Revista n9 2017

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ler Revista do Sistema de Bibliotecas Vera Cruz

Brasil LiterĂĄrio Setembro de 2017 NĂşmero 9



Setembro de 2017

Sumário Apresentação.................................5

Região Norte...............................22

Uma viagem literária pelo Brasil.......7

Pará.................................22

Região Sul.....................................8

Amazonas.........................23

Rio Grande do Sul ...............8

Rondônia..........................23

Santa Catarina ...................9

Tocantins...........................24

Paraná .............................10

Acre.................................24

Região Nordeste...........................10

Amapá.............................24

Paraíba.............................10

Roraima............................25

Pernambuco......................11

Região Sudeste.............................25

Rio Grande do Norte..........14

São Paulo..........................25

Bahia................................15

Rio de Janeiro....................28

Sergipe.............................17

Minas Gerais.....................31

Ceará...............................17

Espírito Santo....................34

Alagoas............................18

Região Centro-Oeste.....................35

Piauí.................................19

Mato Grosso do Sul...........35

Maranhão.........................20

Mato Grosso.....................35 Goiás...............................36 Distrito Federal...................38

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Apresentação Não é tarefa fácil elaborar um mapa literário e definir um escritor e uma obra para cada estado brasileiro. Porém, Pâmela Carbonari, colunista da Superinteressante, aceitou o desafio de mapear nossa literatura e fez uma seleção dos autores mais representativos de cada estado. A escolha foi baseada no número de premiações recebidas, participações em Academias de Letras, presença como leitura obrigatória em vestibulares e quantidade de traduções para línguas estrangeiras. A partir do artigo publicado na Superinteressante, o Sistema de Bibliotecas Vera Cruz dedica seu nono número à apresentação de um mapa literário, mas diferente em alguns aspectos. Na maioria dos casos, cita mais de um nome de grande representatividade num mesmo estado e toma como base referências já existentes, tais como compilações de listas publicadas por jornais, revistas e sites especializados em livros e em mercado editorial e resultados de pesquisas que costumam eleger os melhores livros e escritores do Brasil. Em meio a tantas listas, o mapa destaca não somente os escritores, como também suas publicações, presentes em nossos acervos. É difícil listar todos os nomes que construíram e constroem a nossa identidade literária, pois a escolha – base de todas as listas – é critério pessoal. Muitos escritores ficaram de fora, outros nomes que tanto admiramos nem foram citados. De qualquer forma, os livros e autores selecionados, se não unanimidades (e possivelmente não), são referência na produção literária brasileira. Como acreditamos que para compreender a história e a evolução da literatura brasileira é indispensável conhecer aqueles que fizeram dela uma grande arte, selecionamos 63 escritores brasileiros e divulgamos que, em nossos acervos, existem 501 livros dentre os selecionados. As opções de leitura são muitas, e essas obras têm em comum o fato de terem influenciado e encantado milhões de leitores país afora. Visite nossas bibliotecas, passeie pelo Brasil literário e celebre a literatura brasileira nas suas mais diversas vertentes e geografias.

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Uma viagem literária pelo Brasil A literatura de um país é um ponto importante para a construção da identidade de um povo, além de propiciar aos leitores a possibilidade de conhecer diferentes regiões por meio de seus personagens, memórias e narrativas. Os livros apresentam lugares conhecidos ou não, remetem os leitores aos mais diversos enredos e os tornam íntimos de personagens cujos sotaques, hábitos e aparências são diferentes dos seus. "A geografia do nosso país ajudou a traçar os caminhos da literatura. Climas, sotaques e vivências levam os leitores a uma viagem pelo Brasil plural. É como sentir a friagem do Rio Grande do Sul ao ler O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo. Ou a estiagem na boca ao abrir as páginas de Vidas Secas, de Graciliano Ramos. E ainda os sabores da Bahia com os temperos com os quais Jorge Amado escreveu Gabriela, Cravo e Canela", descreve a jornalista Marcella Machado, em texto publicado no site Conexão Boas Notícias. Nas próximas páginas, você conhecerá o nosso mapa literário. Entre num universo de encantamento, mistérios e reflexões e leia – ou releia – escritores que, ao longo de décadas, não perderam a atualidade: são modernos e eternos, são escritores para todos os tempos. Sua próxima leitura pode estar aqui!

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Região Sul

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Rio Grande do Sul

Érico Veríssimo Nasceu em Cruz Alta, em 1905, e faleceu em Porto Alegre (RS), em 1975. Concluiu o ginásio em Porto Alegre. De volta a sua cidade natal, empregou-se no comércio, foi bancário e sócio de uma farmácia. Em 1930, transferiu-se para Porto Alegre, onde, depois de trabalhar algum tempo como desenhista e publicar alguns contos na imprensa local, empregou-se na Editora Globo como secretário do departamento editorial. Viajou duas vezes aos Estados Unidos, onde ministrou cursos de literatura brasileira. Obras: Ana Terra | O arquipélago (O tempo e o vento III) | As aventuras de Tibicuera | Caminhos cruzados | Um certo capitão Rodrigo | Um certo Henrique Bertaso | Clarissa | O continente (O tempo e o vento I) | Contos | Do diário de Sílvia | Fantoches e outros contos | Incidente em Antares | Noite | Olhai os lírios do campo | O retrato (O tempo e o vento II) | Solo de clarineta: memórias | Viagem à aurora do mundo | A vida de Joana d’Arc

Caio Fernando Abreu Nasceu em Santiago, cidade próxima à fronteira com a Argentina, em 1948, e morreu em Porto Alegre (RS), em 1996. Sua relação com a literatura aconteceu precocemente: aos seis anos de idade, escreveu seus primeiros textos, dando início a uma vida dedicada às letras. Caio é considerado um dos escritores mais populares e queridos da literatura brasileira. Obras: Limite branco | O melhor de Caio Fernando Abreu: contos e crônicas | Morangos mofados

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Moacyr Scliar Nasceu em Porto Alegre, em 1937, e faleceu na mesma cidade, em 2011. É autor de mais de 80 livros de vários gêneros: ficção, ensaio, crônica e literatura juvenil. Muitas de suas obras foram publicadas em outros países, com grande repercussão crítica. Moacyr Scliar foi colunista dos jornais Zero Hora e Folha de S.Paulo e colaborou em vários órgãos de imprensa do país. Em 2003, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Obras: Cavalos e obeliscos | O centauro no jardim | Contos e crônicas para ler na escola | Contos reunidos | Éden-Brasil | Enigmas da culpa | Eu vos abraço, milhões | O exército de um homem só | O imaginário cotidiano | Mãe judia, 1964 | A majestade do Xingu | Manual da paixão solitária | Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar e outras crônicas | A mulher que escreveu a Bíblia | Na noite do ventre, o diamante | A paixão transformada: história da medicina na literatura | A poesia das coisas simples: crônicas | Saturno nos trópicos: a melancolia europeia chega ao Brasil | Sonhos tropicais | Os vendilhões do Templo

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Santa Catarina

Cruz e Sousa Poeta brasileiro, suas obras marcaram o movimento Simbolista. Cruz e Souza nasceu em 1861, em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos alforriados, nasceu livre. Foi criado como filho adotivo do Marechal de Campo, Guilherme Xavier de Sousa, de quem herdou o sobrenome. Compôs seus primeiros versos aos sete anos; com oito, declamava poesias em salões e teatrinhos. Aos dez, foi estudar no colégio Ateneu Provincial Catarinense, muito conceituado na região. Cruz e Souza faleceu na cidade de Sítio (MG), em 1898. Obras: Antologia poética | Broquéis | Faróis | Os melhores poemas de Cruz e Sousa | Missal | Poesia

