EDIÇÃO
65 ANOS SOCIEDADE PORTUGUESA DE
DEZ 2014
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UMA HISTÓRIA QUE NOS ORGULHA Assentar no passado é essencial à construção do presente e à projeção do futuro. Este foi o motivo originador da cerimónia comemorativa do 65.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a 5 de julho deste ano, na Casa do Coração. Estas décadas de uma existência plena são um marco relevante da História de Portugal, e são, por isso mesmo, motivo de justificado orgulho. Esta efeméride contou com a participação de muitas das figuras marcantes deste percurso. Esses continuam ativamente presentes na edificação contemporânea de um futuro melhor. Neste esforço coletivo de colaboração realçamos os valores do mérito, da generosidade e da entrega dos que deram corpo à SPC, os quais tiveram eco na parceria gizada com indústria farmacêutica e de dispositivos biomédicos, que, decorrente de uma ação mecenática, foi sempre pautada por um comportamento transparente e ético. Nesta edição especial, relevamos o contributo de todos num público reconhecimento de mérito que é, ao mesmo tempo, um ato de justiça e uma celebração da cooperação. Queremos refletir coletivamente sobre quem somos, quais as nossas raízes e para onde nos dirigimos. Mas acima de tudo queremos fundar-nos no rasgo e na capacidade de acreditar daqueles que, há 65 anos, na sequência de um dos períodos mais negros da História mundial, criaram a nossa Sociedade. Hoje, em meio de uma das maiores crises da nossa História são necessários, como então, focos de esperança. Assumimo-nos como uma sociedade científica de excelência e queremos constituir-nos como um desses exemplos de esperança.
Prof. Doutor José Silva Cardoso Presidente da direção da SPC para o biénio 2013-2015
Nesta edição especial, relevamos o contributo de todos num público reconhecimento de mérito que é, ao mesmo tempo, um ato de justiça e uma celebração da cooperação
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Diretor Comercial Miguel Ingenerf Afonso miguelafonso@newsfarma.pt
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SUMÁRIO
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(Fotógrafo)
nuno coimbra@newsfarma.pt
Patrícia Rebelo patriciarebelo@newsfarma.pt
Ricardo Gaudêncio (Fotógrafo) ricardogaudencio@newsfarma.pt
06 0 Início foi assim... 07 Galeria de Presidentes 08 Prof. Doutor Fernando Pádua 12 Prof. Doutor José Silva Cardoso 15 Prof.a Doutora Dulce Brito
42 Associações, Grupos de Estudo e Núcleos da SPC 55 Eng. João Almeida Lopes 56 Dr. Bruno Wohlschlegel 58 Dr. Daniel Ferreira 59 Dr. José Ribeiro
19 Dr. Miguel Mendes
60 Dr. José Redondo
22 Eng.ª Sandra Marques
62 José Albino Mendes
24 Dr.a Maria da Graça Castro
64 Dr.a Teresa Mota
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27 Dr. José Ribeiro
65 Dr.a Maria José Loureiro
28 Dr. Nelson Ambrogio
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30 Prof. Fausto Pinto 34 Fotogaleria
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Edição
65 Anos da Sociedade de Cardiologia é uma edição especial da News Farma, dirigida a profissionais de saúde. News Farma é uma marca da Coloquialform, Lda.
36 Prof. Doutor Hugo Madeira 37 Dr.a Susana Martins 39 Dr.ª Cristina Campos Dr.ª Paula Jesus 40 Dr. Nelson Ferreira Pires
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ESTAS EMPRESAS ASSOCIAM-SE ÀS COMEMORAÇÕES DOS 65.º ANIVERSÁRIO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA
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O INÍCIO FOI ASSIM...
J.M. BETTENCOURT
DAVID VON BONHORST
LEONEL CABRAL
ANIBAL CASTRO
EDUARDO COELHO
ARSÉNIO CORDEIRO
JAIME CELESTINO DA COSTA
LIMA FALEIRO
ALFREDO FRANCO
MANUEL CERQUEIRA GOMES
ANTUNES LEAL
MÁRIO MOREIRA
ADELINO PADESCA
PEDRO MADEIRA PINTO
JOÃO PORTO
MENDONÇA SANTOS
FRANCISCO ROCHA DA SILVA
Fundada a 9 de julho de 1949, a SPC nasceu da vontade conjunta de um grupo de 17 cardiologistas, que mantinham uma ligação a instituições universitárias. A reunião da Comissão Preparatória aconteceu, no dia 27 de junho, na Ordem dos Médicos, com sede na Avenida da Liberdade. Dias mais tarde, os médicos viriam a dar início a este projeto que hoje completa 65 anos. Conheça os rostos dos 17 sócios fundadores da SPC.
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GALERIA DE PRESIDENTES DA SPC 1949-2014 AURELIANO PECEGUEIRO
JOÃO PORTO
1953-1954
1949-1953
ARSÉNIO CORDEIRO
JOÃO PORTO
1960-1964
1974-1976
1981-1983
FERNANDO DE PÁDUA
1989-1991
PEDRO VAN ZELLER
1995-1997
1997-1999
MÁRIO FREITAS
2007-2009
1985-1987
1991-1993
M. MACHADO MACEDO 1987-1989
LUÍS A. PROVIDÊNCIA 1993-1995
J. MARTINS CORREIA 1999-2001
R. SEABRA GOMES 2001-2003
CASSIANO ABREU-LIMA
2003-2005
HUGO MADEIRA
1979-1981
S. SEQUERRA AMRAM
A. SALES LUÍS
1970-1974
CARLOS RIBEIRO
1976-1978
1983-1985
A. FALCÃO DE FREITAS
MÁRIO TRINCÃO
1966-1970
M. CERQUEIRA GOMES
RAFAEL FERREIRA
1955-1959
J. MONIZ DE BETENCOURT
1964-1966
ALFREDO FRANCO
M. RAMOS LOPES
JOÃO PORTO
2005-2007
MANUEL ANTUNES 2009-2011
MÁRIO G. LOPES 2011-2013
JOSÉ SILVA CARDOSO 2013-2015
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PROF. DOUTOR FERNANDO PÁDUA ABRE O LIVRO DE MEMÓRIAS SOBRE SPC
UMA SOCIEDADE CIENTÍFICA QUE SOBREVIVEU ÀS “CONVULSÕES” DA HISTÓRIA Aos 87 anos, o Prof. Doutor Fernando Pádua, o mais antigo presidente honorário da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), abre o livro de memórias e recorda os momentos históricos que contribuíram para o “amadurecimento” da especialidade em Portugal. O ex-presidente da SPC (biénio 1976-1978), que sempre apregoou o conceito de medicina preventiva, recua no tempo e conta-nos, quase por capítulos, a “estória” dos primórdios da Cardiologia. A SPC nasceu em 1949, num dos períodos mais “negros” da História mundial, mas sobreviveu às ondas de choque da Revolução dos Cravos, em abril de 1974. Nesse ano, a primeira reunião magna da especialidade teve de ser adiada, por força do ambiente político “tenso” que se respirava em Portugal. Hoje, com um passado extenso e depois de ultrapassadas muitas das “intempéries”, a SPC – agora com 65 anos de vida – prepara-se para entrar num novo ciclo.
PROF. DOUTOR FERNANDO PÁDUA
EX-PRESIDENTE DA SPC BIÉNIO 1976-1978
“A tensão, o colesterol e o tabaco são os principais assassinos da população portuguesa.” É com esta frase que o Prof. Doutor Fernando Pádua recorda os tempos em que levava as “lições de Cardiologia” à casa dos portugueses, através da emissão regular, no único canal público português, de um programa de televisão, lançado em 1979. “Nesta altura, fazia aquilo que o Professor Paul White me tinha dito vezes sem conta: devemos ensinar a Cardiologia à população.” Por este motivo, contar a história da Cardiologia em Portugal é, no fundo, traçar o percurso profissional do Prof. Doutor Fernando Pádua, que acabou por privar e trabalhar com algumas das figuras de proa que fundaram a SPC. Mesmo numa época de “grande turbulência” na cena internacional, o Professor Moniz de Bettencourt, numa nota escrita a propósito da criação da SPC,
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disse que a ideia de criar uma sociedade científica já fervilhava na sua mente desde o término da Segunda Grande Guerra, em 1945. Depois deste acontecimento histórico, o especialista restabeleceu contacto “com colegas e amigos de além-fronteiras e, por intermédio deles, com algumas das ainda pouco numerosas Sociedades de Cardiologia europeias”. Neste depoimento, este especialista e sócio fundador da SPC foi procurado, em meados de 1949, pelo Prof. Doutor Pedro Madeira Pinto, que tinha acabado de regressar do estrangeiro. “Talvez pelo que vira lá fora, vinha-nos justamente propor a formação da Sociedade de Cardiologia. Pareceu-nos, então, que tinha chegado a oportunidade por que esperávamos”, escreveu o Prof. Doutor Jacinto Moniz de Bettencourt. Nesta altura, o Prof. Doutor Jacinto Moniz de Bettencourt decidiu também desafiar o Prof. Doutor Arsénio Cordeiro, que aceitou a proposta. Os três especialistas “juntaram-se em comissão para a iniciativa…”, pode ler-se no trecho retirado do livro “Fragmento para uma História da Cardiologia Portuguesa”. “A Sociedade cuja fundação íamos propor teria os objetivos habituais das suas congéneres: contacto e convívio entre sócios, apresentação e discussão de comunicações, estímulo à investigação. Por alvitre de João Porto, associaram-se-lhes os aspetos sociais da assistência aos cardiopatas. Além disso, pa-
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reciam-nos importantes as relações internacionais”, escreveu, então, o Prof. Bettencourt, a propósito dos objetivos da SPC. Estes três sócios fundadores decidiram convocar, por carta, uma reunião agendada para o dia 9 de julho. Esta missiva - subscrita pelos Professores Arsénio Cordeiro, Moniz de Bettencourt e Madeira Pinto – detalhava os objetivo desta reunião, na qual se pretendia lançar as bases dos estatutos da “futura sociedade [científica]”. Os sócios viriam a confessar que “a existência duma tal sociedade não só tornaria mais estreitas as relações científicas entre os especialistas portugueses, mas também estimularia os estudos e investigações relacionados com as doenças do aparelho circulatório”. Por outro lado, “tornar-se-ia também mais fácil e mais eficaz o intercâmbio com a maior parte dos países estrangeiros, através das respetivas sociedades de Cardiologia”. No dia 10 de julho, os principais jornais nacionais noticiavam, com a publicação de um texto igual, a criação da SPC (algo que aconteceu oficialmente na véspera e que ficou registado numa ata): “Na Ordem dos Médicos realizou-se ontem a reunião preparatória da fundação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, assistindo muitos médicos e cirurgiões dos hospitais, professores universitários, etc.” “O sr. Professor Jacinto Bettencourt expôs os ob-
No dia 10 de julho, os principais jornais nacionais noticiavam, com a publicação de um texto igual, a criação da SPC
1950 SPC é um das sociedades fundadoras da European Society of Cardiology
1950 A aplicação do primeiro “Pacemaker” (John Hopps)
27 junho de 1949 convocação por carta da Comissão Preparatória da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC)
9 julho de 1949 Fundação da SPC
UM LONGO PERCURSO Agendada para 19 de novembro de 1949, na primeira reunião da Assembleia-Geral ficou definida a composição dos corpos gerentes. Nesta reunião também se determinou a criação de três secções da SPC, uma em Lisboa, outra no Porto e em Coimbra. E também se decidiu que, nos cargos gerentes, deveria haver a representação de cada uma das regiões, cabendo a presidência a cada uma delas e a vice-presidência às restantes. Nesta reunião, deliberam convidar o Prof. Doutor João Porto, um especialista de Coimbra, a integrar a presidência da direção da SPC. Esta nomeação do Prof. Doutor João Porto (presidente de 19491953) causou algum mal-estar dentro da estrutura
1954 Edição do Boletim da Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Marcos históricos da Cardiologia Mundial e da Sociedade Portuguesa de Cardiologia séculos XX-XXI
1937 Primeira angiocardiografía (Castellanos)
jetivos da sociedade, que terá por fim estimular o estudo e investigação dos problemas científicos relacionados com as doenças do aparelho circulatório; ocupar-se dos aspetos sociais da profilaxia e assistência aos cardiopatas; promover o estreitamento das relações científicas entre os médicos portugueses que se dedicam, em particular, ao ramo da Medicina referente à Cardiologia; e, finalmente, representar o país nas reuniões internacionais em que se torne necessário. Depois da troca de impressões, das quais resultaram algumas emendas ao projeto de estatutos, foram os mesmo aprovados e encarregada a comissão, de que fazem parte os sr. Professores Doutores Jacinto de Bettencourt, Madeira Pinto e Arsénio Cordeiro, de promover a legalização da sociedade de forma a poder realizar-se, o mais breve possível, a primeira reunião plenária”, escreviam os jornais da época.
