Catálogo da exposição individual de Helena Carvalhosa

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exposição individual de

HELENA CARVALHOSA de 12 de novembro de 2013 a 01 de fevereiro de 2014

Curadoria de Marcelo Salles



Helena Carvalhosa arte é o exercício experimental da liberdade

O nome de uma exposição pode dizer-­‐nos muito sobre ela. Inicialmente se chamaria apenas Helena Carvalhosa, raLficando a frase inicial, pois o caráter desta individual era lidar com a produção recente da arLsta e sua singularidade. Vejam que paradoxal: essa singularidade se formaliza na diversidade de linguagens que ela uLliza e em algo mais complexo que é a relação com sua produção. Lembramos, porém, de uma frase muito cara à Helena: arte é o exercício experimental da liberdade, do críLco Mário Pedrosa. Desnecessário falar da importância de Pedrosa. Quanto à frase, ficou claro que ela poderia ajudar a compreender a tal complexidade citada acima. Tentarei ser claro. O arLsta deve possuir uma relação com seus trabalhos, com sua produção, que seja verdadeira. Podemos chamar a isso honesLdade, palavra fora de moda nos dias de hoje, mas, por isso mesmo, extremamente contemporânea. Ainda assim é preciso que esta produção consiga traduzir esta verdade de forma forte, inconteste. A arte, assim mesmo, sem adjeLvos temporais, pode ser feita por arLstas honestos com seu trabalho, mas que não conseguem que ocorra esta transformação; outros possuem uma produção que pode parecer verdadeira e forte, mas como a relação é feita segundo ditames do mercado ou do espetáculo ou ainda de um falseamento das coisas, não conseguem que ela se estabeleça ou acaba por ser desmascarada de forma cada vez mais rápida. Neste complexo caminho de mão dupla Helena vai palmilhando e produzindo em variadas linguagens que se alimentam umas das outras. A curadoria procura mostrar como essas linguagens se influenciam e se transmutam. Seus desenhos, sejam os que lidam com a paisagem ou com planos e sobreposições em formas não reconhecíveis, mostram um diálogo estreito com as cerâmicas mas isto não se faz de maneira fácil ou direta, na maioria das vezes não acontecem no âmbito do visível, mas como elaboração da memória, de um pensamento ancestral. Ou, quando as cerâmicas quase-­‐bichos parecem encontrar seu habitat em algumas pinturas ou desenhos com sua junção de estranheza, ironia e imprevisibilidade. Essa junção é ainda mais definida nos objetos; é quase como se Lvéssemos um Farnese de Andrade possuído por uma alegria, por uma luminosidade contagiante. Inclusive, essa mesma luminosidade está em suas pinturas, mas uma incompletude, como se algo esLvesse por se definir, também está presente. Aqui, acho que comparLlho com Helena o interesse pela pintura; suas telas incorporam uma temporalidade `sica juntamente com aquela certa indefinição que aguçam o interesse porque nos propõem desafios de toda ordem. Era importante, portanto, que se conseguisse trazer o espírito do ateliê da Helena, onde essas relações exisLam mas qual brasa dormida, para os espaços da Casa Contemporânea e pudessem mostrar sua potência e verdade de forma mais fácil. Por úlLmo, e não menos importante, um outro aspecto contribui para a complexidade não do trabalho de Helena mas de seu estranhamento insLgante. Há um problema que faz sombra a toda produção moderna e contemporânea: a cultura. Quando ela assume um protagonismo, uma mão pesada demais, os trabalhos tendem a perder as relações complicadas e imperfeitas e assumir um caráter homogêneo e simplificado, parafraseando o críLco Rodrigo Naves, que tornam boa parte desta produção refém de simplificações ou jogos de citações. A produção de Helena Carvalhosa não possui um peso intelectual que a torne refém da cultura, antes, liberta-­‐se dela. É necessário ter uma vontade e uma honesLdade consigo mesmo surpreendentemente forte e enérgica. Helena costuma dizer que estar insegura é o seu interesse. Não desconfio nem um milímetro disso. Marcelo Salles


a exposição


























a abertura


a arLsta


o atelier


a entrevista

Assista a entrevista hdp://casacontemporanea370.com/Exposicao-­‐Helena-­‐Carvalhosa.html


A produção de Helena Carvalhosa não possui um peso intelectual que a torne refém da cultura, antes, liberta-­‐se dela. É necessário ter uma vontade e uma honesLdade consigo mesmo surpreendentemente forte e enérgica. Marcelo Salles curador


Exposição:

Helena Carvalhosa, arte é o exercício experimental da realidade Curadoria e expografia:

Marcelo Salles Realização:

Casa Contemporânea

Produção e organização:

Marcelo Salles e Marcia Gadioli Assessoria de imprensa:

Sofia Carvalhosa Produções Fotografias:

AndreaAltemüller Marcia Gadioli Mario Moreira Leite Romulo Fialdini Vídeos:

Marcia Beatriz Granero hdps://vimeo.com/79508022 Sofia Carvalhosa

hdp://www.youtube.com/watch?v=DibUzubJO5g


Casa Contemporânea Rua Capitão Macedo, 370 – Vila Mariana – SP www.casacontemporanea370.com Tel: (11) 2337-­‐3015


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