MoVe- Centro de Profissionalização e Vivência em Dança

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LIZANDRA DE MEDEIROS PORDEUS

CENTRO DE PROFISSIONALIZAÇÃO E VIVÊNCIA DA DANÇA





FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE PROFISSIONALIZAÇÃO E VIVÊNCIA DA DANÇA ALUNA: LIZANDRA DE MEDEIROS PORDEUS ORIENTADOR: WLADIMIR CAPELO MAGALHÃES

JUNHO/2019


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LIZANDRA DE MEDEIROS PORDEUS

CENTRO DE PROFISSIONALIZAÇÃO E VIVÊNCIA DA DANÇA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e urbanismo da Universidade de Fortaleza como exigência para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista.

Orientador: Wladimir Capelo Magalhães JULHO/2019


Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza

Pordeus, Lizandra de Medeiros. Move: Centro de Profissionalização e Vivência da Dança / Lizandra de Medeiros Pordeus. - 2019 132 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2019. Orientação: Wladimir Capelo Magalhães. 1. Arquitetura. 2. Dança. 3. Escola. 4. Profissionalização. I. Magalhães, Wladimir Capelo. II. Título.


LIZANDRA DE MEDEIROS PORDEUS

CENTRO DE PROFISSIONALIZAÇÃO E VIVÊNCIA DA DANÇA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e urbanismo da Universidade de Fortaleza como exigência para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Fortaleza, ___ de Junho de 2019. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. Wladimir Capelo Magalhães Orientador _____________________________________________ Prof. Lia Costa Mamede Membro da Banca Examinadora _____________________________________________ Membro convidado Membro da Banca Examinadora


LISTA DE IMAGENS Figura 1. Pintura Rupestre representando cena de “Dança” 32 Figura 2. Dança de Cerimônia na China 34 Figura 3. Balé da Corte 35 Figura 4. Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro Maria Olenewa (1930) 38 Figura 5. Apresentação de Maracatu no Festival de dança de Joinville 40 Figura 7. Alunos na aula de dança do EDISCA 42 Figura 8. Escola Bolshoi no Brasil 54 Figura 9. Estrutura Escola Bolshoi no Brasil 56 Figura 10. Fachada da Escola Nacional de Ballet de Toronto 57 Figura 11. Fachada de vidro das salas de dança 59 Figura 12. Ambiente interno da Escola 59 Figura 13. Fachada Oeste do Instituto de Arte Contemporânea da Universidade de Virgínia . Figura 14. Auditório 62 Figura 15. Fachada Oeste, com iluminação de dentro para fora. 63 Figura 16. Fachada Universidade de Música e Dança 65 Figura 17. Auditório 66 Figura 18. Mapa de condicionantes físico ambientais 74 Figura 19: Fluxograma 76 Figura 20. Croqui implantação 80 Figura 21. Sala de dança 81 Figura 22. Evolução 82 Figura 23. Perspectiva. 107 Figura 24. Perspectiva. 108 Figura 25. Perspectiva. 110 Figura 26. Perspectiva. 113 Figura 27. Perspectiva. 114 Figura 28. Perspectiva. 117 Figura 29. Estrutura. 119

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LISTA DE TABELAS Tabela 1: Programa de Necessidades 79 Tabela 2: Tabela de Vegetação 90 Tabela 3: Quadro de Áreas do Térreo 92 Tabela 4: Quadro de Áreas Primeiro Pavimento Tabela 5: Quadro de Áreas Segundo Pavimento

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RESUMO Este trabalho contempla o projeto arquitetônico de uma escola profissionalizante e de vivência da dança, denominada Move. O tema busca suprir a escassez de investimentos voltados para o ensino de formação em dança no Ceará. Inicialmente, foi realizada pesquisa bibliográfica envolvendo o tema e projetos de referência. O programa de necessidades contempla espaços educacionais, administrativos, serviços e sociais. O terreno, no bairro Patriolino Ribeiro , em Fortaleza – CE, busca potencializar o uso por estudantes e comunidades próximas. O projeto valoriza a integração visual entre o externo e o interno da edificação, de maneira que todos consigam visualizar as aulas práticas, tornando o edifício um cenário para a cidade. A volumetria envolve um volume de linhas retas, usando a forma primária de um quadrado, fazendo menção ao estilo de dança Ballet, que é o primordial da dança. Porém, fazendo mudanças de alturas e jogos de cheio e vazio, que indica as outras vertentes da dança, outros estilos, mas que tem como base o Ballet. Palavras-chave: Arquitetura. Dança. Profissionalização. Escola.


ABSTRACT This work covers the architectonic project of a professionalizing school and dance experience, denominated Move. The theme aims to overcome the lack of investments teaching dance in Cearå. Initially, a bibliographic research related to this theme and related projects was conducted. The program of needs includes educational, administrative, service and social spaces. The land, in the district Patriolino Ribeiro, in Fortaleza - CE, tries to enhance the use by students and nearby communities. The project values the visual integration between the external and the internal of the building, so that everyone can visualize the practical classes, making this building part of city’s landscape. The volumetry involves a volume of straight lines, using the primary shape of a square, making reference to the style of Ballet dance, which is the primordial of dance. However, making changes of heights and games of full and empty, which points to other strands of dance, other styles, but which is based on the Ballet. Keywords: Architecture. Dance. Professionalization. School.


01. INTRODUÇÃO e justificativa do tema P.19 1.1 TEMÁTICA ESCOLHIDA P.20 1.2 APRESENTAÇÃO DO TEMA P.20 1.3 JUSTIFICATIVA P.20

02. OBJETIVOS P.20

2.1 OBJETIVO GERAL P.26 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS P.26

prelúdio

sumário

04. REFERENCIAL CONCEITUAL P.33

4.1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DANÇA P.34 4.2 A DANÇA NO BRASIL P.39 4.3 A DANÇA NO CEARÁ E EM FORTALEZA P.43 4.4 PROFISSIONALIZAÇÃO EM DANÇA NO BRASIL P.,45 4.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTE À DANÇA p.48 4.6 LEGISLAÇÃO REFERENTE A ARQUITETURA DO EDIFÍCIO p.50

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1° ATO

03. PROCEDIMENTOS DE PESQUISA P.29


05. REFERENCIAL PROJETUAL p.55

6.1 Terreno p.72 6.2 Legislação Urbana p.73 6.3 Condicionantes Físico Ambientais p.75 6.4 Programa de necessidades, pré dimensionamento e fluxograma p.77 6.5 DIRETRIZES PROJETUAIS p.79

07. o projeto p.85

7.1 MOVE – Centro de Profissionalização e Vivência da Dança p.86

3° ATO

06. PROPOSTA CONCEITUAL p.71

2° ATO

5.1 A ESCOLA DO TEATRO BOLSHOI p.54 5.2 A ESCOLA NACIONAL DE BALLET DE TORONTO p.58 5.3 INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DA VIRGÍNIA p.62 5.4 UNIVERSIDADE DE MÚSICA E DANÇA DA COLÔNIA p.66

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08. considerações finais p.121 09. agradecimentos p.125 10. referencial bibliográfico p.129

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3° ATO coda final

7.2 resultado formal p.87 - plantas baixas p.92 implantação p.92 PLANTA PAV. TÉRREO p.94 PLANTA PRIMEIRO PAV. p.95 PLANTA SEGUNDO PAV. p.97 PLANTA DE COBERTA p.99 - CORTES p.101 - DETALHES p.104 - perspectivas p.106 - SISTEMA CONSTRUTIVO p.118


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01

prelúdio introdução e justificativa do tema


prelúdio

01

introdução e justificativa do tema

1.1 TEMÁTICA ESCOLHIDA

Escola Municipal de Dança de Fortaleza

1.2 APRESENTAÇÃO DO TEMA Este projeto de pesquisa pretende auxiliar as ações futuras da elaboração do projeto arquitetônico acadêmico vinculado ao Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) durante o período de agosto a dezembro de 2018. Considerando o ambiente artístico e cultural da cidade de Fortaleza, este trabalho tem como objetivo desenvolver uma proposta arquitetônico para uma Escola de Dança cuja intenção é potencializar a cena artística não só da cidade, como também no Estado, e proporcionar a formação e capacitação profissional em dança, com uma ampla proposta curricular especializada em dança, além de incentivar a cultura e a valorização da arte.