1953 Realização do 1. º Congresso Luso-Espanhol de Cardiologia, em Sevilha
1954 Primeira operação de peito aberto (Gibbon)
1953 Visualização não invasiva do coração em tempo real por reflexão acústica (ultrasons) – Ecocardiografía (Inge Elder e Gustav Hertz)
5 a 8 de dezembro de 1974 1.º Congresso Português de Cardiologia
1956 Realização do 2.º Congresso Luso-Espanhol de Cardiologia, em Lisboa.
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“A tensão, o colesterol e o tabaco são os principais assassinos da população portuguesa.” É com esta frase que o Prof. Doutor Fernando Pádua recorda os tempos em que levava as “lições de Cardiologia” à casa dos portugueses, através da emissão regular, no único canal público português, de um programa de televisão, lançado em 1979. “Nesta altura, fazia aquilo que o Professor Paul White me tinha dito vezes sem conta: devemos ensinar a Cardiologia à população.” Por este motivo, contar a história da Cardiologia em Portugal é, no fundo, traçar o percurso profissional do Prof. Doutor Fernando Pádua, que acabou por privar e trabalhar com algumas das figuras de proa que fundaram a SPC. Em 2011, o Prof. Doutor Fernando Pádua lançou um livro intitulado “Conversas no meu consultório”, uma obra que se propunha a responder a dúvidas dos doentes. O “pai” da medicina preventiva, que sempre se bateu por aproximar a medicina dos cidadãos, recebeu-nos no seu “consultório”, no Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva, hoje em dia uma instituição de referência nesta área. E foi neste local que contou a sua versão da “estória” da Cardiologia em Portugal. Com um discurso sempre fluido, o especialista, condecorado em 2005,
1967 Primeiro transplante cardíaco no mundo (Barnard)
1980 Aquisição das atuais instalações da SPC no Campo Grande, n.º 28, 13.º andar
1977 Primeira Angioplastia com Balão (Gruntzig)
1979 Criação da Fundação Portuguesa de Cardiologia
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pelo Presidente da República, com o “Grande Colar da Ordem de Sant’Iago de Espanha”, vai contando pequenos trechos da história da Cardiologia no nosso país. Estas “estórias” cruzamse com o percurso profissional do mais antigo presidente honorário da SPC, hoje com 87 anos, que outrora fora “discípulo” do Prof. Eduardo Coelho, um dos sócios fundadores da SPC. Mesmo desafiando “as regras do jogo”, o Prof. Doutor Fernando Pádua, também o mais jovem professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, aos 39 anos (1967), “foi também o pioneiro no reconhecimento da importância da comunicação social”, não hesitando em enfrentar as mentalidades que limitavam os médicos ao espaço do próprio consultório. Esta foi a “lição” que aprendeu do Prof. Paul White, o diretor do curso de Cardiologia na Universidade de Harvard, onde o Prof. Doutor Fernando Pádua estudou, em 1953, na sequência de uma bolsa atribuída pelo Rotário Internacional, no valor de “100 contos de rei”. “A Cardiologia deveria estar ao serviço da
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população”, completa o especialista português. Depois de se formar, em 1950, recebeu uma bolsa para estudar Cardiologia fora do país. Acabou por optar por Harvard, sendo o primeiro português a estudar nesta instituição conceituada e o segundo melhor aluno do curso de especialização em Cardiologia, apesar das barreiras linguísticas. Após o seu regresso, foi convidado para ser assistente do Prof. Eduardo Coelho e chefe de serviço do Serviço de Cardiologia, à época dirigido pelo próprio Prof. Eduardo Coelho, no então recém-criado Hospital de Santa Maria, em 1954. Em 1974, durante um período de “grandes convulsões políticas”, o Prof. Doutor Fernando Pádua foi convidado para assumir a presidência da SPC. Mas havia também a candidatura do Prof. Alfredo Franco, um especialista por quem o Prof. Doutor Fernando Pádua tinha “enorme respeito”. “No meio daquela ‘guerra’, liguei ao Prof. Alfredo Franco e disse que se ele queria concorrer eu não concorria. Ele concorreu e passados dois anos eu concorri, pelo que acabei por assumir a direção da SPC de 1976-1978”. O Prof. Doutor Fernando Pádua orgulha-se de nessa altura ter conseguido mobilizar todos os cardiologistas para a criação da Fundação Portuguesa de Cardiologia, o que teve lugar em 1979. No final desta “conversa de consultório”, e depois de resumir em breves linhas o percurso profissional do médico que dedicou toda a sua vida à medicina preventiva, o Prof. Doutor Fernando Pádua lembra que “hoje em dia a maior falha da nossa Cardiologia é a falta de assistência domiciliária”. E, embora reconheça que a Cardiologia portuguesa está entre “as melhores do mundo”, o médico lamenta que haja tantas lacunas da prestação de serviços domiciliários, após a alta hospitalar, no “oitavo melhor serviço nacional de saúde”.
Em 1974, durante um período de “grandes convulsões políticas”, o Prof. Doutor Fernando Pádua foi convidado para assumir a presidência da SPC
1981 Realização do primeiro Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia 1981 Realização do primeiro Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia
2009 Criação do Conselho dos Médicos Internos da SPC 1984 Realização das primeiras Jornadas Luso-Francesas de Cardiologia
1983 Publicação do primeiro número da Revista Portuguesa de Cardiologia, que sofreu uma alteração da imagem em 1999 e em 2005
1 de abril de 2005 inauguração do Centro Nacional de Coleção de Dados em Cardiologia (CNCDC)
1996 Inauguração da Casa do Coração
2009 Realização das primeiras Jornadas Lusófonas de Cardiologia
2007 Subscrição da Carta Europeia do Coração
2014 Criação do Departamento de Investigação Clínica da SPC
2014 Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular da SPC
5 de julho de 2014 Cerimónia Comemorativa do seu 65.º aniversário
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PROF. DOUTOR JOSÉ SILVA CARDOSO PRESIDENTE DA SPC BIÉNIO 2013-2015
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) nasceu, em 1949, no rescaldo de um período “conturbado” do pós-Guerra. Mas nem as dificuldades políticas e sociais conseguiram demover a vontade de um grupo de 17 sócios fundadores que apostaram num projeto comum: a criação de uma sociedade científica. Hoje em dia, a SPC agrega 1218 membros em todo o país e será dirigida, até ao final de abril de 2015, pelo Prof. Doutor José Silva Cardoso. A propósito do 65.º aniversário, o presidente da direção da SPC fala dos projetos, dos desafios e das dificuldades na área da Cardiologia, sem deixar de lado a visão que continua a nortear os destinos de uma das sociedades científicas médicas mais antigas em Portugal.
“A SPC NÃO ESTÁ INDIFERENTE AOS PROBLEMAS DA COMUNIDADE”
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Após completar 65 anos de vida, a SPC já pode ser considerada uma “sociedade científica sénior”. A que se deve esta longevidade? A SPC tem tido um papel muito ativo ao longo da sua história. Na área cardiovascular, tem sido a principal responsável pela educação médica continuada dos clínicos portugueses. Além disso, tem promovido ainda a investigação nesta área e, através de cerca de duas dezenas de registos, é a entidade detentora da informação cardiovascular mais completa no nosso País. Adicionalmente, tem promovido campanhas de educação da população, alertando para o risco cardiovascular e para a necessidade da adoção de um estilo de vida saudável. Assim, a SPC tem contribuído para o aumento da esperança média de vida dos portugueses, o qual, em anos recentes, está muito associado aos grandes avanços registados na área da Cardiologia.
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o relacionamento. Paralelamente, queremos criar o Conselho Superior das Sociedades Científicas Médicas Portuguesas (em curso) e uma Aliança de Prevenção Cardiovascular, assim como a integração da SPC no consórcio português de registos de saúde. Já celebrámos protocolos de colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Aveiro e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e esperam-nos outros projetos, ainda em desenvolvimento.
A SPC tem contribuído para o aumento da esperança média de vida dos portugueses, o qual, em anos recentes, está muito associado aos grandes avanços registados na área da Cardiologia
Na atualidade, como define as linhas de orientação estratégica da sua direção? A presente direção, cujo mandato vigora até final de abril de 2015, tem três eixos de atuação fundamentais: a investigação, a cooperação e a intervenção. A investigação é uma das nossas prioridades, facto que levou à criação do novo Departamento de Investigação Clínica (DIC). No campo da formação, arrancámos, em 2013, com a Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular a qual integra já o curso SAVIC - um projeto pioneiro, em cooperação com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o curso de Ecocardiografia para não-cardiologistas e o curso de Formação Cardiovascular para a Indústria Farmacêutica, aos quais muitos outros se juntarão no futuro.
A SPC tem procurado estabelecer ligações com o exterior, através de ações dirigidas ao grande público? A SPC não está indiferente aos problemas da comunidade. Por este motivo envolvemo-nos num conjunto de intervenções junto da população, entre as quais destacaria a Loja do Coração, os 7 Dias do Coração, a ação educativa “Prevenção Cardiovascular: de Filhos para Pais”, o Exercício no Parque, os “Minutos de Insuficiência Cardíaca”, o Dia da Insuficiência Cardíaca (a realização do qual recebeu em 2012 e em 2014 um prémio europeu), uma campanha de consciencialização sobre o colesterol LDL, o jogo “Prevenir é o melhor remédio” (inventado por um sócio da SPC) e o filme de Reabilitação Cardíaca “Com o Coração nas Mãos”, entre outras. Quais os projetos que estão a ser criados no âmbito dos protocolos de cooperação? Em termos externos, procuramos privilegiar os laços com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, uma parceira com quem queremos claramente reforçar
A nível interno, procuramos reforçar a cooperação com o Conselho de Reflexão (uma espécie de “Senado” composto pelos presidentes honorários da SPC), os 14 Grupos de Estudo e Núcleos Profissionais e as duas Associações da SPC, bem como com todos os nossos sócios, considerados individualmente. A SPC tem criado “pontos de ligação” também com outras sociedades congéneres estrangeiras. Como é que, em linhas gerais, descreve as relações internacionais da SPC? Consideramos estratégico o reforço da cooperação internacional seja com a European Society of Cardiology (ESC), seja com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade Espanhola de Cardiologia (SEC) e, mais recentemente, com a Federação das Sociedades de Cardiologia dos Países Lusófonos. Com a SBC temos quatro programas em curso. Destaco o curso de Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca (SAVIC) mas também a tradução para língua
portuguesa do site da ESC Heart Failure Matters (destinado ao público em geral e aos doentes com insuficiência cardíaca, mas também a médicos e enfermeiros), a produção de um livro sobre Reabilitação Cardíaca e o registo final da Federação das Sociedades de Cardiologia dos Países Lusófonos (FSCPL). Já se começa a pensar na concretização do primeiro congresso da FSCPL, que terá lugar em breve, provavelmente, na cidade de Lisboa. É possível antecipar os desafios que a SPC terá de enfrentar no futuro? A Cardiologia, hoje em dia, é altamente tecnológica. Em 1949, ano em que foi fundada a SPC, estaríamos longe de imaginar que era possível realizar transplantes cardíacos, cirurgias coronárias, implantação de desfibrilhadores cardíacos. Os avanços terapêuticos, os métodos de diagnóstico e os dispositivos médicos em nada se comparam com o que existia em 1949. Apesar destes fantásticos avanços a área da prevenção é – e continuará a ser – uma na qual deveremos continuar a focar a nossa máxima atenção. Num contexto de escassez financeira, temos de investir redobradamente na profilaxia. E este é um dos desafios que, seguramente, teremos de enfrentar. Ainda assim, os números sugerem que as doenças cardiovasculares estão a diminuir em Portugal. Podemos falar em boas notícias? Embora se tenham registado melhorias significativas, continuamos a enfrentar três grandes “inimigos”: o stress, o sedentarismo e uma dieta desequilibrada. Estes são os três desafios para o século XXI. Há cada vez mais casos de diabetes e obesidade e, embora a mortalidade cardiovascular esteja a decrescer, ela poderá aumentar novamente, caso nada se faça para combater a “diabesidade”.
