VIVER (N)O CENTRO: EDIFÍCIO DE USO MISTO POPULAR A PARTIR DE UMA ABORDAGEM BIOCLIMÁTICA E SUSTENTÁV

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AGNES RAMALHO AZEVEDO

VIVER (N)O CENTRO: EDIFÍCIO DE USO MISTO POPULAR A PARTIR DE UMA ABORDAGEM BIOCLIMÁTICA E SUSTENTÁVEL


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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT CURSO ARQUITETURA E URBANISMO

VIVER (N)O CENTRO: EDIFÍCIO DE USO MISTO POPULAR A PARTIR DE UMA ABORDAGEM BIOCLIMÁTICA E SUSTENTÁVEL

Agnes Ramalho Azevedo

FORTALEZA – CE 2021



VIVER (N)O CENTRO: EDIFÍCIO DE USO MISTO POPULAR A PARTIR DE UMA ABORDAGEM BIOCLIMÁTICA E SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) para obtenção do título Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Alexandre Gomes de Oliveira

Agnes Ramalho Azevedo

FORTALEZA – CE 2021


[Folha para fica catalográfica]

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR Centro de Ciências Tecnológicas - CCT Coordenação do Curso de Arquitetura e Urbanismo

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

VIVER (N)O CENTRO:

EDIFÍCIO DE USO MISTO POPULAR A PARTIR DE UMA ABORDAGEM BIOCLIMÁTICA E SUSTENTÁVEL

Monografia apresentada à Universidade de Fortaleza como requisito de avaliação para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo ________________________________________________ Agnes Ramalho Azevedo Monografia defendida em 10/12/2021 Resultado: Banca examinadora: ________________________________________________ Orientador: ALEXANDRE GOMES DE OLIVEIRA, Me. ________________________________________________ 1º Examinador: RAQUEL MORAES VITOR CORTEZ, Ma. ________________________________________________ 2º Examinador: PAULO SÉRGIO FERNANDES DOS SANTOS _______________________________________________ PROFA. MILENA BARATTA NUNES ALDIGUERI RODRIGUEZ Coordenação do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo



AGRADECIMENTOS A minha família, em especial a minha avó Francisca Ramalho, que infelizmente não se encontra mais entre nós, agradeço pelo seu apoio em todos os momentos da minha vida e amor desmedido, acredito que apesar de não ter mais a sua presença, ela estará me abençoando e zelando por mim nesse momento tão especial da minha vida. Sou grata por tudo o que a minha avó me proporcionou. A minha mãe Auxiliadora Ramalho, pelo seu amor, carinho e colo nos momentos de desespero e desânimo, além de não medir esforços por me propiciar a melhor educação possível. A todos aqueles que disponibilizaram seu tempo para me ensinar e contribuir nas minhas experiências para a minha formação profissional ao longo da graduação. Por fim, agradeço a todos que passaram na minha vida, uma vez que de alguma forma me incentivou e principalmente acreditou na minha capacidade. Também aqueles que contribuíram e me ajudaram de alguma forma na minha jornada da graduação.


RESUMO A população de baixa renda no Brasil carece de diversos direitos básicos, sendo um deles o direito à moradia. Atualmente, o déficit habitacional é um dos maiores problemas enfrentados no Brasil. Com o intuito de restaurar a dignidade dessas famílias, o governo tem apostado na construção de grandes conjuntos habitacionais nos subúrbios das cidades. Longe dos centros urbanos esses conjuntos carecem de infraestrutura básica, dificuldade de acessos e condição de segurança precária, projetados sem preocupação com a estética e sem conexão com seu entorno imediato. Percebe-se também que as soluções projetuais não utilizam princípios bioclimáticos e sustentáveis para promover o conforto ambiental e a redução dos impactos ambientais da construção. À medida que as habitações populares estão surgindo longe dos centros urbanos a área central é predominantemente ocupado por edificações comerciais e de serviços acarretando diversos problemas. O projeto proposto apresenta um proposta de edificação mista com blocos adaptáveis para qualquer terreno com parâmetros sustentáveis e bioclimático indispensáveis ao adequado posicionamento que irá privilegiar a edificação das melhores condições, visando qualidade de moradia e condições de bem-estar aos moradores e frequentadores da área, buscando solucionar os problemas que existem atualmente na região, proporcionando a população mais carente acesso a moradia em áreas centrais com infraestrutura adequada. Palavras-chave: Habitação popular; Déficit habitacional Princípios bioclimático; Fortaleza.

Arquitetura sustentável;


ABSTRACT Brazilian low-income population needs several basic rights, such as the right to housing. Currently, the housing deficit is one of the greatest issues in Brazil. In order to restore the dignity of those families, the government has been betting on the construction of large housing complexes in the suburbs of the cities. Far from the urban centers, those complexes lack basic infrastructure, have access difficulty and precarious safety, and are projected without considering aesthetics or connecting it to its immediate surrounding area. It is also noticed that the project solutions do not utilize the bioclimatic sustainable principles to promote environmental comfort and the reduction of the environmental impacts of the construction. As far as popular housing emerges from urban centers, downtown is predominantly occupied by commercial and service buildings, which causes several problems. The proposed project presents adaptative blocks for any plot, accompanied by essential bioclimatic and sustainable parameters for their appropriate positioning. It privileges the edification of the best conditions, aiming at the best solution for both the residents and frequenters of the area. It also aims to solve the current problems in the region, providing the underprivileged population with access to housing in central areas with appropriate infrastructure. Keywords: Popular habitation; Deficit habitation; Sustainable architecture; Bioclimatic elements.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figuras Páginas Figura 1 – Retirada de areia por criança na comunidade Serviluz (Fortaleza-CE) 35 Figura 2 – Residencial Demócrito Dummar em Maracanaú-CE 43 Figura 3 – Residencial Maria Alves Carioca em Fortaleza-CE 44 Figura 4 – Alexios Jafet em São Paulo-SP 44 Figura 5 – Edifício Dandara 44 Figura 6 – Residencial Raquel de Queiroz em Quixadá-CE, financiado pelo PMCMV Empresas 45 Figura 7 – Residencial Monsenhor Montenegro em Crato-CE 45 Figura 8 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis 54 Figura 9 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis 55 Figura 10 – Planta de implantação do Conjunto Habitacional Heliópolis 55 Figura 11 – Planta tipo A e B do Conjunto Habitacional Heliópolis 56 Figura 12 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis 57 Figura 13 – Perspectiva do Edifício Via Verde 57 Figura 14 – Planta de situação do Edifício Via Verde 58 Figura 15 – Planta de coberta do Edifício Via Verde 58 Figura 16 – Planta baixa tipo duplex com 2 quartos e sua localização no Edifício Via Verde 59 Figura 17 – Planta baixa tipo com 2 quartos e tipo com 1 quarto e sua localização no Edifício 59 Figura 18 – Planta baixa com moradias de 2 a 4 pavimentos e sua localização no Edifício 59 Figura 19 – Perspectiva do Edifício Via Verde 60 Figura 20 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park 60 Figura 21 – Perspectiva do Edifício One Central Park 61 Figura 22 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park 61 Figura 23 – Corte longitudinal com os raios redirecionados do Edifício One Central Park 62 Figura 24 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park 62 Figura 25 – Planta baixa 6º pavimento Edifício One Central Park 63 Figura 26 – Planta baixa 29º pavimento Edifício One Central Park 63 Figura 27 – Mapa da cidade de Fortaleza com a delimitação do bairro Centro 67 Figura 28 – Mapa com delimitações da Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica (ZEDUS) em Fortaleza 67 Figura 29 – Localização do terreno no bairro 72 Figura 30 – Localização do terreno aproximado 73 Figura 31 – Vistas do terreno Rua Assunção 73 Figura 32 – Vistas do terreno Rua Clarindo de Queiroz 74 Figura 33 – Vistas do terreno Rua Solón Pinheiro 74 Figura 34 – Vistas do terreno Av. Duque de Caxias 74 Figura 33 – Vistas do terreno Rua Solón Pinheiro 74 Figura 35 – Planta baixa do terreno com curvas de níveis, sem escala. 75 Figura 36 – Mapa de uso e ocupação do solo 76 Figura 37 – Mobilidade 78 Figura 38 – Trajetória do sol 78 Figura 39 – Temperaturas e precipitações médias 79 Figura 40 – Rosas dos ventos 79 Figura 41 – Estudo da trajetória do sol e dos ventos 80 Figura 42 – Estudo volumétrico 80 Figura 43 – Estudo volumétrico 80 Figura 44 – Estudo volumétrico 80 Figura 45 – Estudo volumétrico 80 Figura 46 – Concepção e zoneamento 81 Figura 47 – Brises de correr 121 Figura 48 – Painéis solar em pergolados 121 Figura 49 – Diagrama de reuso de águas cinzas. Fonte: Metax (2018). 122 Figura 50 – Diagrama de reuso de água da chuva 122 Figura 51 – Sistema de paredes DPB | Painéis nervurados pré-fabricados de concreto armado 124 Figura 52 – Laje treliçada com preenchimento de bloco cerâmico 124


LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Déficit habitacional estimado para o Brasil por regiões (2019) Tabela 2 - Déficit habitacional estimado para o Nordeste por estados (2019). Tabela 3 - Componentes do Déficit Habitacional no Ceará (2019). Tabela 4 - Faixas de renda para a concessão do benefício do PMCMV. Tabela 5 - Contratações Minha Casa Minha Vida (2009 - 2020). Tabela 6 - Grupo de renda para a concessão do benefício do PCVA. Tabela 7 – Adicionar aqui legenda da Tabela 8 – Parâmetros urbanos da Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica (ZEDUS) Tabela 9 – Classificação das atividades em Fortaleza.. Tabela 10 – Classificação das atividades em Fortaleza Tabela 11 – Adequação dos usos a ZEDUS Centro em Fortaleza Tabela 12 – Classificação das vias do sistema viário Tabela 13 – Recuos da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza. Tabela 14 – Recuos do grupo R da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza Tabela 15 – Recuos do grupo CSM da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza Tabela 16 – Adequação dos usos ao sistema viário Tabela 17 – Família residentes em domicílio particular Tabela 18 – Quantitativo de unidades habitacionais

Páginas 35 36 36 41 42 42 45 67 68 68 68 68 69 69 70 70 81 81


LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Comparação das vantagens na abordagem qualitativa e quantitativa Quadro 2 – Tópicos e demandas específicas da Norma Brasileira Regulamentadora

Páginas 46 48


LISTA DE SIGLAS BIM Building Information Modeling BNH Banco Nacional de Habitação CAD Computer Aided Design CEF Caixa Econômica Federal CF/88 Constituição Federal de 1988 COHABS Companhias Estaduais de Habitação Covid-19 Coronavírus DATec Documento de Avaliação Técnica DPB Domus Populi Brasitherm FAR Fundo de Arrendamento Residencial FCP Fundação Casa Popular FDS Fundo de Desenvolvimento Social FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FINEP Financiadora de Estudos e Projetos FJP Fundação João Pinheiro HIS Habitação de Interesse Social IAPS Institutos de Aposentadorias e Pensões IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ITA Instituições Técnicas Avaliadoras LUOS Lei de Uso e Ocupação do Solo NBR Norma Brasileira Regulamentadora ONU Organização das Nações Unidas PAC Programa de Aceleração do Crescimento PAIH Plano de Ação Imediata para a Habitação PAR Programa de Arrendamento Residencial PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat PcD Pessoas com Deficiência PCVA Programa Casa Verde e Amarelo PMCMV Programa “Minha Casa, Minha Vida” PNH Política Nacional de Habitação PROJEEE Projetando Edificações Energeticamente Eficientes RMF Região Metropolitana de Fortaleza SBPE Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo SFH Sistema Financeiro de Habitação SHP Solução Habitacional PRECON SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras SiMaC Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos SiNAT Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores e Sistemas Convencionais SisHab Sistema da Habitação SPU Secretaria do Patrimônio da União TCC Trabalho de Conclusão de Curso UNIFOR Universidade de Fortaleza ZEDUS Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica


SUMÁRIO

01 02

INTRODUÇÃO

MÉTODO

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1.1 JUSTIFICATIVA 1.2 OBJETIVOS


03 04

REFERENCIAL CONCEITUAL

REFERENCIAL PROJETUAL

3.1 HABITAÇÃO: DÉFICIT HABITACIONAL 3.2 TIPOLOGIAS DE EDIFICAÇÕES 3.3 QUALIDADE DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

4.1 CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS 4.2 VIA VERDE 4.3 ONE CENTRAL PARK

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05 06

PROJETO ARQUITETÔNICO 5.1 PROGRAMA ARQUITETÔNICO 5.2 TERRENO 5.3 CONCEPÇÃO 5.4 DESENHOS ARQUITETÔNICOS

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MEMORIAL JUSTIFICATIVO E DESCRITIVO 6.1 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS 6.2 ESTRUTURA E SISTEMA CONSTRUTIVO

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07 08

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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01

INTRODUÇÃO


1. INTRODUÇÃO O presente trabalho consiste no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Este apresenta a pesquisa e a proposta de um projeto arquitetônico para um edifício de uso misto popular a partir de uma abordagem bioclimática e sustentável de projeto. O projeto é planejado para ser implantado no bairro Centro da cidade de Fortaleza-CE. Em função do crescente aumento populacional, problemas de moradia e de qualidade de vida nas grandes cidades tem levado a um crescente número de construções, especialmente nas grandes cidades brasileiras, fomento por programas de financiamento de habitações. As edificações estão associadas à diversos impactos ambientais, inclusive globais, como as mudanças climáticas e aquecimento global, em virtude de seu alto consumo energético no processo de construção e de uso, responsável por uma grande parcela de emissão de gases de feito estufa para atmosfera. Para acompanhar esse crescimento rápido o setor da construção civil tem optado por soluções construtivas nocivas ao meio ambiente, tornando-se um dos setores mais poluentes do mundo. Além desse fator, o crescimento populacional tem gerado um crescente aumento do déficit habitacional e dos assentamentos precários, propiciando ainda mais a degradação ambiental. A população de baixa renda no Brasil carece de diversos direitos básicos, sendo um deles o direito à moradia. Atualmente, o déficit habitacional é um dos maiores problemas enfrentados no Brasil. Segundo a Fundação João 24

Pinheiro (FJP), (2019), cerca de 103.269 famílias viviam em condições de moradia precárias na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A falta de políticas públicas mais assertivas tem ocasionado diversos problemas sociais, tais como saúde precária, falta de saneamento, entre outros. Com o intuito de restaurar a dignidade dessas famílias, o governo tem apostado na construção de grandes conjuntos habitacionais nos subúrbios das cidades. Longe dos centros urbanos esses conjuntos carecem de infraestrutura básica, dificuldade de acessos e condição de segurança precária, impossibilitando a comunidade mais pobre de residir próximo ao seu local de trabalho, e acentuando problemas ambientais com transporte, como emissão de poluentes, uso de energia (combustível), relacionados às maiores distância de deslocamento das áreas residenciais para áreas centrais com maior oferta de trabalho. Essa exclusão também tem gerado problemas sociais, tais como o aumento da criminalidade, desemprego e entre outros, sendo um contraponto à uma alternativa sustentável que visa o bem-estar comunitário. Os conjuntos habitacionais, solução dada pelo governo para o problema do déficit habitacional, são edifícios multifamiliares no qual não há muitas vezes uma preocupação com a estética da edificação, com a conexão com seu entorno imediato e também com princípios bioclimáticos e sustentáveis de projeto para promover o conforto ambiental e a redução dos impactos ambientais da construção, especialmente com a eficiência energética desta. Geralmente, os projetos não apresentam inovações, mantendo por décadas a adoção de sistemas construtivos e materiais convencionais.


A localização desses conjuntos, em sua grande maioria, está localizada longe do centro da cidade, pois atualmente, a área central do centro de Fortaleza-CE é predominantemente ocupado por edificações comerciais e de serviços. Essa predominância acarreta em edifícios subutilizado, no qual apenas o térreo do edifício é ocupado, fazendo até que com os outros pavimentos sejam abandonados ou tenham uma baixa densidade de ocupação. Esses edifícios geram problemas estruturais, oferecendo risco de incêndio e desabamento e contribuem para a proliferação de doenças e até insegurança. Nota-se presente no Centro, diversos terrenos não edificados ou também subutilizados com inúmeras empresas de estacionamentos para veículos automotores, potencializando a degradação da área pela rarefação de uma ocupação residencial. A carência de residências no bairro tornase evidente com a desertificação da área no período noturno após o horário comercial, tornando o local sem vida, favorecendo a permanência de uma condição de insegurança.