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Paraná

Dalton Trevisan O escritor curitibano nasceu em 1925 e formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Paraná. Trevisan exerceu a advocacia durante sete anos, mas abandonou a atividade para trabalhar na fábrica de cerâmicas da família. Em 1945, estreou na literatura. É considerado o maior contista brasileiro contemporâneo. A publicação do livro O Vampiro de Curitiba, em 1965, lhe rendeu tal apelido, por causa de seu temperamento recluso. Obras: Guerra conjugal | Quem tem medo de vampiro? | O rei da terra | Vozes do retrato

Região Nordeste

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Paraíba

Ariano Suassuna Nasceu em Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, em 1927. Sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino. Suassuna foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado, porém, o teatro o consagrou. Em 1989, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O escritor recebia inúmeros convites para dar “aulas-espetáculo” em várias partes do país, e por conta de seu estilo próprio e seus “causos”, deixava o público encantado. Faleceu no Recife (PE), em 2014. Obras: Auto da Compadecida | O casamento suspeitoso | A história do amor de Fernando e Isaura | O santo e a porca

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Augusto dos Anjos Nasceu em 1884, no Engenho do Pau d’Arco. Foi educado pelo pai até o período antecedente à faculdade. Embora tenha se formado em Direito, nunca exerceu a profissão. Cresceu rodeado pelos livros da biblioteca do pai, e se dedicou às letras desde muito cedo. Sua obra tinha como tema uma profunda obsessão pela morte e a negação da vida material. Por esse motivo, ficou conhecido como “Poeta da morte”. Faleceu em Leopoldina (MG), em 1914. Obra: Os melhores poemas de Augusto dos Anjos

José Lins do Rego Romancista e jornalista, nasceu em Pilar, em 1901, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1957. Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra se baseia em memórias e reminiscências. Seus romances suscitam questões relativas a todo um sistema econômico de origem patriarcal, como o trabalho semiescravo do eito, ao lado de outros aspectos importantes da vida nordestina, como o cangaço e o misticismo. Lins do Rego foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1956. Obras: Água-mãe | Banguê | Cangaceiros | Doidinho: romance | Flamengo é puro amor: 111 crônicas escolhidas | Fogo morto | Menino de engenho

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Pernambuco

Clarice Lispector Escritora e jornalista, nasceu em 1920, na Ucrânia, mas naturalizou-se brasileira — e declarava, quanto a sua brasilidade, ser pernambucana. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas. Uma de suas principais características é a epifania de personagens comuns, em momentos do cotidiano. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1977.

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Obras: Água viva | Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres | A bela e a fera: contos | A cidade sitiada | Clarice na cabeceira: contos | Clarice na cabeceira: crônicas | Clarice na cabeceira: romances | Correio feminino | Correspondências | A descoberta do mundo | Felicidade clandestina: contos | A hora da estrela | Laços de família: contos | A legião estrangeira: contos | A maçã no escuro | Os melhores contos de Clarice Lispector | Minhas queridas | A paixão segundo G. H.: romance | Perto do coração selvagem | O primeiro beijo e outros contos | Só para mulheres: conselhos, receitas e segredos

Manuel Bandeira Nasceu no Recife, em 1886, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1968. Em 1892, começou a escrever seus primeiros versos, mas ainda não pensava em ser poeta. Após contrair tuberculose, foi para o sanatório de Cladavel, na Suíça, em 1913, onde conheceu o poeta francês Paul Eluard. Por conta desse convívio, Manuel ficou a par das inovações artísticas que aconteciam na Europa. Os dois conversavam sobre o verso livre na poesia, aspecto que posteriormente apareceu em sua obra, fazendo que fosse considerado o mestre do verso livre no Brasil. Em 1940, Bandeira foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Obras: Antologia poética | Apresentação da poesia brasileira – Seguida de uma antologia | Carnaval | A cinza das horas | Crônicas da província do Brasil | Crônicas para jovens | Estrela da manhã | Estrela da vida inteira | Itinerário de Pasárgada | Libertinagem | Lira dos cinquent’anos | Manuel Bandeira – 50 poemas escolhidos pelo autor | Melhores crônicas de Manuel Bandeira | Os melhores poemas de Manuel Bandeira | Meus poemas preferidos | Poemas religiosos e alguns libertinos | O ritmo dissoluto

João Cabral de Melo Neto Nasceu no Recife, em 1920, e faleceu em 1999, no Rio de Janeiro (RJ). Parte da infância de João Cabral foi vivida em engenhos da família, nos municípios de São Lourenço da Mata e Moreno. A família transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1942, ano em que o autor publicou o primeiro livro de poemas. Em 1945, ingressou na carreira diplomática. Daí por diante, serviu em diversos países.

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João Cabral foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1968. A atividade literária o acompanhou durante todos os anos em que residiu no exterior e no Brasil. Obras: Antologia poética | O cão sem plumas e outros poemas | A educação pela pedra e outros poemas | Os melhores poemas de João Cabral de Melo Neto | Morte e vida severina e outros poemas para vozes | Obra completa: volume único

Nelson Rodrigues Nasceu no Recife, em 1912. Aos cinco anos, mudou-se com a família para a zona norte do Rio de Janeiro (RJ). A realidade carioca, com suas tensões morais e sociais, serviu como fonte de inspiração para Nelson construir personagens memoráveis e histórias carregadas de lirismo trágico. Lado a lado com o teatro, o jornalismo foi um ambiente privilegiado de expressão, trabalhando nos mais diversos jornais e revistas. O prestígio alcançado pelo reconhecimento de seu talento não o livrou de perseguições. Seu teatro chocou plateias, provocando não apenas admiração, mas também repugnância e ódio, sentimentos muitas vezes alimentados por seu temperamento inclinado à polêmica e à autopromoção. Além dos romances, contos e crônicas, deixou um legado de 17 peças que, vistas em conjunto, o colocam dentre os grandes nomes do teatro brasileiro e universal. Nelson Rodrigues morreu no Rio de Janeiro, em 1980. Obras: Asfalto selvagem: engraçadinha, seus pecados e seus amores | O beijo no asfalto: tragédia carioca em três atos | O berro impresso das manchetes | Brasil em campo | A cabra vadia: novas confissões | O casamento: romance | A falecida | O homem proibido | O melhor do romance, contos e crônicas | A menina sem estrela: memórias | A mentira: romance | Meu destino é pecar | Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo: o consultório sentimental de Nelson Rodrigues/Myrna | O óbvio ululante: as primeiras confissões | O remador de Ben-Hur: confissões culturais | Vestido de noiva | A vida como ela é...

