UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CONSCIENCIA E SENSIBILIZAÇÃO SUSTENTABILIDADE PELAS ARTES E EDUCOMUNICAÇÃO
ECA, IAG E MAC
São Paulo 2014
MAC, ECA e IAG
Responsáveis: Sandra Alonso de Oliveira Caixeta (ECA/USP) Thiago Muniz Garcia (ECA/USP) Luciana Hiromi Yamada da Silveira (IAG/USP) Maria Angela Serri Francoio (MAC/USP) Tutora: Carmen Gattás (ECA/USP)
SUMÁRIO
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Apresentação
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Introdução
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Justificativa
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Público
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Objetivo Geral
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Objetivos Específicos
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Atividades e Procedimentos Metodológicos (Como?)
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Avaliação
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Registros e Monitoramento
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Referências Bibliográficas
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APRESENTAÇÃO
O curso de formação de PAP´S (pessoas que aprendem participando), iniciativa da Superintendência de Gestão Ambiental da USP (SGA) tem por objetivo capacitar os servidores técnicos administrativos apresentando-lhes conceitos voltados à Educação e Gestão Ambiental. Concomitantemente, o curso pretende abrir canais de integração e troca de informações, valendo-se de uma rede capilar assim constituída e que colaborará na divulgação de fundamentos teóricos e práticas socioambientais nas diversas unidades da USP. Conforme Sorrentino, Trajber, Mendonça e Ferraro Jr.: “(...) a formação desses educadores ambientais orienta-se por três eixos pedagógicos indissociáveis: a intervenção socio-educacional como práxis pedagógica, o estabelecimento de comunidades interpretativas e de aprendizagem e o acesso autogerido a cardápios de conteúdos e instrumentos pertinentes à problemática socio-ambiental de cada contexto”. O Programa de formação de PAP´s 2 está em andamento desde julho de 2013 e vem sendo realizado com a ajuda da turma de PAP´s 1 e de servidores da própria SGA por meio de curso presencial em Pirassununga, reuniões, palestras, textos indicados e encontros periódicos. Como forma de complementar a formação dos PAP’2 e desenvolver a formação de PAP3 - formação socioambiental - serão apresentados projetos PLANO DE INICIATIVA EDUCACIONAL SOCIOAMBIENTAL DOS PAP’2 desenvolvidos por grupos formados pelos servidores técnicos administrativos do Campus Central da USP.
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INTRODUÇÃO
Os integrantes do grupo têm como missão organizar um curso de 20 horas em formato presencial para atingir outros servidores públicos (futuros PAP’3) dos seus locais de trabalho, cumprindo assim mais uma etapa dos objetivos da proposta de formação capilar da SGA da USP. Amigos, a ponte entre este hoje e este amanhã que queremos tem um nome e se chama educação. É uma ponte longa e difícil de cruzar. Porque uma coisa é a retórica da educação e outra coisa é nos decidirmos a fazer os sacrifícios necessários para lançar um grande
esforço educativo e sustentá-lo no tempo. (José P. Mujica, Presidente do Uruguai, 2009, discurso de posse, in Sorrentino e Nascimento).
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JUSTIFICATIVA
É importante promover esta iniciativa formativa com os fins da SGA de fornecer repertório teórico-prático em Educação Ambiental, Sustentabilidade e Gestão Ambiental para que os PAP’2 construam e aprimorem conhecimentos sobre o assunto e sejam capazes de articular, conduzir, facilitar e promover a formação dos PAP’3. Pois, ao estudar e se preparar para desenvolver o curso proposto os participantes PAP’2 aprofundam os conhecimentos adquiridos, desenvolvem a responsabilidade de serem transmissores e ficam fortalecidos os elos de uma ação em cadeia. Dessa forma também abre-se um canal de comunicação dentro da comunidade USP com a participação dos servidores técnicos administrativos e de outras categorias visando à disseminação de um conteúdo programático de educação e gestão ambiental. Vivemos em uma sociedade onde há a necessidade premente de repensar pequenas atitudes que possam gerar pessoas mais críticas e influentes na conscientização sobre os impactos ao meio ambiente e a qualidade de vida. O perfil interdisciplinar contará com diversas áreas do conhecimento começando pela aproximação das artes, ciências da comunicação e geofísica. Este perfil já aponta para um diferencial do grupo, que se evidencia através do percurso pelas artes plásticas, podendo assim sensibilizar os PAP’3 por meio de vivências com algumas obras escolhidas do acervo do MAC. Teremos a ajuda da PAP’2 Maria Angela Serri Francoio, do MAC.