1.1 JUSTIFICATIVA A proposição de residências multifamiliares e populares no Bairro Centro, no qual concentra o maior número de empregos na cidade de Fortaleza-CE, consiste em promover à população mais carente o direito à cidade e possibilitar que ela resida próximo de seu trabalho, restaurando sua dignidade e diminuindo inúmeros problemas sociais. O surgimento das residências multifamiliares na área proporcionaria um aumento no trânsito de moradores na região, contribuindo assim para a redução da desertificação dos espaços durante a noite, atraindo restaurantes, bares, mercantis e outros comércios, com o funcionamento no período noturno para atender a demanda

dos novos moradores. Além disso, essa tipologia de edificação contribuiria também para diminuir a degradação ambiental desde que planejada com enfoque no desempenho ambiental, buscando melhores soluções construtivas e visando a melhor qualidade de vida para seus ocupantes. Atualmente, a necessidade pela preservação ambiental é um tema amplamente discutido no setor da construção civil. Um edifício sustentável busca, nas fases de projeto, construção e operação, tanto diminuir os impactos da construção à natureza, como, por exemplo: reduzindo a geração de resíduos e utilizando de maneira eficiência recursos naturais, como materiais, água e energia, mas também diminuindo os impactos no ambiente interno a fim de promover uma melhor qualidade ambiental interna (conforto térmico, luminoso e acústico e qualidade do ar). A proposta do projeto, portanto, visa expandir o termo sustentabilidade para a comunidade mais carente por meio de uma edificação multifamiliar popular na região central do bairro Centro, através de um edifício que se propõe a conectar-se com seu entorno imediato alinhando funcionalidade, estética e sustentabilidade.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral O presente TCC tem como objetivo geral elaborar um projeto arquitetônico para um edifício de uso misto popular a partir de uma abordagem bioclimática e sustentável de projeto. A proposta visa promover a ocupação do bairro central da cidade de Fortaleza-CE, com foco na população de mais baixa renda.

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1.2.2 Objetivos específicos O TCC possui ainda objetivos específicos:

os

seguintes

1) utilizar técnicas que promovam o máximo aproveitamentos dos recursos naturais para gerir uma edificação eficiente; 2) proporcionar a população mais carente acesso a moradia em áreas centrais; 3) propor habitações sustentáveis com o objetivo de diminuir os impactos da construção civil no meio ambiente; 4) projetar edificações adaptáveis para qualquer terreno e qualquer orientação de qualidade para a população de baixa renda; 5) promover a diversificação de usos com o intuito de diminuir a desertificação do bairro centro em períodos noturnos.

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02 MÉTODO


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2. MÉTODO O método para o desenvolvimento do trabalho organiza-se por etapas. A primeira etapa decorreu através de pesquisa em livros, websites, periódicos e entre outras bibliografias. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa aprofundada sobre a contextualização histórica da habitação popular brasileira. Posteriormente, foi realizado uma análise de projetos de referências com a finalidade de produzir diretrizes para nortear a concepção do projeto. Após a criação de diretrizes iniciouse um estudo de condicionantes legais a fim de comprovar a adequabilidade do projeto em função das normas legislativas municipais. A etapa seguinte considerou os condicionantes físicos, iniciando-se com o estudo das exigências espaciais dos usuários permanentes e dos não permanentes, a fim de elaborar o programa de necessidades. Em seguida foi realizado mapas para diagnóstico de uso e ocupação do solo e mobilidade do entorno. Através de softwares de georreferenciamento foi realizado o estudo de análise do terreno no qual visa entender suas características físicas. Em seguida, foi analisado o clima e avaliado as soluções bioclimáticas adequadas ao local. A última etapa consistiu basicamente na própria elaboração do projeto arquitetônico, iniciando-se com o estudo de zoneamento e volumetria da edificação. Depois, a elaboração do estudo preliminar, com desenho das plantas baixas e cortes, com o objetivo de moldar ideias, para então elaborar a etapa final, de anteprojeto. Os desenhos foram elaborados utilizandose nas fases iniciais programas CAD e perspectivas com Sketchup e, posteriormente, a preparação dos desenhos finais com uma ferramenta BIM.

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03

REFERENCIAL CONCEITUAL


3. REFERENCIAL CONCEITUAL 3.1 HABITAÇÃO: DÉFICIT HABITACIONAL (A QUESTÃO DA HABITAÇÃO NO BRASIL ATUALMENTE) A Constituição Federal de 1988 (CF/88) garante o direito à moradia, este determina que é uma competência comum da União, dos estados e dos municípios formular planos nacionais e regionais de ordenação do solo. Cabe a estes “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico” (GOV, 2018). O desenvolvimento da urbanização brasileira acontece de maneira mais expressiva a partir do século XVIII, amadurece no século XIX e apenas no século XX é que atinge as características da atual urbanização (SANTOS, 2009, p. 21). Entre o fim do período colonial até o final do século XIX, o índice de urbanização pouco se alterou no Brasil, entre os anos de 1890 e 1920 cresceu aproximadamente 3% e foi somente no período entre 1920 e 1940 que o Brasil viu sua taxa de urbanização triplicar, chegando a 31,24% (SANTOS, 2009, p. 25). O processo de urbanização dos centros urbanos foi avassalador, compreende-se que esse desenvolvimento não ocorreu de forma igualitária para todos, no qual priorizou-se pessoas com maior poder aquisitivo, segregando e excluindo pessoas com menor poder aquisitivo, com o passar dos anos essa desigualdade tem crescido exponencialmente. No início do século XXI, quando 82% da população do país são urbanos, à imagem das cidades, especialmente das metrópoles,

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se apresenta bastante diversa daquela de 60 anos antes. Violência, enchentes, poluição do ar, poluição das águas, favelas, desmoronamentos, infância abandonada etc. (MARICATO, 2018, p. 1).

O acelerado crescimento urbano acontece ao mesmo tempo em que os diretos básicos garantidos pela Constituição Federal são negados a população pobre, visto que a especulação imobiliária domina os centros urbanos, essa população, sem alternativa, se instalam em regiões periféricas e sem infraestrutura adequada, geralmente em áreas ambientalmente fragilizadas, como próximo a encostas com risco de desabamento, próximo a faixa de praia com risco de soterramento ou entre outras áreas e passam a viver nestes lugares de forma ilegal (Figura 1). A relação entre habitat e violência é dada pela segregação territorial. Regiões inteiras são ocupadas ilegalmente. Ilegalidade urbanística convive com a ilegalidade na resolução de conflitos: não há lei, não há julgamentos formais, não há Estado. À dificuldade de acesso aos serviços de infraestrutura urbana (transporte precário, saneamento deficiente, drenagem inexistente, difícil acesso aos serviços de saúde, educação, cultura e creches, maior exposição à ocorrência de enchentes e desabamentos) somam-se menores oportunidade de emprego, maior exposição à violência (marginal ou policial), difícil acesso à justiça oficial, difícil acesso ao lazer, discriminação


racial. A exclusão é um todo: social, econômica, ambiental, jurídica e cultural. (MARICATO, 2018, p. 1).

Essas regiões periféricas, no qual a população mais carente se instala é denominada de assentamentos precários, esse termo foi adotado pela nova Política Nacional de Habitação (PNH) para caracterizar o conjunto de assentamentos urbanos inadequados ocupados por moradores de baixa renda (BRASIL, 2010). Este inclui favelas, cortiços, conjuntos habitacionais em péssimas condições, loteamentos irregulares e semelhantes.

Figura 1 – Retirada de areia por criança na comunidade Serviluz (Fortaleza-CE) Fonte: IAB-CE (2017).

As habitações que surgem nos assentamentos precários são construídas de forma orgânica, sem nenhuma orientação ou assistência técnica e sem apoio do Estado. As construções são distribuídas de diversos tamanhos e em sua grande maioria com materiais de péssima qualidade, pois a condição

financeira dos moradores determina os parâmetros das edificações. Nos assentamentos precários percebe-se edificações, no qual seus moradores vivem em condições desumanas. Essa tipologia de habitação compõe o quadro do Déficit Habitacional do Brasil. O cálculo do Déficit Habitacional leva em consideração os componentes de ônus excessivo com o aluguel urbano, cuja renda domiciliar era inferior a três salários mínimos, utilizaram mais de 30% dela com aluguel. A coabitação familiar, no qual são famílias conviventes e todas as que estavam morando em cômodos cedidos e alugados e por fim habitação precária, onde se enquadram domicílios improvisados e rústicos (FJP, 2021 p. 14). “Em 2019, o déficit habitacional estimado para o Brasil foi de 5,876 milhões de domicílios, dos quais 5,044 milhões estão localizados em área urbana e 832 mil, em área rural” (FJP, 2021 p. 117). Atualmente o Nordeste ocupa o segundo lugar com 1,778 milhões de unidades, o primeiro lugar é ocupado pela região Sudeste, com o número maior de déficit habitacional, representando 39% do Brasil. No cenário do Nordeste, percebese que a Bahia representa o primeiro lugar com o maior índice de Déficit Habitacional. Dentro desse contexto o Ceará ocupa o quarto lugar, este representa 13.45% do total do Déficit Habitacional no Nordeste.

Tabela 1. Déficit habitacional estimado para o Brasil por regiões (2019).

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2021

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Tabela 2. Déficit habitacional estimado para o Nordeste por estados (2019).

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2021 Tabela 3. Componentes do Déficit Habitacional no Ceará (2019).

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2021

Compreende-se que nos componentes que compões o Déficit Habitacional, a variável do ônus excessivo com aluguel é o maior representante no Ceará. Na RMF 76.779 famílias lutam diariamente com esse fator. Diante do crescente aumento avassalador das cidades e o constante aumento do déficit da moradia nos últimos séculos, o governo executou políticas pública, tais como Habitação de Interesse Social (HIS) e entre outros, com o intuito de controlar e minimizar o aumento exponencial dos assentamentos precários no Brasil. Desde o início da República Velha, no fim do século XIX e início do século XX, o poder público vem lidando com a problemática das habitações. No século XIX “a elite brasileira passou a ter interesses em primar pela saúde e bem estar da população proletária, 36

percebendo que as epidemias originadas nos aglomerados urbanos pobres se alastravam pela cidade como um todo” (RUBIN; BOLFE, 2014, p. 2). Diante desse problema sanitário, o poder público aproveitou a oportunidade para propor políticas públicas que afastaram a população de baixa renda dos centros urbanos com a justificativa de controle sanitário, tendo em vista que as áreas centrais deveriam visar o embelezamento das cidades com o intuito de atrair investimentos estrangeiros. As áreas centrais passaram a abrigar predominante os setores de comércio e serviços, consequentemente o valor de terra próximo a essa área aumentou permitindo apenas pessoas ricas a morar nesses locais (RUBIN; BOLFE, 2014, p. 2). Desta forma, a produção habitacional estava ligada a inciativa


privada, como industrias, companhias ferroviárias e empresas de mineração, que investiram em casas de aluguel conhecidas como “vilas operárias”, pois eram consideradas modelos de “habitação higiênicas” para seus funcionários, excluindo nesse processo a população de baixa renda. A legislação desse período informava que essas habitações deveriam ser construídas longe de locais nobres. No início do período de Getúlio Vargas (1930-1945), a crise da moradia não só atingiu a população de baixa renda, como também a população de classe média, pois nesse período havia uma crise no modelo rentista e uma solução urgente o problema de habitação era necessária. Diante disso, houve um consenso geral no qual percebe-se que a inciativa privada não poderia resolver o problema de habitação, tendo em vista que não estavam solucionando essa problemática da melhor forma e a intervenção do Estado se fazia necessária, sendo necessário investir em recursos públicos e fundos sociais. Em 1931, foi realizado o I Congresso de Habitação em São Paulo, onde se tratou da importância de redução dos custos da moradia, garantindo o acesso da população mais carente. Assim, pensou-se em mudanças nas legislações como o Código de Obras. Foi discutida, então, a questão do crescimento horizontal das cidades, que gera altos custos de urbanização e manutenção de serviços para os cofres públicos, e foram pensadas medidas para combater a especulação e reduzir custos, facilitando o acesso da população carente a terra. (RUBIN; BOLFE, 2014, p. 4).

Segundo Rubin e Bolfe (2014, p. 4 ), são datados dessa época os Institutos de Aposentadoria e

Pensão (IAPS), para solucionar a questão habitacional da classe de trabalhadores ligados à indústria e ao comércio... Os IAPS foram as primeiras instituições públicas que investiram na questão habitacional, mas sua principal finalidade era proporcionar benefícios previdenciários e assistência médica aos seus associados.

Os institutos tinham como finalidade aplicar os recursos arrecadados na aposentadoria em investimentos tais como construções de conjuntos habitacionais para seus associados, fomentando a garantia da casa própria. Os conjuntos dos IAPS foram projetados predominantemente através dos conceitos do movimento moderno, no qual propunha habitação em série, seguindo também o conceito de Le Corbusier de um edifício autosuficiente, com todos os serviços necessários para seus moradores. Outra medida importante na política habitacional brasileira foi a Lei do Inquilinato (1942) no qual buscava desestimular o aluguel e fomentar a iniciativa da casa própria. A lei previa o congelamento dos alugueis com o intuito de diminuir a produção rentista do setor privado. Bonduki (2004, p. 12) afirma que essa medida tinha “[...] levado os trabalhadores a buscar os loteamentos de periferia, até então pouco ocupados”, provavelmente, sem infraestrutura adequada, o que levou a essa população a viver em loteamentos ilegais. A década de 40 é, portanto, crucial no que se refere à ação do Estado no setor habitacional, quando ocorrem as principais intervenções do governo federal – congelamento dos aluguéis, produção em massa de moradias por intermédio dos IAPS e criação da Fundação da Casa Popular. Além disso, no mesmo período

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consolidou-se a aceitação, pelo Estado e pela população, de alternativas habitacionais precárias, ilegais e excluídas do âmbito capitalista, como a favela e a casa própria em loteamentos clandestinos e desprovidos de infraestrutura. Este processo ocorreu numa conjuntura dinâmica de transformações políticas, urbanização, crescimento econômico, mobilização popular e redesenho urbano. (BONDUKI, 2004, p. 209).

A Fundação Casa Popular (1946) foi o primeiro órgão federal no Brasil com o objetivo de oferecer habitação popular para todos. Este tem como objetivo principal resolver as questões habitacional do país, infraestrutura urbana, produção de materiais de construção, estudos e pesquisas etc (VILLAÇA, 1986). “Entre as décadas de 1940 e 1960, a política de habitação consistia na oferta de crédito imobiliário pelas Caixas Econômicas e pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS) ou por bancos incorporadores imobiliários” (RUBIN; BOLFE, 2014, p. 7). A FCP foi criada com o intuito de descentralizar as políticas de habitação desses órgãos, com a finalidade do Estado poder exercer sua contribuição em função de solucionar os problemas das moradias. Segundo Bonduki (1998), a FCP foi uma tentativa frustrada pois não tinha recursos financeiros permanente. Além disso, o setor da construção civil, IAPS e os sindicatos eram contra a FCP, pois acreditavam que seus objetivos não se alinhavam. Essas disputas enfraqueceram ainda mais sua atuação. A crise do setor imobiliário em virtude da Lei do Inquilinato, ocasionou uma crescente diminuição de investimentos no setor e o aumento da população urbana em 1950 agravava os problemas 38

de habitação para a população de baixa renda, resultando no aumento considerado do déficit habitacional. Rubin e Bolfe (2014) afirma que após o golpe de Estado em 1964 o Brasil passou por transformações de ordem política, administrativa e habitacional. Em 1963, o Seminário de Habitação e Reforma Urbana promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, um marco histórico para a evolução do pensamento sobre a questão urbana brasileira, recomenda uma mudança radical na política urbana e habitacional do país. Aproveitando as propostas então formuladas, o Governo Castelo Branco, primeiro governo de revolução militar de 1964, criou o Banco Nacional de Habitação – BNH, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo – SERFHAU e o Sistema Financeiro de Habitação – SFH. A proposta visava oferecer à massa dos trabalhadores o acesso à casa própria, estabelecendo-se assim um forte compromisso social com a retomada do desenvolvimento, segundo a perspectiva ideológica da revolução. (CHAFFUN, 1997, p. 26).

Diante das melhorias de infraestrutura, grandes investimentos e a modernização dos setores produtivos houve um aumento de migração para as grandes cidades, propiciando um aumento do déficit habitacional, causando uma forte crise habitacional. O Banco Nacional de Habitação (BNH) foi criado para resolver a questão de moradia, este juntamente com grandes indústrias financiava os conjuntos habitacionais, sua característica era produção em série e em grande escala de moradias, porém sem atender as necessidades dos usuários. Rubin e Bolfe (2014, p. 08) salienta que “apesar das críticas ao BNH e ao sistema por ele implantado,


sua importância é indiscutível, já que o período entre 1964 e 1986 foi o único em que o país teve, de fato, uma Política Nacional de Habitação”. Um principal produto do BNH foram as Companhias Estaduais de Habitação (COHABS). O BNH era mantido através do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O BNH, durante sua vigência, financiou 4,8 milhões de habitações, em torno de 25% das moradias construídas no país entre 1964 e 1986. As habitações financiadas se destinaram a todas as faixas de renda, pela promoção privada das Companhias de Habitação Popular e pela incorporação imobiliária. Porém, a população de baixa renda é responsável por apenas 20% dos financiamentos. Além das habitações, foram financiadas obras de infraestrutura urbana e equipamentos sociais, vinculados aos empreendimentos habitacionais. (RUBIN; BOLFE, 2014, p. 8).

