Revista Um Giro pelo Graja

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A arte de maurício neri, mut e jerrY e eniVo

Conheça o novo espetáculo da cia da vila

No v e m b r o 2 0 1 4 | e d i ç ã o n º 1

reVista

e ainda:

Cia MalU CÔMiCOs

Xadrez sem

Muros

Entrevista com o poeta das ruas

sérgio Vaz


Eq ui pe

Thaísa Nascimento Taciane Borges Thayná Bernardo Israel Dantas Paloma Karolyne

Fotografias: Israel Dantas Paloma Karolyne

Textos Thaísa Nascimento Taciane Borges Thayná Bernardo

Revisão Andrea Viana

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Caroline Pires e Diana Freixo Studio Azulê

Patrocínio VAI (Valorização das Iniciativas Culturais) Secretaria Municipal de Cultura


Quem

so s mo

Um Giro pelo Graja é um coletivo formado por 5 jovens com idades entre 15 e 19 anos, moradores do extremo sul de São Paulo, mais especificamente na região do Grajaú.

O Projeto visa, por meio da produção de conteúdo jornalístico, promover a cultura periférica da região com o apoio VAI (Valorização das Iniciativas Culturais). O objetivo é mostrar o que há de melhor na periferia e ajudar a reduzir os muitos pré-conceitos que a “quebrada” carrega, com uma linguagem jovem.

Israel Dantas

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ma Karo Palo ly

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Nascimen to

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índice

6

5

Cia da Vila

o que é cultura periférica?

8 Xadrez

10

Gal

eri da s

15

Muros

cia Malu cÔmicos

a

Rua

sem

s

12 mut (rafael alves)

14

jerry e enivo

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Maurício Neri

v a i . . .

Fa l a a í !

16

19

Você

ainda n ã o

faça seu giro

v i u

(caça palavras)

17

O q uG ei r or s a b e r

21a

N ada r b e Qu ! Tem


cultura perifér é i ca ue q r i e a f . i .. h á o Pe r ? O qu e

Periferia, comunidade ou mais vulgarmente Favela: um amontoado de tijolinhos laranja, concreto cinza, tijolinhos laranja e concreto cinza, algumas casas com reboque e outras por fazer. Mas não há só essas cores. Não. Tem as cores do piche, do grafite, cores das crianças correndo pela rua, jogando seu futebol de várzea. Cores de almas de um povo batalhador. Tem um povo que lota os ‘busões’ e trens às 5 horas da manhã pra ir buscar o sustento da família e volta como

sardinha pelo mesmo trajeto. Mas e quem disse que isso é só problema? Para alguns isso se torna inspiração!

r?

Segundo pesquisas é: “local afastado do centro; local para onde, normalmente, as pessoas de baixa renda se deslocam para morar”, mas vamos falar com o olhar de uma filha da favela.

diz e

Em meio a tantas expirações e inspirações criamos nossa cultura, com nossa cara, com nosso jeito e nossa cor. Tem cultura pros moleques que fazem um som, pras minas e minos que gostam de alastrar poesias e - não podemos deixar de lado - as donas de casa que aos domingos têm a oportunidade de sambar na cara da rotina. E é assim botando o dedo da cara do cotidiano e mostrando que somos: um poço de criatividade e emoções. Nossa cultura cabe todos. Todos os dias!

para

Thaisa Nascimento

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Cia da Vila No CEU Alvarenga acompanhando o grupo/coletivo Cia da Vila.


O grupo nasceu em uma sala de aula comum que era repleta de talentos. Foi a partir desses talentos que surgiu uma peça teatral e depois da peça surgiu o nome do coletivo. Atualmente o Cia da Vila está em cartaz com a peça Self, baseada no filme Sonhos, de Akira Kurosawa e dirigida por Priscila Magalhães. Na peça, o filme é representado através da dança, fazendo com que cada espectador tenha uma percepção diferente de uma única cena. O grupo não foca somente na área teatral ou na dança, mas tentam absorver o máximo de cada um, mesclando talentos e sempre aproveitando o que os nossos corpos crus têm a oferecer.