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PÚBLICO
O público alvo deste projeto são os servidores técnicos e administrativos da USP, especialmente os que trabalham na ECA, no MAC e no IAG. Serão os PAP’3, que atuarão para agregar outros servidores destas unidades (PAP 4) numa corrente educativa de formação socioambiental.
OBJETIVOS GERAIS
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O projeto desse curso de formação socioambiental visa promover espaços para refletir sobre ações que possam contribuir para conservação da qualidade ambiental no MAC, ECA e IAG; Refletir sobre ações que possam contribuir para a preservação do planeta, para conservação e qualidade ambiental das moradias, das comunidades de bairro das pessoas servidores da universidade; Oferecer subsídios para que os servidores da USP ampliem sua visão / percepção / análise e possibilidades de atuação socioambiental em seus espaços de trabalho e vivencia; Contribuir para a formação socioambiental da comunidade universitária em busca da construção de uma universidade sustentável, de forma permanente, articulada, continuada e emancipatória; Contribuir para internalizar a sustentabilidade na gestão universitária; Contribuir para uma mudança da cultura organizacional a partir de valores socioambientais pactuados, que devam estar presentes em documentos oficiais da Universidade; Influenciar mudanças de postura; formas de pensar a prática de ensino e as teorias que lhe dão sustentação, possibilitando o envolvimento, a cooperação e a solidariedade entre os participantes, comunidade, etc. Intuito de transformar a realidade por meio de ações.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O Curso a ser desenvolvido deverá atender os seguintes objetivos: a) Possibilitar (conteúdos: água, energia, papel); b) Apresentar (desempenho: gestão sustentável); c) Permitir (formação socioambiental consciente – internalizar os conceitos); d) Subsidiar (práxis); e) Ampliar (aluno) visão / percepção / análise e possibilidades de atuação socioambiental sobre seus espaços de trabalho e vivência. •
ATIVIDADES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (COMO?)
Nesta etapa do projeto, para que os PAP’2 consigam sensibilizar os PAP’3, a meta será desenvolver o calendário abaixo: Mês de Março
Horário
1º sema na Local:
Das 13h00 às 17h00.
2º sema na Local:
(1) 13h00 às 14h30;
Atividade
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(2) 14h30 às 15h00 (3) 15h00 ás 16h00; (4) 16h00 às 17h00.
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Públic o
Encontro de todas Equipes PAP3 para palestra com o Prof. Dr. Marcos Sorrentino;
Todo os PAPs 2e PAPs 3
Sensibilizar pela arte, levantamento da memória sobre a natureza que nos cerca (Obra de Walter De Maria – México – “Instalação com Para-raios” // Trechos dos textos de Edgar Morin: “Cabeça Bem Feita” e “ Sete Saberes”). Após essa sensibilização apresentação do diagnóstico realizado pela equipe PAP’2 é apresentado; Confecção do mapa-mental do Campus USP por grupos de trabalho, da ECA, MAC e do IAG. Serão separados os grupos de trabalho, de forma que os grupos sejam representados por servidores das mesmas unidades. Serão dispostos lápis, canetas coloridas, giz de cera e papel craft. Será pedido que cada grupo desenhe o espaço que ocupam no Campus, desenhando aquilo que existe no entorno do prédio que trabalham (rios, arvores, bancos, problemas e coisas belas). A elaboração e reflexão sobre os mapas fará que eles dialoguem entre eles para lembrarem-se do espaço, discutindo seus problemas e recordando suas belezas. Após os mapas estarem prontos para serem mostrados, projetamos através do Google Worf a região desenhada para que possam comparar com
Todo os 30 PAPs 3
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3º sema na Local:
(1) 13h00 às 15h00; (2)
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o desenhado e poderem tirar dúvidas e concluir algumas coisas como: o que preservas, pó que melhorar e quais os problemas (pode rão apontar soluções). A interpretação de mapas e recursos usados no desenvolvimento da oficina, contribui para a compreensão da organização do espaço e avaliação das alterações ocorridas, fazendo com que descubram aquilo que nunca notaram. As fotografias que poderão tirar com seus celulares, ou até câmeras fotográficas, poderão ajudar na construção de uma visão ampla e integrada da área em estudo e seus problemas. Será sugerido que durante a semana circulem mais por esse espaço para verifiquem melhor como ele está e as mudanças que ocorrem de um dia para o outro. Lanche; Apresentação dos mapas desenhados pelos grupos; Comparação com as imagens de satélite. Avaliação do encontro com o preenchimento de um pequeno registro: • Descreva em um pequeno parágrafo o que gostaria de registrar deste encontro (pode ser uma frase, uma ideia, uma atividade, um autor). Esses registros serão recolhidos e arquivados para serem apresentados no dia do ultimo encontro; Textos para refletir: “O Sinistro da Reciclagem”; Da Pá Virada – Revirando o Tema Lixo” Sustentabilidade pelas Artes. Palestra: Maria Angela Serri Francoio (MAC/USP) – Falando sobre as 5 obras escolhidas. World Café – Cada uma das 5 obras (foram
Todo os 30 PAPs 3
15h00 ás 16h00; (3) 16h00 às 17h00.