Osman Lins Romancista, contista, dramaturgo e ensaísta, nasceu em Vitória de Santo Antão, em 1924. Em 1941, após terminar os estudos secundários, mudou13


-se para o Recife, onde publicou seus primeiros trabalhos literários. Osman Lins colaborou com diversos órgãos de imprensa e escreveu roteiros para televisão. Embora a presença da terra natal seja intensa em sua obra, com apresentação de tipos e ambientes da região, sua linguagem e seus temas são universais. Lins faleceu em São Paulo (SP), em 1978. Obras: Os gestos | Lisbela e o prisioneiro: comédia em 3 atos | A Rainha dos Cárceres da Grécia: romance

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Rio Grande do Norte

Nísia Floresta Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, nasceu em Papari, atual Nísia Floresta, em 1810. Foi educadora, escritora e poetisa. É considerada uma pioneira do feminismo no Brasil, e foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços públicos e privados, com a publicação de textos em jornais, numa época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. Morreu em Rouen (França), em 1885.

Câmara Cascudo Nasceu em Natal, em 1898. Foi folclorista, historiador, professor, jornalista e um dos mais importantes pesquisadores das manifestações culturais brasileiras. Fundador da Sociedade Brasileira de Folclore, propôs uma teoria para a cultura popular, além de estabelecer um elaborado estudo sobre a literatura oral no Brasil. Trabalhou até seus últimos anos e foi agraciado com dezenas de honrarias e prêmios. Cascudo faleceu na mesma cidade em que nasceu, em 1986. Obras: Antologia do folclore brasileiro | Contos tradicionais do Brasil | Dicionário do folclore brasileiro | Geografia dos mitos brasileiros | História da alimentação no Brasil | História dos nossos gestos | Lendas brasileiras | Literatura oral no Brasil | Locuções tradicionais no Brasil | Made in Africa | Mouros, franceses e judeus | Religião no povo | Superstição no Brasil

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Bahia

Jorge Amado Um dos mais populares escritores brasileiros, Amado nasceu, em Itabuna (BA), em 1912. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância; posteriormente, fez os estudos secundários em Salvador. Nesse período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, exilou-se na Argentina, Uruguai, Paris, Praga, dentre outros países. Em 1961, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Recebeu vários prêmios e títulos honoríficos. Morreu em Salvador (BA), em 2001. Obras: ABC de Castro Alves | Agonia da noite | O amor do soldado | Os ásperos tempos | Cacau | Capitães da areia | O compadre de Ogum | O contador de histórias | De como o mulato Porciúncula descarregou seu defunto | A descoberta da América pelos turcos | Dona Flor e seus dois maridos | Farda fardão camisola de dormir | Gabriela, cravo e canela | Hora da guerra | Jubiabá | A luz no túnel | Mar morto | O milagre dos pássaros | A morte e a morte de Quincas Berro D’água | As mortes e o triunfo de Rosalinda | O país do carnaval | Os pastores da noite | Seara vermelha | Suor | Tereza Batista cansada de guerra | Terras do sem-fim | Tieta do agreste | Tocaia grande | Os velhos marinheiros ou o capitão-de-longo-curso

Castro Alves O último grande poeta da terceira geração romântica no Brasil nasceu em Muritiba, em 1847. Em 1853, foi com sua família morar em Salvador, época em que demonstrou vocação apaixonada e precoce pela poesia. Em 1864, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde participou ativamente da vida estudantil e literária. Em seguida, Castro Alves partiu para o Rio de Janeiro, onde conheceu Machado de Assis, que o ajudou a ingressar nos meios literários. Depois, seguiu para São Paulo e concluiu o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. É patrono da cadeira n. 7 da Academia Brasileira de Letras. Morreu em Salvador (BA), em 1871, vitimado pela tuberculose.

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Obras: Espumas flutuantes e outros poemas | Os mais lindos poemas | Os melhores poemas de Castro Alves | Melhores poesias | Poesia | Poesias | Poesias completas

Gregório de Matos O grande poeta nasceu em Salvador, em 1636. Gregório de Matos desenvolveu uma poesia lírica e religiosa, mas se destacou por sua verve satírica, recebendo o apelido de “Boca do Inferno”. Além de poeta, fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Em 1694, por suas críticas violentas e debochadas às autoridades da Bahia, foi degredado para Angola. Em 1695, recebeu permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Foi viver no Recife (PE), cidade onde morreu, naquele mesmo ano. Obras: Antologia | Os melhores poemas de Gregório de Matos | Poemas escolhidos | Poemas satíricos | Poesias selecionadas | Reunião de poemas

João Ubaldo Ribeiro João Ubaldo nasceu na Ilha de Itaparica, em 1941, mas viveu até os 11 anos em Aracaju (SE), onde fez seus primeiros estudos. Em 1955, mudou-se para Salvador. Sua formação literária começou nos primeiros anos de estudante. Formou-se em Direito na Universidade Federal da Bahia, em 1962, mas nunca advogou. Foi romancista, cronista, jornalista, tradutor, professor e um grande disseminador da cultura brasileira, sobretudo a baiana. Em 1993, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 2008, recebeu o Prêmio Camões, maior honraria da literatura em língua portuguesa. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2014. Obras: O albatroz azul | Um brasileiro em Berlim | A casa dos Budas ditosos: luxúria | Contos e crônicas para ler na escola | Diário do farol | O feitiço da ilha do Pavão | Política: quem manda, por que manda, como manda | Sargento Getúlio | O sorriso do lagarto | Vila Real | Viva o povo brasileiro

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Sergipe

Sílvio Romero Crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, nasceu em Lagarto, em 1851, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1914. Na cidade natal, iniciou os estudos primários, em 1863. Em 1868, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Após a formatura, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e na imprensa da capital tornou-se literariamente poderoso. Em 28 de janeiro de 1897, fundou a cadeira n. 17 da Academia Brasileira de Letras. Sua contribuição à historiografia literária brasileira é uma das mais importantes de seu tempo. Obra: Cantos populares do Brasil

Tobias Barreto Nasceu na Vila de Campos do Rio Real, hoje Tobias Barreto, em 1839. Foi líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico, conhecido como Escola do Recife, que agitou a Faculdade de Direito do Recife, onde se formou em 1869. É o patrono da cadeira n. 38 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero. Morreu no Recife (PE), em 1889.

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Ceará

Rachel de Queiroz Nasceu em Fortaleza, em 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2003, para onde viera em 1917 na companhia dos pais, que tentavam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca de 1915 – mais tarde, a romancista aproveitaria esse como tema de seu livro de estreia. Em 1919, regressou a Fortaleza e, em fins de 1930, aos 20 anos apenas, projetou-se na vida literária do país com uma obra de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca. No Rio, onde residiu desde 1939,

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colaborou com diversos jornais. Primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, foi eleita em 1977. Obras: A beata Maria do Egito | Cenas brasileiras: crônicas | Dôra, Doralina | O galo de ouro: romance | Lampião | Mapinguari | Memorial de Maria Moura | O quinze | As três Marias

José de Alencar O cearense nasceu em Messejana, em 1829. Foi escritor, dramaturgo, jornalista, advogado e político. Sempre exaltou o sentimento patriótico em seus romances, e destacou-se por criar obras que evidenciavam o regionalismo e a corrente literária indianista. Tão grande foi a preocupação em retratar sua terra e seu povo, que muitas das páginas de seus romances relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados por Alencar, no esforço de abrasileirar seus textos. Foi escolhido por Machado de Assis para ser o patrono da cadeira n. 23 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1877. Obras: Cinco minutos | Crônicas escolhidas | O demônio familiar | Diva | O gaúcho | O guarani | Iracema: lenda do Ceará | Lucíola | A pata da gazela | Senhora | O sertanejo | Til: romance brasileiro | O tronco do ipê | Ubirajara | A viuvinha