Da esquerda para a direita: Thamires Cabral, Claudia Magalhães, Manuel Victor, Daru Liberato, Ariana Macedo. À frente, Antony Pablo

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Xadrez sem

Muros Passamos um domingo participando das ações do projeto “Xadrez sem Muros”, que é contemplado pelo VAI (Valorização das Iniciativas Culturais) e está oferecendo oficinas em uma creche situada no Jd. Reimberg, Grajaú. O coletivo resolveu romper as grades e derrubar os muros, abrindo oportunidades para crianças e pais acessarem a cultura através das oficinas de Xadrez, Grafite e Dj que realizam aos domingos. Com a iniciativa, muitos participantes acabam se identificando com a linguagem e formando novas amizades. Além disso, o público pode se divertir, independente da idade. Crianças aprendem a ser pequenos B-Boys, grafiteiros, skatistas e aguardam ansiosas para “dixavar”, como os Dj’s se referem ao uso dos vinis. Na oficina de xadrez, que é dire-

8

Xe

ma

lami cionada pelo Drezz (André Araújo, 38) é possível perceber a concentração de cada um. Um jogo que não é de sorte, mas sim de tática e que exige muita concentração a cada jogada em busca do ‘xeque-mate’. Na oficina de Grafite, que é aplicada pelo grafiteiro Mut (Rafael Alves, 27), as crianças soltam a criatividade. E para terminar o dia, teve a oficina de DJ aplicada por Alan, 35, onde todos se envolvem para ajudar a soltar um som.

Este coletivo é formado pelos integrantes do grupo de Rap Xemalami, (Xeque-Mate La Mission).


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A CIA MALUCÔMICOS é um coletivo de jovens que ano passado foi contemplado pelo VAI e hoje mantém um trabalho independente. Atualmente o grupo tem a intenção de levar seus espetáculos para a rua.

CARLOS LOURENÇO, DIRETOR

C I A

No mês de setembro eles estrearam uma readaptação de seu último espetáculo “A água acabou”. Esta readaptação ocorre tanto nas cenas quanto nas per-

M A l U formances, pois as ruas exigem postura e ações que não seriam necessárias em um espaço teatral convencional. Apesar das mudanças que o grupo propõe, não deixaram a característica cômica de lado.

Além desta peça os Malucomicos irão revisitar o texto “Mulheres”, de 2010, para também apresentarem em praças. o diretor Carlos lourenço nos contou qual é o objetivo dessa estratégia de levar os espetáculos para as ruas: “As pessoas dificilmente vão ao teatro na periferia, devido ao um processo de deseducação (...) que é um processo burguês da educação, dentro dessa coisa de teatro italiano. Dentro de discussões, achamos que esta ideia de estar no palco, não seria necessariamente estar dentro de um teatro, já que as pessoas não tem

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o hábito de ir ao teatro. Então a questão é ir às pessoas.” O grupo discute a problemática de que são os próprios homens que destroem seu meio ambiente. O processo de “A Água acabou” quer provocar uma inquietação, uma forma de reflexão do quanto estamos despercebidos, e só pensamos em nossa água em momentos emergenciais.

A denúncia que é feita pelo espetáculo desde 2009 é percebida na falta de água que estamos sofrendo atualmente. Essa destruição ambiental, segundo o diretor, acontece de diversas formas, até mesmo quando não cuidamos do patrimônio público ou quando sujamos o espaço em que vivemos.

C Ô M I C o S

“ as P es s oas D iFiC ilMen t e vã o a o t e at r o n a P eriFeria (...) en tão a q uestã o É ir Às P es s oas .” Carlos lourenço

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G

RI E L A

A

s a u r DA S


Rafael Alves Mais conhecido como Mut, é um grafiteiro de 27 anos, morador do Embu das Artes, mas que deixa sua marca em vários espaços da região do Grajaú. Nas fotos, um trabalho do artista no Jd Reimberg

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G

RI E L A

A

s a u r DA S

Maurício Neri é um grafiteiro que gosta de ter tempo para pintar com o pincel, não apenas com o famoso spray. Educador por profissão, se envolveu com o mundo grafite por curiosidade. Começou aqui no Grajaú, e já teve a oportunidade de viajar para alguns países da Europa. Sempre passando a mensagem de que temos que ver a nossa cidade. Este curioso educador saiu por este mundão afora, dando mais cor aos muros cinzas da cidade!

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Jerry e Enivo

começaram no Grajaú em meados dos anos 90. Um influenciou o outro na arte do Grafite, porém o maior referencial para os dois é o Niggas, grafiteiro que morava no Jd. Eliana. Além desse, outros grafiteiros como Os Gêmeos, Rebert, Espeto e toda uma geração anterior também foram presentes na carreira deles. Antes de abrirem a galeria A7MA (A Sétima), tiveram também um ateliê na Vila Mariana e depois conquistaram a Galeria que hoje recebe obras de vários artistas. Confira.


Desordem Desordem crescente Atordoa a mente Desfaz a paz, ação inocente Faísca, gatilho, perigo iminente. Mesmo que não tangível, Desordenado, sensível Sentimento abatido Incomodo, temido.