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sugerida as obras: 1. Horizonte - som dos ventos; 2. Performa - Orvalho, neblina e maresia; 3. Ciranda dos Bichos; 4. Inseto Robô e 5. Instalação Transarquitetônica. fará parte de uma das mesas (dependendo do número de pessoas que estejam presentes nós replicaremos as fotos das obras para aumentarmos o número de mesas) ??? Os temas devem envolver as obras escolhidas, comunicação, geofísica e sustentabilidade e devem estar escritos em cada uma das mesas as temáticas que envolvem aquela obra (sempre relacionando as áreas do saber presentes e a sustentabilidade). As mesas devem ser compostas por no máximo oito cadeiras, tendo sobre elas papel craft, canetas coloridas, giz de cera, lápis, pincel atômico para que as pessoas ao sentarem-se em torno dela possam anotar as ideias dialogadas no papel craft (este receberá as anotações de cada um dos grupos que passarem por lá). As pessoas mudam de mesa cada vez que o assunto se esgotar, porém em cada mesa deve ficar um PAP’2 explicando a dinâmica, as questões dialogadas e apresentando o que foi conversado pelo grupo anterior. Terminando essa atividade, os PAP’2 contam o que foi discutido em cada uma das mesas. Para terminar será feita a avaliação do encontro com o preenchimento de um pequeno registro, onde cada participante deve descrever em um pequeno parágrafo o que gostaria de registrar deste encontro
(pode ser uma frase, uma ideia, uma atividade, um autor). Esses registros serão recolhidos e arquivados para serem apresentados no dia do ultimo encontro 4º sema na Local:
(1) 13h00 às 14h00; (2) 14h00 ás 15h30;
(3) 15h30 às 16h00 (4) 16h00 às 17h00.
5º sema na Local:
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Palestra sobre reciclagem com o Manoel do Reciclázaro; Tempestade de Ideias – Após a exposição do Manoel estaremos dispostos em circulo, onde cada ideia que a palestra despertou deve ser comunicada ao grupo, essa atividade desenvolvida vai explorar a potencialidade dos PAP’3 para criar solução aos problemas levantados nos encontros. Essas ideias servirão para motivá-los na busca de melhorias para o Campus; Lanche; Para terminar será feita a avaliação do encontro com o preenchimento de um pequeno registro, onde cada participante deve descrever em um pequeno parágrafo o que gostaria de registrar deste encontro (pode ser uma frase, uma ideia, uma atividade, um autor). Esses registros serão recolhidos e arquivados para serem apresentados no dia do ultimo encontro.