A “SOMBRA” DO DECRETO-LEI 14/2014 Hoje em dia, com tantas mudanças tecnológicas e sociais, é mais difícil ser cardiologista em Portugal? Todo o médico após terminar o curso e a especialidade deve continuar a atualizar-se. É um esforço contínuo e “individual”. Mas acontece que o Estado não se envolve nesta aquisição de conhecimentos após a especialização. De facto, tem cabido às sociedades científicas médicas dar continuidade a essa atualização. Só desse modo os médicos conseguem manter-se cientificamente em forma. E, obviamente, a população é quem beneficia desta atualização de conhecimentos. Mas o decreto-lei 14/2014, ao colocar em risco a estabilidade das sociedades científicas médicas, põe também em risco a formação continuada…
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SPC QUER SER “OUVIDA” PELA TUTELA No parecer do Prof. Doutor José Silva Cardoso, “os médicos devem ser ouvidos no que concerne às decisões políticas em saúde”, através da consulta às sociedades científicas. “É preciso que os políticos olhem para os médicos como parceiros da tutela neste combate às doenças cardiovasculares em Portugal”, afirma o responsável, reiterando a recetividade da SPC. “Efetivamente não somos ouvidos de uma forma sistemática e regular pelo Ministério da Saúde. Futuramente, devemos tentar uma maior proximidade com os decisores políticos, que devem olhar para a SPC como parceiros nas tomadas de decisão”, conta o responsável. “O prestígio da SPC é reconhecido, mas não há um envolvimento da tutela com esta sociedade científica”, completa, garantindo que da parte da SPC “há disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde”.
Como assim? O decreto-lei 14/2014 estipula que os membros dos corpos sociais das sociedades científicas médicas não podem participar em júris de concursos para aquisição de material médico ou fármacos de uso hospitalar. Ora os membros dos corpos sociais das sociedades científicas médicas são frequentemente diretores de serviços hospitalares e, nessa qualidade, veem-se com regularidade envolvidos nesse tipo de júris. Quais as consequências que poderá ter este decreto-lei? O decreto-lei tem imensas virtualidades e torna mais cristalinos e escrutináveis os aspetos relacionados com a saúde em Portugal. Mas estabelece o princípio de incompatibilidade de médicos que trabalham no SNS (Serviço Nacional de Saúde) e a sua pertença aos corpos sociais da SPC e de outras sociedades científicas. Por causa do decreto 14/2014, já perdemos 25% dos membros pertencentes aos corpos sociais da SPC. E isso é uma grande ameaça para a sobrevivência das sociedades científicas. De que modo é que a sobrevivência das sociedades científicas está afetada? Poderá ser difícil às direções futuras [de sociedades científicas] encontrarem membros que as possam integrar. A manter-se o atual regime de incompatibilidades muitos dos que forem escolhidos poderão ter de declinar o convite. Entendemos que isto é algo profundamente injusto e perturbador da organização das sociedades científicas. A claudicação da formação continuada não só coloca em causa a capacidade científica dos médicos, como belisca a qualidade dos serviços prestados à população. Surgiu, por isso, a necessidade de encetar um conjunto de ações que permitam viabilizar as sociedades científicas no futuro. Como é que se pode encontrar uma resposta para este problema? Na sequência do articulado 14/2014 nasceu a ideia de criar o Conselho Superior de Sociedades Científicas Médicas. Por sugestão da SPC, já foram envia-
A SPC tem outros projetos a decorrer na área da investigação? Um projeto da mais alta relevância é o Centro de Coleção de Dados em Cardiologia (CNCDC), criado há já 12 anos pela direção do Prof. Doutor Seabra Gomes. Já foram publicadas largas dezenas de trabalhos a partir das bases de dados relativas a cerca de 20 registos nacionais e internacionais albergados neste Centro com sede em Coimbra. Este projeto permite obter uma “radiografia” muito exata do que se passa na saúde cardiovascular dos portugueses.
dos convites a mais de 60 sociedades científicas portuguesas. E já obtivemos respostas positivas em mais de metade dos casos. E a partir daqui? Estamos a elaborar um esboço de uma proposta de estatutos. Esta será distribuída em breve a todas as sociedades que já manifestaram vontade de se nos juntarem para ser discutida numa reunião a haver brevemente. NOVOS PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO EM CURSO Qual o papel do novo Departamento de Investigação Clínica (DIC) da SPC? O DIC tem como objetivo a promoção da investigação clínica. O projeto tem uma série de metas, algumas das quais só concretizáveis a longo prazo. O primeiro passo, já em curso, é o desenvolvimento da investigação autónoma, promovida por investigadores independentes. O DIC, sedeado na delegação do norte da SPC, tem um conselho diretivo e integrará os coordenadores de cada um dos estudos. Futuramente, tencionamos criar redes de investigação e colaboração em diversas áreas da Cardiologia. O DIC está aberto à colaboração externa e conta já com uma parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (CINTESIS). Há estudos já em curso? No DIC, estão já a decorrer quatro estudos: o FATIMA (na área das cardiomiopatias dilatadas familiares), o VIPER-AMI (na área do enfarte agudo do miocárdio), o FLAIR (na área da IC aguda) e o SAVE-IT (na área da cardiologia invasiva).
PERFIL Quem é o Prof. Doutor José Silva Cardoso? > Presidente da SPC para o biénio 2013-2015 > Professor associado com agregação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto > Chefe de Serviço de Cardiologia no Centro Hospitalar de São João, no Porto > 57 anos > Casado > Pai de 4 filhos Como descreve a área da “Cardiologia”? A Cardiologia é uma Arte que tem como núcleo essencial o impulso da aproximação humana, o qual usa a ciência e a tecnologia cardiovasculares como suporte do seu exercício.
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SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA, UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
CONSTÂNCIA NOS OBJETIVOS, SOLIDEZ NAS OPÇÕES Decorridas seis décadas e meia desde sua fundação, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) tem realmente já uma vida longa e pode afirmar-se que é uma vida de sucesso, avaliando o mesmo em termos de objetivos e da sua prossecução ao longo dos anos, até ao momento atual. A Sociedade foi criada em 9 de Julho de 1949 por um grupo de 17 Médicos, personalidades representativas da Medicina Portuguesa de Coimbra, Lisboa e Porto, tendo sido eleita a sua primeira Direção. Na Carta Convocatória da reunião para a Fundação da Sociedade, é dito “… a existência de uma tal Sociedade, não só tornaria mais estreitas as relações entre os especialistas portugueses, mas também estimularia os estudos e investigação relacionados com as doenças do aparelho circulatório … por outro lado, tornar-se-ia também mais fácil e mais eficaz o intercâmbio científico com a maior parte dos países estrangeiros, através das respectivas sociedades de Cardiologia…”. Estes objetivos, visando já a Formação, a Investigação e a Cooperação – três dos vetores de atuação da Direcção atual, 65 anos volvidos - têm-se mantido na sua essência ao longo das várias décadas de existência da Sociedade. Embora cada Direção imprima o seu cunho próprio de atuação, ter objetivos fundamentais comuns confere a solidez necessária à prossecução dos mesmos. Também a manutenção duma trilogia geográfica, representando o Norte, o Centro e o Sul do País, com Direções de reconhecida idoneidade e com experiências diversas, contribui para a cimentação da evolução da estrutura científica da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Nestes 65 anos, a nossa Sociedade cresceu em qualidade, em diferenciação – basta pensar nos seus grupos de estudo e associações - e em “quantidade”, que se reflete pelo contínuo aumento do número de sócios, ultrapassando o milhar. Devo salientar que uma parte não negligenciável dos sócios
é oriunda de outras sociedades científicas com as quais a SPC mantém regularmente relações de trabalho científico-pedagógico. A ação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia extravasa o seu objetivo inicial, que abrange a pedagogia, a ciência e a investigação. De facto, a nossa Sociedade desempenha um papel cultural, diria, ao intervir junto da população e das entidades governativas com ações e discussões para contribuir para a melhoria da saúde dos Portugueses, no campo das doenças cardiovasculares. Dá assim cumprimento ao que está claramente expresso nos seus estatutos. Ao longo do seu percurso, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia contou com parceiros estratégicos: a Indústria Farmacêutica e a Indústria de Dispositivos e Equipamentos Médicos. Parceiros muito importantes para a prossecução do projeto inicial da Sociedade, com relações mútuas que se pautam pela honestidade e pela clareza, permitindo a boa gestão dos contributos científicos gerados. Em síntese, a longa e profícua história (de sucesso) da SPC assenta na constância dos seus objetivos, na estrutura da sua organização fundamental, na solidez das suas opções e na relação clara e em constante evolução com os seus parceiros. Quanto à atividade desenvolvida pela SPC para responder à constante necessidade de atualização e formação pedida aos cardiologistas, pode dizer-se que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é muito proativa. O seu “corpo” científico “central” é constituído pelas Associações, Grupos de Estudo e Núcleos de todas as áreas de Medicina Cardiovascular e neles estão incluídos a maior parte dos sócios da Sociedade. Falamos de Médicos e de outros Profissionais de Saúde bem informados, em constante “movimento” científico, em permanente aprendizagem e partilha de informação. As reuniões científicas são muitas e diversificadas, havendo necessidade e vantagem em aglutinar por vezes aspectos
Nestes 65 anos, a nossa Sociedade cresceu em qualidade, em diferenciação – basta pensar nos seus grupos de estudo e associações - e em “quantidade”, que se reflete pelo contínuo aumento do número de sócios
PROF. A DOUTORA DULCE BRITO VICE-PRESIDENTE DA SPC, SECÇÃO DO SUL
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comuns de áreas diferentes para uma melhor visão global da atuação clínica frente ao conhecimento crescente. A Formação Pós-graduada continuada tem sido desde sempre uma preocupação e uma realidade da Sociedade. A estratégia de várias Direções – e recordo-me particularmente e naturalmente dos últimos 20 anos – tem sido a de “organizar” a disseminação constante do conhecimento científico pelos membros da Sociedade, realizando Cursos de Atualização em Medicina Cardiovascular (quer para Cardiologistas, quer para não-Cardiologistas), traduzindo e divulgando as Recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia (também junto dos Médicos de Medicina Geral e Familiar), apoiando as iniciativas científicas promovidas pelas Associações, Grupos de Estudo e Núcleos e culminando, no momento presente, pela criação da Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular. Entre as acções de Formação Pós-Graduada continuada, inclui-se obviamente desde sempre o Congresso anual da Sociedade, expressão maior e global da Cardiologia Portuguesa. A universalidade do conhecimento científico crescente e a importância da Cooperação na partilha do mesmo tem estado bem expressa desde a fundação da Sociedade, nas acções e projetos da SPC levados a efeito ou programados em associação com outras Sociedades Científicas congéneres na área da Formação continuada em Cardiologia. Recordando a história da Sociedade, até 1974, ano de realização do I Congresso Português de Cardiologia, esta reunião major da SPC foi efetuada em conjunto com a Sociedade Espanhola de Cardiologia e, a partir daí, Reuniões Científicas comuns foram uma constante, não só com esta Sociedade mas com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, com Sociedades Ibero-Americanas de Cardiologia, com Sociedades de Cardiologia Europeias e com os países de expressão oficial Lusófona. Com estes últimos, a cooperação tem sido também crescente e exponencial, culminando na formação da Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa. Com a Sociedade Europeia de Cardiologia – da qual a SPC foi membro fundador - as relação têm sido naturalmente cada vez mais estreitas ao longo do tempo, com vários dos membros da SPC ocupando funções e cargos em áreas científicas e de decisão, incluindo a Formação, a Investigação, a Intervenção e actualmente, a Presidência da Sociedade Europeia. No que diz respeito às iniciativas da SPC em curso, no momento presente, o maior projeto sob minha responsabilidade é a realização do próximo Congresso Português de Cardiologia, em abril de 2015. O Congresso é a maior e mais expressiva reunião
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muito em particular do interesse do Cardiologista em formação - embora também de outros Especialistas - estará em enfoque logo no primeiro dia, com a existência de cinco Cursos (“pré-Congresso”) simultâneos, versando cinco temas práticos muito diversos, desde a execução de técnicas de diagnóstico, à intervenção terapêutica. Nos quatro dias do Congresso, não se pretenderá fazer um up-to-date exaustivo de todos os aspectos da Cardiologia actual, mas, como referi acima, antes dos seus aspetos mais prementes, por mais controversos ou emergentes, e da sua aplicação à realidade Nacional, presente e futura, integrada na Europa e no mundo em evolução constante. A investigação nacional será um ponto forte do Congresso. Ela representa o trabalho presente dos nossos Médicos e Profissionais de Saúde, representa o que de melhor é feito como resultado da vivência clínica cardiológica, a nossa atuação como cardiologistas, a nossa reflexão dos sucessos e insucessos da aplicação dos conhecimentos científicos actuais. A investigação abre sempre a porta do futuro. Essa investigação merece e tem que ser divulgada entre os pares. Especialistas Nacionais e Estrangeiros contribuirão como o seu saber e experiência para o sucesso desta reunião, a qual se pretende que seja mais um salto qualitativo na prossecução dos objetivos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia frente aos seus membros: aquisição de maior conhecimento individual e colectivo, reflexão de atitudes e práticas e aquisição de mais-valias para comportamentos clínicos e de investigação, presentes e futuros. Por fim, analisando o presente e perspetivando o futuro da SPC pode dizer-se que a Cardiologia nacional é forte e dinâmica. Penso que nos últimos anos se tem observado de forma crescente uma mudança de atitude do “individual” para o “colectivo”. Tal facto é muito positivo. Pessoalmente desejo que tal mudança se torne ainda mais real e evidente do que já é. Portugal foi sempre muito individualista e essa individualidade, enquanto Nação, é fundamental, embora a integração na Europa e no mundo em geral tenha sido sempre (e é-o cada vez mais) positiva e necessária. “Crescer” individualmente, mas fazê-lo de forma integrada, é fundamental. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia representa uma parte importante da comunidade científica nacional. Enquanto Sociedade Científica Cardiológica, tem um passado e presente em relação ao qual já me referi em linhas gerais. Ela representou, quando da sua fundação, o tal “salto” do individual para o “colectivo”. O presente mistura-se com o futuro, pois mais do que um retrato “instantâneo”, todas as atitudes e iniciativas tomadas hoje terão as suas consequências e reflexo na Sociedade de amanhã. Como Vice-Presidente actual da Sociedade, penso que estamos no caminho certo de Cooperação e de Intervenção. E agora falo da Intervenção em termos da sociedade no geral e da participação nas decisões de políticas de saúde. Contribuir cientificamente para a tomada das decisões práticas de actuação visando a saúde cardiovascular das populações é um caminho necessário a percorrer e que já foi iniciado, aliás à semelhança do que aconteceu (e acontece) com a Sociedade Europeia de Cardiologia.