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Alagoas

Graciliano Ramos Nasceu em Quebrângulo, em 1892. Era o primogênito de 15 filhos, de uma família de classe média do sertão nordestino. Passou parte da infância em Buíque (PE) e parte em Viçosa (AL). Em 1910, foi com a família para Palmeira dos Índios, e, em 1927, foi eleito prefeito da cidade. Foi preso sob acusação de participar de movimento de esquerda. Após sofrer humilhações e percorrer vários presídios, foi libertado em 1937. É considerado o prosador mais importante da segunda fase do Modernismo. Embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, suas

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obras expõem criticamente as relações humanas, o que as tornam de interesse universal. Seus livros foram traduzidos para vários países. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1953. Obras: Alexandre e outros heróis | Angústia | Caetés | Cartas | Garranchos | Infância | Memórias do cárcere | S. Bernardo | Vidas secas

Jorge de Lima Nascido em União dos Palmares, em 1895, Jorge de Lima mudou-se para Maceió em 1902. Filho de um senhor de engenho, estudou Medicina no Rio de Janeiro. Em 1914, fez sua estreia no mundo literário. Em 1919, retornou a Maceió, onde exerceu a Medicina e se dedicou à política. Sintonizava-se com as proposições “regionalistas” de alguns intelectuais nordestinos, liderados por Gilberto Freyre, daí a fase nordestina do poeta, caracterizada por uma produção literária focada na realidade existencial, cultural e histórica do povo do Nordeste. O autor explorou também a cultura negra, em seus ritos e costumes. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1953. Obras: Antologia poética | Calunga | Os melhores poemas de Jorge de Lima | Poemas negros

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Piauí

Mário Faustino Nasceu em Teresina, em 1930. Poeta e ensaísta, destacou-se na década de 1950 por sua colaboração em suplementos literários de jornais com poemas e textos críticos. Estudou Direito em Belém (PA), entre 1949 e 1951, mas não chegou a concluir o curso. Na época, já trabalhava como redator de jornais. Mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ) em 1956 e começou a trabalhar como professor-assistente na Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas (FGV). Entre 1960 e 1962, trabalhou como jornalista no Departamento de Informação da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Morreu em 1962. Obras: De Anchieta aos concretos | O homem e sua hora: e outros poemas

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Maranhão

Aluísio Azevedo Caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, em 1857, e faleceu em Buenos Aires (Argentina), em 1913. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregaria mais tarde, ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro. A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor. Retornou ao Rio de Janeiro em 1881, decidido a ganhar a vida como escritor. Em 1895, ingressou na diplomacia, momento em que praticamente cessou sua atividade literária. Obras: Casa de pensão | O cortiço | Uma lágrima de mulher | Melhores contos | O mulato

Gonçalves Dias Poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em Caxias, em 1823. Em 1838, embarcou para Portugal e se matriculou no curso de Direito, em Coimbra. Regressando ao Brasil em 1845, passou rapidamente pelo Maranhão e, em meados de 1846, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros, permaneceu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de estudos e pesquisas. Após idas e vindas entre Brasil e Europa, faleceu em Maixio dos Atins (MA), em 1864. Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais expressivos representantes do Romantismo brasileiro e forma, com José de Alencar na prosa, a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira. Obras: Os melhores poemas de Gonçalves Dias | Poemas | Poesia | Poesia lírica e indianista

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Ferreira Gullar José de Ribamar Ferreira nasceu em São Luís, em 1930, numa família de classe média pobre, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2016. Foi poeta, crítico de arte e ensaísta. Iniciou os estudos em sua cidade natal. Aos 13 anos, passou a se dedicar à poesia. Aos 18, começou a assinar Ferreira Gullar e publicou seu primeiro livro de poesias. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, onde atuou como jornalista. Em 1956, organizou e liderou o Grupo Neoconcreto, de artistas plásticos e poetas do Rio de Janeiro. Quando, em 1964, veio o golpe militar, Gullar, filiado ao Partido Comunista, foi preso. De 1971 a 1977, viveu no exílio, em Paris e depois em Buenos Aires. É detentor de diversos prêmios de literatura. Em 2014, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Obras: Cultura posta em questão, vanguarda e subdesenvolvimento: ensaios sobre arte | Dentro da noite veloz | Em alguma parte alguma | Melhores crônicas de Ferreira Gullar | A luta corporal: poesia | Os melhores poemas de Ferreira Gullar | O menino arco-íris: antologia | Poema sujo | Relâmpagos: dizer o ver | Resmungos | Sobre arte sobre poesia: (uma luz do chão) | Toda poesia: (1950-1999)

Sousândrade Joaquim Manuel de Sousa Andrade nasceu na vila de Guimarães, em 1832. Passou a vida entre Brasil, Europa e Estados Unidos. Como era filho de comerciantes de algodão, tinha condições econômicas que lhe possibilitaram viajar e entrar em contato com outras culturas, o que foi explorado em suas obras. Em 1857, graduou-se em Letras na Sorbonne, em Paris, mesmo ano em que publicou seu primeiro livro de poesias. Em 1890, quando retornou ao Maranhão, foi eleito presidente da Intendência Municipal de São Luís, oportunidade em que realizou a reforma do ensino e fundou escolas mistas. No final de sua vida, Sousândrade foi ignorado por todos, morrendo sozinho e na miséria, em1902, em São Luís (MA). Obras: Os melhores poemas de Sousândrade | Revisão de Sousândrade: textos críticos, antologia, glossário, bibliografia

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Pará

Olga Savary Nasceu em Belém, em 1933. Na infância, absorveu fortemente os elementos da cultura de sua terra natal. Até os três anos de idade, teve a vida dividida entre Belém e Monte Alegre, no interior do Pará, cidade de seus avós maternos. Em 1942, os pais de Olga se separaram e ela foi para o Rio de Janeiro, onde começou a escrever. Em 1943, aos nove anos, produziu um jornal artesanal, com poemas, textos e desenhos. Publicou muitos de seus poemas em jornais e revistas do Rio, Belém, Minas Gerais, São Paulo, dentre outros estados, além do exterior, assinando alguns como Olenka. É membro do PEN Club, associação mundial de escritores, vinculada à Unesco. Primeira mulher do país a publicar um livro de poemas eróticos, a escritora paraense tem em seu currículo 20 títulos e mais de 40 prêmios de literatura, dentre eles, dois Jabutis. Obra: O olhar dourado do abismo

Dalcídio Jurandir Romancista, jornalista e professor, nasceu em Vila de Ponta de Pedras, em 1909. Com 13 anos, transferiu-se com a família para Belém, onde morou até 1928, quando foi para o Rio de Janeiro. Voltou a Belém e assumiu cargos públicos, além de colaborar com a imprensa local. Comunista declarado, enfrentou perseguições políticas e foi preso duas vezes, na década de 1930. Em 1938, de volta à vila natal, atuou como inspetor escolar. Dois anos depois, publicou seu primeiro romance. Citado entre autores de tendência regionalista, sua obra foca na Região Norte do Brasil. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1979.