1.3 JUSTIFICATIVA

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O ensino da Arte em geral possui importância relevante para a construção do


conhecimento humano sensível-cognitivo. “Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade percebida e desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada.” (BARBOSA, 2003, p.18) Neste contexto, pode-se ainda abordar a dança como instrumento de socialização para formação de cidadãos críticos, participativos e responsáveis. Tendo em vista que a dança é um processo educacional, e não se resume apenas em adquirir habilidades, mas também contribui no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. Observando a história do ensino e aprendizagem da arte nas escolas de ensino fundamental e médio, nota-se um descaso por parte de muitas organizações educacionais e dos educadores nesta área, resultando numa grande carência do conhecimento artístico e na desvalorização da cultura em geral. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN em vigor do Ministério da Educação – MEC: [...] Conhecer a arte significa os alunos aproximaremse de saberes culturais e estéticos inseridos nas práticas de produção e apreciação artística, fundamentais para a formação e o desempenho social do cidadão. Na escola de Ensino Médio, continuar a promover o desenvolvimento cultural e estético dos alunos com qualidade, no âmbito da Educação Básica, pode favorecer lhes o interesse por novas possibilidades de aprendizado, de ações, de trabalho como arte ao longo da vida. (PCN – BRASIL, 2000, p. 46)

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Com base no parágrafo supracitado onde o MEC expõe a importância do ensino da arte, sendo essa necessária na educação do cidadão desde a infância, compreendese como essencial que essa educação seja continuada, com foco também no ensino superior. A arte é um termo complexo, visto que, voltada para o ensino transforma as ações humanas social e cultural. O conceito de arte pode ser compreendido pelas setes artes clássicas: Escultura, Pintura, Literatura, Música, Cinema, Teatro e Dança. Todas são consideradas uma manifestação de criatividade. Portando, pode-se afirmar que é de suma importância o ensino da arte como base da educação cultural de todo cidadão. O desenvolvimento da Dança, por exemplo, contribui para a evolução cultural, social, econômica e política do país. Contudo, é constatado que a educação artística voltada para a dança no Estado do Ceará é carente de instituições de ensino superior que unam qualidade de ensino e com boa infraestrutura para uma digna formação profissional na área. De acordo com o Sistema do Ensino Superior de 2018, a Universidade Federal¹ do Ceará – UFC é a única instituição de ensino superior em Dança, com bacharelado e licenciatura. Porém existe um curso profissionalizante no Porto Iracema das Artes e uma única escola pública de dança em Fortaleza, o Villa das Artes. Também é possível encontrar projetos sociais onde o principal foco é na dança, como o Edisca e o Instituto Katiana Pena. Sabendo que o Estado do Ceará ocupa uma área total de 148.826 km2 e abriga atualmente uma população de aproximadamente oito milhões e meio de habitantes, onde a cidade de Fortaleza é considerada como a 5ª cidade mais populosa do Brasil com mais de 2.627.482 de pessoas, pode-se constatar a escassa quantidade de²

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investimentos público no ensino médio e superior voltados para o âmbito artístico, tanto na Capital quanto no interior. Com isso, a escolha do tema foi motivada pela percepção a respeito dessa limitada oferta de espaços dedicados à profissionalização na área artística e cultural na Cidade de Fortaleza e no Estado do Ceará, ocasionando o êxodo por parte das pessoas que almejam a formação profissional em dança em direção ao “polo cultural” do Brasil, localizado nas regiões Sul e Sudeste do país, ou até mesmo para o exterior. Além de que tendo essa dificuldade para boa formação, muitas pessoas desistem do âmbito artístico. Considerando então o meio artístico, cultural e educacional da Cidade de Fortaleza, pretendo desenvolver o projeto arquitetônico de uma Escola Municipal de Dança para todas as classes sociais, com uma grade curricular contendo disciplinas teóricas e práticas, distribuídas ao longo dos anos até a formação, assim o aluno desenvolve sua vocação artística e técnica até alcançar o refinamento necessário para autonomia profissional, abrangendo um público de crianças, jovens e adultos, tendo três etapas de formação, sendo essas, curso básico, técnico e graduação. A Escola tem o intuito de potencializar a cena artística da cidade, proporcionar a capacitação profissional em dança, incentivar a cultura e valorizar a arte.

¹ Fonte: e-MEC – Sistema de Regulação do Ensino Superior. Disponível em: < http://emec.mec.gov.br >. Acesso em: 17 de setembro de 2018. ² Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: < http://ibge.gov.br >. Acesso em: 17 de setembro de 2018.

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02

prelĂşdio objetivos


prelúdio

02

objetivos

2.1 OBJETIVO GERAL Elaborar uma pesquisa para criação de um projeto arquitetônico de uma Escola Municipal de Dança de Fortaleza

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Pesquisar referências bibliográficas e manchetes envolvendo a dança e sua formação no Brasil e no Mundo; 2. Estudar a fundamentação teórica envolvendo Dança, levando-se em conta a situação dos movimentos artísticos e culturais no Brasil, com atenção especial ao Estado do Ceará e sua Capital, incluindo estudo sobre graduação no tema; 3. Analisar projetos de referência que possuam alguma significância em termos conceituais e arquitetônicos relacionados ao tema em questão;

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4. Desenvolver um programa de necessidades e fluxograma de um projeto arquitetônico de uma Escola de Dança; 5. Escolher e estudar o terreno onde será futuramente implantado o projeto da Escola Municipal de Dança de Fortaleza;

6. Analisar o entorno o qual será alocado;

7. Desenvolver critérios projetuais iniciais para a escola a ser elaborado; 8. Fazer estudos de implantação.

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03

prelĂşdio procedimento de pesquisa


prelúdio

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procedimento de pesquisa

A pesquisa a ser realizada neste trabalho possui abordagem qualitativa, descritiva e bibliográfica. A mesma será desenvolvida por meio de consultas em livros, documentários, artigos científicos, leis e sites que tenham relação com o assunto em questão. Este estudo auxiliará no cumprimento do objetivo específico 1. Visando a melhor compreensão do tema proposto neste Trabalho Final de Graduação, será realizado o estudo da evolução histórica da Dança e da importância do ensino dessa arte. Como recorte espacial, após o estudo geral dessa arte, será exposto um panorama da situação atual dos movimentos artísticos no Brasil, sendo possível cumprir o objetivo específico 2. Por meio dos estudos de caso e análises de centros de formação em dança existentes no Brasil e no mundo, será possível engrandecer a compreensão do tema e ter subsídios para elaborar o programa de necessidades e, consequentemente o projeto arquitetônico a ser produzido numa etapa posterior do Trabalho final de Curso. Com tais ações, será possível realizar os objetivos específicos 3 e 4.

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Para alcançar os objetivos 5 e 6, far-se-á a escolha do terreno, tendo como base a sua topografia, para uma análise das condicionantes do terreno e do espaço, além de sua relação com o entorno e os equipamentos similares já existentes em Fortaleza. Será construída nesta etapa uma maquete física com a topografia do terreno. Por fim, para realizar os objetivos específicos 7 e 8, serão traçadas as diretrizes projetuais fundamentadas tanto nos estudos de caso como nos conhecimentos adquiridos durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo, as quais nortearão o projeto arquitetônico de forma que a funcionalidade, a beleza e a estrutura sejam bem aplicadas.

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1° ato referencial conceitual


1° ato

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referencial conceitual

4.1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DANÇA A história da dança é tão antiga quanto a da humanidade. Podendo ser vista através de pinturas rupestres dos povos pré-históricos, a dança desde então fez parte de cerimônias e celebrações. (Figura 1)

Figura 1. Pintura Rupestre representando cena de “Dança” fonte: http://cultura. culturamix.com/curiosidades/ historia-da-danca-pre-historiaa-pos-modernidade. Acesso 14 nov. 2018.

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Desde a Era Primitiva, a dança estava relacionada à sobrevivência, pois os homens vivendo isolados em tribos e se alimentando basicamente da caça, da pesca e de frutos da natureza, criavam rituais de dança visando impedir que eventos outros viessem prejudicar suas práticas. (LANGENDONCK, 2009) Dançar significa também uma forma de comunicação, de expressão de sentimentos ou mesmo de rituais. Desde a antiguidade faz parte do cotidiano das pessoas, utilizado principalmente em manifestações sociais, seja como uma forma de expressão artística, seja como objeto de culto aos deuses ou como um simples entretenimento. Antropólogos e Arqueólogos assumem que o homem primitivo dançava como sinal de exuberância física, rudimentar tentativa de comunicação e, posteriormente, já como forma de ritual. Dançou-se assim desde tempos imemoriais, em torno de fogueira e diante de cavernas: gestos rítmicos, repetitivos, as vezes levado ao paroxismo, serviam para aquecer os corpos antes da caça e do combate. Nas mais remotas organizações sociais, a dança estava presente, celebrando as forças da natureza, investidas bélicas, mudanças das estações. (PORTINARI, 1989, p. 17)

Na Índia e na China a dança, desde a Idade Média, já era executada como forma de adoração de divindades, em que os dançarinos usavam máscaras e trajes coloridos para melhor representarem. (Figura 2)

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Figura 2. Dança de Cerimônia na China. Fonte: https://corpoesociedade. blogspot.com/2013/12/ mascaras-china-coreia-ejapao.html. Acesso 14 nov. 2018.

Na Grécia antiga, a dança representava a harmonia entre o corpo e o espírito, pois desde os primórdios ela era tratada em mitos, cerimônias, literatura e disciplina obrigatória para a formação do cidadão. Também era muito empregada nos jogos olímpicos, uma vez que o corpo dos adolescentes simbolizava a beleza dos gregos, sendo considerada fonte de inspiração para os artistas. Durante o Império Romano, a dança sob a forma teatral ocorria por meio de espetáculos diversos onde os dançarinos, na linguagem de hoje significaria atividades circenses, dada as acrobacias e os saltimbancos.

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Figura 3. Balé da Corte. Fonte: http:// ceciliabazzottihistoriadanca. blogspot.com/2012/05/osgrandes-ballets-de-corte-econtext o.htm. Acesso em:14 nov. 2018.