científica cardiológica nacional, justamente porque se debruça duma forma global sobre a Cardiologia, englobando a mesma no “todo” que é a Medicina Cardiovascular. O Congresso tem como objetivos a atualização e discussão do conhecimento científico particularmente nas áreas mais atuais, controversas ou emergentes. Tem uma ação formativa importante, não só em termos globais de aquisição de conhecimentos, mas em termos de áreas mais específicas, onde médicos e outros profissionais de saúde podem aprender, ensinar e partilhar como os seus pares, as “certezas” e as “dúvidas” da ciência cardiológica contemporânea. Os modelos de sessões planeadas para o Congresso permitem facilitar essa partilha. A Formação específica prática em certas áreas,
O Congresso é a maior e mais expressiva reunião científica cardiológica nacional, justamente porque se debruça duma forma global sobre a Cardiologia, englobando a mesma no “todo” que é a Medicina Cardiovascular
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DR. MIGUEL MENDES
PRESIDENTE ELEITO DA SPC BIÉNIO 2015-2017
Por ocasião da cerimónia comemorativa, o Dr. Miguel Mendes, presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) para o biénio 2015-2017, perspetivou o futuro da SPC, um “organismo que completou 65 anos de história”. “A SPC encontra-se de boa saúde, tem um bom ADN e, até ao momento, não manifestou nenhuma doença grave”, afirmou este especialista, reforçando a sua convição no “futuro auspicioso” da SPC. À margem deste evento, o Dr. Miguel Mendes admitiu que “a estrutura [desta Sociedade científica] continua credível e, além da independência financeira, tem conseguido acompanhar todos os desafios tecnológicos que se impuseram ao longo destes 65 anos”.
“A SPC É HABITUALMENTE CONSIDERADA COMO A SOCIEDADE MÉDICA MAIS DINÂMICA E MAIS FORTE DO PAÍS”
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Como descreve, em breves palavras, o trajeto da SPC ao longo destes 65 anos? O projeto da SPC, ao longo dos seus 65 anos, marca uma história de sucesso, tanto pelo longo caminho percorrido, como pela qualidade e solidez do que foi atingido. A SPC é habitualmente considerada como a sociedade médica mais dinâmica e mais forte do país. A SPC acompanhou também vários períodos da Cardiologia em Portugal e no mundo. O que destacaria? Não é justo destacar nenhum período em particular, já que a SPC, liderada por várias direções, esteve sempre à altura dos desafios que se lhe colocaram ao longo do tempo e conseguiu sempre manter-se unida e respeitada no contexto das sociedades científicas nacionais e europeias. A recente eleição para a presidência da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) do Prof. Doutor Fausto Pinto, para além do elevado mérito e do assinalável percurso pessoal que teve em várias instâncias da SEC, também reflete algum reconhecimento do prestígio da SPC a nível europeu.
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nho a percorrer ainda é longo. Há muito a fazer para que a SPC veja reconhecido o seu estatuto natural de promotor da saúde cardiovascular por parte da população e do poder político.
A SPC é, fundamentalmente, uma sociedade científica que não se pode alhear desta temática, que está consignada nos seus estatutos. Neste campo vai ombrear com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, que está bem implantada no terreno e vem desempenhando, desde há décadas, um papel de relevo neste campo.
Esta proximidade com a população será uma das metas da SPC, já que, como indicou, é preciso reforçar a sinergia com a sociedade civil?
Quais os desafios que a SPC terá de enfrentar, já que considera que “o futuro será, certamente, de afirmação”? A SPC tem que continuar a ser a principal responsável pela formação contínua dos seus sócios e a pugnar para que os cuidados de saúde cardiovascular prestados à população estejam ao nível dos que se verificam nos países mais avançados do espaço europeu. Para atingir estes objetivos tem de continuar a dar uma resposta moderna e de qualidade aos seus sócios e afirmar-se como uma voz respeitada e ouvida na sociedade portuguesa. Também considero que temos de nos afirmar como um país central da Cardiologia com expressão de língua portuguesa.
O PROJETO DA SPC, AO LONGO DOS SEUS 65 ANOS, MARCA UMA HISTÓRIA DE SUCESSO, TANTO PELO LONGO CAMINHO PERCORRIDO, COMO PELA QUALIDADE E SOLIDEZ DO QUE FOI ATINGIDO
No discurso na Casa do Coração, em julho, a propósito do 65.º aniversário da SPC, indicou que “a SPC está de boa saúde e tem um bom ADN”. Como é que classifica o “ADN” da SPC? O ADN da SPC define-se pela sua abertura à modernidade, pela seriedade com que enfrenta os desafios e pela sua preocupação com a saúde cardiovascular dos portugueses. A Cardiologia portuguesa é representada e liderada pela SPC, que, entre outras atividades, ano após ano, leva a cabo um excelente congresso, cursos de formação para cardiologistas e para não cardiologistas e mantém uma das mais antigas e melhores revistas científicas do país. A Cardiologia portuguesa ganhou ainda maior protagonismo com o trabalho desenvolvido pela SPC? As suas Associações e Grupos de Estudo desenvolvem uma notável atividade científica que tem reflexos muito evidentes na formação dos cardiologistas e de outros profissionais, com consequência na atualização permanente dos cuidados prestados às populações. Nestes últimos anos, a SPC tem procurado estreitar laços com exterior, nomeadamente, a sociedade civil. É um caminho que se pretende continuar a percorrer? Apesar do esforço realizado, neste capítulo, o cami-
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A SPC pretende afirmar-se como um parceiro junto da tutela e dos decisores políticos? Naturalmente! A missão da SPC só poderá concretizar-se se for considerada como parceiro pelos decisores. De resto, a SPC com o conhecimento científico que dispõe através dos seus registos em diferentes entidades clínicas e pela “matéria cinzenta” que integra as suas associações especializadas e diferentes grupos de estudo, não tem alternativa na liderança da promoção da saúde cardiovascular do país.
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AS “SINERGIAS” ENTRE A SPC E A SOCIEDADE VENEZUELANA DE CARDIOLOGIA De acordo com o Dr. Miguel Mendes, “a relação entre a SPC e a SVC (Sociedade Venezuelana de Cardiologia) foi estabelecida há cerca de sete/ /oito anos pelo Prof. Doutor Hugo Madeira”, o presidente da SPC à época. “A relação foi formalizada através de um protocolo de cooperação assinado pelos presidentes das duas sociedades, no XXIX Congresso Português de Cardiologia (abril de 2008), que decorreu em Vilamoura”, acrescentou o entrevistado. “Os projetos atuais baseiam-se na aproximação da SVC à Federação das Sociedades de Cardiologia dos Países Lusófonos, através da realização na população portuguesa residente em Caracas do estudo CLUVE, que emulou naquela comunidade o estudo VIVA, uma iniciativa que SPC já tinha levado a cabo para estudar o perfil de risco cardiovascular da população portuguesa; esta colaboração também se firma pela participação cruzada de membros das duas sociedades nos respetivos congressos
anuais”, fundamentou o Dr. Miguel Mendes. Este especialista, que teve a “honra de representar a SPC, em julho de 2013”, no Congresso venezuelano de Cardiologia, confessa que, na altura, manifestou a intenção de aprofundar as relações entre as duas Sociedades científicas, algo que “não foi possível concretizar, devido à situação política da Venezuela”. Porém, apesar das condições políticas neste país não terem permitido a deslocação de membros da SPC ao Congresso venezuelano de Cardiologia, este ano, o Prof. Doutor Silva Cardoso em conjunto com o Dr. Miguel Mendes enviaram intervenções científicas gravadas, “numa tentativa de manter a ligação de amizade entre ambas as Sociedades científicas”. O presidente eleito admite que “os projetos de maior fôlego aguardam melhores tempos”. “Desde há várias décadas que as diferentes direções da SPC têm feito esforços significativos para estabelecer e manter relaciona-
mentos institucionais e científicos na Europa, no âmbito da SEC ou através de relações bilaterais, como com a Sociedade Espanhola de Cardiologia, com quem temos atualmente uma relação muito próxima. Fora da Europa, temos uma relação muito interessante com o Brasil, baseada em projetos comuns. E, nos próximos anos, com o lançamento da Federação dos Países Lusófonos, iremos reforçar os laços com aqueles países”, frisou este especialista. “Quando a SPC se encontra com sociedades congéneres, deseja estabelecer relações formais e pessoais que suportem o lançamento de projetos comuns e a troca de conhecimento científico e organizativo, de forma que a relação seja mutuamente enriquecedora para as partes. No âmbito da Federação das Sociedades de Cardiologia dos Países Lusófonos, o desafio é maior porque a relação é multilateral e a diversidade de realidades muito ampla”, rematou.
UMA EQUIPA DEDICADA DE CORPO E CORAÇÃO
EQUIPA DE SECRETARIADO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA, EM LISBOA: MARIA ALICE BRASÃO, PAULO JORGE MAGUEIJO, SÍLVIA GONÇALVES SILVA, TERESA GARCIA, MARIA HONORINA CORREIA, JOSÉ BARATA DIAS, EMANUEL MAGALHÃES, ANA CRISTINA MATEUS, ISABEL MOREIRA RIBEIRO
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MISSÃO
FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE CADA DOENTE
DR. A CRISTINA CAMPOS
DIRETORA-GERAL NOVARTIS PORTUGAL
DR. A PAULA JESUS
DIRETORA MÉDICA NOVARTIS PORTUGAL
Investigação, Formação e Cooperação/Intervenção. Estas são as três grandes linhas mestras da atividade da SPC, desde que foi criada em 1949 e que vão totalmente ao encontro da missão da Novartis. Foi com base nestes pilares que nas últimas décadas desenvolvemos uma estreita parceria com a SPC, apoiando a sua nobre missão de melhorar o panorama da cardiologia em Portugal, com impacto direto na vida das pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares.
Gostaríamos, por isso, de expressar o nosso orgulho pela atividade desenvolvida pela SPC ao longo destas décadas, e a nossa satisfação por todas as ações de cooperação fomentadas. Na prática, em conjunto, temos dado apoio à formação dos profissionais de saúde na área da Cardiologia, temos tido um envolvimento contínuo de centros portugueses, na investigação de novas moléculas ou na sua utilização noutros grupos de doentes não estudados anteriormente e temos desenvolvido a colaboração com a SPC no conhecimento da realidade das doenças cardiovasculares no nosso País, ao apoiarmos o desenvolvimento de estudos de enorme valor para a comunidade científica, como por exemplo o estudo VALSIM. A Novartis orgulha-se também, de ser um parceiro que apoia e potencia o desenvolvimento das relações internacionais, neste caso da SPC com as suas congéneres a nível mundial, apoiando o desenvolvimento de projetos comuns, como são exemplos recentes, o SAVIC (curso de suporte avançado de vida em IC) ou o Heart Failure Matters website, ambos com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Na senda de novas soluções para necessidades médicas ainda por responder, a Novartis orgulha-se de ter descoberto duas novas moléculas para o tratamento da IC, tendo envolvido, desde o primeiro momento da investigação, parceiros como a SPC e os profissionais de saúde em Portugal. Recentemente foram apresentados os resultados do estudo PARADIGM-HF, que foi considerado pela comunidade científica mundial como um notável e importante avanço no tratamento da IC crónica com LCZ696, o primeiro inibidor da neprilisina e da angiotensina. No campo da IC aguda, a investigação de um novo fármaco, com mecanismo de ação inovador, a serelaxina, é vista também como um potencial grande avanço no tratamento destes doentes, encontrando-se em fase III de desenvolvimento. Neste momento estão a decorrer no País vários estudos clínicos com estas duas moléculas. A IC é uma doença com enorme impacto atual e futuro na saúde pública, constituindo uma epidemia com enormes desafios para a área da Cardiologia. Estamos perante uma nova Era na Cardiologia e a Novartis está fortemente empenhada em dar resposta aos doentes e profissionais de saúde e contribuir para melhorar e prolongar a vida dos doentes com IC. Será, pois, através da inovação e investimento em Ciência que cumprimos a nossa missão de cuidar e curar, disponibilizando soluções terapêuticas que respondem às necessidades médicas não satisfeitas. Uma missão que tentamos cumprir em conjunto com os nossos parceiros, sociedades médicas, associações de doentes, universidades e institutos de investigação. O nosso compromisso na Cardiologia e para com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é sólido, fruto de uma parceria de vários anos que mantemos e que vamos continuar a reforçar no futuro. Da Novartis, a SPC pode contar com um parceiro presente e empenhado em concretizar uma missão comum: fazer a diferença na vida de cada doente.