Você

ainda n ã o

v i u

Reviravoltas, revoltas são tantas Tantas reviram Reviram em vão Para então, desordem são. Carol Fernandes, 17 – Estudante Escola Maria Juvenal

Bárbara Asperti

Sou amor Sou amada Sou uma lagoa rasa Sou a liberdade que grita Sou a felicidade que emana Sou tudo, menos tua. Joyce Santos, 17 Estudante da Escola Maria Juvenal Guilherme Martins


No dia 02/07, uma quarta-feira, fomos até o Sarau da Cooperifa entrevistar Sérgio Vaz, o poeta de rua conhecido e admirado por encontrar suas inspirações em seu lar - a periferia. Além de divulgar sua realidade e sonhos escritos em alguns dos melhores lugares possíveis: os muros de São Paulo. E o resultado é esse, confira.

M e c o nta

tud o !

O G i r o q u e r s a b e r

Como começou a poesia em sua vida? Bom, na verdade eu sempre gostei de ler, desde os 13, 14 anos que eu leio por influência do meu pai. Mas eu não era um cara que gostava muito de poesia, porque eu gostava de futebol de várzea e essas coisas todas. Mas, através da música popular brasileira eu conheci a poesia, aí eu comecei a me interessar por poesia. Comecei a ler poesia. Fala um pouco sobre sua crônica

Qual o seu intuito ao colar suas

“Naquele tempo era bom”. Toda vez que a gente cita os mais velhos como eu, os “coroas”, que vê os jovens e dizem “ah, aquele tempo que era bom. Os jovens não estão com nada”. Eu acho uma tremenda besteira, porque naquele tempo a gente não tinha nada. Não tinha nem asfalto na rua, como é que podia ser bom um tempo desse, né?! Naquele tempo a gente não tinha um celular pra mandar mensagem, não tinha máquina, nem foto de quando era criança. Então eu quis dizer, que esse tempo é bom também. Eu acho que pode ter mudado os valores, mas as coisas são melhores hoje.

Como você se achou na poesia periférica? Eu ouvia música popular brasileira e ouvia os caras falando do Rio de Janeiro, do barquinho, da vela, da onda. Aí fiquei

poesias por toda São Paulo? A gente tem que espalhar poesia. A gente não pode ficar esperando um leitor na livraria. Eu sou artista de rua, e acho que o artista tem que procurar seu público, não ficar esperando a televisão. E gosto de ir em escolas divulgar poesia.

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gosta, mas só não sabe. A minha função foi mostrar para o pessoal que a gente gosta disso. A gente gosta de cultura, a gente gosta de educação. Eu fiz uma coisa que todo mundo gostava, só não sabiam. Essa foi a grande conquista. Você tem alguma meta ou

pensando: “pô, eu não tenho nada disso quando eu abro minha janela”. Daí, ouvindo Racionais num fim de tarde no parque, pensei: “a gente tem que falar da nossa quebrada, da nossa realidade.” Foi assim que eu comecei a descobrir que a inspiração estava na minha rua, no meu bairro. Falar das minhas pessoas, contra o racismo e a violência da polícia. Qual a sua maior inspiração? Eu gosto da rua. Quando eu vou na feira, quando vejo um jogo, quando vou no bar e vejo uma conversa. A inspiração “é nós”. O samba, as pessoas. Quando no domingo vou no várzea e vejo aquela turma toda, jogando bola, feliz. O que você sente ao ver todas essas pessoas prestigiando sua poesia com você? Todos nós gostamos disso, a gente

desejo para o futuro? Pra mim eu não desejo mais nada. Eu sou um cara que tudo o que eu quero, estou conseguindo. Mas, pra periferia eu quero um pouco mais de paz, de educação de qualidade, de saúde. Pra que a gente possa andar com dignidade na rua. Você mudaria algo no decorrer dos seus 25 anos? Mudaria. Teria sido mais ousado, teria menos medo. Na periferia, eu mudaria a violência, essa coisa de não poder circular direito. Hoje, você não pode estar com um celular que vem um moleque e pega. Esse moleque tinha que estar na escola, não tinha que estar preso. Então, eu acho que a educação de qualidade tinha que existir; devia ter sido feito mais pela periferia. E acho também que eu não fiz tanto quanto ela merecia, quando ela me dá de alegria.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho do nosso querido poeta de rua, acesse: www.colecionadordepedras1.blogspot.com.br www.colecionadordepedras2.blogspot.com.br Lá você vai encontrar suas poesias, crônicas, encontros culturais e redes sociais.

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(Caça Palavras)

e um ão Pau ial d r e t de S ___ a al m unicípio de ____ ra p i c n i u a Cult 1. Pr ___ do m a form ra a _ m _ a u _ p _ é ____ os __ ro ç _ t a _ m a p _ e u s t de_ rte aú é 3. O re seus e ada espo Graj m e b a O r a h . e c e 2 Laz ente s qu ambém para cionalm ú t ança o i r a d c h a a a quin a de utiliz u intern no Graj úblic aço Care r muito o o c P d a i a t l c la es lh co nas 4. Es . Casa Pa o particu que se d ç r 5 pa ppe 6. Es 7. Ra

Faça seu giro

US E SE RE A T S TE S SOB GIÃO E O ENT OSSA R ! M I - SE N EC A H D N IRTA CO TURA DI V L teiro U C grafi lo

1.Tinta - 2. Distrito - 3. Arte - 4. CEU - 5. Centro Cultural - 6. Sesc - 7. Criolo


V AI . . .