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Amazonas

Milton Hatoum Nascido em Manaus, em 1952, passou a infância e parte da juventude na terra natal. Em 1967, mudou-se para Brasília, onde estudou no Colégio de Aplicação da UnB. Morou durante a década de 1970 em São Paulo, onde se formou em Arquitetura pela USP. Trabalhou como jornalista cultural e foi professor universitário, até pedir seu afastamento após receber uma bolsa de estudos para estudar na Europa. Autor de romances premiados, sua obra foi traduzida e publicada em vários países. Hatoum é considerado um dos grandes escritores vivos do Brasil. Obras: A cidade ilhada: contos | Cinzas do Norte | Dois irmãos | Órfãos do Eldorado | Relato de um certo Oriente | Um solitário à espreita: crônicas

Márcio Souza Nasceu em Manaus, em 1946. Ainda jovem, começou a trabalhar como crítico de cinema no jornal do qual seu pai era sócio. Em 1965, assumiu a coordenação das publicações do governo do Amazonas, mas, em seguida, se mudou para São Paulo e ingressou no curso de Ciências Sociais da USP. Perseguido pela ditadura militar, interrompeu os estudos em 1969, e começou a vida profissional no cinema, como crítico, roteirista e diretor. Iniciou sua carreira literária em 1976. Escreveu diversas obras inseridas no ambiente sociocultural da Amazônia. Obras: Fascínio e repulsa: Estado, cultura e sociedade no Brasil | Mad Maria

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Rondônia

Otávio Afonso Poeta, jornalista e gestor público, Otávio Afonso nasceu em Porto Velho, em 1953, e faleceu em Brasília, em 2008. Estudou jornalismo em Salvador (BA), na década de 1970. Seu único livro autoral, Cidade Morta, ganhou o Prêmio Casa de las Américas, em 1980. Foi coordenador de direito autoral do 23


Ministério da Cultura e representou o Brasil nas negociações sobre o tema na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Recebeu a Ordem do Mérito Cultural (post mortem), em 2008.

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Tocantins

José Concesso Escritor, filósofo, tradutor e teólogo, nasceu em Rio Espera (MG), e embora não tenha nascido no Tocantins, foi para o Estado em 1966, sendo reconhecido como intelectual de destaque. Estudou na Itália, Espanha e Cuba e fala cinco idiomas. Foi professor de Direito, Teologia e Latim, com livros publicados nessas áreas. Foi o primeiro diretor da primeira faculdade do Tocantins, a Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Araguaína (Facila). Em 1969, foi transferido para Valença (RJ) e, em 1983, retornou para o interior tocantinense, onde vive até hoje.

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Acre

J. G. de Araújo Jorge Nasceu em Tarauacá, em 1914, e morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1987. Passou a infância em Rio Branco (AC), e fez o curso secundário no Rio de Janeiro, nos colégios Anglo-Americano e Pedro II, onde colaborou com o jornal da escola. Em 1931, publicou no Correio da Manhã seu primeiro poema. Entre as décadas de 1960 e 1980, os versos de J. G. estavam nos cadernos de poesia dos jovens, eram declamados em festas e recitais e difundidos em programas radiofônicos, jornais e revistas de todo o País. Foi um dos poetas mais populares que o Brasil já teve e o único que vendeu mais de um milhão de livros.

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Amapá

Janete Santos Janete é natural de Macapá, onde nasceu em 1967. Assim como seus pais, atua na carreira docente. Iniciou no nível fundamental, em 1986,

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e passou gradativamente aos demais níveis de ensino, até chegar ao superior, em 2000. Residiu no Amapá até meados de 2003, quando se mudou para Tocantins. Tem doutorado em Linguística Aplicada pela Unicamp e é professora de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Tocantins (UFT). É membro da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense (Acalanto) e da Associação Amapaense de escritores (Apes).

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Roraima

Dorval de Magalhães Conhecido como professor Dorval, era formado em Agronomia e ingressou na literatura aos 60 anos, após se aposentar. Historiador, pesquisador, escritor e poeta, dedicou a vida ao povo de Roraima. Fundou a Academia Roraimense de Letras, presidindo-a durante 11 anos. O que poucos sabem, é que o Estado deve a ele o próprio nome. Roraima, o Território Federal, foi assim denominado, em 1960, por lei do deputado federal Valério Caldas de Magalhães, seu primo, a pedido de Dorval. Foi o pioneiro na defesa do meio ambiente, da Educação Infantil e dos valores histórico-culturais. Morreu em 2006.

Região Sudeste

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São Paulo

Mário de Andrade Um dos grandes expoentes do Modernismo brasileiro, Mário de Andrade nasceu em São Paulo, em 1893. O ano de 1922 foi importantíssimo para o autor, pois além da Semana de Arte Moderna, publicou obra em que reuniu seus primeiros poemas e integrou o grupo fundador da revista Klaxon, que 25


servia de divulgação para o Movimento Modernista. Fez várias viagens pelo Brasil, com o objetivo de estudar a cultura de cada região. Foi diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, entre os anos de 1934 e 1938. Em 1938, foi para o Rio de Janeiro, onde lecionou Filosofia e História da Arte. Foi incapaz de ficar longe da cidade que amava, e, dois anos depois, estava de volta a São Paulo, onde faleceu em 1945. Obras: Amar, verbo intransitivo | Aspectos da literatura brasileira | Aspectos das artes plásticas no Brasil | Briga das pastoras e outras histórias | Cartas a Manuel Bandeira | Cartas de Mário de Andrade a Luís da Câmara Cascudo | Os cocos | Contos novos | Danças dramáticas do Brasil | De São Paulo: cinco crônicas de Mario de Andrade, 1920-1921 | Macunaíma: o herói sem nenhum caráter | Os melhores contos de Mário de Andrade | Pauliceia desvairada | O poço e outras histórias | Poesias completas | Taxi e crônicas no Diário Nacional

Raduan Nassar Natural de Pindorama, lá Raduan passou a infância. Adolescente, foi com a família para São Paulo, onde cursou Direito e Filosofia na USP. Estreou na literatura em 1975. Com três livros publicados, é considerado pela crítica um grande escritor, comparado a nomes consagrados da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Guimarães Rosa. Isso graças à extraordinária qualidade de sua linguagem e força poética da sua prosa. Em 2016, ganhou o Prêmio Camões, instituído pelos governos do Brasil e de Portugal e considerado o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Obras: Um copo de cólera | Lavoura arcaica | A menina a caminho e outros textos

Lygia Fagundes Telles Nasceu em São Paulo, em 1923. Passou a infância em várias cidades do interior, acompanhando o pai, promotor de justiça. Seu interesse por literatura começou na adolescência. Aos 15 anos, publicou seu primeiro livro. Formou-se em Direito e Educação Física, na USP, porém, seu interesse era mesmo a literatura. Em 1982, foi eleita para a Academia Paulista de Letras. Em 1985, tornou-se a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. Em 1987, foi eleita para a 26


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Academia das Ciências de Lisboa. Dentre os muitos prêmios que recebeu, destaca-se o Prêmio Camões, recebido em 2005. Obras: Antes do baile verde: contos | Ciranda de pedra: romance | A confissão de Leontina e fragmentos | Conspiração de nuvens | A disciplina do amor: memória e ficção | As horas nuas | Invenção e memória | Os melhores contos de Lygia Fagundes Telles | As meninas | Mistérios: ficções | A noite escura e mais eu | Oito contos de amor | Passaporte para a China: crônicas de viagem | Seminário dos ratos: contos | Venha ver o pôr do sol: e outros contos | Verão no aquário