Parabéns Sociedade Portuguesa de Cardiologia pelo trabalho desenvolvido ao longo destes 65 anos, em benefício da saúde cardiovascular dos Portugueses
UM PASSADO, UM PRESENTE E UM FUTURO AO LADO DA CARDIOLOGIA PORTUGUESA A Novartis tem um forte investimento na descoberta, na investigação e na disponibilização de novas soluções terapêuticas na área da Cardiologia, tendo contribuído com um passado, um presente e um futuro de inovação, permitindo avançar e melhorar continuamente os cuidados de saúde em Portugal. Atualmente, tem um dos pipelines mais fortes e promissores da Indústria Farmacêutica mundial. E se desde há 25 anos que a Novartis tem soluções na área cardiovascular e metabólica, para a hipertensão, dislipidemia ou diabetes, esse compromisso mantém-se e continua no futuro, nomeadamente com medicamentos inovadores que vão fazer a diferença no tratamento dos doentes com insuficiência cardíaca (IC).
Vamos conseguir mudar o mundo. Uma vida de cada vez. Para a Novartis todas as vidas são importantes. Todas contam, porque todas são insubstituíveis e porque todas merecem os melhores cuidados de saúde. Queremos descobrir, desenvolver e fornecer soluções de saúde de elevada qualidade para responder às crescentes necessidades dos doentes e sociedades em todo o mundo. Acreditamos que o nosso portefólio diversificado, a nossa dedicação à inovação e a nossa atuação responsável contribuirão para cumprirmos a nossa missão de cuidar e curar.
NOV25/04/2013
É por isso que, na Novartis, todos os dias contam para fazer chegar o medicamento certo, ao doente certo, na altura certa. Porque todos os dias são bons para salvar vidas.
www.novartis.com cuidar e curar
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SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA
EVOLUÇÃO COM CONTINUIDADE E INOVAÇÃO
DR. A MARIA DA GRAÇA CASTRO VICE-PRESIDENTE DA SPC SECÇÃO DO CENTRO
Ao longo dos seus 65 anos de existência, a SPC vem consolidando com sucesso uma cultura de dinamismo, espírito de iniciativa e de responsabilidade. No geral, estas características fizeram desta sociedade cientifica um exemplo que se destaca no panorama nacional. A preocupação constante com a formação e actualização na área cardiovascular dos seus sócios e de médicos de especialidades afins ocupa uma posição central nas acções promovidas pela SPC, compreendendo o envolvimento directo dos membros da sua direcção na realização periódica de múltiplos cursos teóricos e práticos, distribuídos pelas várias áreas. Também há uma preocupação como o apoio e estímulo a todo o tipo de iniciativas dos seus Grupos de Estudo, atribuição de prémios e bolsas de formação, culminando no seu congresso nacional, que é actualmente uma das maiores e mais prestigiadas reuniões médicas que se realizam anualmente em Portugal. Através da recentemente criada Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular tiveram lugar os primeiros cursos dirigidos à Industria Farmacêutica. A implementação de novas ferramentas tecnológicas na área da comunicação tem estado patente na evolução do portal, no desenvolvimento de mais instrumentos de comunicação com o público em geral e com os sócios, em particular. A actividade da SPC abrange, cada vez mais, o desenvolvimento de projetos na área da Investigação. O Centro Nacional de Colecção de Dados em Cardiologia, sedeado fisicamente na delegação de Coimbra, assegurou já a concretização de mais de 20 registos, quatro dos quais iniciados nos últimos dois anos e ainda em curso. Partindo da iniciativa dos sócios, estes registos são uma fonte preciosa de informação rigorosa sobre a realidade da Cardiologia nacional, caracterização de patologias,
sua evolução e assimetrias dos padrões de tratamento. Encontra-se em estudo a possibilidade de cooperação com instituições académicas, na intenção de dinamizar e de tirar o máximo partido deste precioso conjunto de informação. Fundado por esta direcção (biénio 2013-2015), o Departamento de Investigação Clinica da SPC sedeado na delegação do Norte vem dar resposta à necessidade há muito sentida de viabilizar a investigação clínica, particularmente a que parte da iniciativa dos investigadores, estando já em curso três estudos. Consciente do seu papel na sociedade, a SPC vem assumindo uma postura mais activa junto da população, promovendo múltiplas iniciativas que visam a divulgação de conceitos correctos sobre a doença, factores de risco cardiovascular e comunicação das boas práticas sobre estilos de vida saudáveis. De realçar um esforço cada vez mais notório de intervenção da SPC junto dos agentes do poder político e das estruturas de saúde, patente nos pareceres já emitidos para entidades oficiais e nos trabalhos em curso sobre novas terapêuticas e listas de espera. Sem descurar o objectivo primordial de zelar pela saúde cardiovascular da população portuguesa e respeitando sempre a sua área de intervenção, a SPC tem sabido reinventar-se e adaptar-se aos desafios que a história vem colocando face a novos enquadramentos socio-económicos. Esta capacidade de evoluir acompanhando a mudança é fruto de muita experiência adquirida, capacidade de antecipação e da inesgotável dedicação dos seus sócios que imbuídos de verdadeiro espirito de missão têm conseguido manter viva esta cultura de bem-fazer.
O Centro Nacional de Colecção de Dados em Cardiologia, sedeado fisicamente na delegação de Coimbra, assegurou já a concretização de mais de 20 registos, quatro dos quais iniciados nos últimos dois anos
*Este texto foi redigido segundo as regras anteriores ao Acordo Ortográfico
SEVIKAR - A COMBINAÇÃO CERTA OLMESARTAN E AMLODIPINA Juntos no combate à hipertensão
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INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATÍVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO NOME DO MEDICAMENTO: Sevikar 20 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película; Sevikar 40 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película; Sevikar 40 mg + 10 mg comprimidos revestidos por película. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Sevikar 20 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película:Cada comprimido revestido por película de Sevikar contém 20 mg de olmesartan medoxomilo e 5 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina). Sevikar 40 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película: Cada comprimido revestido por película de Sevikar contém 40 mg de olmesartan medoxomilo e 5 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina). Sevikar 40 mg + 10 mg comprimidos revestidos por película: Cada comprimido revestido por película de Sevikar contém 40 mg de olmesartan medoxomilo e 10 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina) Lista completa de excipientes, ver lista dos excipientes. FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido revestido por película; Sevikar 20 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película: Cor branca, forma redonda, comprimido revestido por película de 6 mm com C73 gravado num dos lados. Sevikar 40 mg + 5 mg comprimidos revestidos por película: Cor creme, forma redonda, comprimido revestido por película de 8 mm com C75 gravado num dos lados. Sevikar 40 mg + 10 mg comprimidos revestidos por película: Cor vermelha acastanhada, forma redonda, comprimido revestido por película de 8 mm com C77 gravado num dos lados. INFORMAÇÕES CLÍNICAS: Indicações terapêuticas: Tratamento da hipertensão essencial. Sevikar está indicado em doentes adultos cuja tensão arterial não está adequadamente controlada com olmesartan medoxomilo ou amlodipina em monoterapia (ver Posologia e modo de administração e Propriedades farmacodinâmicas). Posologia e modo de administração: Posologia Adultos A posologia recomendada de Sevikar é de um comprimido por dia. Sevikar 20 mg + 5 mg pode ser administrado em doentes cuja tensão arterial não esteja adequadamente controlada com olmesartan medoxomilo 20 mg ou amlodipina 5 mg em monoterapia. Sevikar 40 mg + 5 mg pode ser administrado em doentes cuja tensão arterial não esteja adequadamente controlada com Sevikar 20 mg + 5 mg. Sevikar 40 mg + 10 mg pode ser administrado em doentes cuja tensão arterial não esteja adequadamente controlada com Sevikar 40 mg + 5 mg. Recomenda-se a titulação gradual da dosagem dos componentes individuais antes da mudança para a combinação fixa. Quando clinicamente apropriado, pode ser considerada uma mudança direta da monoterapia para a combinação fixa. Por conveniência, os doentes a tomar olmesartan medoxomilo e amlodipina em comprimidos separados podem mudar para Sevikar comprimidos contendo os componentes nas mesmas doses. Sevikar pode ser tomado com ou sem alimentos. Idosos (idade igual ou superior a 65 anos) Geralmente não é necessário um ajuste da dose recomendada em idosos mas aumentos da dosagem devem ser efetuados com precaução (ver Advertências e precauções especiais de utilização e Propriedades farmacocinéticas) Se for necessária a titulação para a dose máxima diária de 40 mg de olmesartan medoxomilo, a tensão arterial deve ser cuidadosamente monitorizada. Compromisso renal A dose máxima de olmesartan medoxomilo em doentes com compromisso renal ligeiro a moderado (depuração da creatinina 20-60 ml/min) é de 20 mg de olmesartan medoxomilo uma vez por dia, devido à experiência limitada com dosagens mais elevadas neste grupo de doentes. Não se recomenda a utilização de Sevikar em doentes com compromisso renal grave (depuração da creatinina < 20 ml/min) (ver Advertências e precauções especiais de utilização e Propriedades farmacocinéticas). É aconselhável a monitorização dos níveis de potássio e de creatinina em doentes com compromisso renal moderado. Compromisso hepático Sevikar deve ser usado com precaução em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado (ver secções Advertências e precauções especiais de utilização e Propriedades farmacocinéticas).Em doentes com compromisso hepático moderado, a dose inicial recomendada de olmesartan medoxomilo é de 10 mg uma vez por dia e a dose máxima não deve exceder os 20 mg uma vez por dia. É aconselhável uma monitorização cuidadosa da tensão arterial e da função renal em doentes com compromisso hepático que já estão em tratamento com diuréticos e/ ou outros fármacos anti-hipertensores. Não existe experiência com olmesartan medoxomilo em doentes com compromisso hepático grave. Como acontece com todos os antagonistas dos canais de cálcio, a semivida da amlodipina é prolongada em doentes com compromisso hepático, não tendo sido estabelecidas recomendações relativas à posologia. Nestes doentes, Sevikar deve ser administrado com precaução. A farmacocinética da amlodipina não foi estudada no compromisso hepático grave. Em doentes com compromisso hepático, a amlodipina deve ser iniciada na dose mais baixa e titulada lentamente. A utilização de Sevikar em doentes com compromisso hepático grave está contraindicada (ver secção Contraindicações). População pediátrica: A segurança e eficácia de Sevikar em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração: O comprimido deve ser engolido com uma quantidade suficiente de líquido (por exemplo, um copo de água). O comprimido não deve ser mastigado e deve ser tomado à mesma hora todos os dias. Contraindicações Hipersensibilidade às substâncias ativas, aos derivados da di-hidropiridina ou a qualquer um dos excipientes. Segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver Advertências e precauções especiais de utilização e Fertilidade, gravidez e aleitamento).Insuficiência hepática grave e obstrução biliar. Devido ao componente amlodipina, o Sevikar está também contraindicado em doentes com: Hipotensão grave; Choque (incluindo choque cardiogénico); Obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo (por exemplo, estenose aórtica de grau elevado); Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio. Advertências e precauções especiais de utilização: Doentes com hipovolémia ou depleção de sódio: Pode