A Idade Média tornou-se a grande ruptura na evolução da dança, onde era visto como uma atividade recreativa, executada pelas camadas populares e pela nobreza. Já no Renascimento, a dança, assim como os outros campo das artes, da cultura, da política e da religião, trouxe diversas mudanças que já vinham se arrastando através dos anos. Nessa época, a dança torna-se mais complexa, com desenvolvimento de técnicas, estudos específicos e ensinamentos, com isso, surge o balé, como uma forma de dança mais disciplinada e com repertórios de movimentos estilizados. Assim, começou a ter um sentido social, isto é, passou a ser dançada pela nobreza em grandes espetáculos teatrais, com um estilo mais técnico, fazendo com que fosse necessário o aprendizado da técnica e

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dos passos. Com isso, surge profissionais e mestres da dança. (Figura 3) Foi no século XX que surgiu a Dança Moderna através dos artifícios do balé, utilizando seus princípios básicos, porém com pensamentos distintos, o que norteou sua elaboração. Aparecendo novos modos de dançar bastante diferentes da tradição clássica em relação aos espaços utilizados, concepção de dança e movimentos do corpo. Usando uma técnica de dança mais livre, ou seja, não seguindo uma determinada técnica e conquistando maior liberdade para a escolha dos movimentos. Pode-se dizer que a dança moderna foi a abertura para a introdução de novos estilos de dança, como o sapateado, dentre outros, apresentados como espetáculos teatrais, em que os passos, música, o vestuário, a iluminação e o próprio cenário, formam uma grande estrutura. Esses espetáculos com dança marcaram o início do seu desenvolvimento e de sua autonomia como arte. O que eles buscavam de fato era transmitir ao público um senso de realidade interior e exterior no qual além da dramaticidade era transmitida a realidade dos problemas sociais. Desde então, a dança social foi se transformando e, aos poucos, se tornou acessível às camadas menos privilegiadas da sociedade, as quais já desenvolviam outro tipo de dança: as danças populares. Contudo, em todos os tempos, a dança sempre possibilitou ao ser humano retratar seus anseios em busca da felicidade, do autoconhecimento e do aperfeiçoamento de cada gesto expressado. A dança se compõe de movimentos e gestos, formando um ritmo indispensável, sendo uma das expressões artísticas mais importantes, além de ser considerada uma atividade física. Conforme Verderi (2000), “a dança pode criar condições para que se estabeleçam relações interativas, propiciando o conhecimento do próprio corpo e de suas

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possibilidades como forma de compreensão crítica e sensível do mundo que nos rodeia”. A dança deve ser considerada patrimônio histórico cultural da humanidade, além de que sua linguagem artística traduz o desenvolvimento da criatividade, forma de expressão poética e de ideias, sentimentos e visão do mundo. Atualmente, existem inúmeros estilos de danças influenciados direta e indiretamente pelo Balé Clássico e Dança Moderna, como exemplo: jazz dance, sapateado, danças urbanas, dança contemporânea e muitas outras.

4.2 A DANÇA NO BRASIL No Brasil, é possível encontrar diversos estilos de dança, abrangendo muitas expressões. Na cultura popular, nas danças indígenas e folclóricas, e nas formas que envolve mais técnica, que foram introduzidas por bailarinos europeus, por volta de 1930, com as primeiras escolas de balé no Brasil. Nesse período, as escolas de balé não buscavam a excelência na dança, como nas escolas europeias. A ideia era introduzir uma atividade física e até mesmo dar noções de etiqueta às alunas, que eram a maiorias da alta sociedade. A dança enquanto um processo educacional, não se resume simplesmente em aquisição de técnicas, mas sim, poderá contribuir para o aprimoramento das habilidades básicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. O uso da dança como prática pedagógica favorece a criatividade, de auxiliar o processo de construção de conhecimento, além do indivíduo poder demonstrar aquilo os seus sentimentos e habilidades de maneira mais transparente

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Figura 4. Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro Maria Olenewa (1930) fonte: http://www.theatromunicipal.rj.gov.br/corpos-artisticos/ballet/. Acesso em:12 nov. 2018.

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possível. Nessa perspectiva, compreendemos que a dança auxilia não só o aprendizado da vivência em sociedade, mas também permite ao indivíduo um auto conhecimento. Porém, muitas pessoas ainda vêem a dança como apenas uma forma de diversão, esquecendo do seu papel pedagógico e suas diversas contribuições. O Brasil é um país que tem na sua cultura popular expressões significativas, que possibilitam inúmeras oportunidades de aprendizagem através de músicas, danças e festas populares. Por ser um país de grande extensão, as danças populares podem ser classificadas por região, onde cada uma possui suas danças tradicionais. Existindo uma evidente centralidade referente ao universo artístico nas grandes cidades das regiões Sudeste e Sul, principalmente nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, que são considerados os polos culturais do país, por abrigarem as principais escolas e serem palco dos principais movimentos. Outro fator da centralidade são as três maiores emissoras de telecomunicação do Brasil, a Globo, SBT e a Record, por estarem localizadas nessas cidades, as quais fornecem uma enorme oferta de empregos para atores, diretores, bailarinos entre outros. Além de está concentrado as maiores companhias de dança e teatro do Brasil, por exemplo Teatro Objetivo, Teatro Oficina, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e é onde acontecem os espetáculos musicais de vínculo internacional. O principal núcleo de dança do Brasil é em Joinville, em Santa Catarina. Também conhecida como cidade da dança, ela abriga a única filial da Escola do Teatro Bolshoi, da Rússia, além de proporcionar o maior festival de dança do mundo, um evento já consolidado pela tradição, profissionalismo e quantidade dos participantes.

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Figura 5. Apresentação de Maracatu no Festival de dança de Joinville . fonte: Acervo pessoal

Apesar da centralidade no eixo Sul-Sudeste, não se anula o desenvolvimento artístico das outras regiões do país. A região Nordeste do Brasil é detentora de uma enorme riqueza quando o assunto é música e dança devido a influência dos povos indígenas, africanos e europeus, em que vários rítmos e estilos foram implantados e consolidados como frevo, baião, xaxado, maracatu, forró e muitos outros, os quais permanecem até os dias de hoje. Trata-se de ritmos que dão uma movimentação intensa nos corpos dos dançarinos. Porém, mesmo com toda riqueza e diversidade, são poucos os espaços que estimulam a profissionalização em áreas ligadas à arte, e principalmente em dança. Hoje, existem diversas competições e mostras de dança pelo o Brasil, levando a arte e a cultura para o público, e impulsionando o desenvolvimento e crescimento artístico.

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4.3 A DANÇA NO CEARÁ E EM FORTALEZA Fortaleza detém potencial para ser um grande polo cultural, apesar do lento crescimento da apreciação artística. É que a cidade em relação a esse assunto vem aos poucos se desenvolvendo para atender a demanda cultural, apesar de que isso exija uma requalificação no ensino das artes das escolas e opções de formação na área. Em 1910, o Theatro José de Alencar, foi finalmente inaugurado, sendo o primeiro teatro oficial da cidade, e com eleederam consideráveis evoluções para a apreciação e produção cultural e artística local, pois abriu portas para as apresentações de companhias de dança e de teatro de fora.

Figura 6. Theatro José de Alencar (1910) Fonte: http://www.blogsj.com.br/conheca-o-theatro-jose-dealencar. Acesso em:12 nov. 2018.

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A dança no Ceará, inseriu-se com maior vigor no início do século XX, com o objetivo de reproduzir a Belle Époque, que consistia em incorporar os costumes franceses na cultura do povo cearense. Nessa época, quem possuía mais acesso a dança e a concertos musicais era a classe elitista. No início da década de 40, diversos bailarinos cearenses intelectuais das artes, fundaram em Fortaleza as academias de dança, como Regina Passos e Hugo Bianchi, pioneiros do ensino da dança clássica no Ceará. No ano de 1974, com a fundação da Escola de Dança Clássica e Moderna do Serviço Social da Indústria - SESI, a dança finalmente deixa de ser uma prática exclusiva da classe elitista, passando a ter alunos como os filhos dos operários. Ainda na década de 70, deu-se o início da Dança Moderna e do Jazz em Fortaleza, dando origem a novos estilos e a criação de novas academias. Então, a partir dos anos 70, a Dança e a introdução da cultura passam a ser fundamentais para a inclusão social, possibilitando às camadas mais pobres de Fortaleza terem acesso a dança. Com esse intuito, foi criado o grupo Escola de Dança e Integração Social para Crianças e Adolescentes - EDISCA.

Figura 7. Alunos na aula de dança do EDISCA. Fonte: http://www.verdinha.com. br/entretenimento/30035/ edisca-abre-inscricoespara-criancas-de-variosbair ros-de-fortaleza-saibacomo-participar/. Acesso em:13 nov. 2018.