Compreende-se que o BNH infelizmente não foi capaz de solucionar os problemas de moradia, visto que apenas uma pequena parcela da população de baixa renda conseguiu se beneficiar desse órgão, mostrando mais uma vez a ineficiência do poder público diante da crise de moradia que já estava consolidada. Em 1979, o Brasil estava passando pela crise econômica mundial, houve uma diminuição das atividades econômica, altas taxas de inflação, recessão e desemprego, reduzindo assim o fluxo migratório. Essa crise ocasionou a queda do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)/BNH, pois essa problemática ocasionou a diminuição do poder de compra da classe média.

No ano de 1985 deu-se início

a Nova República, início de uma nova etapa para as políticas urbanas e habitacional brasileira. Em 1986 o BNH foi extinto e suas funções foram designadas para a Caixa Econômica Federal (CEF). O Brasil passava por um período de redemocratização imputada pelo documento da CF/88. A CF/88 tornou obrigatório nos municípios com mais de 20 mil habitantes o Plano Diretor, um instrumento de desenvolvimento e expansão da política urbana brasileira. O governo de Fernando Collor, em 1990, teve como principal programa de habitação o Plano de Ação Imediata para a Habitação (PAIH). Segundo Rubin e Bolfe (2014), durante o governo de Collor a crise habitacional se agravou e seus programas passaram a ser voltados ao capital imobiliário privado. Nesse período, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), (1991), o Brasil chegou a ter 60 milhões de pessoas vivendo nas ruas. “De 1940 a 1991, a população urbana brasileira passou de 31,2% para 75,6% do total” (MARICATO, 1998, p. 1.). Em 1995, entra no governo Fernando Henrique Cardoso e as políticas habitacionais passam por grandes transformações. Em seu governo FHC (1995) reformulou a SFH no qual utilizava os recursos do FGTS e também utilizou o recurso do SBPE para o financiamento de habitações e saneamento. Em 1996, foi criada a Secretaria de Políticas Urbanas que apresentou o documento da PNH com novos programas para habitação, tais como os principais Habitar Brasil, PróMoradia e o Programa de Arrendamento Residencial (PAR). No governo de FHC, foram feitas “1.615.514 unidade habitacionais nos oitos anos de governo” (SOUZA, 2005, p. 152). No ano de 2003, Luís Inácio Lula da Silva (Lula) assume o governo e seu 39


principal objetivo foi a inclusão da população de baixa renda na política habitacional, garantir o acesso a serviços básicos para essa população. Uma de suas primeiras medidas foi a criação do Ministério da Cidade. Ao Ministério compete tratar da política de desenvolvimento urbano e das políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e trânsito. Através da Caixa Econômica Federal, operadora dos recursos, o Ministério trabalha de forma articulada e solidária com os estados e municípios, além dos movimentos sociais, organizações não governamentais, setores privados e demais segmentos da sociedade. (GOV, 2010).

Em 2004 o Ministério da Cidade elaborou a PNH, aprovado pelo Conselho das Cidades, no qual tinha como objetivo propor o Sistema Nacional de Habitação. Este criou um planejamento habitacional com o intuito de diminuir o déficit habitacional através de planos nas esferas nacionais, estaduais e municipais. No governo Lula, foram criados diversos programas no setor habitacional, como o Crédito Solidário, em 2004, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual trouxe investimentos em várias áreas para melhorias de assentamentos precários, o Urbanização de Favelas, em 2007, e o Programa “Minha Casa, Minha Vida” (PMCMV), em 2009. A crise econômica mundial em 2008 estava afetando o mercado imobiliário no Brasil, fazendo com que o governo buscasse medidas com o intuito de diminuir essa deflagração da crise. Diante disso, o PMCMV foi lançado em março de 2009, com o intuito de promover o aquecimento da economia e foi o “carro chefe” do governo de Lula. 40

As metas do programa eram audaciosas. Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF) (2012), o MCMV tinha como objetivos: a) redução significativa do déficit habitacional crônico brasileiro; b) favorecimento da regularização fundiária urbana; c) criação de fonte de demanda de capital e trabalho como medida anticíclica frente aos impactos sofridos pelo país devido à crise mundial de 2008; e d) aumento do investimento na construção civil. (MOREIRA, 2013, p. 5). O Programa incorpora a aquisição de terreno e construção ou requalificação de imóveis contratados como empreendimento habitacionais em regime de condomínio ou loteamento, constituídos de apartamentos ou casa, que, depois de concluídos, são alienados às famílias de baixa renda espalhadas por todo o País. A execução das obras dos empreendimentos é realizada por construtoras devidamente habilitadas e contratadas pela Caixa Econômica Federal, que se responsabiliza pela entrega dos imóveis dentro dos prazos estipulados, prontos para moradia e legalizados. (MORERIRA, 2013, p. 5).

O programa é executado através do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), no qual a União integraliza cotas do FAR, onde estes são previstos no orçamento anual e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), neste caso a União faz transferência de recursos ao FDS. Além dos subsídios dos fundos, os empréstimos eram realizados através dos recursos do FGTS com juros de acordo com as faixas do programa. O FAR realiza os pagamentos à empresa construtora ao longo da construção do empreendimento, que dura cerca de 18 meses. Os imóveis construídos são propriedade do Fundo, registrados em seu ativo. Quando


concluídas, as residências, são alienadas às famílias beneficiadas, que terão um prazo de 120 meses para pagá-las. Nesse momento, não há qualquer desembolso da União. Os gastos do Programa também são feitos de outra forma. A União transfere os recursos para o FDS, a fundo perdido, que, por sua vez, repassa o dinheiro para uma entidade organizadora do empreendimento (uma cooperativa, por exemplo), que construirá as residências. Os imóveis, posteriormente, são alienados para as famílias. Os subsídios concedidos por meio do FDS não são computados como investimentos, embora sejam iguais aos do FAR. (MORERIRA, 2013, p. 6).

Inicialmente, apenas famílias com renda de até 5 mil poderiam ser beneficiadas, no fim do programa este já contemplava famílias com renda de até 6.500 mil reais. Além disso não poderiam possuir casa própria, não poderiam ter recebido outro benefício habitacional do governo e não podiam ter dividas com o governo. A concessão do benefício do PMCMV é definida de acordo com a faixa de renda da população:

O programa era dividido em duas modalidades, o Minha Casa Minha Vida Urbano com modalidades MCMV Empresas, MCMV Entidades, MCMV Oferta Pública ou MCMV FGTS para a população da faixa 1 e o MCMV FGTS atendendo as demais faixas. A segunda modalidade é o Minha Casa Minha Vida Rural. No governo de Lula, o programa inicia-se na fase 01, no qual tinha como meta o financiamento de 1 milhão de moradias. A fase 02 do programa teve seu início no governo de Dilma Rousseff em 2011. Neste período, o governo federal se comprometeu com uma nova meta de realizar o financiamento de 2 milhões de casas até o fim do seu mantado em 2014. Moreira (2013) informa que, para a fase 01 do PMCMV foram investidos 34 bilhões de reais para atingir a meta estipulada, porém na fase 02 o investimento foi de 278,2 bilhões de reais, tendo um aumento considerável. No ano de 2015 houve um agravamento na crise do setor imobiliário. Isso se deu devido ao enfraquecimento da economia e as incertezas políticas diante de um processo de impeachment que estava em trâmite na época. Essa crise afetou o PMCM, diminuindo os investimentos destinado ao programa e aumentou os juros nos créditos.

Tabela 4. Faixas de renda para a concessão do benefício do PMCMV.

Fonte: Site governo 2020

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Diante de uma economia enfraquecida, proporcionando um aumento no desemprego, o poder de compra da população caiu, afetando os financiamentos do programa. Em 2016, Dilma sofreu o processo de impeachment e foi impedida de da continuidade ao seu mandato. O PMCM perdurou por mais 4 anos, sem melhorias até seu fim em 2020 após a entrada do atual presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro. Durante seu funcionamento o programa foi muito bem visto e apoiado pelos brasileiros, porém foi alvo de críticas pois continuou repedindo alguns erros das habitações dos governos passados, como a produção em série de moradias sem levar em consideração as necessidades de seus usuários. Para Klintowitz (2016, p. 04) “O modelo do MCMV implementado privilegiou a concessão maciça de subsídios para faixas de renda mais altas” (Tabela 5).

Por fim os conjuntos habitacionais em sua grande maioria eram erguidos longe dos centros urbanos, Maricato (2018) afirma que esses conjuntos levarão várias décadas para se integrar às cidades, as regiões não têm infraestrutura adequada e estão vulneráveis ao crime organizado. Em 2020, o atual governo federal do Brasil decretou o fim do PMCMV e lançou um novo programa chamado Casa Verde e Amarelo (PCVA). Pratica comum dos governos não darem continuidade aos programas dos governos antecessores ou alterar seus nomes, realizando ajustes. O programa visa não só atuar na área de produção habitacional subsidiada, mas também na regularização fundiária, melhoria e produção habitacional financiada pelo FGTS. Este tem como meta atender 1.6 milhões de famílias de baixa renda. A concessão do benefício é dada através dos grupos (Tabela 6).

Tabela 5. Contratações Minha Casa Minha Vida (2009 - 2020).

Fonte: Site Sistema da Habitação (Sishab). Tabela 6. Grupo de renda para a concessão do benefício do PCVA.

Fonte: Site governo 2020 e Caixa Econômica Federal 2020

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Além do PCVA, atualmente se: o Financiamento do Crédito Fundiário para a população rural adquirir seu imóvel: o Financiamento de Imóveis para compra de imóveis novos ou usados possui “parcela do financiamento pode ser de até 30% da sua renda familiar bruta e é possível utilizar o seu FGTS como parte do pagamento” (CEF, 2020), e o Financiamento para Construção, carta de crédito para adquirir o terreno e construir a casa.

3.2 TIPOLOGIAS DE EDIFICAÇÕES (CLASSIFICAÇÃO FAIXA 1)

Percebe-se que o PCVA excluiu a população de baixa renda, pois com os juros altos e o valor baixo do subsídio inviabiliza o financiamento para essa classe. Apesar de ser um programa novo, não existem muitos dados e análises, porém à primeira vista, compreende-se que o mesmo possa contribuir ainda mais para o aumento do déficit habitacional, principalmente diante da crise econômica causada pela crise sanitária atual.

Pelo Brasil, essas tipologias em sua grande maioria se ramificam em casas térreas isoladas com 02 ou 03 dormitórios, casas térreas geminadas com 02 ou 03 dormitórios, edifícios com térreo e até mais 03 pavimentos e edifícios com térreo e mais de 04 pavimentos. Este último não é encontrado no Ceará, pois ele tem um custo maior na sua construção em visto que precisa de uma estrutura mais complexa e inclusão de elevadores.

Atualmente, o mundo está passando por uma das maiores crises sanitárias dos últimos séculos. A disseminação do Coronavírus (Covid-19) tem matado milhares de pessoas no mundo inteiro, este tem ocorrido de forma pior no Brasil em decorrente aos problemas de falta de infraestrutura, principalmente em áreas periféricas, diante desse fato contribui para medidas extrema como solução dos governadores em manter a população dentro de casa através do isolamento social.

O Residencial Demócrito Dummar em Maracanaú-CE, financiado pelo PMCMV Empresas tem como tipologia apartamentos com térreo e mais 01 pavimento, esse residencial conta com 824 unidades habitacionais com média de aproximadamente 48m² de área e cada unidade possui 02 quartos. Arquitetura também em formato de caixa, revestido com tintas em tons claros apresentandose também uma monotonia arquitetônica.

O isolamento social impediu com que a população pudesse sair de casa para trabalhar, em decorrência disso empresas não conseguiram se manter, levando o mesmo a falência e o aumento na taxa de desemprego. A falta de políticas públicas atual tem levado milhares de brasileiros a não conseguirem pagar seus alugueis, consequentemente proporcionando o crescimento do déficit habitacional.

Após mais de 10 anos de atuação no setor de habitação, sendo um dos maiores combatentes do déficit habitacional, o PMCMV para faixa 01 caracterizou as HIS. As tipologias dos imóveis são divididas entre: apartamento e casa.

Figura 2 – Residencial Demócrito Dummar em Maracanaú-CE Fonte: Correta Engenharia (S.D.).

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A tipologia do Residencial Maria Alves Carioca, térreo mais 03 pavimentos é comum em Fortaleza-CE. Foram entregues 192 unidades de 50m² de área e cada unidade habitacional possui 02 dormitórios. O residencial foi financiado pelo PMCMV Empresas para faixa 01. A edificação em formato de caixa, pintada em tons de bege não possui nenhum elemento arquitetônico marcante, tornando-se uma arquitetura monótona.

Figura 3 – Residencial Maria Alves Carioca em Fortaleza-CE Fonte: Rodrigo Rocha (S.D.).

Alexios Jafet, localizado em São Paulo-SP possui até 14 pavimentos, as unidades habitacionais possuem 02 dormitórios e elevadores foi financiado pelo PMCMV Entidade para faixa 01. O empreendimento conta com 1.104 unidades, sendo 3 tipologias de unidades com 57m², 58,70m² e 55,60m² de área. Em fases finais da construção percebese que não possui uma arquitetura marcante, sem elementos de fachada, como varandas ou sistemas de proteção solar. Esse tipo de edificação com mais de 04 pavimentos para o MCMV faixa 1 não é possível ser encontrado no estado do Ceará, pois os construtores tendem a executar o básico possível para que seu lucro seja maior, porém é importante ressaltar que apesar de não ser presente no estado do Ceará esse tipo de tipologia mais verticalizada podia ser construído para abrigar mais famílias.   44

Figura 4 – Alexios Jafet em São Paulo-SP Fonte: Lei da Auto Gestão Já (S.D.).

Edifício Dandara em São PauloSP foi um projeto de requalificação de imóvel urbano financiado pelo PMCMV Entidades. O imóvel foi doado pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por muitos anos estava abandonado e sem uso. O imóvel contemplou 120 famílias. Essa modalidade não é presente no Ceará, porém foi um instrumento de extrema importância na cidade de Fortaleza, pois a cidade conta com muitos edifícios abandonados.

Figura 5 – Edifício Dandara Fonte: Revista da Produção de Habitação em Autogestão (S.D.).

A tipologia de casas geminadas é presente no Residencial Raquel de


Queiroz em Quixadá-CE, o residencial foi financiado pelo PMCMV Empresa e contemplou 1454 famílias, cada unidade habitacional tem 02 quartos e possuem 42,50m² de área. Essa tipologia é muito frequente no interior do Ceará. As casas em sua grande maioria apresentam ainda mais uma arquitetura monótona, materiais simples e sem nenhum elemento de composição formal que as diferencie.

Figura 6 – Residencial Raquel de Queiroz em Quixadá-CE, financiado pelo PMCMV Empresas Fonte: Morefácil Construtora e Incorporadora (S.D.).

Para o Residencial Monsenhor Montenegro foi adotado a tipologia de casas isoladas, financiado pelo PMCMV Empresas. neste, foram construídas 596 casas com 02 quartos e sua área de 43m². Percebe-se uma preocupação da construtora em quebrar a monotonia da fachada das casas, porém continua seguindo o mesmo exemplo arquitetônico simplista, com repetição de padrões de forma.

A padronização em série das edificações refletiu na estética do edifício, possuindo uma arquitetura monótona, provocada pela repetição de projetos idênticos ou similares. Diante desse fato, percebe-se que a preocupação com a estética e a sustentabilidade foram deixadas de lado na concretização do PMCMV. Essa abordagem também refletiu de forma negativa nas plantas baixas. Os parâmetros do CEF determinam que a unidade mínima apresentada para casa necessita ter “a área mínima de casa deve ser a resultante das dimensões mínimas atendendo o mobiliário mínimo definido nas especificações mínimas da Portaria 660/2018 do Ministério das Cidades”, constando no mínimo dois dormitórios, sala de estar/refeições, cozinha, banheiro e circulação e não deve ter menos de 38m². Para apartamentos a unidade mínima se repete, alterando apenas a metragem mínima estabelecida para 39m². O SisHab determina que a área média das edificações por tipologia adotada (Tabela 7). Tabela 7 – Adicionar aqui legenda da

Fonte: Desenho Universal para HIS (2010).