ocorrer hipotensão sintomática, especialmente após a primeira dose, em doentes com depleção de volume e/ou de sódio devido a terapêutica diurética intensiva, restrição de sal na dieta, diarreia ou vómitos. Recomenda-se a correção desta situação antes da administração de Sevikar ou supervisão médica cuidadosa no início do tratamento. Outras afeções que estimulam o sistema renina-angiotensina-aldosterona: Em doentes cujo tónus vascular e função renal dependem predominantemente da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona (por exemplo, doentes com insuficiência cardíaca congestiva grave ou com doença renal subjacente, incluindo estenose da artéria renal), o tratamento com outros fármacos que afetam este sistema, tal como os antagonistas dos recetores da angiotensina II, foi associado a hipotensão aguda, azotémia, oligúria ou, raramente, a insuficiência renal aguda. Hipertensão renovascular: Existe um risco acrescido de hipotensão grave e de insuficiência renal quando doentes com estenose bilateral das artérias renais ou estenose da artéria que irriga um rim único funcional são tratados com medicamentos que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Compromisso renal e transplante renal: Recomenda-se a monitorização periódica dos níveis séricos de potássio e creatinina em doentes com compromisso renal que tomam Sevikar. Não é recomendada a utilização de Sevikar em doentes com compromisso renal grave (depuração da creatinina < 20 ml/min) (ver Posologia e modo de administração Propriedades farmacocinéticas). Não existe experiência com a administração de Sevikar em doentes submetidos a transplante renal recente ou em doentes com um compromisso renal terminal (isto é, depuração da creatinina < 12 ml/min). Compromisso hepático: A exposição à amlodipina e ao olmesartan medoxomilo é maior em doentes com compromisso hepático. Deve ter-se precaução ao administrar Sevikar a doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado. Em doentes com compromisso hepático moderado, a dose de olmesartan medoxomilo não deve exceder 20 mg (ver Posologia e modo de administração). Em doentes com compromisso hepático, a amlodipina deve ser iniciada na dose mais baixa do intervalo de dosagens e deve ser tomada precaução no início do tratamento e quando se aumenta a dose. A utilização de Sevikar em doentes com compromisso hepático grave está contraindicada (ver Contraindicações). Hipercaliemia: Como com outros antagonistas da angiotensina II e inibidores da enzima de conversão da angiotensina, pode ocorrer hipercaliemia durante o tratamento, especialmente na presença de compromisso renal e/ou insuficiência cardíaca (ver Interações medicamentosas e outras formas de interação). Recomenda-se uma monitorização cuidadosa do potássio sérico em doentes de risco.A utilização concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio, substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio (heparina, etc.) deve ser usada com precaução e com monitorização frequente dos níveis de potássio. Lítio: Como com outros antagonistas dos recetores da angiotensina II, não é recomendada a utilização concomitante de Sevikar e lítio (ver Interações medicamentosas e outras formas de interação). Estenose da válvula aórtica ou mitral; cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva: Devido ao componente amlodipina do Sevikar, como acontece com todos os outros vasodilatadores, recomenda-se precaução especial em doentes com estenose da válvula aórtica ou mitral ou cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. Aldosteronismo primário: Geralmente, os doentes com aldosteronismo primário não respondem aos fármacos anti-hipertensores que atuam através da inibição do sistema renina-angiotensina. Por conseguinte, não se recomenda a utilização de Sevikar nestes doentes. Insuficiência cardíaca: Em consequência da inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona, podem ser esperadas alterações na função renal em indivíduos suscetíveis. Em doentes com insuficiência cardíaca grave cuja função renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, o tratamento com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e antagonistas dos recetores da angiotensina tem sido associado a oligúria e/ou azotémia progressiva e (raramente) a insuficiência renal aguda e/ou morte. Os doentes com insuficiência cardíaca devem ser tratados com precaução. Num estudo de longo prazo com amlodipina, controlado com placebo em doentes com insuficiência cardíaca grave (classes III e IV da NYHA), os casos notificados de incidência de edema pulmonar foram maiores no grupo tratado com amlodipina comparativamente ao grupo tratado com placebo (ver Propriedades farmacodinâmicas). Os bloqueadores dos canais de cálcio, incluindo a amlodipina, devem ser utilizados com precaução em doentes com insuficiência cardíaca congestiva, pois podem aumentar o risco futuro de acontecimentos cardiovasculares e mortalidade. Diferenças étnicas: Como com todos os outros antagonistas da angiotensina II, o efeito de diminuição da tensão arterial do Sevikar pode ser ligeiramente menor em doentes de raça negra do que em doentes de outras raças, possivelmente devido a uma prevalência mais elevada de casos de níveis reduzidos de renina na população negra hipertensa. Idosos: Em idosos, o aumento da dosagem deve ser feito com precaução (ver Propriedades farmacocinéticas). Gravidez: Os ARA não devem ser iniciados durante a gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com ARA seja considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com ARA deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa (ver Contraindicações e Fertilidade, gravidez e aleitamento). Outras: Como acontece com outros anti-hipertensores, a diminuição excessiva da tensão arterial em doentes com doença cardíaca isquémica ou com doença vascular cerebral isquémica pode resultar em enfarte do miocárdio ou em acidente vascular cerebral. Interações medicamentosas e outras formas de interacção Interações potenciais relacionadas com a combinação Sevikar: A ter em consideração aquando da utilização concomitante Outros fármacos anti-hipertensores: O efeito de redução da pressão arterial do Sevikar pode ser potenciado pela utilização concomitante de outros fármacos anti-hipertensores (por exemplo bloqueadores alfa, diuréticos). Interações potenciais relacionadas com o componente olmesartan medoxomilo do Sevikar: Uso concomitante não recomendado Fármacos que afetam os níveis de potássio: A utilização concomitante de diuréticos poupadores de potássio, de suplementos de potássio, de substitutos do sal que contenham potássio ou de outros fármacos que possam aumentar os níveis do potássio sérico (por exemplo, heparina, inibidores da ECA) pode causar aumento do potássio sérico (ver Advertências e precauções especiais de utilização). Se, concomitantemente com Sevikar, forem prescritos medicamentos que afetam os níveis de potássio, recomenda-se uma monitorização dos níveis séricos de potássio. Lítio: Foram notificados aumentos reversíveis das concentrações séricas e da toxicidade do lítio durante a administração concomitante de lítio com inibidores da enzima de conversão da angiotensina e, raramente, com antagonistas da angiotensina II. Por conseguinte, não é recomendada a utilização concomitante de Sevikar e lítio (ver Advertências e precauções especiais de utilização). Se a utilização concomitante de Sevikar e lítio for necessária, recomenda-se uma monitorização cuidadosa dos níveis séricos de lítio. Uso concomitante com precaução Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo inibidores seletivos da COX-2, ácido acetilsalicílico (>3 g/dia) e AINEs não seletivos: Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com AINEs pode ocorrer a atenuação do efeito anti-hipertensor. Adicionalmente, a utilização concomitante de antagonistas da angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do risco de degradação da função renal e a um aumento do potássio sérico. Consequentemente, recomenda-se a monitorização da função renal no início desta terapêutica concomitante bem como a hidratação adequada do doente. Informação adicional Após tratamento com antiácido (hidróxido de alumínio e magnésio) observou-se uma ligeira diminuição da biodisponibilidade do olmesartan. O olmesartan medoxomilo não teve efeito significativo na farmacocinética ou na farmacodinâmica da varfarina nem na farmacocinética da digoxina. A administração concomitante de olmesartan medoxomilo com pravastatina não teve efeitos clinicamente relevantes na farmacocinética de cada componente em indivíduos saudáveis. O olmesartan não teve efeitos inibidores clinicamente relevantes nas enzimas 1A1/2, 2A6, 2C8/9, 2C19, 2D6, 2E1 e 3A4 do citocromo P450 humano in vitro, e não teve efeitos ou teve efeitos indutores mínimos nas atividades do citocromo P450 do rato. Não são esperadas interações clinicamente relevantes entre o olmesartan e medicamentos metabolizados pelas enzimas do citocromo P450 acima mencionadas. Interações potenciais relacionadas com o componente amlodipina do Sevikar: Efeitos de outros medicamentos na amlodipina Inibidores do CYP3A4: A utilização concomitante da amlodipina com inibidores fortes ou moderados do CYP3A4 (inibidores das proteases, antifúngicos azóis, macrólidos como a eritromicina ou a claritromicina, verapamilo ou diltiazem) pode conduzir a um aumento significativo da exposição à amlodipina. A tradução clínica destas alterações farmacocinéticas pode ser mais pronunciada nos idosos. Monitorização clínica e ajuste de dose poderão assim ser necessários. Indutores do CYP3A4: Não existem dados disponíveis sobre o efeito dos indutores do CYP3A4 na amlodipina. A utilização concomitante de indutores do CYP3A4 (por exemplo, rifampicina, Hypericum perforatum) pode dar origem a uma concentração plasmática mais baixa de amlodipina. A amlodipina deve ser utilizada com precaução juntamente com indutores do CYP3A4. Não é recomendada a administração de amlodipina com toranja ou sumo de toranja, pois em alguns doentes a biodisponibilidade pode aumentar resultando num aumento do efeito de diminuição da tensão arterial. Dantroleno (perfusão): Em animais, foram observados fibrilhação ventricular letal e colapso cardiovascular em associação com hipercaliemia, após administração de verapamilo e dantroleno intravenoso. Devido ao risco de hipercaliemia, recomenda-se que a administração concomitante de bloqueadores dos canais de cálcio, como a amlodipina, seja evitada em doentes suscetíveis a hipertermia maligna e no controlo da hipertermia maligna. Efeitos da amlodipina noutros medicamentos O efeito redutor da tensão arterial da amlodipina adiciona-se aos efeitos redutores da tensão arterial de outros agentes anti-hipertensores. Em estudos clínicos de interação, a amlodipina não afetou a farmacocinética da atorvastatina, digoxina, varfarina ou ciclosporina. Sinvastatina: A administração concomitante de doses múltiplas de 10 mg de amlodipina com 80 mg de sinvastatina resultou num aumento de 77% na exposição à sinvastatina comparativamente com a sinvastatina isolada. Nos doentes a tomar amlodipina deve limitar-se a dose de sinvastatina a 20 mg por dia. Efeitos indesejáveis: Sevikar: As reações adversas mais frequentemente notificadas durante o tratamento com Sevikar são edema periférico (11,3%), cefaleias (5,3%) e tonturas (4,5%). As reações adversas de Sevikar em ensaios clínicos, estudos de segurança pós-autorização e notificações espontâneas estão resumidas na tabela abaixo, assim como as reações adversas dos seus componentes individuais, olmesartan medoxomilo e amlodipina, baseadas no perfil de segurança conhecido destas substâncias. Foi utilizada a seguinte terminologia para classificar a ocorrência das reações adversas: Muito frequentes (>1/10) Frequentes (>1/100, <1/10) Pouco frequentes (>1/1.000, <1/100) Raras (>1/10.000, <1/1.000) Muito raras (<1/10.000), Desconhecida (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).
