status de literatura, distanciando-se do termo gibi — o qual é popularmente dominado por histórias infantis e/ou de super-heróis, publicado com periodicidade regular e em formato de revista. Isso não quer dizer que não existam romances gráficos sobre os mesmos super-heróis popularizados pelos gibis tradicionais. Publicações como Batman: o cavaleiro das trevas, de Frank Miller, e A piada mortal, de Alan Moore, são exemplos de graphic novels estrelada por um dos heróis dos gibis. Esse formato vem ganhando adeptos no Brasil, tanto por parte do público quanto pelos próprios quadrinistas. A partir de 2010, com o lançamento de Cachalote, parceria do escritor Daniel Galera com o quadrinista Rafael Coutinho — filho da cartunista Laerte —, o que antes parecia escondido em poucas prateleiras ganhou lugar de destaque nas grandes livrarias. Publicado pelo Quadrinhos na Cia., selo responsável pela publicação de quadrinhos da Companhia das Letras, o livro fez com que o mercado editorial brasileiro despertasse para a graphic novel. Não que já não houvesse trabalhos desse tipo sendo feitos no país. A obra do quadrinista Lourenço Mutarelli e a publicação, no exterior, de Mesmo Delivery, do desenhista Rafael Grampá, revelam a vontade dos brasileiros de produzir conteúdo autoral. Esse despertar pode atrair cada vez mais editoras para o segmento da graphic novel e, quem sabe, impulsionar o surgimento de uma nova geração de quadrinistas.

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Quadrinhos no Brasil 1837 Circula no país o primeiro desenho em formato de charge, de autoria de Manuel de Araújo Porto-Alegre, vendido em papel avulso. 1844 Manuel de Araújo Porto-Alegre cria uma revista de humor político. 1869 Angelo Agostini, desenhista italiano radicado no Brasil, publica na revista Vida Fluminense a história em quadrinhos “As aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte”. 1883 Agostini publica “As aventuras de Zé Caipora”. 1905 Surge O Tico-Tico, considerada a primeira revista em quadrinhos do Brasil. A revista teve a participação de Angelo Agostini, que criou seu logotipo e ilustrou algumas de suas histórias. O Tico-Tico teve a colaboração de artistas de renome como J. Carlos (primeiro desenhista brasileiro a desenhar personagens da Disney nas páginas da revista), Max Yantok e Alfredo Storni. Década de 1930 A revista O Tico-Tico perde popularidade, à medida que surgem os suplementos de quadrinhos publicados em jornais e diversas revistas em quadrinhos. 1939 O Grupo Globo lança a revista O Gibi, nome que já havia sido usado por J. Carlos em personagem publicado nas páginas de O Tico-Tico (na época, o personagem era grafado como Giby). Com o tempo, “Gibi” passou a ser usado como sinônimo de revistas em quadrinhos. 1940 O jornalista Assis Chateaubriand lança a revista O Gury (que mais tarde teria a grafia alterada para O Guri), com o subtítulo “O filhote do Diário da Noite”, uma referência ao principal jornal de seu 7


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grupo. Em O Gury havia publicações da editora americana Fiction House; foi a primeira revista em quadrinhos do Brasil impressa em quatro cores. 1943 “O amigo da onça”, de Péricles de Andrade Maranhão, é publicado pela primeira vez na revista O Cruzeiro. Década de1950 O Tico-Tico investe no humor gráfico, publicando cartuns (ou histórias em quadrinhos de tom humorístico) de artistas como Bosc e Sempé. Surgem os primeiros trabalhos independentes de Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha, autor dos “catecismos” (quadrinhos eróticos). 1950 Um ano após se mudar para o Brasil, Victor Civita funda a Editora Primavera, cuja primeira publicação foi a revista Raio Vermelho, composta por quadrinhos italianos; em junho do mesmo ano, já com o nome Editora Abril, publica a revista O Pato Donald. 1952 Com o número 22 da revista O Pato Donald, começa no Brasil a circulação de revistas em quadrinhos no padrão formatinho, que viria a se tornar um modelo para as publicações brasileiras nas décadas seguintes. A editora O Cruzeiro, de Chateaubriand, lança uma nova versão da revista O Guri, impressa em preto e branco. 1957 Último ano de publicação da revista O Tico-Tico (posteriormente, a revista O Malho publica edições especiais com o título “O Tico-Tico Apresenta”). Década de 1960 Mauricio de Sousa começa a ampliar sua série de personagens infantis, iniciado com Bidu e Franjinha. Surgem, então, Cebolinha, Cascão e Mônica, esta última inspirada em sua 8


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própria filha. Logo em seguida, o núcleo de personagens passa a ser conhecido como A Turma da Mônica. Ainda nessa década, o artista cria Piteco, o homem das cavernas, e Astronauta, o herói espacial. 1960 Ziraldo lança Pererê, revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros. O personagem principal era um saci, e não raro suas aventuras tinham um fundo ecológico ou educacional. 1963 É criado o “Folhinha”, suplemento infantil do jornal Folha de S.Paulo, que publica tiras dos personagens de Mauricio de Sousa. 1964 Com o Golpe Militar, uma onda de moralismo bate de frente com os quadrinhos. 1969 A onda de moralismo provocada pelo Golpe Militar inspira publicações jornalísticas cheias de charges. O Pasquim é lançado pelo cartunista Jaguar, em parceria com os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, e com a participação de Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Prósperi e Fortuna. Década de 1970 A Editora Abril e Mauricio de Sousa criam um estúdio artístico para que quadrinistas tivessem espaço para atuar profissionalmente. Nessa década surgem personagens como Zé Carioca e Zorro. 1972 Na linha da crítica política e social, aparece a revista Balão, de autoria de Laerte Coutinho e Luiz Gê, publicada por alunos da USP. Com curta duração, de apenas dez números publicados, a revista revelou, além da dupla de criadores, os irmãos Paulo e Chico Caruso, Xalberto, Sian e Guido (ou Gus), dentre outros.

1973 O cartunista Henfil, criador dos personagens contestadores Graúna e Os Fradinhos, muda-se para os Estados Unidos, onde consegue que a tira “Os Fradinhos” seja distribuída pela Universal Press Syndicate.

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Década de 1980 A década é marcada pelo trabalho de vários quadrinistas brasileiros, como Angeli, Glauco e Laerte, que ajudam a estabelecer os quadrinhos underground no Brasil. Os três produzem em conjunto as aventuras de “Los Três Amigos” (sátira western com temáticas brasileiras); separados, criam personagens como Rê Bordosa, Geraldão e Overman e Piratas do Tietê. 1980 É lançado o livro O menino maluquinho, de Ziraldo, adaptado para quadrinhos pela Editora Abril. 1984 É criado o Dia do Quadrinho Nacional, comemorado em 30 de janeiro, em homenagem à data da primeira publicação de “As aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte”. Surge a Circo Editorial, criada por Luiz Gê e Toninho Mendes. A editora lançou diversas revistas produzidas por grandes talentos como Laerte, Angeli, Glauco, Chico e Paulo Caruso, o próprio Luiz Gê, dentre outros. 1985 Fernando Gonsales ganha concurso promovido pela Folha de S.Paulo, e sua tira “Níquel Náusea” passa a ser publicada pelo jornal. 1997 A Folha de S.Paulo começa a publicar tiras de Caco Galhardo (“Os Pescoçudos”). 1994 O quadrinista gaúcho Adão Iturrusgarai se junta a “Los Três Amigos”. 1995 A Editora Abril Jovem assina contrato com os ilustradores Jóta e Sany, autores do gibi “Turma do Barulho”, cujo universo, diagramação e design dos personagens inovavam em relação aos outros da época. Década de 2000 Surgem na internet diversas histórias em quadri10


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nhos brasileiras, dentre as quais se destaque a webcomics dos Combo Rangers, criados por Fábio Yabu. A produção nacional de quadrinhos transita entre as experiências independentes (de autopublicação), as criações de tiras para sites e blogs e a realização de narrativas mais longas, em formato de livro. Novos autores despontam no período, renovando o panorama estético do gênero. Editoras de livros entram no segmento, aumenta a quantidade de festivais de quadrinhos e as HQs são incluídas na lista do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), que adquire publicações para compor o acervo de bibliotecas escolares de todo o país. 2011 Grandes representantes dos quadrinhos brasileiros no exterior, os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon conquistam o Eisner Awards, considerado o principal prêmio no universo dos quadrinhos, com sua obra-prima Daytripper, que tem o Brasil como cenário.

Fontes: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-inventou-a-historias-em-quadrinhos http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinhos_no_Brasil http://www.brasilcultura.com.br/artes-plasticas/historia-em-quadrinhos-no-brasil/ http://oglobo.globo.com/rio/bairros/academia-brasileira-de-historia-em-quadrinhos-inaugurada-no-riocom-60-mil-exemplares-15334605

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Conheรงa os quadrinistas do Vera

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Tira criada pelos quadrinistas Fábio (Moon) e Gabriel (Bá) Carvalho de Araujo para o livro Diálogos com o futuro, que reúne depoimentos de ex-alunos da Escola Vera Cruz sobre suas trajetórias.

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Quadrinhos do Gabinete de Leitura Atualização: 29/05/2015

YANG, Belle. Adeus tristeza: a história dos meus ancestrais. Traduzido por Érico Assis. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012. 248 p., il. Resumo: A partir das disputas e dos embates entre o patriarca da família Yang e seus filhos, Belle Yang revisita cem anos de história chinesa. O enfoque na intimidade da família ganha contornos épicos, conforme os Yang vivenciam a invasão da Manchúria pelos japoneses, a grande fome, a Segunda Guerra Mundial e a subida dos comunistas ao poder. No traço da autora, que deve tanto à mais tradicional caligrafia chinesa quanto aos quadrinhos contemporâneos, essa saga familiar ganha uma forte carga de poesia. O resultado é uma jornada que capta não apenas as grandes pinceladas da história, mas também os pequenos traços de uma tradicional dinastia chinesa.

SALLES, Luciano. L’ amour: 12 oz. São Paulo: Mino, 2014. 64 p., il. Resumo: “L’amour: 12 oz” é uma história sobre o amor que bate forte, sobre romances envoltos por golpes violentos que repercutem em diversos momentos da vida dos personagens. Há muitas formas de se entender a história de “L’amour” e uma das principais é compreender que, assim como na vida real, as dores do amor estão presentes na vida de qualquer um. Qualquer pessoa, por mais sensível ou viril que seja, está sujeita a bater com ele ou apanhar dele. Com cores de Marcelo Maiolo e participações especiais de Gustavo Duarte, Marcelo Braga e Rafael Albuquerque.

SATRAPI, Marjane. Bordados. Traduzido por Paulo Werneck. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Não paginado, il. (Quadrinhos na Cia.). Resumo: O “bordado” é o equivalente iraniano do “tricô” brasileiro. Mas, além dos mexericos, a expressão tem também uma acepção muito particular: a cirurgia de reconstituição do hímen, um procedimento adotado pelas mulheres que precisam negociar entre as exigências do próprio desejo e o moralismo que impera no país dos aiatolás. Iludidas ou autoiludidas, ingênuas ou maduras, as mulheres que participam destes “bordados” contam suas experiências com homens de todo o tipo: golpistas, homossexuais enrustidos, galinhas, perversos. Que as diferenças culturais do Irã em relação ao Ocidente são muitas todo mundo sabe. Porém, o que Marjane Satrapi nos revela é que os desejos e aflições das mulheres iranianas, muitas vezes, são mais familiares do que se supunha.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; ANGELI. Cai o império! República vou ver! 10. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 96 p., il. (Redescobrindo o Brasil). Resumo: A história do Brasil através do diálogo descontraído de quadrinhos e texto, abarca um período que vai do golpe da maioridade até a Proclamação da República.