Figura 7 – Residencial Monsenhor Montenegro em Crato-CE Fonte: Morefácil Construtora e Incorporadora (S.D.).

Diante dessa premissa as construtoras reproduziram em série o mesmo tipo de habitações em condições mínimas, as vezes alternando apenas a quantidade de dormitório de 2 para 3 quartos. Esse programa de necessidades mínimo tem gerado críticas, pois segue um modelo para um tipo de família, sendo que atualmente esse tipo de família padrão tem se alterado. 45


No que se refere aos espaços internos da habitação, as variações no tamanho e na tipologia – casa ou apartamento – resultam de uma mesma concepção geral baseada na pré-determinação do modo de morar, por sua vez ancorada em um perfil igualmente pré-determinado do grupo doméstico, a saber a família nuclear. Embora este perfil (casal mais filhos) ainda seja majoritário na sociedade brasileira, indicadores recentes têm apontado para tendências de alterações importantes: não só o número de filhos tem diminuído, como tem aumentado o número de famílias com outros perfis, como por exemplo, as chefiadas por mulheres sem cônjuge. Há que se considerar ainda a existência de famílias ampliadas, compostas de membros com graus variados de parentesco e ligação: noras, genros, sobrinhos, netos, afilhados, etc., assim como a existência de disparidades consideráveis entre as diversas regiões do país. Por todos esses motivos, um programa nacional de moradia que considere apenas um perfil de morador incorrerá em generalizações e distorções grosseiras que não atenderão satisfatoriamente todos os grupos a que se destina. (NASCIMENTO; TOSTE, 2011, p. 01).

O PMCMV com o intuito de diminuir o déficit priorizou a quantidade sem pensar na qualidade das habitações. Essa repetição de projetos não atende o usuário e também fomenta uma arquitetura simplista que caracteriza as habitações para a população de baixa renda.

3.3 QUALIDADE DAS HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL A Organização das Nações Unidas (ONU) no Comentário n. 4 do Comitê sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, determina que uma habitação digna deve ter privacidade, espaço acessível, segurança adequada, iluminação e ventilação suficientes, infraestrutura básica e localização adequada, próximo ao trabalho e serviços essenciais, por fim tudo isso a custo acessível. Essas são características mínimas para uma melhor qualidade de vida dos moradores. Atualmente o desafio enfrentado pelo Brasil é promover a construção de HIS em quantidade e garantir sua qualidade com baixo custo. A abordagem quantitativa é vantajosa para a economia e para a redução do déficit habitacional, porém a necessidade de uma moradia com qualidade se faz presente na sociedade. É extremamente importante a qualidade da habitação, pois proporciona o bemestar, melhorando a qualidade de vida dos moradores e garantindo, assim, o sucesso da comunidade (PEDRO, 2013, p. 1).

Quadro 1 – Comparação das vantagens na abordagem qualitativa e quantitativa

Fonte: Pedro, 2013, p. 06.

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Pedro (2013) explica através da comparação no Quadro 1, as vantagens entre as abordagens quantitativas e qualitativas dentro da construção das habitações de interesse social. Diante disso, percebe-se que pensar quantitativamente só atende as necessidades imediatas da economia e pensar qualitativamente busca atender aos interesses de moradores, contribuindo assim para o futuro de uma comunidade vibrante e sustentável. A qualidade de um empreendimento condiciona o sucesso ou o fracasso da comunidade. Um empreendimento com qualidade promove a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida dos residentes, reflete-se no aumento dos valores de propriedade, contribui para a redução da criminalidade, tem benefícios para a saúde pública e pode aliviar as dificuldades de transporte. (PEDRO, 2013, p. 06).

Atualmente, a construção acelerada na construção da habitação com baixo recurso financeiro é pensada através da abordagem quantitativa e dessa forma acarreta na falta de qualidade das moradias, tais como empreendimento localizados em áreas periféricas, com infraestrutura precária, longe das áreas urbanas e dominadas pela criminalidade, edificações genéricas projetadas de forma não sustentável e sem se preocupar com os moradores.

Marques (2015, p. 01) ressalta o Brasil apresenta nos últimos anos, uma grande expansão no setor da construção civil, sendo estes de forma muito rápida e desordenada e visando, principalmente, o lucro econômico de construtoras e incorporadoras. Com isso promoveu-se, o decaimento da qualidade das edificações.

Reafirmando o propósito de garantir “a qualidade, com obras marcadas pela segurança e durabilidade; e a produtividade do setor da construção a partir da sua modernização” (GOV, 2020), o governo lançou a ferramenta Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). O programa é de adesão voluntária e visa organizar o setor da construção civil em prol de melhorar a qualidade das habitações fazendo uma avaliação de conformidade em fabricantes e construtoras, com o intuito de buscar melhorias “melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos” (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, s.d.). O Governo Brasileiro (2020) explica que programa é dividido em 3 sistemas: 1) Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras (SiAC), que fornece “certificação de sistemas de gestão da qualidade de construtoras”; 2) Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC), que faz “monitoramento da conformidade na fabricação, importação e distribuição de materiais, componentes e sistemas construtivos utilizados na construção civil”; 3) Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores e Sistemas Convencionais (SiNAT), que realiza a “avaliação de tecnologias inovadoras e de sistemas convencionais na construção civil”.

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O responsável idealizador da tecnologia inovadora, podendo ser sistemas construtivos, materiais ou componente, deverá procurar uma Instituições Técnicas Avaliadoras (ITA), credenciada ao SiNAT, para uma avaliação técnica, após essa etapa a avaliação é encaminhada ao PBQP-H para avaliarem os resultados e então emitir o Documento de Avaliação Técnica (DATec), este documento contém o resultado da avaliação técnica realizada pelo PBQP-H para sistemas inovadores, tendo validade de 2 anos, sendo realizada uma nova avaliação para garantir a melhor qualidade e segurança das edificações. O SiNAT é um sistema que avalia produtos inovadores utilizados nos processos de construção que ainda não possuem normas técnicas estabelecidas pela ABNT. Dessa forma, atesta sua conformidade, garante sua qualidade e avalia o seu desempenho. O sistema também avalia os sistemas convencionais, com o objetivo de contribuir para o atendimento à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575). (GOV, 2020, p. 01).

O PBQP-H exige das construtoras o comprimento da Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 15575. Esta norma foi atualizada e está em vigor desde julho de 2013, essas exigências se referem a sistemas que compõem edificações habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado. O foco da norma está no comportamento em uso da edificação e não na prescrição de como os sistemas são construídos. (LAZZARINI; HIPPERT, 2020, p. 01).

A NBR 15575 surgiu através da iniciativa da CEF e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). A norma surgiu com o intuito de “nortear tecnicamente o mercado e induzir a uma melhoria da qualidade das construções. Sua importância consiste no fato de criar um marco regulatório no setor para construção civil” (MARQUES, 2015). Esta foca no atendimento das exigências mínimas dos usuários, no qual devem promover a segurança, sustentabilidade e habitabilidade dos usuários. Estão presentes na norma seus tópicos e para cada um demandas específicas que são divididos da seguinte forma.

Quadro 2 – Tópicos e demandas específicas da Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 15575

Fonte: Guia para arquitetos na aplicação da norma de desempenho (2015).

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O papel da norma é priorizar as exigências dos usuários, aplicando diretrizes na concepção dos projetos para que o resultado se obtenha uma edificação com qualidade. De acordo com Marques (2015), a norma proporcionou grandes melhorias nas habitações que adotaram as diretrizes da norma, proporcionando uma boa qualidade habitacional, porém percebese que as construções que utilizam a norma apresentam um alto custo, sendo a priori mal vista pelos construtores, porém a longo prazo a norma visa melhor qualidade de vida, valorização da edificação e menores gastos com manutenção. Em 2021, a norma foi republicada com novos critérios de desempenho. Com o objetivo fomentar a construção de edificações que adotem soluções sustentáveis, a CEF lançou o Selo Casa Azul. O selo foi criado em 2009 e de acordo com a CEF (2020) foi o primeiro sistema de classificação do índice de sustentabilidade para projetos habitacionais. Em 2020, o sistema passou por uma atualização e passou a ser chamado de Selo Casa Azul +. O objetivo do Selo Casa Azul + CAIXA é reconhecer e incentivar a adoção de soluções urbanísticas e arquitetônicas de qualidade, assim como o uso racional dos recursos naturais na produção de empreendimentos a serem executados no âmbito dos programas habitacionais operacionalizados pela CAIXA. Sua aplicação busca também promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre os benefícios sociais e econômicos das construções sustentáveis, considerando a redução do custo de manutenção dos edifícios e das despesas mensais de seus usuários. (CEF, 2020, p. 01).

O instrumento possui 4 níveis de gradação, sendo: Bronze, Prata, Ouro e Diamante, que são concedidos de acordo com a pontuação adquiridas em relação aos critérios de avaliação existente. Os critérios de avaliação do sistema são distribuídos nas categorias: “Qualidade Urbana e Bem Estar”, “Eficiência Energética e Conforto Ambiental”, “Gestão Eficiente da Água”, “Produção Sustentável”, “Desenvolvimento Social” e “Inovação”. Os empreendimentos que se candidatarem ao selo devem atender os pré-requisitos necessários como adotar a norma de desempenho NBR 15.575:2013, aplicar regras dos programas e linhas de financiamento da CAIXA, obedecer às diretrizes SINAT, nos casos de sistemas inovadores, ter Política Socioambiental FGTS, se for o caso e respeitar o Código de Práticas CAIXA. A CEF informa que a adesão ao sistema é voluntária e traz benefícios para o construtor através de “desconto nas taxas de juros de financiamento da produção do empreendimento, atuação responsável com construções de baixo impacto ambiental”, para o adquirente “possibilidade de taxa de juros diferenciada para aquisição de Unidades de Empreendimento com certificado do Selo Casa Azul CAIXA” e para a sociedade “Empreendimentos habitacionais que priorizam o uso racional de recursos naturais na construção, adotem soluções urbanísticas e arquitetônicas de qualidade, promovam o desenvolvimento social e que se integrem à área de intervenção trazendo impactos positivos”. Diante de um mercado competitivo de materiais para a construção civil, empresas com o intuito de suprir esse rápido crescimento do setor buscam investir em materiais baratos que 49


acabam se tornando nocivos ao meio ambiente, contribuindo para que o setor da construção civil seja um dos mais poluentes do mundo. Visando diminuir gastos, construtoras recorrem a sistemas construtivos também nocivos ao meio ambiente, pois outros métodos encarecem as construções, pois necessitam de mão de obra especializada para serem executadas, tornando em sua grande maioria inviável. No cenário atual das habitações, a grande maioria das edificações construídas atualmente não contam com um profissional qualificado, capaz de adotar diretrizes que visam um melhor desempenho ambiental e assim proporcionar uma melhor qualidade de vida. O alto índice de edificações irregulares se dá a falta de políticas públicas que proporcionam um ensinamento básico e acompanhamento técnico para a população sobre as vantagens de uma construção com um bom desempenho ambiental.

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REFERENCIAL PROJETUAL


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4. REFERENCIAL PROJETUAL 4.1 CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS O Conjunto Habitacional Heliópolis faz parte do Programa de Reurbanização de Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo, localizado no bairro do Ipiranga, região sudeste da capital, área estruturada e bem localizada, diferente do cenário de grandes HIS. O projeto tinha o intuito de realocar várias famílias que vivem em uma das maiores comunidades de São Paulo. Diante do grande tamanho da comunidade, ela foi dividida em glebas, sendo estas distribuídas entre vários escritórios de arquitetura. Ao escritório Biselli Katchborian Arquitetos foi destinado o lote denominado de Gleba G, localizado na entrada do bairro. Os idealizadores do projeto buscaram fugir da tipologia comum das habitações de interesse social, no qual era bastante presente torres isoladas sem nenhuma conexão com o bairro. Partindo dessa premissa, o escritório Biselli Katchborian Arquitetos (2021) relatou em entrevista que adotou um “modelo típico de quadra europeia. Os edifícios estão no alinhamento do lote junto à rua, conformando um pátio interno de acesso público, voltado ao lazer dos moradores do conjunto.” Dessa forma tornando54

se possível integrar a edificação com o seu entorno e também possibilitando privilegiar o espaço público para os moradores. Quando do desenho da quadra, os arquitetos elaboraram uma pequena praça em frente ao Conjunto como elemento de transição entre a Avenida das Juntas Provisórias e a edificação, onde existem algumas vagas de estacionamento utilizadas por moradores e seu uso é prejudicado pelo alto trafego de veículos da Avenida. Na face Sudoeste, à Rua Comandante Taylor, o conjunto é recuado do alinhamento da via em função de um talude existente e mantido pelo projeto, onde o acesso de pedestres é feito por meio de quatro passarelas transversais à rua, executadas em concreto, em dois diferentes níveis que dão acesso ao conjunto. (MASSIMINO, 2018, p. 01).

Figura 8 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis Fonte: .ArchDaily Brasil (2021, online).

Diante de um baixo orçamento e com o desafio de alocar 420 unidades


Figura 9 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis Fonte: Galeria da Arquitetura (2021, online).

habitacionais sem verticalizar muito a edificação, pois não era possível a adoção de elevadores no projeto, estes encarecem a obra e demandam manutenções constantes, tornando-se assim inviável para esse tipo de projeto de habitações de interesse social a utilização do mesmo. A solução para esse problema se deu graças aos desníveis naturais do terreno possibilitando a “construção de até 8 pavimentos sem o recurso a elevadores, com acessos em diversos níveis e em conformidade com a legislação de subida máxima” relatou o escritório Biselli Katchborian Arquitetos (2015).

No projeto foi adotado uma pequena área comercial e de serviço no térreo, para moradores oferecerem seus serviços e assim contribuir para sua renda. Um pátio público central proposto para uma grande área de lazer com equipamentos de ginástica, recreativos e uma iluminação especial. Por fim, 420 unidades habitacionais com dois tipos de unidade habitacional, de aproximadamente 50m², para atender as necessidades de cada família.

Figura 10 – Planta de implantação do Conjunto Habitacional Heliópolis Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

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Figura 11 – Planta tipo A e B do Conjunto Habitacional Heliópolis Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

O conjunto Heliópolis (Juntas Provisórias) além de seu uso habitacional possuí alguns espaços comerciais localizados na face da Rua Maciel Parente. A implantação perimetral no lote, adotada como elemento definidor do partido arquitetônico do conjunto, organiza as unidades habitacionais em torno do pátio central, e possibilita uma alternativa de lazer e convivência social aos moradores. (MASSIMINO, 2018, p. 01).

As unidades habitacionais são compostas por 2 dormitórios, sala de estar e jantar, cozinha, área de serviço, 1 sanitário e sacada. No térreo da edificação podemos encontrar essas mesmas unidades adaptadas para pessoas com mobilidade reduzidas com acesso direto para a rua. As plantas possuem grandes vãos abertos garantido uma boa iluminação natural e ventilação natural. A unidade tipo um possui um recuo em sua planta, sala de estar e terraço, em relação à face dos dormitórios e que, quando do agrupamento das unidades, gera uma tensão no volume e acaba por quebrar a monotonia do grande edifício

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laminar, tão comum aos conjuntos habitacionais. A unidade tipo um possui um recuo em sua planta, sala de estar e terraço, em relação à face dos dormitórios e que, quando do agrupamento das unidades, gera uma tensão no volume e acaba por quebrar a monotonia do grande edifício laminar, tão comum aos conjuntos habitacionais. (MASSIMINO, 2018, p. 01).

A demanda por um projeto de baixo custo direcionou os autores do projeto a buscar soluções construtivas práticas e acessíveis, diante disso foi adotado a alvenaria de blocos de concretos, pois é um sistema construtivo simples e de fácil execução. Além disso, para os pórticos foram adotados uma estrutura mista, em concreto armado, possibilitando suportar o grande vazio e pôr fim a utilização de estruturas metálicas nas passarelas facilitando assim vencer vãos de 27m. A volumetria final das unidades habitacionais proporciona uma arquitetura singular, são vários edifícios independentes marcados pelo emprego das cores garante uma identidade ao lugar. O formato da edificação proporciona ritmo e movimento, dispensando qualquer


Figura 12 – Visão interna do Conjunto Habitacional Heliópolis Fonte: Galeria da Arquitetura (2021, online).

traço de monotonia. Em entrevista, Biselli justifica sua ideia de movimento “embora portas-balcão e janelas tenham modelos idênticos, elas diferem no modo de abrir. Enquanto uma abre para a direita, a outra abre para esquerda; elas se movimentam de tal forma que nunca ficam iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia ou noite uma nova fachada”.

Esse projeto serviu como referência pois busca alinhar a função da edificação com uma melhorar qualidade de vida, localizado em uma região privilegiada diante do cenário atual das HIS, com uma infraestrutura bem definida, mostrando aos moradores que é possível viver próximo de seus trabalhos em uma moradia que visa melhorar sua qualidade de vida sem esquecer do aspecto plástico da edificação.