Doenças do sistema nervoso
Afeções oculares
Tonturas Disgeusia
Frequente
Frequente
Cefaleias
Frequente
Frequente
Hipertonia Hipoestesia Letargia Parestesia Neuropatia periférica Tonturas posturais Perturbações do sono Sonolência Síncope Tremor Perturbações visuais (incluindo diplopia)
Afeções do ouvido e Acufenos do labirinto Vertigens
Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Afeções hepatobiliares
Aumento da creatinina no sangue
Pouco frequente Pouco frequente
Frequência Associação Olmesartan + Amlodipina
Diminuição do potássio no sangue
Olmesartan
Amlodipina
Pouco frequente
Muito rara Muito rara
Rara
Muito rara Pouco frequente
Exames complementares de diagnóstico
Pouco frequente Pouco frequente
Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Rara
Pouco frequente Pouco frequente
Pouco frequente (incluindo agravamento da angina de peito) Muito rara Muito rara Pouco frequente
Rara
Pouco frequente Frequente Muito rara
Frequente Frequente Frequente Frequente Frequente
Muito rara Pouco frequente Pouco frequente Frequente Pouco frequente
Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Frequente Frequente Frequente
Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Frequente Pouco frequente Frequente
Rara Pouco frequente Pouco frequente
Pouco frequente
Pouco frequente
Pouco frequente
Rara
Pouco frequente
Pouco frequente Pouco frequente
Frequente Frequente Rara Pouco frequente
Pouco frequente Pouco frequente Muito rara Muito rara Frequente Muito rara Pouco frequente Muito rara (principalmente consistentes com um quadro de colestase) Muito rara Muito rara Pouco frequente Muito rara Muito rara Pouco frequente Muito rara Pouco frequente Muito rara Pouco frequente Pouco frequente Muito rara Pouco frequente Pouco frequente Muito rara Muito rara Frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Pouco frequente Frequente Rara Frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Rara Frequente Pouco frequente Pouco frequente Rara Frequente
Frequente Frequente Frequente Pouco frequente
Aumento da creatina fosfoquinase no sangue
Classe de sistemas de órgãos Reações adversas MedDRA Doenças do Leucopenia sangue e do sistema Trombocitopenia linfático Reação alérgica/ Hipersensibilidade Doenças do sistema imunitário medicamentosa Reação anafilática Hiperglicemia Doenças do Hipercaliemia metabolismo Hipertrigliceridemia e da nutrição Hiperuricemia Confusão Depressão Perturbações do foro Insónia Irritabilidade psiquiátrico Diminuição da libido Alterações do humor (incluindo ansiedade)
Pouco frequente Frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Rara
Enzimas hepáticas elevadas
Hepatite Icterícia Alopecia Edema angioneurótico Dermatite alérgica Eritema multiforme Exantema Dermatite exfoliativa Hiperidrose Afeções dos tecidos cutâneos e Fotossensibilidade Prurido subcutâneos Púrpura Edema de Quincke Erupção cutânea Descoloração cutânea Síndrome de Stevens-Johnson Urticária Edema dos tornozelos Artralgia Artrite Afeções musculosqueléticas Dorsalgia e dos tecidos Espasmos musculares conjuntivos Mialgia Dores nas extremidades Dor esquelética Insuficiência renal aguda Hematúria Aumento da frequência urinária Doenças renais e Perturbações da micção urinárias Nictúria Polaquiúria Insuficiência renal Infeção do trato urinário Doenças dos órgãos Disfunção eréctil/ impotência genitais e da mama Ginecomastia Astenia Dor torácica Edema facial Fadiga Perturbações gerais Sintomas do tipo gripal e alterações no local Letargia de administração Mal-estar Edema Dor Edema periférico Edema “pitting”
Pouco frequente Muito rara
Pouco frequente
Angina de peito Arritmia (incluindo bradicardia, taquicardia ventricular e fibrilhação auricular) Cardiopatias Enfarte do miocárdio Palpitações Taquicardia Hipotensão Hipotensão ortostática Vasculopatias Rubor Vasculite Bronquite Doenças respiratórias, Tosse Dispneia torácicas e do mediastino Faringite Rinite Dor abdominal Alteração dos hábitos intestinais (incluindo diarreia e obstipação) Obstipação Diarreia Xerostomia Doenças gastroinDispepsia testinais Gastrite Gastroenterite Hiperplasia gengival Náuseas Pancreatite Dor abdominal superior Vómitos
Frequente Pouco frequente Frequente (especialmente no início do tratamento) Muito rara Pouco frequente
Pouco frequente Frequente Pouco frequente Frequente Frequente Rara Pouco frequente Frequente Frequente
Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente Frequente Pouco frequente Frequente Pouco frequente
Rara Frequente
Pouco frequente
Aumento da ureia no sangue
Frequente
Aumento do ácido úrico no sangue
Pouco frequente
Aumento da gama glutamil transferase
Pouco frequente
Diminuição de peso
Pouco frequente
Aumento de peso
Pouco frequente
Muito rara Pouco frequente
Rara Frequente Frequente Rara Pouco frequente Pouco frequente Pouco frequente
Pouco frequente Pouco frequente
Foram notificados casos singulares de rabdomiólise em associação temporal com a toma de bloqueadores dos recetores da angiotensina II. Foram notificados casos singulares de síndrome extrapiramidal em doentes tratados com amlodipina. Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através de: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351217987140 Fax: +351217987397 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO DAIICHI SANKYO PORTUGAL, LDA. Lagoas Park, Edifício 11 2740-270 Porto Salvo DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Data da primeira autorização: 29 de Dezembro de 2008 Data da última renovação: 26 de Setembro de 2013. DATA DA REVISÃO DO TEXTO Setembro 2013. MEDICAMENTO SUJEITO A RECEITA MÉDICA. REGIME DE COMPARTICIPAÇÃO: Escalão B. Para mais informações deverá contactar o titular da Autorização de Introdução no mercado.
27 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
2014
OS DESAFIOS PRESENTES E FUTUROS DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA Ao completar os seus 65 anos, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) apresenta-se como uma entidade sénior ao serviço da população portuguesa. Desse longo percurso saliento três aspetos: a enorme cap acidade de entrega de muitos dos sócios à frente dos destinos da Sociedade, que, com gestos de grande rasgo e génio, construíram aquilo que é hoje a Sociedade Portuguesa de Cardiologia; um segundo aspecto que destaco é a idoneidade da SPC, enquanto instituição representativa de uma classe de profissionais, mas sobretudo a sua credibilidade científica que faz com que, hoje, seja uma das maiores e mais respeitadas Sociedades do país. Saliento também a capacidade de intervenção e liderança das pessoas que, ao longo destes anos, têm estado à frente da SPC, principalmente pela capacidade de congregar esforços e pela respeitabilidade que conseguiram para a instituição, quer em Portugal, quer no resto do mundo, em particular junto da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC). Ao longo dos últimos anos, a SPC tem mostrado elevada capacidade de resposta às exigências em termos das necessidades de formação dos profissionais na área da saúde cardiovascular; são bem exemplo desse dinamismo a promoção de um elevado número de reuniões científicas, desde reuniões de temas específicos ao seu Congresso anual; por outro lado, a SPC tem integrado de forma atenta as novas tecnologias na sua ação formativa como é o caso da disponibilização de conteúdos multi-
média através da CardioTV. Como forma de estruturar as suas iniciativas de formação com caráter mais específico ao nível da educação pós-graduada, a SPC criou recentemente a Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular. Por outro lado, nos anos mais recentes, a promoção da saúde cardiovascular tem-se feito sentir também em iniciativas dirigidas ao cidadão com caráter mobilizador e pedagógico, com vista à prevenção, como são exemplos a iniciativa da Loja do Coração e as diversas ações do mês de Maio. Os tempos que vivemos são de grandes desafios e, nesse contexto, não será menos importante a ação da SPC no futuro do que o que salientámos do seu relevante passado. Para o futuro, deixo duas mensagens: a primeira de oportunidade, porque o futuro é de oportunidade para quem já construiu algo grandioso, mas que deve manter a humildade de corrigir a rota (se necessário), prosseguindo um caminho que faça jus à grandeza conquistada. Uma segunda mensagem prende-se com a cooperação. A SPC necessita de ser um elemento proativo no conjunto do que são as diversas entidades de formação de profissionais na área da medicina. A SPC deve ser um elemento congregador do conhecimento da medicina cardiovascular e promover, a vários níveis, uma atitude mais abrangente e de ação para com um dos principais objetivos consagrados nos Estatutos da SPC: implementar acções para melhorar a saúde cardiovascular dos portugueses.
Ao longo dos últimos anos, a SPC tem mostrado elevada capacidade de resposta às exigências em termos das necessidades de formação dos profissionais na área da saúde cardiovascular
DR. JOSÉ RIBEIRO
VICE-PRESIDENTE DA SPC (NORTE)
28 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
2014
“A GÉNESE DA BAYER FUNDE-SE COM A DA CARDIOLOGIA”
DR. NELSON AMBROGIO DIRETOR-GERAL DA BAYER PORTUGAL
A luta contra as doenças cardiovasculares – ainda a principal causa de morte em Portugal e no mundo ocidental –, a redução da mortalidade cardiovascular no nosso país – conseguida através de medidas preventivas e de intervenções terapêuticas inovadoras – e um Sistema Nacional de Saúde exemplar, sendo os Cardiologistas portugueses um dos expoentes máximos do mesmo são, segundo o Dr. Nelson Ambrogio, os avanços mais marcantes da Cardiologia nacional ao longo dos passados 65 anos. O diretor-geral da Bayer Portugal lembra que a companhia que representa esteve sempre ao lado da Cardiologia, “desde logo no medicamento mais conhecido e consumido em todo o mundo, a Aspirina que, em 1999 completou 100 anos e que revolucionou o tratamento da síndrome coronária aguda (SCA), do enfarte do miocárdio e da prevenção cardiovascular”. No âmbito da hipertensão, “a nifedipina é também um marco”. Mais recentemente, o Dr. Nelson Ambrogio refere o desenvolvimento de um novo anticoagulante oral como mais uma contribuição inovadora na prevenção e tratamento de diversas patologias cardiovasculares, como a fibrilhação auricular, a embolia pulmonar, a trombose venosa profunda e a SCA. Refere-se a rivaroxabano, um inibidor direto e específico do fator Xa, que apresenta “um padrão farmacodinâmico e farmacocinético previsível e consistente, sem necessidade de monitorização e administrado por via oral”. Face às limitações dos antagonistas da vitamina K, “a Bayer procurou responder com um novo fármaco que supera estes problemas e prevê uma toma única diária, facilitando a adesão à terapêutica e assegurando eficácia e segurança”. Por fim, o Dr. Nelson Ambrogio faz referência aos meios de contraste imagiológicos, que contribuíram para um diagnóstico correto da patologia
Que a SPC “continue a ser sinónimo de investigação credível em Portugal, reconhecida em todo o mundo, pelas vantagens que esta dimensão e qualidade trazem à saúde pública e privada portuguesas
cardiovascular em radiologia convencional, TC ou RMN. Por todas estas razões, acredita que “a génese da Bayer funde-se com a da Cardiologia”. Relativamente à investigação e desenvolvimento de novas moléculas para o tratamento das doenças cardiovasculares, “um relatório de 2013 (Pharma Profile 2013) dá conta de que cerca de 81% dos fármacos em desenvolvimento na área cardiovascular poderão vir a criar novas classes terapêuticas. Para além do avanço que os novos anticoagulantes orais vieram trazer, a Bayer é também pioneira numa nova classe terapêutica, os inibidores da gualinato ciclase solúvel (sGC), com a comercialização recente do primeiro fármaco aprovado para a hipertensão pulmonar tromboembólica crónica inoperável ou recorrente: o riociguat”, sublinha o Dr. Nelson Ambrogio. Em pipeline estão ainda, em estudos de fase II, o vericiguat (estimulador sGC), em investigação para insuficiência cardíaca (IC) e hipertensão arterial resistente, a finerenona para IC e nefropatia diabética e outros fármacos em fase I/II para IC, ARDS, anemia, IRC, hipertensão pulmonar. Encontra-se em fase pré-clínica um anticorpo para o FXIa em investigação na área da trombose. Para minimizar o impacto das doenças cardiovasculares na mortalidade, o diretor-geral da Bayer entende que “é necessário, não só continuar a investir na prevenção – comportamentos e estilos de vida e diagnóstico precoce de doenças como a fibrilhação auricular –, como também na inovação aliada à escolha de medicamentos que tragam, realmente, uma mais-valia para o doente”. A propósito da comemoração do 65.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, o Dr. Nelson Ambrogio deseja que a SPC “continue a ser sinónimo de investigação credível em Portugal, reconhecida em todo o mundo, pelas vantagens que esta dimensão e qualidade trazem à saúde pública e privada portuguesas, bem como tenha a capacidade de atrair investimento da indústria e das empresas, criando condições para que a investigação científica se afirme no panorama mundial, já que tem uma herança tão importante, com nomes tão sonantes da cardiologia”.