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FRAIA, Emilio; RIBATSKI, DW. Campo em branco: lembrança de 1987. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2013. 176 p., il. Resumo: Dois irmãos se reencontram numa cidade estrangeira. Não sabemos ao certo onde estão, tampouco conhecemos os caminhos que os fizeram chegar ali. Lucio, o mais novo, tenta entender o que o mais velho, Mirko, quer com ele. A ideia, parece, é refazer uma viagem da infância de ambos, quando visitaram com um tio uma cidade nas montanhas. Ao chegar ao topo de uma trilha, teriam encontrado os Gigantes de Pedra, uma formação rochosa que Mirko agora insiste em rever. Narrado por Lucio, o episódio se mescla a lembranças e, principalmente, a tudo aquilo que ele não consegue lembrar, ver ou compreender.

LAERTE. Classificados. Ilustrado por Laerte. São Paulo: Devir, 2001. 63 p., il. Resumo: Na coleção “Classificados”, Laerte mostra seu talento na criação de geniais cartuns. Publicados desde 1998 nos cadernos de classificados do jornal Folha de S. Paulo, as histórias estão agora reunidas em três caprichados volumes. Registros atemporais sobre situações cotidianas como congestionamentos, educação dos filhos e repartições públicas engessadas perfazem o primeiro volume da coleção. O livro foi ganhador do prêmio de Melhor Álbum de Humor no 14º HQ Mix.

CALERO, Dennis (Adapt.); BRADBURY, Ray. As crônicas marcianas: a graphic novel autorizada por Ray Bradbury. Traduzido por Érico Assis. São Paulo: Globo, 2012. 154 p., il. Resumo: “As crônicas marcianas”, uma das principais obras de ficção científica de Ray Bradbury, ganha versão em quadrinhos, com introdução do próprio Bradbury. As suas 26 narrativas são ambientadas num período entre 1999 e 2026 e abordam o choque cultural entre terráqueos e marcianos. Com foco nos dramas cotidianos, o autor explora com uma visão psicodélica o medo de uma possível ameaça atômica após a Segunda Guerra, que poderia dizimar a vida na Terra.

SALETE, Marcelo d’. Cumbe. São Paulo: Veneta, 2014. 176 p., il. Resumo: “Cumbe” conta a historia de escravos lutando e resistindo num Brasil colonial. Cumbe, a palavra banto que dá nome à obra, é rica em sentidos - é o Sol, o dia, a luz, o fogo e a maneira de compreender a vida e o mundo. Também é um sinônimo de quilombo. A resistência de muitos africanos escravizados contra o sistema de trabalho forçado acontecia de modo direto, como a ação dos mocambos, e indireto, como as pequenas ações de rebeldia do cotidiano nas vilas e fazendas, demonstrando as tensões intrínsecas de uma sociedade pautada pela violência. Algumas histórias de “Cumbe” são inspiradas inicialmente em documentos históricos.

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MOON, Fábio; BÁ, Gabriel; HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2015. Não paginado, il. Resumo: Um dos livros mais importantes da literatura brasileira contemporânea, “Dois irmãos” conquistou novas gerações de leitores - Fábio Moon e Gabriel Bá embarcaram na missão de adaptar o romance de Milton Hatoum para uma graphic novel, alternando tragédia, delicadeza, brutalidade e humor.

FERRANDEZ, Jacques (Adapt.) ; CAMUS, Albert. O estrangeiro. Traduzido por Carol Bensimon. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2014. 144 p., il. Resumo: A história de Meursault, sujeito incapaz de demonstrar laços afetivos e emoções no seu dia a dia, virou referência do existencialismo com a publicação de “O estrangeiro” em 1942. Depois de traduzido para diversos idiomas e levado ao cinema, a obra de Albert Camus enfrenta sua transposição para os quadrinhos. A versão de Jacques Ferrandez, argelino como o autor, foi feita da forma mais fiel possível ao romance, segundo o próprio quadrinista.

HAMILTON, Tim (Adapt.) ; BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451: a graphic novel autorizada por Ray Bradbury. Traduzido por Ricardo Lísias, Renato Marques. São Paulo: Globo, 2011. 152 p., il. Resumo: Uma das maiores obras de ficção-científica de todos os tempos, “Fahrenheit 451”, publicado originalmente em 1953, ganha adaptação para os quadrinhos. A obra é uma ficção política, que se aproxima de outros clássicos como “1984”, de George Orwell e “Admirável mundo novo”, de Adouls Huxley. Todos apresentam uma distopia, uma visão pessimista de um mundo onde as liberdades individuais são colocadas na marginalidade em prol de um maior controle social que garantirá – utopicamente – mais segurança para todos os cidadãos. A história é centrada em Montag, um bombeiro que realiza com o maior prazer a tarefa de incendiar livros. Neste mundo, por trazerem inquietações, imaginação e questionamentos, os livros são considerados ameaças à felicidade.

THOMPSON, Craig. Habibi. Traduzido por Érico Assis. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012. 672 p., il. Resumo: “Habibi” é a saga de dois escravos fugitivos, unidos e separados pelo destino, vivendo no limite que separa a tradição da descoberta. Dodola, uma garota perspicaz e independente, foge de seus captores levando consigo um bebê. Eles crescem juntos no deserto, sozinhos em um navio naufragado na areia. Em meio a sentimentos cada vez mais conflitantes, os dois passam o tempo contando histórias. Assim, somos apresentados também à origem do islamismo e de suas tradições, conforme as narrativas se combinam numa trama de aventura, romance, filosofia e tragédia. Ambientado nos dias de hoje, “Habibi” não se passa em nenhum país conhecido. É uma terra igualmente fantástica e concreta, onde questões presentes se misturam a indagações ancestrais. Crítica social, questionamentos ecológicos, paralelos entre religião e amor: tudo encontra seu lugar nesta narrativa épica.

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GUAZZELLI (Adapt.) ; MALAPARTE, Curzio. Kaputt. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. 184 p., il. Resumo: Misto de reportagem e ficção, “Kaputt” foi escrito secretamente quando Curzio Malaparte cobria a Segunda Guerra Mundial como enviado do jornal Corriere della Sera e se tornou um best-seller ao ser publicado. Relatando jantares e conversas do lado do inimigo, Malaparte apresenta um retrato devastador da humanidade.

DOXIADIS, Apostolos; PAPADIMITRIOU, Christos H. Logicomix: uma jornada épica em busca da verdade. Ilustrado por Alecos Papadatos, Annie Di Donna. Traduzido por Alexandre Boide Santos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. 348 p., il. Resumo: Esta história em quadrinhos visa contar a vida do filósofo Bertrand Russell e seu objetivo de estabelecer os fundamentos lógicos de todos os princípios matemáticos. Nessa sua busca pela verdade absoluta, Russell cruza com pensadores como Gottlob Frege, David Hilbert, Kurt Gödel e Ludwig Wittgenstein. Em meio a amor e ódio, paz e guerra, Russell persiste em sua missão, que ameaça tanto sua carreira como sua vida pessoal, e o leva ao limiar da insanidade. “Logicomix” pretende ser ao mesmo tempo um romance histórico e uma introdução acessível a algumas das ideias do campo da matemática e da filosofia moderna.

SPIEGELMAN, Art. Maus: a história de um sobrevivente. Traduzido por Antonio de Macedo Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 296 p., il. Resumo: Maus (rato, em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.

DUARTE, Gustavo. Monstros! São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012. 80 p., il. Resumo: Três monstros surgem do mar para invadir a cidade de Santos. Eles aparecem misteriosamente, sem aviso e com apenas uma ideia: se alimentar da população local. O algoz dos monstros, por assim dizer, será o velho Pinô, dono de bar, pescador e famoso contador de histórias. Quem conta essa história é o premiado quadrinista e cartunista Gustavo Duarte. Em “Monstros!”, Duarte dá sequência a seu ambicioso projeto: livros sem falas, num estilo imediatamente reconhecível e, sobretudo, direcionado a qualquer público.

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MAITENA. Mulheres alteradas 1. Traduzido por Ryta Vinagre. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. 80 p., il. Resumo: Primeiro livro da série da chargista e cartunista argentina Maitena, “Mulheres alteradas” trata dos temas femininos universais – corpo, moda, homens, amores, família, filhos, trabalho, o passar do tempo, a falta de tempo... – com talento de humorista que fizeram com que a autora conquistasse projeção internacional.

FRAIPONT, Céline; BAILLY, Pierre. O muro. Traduzido por Fernando Scheibe. São Paulo: Nemo, 2015. 192 p., il. Resumo: “O muro” é uma história poética, forte e pungente, que arrasta o leitor pelos caminhos obscuros de uma adolescência problemática. Estamos em 1988. Numa monótona cidadezinha do interior belga, Rosie, uma menina de 13 anos, se vê entregue à própria sorte: sua mãe fugiu com outro homem numa aventura amorosa, e seu pai vive mergulhado no trabalho. Roída por uma rotina morna e vazia, Rosie fica completamente desorientada. Assiste, impotente, à transformação de sua personalidade, ora apavorada, ora determinada, diante da melancolia que a invade e traça os contornos de sua nova vida.

BROWN, Chester. Pagando por sexo. Traduzido por Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. 282 p., il. Resumo: “Pagando por sexo” é um relato pessoal íntimo e honesto do quadrinista canadense Chester Brown, que, depois de ser dispensado pela namorada, deseja sexo, mas não quer se envolver romanticamente com ninguém. A solução foi sair com prostitutas. Ao longo do livro, o autor descreve com seus desenhos objetivos as várias experiências que teve e defende a superioridade desse tipo de relação sobre a tradicional relação homem/mulher, que ele classifica de “monogamia possessiva”.

SATRAPI, Marjane. Persépolis. Traduzido por Paulo Werneck. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2007. Não paginado, il. Resumo: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos.

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CARIELLO, Octavio. Portais. Ilustrado por Pietro Antognioni. São Paulo: Terracota, 2014. 124 p., il. Resumo: Em um futuro distante, dois irmãos gêmeos lutam pelo trono de seu falecido pai. A guerra pela sucessão é cada vez mais iminente e envolverá todas as tribos. Em meio a tudo isso, cinco pessoas de diferentes períodos do tempo e espaço são teletransportadas para esse mundo, mas o que elas tem em comum? Essa é a premissa de “Portais”, HQ com roteiros de Octávio Cariello e traço de Pietro Antognioni.

KREITZ, Isabel. Sorge, o espião. Colaboração de Frank Giese. Traduzido por Fabiane Briere. São Paulo: Veneta, 2014. 270 p., il. Resumo: Sorge foi o maior espião de todos os tempos. Sua ação mudou os rumos da Segunda Guerra Mundial e provocou a derrota nazista. Herói condecorado pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial e convertido ao comunismo antes mesmo que aquela guerra acabasse, Sorge foi um personagem mais surpreendente que a maior parte dos seus equivalentes da ficção. Baseada nas mais recentes descobertas e pesquisas históricas, a alemã Isabel Kreitz conta a fascinante trajetória de Sorge nesta história em quadrinhos.