Oswald de Andrade Escritor e dramaturgo brasileiro, nasceu em São Paulo, em 1890. Com a pintora Tarsila do Amaral fundou o “Movimento Antropófago”, que propõe ao Brasil devorar a cultura estrangeira e criar uma cultura revolucionária própria. Foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Era irônico e gozador, teve uma vida atribulada, foi militante político e o idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922. Morreu em São Paulo, em 1954. Obras: A alegria é a prova dos nove: antologia | Os condenados: a trilogia do exílio | Os dentes do dragão | Dicionário de bolso | Estética e política | Feira das sextas | O homem e o cavalo | Um homem sem profissão: sob as ordens de mamãe | Marco zero: a revolução melancólica | Memórias sentimentais de João Miramar | A morta | Panorama do fascismo | Pau-Brasil | Poesias reunidas | Primeiro caderno do aluno de poesia | O rei da vela | Serafim Ponte Grande | Telefonema | Trechos escolhidos | A utopia antropofágica

Hilda Hilst Poeta, escritora e dramaturga, nasceu em 1930, em Jaú. Estudou em colégio interno durante oito anos, transferindo-se em 1945 para o curso clássico do Mackenzie. Ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, graduando-se em 1952. O período acadêmico marcou o início de sua vida na 27


boemia, estilo que preservou até 1963. Em 1966, tomou uma decisão crucial na vida e na carreira literária: transferiu-se para a Casa do Sol, chácara localizada perto de Campinas, em busca da solidão para desenvolver melhor seu processo criativo. No local, ao longo de muitos anos, reuniu escritores e artistas. Faleceu em 2004, em Campinas (SP). Obras: Cartas de um sedutor | A obscena Senhora D. | Tu não te moves de ti

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Rio de Janeiro

Machado de Assis Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e faleceu na mesma cidade, em 1908. Sem meios para cursos regulares, estudou como pôde e, em 1854, com 15 anos incompletos, publicou o primeiro trabalho literário. A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários. A partir de 1878, entrou na grande fase das obras-primas, que fogem de qualquer denominação de escola literária e o tornaram o maior escritor da literatura brasileira e um dos maiores autores de língua portuguesa. Em 1897, quando a Academia Brasileira de Letras foi fundada, projeto que apoiou desde o início, foi eleito presidente da instituição, à qual se devotou até o fim da vida. Obras: 50 contos | O alienista e outros contos | Um apólogo | A cartomante e outros contos | Cinco histórias do bruxo do Cosme Velho | O conto de Machado de Assis: antologia | Contos | Contos de Machado de Assis | Crônicas escolhidas | A desejada das gentes e outros contos | Dom Casmurro | Esaú e Jacó | Helena | Iaiá Garcia | A mão e a luva | Melhores contos de Machado de Assis | Os melhores poemas de Machado de Assis | Memorial de Aires | Memórias póstumas de Brás Cubas | O mínimo e o escondido: crônicas de Machado de Assis | Papéis avulsos | Quincas Borba | Ressurreição | Várias histórias

Cecília Meireles Poeta, professora, jornalista e pintora, nasceu no Rio de Janeiro, em 1901, e faleceu na mesma cidade, em 1964. Foi a primeira voz femini-

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na de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos, estreou na literatura. Colaborou na imprensa carioca escrevendo sobre folclore. Atuou como jornalista em 1930 e 1931 e publicou vários artigos sobre os problemas na Educação. Sua formação como professora e o interesse pela Educação levaram-na a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, em 1934. Em 1939, Cecília publicou o livro de poemas Viagem. A beleza dos poemas trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos de literatura. Com esse livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Obras: Antologia poética | Baladas para El-Rei | Canções | Cânticos | Crônicas de educação | Escolha o seu sonho | Flor de poemas | Ilusões do mundo: crônicas | Janela mágica | Os melhores poemas de Cecília Meireles | Morena, pena de amor | Nunca mais... | O que se diz e o que se entende | Oratório de Santa Maria Egipcíaca | As palavras voam | Poema dos poemas | Problemas da literatura infantil | Retrato natural | Romanceiro da Inconfidência | Vaga música | Viagem

Euclides da Cunha Escritor, jornalista, professor e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, em 1866. Na Escola Superior de Guerra, formou-se em Engenharia Militar, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Afastou-se do Exército em 1896 e passou a trabalhar como superintendente de obras em São Paulo, onde colaborou para o jornal O Estado de S. Paulo. Em agosto de 1897, foi enviado como correspondente do jornal ao sertão da Bahia para cobrir a guerra de Canudos. Ao regressar, escreveu o livro que o consagraria no panorama cultural brasileiro. Na obra, publicada em 1902, cinco anos depois do término da guerra, Euclides relata não só o que presenciou, mas explica o fenômeno cientificamente. Em 1903, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1909, assassinado numa troca de tiros pelo amante de sua mulher por questões de honra. Obra: Os sertões

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Lima Barreto Nasceu no Rio de Janeiro, em 1881. Filho de pais pobres e mestiços, sofreu preconceito por toda a vida. Estudou no Colégio Pedro II e ingressou na Escola Politécnica, no curso de Engenharia. No entanto, abandonou o curso porque seu pai teve de ser internado por problemas psiquiátricos. Para sustentar a família, empregou-se na Secretaria de Guerra e, ao mesmo tempo, escreveu para vários jornais do Rio de Janeiro. Por produzir uma literatura desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebeu severas críticas dos letrados tradicionais. Explorou em suas obras as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República. Com seu espírito inquieto e rebelde e com seu inconformismo com a mediocridade reinante, se entregou ao álcool. Suas constantes depressões o levaram duas vezes para o hospício. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1922. Obras: Os bruzundangas | O cemitério dos vivos | Clara dos anjos | Contos completos | Crônicas escolhidas | Diário do hospício | O homem que sabia javanês | Os melhores contos de Lima Barreto | Recordações do escrivão Isaías Caminha | Triste fim de Policarpo Quaresma | Tristes rumos, tristes fins

Vinícius de Moraes Poeta, compositor, diplomata e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro, em 1913, e morreu na mesma cidade, em 1980. Desde cedo, mostrou interesse por poesia. Em 1943, foi aprovado no concurso para diplomata. Foi para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde assumiu o posto de vice-cônsul. Serviu duas vezes em Paris e em Montevidéu. De volta ao Brasil, dedicou-se à poesia e à música popular brasileira. Sua produção poética passou por duas fases. A primeira, carregada de misticismo e profundamente cristã. Na segunda, explorou o cotidiano, a figura feminina e o amor. Vinícius também se inclinou para os grandes temas sociais do seu tempo. Obras: Antologia poética | O caminho para a distância | História natural de Pablo Neruda: a elegia que vem de longe | Jardim noturno: poemas inéditos | Livro de sonetos | O melhor de Vinícius de Moraes | A mulher e o signo | Para uma menina com uma flor | Para viver um grande amor | O poeta não tem fim | Querido poeta: correspondência de Vinícius de Moraes | Roteiro lírico e sentimental da cidade do Rio de Janeiro