Como proposta para o ultimo encontro teremos uma Oficina de HQ com o Educador Paulo Diaz. Nela será produzida uma HQ por grupo, resgatando a trajetória percorrida pelas equipes a partir dos registros anotados durante os encontros anteriores. Todas as anotações estarão disponíveis em um bloco que será distribuído a cada um dos grupos. Essas histórias vão alinhavar o que foi trabalho nos encontros. Finalidade: levantar e somar diferentes saberes; Justificativa: incorporar a proposta artística às descobertas realizadas durante os encontros;
Todo os 30 PAPs 3
Os procedimentos metodológicos que serão adotados durante o curso são:
World Café - A dinâmica do World Café - O World Café ou Café Mundial é um processo de diálogo com o objetivo de promover conversas significativas. Juntamente com a Investigação apreciativa (Cooperrider) e com o Open Space Technology (OST), integra um conjunto de ferramentas intituladas de “Arte de anfitriar conversas significativas” (Art of Hosting – www.artofhosting.org ). Numa conversa do tipo World Café todas as contribuições são válidas e importantes, independente do grau de estudo, instrução ou conhecimento de cada participante. O objetivo é compartilhar saberes em busca de questões significativas e soluções que possam emergir do processo coletivo. (DOSHER, 2007 apud BROWN, 2007).JACOBI, Pedro, http://lappes.iee.usp.br/lappes/wpcontent/uploads/2013/06/AprendizagemSocial_Manual.pdf , consulta realizado em 10/10/2014;
Mapa-mental – Confecção do mapa do Campus USP por grupos de trabalho, da ECA, MAC e do IAG. “A elaboração e reflexão sobre os mapas e imagens de satélite, na elaboração do mapeamento individual, os participantes da oficina fazem um exercício coletivo de interpretação da região, visando contextualizar o local a ser mapeado ou (re)conhecido. Para a realização do mapa, os participantes devem ser organizados em grupos mistos. Cada grupo recebe um mapa-base do local e um roteiro de campo para orientar na elaboração do diagnóstico socioambiental. A interpretação de mapas e recursos de sensoriamento remoto tem importância fundamental no desenvolvimento das oficinas, contribuindo para a compreensão da organização do espaço e avaliação das alterações na sua forma de ocupação. As comparações e uso associado de diferentes formas de representação do espaço, tais como mapas, fotografias aéreas e imagens de satélite, favorecem a construção de uma visão ampla e integrada da área em estudo e seus problemas, conforme
relata Santos (2006).” (JACOBI, http://lappes.iee.usp.br/lappes/wpcontent/uploads/2013/06/Aprendizagem-Social_Manual.pdf realizado em 10/10/2014);
Pedro, ,
consulta
Tempestade de Ideias - A Tempestade de Ideias, também conhecida como brainstorming (literalmente: "tempestade cerebral" em inglês), mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados (Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Brainstorming , consulta realizada em 10/10/2014);
Selecionar e explorar imagens e conceitos em obras de arte que coloquem em discussão a humanidade, a natureza, conceitos de sustentabilidade etc. ( linguagens artísticas -artes visuais, literatura, poesia, música, cinema etc; a filosofia e as ciências); Programar no curso visitas às exposições do MAC USP, com foco em obras, trabalhos e ações que permitam relações com os objetivos do curso; Convidar palestrante que possa enriquecer as discussões entre os participantes; Criar e desenvolver dinâmicas e práticas interativas; Utilizar tecnologias e os meios audiovisuais disponíveis; Finalizar da semana com a entrega de um agrado/elemento simbólico aos participantes (ex. marcador de livro com dizeres filosóficos, uma poesia); Verificar a possibilidade de visitar a reserva biológica do MZUSP e as práticas de descarte de resíduos do departamento do IQUSP( apesar da interrupção da parceria entre as unidades – transporte (verba?); Verificar a possibilidade de organizar exposição de obras de Angela Leite no espaço pedagógico do MAC (verba?); Convidar prof. Sorrentino para a palestra no Museu; ou a própria Angela Leite?