PEDROSA, Cyril. Três sombras. Traduzido por Carol Bensimon. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 268 p., il. Resumo: Joachim e seus pais levam uma vida tranquila em uma pequena casa no campo. A aparição de três sombras no alto de uma colina, no entanto, corrói a harmonia da vida em família e enche os pais de dúvidas. Seriam viajantes? Por que estão rondando a casa? A cada tentativa de aproximação, as figuras misteriosas desaparecem. Logo, eles percebem que as sombras estão ali para buscar Joachim. Recusando-se a aceitar esse fato, o pai foge com o filho em uma viagem febril e desesperada, sempre com as sinistras sombras em seu encalço. Joachim deixa assim seu mundo idílico pela primeira vez para viajar por terras hostis, onde conhecerá um mundo cercado de adultos trapaceiros e imorais, enquanto tenta escapar do encontro com a morte.

QUINTANILHA, Marcello. Tungstênio. São Paulo: Veneta, 2014. 184 p., il. Resumo: “Tungstênio” conta em paralelo o drama de quatro personagens. O primeiro é um sargento reformado do exército, saudoso dos tempos de caserna. Ele encontra um jovem traficante de quinta categoria. Além deles temos um policial inescrupuloso e sua mulher, que vivem momentos difíceis do casamento. O fio condutor que unirá essas pessoas é um crime ambiental na orla de Salvador onde pessoas pescam usando explosivos. A narrativa segue um estilo onde os personagens dão voltas em torno de uma trama que prepara um embate entre eles. Todas as histórias estão conectadas de alguma maneira, deixando o leitor em suspense desde a primeira página.

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CLOWES, Daniel. Wilson. Traduzido por Érico Assis. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012. 80 p., il. Resumo: Para Wilson, um senhor de meia-idade, os outros não passam de um inconveniente necessário. Como qualquer pessoa, porém, Wilson busca algum tipo de ligação com sua espécie. Sem jeito para a vida social, aborda estranhos em cafés, ônibus e na rua, com longas preleções sobre o que vê de errado em qualquer tema da alma humana. Numa tragicomédia de erros, Wilson irá atrás de sua ex-mulher, que, segundo os últimos rumores, teria se entregado às drogas e à prostituição. Ao lado dela, irá buscar a filha perdida, entregue à adoção anos atrás. A partir desse núcleo familiar incomum, Daniel Clowes, um dos mais importantes quadrinistas em atividade, esmiúça a vida social americana e traça um retrato complexo e fascinante do egoísta moderno. Contada em vinhetas de uma página, cujo estilo se alterna entre o realista e o cartunesco, “Wilson” é a primeira história de Daniel Clowes publicada primeiramente em livro.

ZIRALDO. Ziraldo n’O Pasquim: só dói quando eu rio. São Paulo: Globo, 2010. 384 p., il. Resumo: Os chamados Anos de Chumbo - nossa última ditadura - vão ser ainda lembrados, por longo tempo, de múltiplos modos. Poucas testemunhas desse tempo estiveram tão próximas e atentas ao que se passou naquele período quanto a famosa e irreverente turma do Pasquim. Com muito humor e ironia, com muito riso e deboche, eles enfrentaram as sombras daqueles tempos. Como símbolo de uma resistência impertinente deixaram, sem dúvida, a marca de sua passagem na história do jornalismo e do humor brasileiros. De 1969, ano da fundação do jornal, até 1982, Ziraldo foi uma presença constante nas suas páginas. Assim, os leitores vão poder acompanhar sua original narrativa dos treze anos dessa história recente e perceber, enquanto riem, o significado do que sentiram os que viveram aquela época.

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Para saber mais Um pouco sobre a história das histórias em quadrinhos http://www.youtube.com/watch?v=30t5qWT0N48 Como fazer uma história em quadrinhos http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos http://oglobo.globo.com/rio/bairros/academia-brasileira-de-historia-em-quadrinhosinaugurada-no-rio-com-60-mil-exemplares-15334605 http://www.facebook.com/pages/Academia-Brasileira-de-Historia-emQuadrinhos/1589270674641607 Resgate, preservação e memória dos quadrinhos http://www.guiadosquadrinhos.com http://www.facebook.com/Guiadosquadrinhos Uso de histórias em quadrinhos no ambiente escolar http://www.gied.ffalm.br/artigos/ArtigoHQ.pdf http://www.brasilescola.com/redacao/historia-quadrinhos.htm Mulheres nos quadrinhos www.facebook.com/MulheresNosQuadrinhos Aplicativo para impulsionar as HQs nacionais https://itunes.apple.com/br/app/comixtrip/id939427992

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Aquisições do Gabinete de Leitura Atualização: 03/06/2015

Filmes DE porta em porta. Direção de Steven Schachter. Canadá : Estados Unidos, 2002. 1 DVD (91 min), son., legendado, dolby digital 2.0, color. Resumo: Portland, Oregon, 1955. Apesar de ter nascido com uma paralisia cerebral, que cria limitações na sua fala e movimentos, Bill Porter tem todo o apoio da sua mãe para obter um emprego como vendedor. Ele se oferece para trabalhar em um território difícil que todos rejeitam. Afinal, o que é um mero território difícil para um portador de paralisia cerebral? Bill que, com um corpo, mas não um espírito deficiente, faz uma vitoriosa carreira como vendedor de porta em porta - causa grande impacto nas vidas de seus clientes. Filme baseado em uma história real.

DO luto à luta. Direção de Evaldo Mocarzel. Brasil, 2005. 1 DVD (75 min), son., dolby digital 2.0, color. Resumo: Documentário que focaliza as deficiências, mas também as potencialidades da Síndrome de Down, problema genético que atinge cerca de 8 mil bebês a cada ano no Brasil. O documentário apresenta soluções bem mais simples do que se imagina, principalmente quando deixamos de lado os preconceitos e estigmas sociais.

FILHOS de Hiroshima. Direção de Kaneto Shindô. Japão, 1952. 1 DVD (97 min), NTSC, son., legendado, mono dolby digital, p&b. (Lume clássicos). Resumo: Filmado em 1952, logo após o fim da ocupação americana, a obra cruza depoimentos reais dos sobreviventes da bomba atômica com falas de personagens fictícios, recriando a hora da tragédia (8h15 do dia 6 de agosto de 1945) por meio de um relógio com ponteiros congelados. O filme foi realizado sobre os escombros da cidade destruída.

GONZAGA, de pai para filho. Direção de Brenno Silveira. Brasil, 2012. 1 DVD (130 min), NTSC, son., dolby digital 2.0, color. Resumo: Narra a trajetória de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, pai e filho que se encontram e se perdem muitas vezes até se conhecerem de verdade. É uma história de sentimentos tão intensos quanto controversos, de um desejo urgente de tentar a toda hora resgatar uma intimidade que só veio a existir momentos antes da despedida. A mesma música que os uniu e os consagrou também os distanciou. O pai põe o pé na estrada à procura do seu destino e deixa o menino ainda pequeno, órfão de mãe, para os padrinhos criarem. São inúmeros os desencontros. Mesmo assim, sempre que esse pai reaparece, faz brilhar os olhos do seu moleque. Um amor incondicional, embora contido e que se faz infinito.

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O INSPETOR geral. Direção de Henry Koster. Estados Unidos, 1949. 1 DVD (106 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 2.0, color. (Sucessos inesquecíveis). Resumo: Georgi é um caixeiro viajante que sobrevive vendendo um suposto remédio milagroso nos pequenos povoados da Rússia, em meados do século 19. Entre as aldeias que visita, uma em especial está sob o domínio napoleônico, onde a maioria das autoridades é corrupta. Ao chegar na cidade, Georgi é confundido com um inspetor geral de Napoleão, e se aproveita da situação para desmascarar os corruptos homens públicos do lugar. Baseado no conto clássico de Nikolai Gogol.

UMA MENTE brilhante. Direção de Ron Howard. Estados Unidos, 2001. 2 DVDs (135 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 5.1, color. (The best of Paramount). Resumo: John Nash é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos, o belo e arrogante John Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de lutas, ele tenta reverter a situação.

MINHA vida em cor-de-rosa. Direção de Alain Berliner. Bélgica : França : Grã Bretanha, 1997. 1 DVD (88 min.), NTSC, son., legendado, dolby digital 2.0, color. Resumo: O filme conta a história de Ludovic, menino introspectivo que causa grande comoção quando decide só se vestir e se comportar como menina. A situação cria uma grande confusão para familiares e causa estupefação nas pessoas que os cercam.

OBRIGADO por fumar. Direção de Jason Reitman. Estados Unidos, 2005. 1 DVD (92 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 5.1, color. Resumo: Nick Naylor, um carismático e sexy porta-voz especialista em manipulação a favor da indústria tabagista, luta para proteger o direito de fumar da nação - mesmo que isso possa matá-lo, e ao mesmo tempo preocupa-se em ser um exemplo para seu filho de 12 anos. Contudo, quando ele provoca a ira de um senador que faz campanha para “apagar” os cigarros de vez, os poderes de Nick de “filtrar a verdade” são colocados à prova.

A PESSOA é para o que nasce. Direção de Roberto Berliner, Leonardo Domingues. Brasil, 2003. 1 DVD (90 min), NTSC, son., dolby digital 2.0, color. Resumo: São irmãs. São três. São cegas. Unidas por esta característica incomum do destino, elas viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas, nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos destas mulheres e revela as curiosas estratégias de sobrevivência da qual participam parentes e vizinhos. Mergulha em sua história, flagrando uma trama de amor e morte, miséria e arte. E acompanha, numa reviravolta inesperada, o efeito-cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades.

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QUERIDO Frankie. Direção de Shona Auerbach. Grã Bretanha, 2004. 1 DVD (105 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 5.1, color. Resumo: O garoto Frankie sofre de problemas auditivos. Mal fala, mas conseguimos escutar sua voz quando ele lê, em pensamento, as cartas que o pai marinheiro lhe manda regularmente. Porém, é a mãe dele, Lizzie, quem as escreve em segredo. Quando essa armação corre perigo de ser desmascarada, ela decide contratar um estranho para encenar, por um dia, todo o afeto que pai e filho trocavam pelo correio.

O SENHOR das moscas. Direção de Peter Brook. Grã Bretanha, 1963. 1 DVD (90 min), NTSC/PAL, son., legendado, dolby digital, p&b. (Silver screen collection). Resumo: Após um terrível acidente aéreo, um grupo de crianças vê-se perdido numa ilha deserta. À medida que se apossam da ilha, cresce um sentimento de competição e de luta pelo poder, que os divide em dois grupos. Ralph lidera um dos grupos e defende a pureza civilizada e a união, mas Jack não acredita em nada disso e cria uma facção de caçadores bárbaros e acabam por entrar em guerra com Ralph. Estas mudanças transformam crianças normais em meninos cruéis, fazendo com que entrem numa guerra na qual o bem combate o mal, oferecendo uma cruel metáfora do selvagem que existe em todos nós. Primeira adaptação do romance homônimo de Willian Golding.

SIMPLES como amar. Direção de Garry Marshall. Estados Unidos, 1999. 1 DVD (130 min), NTSC, son., legendado, dolby digital 5.1, color. Resumo: Após passar alguns anos em uma escola especial, Carla Tate foi “graduada” e poderá voltar para casa de seus pais em São Francisco. Mas, apesar de ser intelectualmente limitada, Carla planeja morar sozinha, ter uma vida independente e também se libertar da presença da mãe, que a vigia de forma sufocante. Este desejo de ter seu próprio apartamento é aumentado quando conhece Danny McMann, um jovem que como ela é mentalmente “lento”, mas mora sozinho. Em pouco tempo Carla e Danny estão namorando e já pensam em se casar.