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Minas Gerais

Guimarães Rosa Contista, novelista, romancista e diplomata, nasceu em Cordisburgo, em 1908. Aos 10 anos, passou a residir e estudar em Belo Horizonte. Em 1930, formou-se em Medicina pela Universidade de Minas Gerais. Como diplomata, representou o Brasil em vários países. De volta ao país, em 1952, fez uma longa e importante excursão ao Mato Grosso, que o colocou em contato com os cenários, personagens e histórias que ele recriaria em Grande sertão: veredas. Publicado em 1956, é o único romance escrito por Guimarães Rosa e um dos mais celebrados da literatura brasileira. Nessa obra e nas subsequentes, o autor utilizou o regionalismo para uma interpretação mítica da realidade, por meio de símbolos e mitos universaisl. Morreu no Rio de Janeiro (RJ), em 1967, três dias depois de tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Obras: Antes das primeiras estórias | Ave, palavra | Estas estórias | Grande sertão: veredas | A hora e a vez de Augusto Matraga | Magma | Manuelzão e Miguilim: (Corpo de baile) | No Urubuquaquá, no Pinhém | Noites do sertão | Primeiras estórias | Sagarana | Tutaméia: terceiras estórias

Carlos Drummond de Andrade Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, nasceu em Itabira de Mato Dentro, em 1902. Em 1921, iniciou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos do incipiente movimento modernista mineiro. Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Além de poemas, escreveu diversas crônicas e contos. Os principais temas da poesia de Drummond são: conflito social, relações interpessoais, existência humana, visão sarcástica do mundo e das pessoas e lembranças da terra natal. Várias de suas obras foram traduzidas para outros idiomas. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1987. Obras: 70 historinhas | Amar se aprende amando | O amor natural | Antologia poética (organizada pelo autor) | Boca de luar | A bolsa e a vida: crônicas em prosa e verso 31


| Brejo das almas | Cadeira de balanço | Caminhos de João Brandão | Claro enigma | Contos de aprendiz | Corpo | De notícias & não notícias faz-se a crônica | Os dias lindos | Discurso de primavera e algumas sombras | Fala, amendoeira | Farewell | As impurezas do branco | Nova reunião: 23 livros de poesia | O observador no escritório | A paixão medida | A palavra mágica: poesia | O poder ultrajovem: e mais 79 textos em prosa e verso | Poesia completa | Receita de Ano-Novo | A rosa do povo | Sentimento do mundo | O sorvete: e outras histórias | Vou crescer assim mesmo: poemas sobre a infância

Autran Dourado Nasceu em Patos, em 1926, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2012. Em 1940, foi morar em Belo Horizonte, onde cursou a Faculdade de Direito, ao mesmo tempo em que trabalhava como jornalista e taquígrafo da Assembleia Legislativa. Sua estreia na literatura deu-se com a novela Teia, em 1947. Formou-se em Direito em 1949, e fez parte do grupo literário que editou a revista Edifício. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro. Durante cinco anos foi Secretário de Imprensa da Presidência da República, no governo de Juscelino Kubitschek. A literatura de Autran Dourado é formada quase sempre de conteúdo trágico, com certo clima poético, e seus personagens, em geral, são criaturas solitárias, primitivas, inadaptadas à vida que as cerca. Recebeu o Prêmio Camões, o Prêmio Machado de Assis e o Prêmio Jabuti, dentre outros. O romance Ópera dos Mortos foi escolhido pela Unesco para integrar a Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal. Obras: Os melhores contos de Autran Dourado | Tempo de amar | Uma vida em segredo

Lúcio Cardoso Romancista, poeta, dramaturgo, tradutor e artista plástico, nasceu em Curvelo, em 1912, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1968. Aos dois anos, foi viver em Belo Horizonte e, em 1923, mudou-se para o Rio de Janeiro. Nessa época, começou a se aproximar da literatura. Devido ao seu desinteresse pelos estudos, sua família resolveu levá-lo para Belo Horizonte e interná-lo no Colégio Ar-

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naldo. Com 15 anos, voltou para o Rio de Janeiro e escreveu contos, poemas, romances e sua primeira peça. Na sequência, escreveu vários romances, enviou contos para revistas, e fundou as publicações A bruxa, e Sua revista. Trabalhava em uma companhia de seguros, quando conheceu o poeta Augusto Frederico Schmidt, que o lançou na literatura. Em 1959, depois de longa temporada sem publicar livros, retornou com Crônica da casa assassinada – romance da maturidade, marco de sua ficção, e que representou o total reconhecimento do autor. Em 1962, sofreu um acidente vascular cerebral, que paralisou o lado direito do seu corpo, e que o levou à pintura, com a realização de duas exposições individuais. Obra: Crônica da casa assassinada

Rubem Fonseca Considerado um dos mais originais prosadores brasileiros contemporâneos, nasceu em Juiz de Fora, em 1925, e reside, desde a infância, no Rio de Janeiro. É contista, romancista, ensaísta, roteirista e reinventou a literatura noir com suas narrativas velozes e cosmopolitas, cheias de violência, erotismo e irreverência. Em 1952, iniciou sua carreira na polícia. Muitos dos fatos vividos naquela época estão imortalizados em seus livros. Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na antiga Light até se dedicar integralmente à literatura. Suas obras retratam, em estilo seco e direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo no qual se misturam marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados. Criou um personagem antológico, o advogado Mandrake: mulherengo, cínico e imoral, além de profundo conhecedor do submundo carioca. Em 2003, Rubem Fonseca venceu o Prêmio Camões, o mais prestigiado da literatura em língua portuguesa. Obras: 64 contos | Agosto | Amálgama | Bufo e Spallanzani | O caso Morel | O cobrador | A confraria dos espadas: contos | E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto | Ela e outras mulheres: contos | Feliz Ano Novo | A grande arte | Histórias de amor | Lúcia McCartney | Mandrake: a Bíblia e a bengala | O selvagem da ópera | O seminarista | Vastas emoções e pensamentos imperfeitos

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Espírito Santo

Rubem Braga Considerado um dos melhores cronistas brasileiros, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 1913, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1990. Iniciou no jornalismo profissional ainda estudante, aos 15 anos, no Correio do Sul, de Cachoeiro de Itapemirim, fazendo reportagens e assinando crônicas no Diário da Tarde. Formou-se pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte, mas nunca exerceu a profissão. Cobriu a Revolução Constitucionalista, durante a qual chegou a ser preso. Transferiu-se para o Recife e dirigiu a página de crônicas policiais no Diário de Pernambuco. Em 1936, lançou seu primeiro livro de crônicas e exerceu o jornalismo em várias cidades do país, fixando domicílio no Rio de Janeiro, onde escreveu crônicas e críticas literárias para o Jornal Hoje, da Rede Globo de Televisão. Sua vida como jornalista registra a colaboração em vários periódicos, além da participação em diversas antologias. Obras: Ai de ti, Copacabana | Bilhete a um candidato & outras crônicas sobre política brasileira | Coisas simples do cotidiano | Melhores contos de Rubem Braga | Os moços cantam & outras crônicas sobre música | O poeta e outras crônicas de literatura e vida | Rubem Braga: crônicas para jovens | Os segredos todos de Djanira & outras crônicas sobre arte e artista