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Além disso, festivais de Dança e Artes foram incorporados na cidade, como a I Bienal de Dança do Ceará realizada em 1997, o FENDAFOR - Festival Nacional de Dança de Fortaleza, o Festival Passo de Arte Norte/Nordeste, dentre outros. Festivais estes que existem até hoje, atraindo bailarinos e turistas de todo o Brasil e América Latina para a cidade. Impulsionando além da cultura, o turismo da região. Um marco na dança cearense na década de 80 foi o Grupo Pano de Boca, ligado a Academia Vera Passos. Parte da renovação contemporânea da dança no panorama cearense de hoje deve-se à atuação da companhia. A Bienal Internacional de Dança desencadeou uma série de conquistas para o Estado. Uma delas foi a implantação do Colégio de Dança do Ceará, que trouxe formação gratuita para bailarinos, coreógrafos e professores por um período de quatro anos (1999 a 2002). Toda uma série de novas informações foram passadas aos alunos, alterando profundamente o panorama da dança cearense.

4.4 PROFISSIONALIZAÇÃO EM DANÇA NO BRASIL Com a promulgação da Nova Constituição Federal de 1988, os educadores mais diretamente ligados pela busca de modificações no ensino da arte foram buscar o reconhecimento da disciplina por meio da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fazendo com que o ensino da arte se fizesse presente na educação. Em 1988 com a promulgação da constituição, iniciam-se as discussões sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que seria sancionada apenas em 20 de dezembro de 1996. Convictos da importância do acesso escolar dos alunos de ensino básico também à área de Arte, houve manifestações

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e protestos de inúmeros educadores contrários a uma das versões da referida lei, que retirava a obrigatoriedade da área. Com a Lei n. 9.394/96, revogavam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada obrigatória na educação básica: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (art. 26, § 2o). (PCN, 1997, p. 30)

No século XX houve tentativas de melhorias no trabalho educativo da arte no brasil. Organizadas associações, no mesmo período teve Congressos Nacionais e Internacionais sobre Arte e Educação, liderados pelas Universidades e pela Federação Nacional dos Arte- Educadores do Brasil – FAEB discutiam a respeito dos cursos de Arte da pré-escola até a universidade, nas variadas linguagens artísticas. A Educação através da Arte é, na verdade, um movimento educativo e cultural que busca a constituição de um ser humano completo, total, dentro dos moldes do pensamento idealista e democrático. Valorizando no ser humano os aspectos intelectuais, morais e estéticos, procura despertar sua consciência individual, harmonizada ao grupo social ao qual pertence. (FERRAZ; FUSARI, 2009, p.19).

Somente através da educação em arte se consegue desenvolver o pensamento artístico, tendo em vista que o mesmo é que caracteriza o modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: Por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a

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reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. (PCN, 1997, p. 15)

Na vertente da dança, no Brasil, existem diversos cursos de graduação em dança. Conforme o ranking realizado pela revista Guia do Estudante - Profissões Vestibular (2012), os sete melhores cursos do Brasil, são: Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Universidade Anhembi Morumbi, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Universidade Angel Vianna – FAV (Rio de Janeiro), Faculdade de Artes do Paraná – FAP (Curitiba), Universidade do Estado do Amazonas – UEA e Universidade Federal de Viçosa – UFV. Já se referindo ao Estado do Ceará, o curso de Dança é ofertado apenas na UFC, além dos cursos técnicos. A profissionalização em dança pode ser obtida através de um curso superior, cujas opções incluem o Bacharelado, Licenciatura e o Tecnólogo. Sabe-se que seguindo a carreira de bacharel, o aluno é apto a montar e dirigir espetáculos musicais para teatro, cinema ou TV. Também pode atuar como bailarino, participar de espetáculos e pesquisar novas linguagens na dança, ou dar aulas de Artes em escolas públicas ou particulares, faculdades, universidades e cursos livres. O profissional pode trabalhar, ainda, em coreografia, definindo os passos e os movimentos que os bailarinos devem executar no palco. Já em licenciatura, qualifica para o ensino. Já se referindo aos tecnólogos em dança, o aluno será apropriado de conceber e montar espetáculos de dança e participar de companhias de dança. Conforme a Lei no 6.533, de 24 de maio de 1978, que aponta sobre a regulamentação das profissões de Artistas e de técnico em Espetáculos de Diversões:

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Art. 2o - Para os efeitos desta lei, é considerado: I - Artista, o profissional que cria, interpreta ou executa obra de caráter cultural de qualquer natureza, para efeito de exibição ou divulgação pública, através de meios de comunicação de massa ou em locais onde se realizam espetáculos de diversão pública; II - Técnico em Espetáculos de Diversões, o profissional que, mesmo em caráter auxiliar, participa, individualmente ou em grupo, de atividade profissional ligada diretamente à elaboração, registro, apresentação ou conservação de programas, espetáculos e produções.

A grade curricular de um curso de graduação de bacharel em Dança, envolve disciplinas prática, como técnicas de dança, improvisação, coreografia, música, voz e acrobacia, e teóricas, como comunicação e expressão, anatomia, psicologia, dança e cultura brasileiras e filosofia. Já para Licenciatura também conta com matérias específicas para da aulas como fundamentos da ação pedagógica e gestão em ambientes educativos. Para este curso (bacharelado ou licenciatura, tendo o direito do registro profissional DRT) a duração média é de 4 anos. Quanto ao tecnólogo, a média de duração deste curso é de 2 anos e meio.

4.5 LEGISLAÇÃO PERTINENTE À DANÇA Percebe-se que existe, de alguma forma, uma certa preocupação do Governo com a situação cultural do Brasil, inclusive com a criação de um Ministério da Cultura que fez surgir o Plano Nacional de Cultura (PNC) com os objetivos de planejar e implementar políticas para o desenvolvimento da cultura.

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A Lei no 12.343, de 2 de dezembro de 2010, que criou o Plano Nacional de


Cultura (PNC) tendo como objetivo o planejamento e a implementação de políticas públicas de longo prazo, voltadas para a proteção e promoção das diversidades culturais do nosso país. Essas diversidades se expressam em práticas, serviços e bens artísticos e culturais que são essenciais para o exercício da cidadania, e para o próprio desenvolvimento socioeconômico da nação. Art. 2o. São objetivos do Plano Nacional de Cultura: I - reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira; II - proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial; III - valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais; IV - promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções; V - universalizar o acesso à arte e à cultura; VI - estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional; VII - estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos; VIII - estimular a sustentabilidade socioambiental; IX - desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais; X - reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores; XI - qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado; XII - profissionalizar e especializar os agentes e gestores

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culturais; XIII - descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura; XIV - consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais; XV - ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo; XVI - articular e integrar sistemas de gestão cultural.

A Lei prevê entre outras metas a área da cultura que devem ser alcançadas até o ano 2020. Ou seja, as metas do Plano foram pré-estabelecidas através de ampla discussão entre a sociedade e os gestores públicos. No entanto, o sucesso do PNC só estará concluído se houver o envolvimento de todos os Estados, através do Sistema Nacional de Cultura.

4.6 LEGISLAÇÃO REFERENTE A ARQUITETURA DO EDIFÍCIO Como a Escola Municipal de Dança não se enquadra em nenhuma legislação específica, terá que se subordinar ao Código de Obras e Posturas do Município de Fortaleza no que concerne aos locais de reunião citados no capítulo XXV seção IV quanto aos aspectos culturais, e no capítulo XXVI relativos às escolas, para auxiliar na elaboração de programas e dimensionamento dos ambientes. Também deverá ser consultada a Norma de Acessibilidade a Edificações, Mobiliários, Espaços e Equipamentos Urbanos mencionados na NBR 9050, para que posse se adequar a edificação a ser projetada e dispostas para receber todas as pessoas, independente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, propiciando dessa forma a utilização de maneira autônoma e segura.

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A acessibilidade está relacionada com a qualidade por meio do qual se desenvolvem sistemas flexíveis o bastante para acomodar as mais variadas necessidades dos usuários, independentemente de sua idade, deficiência ou tecnologia. A acessibilidade também se relaciona com a quebra de barreiras que normalmente impediriam o acesso ao sistema por parte dos usuários. A usabilidade está relacionada à facilidade no uso do sistema. A usabilidade é um conceito vinculado também a diversos componentes que se relacionam aos seguintes atributos: facilidade de aprendizado, eficiência, facilidade de memorização, erros e satisfação do usuário. Além da Norma de Níveis de Ruídos para Conforto Acústico (NBR 10152) assim como a Norma de Tratamentos Acústicos em Recintos Fechados (NBR 12179) ainda deverá ser consultada a Norma de Iluminação de Interiores (NBR 5413), uma vez que todas exercem influência direta como fonte de tratamento para o ambiente interior, tais como o tratamento acústico, e iluminação nas áreas de apresentação. Essas três NBR’s é que definem a qualidade para aulas de dança. Portanto, pode-se dizer que a qualidade do projeto está ligada a definição de critérios que visam a satisfação das necessidades de uso e ocupação, ao desempenho da edificação, a garantia de vida útil e à qualidade do edifício. Assim, busca-se um melhor resultado para o projeto arquitetônico.

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1° ato referencial projetual

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1° ato

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referencial projetual

Para um melhor desenvolvimento do tema do projeto, considera-se de suma importância o estudo e análise de projetos de referência que auxiliarão na construção do programa de necessidades e do fluxograma, além de contribuir para a elaboração do projeto arquitetônico.