O SONHO de Wadjda. Direção de Haifaa Al Mansour. Arábia Saudita : Alemanha, 2012. 1 DVD (98 min), son., legendado, dolby digital 2.0, color. Resumo: Wadjda é uma menina de 12 anos que mora no subúrbio de Riad, capital da Arábia Saudita. Embora ela viva em uma cultura conservadora, Wadjda é uma garota cheia de vida, que usa calça jeans, tênis, escuta rock’n roll e deseja apenas uma coisa: comprar uma bicicleta para poder disputar uma corrida com seu melhor amigo Abdallah. Mas em uma sociedade que diz que as bicicletas são apenas para os meninos porque podem ser perigosas para a virtude das meninas, ela enfrentará muitas dificuldades para realizar seu sonho.

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TERRITÓRIO do brincar: um encontro com a criança brasileira: coletânea de filmes. Direção de Renata Meirelles, David Reeks. São Paulo: Maria Farinha Filmes, 2014. 1 DVD (42 min), son., color. Resumo: Esta coletânea de filmes é fruto do registro do Território do Brincar em nove estados brasileiros. A educadora Renata Meirelles e o documentarista David Reeks percorreram, de 2012 a 2014, diversas comunidades, em um trabalho de escuta, intercâmbio de saberes e difusão da cultura da infância, que revelou o país através dos olhos de nossas crianças.

VIDA Maria. Direção de Márcio Ramos. Brasil, 2006. 1 DVD (9 min.), son., dolby digital, color. Resumo: Produzido em computação gráfica 3D e finalizado em 35mm, o curtametragem mostra personagens e cenários modelados com texturas e cores pesquisadas e capturadas no sertão cearense, no Nordeste do Brasil, criando uma atmosfera realista e humanizada. Maria José, uma menina de 5 anos de idade, é levada a largar os estudos para trabalhar. Enquanto trabalha, ela cresce, casa, tem filhos e envelhece. Acompanhamos Maria durante o seu trabalho no sítio onde vive. Vai dos 5 aos 45 anos e passa todo seu estilo de viver para sua filha Lurdes. O filme mostra ciclos de vida pelos quais muitas vezes vivemos.

Livros SARAMAGO, José. Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas. Ilustrado por Günter Grass. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 112 p., il. Resumo: O livro, que Saramago deixou inacabado ao morrer, narra a história de Artur Paz Semedo, um homem comum que trabalha em uma fábrica de armas. Paz Semedo é o funcionário exemplar que nunca questionou as ordens de seus superiores ou se angustiou com a finalidade dos artigos fabricados na empresa. Pelo contrário, sentia mesmo certo orgulho do renome da firma. Porém, sua mulher, Felícia, deixou-o por não suportar mais conviver com o ofício do marido. Nesta breve narrativa já se pode sentir toda a força e beleza típicas da obra de Saramago, que gestava ali um romance sobre a condição humana e a banalidade da violência. A presente edição póstuma traz ainda ensaios de Fernando Gómez Aguilera, Roberto Saviano e Luiz Eduardo Soares que prestam aqui uma espécie de homenagem ao autor.

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GIFFIN, Emily. Ame o que é seu. Traduzido por Elenice Barbosa de Araujo. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2008. 312 p. Resumo: “Ame o que é seu” conta a história de uma mulher que, após um reencontro com alguém do passado, começa a questionar suas escolhas e valores. Com um casamento perfeito, os sentimentos despertados em Ellen após encontrar Leo, aquele que a deixara há oitos anos com o coração partido, a fazem questionar se a vida que tem hoje é mesmo aquela que sonhara há anos.

MCEWAN, Ian. Amsterdam. Traduzido por Jório Dauster. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 200 p. Resumo: A trama de “Amsterdam” consiste de uma fábula moral sobre dois amigos: Clive Linley, compositor de música erudita, e Vernon Halliday, jornalista. Ambos estão em momentos cruciais de suas vidas. Clive precisa concluir uma sinfonia para a virada do milênio que, espera, irá consagrá-lo. Vernon é editor do importante, mas decadente, jornal The Judge. Após o funeral de Molly Lane, ex-amante de ambos que sofreu longo e humilhante declínio mental antes de morrer, os dois fazem um pacto: caso um deles venha a padecer da mesma agonia, o outro deve libertá-lo, facilitando a eutanásia. São muitos os temas polêmicos aqui presentes, como o aquecimento global e o papel da Inglaterra na Europa. Livro premiado com o Booker Prize em 1998.

ESCOREL, Ana Luisa. Anel de vidro. 2. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2014. 192 p. Resumo: “Anel de vidro” gira em torno de uma situação, vista de maneiras diferentes pelos quatro personagens que conduzem a trama, cujos prismas se alternam ao longo do livro. Como pano de fundo, encontros e desencontros amorosos, mais as intempéries de qualquer casamento, vividas com graus de fidelidade, compreensão e tolerância variados. Vencedor, na categoria de livro do ano, do Prêmio SP de Literatura de 2014.

AZEVEDO, Francisco. O arroz de Palma. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2015. 366 p. Resumo: “O arroz de Palma” narra a saga de uma família de imigrantes portugueses em busca de um futuro melhor, superando diversas dificuldades. Nos cem anos em que acompanhamos a vida desta família, irmãos brigam e fazem as pazes. Uns casam e são felizes, outros se separam. Os filhos ora preocupam, ora dão satisfação. Tudo sempre acompanhado pelo arroz jogado no casamento dos patriarcas da família, em 1908, e que serve de fio condutor a esta história.

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MCEWAN, Ian. A balada de Adam Henry. Traduzido por Jório Dauster. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 200 p. Resumo: A personagem central, Fiona Maye, é uma bem sucedida juíza especialista em Direito da Família que esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar. Assim que seu marido sai de casa, Fiona tem de lidar com o caso de um garoto de dezessete anos chamado Adam Henry. Ele sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento. O dilema não se resume à decisão judicial. Como nos demais casos que julga, Fiona argumenta com brilho em favor do racionalismo e repele os arroubos do fervor religioso. Mas Adam se insinua de modo inesperado na vida da juíza. Revela-se um garoto culto, sensível. Os sentimentos despertados pelo garoto a surpreendem e incomodam. A crise doméstica e o envolvimento emocional com Adam - que oscila entre a maternidade reprimida e o desejo sexual - desarrumam sua trajetória de vida exemplar, trilhada com disciplina espartana desde a infância.

BEAH, Ishmael. O brilho do amanhã. Traduzido por George Schlesinger. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 278 p. Resumo: Ishmael Beah narra em “O brilho do amanhã” uma afetuosa e terna parábola sobre a vida após a guerra civil em Serra Leoa. No centro da trama estão Benjamin e Bockarie, dois amigos de longa data que retornam à cidade natal, Imperi, após o fim da guerra. O vilarejo está em ruínas, o chão coberto de ossos, as ruas desertas. À medida que os antigos moradores começam a voltar, os dois assumem a liderança da nova comunidade, esforçando-se para reatar os laços há muito desfeitos: retomam seus antigos postos de professores, reconectam-se aos veteranos na tentativa de preservar as tradições locais. Diversos obstáculos, porém, surgem à frente...

OTSUKA, Julie. O Buda no sótão. Traduzido por Lilian Jenkino. São Paulo: Grua, 2014. 144 p. Resumo: O livro aborda a história plural da comunidade japonesa na costa oeste americana. A narrativa vai do choque da chegada a San Francisco, na década de 1910, passando pelo nascer e crescer dos filhos, que falam apenas inglês, até a deportação para áreas militares, os chamados campos de exclusão durante a Segunda Guerra Mundial. Deixar para trás os costumes, a língua, a família, um amor, e enfrentar uma realidade sempre dura, tão diferente das fotografias e dos sonhos no navio.

LIMA, Jorge de. Calunga. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 192 p. (Jorge de Lima). Resumo: Publicado em 1934, o livro faz parte do ciclo de romances modernistas que revelaram a realidade nordestina ao país. Com vivo colorido descritivo, o autor mostra a paisagem física e humana de Alagoas, marcada pela miséria e palco de um embate entre o protagonista Lula Bernardo, que retorna à terra natal para modernizá-la, e o coronel Totô de Canindé, fazendeiro à moda antiga.

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MÉRIMÉE, Prosper. Carmen. Traduzido por Samuel Titan Junior. São Paulo: Editora 34, 2015. 136 p. (Fábula). Resumo: Poucos textos do século XIX tiveram vida tão intensa, e extensa, como “Carmen”, esta obra-prima do novelista Prosper Mérimée (1803-1870), que deu origem à ópera homônima de Bizet e à inúmeras adaptações para o cinema. A história de amor de Don José e da cigana Carmen ganha uma tradução à altura do estilo enxuto, preciso, porém de grande ressonância trágica, do original francês de 1845. Esta edição traz também o conto “Mateo Falcone”. Nas duas, está a obsessão – compartilhada por escritores do século 19 como Goethe e Stendhal – pelas terras mediterrâneas, onde um modo de vida solar e sanguíneo prometia um contraponto ao convencionalismo da Europa setentrional.

PESSOA, Fernando. Cartas a Ophélia. São Paulo: Biblioteca Azul, 2013. 160 p., il. Resumo: As cartas encaminhadas por Fernando Pessoa à sua noiva, Ophélia Queiroz, foram reveladas aos leitores em 1978. A “primeira fase” dessas cartas percorre todo o ano de 1920, quando uma jovem moça lisboeta está trabalhando num escritório comercial, onde conheceu o poeta. A “segunda fase” começa depois de uma ruptura de nove anos: aquela moça, ainda muito apaixonada, pede uma foto ao poeta e, assim, reinicia um ciclo de correspondência de 1929 a 1930. Nesta edição também são publicados alguns poemas supostamente relacionados às cartas amorosas, incluindo “Todas as cartas de amor são ridículas”, assinado pelo heterônimo Álvaro de Campos.

RILKE, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta / A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke. Traduzido por Paulo Rónai, Cecília Meireles. Posfácio de Robert Musil. 4. ed. São Paulo: Biblioteca Azul, 2013. 128 p. Resumo: Este volume apresenta duas das obras mais conhecidas de Rainer Maria Rilke. “Cartas a um jovem poeta”, com tradução de Paulo Rónai, compõe-se de uma série de dez cartas, escritas entre 1903 e 1908, endereçadas ao jovem Franz Xaver Kappus, indeciso entre seguir a carreira militar e a literária. A outra obra incluída no presente volume é “A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke”, com tradução de Cecília Meireles. Poema escrito de uma só vez numa noite de 1899, logo alcançou extraordinária fama em toda Europa e América.

LOBATO, Monteiro. Cartas de amor. São Paulo: Globo, 2011. 192 p., il. Resumo: Esta obra reúne as cartas de amor que Monteiro Lobato trocou com Purezinha, carinhoso apelido daquela que viria a ser sua esposa até o final da vida. O leitor poderá acompanhar as situações de uma época diferente, na qual o imediatismo das trocas de mensagens eletrônicas não existia, e havia mais espaço para a reflexão e o apuro estilístico, mesmo em se tratando de cartas entre apaixonados.