Fala aí Sou Jovem!! Sou jovem como os meus sonhos e tão digna de respeito quanto a rotina sofrida dos adultos daqui. Daqui... Daqui da minha janela o Grajaú chora a essência de um povo, cheio dos desejos simples de uma vida melhor. Sou jovem, mas pude ver cada casa minúscula crescer no alto da periferia. Mas isso não me tira o direito de pintar seus muros com a cor de toda coisa boa que a gente quer. Um dia, lá fora, eu tive que buscar um pouco de sustento pra o meu futuro. Ouvi dizer que eu vinha de lugar nenhum, por isso sempre chegava tão tarde em casa. Ali o mundo parou de respirar e sussurrou de um a um: quem

20

me ensinou a arte no ouvido, a arte no muro, a arte no corpo, a arte no quadro, a arte no peito e a coragem de ser, simplesmente, quem só gostando daqui, do jeito que é... E quando o mundo voltou a vida, eu fiquei lá parada, pensando no quanto eu queria que ele soubesse que eu sei... Penso aqui. Não virei poeta a partir daquele dia. Eu nasci poeta porque cantei a glória de uma gente que tem o coração consagrado como o meu. Talvez um gingado no pé e um cabelo mais solto, mas no mesmo tom de vida. A gente aqui é feito de música tocada ali no Pagode da 27, em meio ao bombardeio de uma prisão chamada “nobreza política contemporânea”.

Taciane Borges


Roda de samba criada em 2000 com o intuito de celebrar o autêntico samba de terreiro, enaltecer compositores da velha guarda e revelar novos autores, os quais atuam e desenvolvem trabalhos em outras comunidades e em prol do samba paulista.

Todas as segundas-feiras, a partir das 20h30. Casa de Cultura de Santo Amaro - Praça Francisco Ferreira Lopes, 434 (Altura do nº 820 da Av. João Dias) - Santo Amaro. Zona Sul. Entrada: R$ 5,00. (11) 3106-8569/ 99851-4175.

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COMUNIDADE SAMBA DA VELA

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Na a d a r b e u Q ! Tem

Dia 30 (domingo), 17h. Rua Antonio Comenale, 166. Grajaú - Zona Sul. Entrada franca. (11) 96715-5043/97986-3955. alexandrino.daniel@gmail.com.

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a perifa . an Se ol

Teve inicio em janeiro, integra o movimento literário que acontece nas periferias para promover a literatura e incentivar a leitura. Microfone aberto para quem quiser manifestar suas poesias, músicas e outras linguagens artísticas. Acontece todos os últimos domingos do mês.

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a só lig

Sarau do Grajaú

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SARAU SOBRENOME LIBERDADE Movimento cultural sem fins lucrativos formado por escritores, poetas, músicos, educadores e artistas em geral.

O sarau acontece toda 1ª quinta-feira, às 19h30 Relicário Rock Bar Rua Manoel de Lima, 178 Bairro Jordanópolis Entrada Franca

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POEMAS PARA BRINCAR Espetáculo da CIA Teatral as Graças integra a linguagem mágica dos bonecos e a poesia de José Paulo Paes. Bonecos ganham vida através das palavras, sons e músicas. Poesia e movimento ganham vida através das palavras, sons e músicas. Poesia e movimento se completam numa contínua brincadeira onde a criança é convidada simplesmente a brincar. De bola, de pião, de poesia. A obra de José Paulo Paes norteia o desenvolvimento de “Poemas para brincar”, espetáculo que será apresentado nos dia.

14/11/2014 às 16h Ponto de Leitura Graciliano Ramos Rua Prof Oscar Barreto Filho, 252 (Calçadão Cultural Grajaú), Pq América, Grajaú. Tel.: (11) 3496-9638

Charge

MUSICAL INSPIRADO EM MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA No próximo dia 8, às 19h, a estreia o Musical “Olha Pro Céu”, inspirado na música homônima de Luiz Gonzaga. Musical retrata a essência do nordeste brasileiro, com canções que marcaram a vida de grandes intérpretes como Clara Nunes, Milton Nascimento, Luiz Gonzaga dentre outros. Elenco composto por 28 jovens do extremo Sul.

Dia 08/11/2014 ás 19h CEU Navegantes Rua Maria Moassab Barbour, Cantinho do Céu Tel.: (11) 5976-5527

“Des(coberta)”, por ice


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