5.1 A ESCOLA DO TEATRO BOLSHOI Em 1776, foi fundado em Moscou, o Ballet Bolshoi, sendo a maior parte dos bailarinos vindo de uma escola de dança de um orfanato da cidade. Porém, a escola só foi se solidificando e ganhando notoriedade na cena cultural russa em 1780. A escola integrava a companhia do Teatro Petrovsky, o qual acabou sendo destruído por um incêndio e sendo assim substituído por um novo edifício, o Teatro Imperial, que acabou também sendo destruído pelo fogo durante a invasão francesa a Moscou. E enfim, em 1825, o edifício foi reconstruído com o nome que conhecemos até hoje, Teatro Bolshoi, que além de ser sede da Escola Coreográfica de Moscou, ou também conhecida como Escola de Balé Bolshoi, sendo uma das mais antigas e prestigiosas companhias de dança do mundo, o edifício é um dos principais marco histórico na cidade e um dos pontos turísticos mais visitado. Em 1996, o diretor e alguns bailarinos do Bolshoi, chegaram no Brasil para participar do Festival de Dança de Joinville, um dos maiores eventos de dança do mundo que se repete todo ano desde 1983 e reúne artistas nacionais e internacionais

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em apresentações em palcos, praças e até mesmo em hospitais e shopping. E então, o diretor artístico do Bolshoi comentou com o então prefeito da cidade de Joinville que gostaria de propagar os ensinamentos da sua companhia de balé fora da Rússia. O prefeito consolidou a ideia, e começou a construção da Escola do Teatro Bolshoi, única filial no mundo, a qual foi inaugurada em 15 de março de 2000. Com a proposta de formar artistas cidadãos, promovendo e difundindo a arte juntamente com a educação, com os mesmo ideais sociais que deu origem à Escola Coreográfica de Moscou, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil proporciona o desenvolvimento cultural, físico e mental de crianças e jovens de todas as classes sociais, mas principalmente das camadas mais carentes da sociedade. A escola é um instituição com personalidade jurídica, de direito privado, sem fins lucrativos. Conta com uma estrutura completa para o ensino profissional da dança e a formação de seus artistas. São aproximadamente 70 funcionários e 14 professores, entre brasileiros e russos, que atendem perto de 260 alunos. O Bolshoi é mantido pelo Governo do Estado de Santa Catarina através de patrocínios e incentivo de leis de apoio à cultura, e por um grupo chamado “Amigos do Bolshoi”, formado por empresas e pessoas físicas solidárias, o que permite que em sua grande maioria, os alunos desfrutem de bolsas de estudos.

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Figura 8. Escola Bolshoi no Brasil Fonte: http://www.escolabolshoi.com.br/estrutura. Acesso em: 20 nov. 2018.

No Brasil, a Escola do Teatro Bolshoi, tem suas atividade educacionais credenciadas junto ao Ministério da Educação – MEC. Estando os cursos aprovados pelo Conselho Estadual de Educação e a Secretaria Municipal de Educação. A instituição tem aprovado o Curso Básico em Dança Clássica, autorizado pelo COMED (Conselho Municipal de Educação), Curso Técnico de Nível Médio em Dança e Curso Técnico de Nível Médio em Dança Clássica, aprovados pelo Eixo Tecnológico de Produção Cultural e Design.

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Contemplando as mais variadas disciplinas voltada a dança como Dança Clássica, Dança Contemporânea, Dança Popular Histórica e Danças Brasileiras, além de Ginástica Acrobática, Ginástica Específica, Teatro, Dueto, Repertório, Rítmica e Prática Cênica, a escola também proporciona aulas de músicas como Piano e Educação Musical, e aulas teóricas como Literatura Musical, Iniciação à Pesquisa, História da Dança e História da Arte. Como benefício, os alunos recebem, além do ensino gratuito de qualidade e parceria com o Ensino Fundamental e Médio regular, assistência médica de emergência/urgência, atendimento pré-hospitalar, apoio psicológico, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, assistência nutricional, alimentação complementar, avaliação física periódica, orientação pedagógica, além de uniformes, figurinos, material didático e transporte. Localizada em uma área de seis mil metros quadrados, no Centreventos Cau Hausen, em Joinville, a Escola Bolshoi dispões de uma estrutura completa e de alta qualidade, sendo o espaço ideal para abrigar essa absoluta dedicação profissional ao ensino da dança e a formação de artistas cidadãos. Suas instalações compreendem de doze salas para aulas de balé com piso especial para dança, seis vestiários, uma biblioteca com laboratório de informática, dez estúdios de piano e percussão, uma sala de ginástica, um laboratório cênico, duas sala para aulas teóricas, uma ateliê, um núcleo de saúde, espaços culturais, cantina e espaço administrativo.

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Figura 9. Estrutura Escola Bolshoi no Brasil Fonte: http://www.escolabolshoi.com.br/institucional. Acesso em: 20 nov. 2018.

“O aluno que estuda na Escola Bolshoi é constantemente incentivado a se tornar uma pessoa melhor, um cidadão com consciência, integridade, respeito e responsabilidade. Uma pessoa determinada, disciplinada e organizada. Aberta a novas ideias e oportunidades, utilizando-se de extensa bagagem de conhecimento.” (escolabolshoi.com.br) O estudo e a análise da Escola Bolshoi do Brasil serviu como embasamento para a construção do programa de necessidades da Escola Municipal de Dança de Fortaleza, pois consiste em uma escola profissionalizante cuja meta é a preparação de bailarinos para o mercado de trabalho.

5.2 A ESCOLA NACIONAL DE BALLET DE TORONTO ARQUITETOS: KPMB Architects LOCALIZAÇÃO: Toronto, Canadá ÁREA: 180.000 m2 ANO DO PROJETO: 2005

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A Escola Nacional de Ballet (NBS) é considerada como uma das melhores instituições de formação de balé do mundo, e é a única instituição na América do Norte que oferece um programa integral de formação profissional em dança, abrigando também dormitorios para os alunos em um edifício. A Escola comporta nos programas aproximadamente 700 estudantes por semana. O projeto da escola foi desenvolvido pelo escritório canadense de arquitetura KPMB, e sua principal característica é a mistura de edifícios novos com os históricos de grande valor patrimonial do entorno onde se situa.

Figura 10. Fachada da Escola Nacional de Ballet de Toronto. Fonte:https://www.archdaily.com/134268/ the-national-ballet-school-kpmb-architects/50144b7728 ba0d5b4900082f-the-national-ballet-schoolkpmb-architects-photo. Acesso em: 18 nov. 2018.

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A nova construção define-se em um campus vertical composto de três volumes com estruturas de cortinas de vidro e aço, com alturas diferentes fazendo uma composição assimétrica no entorno do edifício histórico já existente. A ligação do edifício antigo e dos novos é feita através de uma ponte em estrutura metálica. O edifício de altura intermediária, chamado de Praça da Cidade, funciona como ponto de encontro dos alunos. Neste ambiente, projetado com pé direito triplo, encontra-se alguns setores de apoio, como o café, o centro de pesquisa e o centro médico. O edifício onde estão localizadas as salas de dança é formado por três pavimentos com pé direito bem alto, envolvido por panos de vidro do piso ao teto. O intuito dessa proposta foi de transformar as salas práticas de dança em “palcos” para a cidade, fazendo com que a mesma se tornasse um cenário para os bailarinos, desenvolvendo uma relação entre o público e privado, rompendo então a monotonia da paisagem urbana. A Escola Nacional de Ballet de Toronto foi escolhida como projeto de referência por conta da sua linguagem contemporânea, mas que não implicasse em um grande impacto na paisagem urbana. Outro ponto interessante que foi levado em consideração para a escolha do projeto, foi a conexão dos espaços internos com os externos do edifício, utilizando de transparência, e deixando a cidade ser o cenário para as aulas, ao mesmo tempo, os bailarinos sendo parte da fachada, fazendo com que quem passe tenha o interesse de apreciar a arte.

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Figura 11. Fachada de vidro das salas de danรงa F o n t e : h t t p s : / / w w w. archdaily.com/134268/ t h e - n a t i o n a l - b a l l e tschool-kpmb-architect s/50144bae28ba0d5b4 900083a-the-nationalba l l et- s c h o o l - k p m b architects-photo. Acesso em: 18 nov. 2018.

Figura 12. Ambiente interno da Escola Fonte: https://www. archdaily.com.br/ br/893527/instituto-dearte-contemporaneada-universidaded a - v i r g i n i a - s teven-holl-architects. Acesso em: 17 nov. 2018.

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5.3 INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DA VIRGÍNIA ARQUITETOS: Steven Holl Architects LOCALIZAÇÃO: Richmond, Estados Unidos ÁREA: 3.800 m2 ANO DO PROJETO: 2018 O novo Instituto de Arte Contemporânea foi implantado na fronteira da cidade de Richmond e o campus da Universidade da Virgínia, com o intuito de aproximar a instituição com a comunidade local. Sendo assim, o edifício do instituto passou a ser a mais nova porta de entrada para a Universidade. Os volumes do edifício, formados por caminhos se unindo, sugerem que no mundo da arte contemporânea existe uma diversidade de interpretações. Organizado através de quatro galerias, cada uma com um caráter completamente diferente, tendo também espaços flexíveis, permitindo que até quatro exposições independentes possam ser montadas, ainda que seja possível combiná-las entre si. A circulação vertical do edifício, é organizada no volume de “encontro dos caminhos”, conectando cada uma das galerias, o auditório, o jardim das esculturas e o Fórum. A integração entre todos os elementos do edifício pode ser explorada à medida que se desloca pelos seus espaços.