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MORAES, Reinaldo. O cheirinho do amor: crônicas safadas. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014. 268 p. Resumo: Estas “crônicas safadas” reúnem tudo o que está de alguma forma relacionado a sexo. Se não está, Reinaldo Moraes dá um jeito de fazer a ligação: Serge Gainsbourg, feministas fazendo topless, carros de corrida, viagens espaciais, Marquês de Sade, tartarugas, retiro para artistas, futebol, psicanálise. A lista é quase infinita. O humor de Reinaldo, e a capacidade de ligar assuntos aparentemente díspares, também. O resultado é um livro escrachado e cômico, de um dos autores da literatura brasileira.

LOBATO, Monteiro. Cidades mortas. 2. ed. São Paulo: Biblioteca Azul, 2009. 198 p., il. (Biblioteca azul). Resumo: Publicado pela primeira vez em 1919, “Cidades mortas” reúne contos escritos por Monteiro Lobato na juventude, ao lado de outros posteriores, numa crítica ácida e bem humorada aos costumes provincianos dos povoados do interior. Os textos deste volume compõem um retrato vivo da decadência dos lugarejos bafejados no passado pela prosperidade da economia cafeeira.

BARROS, Manoel de. Compêndio para uso dos pássaros. 2. ed. São Paulo: Leya, 2010. 56 p. Resumo: O “Compêndio para uso dos pássaros”, de 1960, foi o primeiro livro premiado de Manoel de Barros: recebeu o Prêmio Orlando Dantas, do então prestigiado jornal Diário de Notícias. Divide-se em duas seções: “De meninos e de pássaros” e “Experimentando a manhã nos galos”, em que se mantém constante a utilização de imagens repletas de sensorialidade e o uso de construções linguísticas inovadoras.

GALLO, Ricardo. Condenado à morte: a história do primeiro brasileiro a receber a pena capital e ser executado no exterior. São Paulo: Três Estrelas, 2015. 144 p. Resumo: Em 2003, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira viajou para a Indonésia com treze quilos de cocaína escondidos nos tubos de sua asa-delta. A droga foi descoberta no desembarque do aeroporto de Jacarta, e o brasileiro, valendo-se de um descuido da polícia, iniciou uma fuga cinematográfica através do país asiático até ser preso, duas semanas depois. Levado a julgamento no ano seguinte, recebeu a sentença máxima da Justiça local para traficantes: a pena de morte. A dramática trajetória de Marco Archer é contada neste livro pelo jornalista Ricardo Gallo. O autor viajou à Indonésia e a outros países para reconstituir os passos do jovem esportista de classe média que se envolveu com o tráfico internacional, percorreu os labirintos da Justiça indonésia, viveu mais de sete anos na prisão de Pasir Putih, espécie de Alcatraz asiático, e foi fuzilado em janeiro de 2015.

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CARVALHO, José Cândido de. O coronel e o lobisomem: deixados do oficial superior da Guarda Nacional, Ponciano de Azevedo Furtado, natural da Praça de São Salvador de Campos de Goytacazes. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 408 p. Resumo: Publicado em 1964, “O coronel e o lobisomem” investe no realismo mágico e numa narrativa viva de lances tragicômicos para contar a história de Ponciano de Azeredo Furtado, que, entre namoros com sereias e a luta com um lobisomem, relata aquele que sem dúvida é seu maior embate: a tentativa de adaptação de um homem do mundo rural a um Brasil que se urbaniza.

CHAMBERLAIN, Mary. A costureira de Dachau. Traduzido por Alyne Azuma. Rio de Janeiro: Agir, 2015. 288 p. Resumo: Londres, 1948. Ada Vaughn está encarcerada na prisão de Holloway, acusada de prostituição e assassinato. Quem é essa mulher? O que a levou a esse destino? Passado entre o glamour de Paris e o desespero dos campos de concentração, “A costureira de Dachau” conta a história de uma mulher traída e abandonada que precisa sobreviver sozinha, contando apenas com a própria esperteza para sobreviver às tragédias da maior guerra que o mundo já enfrentou. Mas suas razões podem parecer suspeitas, e não há certeza de sua inocência… Será que uma simples costureira pode ter mais segredos do que se ousa imaginar?

CARDOSO, Lúcio. Crônica da casa assassinada. Prefácio de André Seffrin. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. 546 p. Resumo: Em 1959, um romance abalava o meio literário brasileiro, inovando tanto na sua estrutura narrativa quanto no aprofundamento ideológico e estilístico. Seu autor, Lúcio Cardoso, um mineiro radicado no Rio de Janeiro, ganhou fama de maldito. O livro, “Crônica da casa assassinada”, tornou-se um clássico da literatura nacional e agora recebe uma edição comemorativa. Este livro é a história de uma família em franca derrocada social e moral. Uma história que somente é conhecida pelo relato de seus próprios personagens, por meio de cartas, diários, memórias, confissões, depoimentos, e cujos temas centrais são o adultério e o incesto, a loucura e a decadência. Numa linguagem altamente metafórica, monta-se um esquema estruturalmente complexo, no qual verdade e mentira chegam aos limites do paroxismo.

O’CONNOR, Anne-Marie. A dama dourada: retrato de Adele Bloch-Bauer: a extraordinária história da obra-prima de Gustav Klimt. Traduzido por Mário Pontes. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013. 476 p. Resumo: Este livro é o retrato de uma época, do esplendor de Paris e Viena e da desgraça que se seguiu no pós-guerra - a perseguição e o extermínio dos judeus. Gustav Klimt, um dos maiores pintores de todos os tempos, era considerado um rebelde no final do século XIX, em Viena, quando pintou a sedutora aristocrata Adele Bloch-Bauer. É também a história da família Bloch-Bauer, de banqueiros judeus e todo o sofrimento desse povo. “A dama dourada” revela a saga desse quadro conhecido como O retrato de Adele Bloch-Bauer e a autora descreve como ele foi confiscado pelos nazistas e a disputa internacional entre o governo austríaco e a sobrinha de Adele anos depois.

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PEIXOTO, José Luís. Dentro do segredo: uma viagem pela Coreia do Norte. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 192 p. Resumo: Em 2012, o governo norte-coreano celebrou o centenário do falecido ditador Kim Il-sung, pai do regime comunista que controla o país desde 1948. Um grupo de turistas ocidentais obteve autorização, nessa ocasião, para viajar durante duas semanas num roteiro que incluiu a capital, Pyongyang, e diversos lugares raramente visitados. A possibilidade de conhecer a vida cotidiana dos norte-coreanos estimulou uma antiga curiosidade do escritor português José Luís Peixoto. O resultado de suas experiências como turista na Coreia do Norte é este livro híbrido de relato de viagem e realismo mágico. Imerso no alucinatório culto à personalidade que domina todos os aspectos da cultura norte-coreana, Peixoto viajou pelo país sob a vigilância sorridente dos guias e dos retratos oficiais. Um clima de pesadelo orwelliano, que contrasta com o discurso triunfalista das autoridades, é o pano de fundo deste percurso fantástico pela distopia inventada por uma caricata dinastia de tiranos.

NAGAYAMA, Eda. Desgarrados. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 128 p. Resumo: Uma mulher frequenta uma igreja evangélica. Entre o pastor e a mulher surge uma troca de olhares, mas não podem levar esta troca adiante porque Deus não aceita. Adultério é pecado. Desprovida de amor e tendo perdido a fé, a mulher se transforma numa ovelha desgarrada, sem saber o que fazer para recuperar-se. Então passa a errar de templo em templo à procura de uma resposta para suas indagações. Com uma linguagem original, feita de fragmentos de frases, Nagayama confere tensão incomum à narrativa, expondo as emoções mais íntimas com inusitada intensidade.

MARIA, Julio. Elis Regina: nada será como antes. São Paulo: Master Books, 2015. 424 p., il. Resumo: O livro narra a vida de Elis desde seus primeiros dias em Porto Alegre, quando cantava ‘Fascinação’ ao lado das amigas nas escadarias de um colégio, até sua despedida trágica, aos 36 anos. Ao todo foram quatro anos de entrevistas e pesquisas em arquivos. No começo, o perfil do livro era uma homenagem, mas conforme o autor foi descobrindo mais histórias e avançando nas entrevistas com pessoas importantes que até então nunca haviam se pronunciado, como dezenas de músicos que tocaram com ela, viu que havia muito mais o que contar.

ROBERTS, Nora. Escândalos privados. Traduzido por Valéria Lamim Delgado Fernandes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. 574 p. Resumo: Deanna Reynolds tinha sua vida planejada: começaria trabalhando em uma pequena emissora de TV em Chicago e, em alguns anos, se tornaria uma famosa apresentadora. E ela parece estar no caminho certo, principalmente porque uma estrela da televisão, a geniosa Angela Perkins, decide ser sua mentora. O que Deanna não suspeita, porém, é que Angela não é nada ingênua, e que ultrapassa todos os limites para boicotar a popularidade de sua pupila.

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COUTO, Mia. Estórias abensonhadas: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 160 p. Resumo: Depois de quase trinta anos de guerra, Moçambique vive agora um período de paz. Nos contos destas “Estórias abensonhadas”, o autor capta um país em transição e numa prosa poética e carregada das tradições orais africanas, tece pequenas fábulas e registros que, sem irromper em grandes acontecimentos, capturam os movimentos íntimos dessa passagem. São histórias que formam um retrato afetivo de Moçambique, onde o fantástico faz parte do cotidiano e a música reside na própria fala das ruas.

SCLIAR, Moacyr. O exército de um homem só. Porto Alegre: L&PM, 2012. 160 p. (L&PM pocket). Resumo: Lançado originalmente em 1973, tem como protagonista Mayer Guinzburg, um imigrante judeu proveniente da Rússia conhecido como “Capitão Birobidjan”. Este esperançoso pregador de utopias quer transformar o bairro porto-alegrense do Bom Fim em um protótipo de regime socialista. Quixote moderno, Guinzburg é uma das grandes personagens da literatura brasileira contemporânea.

SCHULZ, Bruno. Ficção completa. Traduzido por Henryk Siewierski. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 416 p., il. (Prosa do mundo). Resumo: Reunião da ficção completa de Bruno Schulz (1892-1942). São dois livros de contos do autor polonês - “Lojas de canela” e “Sanatório sob o signo da Clepsidra” - e quatro contos inéditos em português. Como numa saga única, as histórias amarramse pela figura de um mesmo narrador, o menino e depois adolescente Józef, e pelo cenário de uma pequena cidadezinha provinciana que vivencia o avanço do capitalismo industrial e o esfacelamento do império austro-húngaro. A edição traz 11 ilustrações do próprio escritor, professor de desenho e um dos autores mais importantes da literatura da primeira metade do século XX.

MELO, Patrícia. Fogo-fátuo. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. 304 p. Resumo: Primeira detetive da carreira de Patrícia Melo, a perita Azucena é quem conduz a investigação da morte do ator Fábio Cassio, em pleno palco, e revela a cortina de intrigas e mentiras que envolve o caso. Ator cuja fama nunca foi proporcional ao reconhecimento da crítica, Fábio vive um relacionamento falido com uma aspirante ao sucesso. Refém da imprensa, ele sofre com o assédio inclemente dos jornalistas, que questionam a sua fama e acompanham os altos e baixos do seu relacionamento. Seguindo as pistas da morte misteriosa do ator, Azucena descobre podridões que emergem dos personagens e seus meios.