4.2 VIA VERDE O Via Verde é um edifício de uso misto acessível e sustentável desenvolvido com o intuito de promover uma vida urbana mais saudável. O empreendimento está localizado no sul do bairro Bronx em Nova York, seu surgimento se deu pelo compromisso de influenciar positivamente a arquitetura das novas habitações de interesse social.

Figura 13 – Perspectiva do Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

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O empreendimento inovador foi vencedor New Housing New York Legacy Competition, renomado concurso internacional de ideias e projetos para a cidade de Nova York, patrocinado pelo New York City HPD, AIA New York, NYSERDA e Enterprise Community Partners. O projeto foi idealizado em parceria pelos arquitetos dos escritórios Dattner Architects e o Grimshaw Architects no ano de 2012. Guiados com o intuito de reforçar um senso de comunidade e vitalidade para seus moradores. O Via Verde compreende uma área de 28000m², com 222 apartamentos divididos em 03 partes diferentes, sendo eles uma torre escalonada com 6 a 13 pavimentos com apartamentos duplex, uma torre de 20 pavimentos distribuídos em estúdios e apartamentos de 2 e 3 quartos e pôr fim ao sul do terreno moradias de 2 a 4 pavimentos. Além do setor residencial no térreo é possível encontrar comércios, um centro de saúde para a comunidade e espaços para co-working. Todo o edifício é contemplado por grandes áreas verdes criando uma relação entre os moradores e a vida natural. Uma grande horta coletiva compõe o estilo de vida saudável e comunitário. Reportagens exemplificam esses espaços como: Um jardim dinâmico serve como elemento organizador para a comunidade. O jardim começa como um pátio ao nível do solo e, em seguida, sobe em espiral, através de uma série de jardins de cobertura

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voltados ao sul, criando uma avenida para os residentes. Um terraço e uma sala de uso comum no último andar da torre oferece vistas espetaculares. Os jardins multifuncionais criam oportunidades para jardinagem, cultivo de frutas de vegetais, lazer e encontro social, além de fornecer os benefícios do controle de águas pluviais e isolamento reforçado. O edifício tem a forma de um "tentáculo" subindo do térreo para a torre, enfatizando a relação com o mundo natural. (DESCONHECIDO, 2018, p. 01).

O projeto foi idealizado com o intuito de alcançar a certificação Gold LEED, sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, este selo tem como

Figura 14 – Planta de situação do Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

Figura 15 – Planta de coberta do Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).


objetivo incentivar a criação de projetos e execução de obras sustentáveis. Receber a certificação proporciona diversas vantagens tais como diminuição de custos, benefícios sociais e entre outros. Além disso, contribui para a diminuição do consumo de água, energia, também contribui para a diminuição da produção de gás carbono e dos resíduos sólidos. O projeto buscou incorporar grandes janelas, permitindo a maior entrada de iluminação natural, além de promover ventilação cruzada em suas residências, aumentando o a circulação natural da ventilação, proporcionando uma redução no gasto de energia. Painéis fotovoltaicos em formato de pérgolas fornecendo sombra para os moradores e energia para o empreendimento. Também foram utilizado estrutura para o reuso de água de chuva, telas de proteção pré-fabricadas com madeira e por fim brises e toldos para proteção solar das fachadas. O projeto em questão foi referenciado pois visa melhorar a qualidade de vida dos moradores, com hortas comunitárias, amplos espaços livres para reunião e contemplação e além disso houve uma preocupação com a manutenção da edificação através da entrega de um manual “Guida de Vida Verde” com informações incentivadoras para uma melhor otimização da energia e fomentar uma vida mais saudável.

Figura 16 – Planta baixa tipo duplex com 2 quartos e sua localização no Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

Figura 17 – Planta baixa tipo com 2 quartos e tipo com 1 quarto e sua localização no Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

Figura 18 – Planta baixa com moradias de 2 a 4 pavimentos e sua localização no Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

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Figura 19 – Perspectiva do Edifício Via Verde Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

4.3 ONE CENTRAL PARK One Central Park é uma edificação imponente integrada com design biofílico de uso misto, projetado pelo Ateliers Jean Nouvel, tendo sua localização em Sydney na Austrália. A concepção do projeto surgiu como parte de um masterplan com o intuito de renovar a área do Central Park de Sydney. O edifício prova o interesse na região de aproveitar ao máximo o uso do solo com possibilidades de edificações de uso misto. Localizado em um lote que anteriormente abrigava Figura 20 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park uma antiga cervejaria, a Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online). edificação contempla 2 torres, sendo uma com 12 pavimentos e outra torre com 34 pavimentos. As torres abrigam 563 apartamentos acima de 6 pavimentos de lojas comerciais e uma praça de recreação.   60


Figura 21 – Perspectiva do Edifício One Central Park Fonte: Archives (2021, online).

No edifício de maior altura podemos perceber um grande monumento artístico construído por heliostatos. O heliostato é um conjunto de espelhos motorizados projetados para capturar a luz do sol, e redireciona os raios para um átrio no setor das lojas comerciais e para os jardins do terraço. Ao cair da noite, a estrutura é usada como tela para a arte de luzes LED criada pelo artista Yann Kersalé.

Figura 22 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

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Figura 23 – Corte longitudinal com os raios redirecionados do Edifício One Central Park. Fonte: Xpecial Design (2021, online).

Figura 24 – Imagem da fachada do Edifício One Central Park. Fonte: ArchDaily Brasil (2021, online).

O que mais chama atenção na edificação é seu design biofílico integrado a edificação, compondo uma paisagem vertical no Central Park, projetada em colaboração com o botânico e artista francês Patrick Blanc. A vegetação ocupa 50% das fachadas através de jardins verticais e jardineiras com arbustos e trepadeiras em cabos verticais. As plantas funcionam como mecanismo que contribuem para um melhor conforto térmico dos apartamentos, no qual, a grande maioria das espécies, florescem no verão protegendo os apartamentos da luz do sol e no inverno elas perdem as folhagens permitindo o maior aproveitamento da luz solar.

O sistema de irrigação adotado foi recuperar o esgoto, filtrando e tratando, do próprio edifício. Este tipo de sistema de irrigação automatizado nesta escala não foi implementado anteriormente.

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O projeto possui apartamentos de diversos tamanhos e flats, ambos com varandas e grandes aberturas para o aproveitamento máximo da iluminação e ventilação de Sydney.   O imponente edifício One Central Park foi estudado pois conta com diversas soluções sustentáveis como fachada viva, telhado verde,


design biofílico, reuso de água e entre outros proporcionando uma conexão inestimável entre o edifício e a natureza. O maior desafio enfrentado era tornar a edificação sustentável do ponto de vista econômico, as soluções adotadas tornaram o projeto uma referência de arquitetura viva da Austrália.

Figura 25 – Planta baixa 6º pavimento Edifício One Central Park. Fonte: Archives (2021, online).

Figura 26 – Planta baixa 29º pavimento Edifício One Central Park. Fonte: Archives (2021, online).

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64


05

PROJETO ARQUITETÔNICO


5. PROJETO ARQUITETÔNICO 5.1 PROGRAMA ARQUITETÔNICO O programa de necessidade tem como objetivo atender as necessidades funcionais e sociais dos moradores e frequentadores do edifício. Moreira (2020, p. 01) afirma que “essas necessidades também englobam: dimensões de áreas, variáveis sociais, culturais, econômicas e qualquer observação que seja importante para as tomadas de decisão”. O projeto tem como objetivo beneficiar a população atualmente desfavorecida pertencente ao grupo do déficit habitacional, ou seja, pessoas com renda domiciliar inferior a três salários mínimos, utilizando mais de 30% da renda com aluguel, a coabitação familiar, e por fim habitação precária, onde se enquadram domicílios improvisados e rústicos. Além disso, o projeto busca também beneficiar trabalhadores e moradores da região. O perfil dos moradores é baseado de acordo com censo (IBGE, 2010) sobre a composição e quantitativo de famílias residentes em domicílios particulares na RMF. O censo (IBGE, 2010) determina que a composição familiar de 2 pessoas representa 30% da população da RMF, 3 e 4 pessoas representam 55% da população e 5 e mais pessoas representam 15% da população. Em contrapartida para Pessoas com Deficiência (PcD) serão destinados 10% do total das unidades habitacionais. Atendendo as necessidades da região e da população o programa consiste em 3 setores, o residencial, 66

comercial e a área comum, cada setor com suas necessidades específicas como mostrado a seguir: 1) Residencial: - Unidade Habitacional - 1 Quarto; - Unidade Habitacional - 2 Quartos; - Unidade Habitacional - 3 Quartos; - Unidade Habitacional - 1 Quarto (PNE); - Unidade Habitacional - 2 Quartos (PNE); - Unidade Habitacional - 3 Quartos (PNE); 2) Área comum: - Salão de Festas; - Estacionamento; - Bicicletário; - Horta; - Academia Aberta; - Playground; 3) Comercial: - Coworking; - Boxes. 5.1.1 Levantamento dos condicionantes da legislação urbana O projeto proposto nesse trabalho tem como proposito criar um edifício de uso misto popular na cidade de Fortaleza-CE, com a objetivo de solucionar o problema da atual situação das habitações sociais. Em função desse cenário foi escolhido o bairro Centro para receber esse equipamento, pois além de ter uma infraestrutura bem definida para moradores, também é uma região


que concentra grande parte do setor comercial e de serviço, aumentado assim o potencial de moradores habitarem próximo aos seus locais de trabalhos. O bairro Centro é banhado pela Bacia Vertente Marítima, tendo como regional atuante a Regional Centro. O Jornal O Povo (2015) informa que o bairro recebe em média 350.000 pessoas diariamente, pois é uma área predominantemente comercial e de serviço. Conforme o censo (IBGE, 2010) há 28.538 pessoas residente no bairro.

A área de estudo é contemplada pela Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica (ZEDUS) – Centro/Trecho 1 e 2. Conforme Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) a ZEDUS demarca porções do território destinadas à implantação e/ou intensificação de atividades sociais e econômicas, com respeito à diversidade local, e visando ao atendimento do princípio da sustentabilidade.   Os parâmetros urbanísticos que determinam a ZEDUS do centro são apresentados na Tabela 8. Tabela 8 – Parâmetros urbanos da Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica (ZEDUS)

Figura 27 – Mapa da cidade de Fortaleza com a delimitação do bairro Centro Fonte: Elaboração própria (2021).

Figura 28 – Mapa com delimitações da Zona Especial de Dinamização Urbanístico e Socioeconômica (ZEDUS) em Fortaleza Fonte: Elaboração própria (2021).

Fonte: LUOS (2017).

O edifício projetado tem atividade residencial multifamiliar (unidades compactas), pois além de contar com apartamentos compactos, a exigência de vagas é reduzida, uma vez que os apartamentos se destinam a pessoas que se enquadram no déficit habitacional e que ganham até R$ 1.800,00, visto que possivelmente uma grande parcela dessa população não possui carros, além de contar com um terminal de ônibus na esquina do imóvel, ou seja, fácil acesso ao transporte público. A atividade para o setor comercial é centro de compras e serviços múltiplos (comercio varejista em geral - box, quiosque e etc), sendo estas caracterizados pelas classes 2 e 1, respectivamente. 67


Tabela 9 – Classificação das atividades em Fortaleza..

Fonte: LUOS (2017). Tabela 10 – Classificação das atividades em Fortaleza

Fonte: LUOS (2017).

Diante das definições de usos da edificação é possível afirmar sua adequabilidade diante da zona, como mostra a Tabela 11. Tabela 11 – Adequação dos usos a ZEDUS Centro em Fortaleza

Fonte: LUOS (2017).

O terreno escolhido está situado entre a Av. Duque de Caxias, Rua Assunção, Rua Clarindo de Queiroz e Rua Sólon Pinheiro, portanto com quatro frentes, e sua classificação viária é definida de acordo com Tabela 12. 68

Tabela 12 – Classificação das vias do sistema viário

Fonte: LUOS (2017).


Os recuos são determinados de acordo com o uso e seu sistema viário. Para área comercial está determinado recuo de 7 metros e para área residencial é determinado o recuo 5 metros, nas frentes do terreno, como mostra o anexo 8 da LUOS. Conforme parâmetros estabelecidos pela LUOS é possível verificar a adequação do projeto proposto dentro da área escolhida e os parâmetros legais a ser seguido no projeto. Estes dados são apresentados e sintetizados nas tabelas 13 a 16.

Tabela 13 – Recuos da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza.

Fonte: LUOS (2017). Tabela 14 – Recuos do grupo R da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza

Fonte: LUOS (2017).

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Tabela 15 – Recuos do grupo CSM da ZEDUS Centro/Trecho 01 em Fortaleza

Fonte: LUOS (2017). Tabela 16 – Adequação dos usos ao sistema viário

Fonte: LUOS (2017).

5.1.2 Exigências espaciais As exigências espaciais foram definidas para atender as necessidades funcionais e sociais dos moradores e frequentadores do edifício, como explicado anteriormente. Diante disso foram definidos 3 setores, o setor comercial, setor residencial e por fim o setor área comum dos moradores.

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Nº 1 1.1 1.1.1 1.1.2 1.1.3 1.1.4 1.1.5 1.1.6 1.2 1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.2.4 1.2.5 1.2.6 1.2.7 1.3 1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4 1.2.5 1.2.6 1.2.7 1.4 1.4.1 1.4.2 1.4.3 1.4.4 1.4.5 1.4.6 1.4.7 1.5 1.5.1 1.5.2 1.5.3 1.5.4 1.5.5 1.5.6 1.5.7 1.6 1.6.1 1.6.2 1.6.3 1.6.4 1.6.5 1.6.6 1.7 1.7.1 1.7.2 1.7.3 1.7.4 1.7.5 1.7.6 1.7.7 1.8 1.8.1 1.8.2 1.8.3 1.8.4 1.8.5 1.8.6 1.8.7 1.9 1.9.1 1.9.2 1.9.3 1.9.4 1.9.5 1.9.6 1.9.7

SETOR RESINDENCIAL TIPO 1 (1 QUARTO)

PROGRAMA ARQUITETÔNICO NOME DO AMBIENTE LOTAÇÃO CAPACIDADE QUANT. ÁREA (m2) ÁREA TOTAL (m2)

SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO VARANDA

X

2

TIPO 2A (2 QUARTO) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

TIPO 2B (2 QUARTO) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

TIPO 2C (2 QUARTO) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

TIPO 3 (3 QUARTO) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

5 OU + 5

TIPO 1 (PCD) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 VARANDA

X

2

TIPO 2A (PCD) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

TIPO 2B (PCD) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

TIPO 2C (PCD) SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

X

3 OU 4

18 1 1 1 1 1 1 9 1 1 1 1 1 1 1 9 1 1 1 1 1 1 1 36 1 1 1 1 1 1 1 9 1 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1

10,15 4,67 2,22 2,2 9,76 3,36 15 4,64 2,63 2,2 9,23 8,16 3,36 13,2 5,16 2,43 2,2 9,76 8,16 3,36 11,5 4,8 2,33 2,2 9,83 8,53 5 16,06 4,83 2,43 2,2 9,76 8 3,36 10,15 4,67 2,22 3,6 12,25 3,36 14,51 4,31 2,2 3,6 10,3 8,16 3,36 13,19 4,35 2,13 3,6 10,12 8,17 3,36 11,5 4,79 2,33 3,6 9,83 8,53 5

702,9 10,15 4,67 2,22 2,20 9,76 3,36 493,2 15,00 4,64 2,63 2,20 9,23 8,16 3,36 502,47 13,20 5,16 2,43 2,20 9,76 8,16 3,36 1920,96 11,50 4,80 2,33 2,20 9,83 8,53 5,00 650,43 16,06 4,83 2,43 2,20 9,76 16,00 3,36 87,68 10,15 4,67 2,22 3,60 12,25 3,36 56,86 14,51 4,31 2,20 3,60 10,30 8,16 3,36 56,51 13,19 4,35 2,13 3,60 10,12 8,17 3,36 229,68 11,50 4,79 2,33 3,60 9,83 8,53 5,00

71


1.10 TIPO 3 (PCD) 1.10.1 1.10.2 1.10.3 1.10.4 1.10.5 1.10.6 1.10.7

SALA ESTAR/JANTAR COZINHA ÁREA DE SERVIÇO WC QUARTO 01 QUARTO 02 VARANDA

Área Parcial 2

X

5 OU + 5

1 1 1 1 1 1 2 1

16,06 4,83 2,43 3,6 10,12 8 3,36

4773,64

90

COMERCIAL COWORKING COPA COWORKING SALÃO COMERCIAL VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS DESCANSO/COPA COMERCIAL DML COMERCIAL ADIMINSTRATIVO COMERCIAL QUIOSQUES WC PCD FEM WC PCD MASC

1 1 1 1 1 1 1 12 2 2

59,25 11,65 270,04 9,18 7,83 3,65 8,01 4 3,49 3,49

ÁREA COMUM BICICLETÁRIO PLAYGROUND ACADEMIA ASSOCIAÇÃO MORADORES/ADMINISTRAÇÃO SALÃO DE FESTAS COPA SALÃO DE FESTAS WC PCD FEM SALÃO DE FESTAS WC PCD MASC SALÃO DE FESTAS ESTACIOANEMENTO LAVANDERIA COLETIVA ESPAÇO HORTA + PLACAS SOLAR ÁREA COMUM MORADORES PAV

10 1 1

7,85 122,27 122,27

78,50 122,27 122,27

1

15,28

15,28

1 1 1 1 1 1 2 16

64,75 7,28 3,49 3,49 588,92 12,37 737,38 29,4

64,75 7,28 3,49 3,49 588,92 12,37 1474,76 470,40

Área Parcial

2963,78

ÁREA TOTAL

8168,99

5.2 TERRENO O terreno está localizado no Bairro Centro da cidade de Fortaleza no estado do Ceará. A cidade de Fortaleza surgiu no bairro Centro e foi crescendo ao redor do mesmo. Atualmente, o bairro é conhecido por concentrar grande parte do setor comercial e de serviço da cidade de Fortaleza. Figura 29 – Localização do terreno no bairro   Fonte: Google Street View (2021).