7.1 Fundamentando as propostas metodológicas indicadas acima:
Para profissionais da área da educação, as reflexões de Izabel C.M. Carvalho e Sorrentino e Nascimento são importantes para o planejamento do curso presencial para funcionários e colegas da USP. Importantes como um todo e, especificamente, em relação aos termos ambiental, como qualificador da educação, e o popular como qualificar de EA. Citando Carvalho: (...)Trabalhos de campo, estudos do meio, temas geradores, aulas ao ar livre, não são atividades inéditas na educação. Estes recursos educativos, tomados cada um por si, não são estranhos às metodologias consagradas na educação como aquelas inspiradas em Paulo Freire e Piaget, entre outras. Assim, qual seria o diferencial da educação ambiental? O que ela nos traz de novo que justifique identificá-la como uma nova prática educativa? (...)O foco de uma educação dentro do novo paradigma ambiental, portanto, tenderia a compreender, para além de um ecossistema natural, um espaço de relações socioambientais historicamente configurado e dinamicamente movido pelas tensões e conflitos sociais. (...) Assim, o qualificador ambiental surge como uma nova ênfase para a educação, ganhando legitimidade dentro deste processo histórico como sinalizador da exigência de respostas educativas a este desafio contemporâneo de repensar as relações entre sociedade e natureza. A nosso ver, as relações entre sociedade e natureza são mediadas pela cultura. Por isso, um dos objetivos do curso proposto é sensibilizar os colegas/funcionários participantes da formação PAP 3 a partir da produção cultural plástica visual, literária, cinematográfica, musical, do presente e do passado. Reflexões motivadas por obras de arte podem favorecer uma visão crítica, mas também humanizada, das situações que nos rodeiam; podem também inspirar ações conjuntas na busca de atitudes transformadoras e restauradoras. Edgar Morin faz considerações importantes sobre o papel da cultura literária e cinematográfica na formação de seres mais preparados para ver o outro , principalmente, ver a si mesmos. “Quando consideramos os termos ‘cultura das humanidades’, é preciso pensar a palavra ‘cultura’, em seu sentido antropológico: uma cultura fornece os conhecimentos, valores, símbolos que orientam e guiam as vidas humanas. A cultura das humanidades foi, e ainda é, para uma elite, mas de agora em diante deverá ser, para todos, uma preparação para a vida. Literatura, poesia e cinema devem ser considerados não apenas
nem principalmente, objetos de análises gramaticais, sintáticas ou semióticas, mas também escolas de vida, em seus múltiplos sentidos. - Escolas da língua, que revela todas as suas qualidades e possibilidades através das obras de escritores e possa permitir que ao adolescente- que se apropria dessas riquezas- possa expressar-se plenamente em suas relações com o outro. - Escolas (...) da qualidade poética da vida e, correlativamente, da emoção estética e do deslumbramento. - Escolas da descoberta de si, (...) descobrir a manifestação de suas aspirações, seus problemas, suas verdades, não só nos livros das ideias , mas também , e às vezes mais profundamente, em um poema ou num romance. Livros constituem ‘experiências de verdade’, quando nos desvendam e configuram uma verdade ignorada, escondida, profunda, informe, que trazemos em nós(...). (...) No âmago da literatura ou do espetáculo cinematográfico, a magia do livro ou do filme faz-nos compreender o que não compreendemos na vida comum. Nessa vida comum, percebemos os outros apenas de forma exterior, ao passo que na tela e nas páginas do livro eles nos surgem em todas as sua dimensões, subjetivas e objetivas. (...) É no romance, no filme, no poema, que a existência revela sua miséria e sua grandeza trágica, com o risco de fracasso, de erro, de loucura. (...) É pois na literatura que o ensino sobre a condição humana pode adquirir forma vívida e ativa para esclarecer cada um sobre sua própria vida.(...)” Morin (2012, p. 48) Se precisamos exercitar um olhar generoso e compassivo para ver o outro em suas diversas possibilidades, a auto-observação pode almejar e alcançar uma consciência mais profunda sobre a nossa atuação junto ao ambiente. A arte pode nos ajudar na intenção de presença. Voltando então para o texto dos autores Sorrentino e Nascimento, os termos popular na educação ambiental ou o ambiental na educação popular também são objetos de análise: (...) Pode-se ainda perguntar: mas qual é a razão para incluir-se o adjetivo popular na EA ou o ambiental na educação popular (EP)? Uma possível resposta é apontar a perspectiva de romper com a ideia de profissão e de formação de especialistas, trazendo a EA para o campo da praxis cidadã a ser exercida por todas as pessoas cotidianamente. Outra, é argumentar a respeito do ideário ambientalista perpassando a educação