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NARAYAN, R. K. O guia. Traduzido por Léa Nachbin. Rio de Janeiro: Guarda-Chuva, 2013. 356 p. Resumo: Considerado a grande obra-prima do escritor indiano R. K. Narayan, “O guia” conta uma história de redenção espiritual. Raju, um guia turístico de moral bastante duvidosa, apaixona-se por uma dançarina casada e vê sua vida desmoronar até que vai preso. Anos depois, ao ser liberto, acaba sendo confundido com um guia espiritual e começa uma jornada de purificação e encontro com sua vocação, que é ajudar o próximo. O guia conquistou diversos prêmios literários, foi adaptado para o cinema, exibido como musical na Broadway e é objeto de cursos de literatura.

GRANTA: os melhores jovens escritores brasileiros. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2012. 288 p. Resumo: A edição especial de “Granta: os melhores jovens escritores brasileiros” reúne textos dos 20 melhores jovens escritores brasileiros com menos de 40 anos. Os nomes foram selecionados por um grupo de sete jurados, a partir de contos e trechos de romance inéditos enviados à Granta. São escritores que contribuirão para mudar o panorama das letras no país.

AFONSO, Rui. Um homem bom: a história de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português que desafiou o ditador Salazar, salvou milhares de vidas do Holocausto e viveu seus.... Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011. 400 p. Resumo: Quando a França foi invadida pela Alemanha nazista em maio de 1940, o cônsul português em Bordeaux, Aristides de Sousa Mendes, viu-se perante um doloroso dilema: cumprir as ordens do ditador português Salazar, negando vistos para Portugal aos refugiados que os solicitavam, ou seguir os imperativos da sua consciência, autorizando os vistos que significavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas, sobretudo judeus. O cônsul seguiu o caminho mais difícil: o da sua consciência. Mas nem todos viram as ações de Souza Mendes como atos de heroísmo. Salazar nunca o perdoou. E a tragédia que se abateu sobre o diplomata e sua família foi o preço que Sousa Mendes teve que pagar por sua coragem.

SANT’ANNA, Sérgio. O homem-mulher: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 184 p. Resumo: Apesar da explícita vocação experimental, Sant’Anna sempre foi também autor de prosa acolhedora, cujo interesse parece residir não em alienar o leitor, mas, ao contrário, em incluí-lo nos intricados jogos literários que concebe. Os contos de “O homem-mulher” configuram a expressão máxima dessa ideia. Capaz de surpreender até seus leitores mais antigos, “O homem-mulher” é também uma porta de entrada para a obra de Sérgio Sant’Anna.

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ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 156 p. Resumo: “As impurezas do branco” é um livro que aponta novos e múltiplos caminhos na lírica de Carlos Drummond de Andrade. Publicados em 1973 (década em que a vida política estava sufocada pela Ditadura ao mesmo tempo em que se assistia à explosão da cultura jovem em todos os cantos do mundo), os poemas tratam de temas maiúsculos como amor e metafísica, e abordam – com agudeza – aspectos da vida cotidiana, como o noticiário e a publicidade. Sem esquecer, é claro, daqueles motivos que consagraram o poeta mineiro como um dos pontos altos do tempo e a brevidade da vida.

MURAKAMI, Haruki. O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação. Traduzido por Eunice Suenaga. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014. 326 p. Resumo: Tsukuru Tazaki é um homem solitário, perseguido pelo passado. Na época da escola, morava com a família em Nagoya e tinha quatro amigos inseparáveis. Agora, vive em Tóquio, onde trabalha no projeto e na construção de estações de trem e namora uma mulher dois anos mais velha. Mas não se esquece de um trauma sofrido dezesseis anos antes; inexplicavelmente, foi expulso do grupo de amigos, e nunca mais os viu. Agora, ele decide revisitar o passado e reencontrá-los, para saber um pouco mais de cada um - e de si mesmo. Sua jornada o levará a locais distantes, numa transformação espiritual na busca pela verdade. Um livro sobre a busca da identidade, sobre pessoas perdidas que lutam para lidar com o desconhecido e aceitá-lo de algum modo.

TOLSTÓI, Leon. Khadji-Murát. Traduzido por Boris Schnaiderman. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 224 p. (Russinhos). Resumo: História e memória são as matérias-primas desta narrativa que põe em cena o líder rebelde caucasiano Khadji-Murát em sua luta contra a incorporação da Tchetchênia e do Daguestão pelos russos. A região, foco de instabilidade política, dá surpreendente atualidade a este livro publicado em 1910, ano da morte do escritor.

VIEIRA, José Geraldo. A ladeira da memória. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. 352 p. Resumo: Lançado originalmente em 1950, “​ ​A ladeira da memória​“​é reconhecido como um dos grandes clássicos da literatura brasileira do século XX. ​Na obra, de ambientação urbana que se passa durante a Segunda Grande Guerra, no Brasil, José Geraldo Vieira (18​97-1977) conta, com não poucos lances autobiográficos, a dramática história de amor de Jorge e Renata.

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GONZÁLEZ, Mario M. (Org.). Lazarilho de Tormes. Traduzido por Heloísa Costa Milton, Antônio R. Esteves. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012. 224 p. Resumo: Narrativa anônima do século XVI, “Lazarilho de Tormes” constitui um marco no panorama da literatura universal. Inovador em numerosos aspectos, é uma das raízes do romance como gênero e, além disto, o fundador da picaresca espanhola. Divertida e por vezes comovente, a história do garoto Lázaro e das inúmeras artimanhas a que recorre em sua luta pela sobrevivência possui também, por trás de sua aparente simplicidade, um alto teor de crítica social, o que faria com que, poucos anos depois de seu surgimento, o livro fosse proibido pela Inquisição.

MARTINS, Alberto. Lívia e o cemitério africano. São Paulo: Editora 34, 2013. 160 p., il. Resumo: Um arquiteto em crise às voltas com a mãe senil, um sobrinho adolescente, portador de uma doença degenerativa, e a inquietante figura de Lívia, a namorada de seu falecido irmão, que, com suas viagens misteriosas e um obscuro interesse por arqueologia, tanto ilumina como confunde o percurso do protagonista. Este é o núcleo básico de “Lívia e o cemitério africano”, relato tenso e cristalino que, ao mesmo tempo em que questiona os limites da própria fabulação, reafirma, com precisão desconcertante e capacidade quase infinita de sugestão, o poder regenerador das narrativas.

LOBATO, Monteiro. O macaco que se fez homem. 2. ed. São Paulo: Globo, 2010. 136 p., il. Resumo: Lançada em 1923, “O macaco que se fez homem” traz dez contos que reverberam as qualidades de observação afiada e o humorismo típicos de Monteiro Lobato. Os costumes brasileiros são fotografados com agudo senso crítico em textos saborosos que expõe, sem indulgência, os defeitos e os aspectos anedóticos dos seus personagens e da sociedade do início do século XX.

MELO, João Batista. Malditas fronteiras. São Paulo: Benvirá, 2014. 280 p. Resumo: Duas crianças, uma amizade e o extremismo da maior guerra da história. É este o cenário de “Malditas fronteiras”, romance do escritor João Batista Melo e que conta a história dos amigos Sophie e Valentino – ela, menina alemã cega que mora com o pai e o avô; ele, garoto brasileiro filho único de um empresário xenófobo – às vésperas da Segunda Guerra Mundial na cidade de Belo Horizonte. Vencedor do Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte em 2013.

DUEÑAS, María. A melhor história está por vir. Traduzido por Sandra Martha Dolinsky. São Paulo: Planeta, 2012. 352 p. Resumo: Após o fim de seu casamento, a professora Blanca Perea aceita uma proposta de emprego nos Estados Unidos para organizar os arquivos esquecidos do falecido professor Andrés Fontana. O trabalho, que no começo parece simples, se mostra cada vez mais suspeito e, entre documentos e novos colegas, como o charmoso Daniel Carter e o rígido diretor Luis Zárate, Blanca começa a perceber que algumas coisas não são esquecidas por acaso.

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BARROS, Manoel de. Menino do mato. São Paulo: Leya, 2010. 96 p. Resumo: O vigésimo livro do poeta, divide-se em duas partes: “Menino do mato” e “Caderno de Aprendiz”. São páginas de lirismo e leveza nas quais o leitor reencontra a poesia única de Manoel de Barros. A segunda parte é composta em grande parte por versos curtos, mas tão intensos em imagens e significados quanto os poemas presentes na primeira metade.

ONDAATJE, Michael. A mesa da ralé. Traduzido por Jório Dauster. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 280 p. Resumo: Em 1954 o garoto Michael, de onze anos, embarca no navio que o levará do Sri Lanka para a Inglaterra. Acompanhado de apenas dois outros garotos que, como ele, estão pela primeira vez sem a supervisão de um adulto, o jovem se valerá dessa condição inédita para se infiltrar no centro dos acontecimentos inusitados que fazem da viagem de 21 dias uma passagem definitiva para a vida adulta. É na mesa da ralé, onde se sentam os viajantes menos afortunados do navio, que o trio irá instalar seu posto de observação privilegiado. Neste romance de formação, Michael Ondaatje revela como os observadores posicionados à margem dos acontecimentos podem ser os únicos capazes de construir uma narrativa mais completa e complexa.

GÓRKI, Maksim. Meu companheiro de estrada: e outros contos. Traduzido por Boris Schnaiderman. São Paulo: Editora 34, 2014. 400 p. (Leste). Resumo: Coletânea de contos que busca oferecer ao leitor uma amostra da riqueza e complexidade da obra de Górki - autor que, como nenhum outro, simbolizou as radicais transformações ocorridas em seu país.

BRUM, Eliane. Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras. São Paulo: Leya, 2014. 144 p. Resumo: A premiada jornalista e escritora Eliane Brum revela suas mais profundas memórias em “Meus desacontecimentos”. A menina que flertava com a morte conta como foi salva pela palavra escrita. Em cada página, personagens fantasticamente reais incorporam-se: a irmã morta, que era a mais viva entre todos; a avó, comedida em tudo, menos na imaginação; a família que precisou de uma perna fantasma para andar no novo mundo; as tias que viravam flores para não murchar. Ao narrar sua história com as palavras, a mulher adulta busca dar um sentido ao vivido pela menina.

FERNANDES, Millôr. Millôr 100 + 100: desenhos e frases. Seleção de Cássio Loredano, Sérgio Augusto. São Paulo: IMS, 2014. 264 p., il. Resumo: O jornalista Sérgio Augusto garimpou, no oceano de máximas, chistes e haicais produzidos por Millôr Fernandes, 100 frases certeiras. O desenhista Cássio Loredano encontrou, entre os quase oito mil desenhos que fazem parte do acervo do artista pertencente ao IMS, 100 pares para elas - imagens que não as ilustram simplesmente, mas que a seu lado provocam a fagulha da inteligência.

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DEFOE, Daniel. Moll Flanders. Traduzido por Donaldson M. Garschagen. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 512 p. (Prosa do mundo). Resumo: “Moll Flanders”, de Daniel Defoe, foi publicado em 1722, quando ele já era um escritor de talento reconhecido depois do sucesso de Robinson Crusoé (1719). Suposta autobiografia de uma criminosa que teria vivido no século XVII, narra as peripécias de alguém que sempre procura tirar vantagens das situações, como que a anunciar o capitalismo desenfreado que viria à tona logo mais.