72

59,25 11,65 270,04 9,18 7,83 3,65 8,01 48,00 6,98 6,98 431,57

Área Parcial 3

72,95 16,06 4,83 2,43 3,60 10,12 16,00 3,36


Localizado na área central do bairro, o terreno fica próximo a igrejas, praças, espaços livres, terminais de ônibus e estação do metrô, hospitais públicos de grande reconhecimento e entre outros equipamentos urbanos. Além disso, o Centro é uma área com extremo potencial para o desenvolvimento da economia local, pois é uma região onde se concentra a maior demanda da economia. Atualmente, o bairro contempla uma infraestrutura adequada, possibilitando assim uma moradia saudável para pessoas com menor poder aquisitivo.

Figura 30 – Localização do terreno aproximado Fonte: Google Street View (2021).

Nas proximidades do terreno é possível perceber a predominância de edificações de pequeno porte com no máximo 2 pavimentos, havendo poucas edificações verticais com mais de 3 pavimentos. Além disso, é possível também constatar a presença de terrenos não edificados, como estacionamentos. Também se percebe outros equipamentos urbanos em seu entorno imediato, como: praças, espaços de lazer, igrejas, hospitais, principalmente terminal de ônibus ocasionando facilidade de acesso para outras regiões. Na área do terreno, há duas empresas de estacionamentos com entrada na Rua Assunção, via local com baixo fluxo de veículos automotores.   Figura 31 – Vistas do terreno Rua Assunção Fonte: Google Street View (2021).

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Na Rua Clarindo de Queiroz, o terreno é totalmente murado, limitando um terreno vazio abandonado. Além disso, é possível notar o fluxo de veículos automotores moderado nessa via.

Figura 33 – Vistas do terreno Rua Solón Pinheiro Fonte: Google Street View (2021).

Figura 32 – Vistas do terreno Rua Clarindo de Queiroz. Fonte: Google Street View (2021).

Na Rua Solón Pinheiro, há presença de edificações, sendo três delas em ruínas e abandonas e duas edificações habitadas, porém em péssimo estado de conservação, sendo aplicável a cada família ganhar uma moradia digna e de qualidade no projeto proposto. Nesta via, também foi constatado um fluxo moderado de veículos. A Av. Duque de Caxias tem um fluxo intenso de veículos, o terreno nessa via se encontra em sua grande maioria murado com apenas uma abertura de acesso a empresa de estacionamento.

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Figura 34 – Vistas do terreno Av. Duque de Caxias Fonte: Google Street View (2021).

O terreno em estudo possui imóveis subutilizados, outros não edificados e por último imóveis não utilizados. Resumidamente consta com uma grade parcela de área vazia, com cinco edificações de pequeno porte,


sendo 3 abandonadas e em ruínas e duas empresas de estacionamento não edificada. Em virtude da precariedade das construções existentes, dentro da proposta do presente projeto, estes imóveis seriam absorvidos pelo empreendimento, com demolição, sendo o terreno totalmente planejado com novas construções.

5.2.1 Características físicas O terreno compõe uma quadra com todos os lados com frente para as vias. Este possui área de aproximadamente 8.526m², sendo na Av. Duque de Caxias sua testada de 93,65m, na Rua Assunção com testada de 91,78m, Rua Clarindo de Queiroz tem testada de 92,77 e por fim na Rua Solón Pinheiro testada de 91,05m.

Figura 35 – Planta baixa do terreno com curvas de níveis, sem escala. Fonte: Elaboração própria (2021).

5.2.2 Entorno: usos e acessibilidade É possível dividir o Bairro Centro em três regiões: nas extremidades Leste e Oeste encontramos uma região predominante residencial e ao centro do bairro encontramos uma região predominantemente comercial e de serviço. 75


Figura 36 – Mapa de uso e ocupação do solo Fonte: Fortaleza 2040 (2018).

A região de estudo se concentra na região central do bairro. Dentro dessa região percebe-se também muitos terrenos subutilizados, com imóveis cuja edificação nele existente tem coeficiente de aproveitamento abaixo do coeficiente de aproveitamento mínimo definido para a situação do imóvel conforme o zoneamento da área. São edificações em que, geralmente, apenas o térreo é utilizado, enquanto os demais 76

pavimentos estão abandonados. Estes terrenos não edificados ou ocupados por estacionamentos, onde o coeficiente de aproveitamento seja igual a ou próximo de zero, desprovidos de edificações que promovam uma atividade econômica ou de moradia não se prestam aos seus fins, não cumprindo sua função social conforme o zoneamento da situação do imóvel.


Por outro lado, a região central é ainda contemplada por diversos equipamentos urbanos, praças, hospitais, escolas, igrejas e entre outros. Morar na área central do bairro é ter facilidade de acesso a diversos lugares, através de pequenos percursos, contribuindo assim para uma qualidade de vida melhor para a população mais necessitada. O bairro

é um ponto em comum de diversas linhas de ônibus, além disso é possível encontrar 2 terminais e 1 estação de metrô. A região é contemplada com inúmeras paradas de ônibus, entretanto percebese que existe um déficit de ciclovias e ciclofaixas no bairro. Há uma facilidade de acesso ao transporte público muito grande facilitando percursos diário. 77


Figura 37 – Mobilidade Fonte: Elaboração própria (2021).

5.2.3 Contexto climático A cidade de Fortaleza está situada a 0° 45' 47" de latitude Sul e 38° 31' 23" de longitude Oeste. A trajetória do sol na cidade acontece possui certa simetria em relação aos períodos das estações climáticas, com nascente e poente a Leste Oeste, e incidência de radiação solar direta considerável e de praticamente mesma duração nas fachadas Norte e Sul.

78

Figura 38 – Trajetória do sol Fonte: Andrew Marsh (2021).


A temperatura "máxima diária média" (linha vermelha contínua) mostra a média da temperatura máxima de um dia para cada mês para Fortaleza, varia entre 30 °C e 32 °C. Da mesma forma, "mínima diária média" (linha azul contínua) mostra a média da temperatura mínima, variando entre 21 °C e 23 °C. Os dias quentes e noites frias (linhas vermelhas e azuis tracejadas) mostram a média do dia mais quente e da noite mais fria de cada mês nos últimos 30 anos, também é possível notar a precipitação da chuva maior entre os meses de janeiro a maio.

Figura 39 – Temperaturas e precipitações médias Fonte: Mete o Blue (2021).

De acordo com a rosa dos ventos, percebe-se que os ventos predominantes vêm do Leste e Sudeste. O estudo da trajetória do sol e dos ventos predominantes foi essencial para as decisões projetuais, em visto que o sol nasce na lateral direita e se põe na lateral esquerda do lote, os ventos predominantes acontece a Sudeste, como mostra a Figura 41 a seguir:

Figura 40 – Rosas dos ventos Fonte: Mete o Blue (2021).

79


Figura 41 – Estudo da trajetória do sol e dos ventos Fonte: Elaboração própria (2021)

5.3 CONCEPÇÃO A volumetria do projeto foi pensada buscando o máximo aproveitamento da quadra com a ideia de praça central, de acordo com a referência do projeto Conjunto Habitacional Heliópolis, porém a praça central perdeu conexão com o entorno do imóvel. O segundo estudo volumétrico foi criado pensando na conexão com o terminal da praça Coração de Jesus, parque da criança e a Igreja Coração de Jesus, porém o índice de aproveitamento do terreno ficou baixo.   O terceiro estudo volumétrico foi estudado em aumentar mais o índice de aproveitamento do terreno, mas a terceira torre provocou uma barreira da ventilação natural. A volumetria final foi analisada em diminuir a altura do terceiro edifício com o intuído de aproveitar o máximo da geografia da cidade, potencializando a ventilação natural e mantendo conexão com seu entorno imediato. A concepção da edificação foi raciocinada com a disposição dos edifícios não provocarem barreiras física, permitindo maior ventilação natural. O edifício foi projetado com cheios e vazios permitindo maior troca de ar e criando espaços comum nos pavimentos para os moradores. O prédio contempla fachada ativa, permitindo uma conexão maior com seu entorno. O térreo das duas torres verticais tem pé direito mais alto e foi pensado para se tornarem mais 80

Figura 42 – Estudo volumétrico Fonte: Elaboração própria (2021).

Figura 43 – Estudo volumétrico Fonte: Elaboração própria (2021).

Figura 44 – Estudo volumétrico Fonte: Elaboração própria (2021).

Figura 45 – Estudo volumétrico Fonte: Elaboração própria (2021).


permeável para os frequentadores do bairro. Praça central conectada também com o entorno do imóvel e de fácil a cesso aos frequentadores.

Figura 46 – Concepção e zoneamento Fonte: Elaboração própria (2021).

A unidades habitacionais estão dispostas para as vias e para o interior do lote, sendo assim possível não criar paredes cegas, possibilitando olhares para rua e consequentemente proporcionando mais segurança para os pedestres. A quantidade das unidades foi baseada proporcionalmente de acordo com dados do IBGE em relação ao número de componentes da família da RMF.

Tabela 17 – Família residentes em domicílio particular

Fonte: IBGE (2010).

A projeto contempla 90 unidades habitacionais, sendo 18 unidades de 1 quarto, 54 unidades de 2 quartos e 9 unidades de 3 quartos e por fim 28 vagas rotativas.

Tabela 18 – Quantitativo de unidades habitacionais

Fonte: Elaboração própria (2021).

81


82


55.70

4.26

1 501

12.25

14.54

18.00

9.36 ACESSO VEICULOS

ACESSO MORADORES

ÁREAS

TERRENO

LUOS

ÁREA DO TERRENO ÁREA CONSTRUÍDA TAXA DE OCUPAÇÃO ÍNDICE DE APROVEITAMENTO TAXA DE PERMEABILIDADE

8.526,07m² 11.596m² 27% 1,36 30%

60% 4,00 30%

PLACA SOLAR

ACESSO MORADORES

55.70

5.00

17.25

RUA SOLON PINHEIRO

18.00

1 502

RUA GEN. CLARINDO DE QUEIROZ

502

LAJE IMPERM .I=1%

ACESSO MORADORES

11.18

9.27

2

N

LAJE JARDIM P/ CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA

Leste

FOSSO DE VENTILAÇÃO DOS BANHEIROS

Sul

501

5.00

ACESSO MORADORES

22.35

17.25

2

TORRE CAIXA D'ÁGUA CAP.= 10.000L POR TORRE

ACESSO MORADORES

AV. DUQUE DE CAXIAS

ACESSO MORADORES

ACESSO VEICULOS

18.00

33.55

Norte

HORTA

TELHADO FIBROCIMENTO I=5%

1

3.77

17.00 18.00

55.70

LAJE IMPER. I=1% 2 500

Oeste

8.78

TELHADO FIBROCIMENTO I=5%

5.37 2.13 5.37

1

9.28

6.60

9.45

500

0

10

ESCALA GRÁFICA

20

30

40

50 1:500

RUA ASSUNÇÃO

PLANTA DE SITUAÇÃO E COBERTA 1 : 500


10.23

53.73

6.23

501

10.28

18.00

ACESSO MORADORES

RUA SOLON PINHEIRO

ACESSO MORADORES

53.82

5.99

10.34

12.18 ACESSO MORADORES

33.55

18.00

QUADRA ESPORTIVA

18.00 ACESSO MORADORES

8.31

501

PLAYGROUND

23.53

ACESSO MORADORES

BICICLETÁRIO

ACESSO MORADORES

6.97

5.98

RAMPA I=8,33%

2

ACESSO VEICULOS

33.55

Norte

RAMPA I=8,33%

53.73

ACADEMIA ABERTA

Sul

15.26

10.49

18.00

1 502

5.03

ACESSO VEICULOS

BICICLETÁRIO

1

BICICLETÁRIO

N

2 502

RUA GEN. CLARINDO DE QUEIROZ

Leste

LIXO

GÁS

1

17.00

18.00

11.17

53.73

2 500

Oeste

10.64

RAMPA I=8,33%

3.35 4.15 3.35

6.47 3.71

AV. DUQUE DE CAXIAS

10.43

500

0

10

ESCALA GRÁFICA

10.42

20

30

40

50 1:500

RUA ASSUNÇÃO

1

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO 1 : 500


J12

0.14 3.16 0.14

27.30

P5

8

P5

9

P5

10

P4

J3 P5

P6

11 J8

P6

5 J6

J6

6 3

5

3 J3

P8

P8

2

J12

P6 P6

J8

3 3

1

J3

J12

0.14 3.16 0.14 0.14 3.62 0.14 0.14 3.15 0.14

2.72

1.96

1.96

0.14

2.57

500

RADIER EM CONCRETO

ESCADA CIRCULAÇÃO LAVABO PCD ESPAÇO MULTIUSO COPA SALA REUNIÃO COWORKING ADMINISTRAÇÃO DML DESCANSO VESTIÁRIO SALÃO COMERCIAL ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO ÁREA COBERTA VARANDA QUARTO 3

1 : 200

3

ACESSO MORADORES

8

4

9

2

2

7

10

6 3

12

11

1

500

5

5

3

COR

3

3

PROJEÇÃO FUTURO ELEVADOR

NOME DA ZONA

COMERCIAL

1 RADIER EM CONCRETO

BICICLETÁRIO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

ACESSO MORADORES

3 23

NOME DO AMBIENTE

TÉRREO TORRE 01

1

2

1

J12

17.03

4 7

J12

5.31

J11

P8

0.14

J12

4.66

J11

0.14

2.57

5.00

3

ACESSO MORADORES

0.14

17.03

17.03

0.14

0.14

500

1

P6 J3

6.00

17.00

3

P6

0.14

P10

J12

2.81

12

1

J12

5.72

1.81 1.81

17.03

P8

0.14

0.10

J12

J12

2 17.03

1.80 1.81 1.36 0.14 3.42 0.14 2.91 0.14 0.14 2.98 0.14 0.14 0.14

6.96

J12

5.31

2.700.14

J12

23

J3

6.01

N

33.45

17.02

P8

1.96 0.14 0.14

0.14 0.14

2 500

RESIDENCIAL COMERCIAL E RESIDÊNCIAL

PROJEÇÃO FUTURO ELEVADOR 0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200

2

TÉRREO TORRE 01 - LAYOUT 1 : 200


6.00

3.85

16 22

18

18

16

17

16 16

17

22

22 22

13

18

17

16

17

22 2

2

0.90 0.100.14 4.11

17 1

14

18

17

24

15

18

15

17

24

16

14

14

16

24

18

17

24

16

0.14 0.14

0.90 2.57

1.91 1.10

1.00

9.43

4.00

9.43

14

1

PROJEÇÃO FUTURO ELEVADOR

9.43

500

0.14 0.14 1.10 1.91

BRISES DE CORRER

6.00

22

22

1 : 200

4.91 21

22

22

19

19

1

1 JARDINEIRA

0.100.14 0.90

0.14 0.07 2.57

43.90

0.14 0.14

1.98

1.91 0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200

2

0.14 0.10

2.57

0.90

0.41

0.14 4.12 0.14

20

NOME DO AMBIENTE

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

ESCADA CIRCULAÇÃO LAVABO PCD ESPAÇO MULTIUSO COPA SALA REUNIÃO COWORKING ADMINISTRAÇÃO DML DESCANSO VESTIÁRIO SALÃO COMERCIAL ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO ÁREA COBERTA VARANDA QUARTO 3