Elisa Lucinda Filha de um professor de português e latim, nasceu em Cariacica, em 1958. Interessou-se pela poesia desde cedo, e aos 11 anos já frequentava aulas de declamação. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1986. Poeta, jornalista, cantora e atriz, recebeu o Troféu Raça Negra 2010, na categoria Teatro. Além de ser conhecida por seus espetáculos e recitais em empresas, teatros e escolas de todo o Brasil, Lucinda atua em telenovelas. Foi a fundadora da Casa-Poema e, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, tem desenvolvido o projeto “Palavra de Polícia, Outras Armas”, em que ensina poesia falada aos policiais, procurando alinhá-los aos princípios dos direitos humanos e transformar antigos modos operacionais relativos ao gênero e à raça. Elisa Lucinda é considerada a artista da sua geração que mais populariza poesia. Obra: Parem de falar mal da rotina 34


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Região Centro-Oeste

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Mato Grosso do Sul

Miguel Jorge Nasceu em Campo Grande, em 1933 e, ainda criança, foi viver em Goiânia e, mais tarde, em Belo Horizonte. Tem formação em Farmácia e Bioquímica, Direito, Letras Vernáculas e Literatura Brasileira e Goiana. Assim como sua formação, sua obra é numerosa e eclética e vai do romance à dramaturgia, da poesia ao roteiro de cinema. Recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Biblioteca Nacional, e dirigiu duas vezes o Conselho Estadual de Cultura, em Goiânia, onde reside. Ocupa a cadeira n. 8 da Academia Goiana de Letras. Obra: Ana Pedro

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Mato Grosso

Manoel de Barros Um dos mais aclamados poetas brasileiros da contemporaneidade, Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, em 1916, e faleceu em 2014. Cronologicamente, pertence à Geração de 45, mas, formalmente, pode ser situado no pós-Modernismo brasileiro, próximo das vanguardas europeias do início do século, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia. Recebeu vários prêmios literários, dentre eles, dois Jabutis, e foi membro da Academia sul-mato-grossense de Letras. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil, em favor de Manoel de Barros. Obras: Arranjos para assobio | Compêndio para uso dos pássaros | Concerto a céu

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aberto para solos de ave | Ensaios fotográficos | Exercícios de ser criança | Face imóvel | O fazedor de amanhecer | Gramática expositiva do chão | O guardador de águas | O livro das ignorãças | Livro de pré-coisas | Livro sobre nada | Menino do mato | Meu quintal é maior do que o mundo | Poemas concebidos sem pecado | Poemas rupestres | Poesia completa | Retrato do artista quando coisa | Tratado geral das grandezas do ínfimo

Joca Reiners Terron Poeta, prosador, artista gráfico e editor, Joca Reiners nasceu em Cuiabá, em 1968. Radicado em São Paulo desde 1995, estudou Arquitetura na UFRJ e Desenho Industrial na Unesp. Foi criador e editor da editora Ciência do Acidente, que resgatou nomes importantes da literatura brasileira do final do século XX, e seus textos integraram diversas antologias, como Geração 90: Os Transgressores, Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século, A Literatura latino-americana do século XXI, Contos Cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea, Rattapallax, editada nos Estados Unidos, e Tsé-tsé, editada na Argentina, dentre outras. Em 2013, organizou a coleção Otra Língua, dedicada à publicação de autores hispano-americanos e suas respectivas obras. Obras: Curva de rio sujo | Do fundo do poço se vê a Lua | Guia de ruas sem saída | Hotel Hell | Não há nada lá | A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves

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Goiás

Cora Coralina Poeta e contista, Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu na cidade de Goiás, em 1889, e faleceu em Goiânia (GO), em 1985. Considerada uma importante escritora brasileira, começou a escrever os primeiros textos aos 14 anos, mas teve seu primeiro livro publicado somente em 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade. Mulher simples, doceira de profissão, viveu longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literá-

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rios, e produziu uma obra poética rica em situações cotidianas do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Obras: Estórias da casa velha da ponte | Os melhores poemas de Cora Coralina | Meu livro de cordel | Poemas dos becos de Goiás e estórias mais | O tesouro da casa velha

Bernardo Élis Poeta, professor e advogado, Bernardo Élis nasceu em Corumbá de Goiás, em 1915, e faleceu na mesma cidade, em 1997. Na literatura, atuou como poeta, contista e romancista, e foi o primeiro e único goiano a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Como contista, foi escolhido para integrar importantes antologias nacionais, como a Antologia do conto brasileiro contemporâneo, do crítico Alfredo Bosi. A obra Veranico de Janeiro (1966) foi escolhida como um dos 20 melhores livros goianos do século XX. Obra: O tronco

José J. Veiga Nascido numa fazenda em Corumbá de Goiás, em 1915, faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1999. O lugar em que viveu a infância deixou marcas indeléveis em suas obras. Estreou na literatura aos 45 anos de idade, e foi considerado um dos maiores autores em língua portuguesa do realismo fantástico. Teve livros publicados nos Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Portugal e na Escandinávia. Recebeu três vezes o Prêmio Jabuti e ganhou, pelo conjunto de sua obra, a versão 1997 do Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Obras: Os cavalinhos de Platiplanto: contos | A hora dos ruminantes | O risonho cavalo do príncipe | O trono no morro

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Distrito Federal

Samuel Rawet Contista, dramaturgo e ensaísta, nasceu em Klimontów (Polônia), em 1929. Originário de uma família judaica, veio com os pais para o Brasil em 1936. Passou o restante da infância e adolescência nos subúrbios do Rio de Janeiro. Formado em Engenharia, participou, como calculista, das obras de construção de Brasília (DF), onde fixou residência e faleceu em 1984. Suas obras são marcadas por temas como alienação, urbanidade e deslocamento. Muitos de seus personagens pertencem a segmentos sociais marginalizados, como imigrantes judeus, moradores do subúrbios e homossexuais. Seu estilo é considerado único, fundador de uma nova forma para o conto brasileiro. Obra: Contos e novelas reunidos

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Fontes CARBONARI, Pâmela. Mapa literário: o escritor mais importante em cada estado. Superinteressante. São Paulo, Editora Abril, 22 maio 2017. Disponível em: http://super.abril.com. br/blog/literal/mapa-dos-26-autores-mais-importantes-do-pais-estado-a-estado/. Acesso em: 3 ago. 2017. CASTRO, Luana. Escritores brasileiros. Brasil escola. Disponível em: http://brasilescola.uol. com.br/literatura/escritores.htm. Acesso em: 3 ago. 2017. DIA do escritor: 15 autores nacionais que você precisa ler. Terra Educação. 24 jul. 2015. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/escritores-brasileiros-famosos-de-machado-de-assis-a-paulo-coelho,aae92bf0d751095e6c4fb55c5ca2063bgit0RCRD.html. Acesso em: 3 ago. 2017. KOVACS, Alexandre. As 20 obras mais importantes da literatura brasileira. Mundo de K: livros, literatura, música, arte e cultura. Disponível em: https://mundodek.blogspot.com.br/2016/11/ as-20-obras-mais-importantes-da.html#.WVZgm4TysdU. Acesso em: 3 ago. 2017. MACHADO, Marcella. Brasil literário: mapa dos escritores mais importantes de cada estado. Conexão Boas notícias. 7 abr. 2017. Disponível em: http://www.conexaoboasnoticias.com.br/brasil-literario-mapa-dos-escritores-mais-importantes-de-cada-estado/. Acesso em 15 ago. 2017.

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Agradecimento pelas doações Ana Lúcia F. S. Azevedo do Amaral Branca M. Albernaz Josca Ailine Baroukh Maria Laura Coin de Carvalho Fernandez Paula Monteiro de Camargo Regina Scarpa Renata Bozola Instituto Alana

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