MUTARELLI, Lourenço. Nada me faltará. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 144 p. Resumo: “Nada me faltará” narra a história de Paulo, um homem que desaparece misteriosamente com a mulher e a filha e ressurge um ano depois, sem explicações, na frente do prédio onde morava. Paulo é interrogado por médicos, policiais, amigos e familiares, mas não se lembra de nada do que aconteceu. Levado para a casa da mãe, ele se entrega a um estado de cansaço e desinteresse. Ao realçar o descompasso entre as realidades dos vários personagens, Mutarelli elabora o tema da incomunicabilidade e explora um dos elementos típicos de sua obra: o limite incerto entre sanidade e loucura.

SEIXAS, Heloisa. O oitavo selo: quase romance. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 192 p. Resumo: Um quase romance - é como Heloisa Seixas define “O oitavo selo”, que tem por protagonista um personagem da vida real, seu marido, o escritor Ruy Castro. Intercalando ficção e realidade, em uma narrativa que inclui beleza e horror, o livro mostra os diversos momentos de um homem diante da morte. Os ‘selos’ a que se refere o título são os diferentes trâmites enfrentados, uma saga que inclui drogas, alcoolismo e doenças gravíssimas. Com muitas referências literárias, musicais e cinematográficas o livro é resultado da parceria de vida desses dois escritores brasileiros, começada há mais de vinte anos.

EDWARDS, Jorge. A origem do mundo. Traduzido por José Rubens Siqueira. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 160 p., il. Resumo: O casal de médicos Silvia e Patricio Illanes, exilados em Paris após o golpe de Pinochet, em 1973, convive com o amigo Felipe Diaz, um boêmio livre e sedutor, além de corajoso crítico dos velhos dogmas da esquerda. Com a morte do amigo, o que antes era apenas uma silenciosa desconfiança sobre os sentimentos de Silvia se fortalece e, tomado pelo ciúme juvenil aos setenta anos, Illanes começa uma patética investigação cuja principal pista é a reprodução de um célebre quadro de Gustave Courbet. Edwards tematiza, de forma trágica e ao mesmo tempo bem humorada, temas tão antigos e universais como a amizade, o fracasso dos sonhos políticos, a decadência física e moral, a desilusão e o desejo.

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ESCOREL, Ana Luisa. O pai, a mãe e a filha. 2. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2012. 288 p., il. Resumo: “O Pai, a mãe e filha” traz as lembranças de uma menina entre os 4 e os 8 anos de idade, na São Paulo de fins dos anos de 1940 e início dos anos de 1950. Atenta ao universo dos adultos que a cercavam, a menina encontra nos contos de fadas, nas histórias de família e no registro de acontecimentos cotidianos motivo de grande diversão. Tendo convivido com personalidades do universo artístico e intelectual desse período, ligadas a seus pais, Ana Luisa Escorel nos reproduz histórias sobre elas, na maioria das vezes sem citar nomes, dando ao leitor, no entanto, pistas para identificá-las. O livro procura ainda, situar o universo familiar dos pais da menina, ambos ricos de acontecimentos pouco usuais e encadeia narrativas contadas ora pela menina, ora pela adulta em que se tornou.

ANTUNES, Celeste. Para quando formos melhores. São Paulo: Editora 34, 2013. 104 p. Resumo: “Para quando formos melhores” é o romance de estreia de Celeste Antunes. Com linguagem veloz e criativa, agudo senso de observação e um timing perfeito para diálogos (que revelam sua experiência como roteirista de cinema), Celeste flagra com extrema propriedade o universo de cinco adolescentes - Sara, Fran, Lucas, Teo e Miguel - nos dias de hoje, em uma grande cidade, às voltas com suas primeiras experiências afetivas, sexuais e também com drogas, num cotidiano aberto que mistura continuamente humor e angústia existencial.

MÃE, Valter Hugo. O paraíso são os outros. Ilustrado por Nino Cais. São Paulo: Cosac Naify, 2014. 32 p., il. Resumo: Valter Hugo revisita um dos temas mais antigos da literatura, modernizando-o para dialogar diretamente com o leitor do século XXI, mostrando que o amor está mais vivo do que nunca. A narradora é uma menina intrigada com um estranho comportamento dos animais – e dos humanos: a necessidade de viver em casal. Ela observa que há casais de pinguins, golfinhos e também de homem com mulher, homem com homem, mulher com mulher.

TARTT, Donna. O pintassilgo. Traduzido por Sara Grünhagen. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 726 p. Resumo: Theo Decker, um nova-iorquino de treze anos, sobrevive milagrosamente a um acidente que mata sua mãe. Abandonado pelo pai, Theo é levado pela família de um amigo rico. Desnorteado em seu novo e estranho lar, perseguido por colegas de escola com quem não consegue se comunicar e, acima de tudo, atormentado pela ausência da mãe, Theo se apega a uma importante lembrança dela - uma pequena, misteriosa e cativante pintura que acabará por arrastá-lo ao submundo da arte. Já adulto, Theo circula com desenvoltura entre os salões nobres e o empoeirado labirinto da loja de antiguidades onde trabalha. Apaixonado e em transe, ele será lançado ao centro de uma perigosa conspiração. “O pintassilgo”, ganhador do prêmio Pulitzer de literatura, é uma hipnotizante história de perda, obsessão e sobrevivência, um triunfo da prosa contemporânea que explora com rara sensibilidade as cruéis maquinações do destino.

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NARAYAN, R. K. O pintor de letreiros. Traduzido por Léa Nachbin. Rio de Janeiro: Guarda-Chuva, 2011. 252 p. Resumo: Malgudi é uma efervescente pequena cidade no Sul da Índia, onde se respira a força da cultura tradicional indiana unida ao anseio de integração ao mundo moderno e global. Um fio percorre e conecta a vida de uma inteira comunidade - são os letreiros de Raman. Do advogado ao comerciante, do sacerdote ao charlatão, é a escrita que os une. Raman prepara os letreiros no seu ateliê de fundo de quintal, onde vive sozinho com a tia. Durante as solitárias leituras vespertinas ou pedalando a bicicleta a serviço dos fregueses e à caça de novos clientes, sua imaginação prevalece e torna incoerentes as convicções e certezas que defende e apregoa, fazendo-o cair em frequentes contradições, que geram situações embaraçosas e hilariantes ao mesmo tempo. Porém este equilíbrio na rotina metódica do pintor de letreiros é rompido com a chegada de uma forasteira.

BARROS, Manoel de. Poemas concebidos sem pecado. 2. ed. São Paulo: Leya, 2010. 64 p. Resumo: A estreia editorial de Manoel de Barros deu-se com a publicação de “Poemas concebida sem pecados”, em que seu estilo único e singelo já se manifesta de modo marcante. Tanto na utilização dos elementos da natureza como matéria prima (“Foi o vento que embrulhou minhas palavras/meteu no umbigo e levou pra namorada”), como na utilização do humor como um ingrediente de suas composições (“Nada está aborrecida com o neto que foi estudar no Rio/e voltou de ateu/ Se é pra disaprender, não precisa mais estudar”).

VIGNA, Elvira. Por escrito. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. 312 p. Resumo: “Por escrito” é uma história de separação, mas engana-se quem espera encontrar aqui mulheres chorando pelos cantos da casa. As vidas de Molly, Izildinha, Valderez e das outras personagens do livro são tão inquietantes e inesperadas quanto a prosa da autora. É também uma história de desencontros, em que as pessoas parecem não ver quem está à frente delas. Uma história de muitos erros, alguns deles mortais.

GIFFIN, Emily. Uma prova de amor. Traduzido por Maria Angela A. de Paschoal. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2013. 432 p. Resumo: Primeiro vem o amor, depois vem o casamento e depois… os filhos. Não é assim? Não para Claudia Parr. A autora, bem-sucedida editora de Nova York, não pretende ser mãe, e até desistiu de encontrar alguém que aceite esta sua escolha, mas, então, ela conhece Ben. O amor dos dois parece ideal. Ben é o marido perfeito: amoroso, companheiro e — assim como Claudia — também não quer crianças. No entanto, o inesperado acontece: um dos dois muda de ideia a respeito dos filhos. E, agora, o que será do casamento dos sonhos?

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BLOCK, Lawrence. Quando nosso boteco fecha as portas. Traduzido por Maria Helena Rodrigues de Sousa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 280 p. Resumo: Em 1985, Matt Scudder fica sabendo que um antigo comparsa foi libertado da prisão, após cumprir longa sentença. A notícia transporta o detetive para o verão de 1975 e o faz recordar fatos, amigos, bares, situações e acontecimentos numa Nova York muito diferente. Lawrence Block cria um universo emocional a partir de Scudder e suas jornadas noite afora, um mundo onde, apesar do cinismo e da violência entranhados na vida da metrópole, subsistem valores como a amizade, a solidariedade e a lealdade.

UHLMAN, Fred. O reencontro. Traduzido por Anna Maria Quirino. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. 88 p. Resumo: “O reencontro” é a história de uma devoção intensa e inocente entre dois jovens amigos que crescem juntos no interior da Alemanha e são separados pela ascensão do nazismo. Para a família de Hans Schwarz, judeu, a perseguição é temporária, passará como ‘uma doença’. Na cômoda da mãe de Konrandin von Hohenfels, seu aristocrático amigo alemão, o retrato de Hitler tem lugar de destaque. Àquela altura da vida para eles o Holocausto era impensável. Escrito em 1960, não é um livro autobiográfico, embora contenha elementos de vida do autor.

LE CLÉZIO, Jean-Marie G. Refrão da fome. Traduzido por Leonardo Fróes. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 248 p. Resumo: “Refrão da fome” narra a história da garota Ethel e de sua família, na Paris dos anos 1920-30. Pelo romance, se vê passar, em um primeiro momento o relato de uma vida tradicional burguesa do início do século, mas esta tranquilidade aparente acaba por se desmoronar, em sucessivos conflitos, familiares e sociais. A história da ruína pessoal de Ethel se transforma na ruína de um mundo atingido pelo nazismo, pela Segunda Guerra e pela ocupação da França.

TABUCCHI, Antonio. Requiem: uma alucinação. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 128 p. Resumo: O italiano Antonio Tabucchi faz, em “Requiem” (1991), uma declaração de amor a Lisboa, cidade que adotou para viver e onde morreu; e sobretudo ao português, idioma no qual escreve este romance. Num estado entre a realidade e o sonho, seu protagonista perambula pelas ruas da capital portuguesa num tórrido domingo de julho. Sabe vagamente que tem tarefas a cumprir; entre elas, um encontro marcado para o meio-dia com o poeta Fernando Pessoa. No percurso errático em que vivos e mortos se encontram, ele revê pessoas do passado e tenta desatar alguns nós de sua vida. Alcança, assim, a medida exata entre o humor e o drama.

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CARDOSO, Luís. Requiem para o navegador solitário. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009. 304 p. Resumo: Em “Requiem para o navegador solitário” o autor traz como destaque o Timor-Leste, pequena ilha do Pacífico repleta de conflitos étnicos e políticos, e Catarina, uma jovem inocente que traz na mala, além da roupa, um exemplar de ‘À la Porsuite du Soleil’, relato de viagem de circum-navegação do autor Alain Gerbault. Porém ela ainda traz algo a mais - o sonho de viver uma grande história de amor. De um lado, o Timor-Leste, dominado pelos portugueses em 1512, e que três dias após sua independência, em 1975, foi invadido pela Indonésia; de outro, Catarina, que se dedica à recuperação da fazenda Sacromonte enquanto aguarda a chegada do navegador solitário. Com a obra o leitor tem a oportunidade de conhecer um pouco a história do Timor-Leste, país ligado ao Brasil em função da língua e também tem acesso à ficção do mais importante escritor timorense.

