Recensao critica

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MARÇO 2014

C a t a r i n a Ma gr o T e r e s a N u ne s

Recensão crítica O que é uma recensão crítica? Uma recensão crítica é um género académico que visa apresentar (recensear) e avaliar (criticar) um texto (um artigo, um capítulo dum livro, um livro, uma dissertação, etc.). Este género textual cruza uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica, tendo o duplo objetivo de sumariar as ideias de um texto e, simultaneamente, avaliar o seu interesse e relevância para o conhecimento sobre determinado tema. É importante salientar que, em contexto académico, a avaliação crítica de um texto não pode ser feita numa perspetiva pessoal ou desinformada. Pelo contrário, esta tarefa exige um trabalho prévio de pesquisa e uma visão global do estado do conhecimento sobre o tema do texto. Só o contacto com outras fontes fornece os instrumentos necessários à análise e interpretação de um texto e proporciona a opinião fundamentada que a sua avaliação implica. Estrutura da recensão crítica 1. Introdução • Apresentação dos elementos de identificação do texto: autor, título, contexto de publicação, tema; • Apresentação dos objetivos e/ou ideia principal do texto (opcional); • Afirmação genérica sobre a relevância do texto para o estudo/conhecimento do tema (opcional). 2. Síntese •

Exposição sintética do conteúdo do texto: tópicos, ideias-chave, conceitos, objetivos e organização.

3. Análise crítica/interpretativa • Discussão e avaliação dos aspetos positivos e negativos do texto (em confronto com outras fontes).

A ter em conta: Pertinência, originalidade, atualidade, organização, clareza, rigor da informação.

4. Conclusão •

(Re)afirmação do resultado global da avaliação do texto, tendo em conta a sua contribuição para o conhecimento do tema.

5. Referências •

Listagem das fontes referidas ao longo do trabalho.

A ter em conta: Normas para a Elaboração de Trabalhos Académicos na ESELx

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CATARINA MAGRO TERESA NUNES

RECENSÃO CRÍTICA

Etapas para a elaboração da recensão crítica 1. Leitura do texto • Identificação do tema do texto; • Identificação dos tópicos abordados no texto; • Identificação das ideias-chave relativas a cada tópico. 2. Pesquisa de informação •

A ter em conta:

Recolha de informação relevante em: • material de aula sobre o tema; • outras fontes sobre o tema.

Fiabilidade das fontes consultadas!

3. Organização da informação • •

Organização da informação, extraída do texto e extraída de outras fontes, em categorias temáticas; Confronto entre a informação do texto e informação proveniente de outras fontes, identificando relações de: • confirmação; • contradição; Podem ser úteis: • complementaridade; Organizadores gráficos • ilustração/exemplificação; • ...

4. Planificação da recensão •

Distribuição da informação pelas secções da recensão: • introdução • síntese • análise crítica/interpretativa • conclusão

5. Textualização da recensão •

Conversão do plano das ideias no plano das unidades linguísticas. A ter em conta:

a)

Estratégias discursivas adequadas à elaboração de uma recensão crítica • categorização e enumeração; • exemplificação; • expressão de diferentes relações lógicas.

b)

Mecanismos de gestão de voz • citação e paráfrase; • pessoa do discurso; • modalização.

c)

Propriedade lexical • terminologia especializada.

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CATARINA MAGRO TERESA NUNES

RECENSÃO CRÍTICA

Análise de exemplos1 CONTEÚDOS

referência bibliográfica do texto identificação de título, autor e contexto de publicação

apresentação do autor

apresentação do tema e objetivos do texto

exposição sintética dos conteúdos do texto

confronto da informação do texto com informação retirada de outras fontes

avaliação global do contributo do texto para o conhecimento do tema

MARCAS LINGUÍSTICAS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS

Artiaga, M. J. (2010, 3 de outubro). O Hino Nacional e a sua génese. Açoreano Oriental, pp. 7-8. O artigo em apreciação neste trabalho, "O Hino Nacional e a sua génese", da autoria de Maria José Artiaga, foi publicado no dia 3 de outubro de 2010 no Açoreano Oriental – um jornal de referência na imprensa dos Açores –, no âmbito de uma secção dedicada à Temporada de Música dos Açores de 2010. Maria José Artiaga, doutorada em musicologia pela faculdade Royal Holloway da Universidade de Londres e investigadora do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, apresenta neste artigo de divulgação um enquadramento histórico da obra musical A Portuguesa, de Alfredo Keil, dando a conhecer os factos políticos, sociais e culturais que antecederam a sua criação e a sua implementação enquanto hino nacional. ... O primeiro aspeto abordado pela autora no seu texto diz respeito aos factos que deram origem à criação da obra A Portuguesa – tanto no que se refere à composição musical, como à letra que a acompanha. De facto, segundo Artiaga, duas foram as causas diretas para a sua criação: o Ultimatum britânico de 1890 e as alterações sociais e políticas em Portugal que dele advieram. ... Embora Artiaga (2010) aponte os fatores políticos como os fatores determinantes para o surgimento do Nacionalismo no âmbito musical, a verdade é que podem identificar-se outros aspetos que parecem ter contribuído para a emergência dessa corrente. Vejamos, por exemplo, o caso referido por Grout e Palisca (1988), relativo ao domínio da música alemã em vários países Europeus:

categorização

articuladores

citação indireta categorização e enumeração

discurso impessoal (pronome se) modalização

Na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, na Rússia e nos países da Europa de Leste, onde o domínio da música alemã era visto como uma ameaça à criatividade musical de cada nação, a busca de uma voz independente foi uma das facetas do nacionalismo. (p. 108)

citação direta

Em conclusão, embora constituindo um artigo de divulgação para grande público, publicado num jornal generalista, este trabalho vem preencher uma lacuna no panorama editorial sobre o tema e contribuir de forma decisiva para o seu conhecimento.

articuladores/ conetores

...

1 Excertos de recensão crítica elaborada por Teresa Nunes no âmbito da UC de História da Música V, no ano letivo de 2013-14.

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