popular e vice-versa, debatendo-se os seus argumentos ideológicos relacionados à busca de uma outra forma de produção e consumo, de organização e relacionamento nas sociedades humanas, distinta da ordem capitalista hegemônica na modernidade. O mais importante é que o educador e a educadora ambiental promovam o debate de tudo isto, propiciando a enunciação das utopias de sociedades, de país, de organização internacional e de ser humano, o debate crítico voltado ao amadurecimento dos projetos individuais e coletivos e as ações coordenadas no sentido da construção dos mesmos. Outro aspecto que fundamenta positivamente a intenção de explorar as linguagens artísticas na formação socioambiental PAP 3 é a pertinência e a necessidade da interdisciplinaridade nas ações educativas seja da escola formal, seja de Ongs, etc. Os autores Sorrentino e Nascimento comentam: (...) é essencial a formação de profissionais que não se restrinjam a planejar e implantar projetos pontuais, mas que reforcem a perspectiva transversal e transdisciplinar enunciada pelos especialistas, mas com muitas dificuldades para ser exercitada no dia a dia da formulação e da gestão de políticas públicas. Conforme Izabel C. M. Carvalho ( ): (...) A complexidade dos problemas contemporâneos força a EA a interagir com outras dimensões educativas: educação para a paz, direitos humanos e educação, educação intercultural, desenvolvimento internacional e educação, educação e comunicação, etc. Essa lista poderia ir muito mais adiante. O maior objetivo dessas dimensões da educação contemporânea é o desenvolvimento de uma sociedade responsável. E sustentabilidade é uma das perspectivas esperadas. Isso nos leva a acreditar que seria redundante falarmos de responsabilidade e sustentabilidade. O desenvolvimento responsável, que pode ser definido contextualmente, transforma-se na garantia do tipo de sustentabilidade escolhido pela comunidade (por quê?, o quê?, para quem?, como?...). A EA pode beneficiar a perspectiva incluída na educação para o desenvolvimento sustentável das sociedades responsáveis, como foi inspirada a carta das ONGs na educação ambiental para as sociedades responsáveis e de responsabilidade global (Earth Council, 1992), ultrapassando o modelo limitado do DS. Finalizando, uma expressão apropriada deveria ser: educação ambiental para o desenvolvimento de sociedades responsáveis. Essa expressão daria à EA um objetivo muito mais rico do que a EAPDS oferece. Obviamente, seria necessário discutir a complexa noção sobre responsabilidade, além da construção teórica dos projetos educativos globais, outro ponto para uma imensa pesquisa.
7.1.2 Algumas imagens de obras de arte do acervo do MAC USP selecionadas visando à formação PAP 2: A autora Carvalho, Izabel C.M., em seu texto Qual educação ambiental? escreve sobre a construção de novos sentidos para a vida: “quanto à capacidade de uma educação promover valores ambientalizados, é importante destacar que o processo educativo não se dá apenas pela aquisição de informações, mas sobretudo pela aprendizagem ativa entendida como construção de novos sentido e nexos para a vida. Trata-se de um processo que envolve transformações no sujeito que aprende e incide sore sua identidade e postura diante do mundo. (...)” Nesse sentido, explorar obras de arte pode ser um meio de gerar reflexão e trocas de pontos de vista, tendo em vista que “a obra de arte é aberta”. No projeto de formação socioambiental envolvendo funcionários do MAC, MZ e talvez outra unidade, a intenção é apresentar imagens de obras de arte em Power point e também promover conversas sobre obras originais presentes nas exposições do acervo do museu. O novo prédio do MAC (antigo prédio do Detran) apresenta dezessete exposições atualmente. Selecionaremos obras que serão visitadas pelos participantes do curso numa proposta dialógica. As obras selecionadas, virtuais ou presentes nas atuais mostras, podem apresentar aspectos temáticos da discussão socioambiental. Por exemplo, J. Borges, artista pernambucano, apresenta em sua xilogravura “Ciranda de animais”, figuras de boi, macaco, jacaré e outros, em um círculo ou roda que pode simbolizar uma vida em parceria e harmonia entre as espécies vivas. Além da imagem em si, o artista faz um depoimento que confirma sua intenção de mostrar uma possibilidade do viver atual, ou uma referência à uma realidade do passado. O fato de ser autor de literatura de cordel e xilogravador, Borges, em sua produção, favorece a aproximação das pessoas com o tema. Hydrophilus carabóides de Luis Fernando Benedit, artista argentino é o título de uma obra em off set a cores sobre papel. Nesse projeto para um besouro robô o artista põe em discussão a sobrevida dos insetos no mundo atual. O Brasil detém a maior diversidade e quantidade de insetos no mundo. O museu de Zoologia tem um acervo importante de insetos recolhidos nas matas brasileiras. Borges, Benedit e outros artistas foram selecionados para compor uma exposição organizada no MAC, em 1999, intitulada “Ciranda de Formas: bichos – Jogos, brinquedos e brincadeiras”. Essa curadoria apresentou obras e propostas educativas voltadas para uma reflexão socioambiental. A experiência gerou duas publicações, mencionadas na bibliografia desse projeto de formação
socioambiental. Outra artista que pode ser objeto de estudo no curso é a performática Brígida Baltar, artista brasileira que explora aspectos do meio ambienta em ações que são registradas em fotografias e filmes. Trata-se de manifestações poéticas que provocam forte engajamento das pessoas, conforme experiências com o público visitante diante de suas obras no MAC. Coleta de neblina, de orvalho e maresia, são alguns dos títulos de suas performances, cujos registros fotográficos são apresentados em revelações de grandes dimensões, ou também em vídeo-documentários.