1.00

P7

0.14 4.12 0.14

0.41 1 500

P7

UND - 3Q

TIPO TORRE 01

0.09

21

UND - 2QC

5.35

2.50

10.35

21

21

21

UND - 2QB

0.10

0.09

JARDINEIRA

5.40

UND - 1Q UND - 2QA

0.90

1

1.00 0.09

47.52

0.14

2.57

PROJEÇÃO FUTURO ELEVADOR

2

0.09

0.90 0.10 0.09

9.43

NOME DA ZONA

RESIDENCIAL

JARDINEIRA

0.100.14

COR

15

6.10

18

5.00

14

15

14

0.90

18

15

500

13

14

0.09

18

15

0.90

14

24

7.15

15

24

24

14

2.00

24

25

0.90

0.90 7.15

24

N

JARDINEIRA

17

1

1.00

0.10

4.55

5.91

8.23

4.25

8.38

1.00

3.85

1.00

5.93

0.10

10.77

0.90 0.10 5.00

0.10

500

0.10

BRISES DE CORRER

2

0.90 0.10

COBERTA TORRE 01 1 : 200


0.14 5.31

ACESSO MORADORES

3.85

8.38

8.23

4.55

1

1.10 1.91 2.57 0.14 0.14

6.00

JARDINEIRA

7.15

25

15

14

14

15

18

16

17

16

17

22

14 16

17

22

24

14

15

18

13

18

24

24

24

16

22 22

14

13

17

22

3.85

2

4.11

18

1.04 0.10

14

1

17

17

16

15

18 16

15 14

14

18

17

16

24

18

17 24

15

16

14

JARDINEIRA

0.100.14

0.14 0.14

0.90 2.57

1.91 1.10

PROJEÇÃO FUTURO ELEVADOR

9.43

9.43 BRISES DE CORRER

4.00

9.43

9.43

0.10

5.90

0.10

0.90 0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 26 27 28

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 SEDE ASS. DE MORADORES LAVANDERIA ESTACIONAMENTO

4.90

15

6.10

501

0.90 0.10

16

17

2 1

0.14

1

18

18

1 : 200

7.15

0.90

24

TÉRREO TORRE 02 0.90

5.93

ACESSO MORADORES

0.14

1.00

BRISES DE CORRER

501

10.77

UND - 2QB

COBOGÓ

2.00

0.90

UND - 2QA

UND - 3Q

0.14

5.86

SAÍDA VEICULOS

0.10

0.10

UND - 1Q

0.90

3.47 0.14

2.57

2

RESIDENCIAL

18.02

35.43

ENTRADA VEICULOS

NOME DA ZONA

UND - 2QC

6.00

C-1

0.10

C-2

ø

C-3

M-1

C-4

M-3

C-5 M-5

M-7

M-9

C-6

2. 50

M-2

M-4

M-6

M-8

M - 10

M - 12 C-7

M - 11

M - 14 M - 13

M - 18

M - 20

M - 16 M - 15

M - 17

C-8

RADIER EM CONCRETO

2.52

0.14 3.15 0.14

C-9

J12

P8

10.02

J12

0.14

M - 19

M - 22

ø

M - 21

2. 50

5.31 0.14

1

C - 10

4.66

18.03

1 501

J12

2

0.10 0.09

28

BICICLETÁRIO COR

P8

.00 ø5

1

0.14

C - 21

20 1:200

2

0.10

C - 20

M - 37

C - 19

M - 35 C - 18

M - 38

C - 17

M - 36

M - 31

M - 33 C - 16

M - 34

M - 29

M - 27

18.02

C - 15

1.00

J12

C - 14

M - 32

P12

2 18.03

P8

26

ACESSO MORADORES

0.14 4.66

J12

C - 13

N

J12

ACESSO MORADORES

ACESSO MORADORES

J12

J12

C - 12

M - 30

4.86

M - 23

ACESSO MORADORES P8

0.14 3.15 0.142.570.14 RADIER EM CONCRETO

C - 11

27

34.59

J12

M - 28

P12

COBOGÓ

M - 24

0.14

P9

3.99 0.14

501

M - 25

0.142.570.14

M - 26

6.00

P8

2

TIPO TORRE 02 1 : 200


N

0.90 0.45 0.14 4.08 0.14

0.42

21

22

21

P7

22

21

21

22

22

5.35

10.35

21

2.50

1 19

0.10 0.09 3.91 0.10 0.09

P7

1

0.10

501

1

0.100.14 0.90 2.57

19

0.14 0.14

42.71

0.09

1.91

0.90

0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200

1

0.90

5.40

0.90

48.71

0.10

2.57 0.14

1.91 0.14 0.14

0.14 4.11 0.14

0.90 0.09

0.90 0.09

0.10

0.10

0.90

2 501

0.10

COBERTA TORRE 02 1 : 200

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 26 27 28

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 SEDE ASS. DE MORADORES LAVANDERIA ESTACIONAMENTO


2

BICICLETÁRIO

10.87

6.63

3.25

502

8.48

8.53

3.25

6.70

3.15 0.142.570.14

22

29

22

15

13

18

17

22

29

17

J12

2

22

2

0.14 4.11

15

18

14

1

18

17

15

17

29

15 14

16

18 17

14

J12

15

17 29

16

14

ACESSO MORADORES

RADIER EM CONCRETO

1.91

9.43

2.10

9.43

10.38

1.10

0.90

4.62

1.10

2

10.77

5.93

0.90 0.10

0.10

0.14

3.85

502

8.38

BRISES DE CORRER

8.23

4.55

6.00

TÉRREO TORRE 03 1 : 200

2.57

0.90 0.10

0.14 0.14

0.14

JARDINEIRA

14

18

14

15

16

17

17

22

16

17

22

15

18

13

18

502

14

18

16 16 22 22

1 14

18

13

17

17

4.25

15

24

7.15

7.15

25

24

24

16

7.00 2.00 0.10 4.90 0.09 5.91

24

24

3.85

2 2 18

14

1

17 16

24

17 24

15

18 16

15 14

14

17 16

18

17 24

24

15

16

14

JARDINEIRA

0.100.14

0.14 0.14

0.90 2.57 1.91 1.10

9.43 BRISES DE CORRER

9.43

4.00

9.43 0

2

4

ESCALA GRÁFICA

9.43 6

8

10

0.10 0.90

4.91

0.10

0.10 0.90 0.14 4.11

15

18

0.09 0.10 0.90

20 1:200

UND - 2QC PCD

0.14

1

1.10 1.91

UND - 2QC UND - 3Q PCD

0.10 1.00

2.57

10.38

UND - 2QA PCD

2

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 29

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 WC PCD

COR

NOME DA ZONA

0.10

0.14 0.14

UND - 1Q PCD UND - 2QB PCD

0.90

0.14

RESIDENCIAL

0.14

18

NOME DA ZONA

0.09

J12

1

J12

P8

6.10

P8

3.85

ACESSO MORADORES

J12

COR

5.86

29

17

18

4.91

22

13

29

17

18

14

0.90

29

17

14

1

14

7.15

18

502

15

14

18

24

2.00

14

15

24

ACESSO MORADORES

25

7.15

1

24

P8

24

24

4.11 0.15

N

J12

RADIER EM CONCRETO

RESIDENCIAL UND - 1Q UND - 2QA UND - 2QB UND - 2QC UND - 3Q

TIPO TORRE 03 1 : 200


2

22

21

22

0.10

21

22

0.90 0.15 4.11 0.14

21

22

5.76

2.50

10.35 0.90 0.45 0.100.14 4.08 0.14 0.10

21

1

19

20 19 1

0.14

0.14 0.14

0.90 2.57

42.71

0.09

4.91

0.90

1.91

0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200

1

0.10

0.09

0.90 0.90 0.10 0.09 3.91 0.10 0.09

0.10 0.90 0.09 1 502

21

5.40

1.91 2.57 0.90 0.10 0.14 0.14 0.14

502

48.71

N

0.90 0.10 0.09

0.10

0.90

COBERTA TORRE 03 1 : 200

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 29

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 WC PCD


JANELAS Type Mark J1 J2 J3 J4 J5 J6 J7 J8 J9 J10 J11 J12 J13 J14

Family DIRR-Janela Máxim Ar com Veneziana - 1 folha - 2 quadros DIRR-Janela Máxim Ar - 1 folha - 1 quadro DIRR-Janela veneziana ventilada DIRR-Janela Máxim Ar com Veneziana - 1 folha - 2 quadros DIRR-Janela veneziana ventilada DIRR-Janela vidro - 2 folhas de correr DIRR-Janela vidro - 2 folhas de correr DIRR-Janela vidro - 2 folhas de correr 2 folhas fixas DIRR-Janela vidro - 2 folhas de correr DIRR-Janela vidro - 2 folhas de correr 2 folhas fixas M_Fixed M_Fixed DIRR-Janela Máxim Ar - 1 folha - 1 quadro DIRR-Janela veneziana ventilada

Type 50x150cm Máxim Ar 80x60cm Máxim Ar 80x60cm Veneziana 90x150cm Máxim Ar 95x60cm Veneziana 100x60cm 2C 140x120cm 2C 200x60cm 2C2F 200x120cm 2C 300x60cm 2C2F 0610 x 1830mm 0915 x 1830mm 150x60cm Máxim Ar 130x60cm Veneziana

PORTAS Type Mark P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16

Family DIRR-Madeira - 1 folha lisa com bandeira de veneziana DIRR-Madeira - 1 folha lisa com bandeira de veneziana DIRR-Madeira - 1 folha lisa e 1 folha veneziana com bandeira de veneziana DIRR-Porta de madeira DIRR-Porta de madeira DIRR-Portas de alumínio - 1 folha veneziana DIRR-Portas de alumínio - 1 folha veneziana DIRR-Porta de alumínio H 230cm - 2 folhas DIRR-Porta de alumínio 200x230cm - 2 folhas de correr vidro e veneziana ventilada DIRR-Porta de alumínio 240x230cm - 2 folhas fixas e 2 folhas de correr vidro DIRR-Porta de alumínio 200x230cm - 2 folhas de correr vidro e veneziana ventilada DIRR-Porta de alumínio 200x230cm - 2 folhas de correr vidro e veneziana ventilada DIRR-Madeira - 1 folha lisa com bandeira de veneziana DIRR-Madeira - 1 folha lisa e 1 folha veneziana com bandeira de veneziana DIRR-Porta de correr DIRR-Porta de alumínio 120x230cm - 2 folhas veneziana

Type 60x268cm PAV-B 70x268cm PAV-B 70x268cm PAV-B 80x210cm PM 80x210cm PMEXT 80x230cm PAV 90x210cm PAV 130x230cm 200x268cm 240x230cm 260x268cm 150x268cm 80x268cm PAV-B 80x268cm PAV-B 90X210cm 60x230cm + 60x230cm


P11

P11

QUARTO 1

J10

WC PCD

1.88

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

J13 J4

7 m²

0.10 1.14 0.14

UND - 1Q

1

FOSSO VENTILAÇÃO

1 : 75

FOSSO VENTILAÇÃO

J10

P13

J4 P2

3.34

P13

4 m²

0.14

2 m² J2

7 m²

0.14 1.15

0.11 1.20

2.06

WC

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

P15

14 m²

0.14 1.04 0.10

0.11 1.20

14 m²

12 m²

SALA DE ESTAR/JANTAR

0.10

P2

P1

0.14

4 m²

2.33

2.33

SALA DE ESTAR/JANTAR

1.88 0.14

J9

VARANDA

3.59

10 m²

0.14

3.59

QUARTO 1

3.47

0.10

4 m²

0.14

2.06

J9

VARANDA

2.81

0.14

0.14 1.15

3.34

2 m²

0.10

1.84

0.14 1.04 0.10

2.77

0.14 1.26 0.09

0.14

0.14

2.81

0.14 1.26 0.09

0.14

UND - 1Q PCD

2

0.14

1 : 75

1 m²

1 m²

4.41

3

0.14

0.14

J10

0.14

P2

FOSSO VENTILAÇÃO

2.38

UND - 2QA 1 : 75

4 m²

0.11

WC PCD COZINHA/ÁREA SERVIÇO

J13

0.14 3.19

3.53

0.10

P15

0.10

8 m²

21 m²

P13

3.59

0.14 1.26 0.09

0.14

QUARTO 1

6 m²

FOSSO VENTILAÇÃO 0.14

2 m²

1.83

0.10

J10

2.38

4

0.14

7 m²

QUARTO 2

J4

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

0.14 1.13 0.10

P11

SALA DE ESTAR/JANTAR

1.88

1.20 3.19

2 m² J2

21 m²

1.99

WC

J9

10 m²

0.10

P2

SALA DE ESTAR/JANTAR

P1

0.14

4 m²

J4

0.14 1.04 0.10

2.06

0.10

P2

9 m²

2.32

0.14

8 m²

0.14

VARANDA

2.33

3.59

QUARTO 1

2.80

P13

QUARTO 2

P11

0.14

P13

4 m²

2.92 J9

3.59

J9

VARANDA

0.14

0.14

2.06

2.32

0.14 1.04 0.10

J9

0.14

0.14

2.80

3.59

0.14

0.14 1.26 0.09

2.62

0.14

0.14

4.01

0.14

0

1

ESCALA GRÁFICA

2

UND - 2QA PCD 1 : 75 3

4

5

6

7 1:75


10 m²

WC

20 m²

1 m²

0.10 1.13 0.14

1 : 75

0.11

2.57

2 m²

J9

0.14 1.14 0.10

3.29

3

3.29

0.14

0.10

1.83

0.10

2.09

2 m²

UND - 2QB PCD

2

0.14

0.10

1 : 75

4.60

0.14

SALA DE ESTAR/JANTAR 22 m²

P13

0.89 2.03 0.10

3.40

P13

7 m²

0.10

P14

10 m²

4

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

9 m²

QUARTO 1

0.14

WC PCD

P9

4 m²

J7

VARANDA

J2

5 m²

J9

3.29

0.10

2.09

0.14

UND - 2QC PCD 1 : 75

1.17 0.14

J10

J1

J1

P13

0.14

J6

QUARTO 2

2.81

0.14

0.14

UND - 2QC 1 : 75

J6

J1

0.14

1.87

10 m²

WC

3.06

QUARTO 1

0.14

0.14

0.10

J1

P9

5 m²

2.38

J1

0.89

P2

P1

8 m²

P3

J1

0.10

0.09 1.16 0.14

3.40

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

9 m²

2.66

2.81

QUARTO 2

18 m²

2.66

J6

0.14

J6

SALA DE ESTAR/JANTAR

J2

3.96

FOSSO VENTILAÇÃO

0.14

3.06

3.29

0.14

J10

VARANDA

J13

J10

0.14

2.03

0.10 1.14 0.10

J7

0.14

6 m²

UND - 2QB

0.14

4.60

P2

1.17 0.14

0.14

4 m²

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

0.14

1

WC PCD

0.09 1.16 0.14

2.38

FOSSO VENTILAÇÃO

P13

J4

J4 P2

0.14

4.56

SALA DE ESTAR/JANTAR

P13

J2

7 m²

J10

10 m²

2 m²

0.14 1.04 0.10

1.88

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

QUARTO 1

8 m²

P15

2.05

22 m²

J9

QUARTO 2

P11

2.33 P1

0.14

4 m²

0.11 1.20

0.11 1.20

SALA DE ESTAR/JANTAR

0.14

J9

VARANDA

0.10

P2

P2

2.33

8 m²

2.88

0.10

QUARTO 2

0.10

P13

P11

2.34

3.59

QUARTO 1

4 m²

0.14

1.88

VARANDA

J9

2.81

2.05

J9

0.14

0.14

0.14 1.04 0.10

2.78

0.14 1.26 0.09

0.10

0.14

2.34

0.14

0.14

3.59

2.81

0.14 1.26 0.09

0.14

2.57 0

0.11 1

ESCALA GRÁFICA

1.88 2

0.14 3

4

5

6

7 1:75


2.81

0.14

2.29

0.10

J9

VARANDA

2.36

0.10

2.78

J9

0.14

0.14 1.26 0.09

0.14

J9

P11

QUARTO 3

QUARTO 2

2.33

8 m²

3.59

4 m²

QUARTO 1

8 m²

0.10

P2

P2

P2

10 m²

29 m²

WC

1.88

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

2 m²

J2

J10

0.14 1.26 0.09

0.15

J10

5.94 2.80

0.14

3.40 2.29

0.10

J9

VARANDA

2.36

FOSSO VENTILAÇÃO 1 m²

0.10 1.13 0.14

0.10

2.88

J9

1

0.14

UND - 3Q 1 : 75

0.14

0.14

P2

J4

7 m²

0.14

2.06

P1

0.14 1.04 0.10

0.11 1.20

SALA DE ESTAR/JANTAR

J9

QUARTO 3

P11

QUARTO 2

2.33

8 m²

3.59

4 m²

QUARTO 1

8 m²

10 m²

0.10

WC PCD

27 m²

4 m²

1.88

COZINHA/ÁREA SERVIÇO

P13

0.14 0.14

J10

5.34

J13 J4

7 m²

J10

3.40

0.10

1.83

2.06

P13

0.14 1.04 0.10

P13

0.11 1.20

SALA DE ESTAR/JANTAR

P13

P15

0.14

FOSSO VENTILAÇÃO 2 m²

2

UND - 3Q PCD 1 : 75

0

1

ESCALA GRÁFICA

2

3

4

5

6

7 1:75


19 24

1

2

14

24

1

2

16

14

16

2

16

14

16

14

14

16

16

14

14

TIPO 4 TORRE 01

1

14

2

TIPO 3 TORRE 01

1

26.74

24

16

16 24

16

2

29.62

16

24

14

24

24

16

14

14

COBERTA TORRE 01 32.50

16

24

24 1

14

1

24

24

16

14

2

14

24

24 1

24

16 24

JARDINEIRA

35.56

19

BRISE

2.88

2.88

CAIXA D'ÁGUA TORRE 01 20

1

2.88

2.88

22.56

39.56

PERGOLADO COM PLACA SOLAR

2 x CX. 5.000l

3.06

4.00

TOPO TORRE 01

14

2

TIPO 2 TORRE 01

1

23.86

24

16

16

14

2

TIPO TORRE 01

1

3.98

20.98 1

2

3

5

3

5

11

12

2

1

TÉRREO TO1 17.00

CORTE AA

1

TOPO TORRE 01

1 : 200

4.00

39.56

3.06

CAIXA D'ÁGUA TORRE 01

2.88 2.88

JARDINEIRA

2.88

BRISES 1

1

1

COBERTA TORRE 01

2

18

24

2

18

24

2

18

24

2

18

24

32.50 TIPO 4 TORRE 01 29.62 TIPO 3 TORRE 01 26.74 TIPO 2 TORRE 01 23.86 TIPO TORRE 01 20.98

3.98

22.56

2.88

1

1

35.56

20

1

2

23

TÉRREO TO1 17.00

2

CORTE BB 1 : 200

0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

NOME DO AMBIENTE

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

ESCADA CIRCULAÇÃO LAVABO PCD ESPAÇO MULTIUSO COPA SALA REUNIÃO COWORKING ADMINISTRAÇÃO DML DESCANSO VESTIÁRIO SALÃO COMERCIAL ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO ÁREA COBERTA VARANDA QUARTO 3