RILEY, Lucinda. A rosa da meia-noite. Traduzido por Elaine Cristina Albino de Oliveira. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2014. 576 p. Resumo: Atravessando quatro gerações, “A rosa da meia-noite” percorre desde os reluzentes palácios dos marajás da Índia até as imponentes mansões da Inglaterra, seguindo a trajetória extraordinária de Anahita Chavan, indiana de origem nobre e família humilde, de 1911 até os dias de hoje.

ABE, Kobo. O rosto de um outro. Traduzido por Leiko Gotoda. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 288 p. Resumo: Escrito por Kobo Abe, um dos mais relevantes autores japoneses do século XX, este romance de matizes surrealistas tem como protagonista e narrador um cientista cujo rosto é irremediavelmente desfigurado por uma explosão. Sem esperança de melhora, com a face coberta por bandagens, ele recorre a seus conhecimentos científicos para construir um novo rosto, que passa a ser o seu. A máscara mimetiza perfeitamente a fisionomia humana; por trás dela, a identidade e a percepção do narrador parecem alterar-se, e mesmo seu relacionamento com a esposa se modifica. Esse “outro” que acaba de nascer é de uma audácia nunca imaginada por seu criador. Reflexão sobre identidade, autoimagem e alteridade, “O rosto de um outro” é uma sofisticada história de terror marcada pela desolação e a perplexidade que tomam o Japão do pós-guerra.

FERRAZ, Eucanaã. Rua do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 128 p. Resumo: Em Lisboa, no fim dos anos 1920, a rua do Mundo teve seu nome mudado para rua da Misericórdia. Esse fato urbano serviu de motivo para o poema que dá título ao livro. Ao mesmo tempo, é o ponto de partida para as duas linhas complementares que dão a tônica de “Rua do mundo”: a rua como metáfora do mundo e a imagem do mundo como rua.

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MERUANE, Lina. Sangue no olho. Traduzido por Josely Vianna Baptista. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 192 p. Resumo: Estreia da chilena Lina Meruane no Brasil, este romance narrado em primeira pessoa conta a história de uma mulher que vê tudo ao seu redor se modificar quando se dá conta que está quase cega. A enfermidade – seus olhos se encharcam de sangue – é tratada por Leks, o médico russo que a submete a um extenuante périplo de exames, sem nunca chegar a um diagnóstico. Enquanto espera por uma definição, Lina passa a viver entre Nova York e Santiago do Chile – cidades que também são como personagens do livro – e reconfigura todas as suas relações pessoais: os velhos fantasmas familiares saem à luz e a relação com o namorado, Ignacio, ganha traços perversos.

KERET, Etgar. Sete anos bons. Traduzido por Maira Parula. Rio de Janeiro: Rocco, 2015. 192 p. Resumo: Com uma ironia peculiar, Etgar Keret relata neste livro sete anos de sua vida em Tel Aviv, combinando episódios da rotina privada com um olhar atento às tensões e aos conflitos da região. Em pequenos relatos autobiográficos, semelhantes aos contos que fizeram sua fama mundial, Keret narra o nascimento de seu filho, a história de sua irmã ultraortodoxa e seus onze filhos, a trajetória de seus pais para escapar do Holocausto, encontros com taxistas raivosos, noitadas literárias agitadas e a inusitada brincadeira em que se transforma o comportamento adotado durante uma ameaça de bomba. Um olhar original sobre a vida israelense atual, em que humor e emoção se combinam com uma boa dose de absurdo.

GOETHE, J. W. Os sofrimentos do jovem Werther. Traduzido por Marion Fleischer. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 176 p. (Clássicos). Resumo: “Os sofrimentos do jovem Werther” é um romance epistolar, publicado pela primeira vez em 1774, que teve um sucesso enorme e imediato por toda a Europa. Trazia novidades surpreendentes para a época. Em primeiro lugar, era como um espelho da vida e dos costumes burgueses. Werther, completamente imbuído de realismo poético, nos permite entrar na intimidade do modo burguês alemão. Além disso, é um romance de amor, ou melhor, o romance do desejo de amar. Goethe nos mostra, através desse monólogo epistolar, os recônditos segredos do coração humano e as reações que até então ninguém havia estudado.

GORSKI, Michel; ZATZ, Sílvia. O soprador. São Paulo: Terceiro Nome, 2014. 148 p. Resumo: “O soprador” conta a história do padeiro Berko, que sobreviveu aos campos de concentração nazistas graças ao ofício herdado de seus antepassados, e que continuou sendo exercido na sua padaria de Buenos Aires na década de 1980. Durante os tempos turbulentos da Segunda Guerra Mundial, do exílio e da ditadura militar argentina, o elemento capaz de preservar a identidade e os laços ameaçados pelas armas e pela distância é o bialy kuchen, pão tradicional da comunidade judaica de Bialystok, na Polônia. Em uma única noite, numa mesa de bar em Varsóvia, a repórter francesa Claudine Chateau partirá dos segredos do preparo do bialy e seu sabor peculiar, para reconstituir os acontecimentos da vida do padeiro Berko e de seu filho Lipa, sobrevivente da ditadura na Argentina.

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Junho de 2015

DOERR, Anthony. Toda luz que não podemos ver. Traduzido por Maria Carmelita Dias. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. 528 p. Resumo: “Toda luz que não podemos ver” relata a ocupação nazista na Europa. O livro foi o vencedor do Prêmio Pulitzer 2015 na categoria ficção. Na história, a pequena MarieLaure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Durante a ocupação nazista na França, ambos fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o tesouro mais valioso do museu. Enquanto isso, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova na Alemanha. Fascinado por um rádio que encontra no lixo a ponto de se tornar um especialista, ele consegue uma vaga em uma escola nazista e recebe uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Ao ser enviado para Saint-Malo, o caminho de Werner se encontra com o de Marie-Laure. Juntos, eles tentarão sobreviver à Segunda Guerra Mundial.

HUGO, Victor. Os trabalhadores do mar. Traduzido por Machado de Assis, Marília Garcia. São Paulo: Cosac Naify, 2013. 704 p., il. Resumo: Gilliat, um jovem trabalhador rejeitado pela comunidade onde vive, se apaixona por Déruchette, a bela sobrinha do armador Lethierry. Para conquistar a jovem, Gilliat enfrenta uma batalha com a natureza para recuperar o motor do navio naufragado de Lethierry, um vapor, grande invenção da época. A ilha de Guernesey, onde a trama se passa e onde Victor Hugo viveu num exílio auto infligido, serve de palco mundano para um drama de questões profundas. O livro inclui capítulos não publicados na primeira edição brasileira, traduzidos pela poeta Marília Garcia, e ilustrações feitas pelo próprio Victor Hugo.

LOBATO, Monteiro. Urupês. 2. ed. São Paulo: Biblioteca Azul, 2009. 184 p., il. Resumo: Coletânea de 13 contos e um artigo lançado em 1918. Nessa obra surge a figura de Jeca Tatu, caipira do vale do Paraíba, símbolo da preguiça e do fatalismo, e que posteriormente seria diagnosticado pelo autor como vítima da miséria e da exclusão. Os contos do livro são: “Os faroleiros”, “O engraçado arrependido”, “A colcha de retalhos”, “A vingança da peroba”, “Um suplício moderno”, “Meu conto de Maupassant”, “Pollice verso”, “Bucólica”, “O mata-pau”, “Bocatorta”, “O comprador de fazendas”, “O estigma” e “Urupês”. O artigo é “Velha praga”.

CERCAS, Javier. O ventre da baleia. Traduzido por Sérgio Molina. São Paulo: Biblioteca Azul, 2014. 396 p. Resumo: Tomás, um professor de literatura, reencontra uma antiga paixão de sua adolescência, Claudia, e acaba traindo sua esposa. No entanto, o desaparecimento da amante dá início a um turbilhão de eventos que muda os rumos de sua vida relativamente tranquila. “O ventre da baleia”, romance do premiado escritor espanhol Javier Cercas, é narrado por Tomás, que tem não apenas seu relacionamento, mas sua rotina modificada e confrontará destino e caráter, numa tentativa de dar novamente sentido à sua vida. Verdades e mentiras, realidades e ficções se misturam para contar uma história em que os personagens são triviais e imperfeitos e, por isso, extremamente humanos.

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Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

OLIVEIRA, Domingos. Vida minha: autobiografia. Rio de Janeiro: Record, 2014. 336 p., il. Resumo: Testemunha ocular das décadas de 1950, 60 e 70, boêmio por opção e natureza, Domingos Oliveira viu de perto as grandes personalidades desse período no Rio de Janeiro. Aqui acompanhamos as suas memórias da infância, da carreira, dos afetos, do Rio, do cinema e da televisão. Cineasta e teatrólogo, realizador profícuo, autor dos filmes brasileiros mais estimados pelos cinéfilos de hoje e de ontem, o artista cria em cima da própria história uma obra onde discorre sobre seus amores, seus amigos, seu entendimento sobre a vida e a morte e sua paixão pela arte.

CARRASCOZA, João Anzanello. O volume do silêncio. Seleção de Nelson de Oliveira. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 216 p. Resumo: O livro é o balanço da produção contística do autor. Selecionados por Nelson de Oliveira, os dezessete contos do volume revelam a trajetória do autor no cenário literário atual. Seus textos revelam paciência e depuração. Não há cores fortes. Não há facilidades. Com sua prosa hipnótica, cada passo num conto é decisivo, criando um mundo de pequenas expectativas. As miudezas ganham vida. Os detalhes do cotidiano são aumentados pela lente da lupa.

SCHUMACHER, Michael. Will Eisner: um sonhador nos quadrinhos. Traduzido por Érico Assis. São Paulo: Biblioteca Azul, 2013. 408 p., il. Resumo: Biografia do quadrinista Will Eisner, criador de personagens marcantes como o detetive Spirit e do termo graphic novel, a obra faz um retrato da evolução do cartunista e da arte que ele ajudou a criar: os quadrinhos. Com mais de 50 anos de carreira, e ideias que revolucionaram a forma de contar histórias em quadrinhos, Will Eisner foi um pioneiro que alçou as HQs ao status de “nona arte”. A biografia traça a longa trajetória de vida, arte e trabalho desse cartunista que fez das ruas de sua Nova York um rebuscado mundo de paixões, frustrações, alegrias, medos e experiências.

AMIS, Martin. Zona de interesse. Traduzido por Donaldson M. Garschagen. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 392 p. Resumo: A Zona de Interesse, em Auschwitz, era o local onde os judeus recémchegados passavam pela triagem, processo que determinava se seriam destinados aos trabalhos forçados ou às câmaras de gás. Este romance se passa nesse lugar infernal, em agosto de 1942. Cada um dos vários narradores testemunha o inominável a sua maneira. O primeiro é Golo Thomsen, um oficial nazista que está de olho na mulher do comandante. Paul Doll, o segundo, é quem decide o destino de todos os judeus. E Szmul, o terceiro, chefia a equipe de prisioneiros que ajudam os nazistas na logística do genocídio. É um romance sobre a “banalidade do mal”, mas também é uma história de amor e uma paródia, capaz de fazer do humor uma ferramenta eficiente para encarar a tragédia do Holocausto.

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