8- AVALIAÇÃO Avaliação será continuada e constará de alguns procedimentos (ainda em discussão pelo grupo): . Diariamente, no final do encontro, os participantes serão convidados a fazer um breve comentário sobre a vivência – aspectos positivos, negativos e sugestões. Para isso será criada uma dinâmica que desencadeie uma participação espontânea dos envolvidos. . Uma Ficha de Avaliação do tipo questionário será entregue aos participantes no final da formação/experiência. Desta forma, será possível concluir/verificar a performance dos organizadores, palestrantes e da experiência em si, sobretudo se a mensagem/objetivos que o grupo pretendia demonstrar/alcançar foi assimilada em sua inteireza. Além disso, os próprios organizadores avaliarão o desempenho dos demais parceiros e de si mesmos. Por fim, o grupo emitirá um parecer sobre o resultado final do treinamento. (essa palavra foi discutida em reunião – melhor usar formação. Tirei algumas que estavam no texto)
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REGISTROS E MONITORAMENTO
Serão realizados registros fotográficos e relatórios durante os encontros, listas de presença, e-mails do grupo, comunicação em rede social, desenvolvimento de um fórum aberto para discussão e um relatório final. 10-REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS (em processo) CARVALHO, Izabel Cristina de Moura. Qual educação ambiental? Elementos para um Debate sobre Educação Ambiental Popular e Extensão Rural. Artigo publicado na Revista Agroecologia e
Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.2, n.2, abr/jun, 2001 – pp. 43-51 DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. (a completar) MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento, tradução Eloá Jacobina. - 8a ed. -Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. SAUVÉ, Lucie. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: uma análise complexa1 Revista de Educação Pública, vol. 10, jul/dez, 1997. SORRENTINO, Marcos e NASCIMENTO, Elimar Pinheiro - Universidade e Politicas Públicas de Educação Ambiental, Educ. foco, Juiz de Fora, v. 14, n. 2, p. 15-38, set 2009/fev 2010 SORRENTINO, Marcos. Desenvolvimento sustentável e participação: algumas reflexões em voz alta. In: LOUREIRO,Carlos Frederico B.;LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronal do S. de (orgs.). Catálogos de exposições e Apostilas Ciranda de Formas: Bichos – jogos, brinquedos e brincadeiras , org. Francoio, Maria Angela Serri. São Paulo: MAC USP – Fapesp, 2000. (catálogo de exposição) Apostila dos Professores - Ciranda de Formas: Bichos – jogos, brinquedos e brincadeiras, org. Francoio, M. A., São Paulo: MAC USP, 2005. Documentários: Obsolescência Programada – documentário no Youtube http://www.youtube.com/watch?v=pDPsWANkS-g Natureza e Cultura http://lounge.obviousmag.org/restos/2012/04/brigida-baltar-em-busca-doefemero.html Músicas, Poesias etc. MARTINS, Alberto. (a completar) ANTUNES, Arnaldo ( a completar) SGA USP http://www.ufrgs.br/sga/biblioteca-sga/textos-cga/links/ID558.pdf