8

10

20 1:200


COBERTA TORRE 2 2.88

33.50 2

18

18

15

2

15

18

17

17

18

TIPO 4 TORRE 02

15

2.88

30.62 2

15

18

18

15

2

15

18

17

17

18

TIPO 3 TORRE 02

15

2.88

27.74 2

2.88

15.50

15

15

2

3.98

1

18

15

18

18

17

17

18

15 15

2

15

2

15

18 18

17 17

17 17

18

TIPO 2 TORRE 02

15

18

24.86

15

TIPO TORRE 02 21.98

2

28

TÉRREO TO2 e TO3 18.00

1

2.88

BRISES

2.88

2.88

16

JARDINEIRA

20

22 18

2

33.50

22 16

18

TIPO 4 TORRE 02 30.62

16

18

2

22 16

18

TIPO 3 TORRE 02 27.74

16

18

2

16

18

2

22 16

22

16

28

1 : 200

COBERTA TORRE 2

18 14

TIPO 2 TORRE 02 24.86 TIPO TORRE 02 21.98

3.98

15.50

2.88

20

CORTE CC

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 26 27 28

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 SEDE ASS. DE MORADORES LAVANDERIA ESTACIONAMENTO

26

TÉRREO TO2 e TO3 18.00

2

CORTE EE 1 : 200

0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200


TOPO TORRE 03 4.00

30.82 CAIXA D'ÁGUA TORRE 03

HORTA

26.82

20

1

12.82

2.88

3.06

JARDINEIRA

2.88

18

18

16

18

16

18

29

13

29

13

18

16

18

29

16

29

18

18

13

18

13

16

23.76

2

29

18

COBERTA TORRE 03 TIPO TORRE 03 20.88

2

TÉRREO TO2 e TO3 18.00

1

26.82

20

20

COBERTA TORRE 03

2.88

22

14

15

2.88

8.82

3.06

CAIXA D'ÁGUA TORRE 03

14

15

2

2

22

22

16 29

14

14

23.76 TIPO TORRE 03 20.88 TÉRREO TO2 e TO3 18.00

2

CORTE FF 1 : 200

NOME DO AMBIENTE

1 2 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 24 25 29

ESCADA CIRCULAÇÃO ÁREA COMUM QUARTO 1 QUARTO 2 WC COZINHA/ÁREA SERVIÇO SALA DE ESTAR/JANTAR ACESSO CAIXA D'ÁGUA LAJE JARDIM HORTA FOSSO VENTILAÇÃO VARANDA QUARTO 3 WC PCD

CORTE GG 1 : 200 0

2

4

ESCALA GRÁFICA

6

8

10

20 1:200


PERGOLADO C/ PLACA SOLAR

PINTURA VERMELHO ESCURO

CONCRETO POLIDO

BRISE COBOGÓ

1 PINTURA VERMELHO ESCURO

CONCRETO POLIDO

Leste 1 : 500

BRISE

2

Norte 1 : 500

PLACA SOLAR

3 COBOGÓ

Sul 1 : 500

PINTURA VERMELHO ESCURO

4 PORTA DE CORRER COM VENEZIANAS

Oeste 1 : 500 0

10

ESCALA GRÁFICA

20

30

40

50 1:500



5.4 DESENHOS ARQUITETÔNICOS

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MEMORIAL JUSTIFICATIVO E DESCRITIVO 120


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6. MEMORIAL JUSTIFICATIVO E DESCRITIVO O projeto proposto busca desmistificar a atual produção de habitação para a população de baixa renda, certificando-se de que é possível viver em edifícios localizados em áreas centrais e conectados com o seu entorno. Projetados com a finalidade de unir, função e estética, utilizando estratégias bioclimáticas afim de minimizar os impactos ambientais e proporcionar conforto aos usuários. A implantação utiliza-se do conceito de lote aberto, tornando toda a quadra do projeto permeável, integrando o terreno com o bairro e a cidade, possibilitando assim a ocupação de seus espaços por moradores, vizinhos e frequentadores do bairro. Além de contar com uma localização privilegiada de fácil acesso para todas as modalidades de locomoção.

edificação das melhores condições ambientais. A modulação adotada no terreno foi pensada no maior aproveitamento de ventilação natural, diminuindo as barreiras, adotando um edifício mais moldável ao vento. Na setorização proposta, foi posicionada a torre residencial e comercial próxima à avenida de maior movimento, afim de proporcionando uma maior visibilidade aos pequenos empreendedores. Esta torre dispõe no térreo boxes, coworking e o salão de festas, sendo este último passível a ser utilizado como um pequeno auditório. A segunda torre foi posta ao contrário da avenida de maior movimento, estando localizada próxima a uma via de menor fluxo em visto que seu térreo dispões de área de serviço e estacionamento. Por fim a última torre de apenas dois pavimentos, composta apenas por uso residencial pois seu térreo é predominantemente ocupado por apartamentos voltados para PCD, fato determinante para seu posicionamento situado próximo a um terminal de ônibus.

A edificação é caracterizada como misto, uma vez que une habitação e comércio com o objetivo de diversificar os usos do lote para um melhor aproveitamento do imóvel e proporcionar uma maior movimentação de pessoas em todos os horários do dia. A praça central integra o projeto oferecendo uma ampla área de convivência, propiciando uma melhor qualidade de vida.

No projeto é possível encontrar áreas de convivência privada e pública com áreas bem arborizadas e sombreadas possibilitando seus espaços serem utilizados em todos os horários do dia. A praça central foi contemplada por um grande espaço de lazer, esporte e comércio, com equipamentos que fomentam a melhor qualidade de vida das pessoas e destinado para todas as idades, tais como academia, quadra poliesportivas, playground e quiosques.

O projeto apresenta blocos independentes, sendo dois com cinco pavimentos e um com apenas dois pavimentos, dispostos de acordo com a forma do terreno com parâmetros indispensáveis ao adequado posicionamento que irá privilegiar a

Para a área de convivência privada foi destinado a coberta de todas as torres com hortas comunitárias e espaços para reunião e contemplação, assim como também podemos encontrar esses espaços nos pavimentos tipo. Diante do objetivo de criar edifícios

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moldáveis, possibilitando adaptações para a criação de novas modulações passiveis de ser produzidos em outros terrenos e atender as necessidades dos novos usuários, foram criados 10 tipos de unidades habitacionais com 1 quarto, 2 quartos e 3 quartos, também incluindo apartamentos para PCD. Dispostos com vistas para a via externa e para o interior do lote torna-se possível conecta os moradores com o seu entorno e consequentemente possibilitando mais olhares para a rua proporcionando uma sensação de segurança para os pedestres.

6.1.2 Sistema fotovoltaico O sistema fotovoltaico foi utilizado como fonte alternativa de energia para as áreas comum, pois além de ser um sistema de energia limpa, já que converte a luz do sol em energia elétrica, reduz os gastos mensais de energia para os moradores. As placas solares foram dispostas na coberta em estruturas similar a pérgolas proporcionando sombra para os usuários, como mostra a Figura 48.

6.1 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS A edificação foi pensada em proporcionar um maior conforto para todas as pessoas que irão utilizar seus ambientes, diante disso para atingir esse objetivo foi utilizado estratégias bioclimáticas em função de obter um edifício sustentável e eficiente para seus usuários. 6.1.1 Brises Os brises foram posicionados na edificação para proteger as unidades habitacionais da incidência da luz solar, principalmente das unidades que estão dispostas para leste. Bloqueando parte dessa luz é possível proporcionar um melhor conforto térmico no interior das moradias.

Figura 48 – Painéis solar em pergolados Fonte: Google Fotos (S.D.).

6.1.3 Equipamentos consumo de água

com

baixo

São equipamentos que regulam pressão e vazão da água contribuem para evitar o desperdício da água. Esses dispositivos como torneiras e chuveiros com restritores, registros reguladores, torneiras com arejadores, bacias sanitárias com volume de descarga reduzido, sistema de duplo acionamento de descarga, lavatórios com torneiras de fechamento automático e etc., serão adotados no projeto para o controle de uso racional da água.

Figura 47 – Brises de correr Fonte: Google Fotos (2020).

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Figura 49 – Diagrama de reuso de águas cinzas. Fonte: Metax (2018).

Figura 50 – Diagrama de reuso de água da chuva Fonte: Habitação de Interesse Sustentável (2021).

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6.1.4 Sistema de reuso de águas cinzas O Projetando Edificações Energeticamente Eficientes (PROJEEE) exemplifica que “águas cinzas são aquelas oriunda chuveiros, pias (com exceção da cozinha), máquinas de lavar roupas, tanques.” Diante disso a plataforma exemplifica a forma correta de utilização desse sistema: Elas possuem qualidade inferior a pluvial e por este motivo, após tratamento, são utilizadas somente para demandas de uso não potáveis, como irrigação, lavação de pisos e calçadas, descargas dos vasos sanitários. Por conta da qualidade da água, seu sistema deve ser totalmente separado do de água potável. (PROJETEE, s.d.).

Esse sistema foi adotado no projeto também com o intuído do controle de uso da água, sendo utilizada em vasos sanitários, irrigação da vegetação presente no projeto e entre outros lugares permitido. Esse reuso acontece como mostra o diagrama da Figura 49. 6.1.5 Sistema de aproveitamento de águas pluviais O sistema visa utilizar a água da chuva, que apesar da precipitação anual de chuva em Fortaleza ser baixa, no valor de média anual em 2021 foi de 1444.6mm (FUNCEME, 2021), ainda sim é possível utilizar esse recurso natural para suprir várias demandas de uso da água. A captação da chuva vai acontecer através das cobertas das torres, assim como mostra a Figura 50, o recurso natural será utilizado em locais permitido tais como máquina de lavar na lavanderia coletiva e etc.

6.2 ESTRUTURA E SISTEMA CONSTRUTIVO O setor da construção civil é um dos que mais poluem o meio ambiente e produzem mais desperdícios de materiais. Com o objetivo de garantir qualidade, segurança e durabilidade, modernizando o setor da construção, o PBQP-H atualmente conta com 43 DATecs registradas com soluções inovadoras para a construção. Para o projeto em questão foi permitido a utilização de um sistema estrutural misto. 6.2.1 Estrutura Diante do objetivo de diminuir o impacto do meio ambiente e reduzir o desperdício de materiais foi escolhido utilizar uma dessas soluções inovadoras. A DATec de n. 024-B compreende-se como Sistema de paredes DPB de painéis nervurados pré-fabricados de concreto armado. “Os painéis nervurados préfabricados de concreto armado, com 140 mm de espessura, destinam-se à construção de paredes estruturais de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos” (DATec 024-B). Com comprimento de até 4m, esses painéis ficam localizado nas periferias das unidades habitacionais servindo como parede estrutural nos pavimentos tipo. A estrutura utiliza menos concreto e ela pode ser fabricada em outro local com um maior controle de desperdício e sendo possível fácil transporte da mesma. A fundação radier foi escolhida para suportar a edificação, pois além de se tratar de um edifício de pequeno porte, a fundação rasa traz benefícios como baixo custo e agilidade na execução. O radier compreende-se por uma laje em contato direto com o terreno, no qual recebe toda a carga do edifício e distribui igualmente no solo. 125


Figura 51 – Sistema de paredes DPB | Painéis nervurados pré-fabricados de concreto armado Fonte: Prancha do primeiro colocado do concurso de habitação de interesse sustentável (2020).

Compondo o sistema estrutural do projeto foi utilizada a laje treliçada préfabrica, a laje é composta por vigotas de concreto armado com uma estrutura de treliça como armadura, entre as treliças é preenchido poliestireno expandido (EPS) ou blocos cerâmicos. Assim Figura 52 – Laje treliçada com preenchimento de bloco cerâmico como o painel DPB, a Fonte: Google Fotos (2021). laje também é de fácil fabricação, sendo flexível seu transporte Habitacional PRECON (SHP), funciona e montagem contribuindo para o controle como “modelo de construção off site, de desperdício e utilização de menos produzimos nossas peças em uma planta industrial e as transportamos para o concreto. canteiro de obras.” Reduzindo o tempo O térreo das torres não possui a da construção e os custos de mão de mesma modulação dos pavimentos tipo obra, permitindo prever futuros problemas, ocasionando na utilização de vigas e causa menos impacto ao meio ambiente pilares de concreto armado moldadas in e otimiza processos. loco. O processo do sistema construtivo consiste nos seguintes passo a passo: 6.2.2 Sistema construtivo 1º preparação do terreno e fundação; Ao contar com 80% da estrutura 2º concretagem da estrutura do térreo; pré-fabricada e de fácil montagem o 3º fabricação dos painéis e laje; sistema construtivo utilizado é o Solução 4º transporte dos painéis e lajes; 5º 126


montagem da estrutura pré-fabricada; 6º montagens dos kits hidráulico, elétrico e acabamentos. Estruturas leve e pré-fabricas, juntamente com estrutura convencional moldada in loco formam o sistema estrutural do projeto, além de um sistema construtivo limpo compõe o projeto proposto com o intuito de diminuir os custos, o impacto ambiental e controlar o desperdício de material provocada atualmente pelo setor da construção civil. A concepção do projeto proposto ocorreu através de todo um estudo pensando no conforto dos usuários, buscando melhores soluções construtivas e estratégias bioclimáticas visando diminuir o impacto ambiental e os custos da obra. Diante dos aspectos citados é possível comprovar sua viabilidade a fim de proporcionar moradia digna e de qualidade para as pessoas de baixa renda.

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128


07

CONCLUSÃO


7. CONCLUSÃO O estudo realizado nessa pesquisa comprova a necessidade de uma habitação de qualidade para as pessoas dentro dos parâmetros do déficit habitacional, pois as soluções implementadas atualmente, tais como moradias nas periferias e sem a preocupação com o bem-estar dos moradores não atendem as necessidades dessa população. O projeto proposto buscou alinhar estética e função através dos princípios bioclimático e sustentável. Uma edificação na área central, conectada com o seu entorno proporcionando segurança, utilizando materiais de baixo custo e projetado pensando no conforto e bemestar dos moradores e frequentadores do bairro. Em contrapartida o projeto visa mesclar os usos e fomentar a utilização dos espaços públicos em todos os horários do dia afim de diminuir a desertificação noturna do bairro. Conclui-se esse trabalho com uma proposta que visa contribuir para a vida da população mais necessitada, sensibilizando e provocando reflexões no setor da construção civil e no mercado habitacional em geral.

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08

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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