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Figura 13. Fachada Oeste do Instituto de Arte Contemporânea da Universidade de Virgínia . Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/893527/instituto-de-arte-contemporanea-da-universidadeda-virginia-steven-holl-architects/5adff192f197ccfa6e0000f2-institute-for-contemporary-art-at-vcu-steven-holl-archit cts-photo. Acesso em: 17 nov. 2018.

O edifício foi concebido para ter duas fachadas frontais, de uma lado se abrindo para a cidade, e do outro para o jardim das esculturas e para o Fórum, conectando a Universidade ao seu entorno urbano. No térreo, um café se abre diretamente para o jardim, assim como a galeria inferior. As portas pivotantes deste espaço, permitem que as exposições possam transpor os limites da galeria, havendo uma conexão do interior com o exterior do edifício.

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A arquitetura do local sugere uma experiência do movimento através do espaço-tempo, tanto externa quanto internamente. Por todos os lados, a geometria do edifício se apresenta claramente como uma grande porta de entrada, a qual revela diferentes formas à medida que se desloca o ponto de visão. Além de que, à noite, os planos translúcidos se transformam em fontes de luz e brilho, iluminando o espaço público no entorno.

Figura 14. Auditório Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/893527/instituto-de-arte-contemporanea-da-universidadeda-virginia-steven-holl-architects/5adfee80f197ccea01000159-institute-for-contemporary-art-at-vcu-steven-holl-architects-photo. Acesso em: 17 nov. 2018.

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O projeto do Instituto de Arte Contemporânea da Universidade da Virgínia foi adotado como referência devido à sua volumetria, fazendo o uso de formas inusitadas, retilíneas, e que dão a ideia de movimento. Além da utilização de materiais que ajudaram a obter um bom resultado da relação entre o público e o privado, trazendo para o edifício uma dimensão urbana, dessa forma, possibilitando diversos modos de utilização tanto para o interior como para o exterior.

Figura 15. Fachada Oeste, com iluminação de dentro para fora. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/893527/instituto-de-arte-contemporanea-da-universidadeda-virginia-steven-holl-architects/5adfee80f197ccea01000159-institute-for-contemporary-art-at-vcu-steven-holl-architects-photo​. Acesso em: 17 nov. 2018

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5.4 UNIVERSIDADE DE MÚSICA E DANÇA DA COLÔNIA ARQUITETOS: HPP Architects LOCALIZAÇÃO: Colônia, Alemanha ÁREA: 6.500 m2 ANO DO PROJETO: 2018 Figura 15. Fachada Oeste, com iluminação de dentro para fora. Este foi um projeto ganhador do concurso para a ampliação da universidade da Colônia de Música e Dança, localizado próximo a uma estação de ferroviária, pretendia transformar em uma área urbana atraente. O novo edifício, uma estrutura compacta de grande formato, com contornos claros, criará novos espaços urbanos e ajudam a reforçar o conceito do projeto. Envolvido por um chapa perfurada de alumínio, e com grandes aberturas de painel de vidro, que colocam os bailarinos em exposição para o exterior, que além de dar leveza ao edifício, promove a integração do público e privado. No interior, utilizou-se de tons claros e madeira, imitando a atmosfera dos espaços públicos. No total, o edifício será composto por uma sala de concertos de 400 lugares, salas de dança, biblioteca, espaços para ensaio, salas de aulas teóricas e espaço administrativo. Também fornecerá o maior conservatório da Alemanha, transformando assim, o local em um marco.

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Figura 16. Fachada Universidade de Música e Dança Fonte:https://www.archdaily.com/643808/hpp-selected-to-redesign-cologne-s-university-of-musicand-dance/5582ebf3e58ece173700000e-hpp-selected-to-redesign-cologne-s-university-of-music-anddance-photo. Acesso em: 19 nov. 2018

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Figura 17. Auditório Fonte: https://www.archdaily.com/643808/hpp-selected-to-redesign-cologne-s-university-of-musicand-dance/5582ec09e58ece09c200000b-hpp-selected-to-redesign-cologne-s-university-of-music-anddance-photo. Acesso em: 19 nov. 2018

Este projeto foi escolhido como referência por propor além do edifício, um espaço urbano atraente. Que possa haver outras utilidades para a população, e seja um marco na cidade. Promovendo a integração do público e privado, de forma que as pessoas se sintam convidadas a prestigiar a arte. Além da utilização de materiais que possam ser aplicados no projeto da Escola Municipal de Dança de Fortaleza.

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2° ato PROPOSTA CONCEITUAL


2° ato

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PROPOSTA CONCEITUAL

O referencial técnico apresenta a análise e terreno escolhido e do seu entorno, assim como condicionantes físico ambientais e da legislação parâmetros são imprescindíveis para a adequação estudo no terreno selecionado.

justificativa do no estudo das urbana. Esses do projeto em

6.1 Terreno O terreno escolhido está localizado na cidade de Fortaleza, situado no bairro Patriolino Ribeiro, SER II, na Zona de Ocupação Moderada I - ZOM1, próximo a Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Sendo delimitado ao norte, a Av. Chanceler Edson Queiroz, ao oeste, a Rua Jornalista César Magalhães, e ao sul, a Rua Geraldo Magalhães. O terreno tem uma área de 9.300 m2. A Escola de Dança de Fortaleza possui um caráter institucional, mas além disso, tem a característica de ser um espaço que vai fomentar a arte, cultura e lazer, portanto, além de um edifício proposto, também será previsto a requalificação da área, trazendo utilidade e vida para um espaço público, transformando também o seu entorno. Com isso, constatou-se parâmetros que auxiliaram a escolha do terreno: - Facilidade no acesso, tanto pelas ruas e avenidas que o circundam,

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LEGENDA: TERRENO ESTÁCIO FIC CENTRO DE EVENTOS UNIFOR UNI7 PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO


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quanto a disponibilidade de transporte público frequente. - Localização em área com outros equipamentos institucionais que serviram como apoio a Escola. - Localização em área com infraestrutura já existente. - Próximo ao Centro de Eventos do Ceará. - Grande distância de outras escolas públicas de dança de fortaleza. Além dos fatos citados acima, foi considerado a localização do terreno está inserido em um bairro com diferentes classes sociais, uma vez que um dos intuitos da escola é a inclusão social e estimular a inserção da arte e o interesse cultural da população em geral. No bairro escolhido, com relação ao Uso do Solo, foi constatado diferentes usos, como residencial, comercial, institucional e áreas verdes. Ao analisar o entorno, pode ser destacados os equipamentos de maior porte que são a Unifor, Fa7, Fic, Centro de eventos e o shopping iguatemi. Porém, há pouco equipamento de uso cultural e escassez de pólos de lazer, contendo apenas o Centro de Eventos e a Unifor. Além de ausência de praças e espaços públicos de lazer. Ressaltando que embora contenha na área um número considerado de edifícios educacionais, nenhum deles apresenta formação profissional ou curso técnico em dança.

6.2 Legislação Urbana Como já mencionado anteriormente, segundo o zoneamento do Plano Diretor Participativo de Fortaleza, o terreno está localizado na Zona de Ocupação Moderada 1 - ZOM1. De acordo com o Capítulo III - da Macrozona de Ocupação Urbana, Seção VII - da Zona de Ocupação Moderada 1, o Artigo 100 trata dos objetivos dessa zona, os

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quais são: controlar e ordenar os processos de transformações e ocupações urbanas e a densidade populacional de modo a evitar inadequações urbanísticas e ambientais; promover a requalificação urbanística e ambiental; ampliar a disponibilidade e conservar espaços de uso coletivo, equipamentos públicos, áreas verdes, espaços livres voltados à inclusão para o trabalho, esportes, cultura e lazer; promover a integração e a regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes; tornar adequadas as condições de mobilidade urbana, em especial nos pontos de congestionamento, insuficiência de consolidação da malha viária e concentração de equipamentos geradores de inadequações relativas ao tráfego e de saturação do sistema viário; conter a ocupação urbana em áreas ambientalmente sensíveis e de interesse ambiental desta zona; incentivar a valorização, a preservação, a recuperação e a conservação dos imóveis e dos elementos característicos da paisagem e do patrimônio. Também de acordo com o PDF-For, Capítulo III, Seção VII, Artigo 101, a ZOM1 possui os seguintes parâmetros urbanísticos: I – Índice de aproveitamento básico: 2,0; II – Índice de aproveitamento máximo: 2,5; III – Índice de aproveitamento mínimo: 0,1; IV – taxa de permeabilidade: 40%; V – taxa de ocupação de subsolo: 50%; VII – Altura máxima da edificação: 72 m; VIII – altura mínima de lote: 150 m2 ; IX – testada mínima de lote: 6 m; X – profundidade mínima de lote: 25 m; XI – fração do lote: 140 m2. Segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS de Fortaleza, o equipamento proposto é classificado da seguinte forma:

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Analisando a Classificação das Vias do Sistema Viário da LUOS, a Av. Chanceler Edson Queiroz é uma Via Coletora, e as ruas Jornalista César Magalhães e Geraldo Magalhães são Vias Locais.

6.3 Condicionantes Físico Ambientais Com relação aos condicionantes físico ambientais, o terreno possui área de 9.300m² e não há nenhuma edificação de grande porte em seu entorno imediato. Há um supermercado com uma altura de 10 metros situado em seu quarteirão, entretanto, a situação permite o contato direto com a ventilação predominante vinda do sudeste e o maior aproveitamento de iluminação natural. Esse mesmo fato também exige maior cuidado com a fachada oeste, utilizando técnicas que minimizem os efeitos da forte incidência solar. Com relação às curvas de nível, o terreno possui um desnível de 2 metros. Sua proximidade com a Av. Washigton Soares, via de uso intenso, tanto comercial como institucional, e que atrai pessoas de diversos lugares, pode influenciar

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Figura 18. Mapa de condicionantes fĂ­sico ambientais. Fonte: Acervo pessoal.

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a visitarem a Escola Municipal de Dança de Fortaleza, já que o equipamento tem uma praça pública e visita aberta a todos. Outro aspecto importante da localização do terreno é que ele está situado entre vias arteriais, deixando o acesso mais fácil, tanto de veículos particulares como ônibus.

6.4 Programa de necessidades, pré dimensionamento e fluxograma Foi elaborado o Programa de necessidades, demonstrado na Tabela, onde se observa a listagem dos ambientes que compõem o projeto, com o intuito de organizar os ambientes com divisão de 4 setores, visando facilitar o entendimento do funcionamento da Escola, ou seja: Setor Social, Setor Administrativo, Setor Educacional e Setor de Serviço. Tudo foi projetado dentro do que preceitua a arquitetura de normas e Código de Obras e Posturas da Cidade de Fortaleza expresso na Lei nº 5.530 de 17 de dezembro de 1981. As áreas dos ambientes foram dimensionadas a partir de pesquisas de campo, e dos projetos referenciais já destacados neste trabalho, além de pesquisas em livros como o Neufert que trata da arte de projetar em arquitetura. O Move – Centro de Profissionalização e Vivência da Dança, comportará até 500 alunos por turno, manhã e tarde. Todas as salas de aula teóricas têm capacidade para vinte e quatro alunos. Com relação a capacidade das salas práticas, a capacidade varia entre vinte e quarenta alunos por turma.

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LEGENDA: ACESSO PRINCIPAL ACESSO SERVIÇO ACESSO VEÍCULO PERMEABILIDADE VISUAL PROTEÇÃO VEGETAL Figura 19: Fluxograma. Fonte: Acervo pessoal.

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SOCIAL AMBIENTE

ÁREA TOTAL 1 50 50 2 15 30 2 120 240 1 100 100 1 30 30 1 100 100 SUBTOTAL 550

QTD.

RECEPÇÃO WC'S ESPAÇOS CULTURAIS RESTAURANTE/CANTINA LOJA DE CONVENIÊCIA NÚCLEO DE SAÚDE

ÁREA

ADMINISTRATIVO AMBIENTE

ÁREA TOTAL 1 15 15 1 20 20 1 15 15 1 25 25 1 20 20 1 10 10 1 4 4 1 20 20 2 48 96 SUBTOTAL 225

QTD.

RECEPÇÃO / ESPERA SECRETARIA / TESOURARIA SALA DIRETORIA SALA DE PROFESSORES SALA DE REUNIÃO ALMOXARIFADO D.M.L. COPA VESTIÁRIOS

ÁREA

EDUCACIONAL AMBIENTE

QTD.

ÁREA

SALA DE AULA DE DANÇA SALA DE AULA TEÓRICA SALA DE MUSCULAÇÃO ESTÚDIO DE AULA DE MÚSICA DEPOSITO DE FIGURINOS BIBLIOTECA COM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA VESTIÁRIOS

14 2 1 6 1

60 48 100 20 20

ÁREA TOTAL 840 100 100 120 20

1

100

100

SERVIÇO SETOR DE SERVIÇO ÁREA DE CARGA E DESCARGA D.M.L VESTIÁRIO CONTROLE E SEGURANÇA ESTAR / DESCANSO REFEITÓRIO / COZINHA LIXEIRA

80

6

48 SUBTOTAL

288 1.568

ÁREA TOTAL 1 20 20 1 7 7 2 20 40 1 15 15 1 30 30 1 100 100 1 10 10 SUBTOTAL 222

QTD.

ÁREA

6.5 DIRETRIZES PROJETUAIS O conceito desse projeto possui relevância para a cidade uma vez que propõe a relação harmoniosa nos espaços públicos e privados ligados ao Move, e através da conexão entre os espaços internos e externos do edifício, além da conexão com o bairro e a cidade que está inserida. Com isso, projetou-se um espaço aberto ao público, com a finalidade de dar uso ao espaço, bem como conectar o edifício com o terreno e o seu entorno da melhor forma possível, transformando-o num projeto arquitetônico com ênfase na área urbana. Nesse sentido a conexão entre o espaço público e privado foi inspirada pelo projeto da Escola Nacional de Ballet, de Toronto no Canadá, que corresponde à utilização de panos de vidro nas paredes das salas de aula práticas de dança, fazendo com que elas se tornem verdadeiros palcos para o espaço

Tabela 1: Programa de Necessidades Fonte: Acervo Pessoal


externo, além de contribuir para que o mesmo sirva de cenário para os alunos. Assim como dos corredores das salas de aula práticas para dentro dos ambientes, havendo a interatividade entre os próprios alunos também.

Figura 20. Croqui implantação Fonte: Acervo Pessoal

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Outra diretriz é a utilização da forma do edifício que funcionará como cenário na cidade, com volumetria elaborada de forma simples, com linhas retas e forma quadrada, em busca de representar o conceito do ballet, que é um estilo de dança bem concreta. Depois fazendo um jogo de volumes, e de cheios e vazios, para simbolizar os outros estilos de dança que todos derivam do ballet. Em seu gabarito procurou-se buscar atender ao programa de necessidades no qual houvesse uma maior relação com o espaço externo sem fugir à escala humana.

Figura 21. Sala de dança Fonte: Acervo Pessoal

Ademais, para compor diretamente com o projeto arquitetônico, as curvas de nível foram trabalhadas de maneira a proporcionar uma topografia favorável para fluxos e acessos e até mesmo para gerar melhores ambiências do espaço urbano. Outra diretriz projetual importante adotada é a prioridade em relação ao conforto térmico e iluminação natural do edifício. Para isso, foi adotado grandes rasgos nas fachadas com janelas de vidro, e lanternim para garantir a iluminação natural e a saída do ar quente do edifício.

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Figura 22. Evolução Fonte: Acervo Pessoal

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3° ATO O PROJETO


3° ato

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o projeto

7.1 MOVE – Centro de Profissionalização e Vivência da Dança O projeto Move terá uma área aproximada de 8.034 m² e se caracterizará em um Escola Profissionalizante com cursos de dança, na qual será composta por aulas práticas e teóricas para alunos que almejem a profissionalização nessa área. Além disso, o Move terá um espaço para eventos de ensino e produção das artes fora da matriz curricular, no qual os professores e os alunos formandos da Escola terão a oportunidade de trabalhar e ministrar cursos de workshops gratuitos e pagos para a população e em especial a comunidades próximas, como a comunidade do Dendê que se encontra a 2km do Move. A fim de proporcionar oportunidades de educação e uma vida melhor para os que têm poucas condições financeiras. Além de atrair e inserir os cearenses nesse equipamento e também proporcionar, disseminar e valorizar a cultura no Estado, sendo este um diferencial desse projeto. Ademais, o projeto propôs a inserção de um espaço aberto ao público integrado com a volumetria e a cidade, mantendo como prioridade o pedestre e a utilização de espaços livres, fazendo destes tanto de área pública urbana e como local para desenvolver atividades pedagógicas e de entretenimento.

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7.2 RESULTADO FORMAL O resultado formal do MoVe veio do pressuposto de gerar um marco na cidade, e se tornar um ponto de referencia e encontro na cidade. Logo a forma da volumetria resultou-se em um único volume e foi desenvolvida a partir do ballet, o estilo de dança que serve de base para todos os outros. Um estilo clássico e quadrado, o qual não se pode mudar, passos e variações rígidas, que não podem ser mudadas. Do ballet é de onde designa outras várias formas e estilos de dançar, como o Jazz, Sapateado, Danças Urbanas, Contemporâneo e muitas outras, onde todas tem como base o ballet. Assim, mudando o retilíneo, onde pode ser visto no jogo de volumes das fachadas. Para se alcançar o final da volumetria, tem-se primeiramente um desenho formal, de um bloco rígido, com poucas quebras de volume. Ressalta-se que para alcançar essa composição, teve que ser desenvolvido um pré-dimensionamento do programa de necessidades, estudo dos fluxos e as plantas baixas todas pensadas quanto à ventilação e iluminação natural, por isso foi pensado em romper mais a rigidez, fazendo jogo de volumes, e possibilitando que todos os ambientes possam ter contato com o externo do edifício.

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Diversas ideias surgiram para a concepção das fachadas, tendo em vista outros projetos como referencia. Na fachada norte foi utilizado a ideia de usar a sala de aula como vitrine da edificação, fazendo a integração do visual do interno com o externo, permitindo que o espaço urbano sirva de cenário para as salas assim como as mesmas se comportem como palcos para quem está assistindo do lado de fora. Foram utilizados brises horizontais de forma que protegesse a insolação direta, em uma busca de amenizar o conforto térmico, mas sem perder a interação do público e privado. Na fachada oeste, por ser a menos privilegiada em termos de insolação, há janelas de vidro porém com uma grande cortina de brises ripadas na vertical, de forma que barre um pouco a isolação porém sem perder o visual. Na fachada sul e leste também foram utilizadas pele de vidro, mas em menor quantidade, em busca de continuidade das demais fachadas, e as brises ripadas na vertical. Quanto a linguagem das cores, procurou-se conectar a fachada com a implantação, com tons neutros e terrosos. As fachadas apresentam-se em maior parte em tons neutros com pontos de cor terrosos nos brises e ripas, em busca de conectar com o entorno.

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Tabela 2: Tabela de Vegetação Fonte: Acervo Pessoal

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implantação


Tabela 3: Quadro de Áreas do Térreo Fonte: Acervo Pessoal

implantação


PLANTA PAV. TÉRREO


PLANTA PAV. TÉRREO

Tabela 4: Quadro de Áreas Primeiro Pavimento Fonte: Acervo Pessoal


PLANTA PRIMEIRO PAV.


PLANTA PRIMEIRO PAV.

Tabela 5: Quadro de Ă reas Segundo Pavimento Fonte: Acervo Pessoal


PLANTA SEGUNDO PAV.


PLANTA SEGUNDO PAV.


PLANTA DE COBERTA


PLANTA DE COBERTA


- CORTES

CORTE A

CORTE B


- FACHADAS

FACHADA F1

FACHADA F2


FACHADA F3

FACHADA F4


- DETALHES DETALHE 01


DETALHE 02


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perspectivas Figura 23. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.


Figura 24. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.

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Figura 25. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.

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Figura 26. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.


Figura 27. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.

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Figura 28. Perspectiva. Fonte: Elaboração própria.

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- SISTEMA CONSTRUTIVO O edifício Move foi projetado com estrutura mista, sendo predominantemente metálica, por ter vantagens como um processo construtivo limpo, com pouco desperdício, uma construção mais rápida, e por ser produzidos em indústria, garante um maior confiabilidade e padrão nas propriedades de cada seção incluindo o padrão de acabamento, permitindo inclusive aplicação de estrutura aparente, sem prejuízo na estética, como o escolhido no projeto, sendo utilizada laje alveolar protendida, vigas e pilares metálicos. Começando pelos pilares do edifício, foi desenvolvida primeiramente uma malha que varia de 15m a 3m. Para os pilares, foi utilizada uma dimensão de forma que atendesse a todos os vãos com pilares metálico em perfil H, de série CVS, de 45x40cm. Já para as vigas, foram utilizadas as metálicas com perfil H, de série CVS e dimensões 70 cm de altura e 40 cm de largura. Já a respeito das lajes, foi projetada em alveolar de painéis pré-fabricados de concreto protendido com altura de 20 centímetros. A utilização desse tipo de laje traz grandes benefícios para a construção, como a rapidez na execução, rigoroso controle de qualidade desde sua fabricação na indústria, produção enxuta e eliminação de alguns serviços no processo de construção. A parte de alvenaria interna foi construída com tratamento acústico, com steel frame combinadas com placas cimentícias em substituição ao gesso acartonado em sua composição, no sentido de promover o isolamento termo acústico. Suas esquadrias são fabricadas com características que auxiliam o isolamento térmico e acústico, pelo qual as janelas com vidro duplo e de boa vedação além das portas de madeira maciça para dar a maior garantia aos sons e ruídos internos e externos de forma a não ultrapassarem os fechamentos.

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Figura 29. Estrutura. Fonte: Elaboração própria.

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CODA FINAL considerações finais


coda final

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considerações finais

O desenvolvimento do presente trabalho possibilitou a realização de um projeto arquitetônico acadêmico considerando legislação, ergonomia, topografia, entorno, condicionantes ambientais, estética e aplicação de elementos construtivos. Portanto, configura-se como consolidação do conhecimento adquirido ao longo da graduação a real importância que a edificação exerce em seu contexto urbano, tanto com relação ao terreno em que está inserido, quanto ao bairro e cidade. Por meio do desenvolvimento de uma pesquisa, que fundamentou e auxiliou consideravelmente o projeto arquitetônico do Move – profissionalização e vivência da dança, destacando a importância da inserção e ensino da dança e da arte na vida das pessoas. Dessa forma, através da mesma, obteve informações e dados que mostram a real situação e a necessidade de um espaço projetado para esse intuito. Referente à fase de projeto, foi seguido com as diretrizes projetuais bem definidas, atendendo todas as normas de acessibilidade e conforto, obedecendo ao código de obras e posturas, como também a lei de uso e ocupação do solo. Assim, desenvolveu-se um equipamento que atende a todas as necessidades exigidas para obter um melhor desempenho em sua função, com o intuito de enriquecer a cultura e ampliar a visão nacional da dança, na cidade de Fortaleza, abrindo possibilidades para a formação e profissionalização de fácil acesso.

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CODA FINAL agradecimentos


coda final

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agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por sempre me iluminar, proteger, guiar para o melhor caminho e por me dar forças para enfrentar todos os meus medos e desafios. Aos meus pais, minha mãe Liana e meu pai Adriano, que fazem tudo para me ver feliz, me dão todo o suporte possível, me apoiam em todas as minhas decisões e vibram com todas as minhas conquistas. São meu porto seguro, quem me dar forças para ir cada dia mais além, me enchendo de carinho, amor, apoio e incentivo. A eles, nunca agradecerei o suficiente. As minhas irmãs, Jéssika e Alana, que além de amigas são como segunda mãe. Estão sempre do meu lado pra me apoiar e até mostrar quando estou errada. Fazem de tudo pra me ajudar quando preciso. São minha fortaleza, e minha certeza do para sempre.

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A minha dinda e segunda mãe, Ana Lúcia, que está sempre disposta a cuidar de mim e me defender. Que nunca me deixa sozinha, e faz de tudo pra me ver bem e feliz. Aos meus avós, namorado, tios, tias, primos e primas por sempre acreditarem em mim, por todo amor, carinho e confiança. Aos meus amigos, que estão sempre dispostos a me ajudar, incentivar, por acreditarem em mim, em especial àqueles que de alguma forma contribuíram para meu desempenho ao longo do curso e a grande conquista de finalizar esse projeto. Por fim , ao meu orientador, Wladimir Capelo, que ao longo desses dois semestres de muito trabalho foi fundamental para a conclusão desse projeto. Os concelhos, as críticas construtivas, o incentivo, o apoio, e por acreditar no meu potencial.

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CODA FINAL REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO


coda final

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referencial BIBLIOGRÁFICO

e-MEC – Sistema de Regulação do Ensino Superior. Disponível em: < http://emec.mec.gov.br >. Acesso em: 17 de set. 2018. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: < http://ibge.gov.br >. Acesso em: 17 de set. 2018. BARBOSA, A.M. (Org.) Inquietações e mudanças no Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 2003. 184p. GONÇALVES, T.; BRIONES, H.; PARRA, D.; VIEIRA, C. Docência – Artista, do Artista – Docência: Seminário Dança Teatro Educação. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2012. FERRAZ Heloísa Corrêa de Toledo; FUSARI, Maria Felisminda de Resende. Metodologia do ensino da arte: fundamentos e proposições. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009. LANGENDONCK, R.V. História da dança: linha do tempo. Acesso em: 20 out. 2018. _______. Arte na educação escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. PCN. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de educação fundamental. Educação física. Brasília: MEC/SEF, 1997. PORTINARI, M. História da dança. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1989. Acesso em: 15 out. 2018.

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PREDES, B. Semana da Arte Moderna. 2002. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/94972002/Semana-Da-Arte-Moderna>. Acesso em: 06 set. 2018. RAW, A. A dança moderna no Brasil - os pioneiros. 2015. Disponível em: <http://dancamoderna.com.br/2015/danca-moderna-no-brasil-os-pioneiros/>. Acesso em: 08 set. 2018. SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1986. SNELL, Bruno. A cultura grega e as origens do pensamento europeu. Trad. Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2005. VERDERI, E. B. L. P. Dança na Escola. 2ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. Acesso em: 19 out. 2018. 46 HOLANDA, Aurélio. Novo dicionário da língua portuguesa. Editora Positivo, 2011. FORTALEZA. Código de obras e posturas do município de Fortaleza. Lei n. 5.530, de 17 de dezembro de 1981.

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