FORMULAÇÃO FORMULAÇÃO FORMULAÇÃO 2 2 2 GASTRORRESISTENTE GASTRORRESISTENTE GASTRORRESISTENTE A DOSE A DOSE A COM DOSE COM MENOR COM MENOR MENOR 1 1 1 RISCO RISCO RISCO HEMORRÁGICO HEMORRÁGICO HEMORRÁGICO INDICAÇÕES, INDICAÇÕES, INDICAÇÕES, PREVENÇÃO PREVENÇÃO PREVENÇÃO PRIMÁRIA PRIMÁRIA PRIMÁRIA 2 2 2 E SECUNDÁRIA E SECUNDÁRIA E SECUNDÁRIA Aspirina Aspirina GR. Composição: Aspirina GR. Composição: GR. 100 Composição: mg de 100ácido mg de 100 acetilsalicílico. ácido mg de acetilsalicílico. ácido Forma acetilsalicílico. Farmacêutica: Forma Farmacêutica: Forma comprimidos Farmacêutica: comprimidos gastrorresistentes. comprimidos gastrorresistentes. gastrorresistentes. Indicações: Indicações: Inibição Indicações: Inibição da agregação Inibição da agregação da agregação plaquetária: plaquetária: na angina plaquetária: nade angina peito nade instável, angina peito de instável, nopeito enfarte instável, nodo enfarte miocárdio nodo enfarte miocárdio agudo, do miocárdio na agudo, profilaxia na agudo, profilaxia do reenfarte, na profilaxia do reenfarte, após docirurgia reenfarte, após vascular cirurgia após vascular cirurgia ou intervenções vascular ou intervenções cirúrgicas ou intervenções cirúrgicas (p.ex. cirúrgicas (p.ex. (p.ex. PTCA, CAGB), PTCA, na CAGB), PTCA, prevenção na CAGB), prevenção dena acidentes prevenção de acidentes isquémicos de acidentes isquémicos transitórios isquémicos transitórios (AIT) transitórios e trombose (AIT) e trombose (AIT) cerebral e trombose cerebral após manifestação cerebral após manifestação após de manifestação estádios de estádios precursores, de estádios precursores, na prevenção precursores, na prevenção dena prevenção de de tromboses tromboses dos vasos tromboses dos sanguíneos vasos dos sanguíneos vasos coronários sanguíneos coronários em doentes coronários em doentes com em factores doentes com factores de risco com factores de múltiplos, risco de múltiplos, na risco prevenção múltiplos, na prevenção de na trombose prevenção de trombose venosa de trombose evenosa embolia evenosa embolia pulmonar e embolia pulmonar e na propulmonar e na pro-e na profilaxia prolongada filaxia prolongada filaxia da enxaqueca. prolongada da enxaqueca. Posologia: da enxaqueca. Posologia: na angina Posologia: nade angina peito nade instável, angina peito de instável, napeito profilaxia instável, na profilaxia do reenfarte, na profilaxia do reenfarte, após docirurgia reenfarte, após vascular cirurgia após vascular cirurgia ou intervenções vascular ou intervenções cirúrgicas ou intervenções cirúrgicas - 100- cirúrgicas - 100- - 100300 mg/dia, 300 no mg/dia, enfarte 300 no mg/dia, do enfarte miocárdio nodo enfarte miocárdio agudo do miocárdio - 100-160 agudo - agudo 100-160 mg/dia,- 100-160 na mg/dia, prevenção na mg/dia, prevenção dena acidentes prevenção de acidentes isquémicos de acidentes isquémicos transitórios isquémicos transitórios e trombose transitórios e trombose cerebral e trombose cerebral após manifestação cerebral após manifestação após manifestação dos estádios dos estádios precursores dos estádios precursores - 30 -precursores 300- 30 mg/dia, - 300- para 30 mg/dia, - 300 a prevenção para mg/dia, a prevenção para de trombose a prevenção de trombose dosde vasos trombose dos coronários vasos dos coronários vasos em doentes coronários em doentes com em factores doentes com factores de risco com factores de múltiplos risco de múltiplos -100-200 risco múltiplos -100-200 mg/ -100-200 mg/ mg/ dia ou dedia 300 oumg de dia em 300 oudias mg de em 300 alternados, dias mg em alternados, para dias alternados, a prevenção para a prevenção para de trombose a prevenção de trombose venosa de trombose evenosa embolia evenosa embolia pulmonar e embolia pulmonar - 100-200 pulmonar - 100-200 mg e para - 100-200 mgprofilaxia e para mgprofilaxia da e para enxaqueca profilaxia da enxaqueca -100-200 da enxaqueca -100-200-100-200 mg/dia ou mg/dia de 300 ou mg/dia mg de em 300 ou dias mg de em alternados. 300dias mg em alternados. Modo dias alternados. deModo administração: deModo administração: deosadministração: comprimidos os comprimidos são os comprimidos ingeridos são ingeridos com são líquido, ingeridos com de líquido, preferência com de líquido, preferência após de preferência ingestão após ingestão deapós alimentos. ingestão de alimentos. de alimentos. Contraindicações: Contraindicações: Contraindicações: hipersensibilidade hipersensibilidade hipersensibilidade conhecida conhecida à substância conhecida à substância ativa à ácido substância ativa acetilsalicílico, ácido ativa acetilsalicílico, ácido a acetilsalicílico, outros asalicilatos outros asalicilatos outros ou a qualquer salicilatos ou a qualquer umoudos a qualquer excipientes, um dos excipientes, um dos história excipientes, de história de história de asma induzida asma induzida por asma salicilatos induzida por salicilatos oupor anti-inflamatórios salicilatos ou anti-inflamatórios ou anti-inflamatórios não esteroides, não esteroides, úlceras não esteroides, gastrointestinais úlceras gastrointestinais úlceras gastrointestinais agudas, agudas, diátese hemorrágica, agudas, diátese hemorrágica, diátese insuficiência hemorrágica, insuficiência renal, insuficiência hepáticas renal, hepáticas erenal, hepáticas e e cardíacacardíaca graves ecardíaca graves terceiroegraves trimestre terceiroe trimestre terceiro da gravidez. trimestre da gravidez. Precauções da gravidez. Precauções especiais: Precauções especiais: Hipersensibilidade especiais: Hipersensibilidade Hipersensibilidade a analgésicos/anti-inflamatórios/antirreumatismais a analgésicos/anti-inflamatórios/antirreumatismais a analgésicos/anti-inflamatórios/antirreumatismais ou a outras ou a outras ou a outras substâncias substâncias alergénicas; substâncias alergénicas; história alergénicas; de história úlceras de história gastrointestinais úlceras degastrointestinais úlceras gastrointestinais incluindoincluindo doençaincluindo ulcerosa doença ulcerosa doença crónica ulcerosa ou crónica recorrente ou crónica recorrente ou ou história recorrente oude história hemorragias ou de história hemorragias gastrointestinais; de hemorragias gastrointestinais; gastrointestinais; administração administração concomitante administração concomitante de concomitante anticoagulantes, de anticoagulantes, de anticoagulantes, em doentes em doentes que tem em doentes que deficiência tem que deficiência grave tem deficiência emgrave glucose-6-fosfato emgrave glucose-6-fosfato em glucose-6-fosfato dehidrogenase dehidrogenase (G6PD), dehidrogenase (G6PD), não deve(G6PD), não serdeve utilizada não serdeve utilizada ser utilizada em crianças em crianças e adolescentes em crianças e adolescentes nas e adolescentes infeções nas infeções virais, nascom infeções virais, ou sem com virais, febre, ou com sem sem febre, ou consultar sem sem febre, consultar previamente sem consultar previamente um previamente médico. um médico. Em certas um médico. Emdoenças certas Emdoenças virais, certasespecialmente doenças virais, especialmente virais,em especialmente em em síndromes síndromes gripaissíndromes egripais varicela, egripais varicela, há umerisco varicela, há um de risco ocorrência há um de risco ocorrência dede síndrome ocorrência de síndrome de Reye, de síndrome de uma Reye, doença de uma Reye, muito doença uma rara muito doença masrara que muito mas coloca rara quemas acoloca vidaque em acoloca vida risco,em necessitando a vida risco,em necessitando risco, de necessitando de de intervenção intervenção médica intervenção imediata. médica imediata. médica Efeitos imediata. indesejáveis: Efeitos indesejáveis: Efeitos náuseas, indesejáveis: náuseas, dispepsia, náuseas, dispepsia, vómitos, dispepsia, vómitos, hematemeses, vómitos, hematemeses, flatulência, hematemeses, flatulência, dor abdominal, flatulência, dor abdominal, diarreia, dor abdominal, diarreia, obstipação, diarreia, obstipação, melenas, obstipação, melenas,melenas, estomatite estomatite aftosa,estomatite exacerbação aftosa, exacerbação aftosa, de colite exacerbação de oucolite doença de oucolite de doença Crohn, ou de doença casos Crohn, de raros casos Crohn, de raros erupções casos deraros erupções cutâneas, de erupções cutâneas, alterações cutâneas, alterações da função alterações dahepática função dahepática (aumento função hepática (aumento das transami(aumento das transamidas transaminases) enases) da função enases) darenal, função e da hipoglicemia, renal, função hipoglicemia, renal, tonturas hipoglicemia, tonturas e zumbidos, tonturas e zumbidos, foram e zumbidos, notificados foram notificados foram casosnotificados decasos hemólise decasos hemólise e anemia de hemólise e hemolítica anemiae hemolítica anemia em doentes hemolítica em doentes comem formas doentes comgraves formas comgraves formas graves de deficiência de deficiência emde glucose-6-fosfato deficiência em glucose-6-fosfato em glucose-6-fosfato dehidrogenase. dehidrogenase. Foram dehidrogenase. notificados Foram notificados Foram casosnotificados decasos insuficiência decasos insuficiência renal de insuficiência e falha renalrenal e falha renal aguda. renal e falha Titular aguda. renal daTitular aguda. AIM: Bayer daTitular AIM: Portugal Bayer da AIM: Portugal S.A. Bayer Portugal S.A. S.A. Registo nº Registo 3045580. nº Registo 3045580. Datanº da3045580. AIM: Data 26 da de AIM: Data Novembro 26 da de AIM: Novembro 26 de de 1999. Novembro de Data 1999. dade revisão Data 1999. dado revisão Data texto: dado revisão Novembro texto:do Novembro texto: de 2012. Novembro de Para 2012. mais de Para informações 2012. mais Para informações mais deverá informações contactar deverá contactar deverá o titularcontactar o titular o titular da autorização da autorização dedaintrodução autorização de introdução node mercado. introdução no mercado. Medicamento no mercado. Medicamento sujeito Medicamento a sujeito receitaamédica. sujeito receitaamédica. Não receita comparticipado. médica. Não comparticipado. Não comparticipado. ® ® ® Referências: Referências: 1. Serebruany Referências: 1. Serebruany V. et1.al,Serebruany Am V. Jetcardiol al, Am V. 2005;95:1218-1222. et J cardiol al, Am 2005;95:1218-1222. J cardiol 2005;95:1218-1222. 2. RCM ASPIRINA 2. RCM ASPIRINA 2.GR RCM 100mg. ASPIRINA GR 100mg. GR 100mg.
L.PT.GM.04.2014.0442
L.PT.GM.04.2014.0442
L.PT.GM.04.2014.0442
Bayer Portugal, Bayer Portugal, S.A., Bayer Rua Portugal, S.A., Quinta Rua do S.A., Quinta Pinheiro, Rua doQuinta Pinheiro, nº 5, 2794-003 do Pinheiro, nº 5, 2794-003 Carnaxide, nº 5, 2794-003 Carnaxide, NIF 500Carnaxide, 043 NIF256. 500 043 NIF256. 500 043 256.
30 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
PROF. DOUTOR FAUSTO PINTO
PRESIDENTE DA ESC
CARDIOLOGIA
2014
Em 65 anos de vida, foram muitos os contributos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) para a evolução da especialidade a nível nacional, mas também no contexto europeu. Desta história, o Prof. Doutor Fausto Pinto destaca como marcos importantes a criação da Casa do Coração, do Centro de Dados e da Revista Portuguesa de Cardiologia. Em entrevista, o atual presidente da European Society of Cardiology (ESC) e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa sublinha a importância da formação contínua dos médicos cardiologistas enquanto base para uma prestação de cuidados de excelência à população e alerta para a necessidade de manter a aposta na inovação.
“CARDIOLOGISTAS BEM TREINADOS, BEM EDUCADOS E BEM ATUALIZADOS TRATAM MELHOR OS SEUS DOENTES”
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Ao longo destes 65 anos de história, de que forma é que a SPC contribuiu para a evolução da Cardiologia Europeia e de que forma esteve representada na ESC? A Sociedade Portuguesa de Cardiologia foi uma das 14 fundadoras da Sociedade Europeia de Cardiologia, que teve a sua fundação em 1950, embora a primeira reunião tenha acontecido em 1948. Hoje a ESC é constituída por 56 sociedades nacionais, 39 sociedades afiliadas, assim como várias associações e grupos de estudo, representando cerca de 90 000 profissionais de saúde ligados à área cardiovascular. A SPC foi desde sempre um membro da ESC, fazendo sempre parte das diversas atividades levadas a cabo. Por outro lado, ao longo de todos estes anos foram várias as personalidades portuguesas ligadas aos órgãos dirigentes da ESC, entre as quais, o Prof. Carlos Ribeiro, o Prof. Luís Providência, o Prof. Rafael Ferreira. Alguns colegas têm participado também nos vários Grupos de Estudo, nomeadamente na liderança, como é o caso do Prof. Manuel Antunes, do Prof. João Morais e do Prof. Manuel Sousa Uva. Enfim, temos tido especialistas nacionais a desempenharem papéis muito relevantes no coração da ESC, dos quais não posso deixar de destacar o Prof. Lino Gonçalves, que tem tido um papel bastante ativo, nomeadamente na área da Educação, e o Dr. Carlos Aguiar. Por outro lado, existem vários especialistas portugueses envolvidos nas várias comissões da ESC. O Prof. Vaz Carneiro está na Comissão das Guidelines, o Prof. Lino Gonçalves, na Comissão da Educação, a Prof.ª Dulce Brito e a Dr.ª Ana Abreu, o Prof. João Morais e o Prof. Lino estão na comissão que define o programa do congresso. Tem, portanto, havido uma participação e uma colaboração estreita entre a SPC e a ESC. A adoção portuguesa das guidelines europeias são um exemplo dessa colaboração estreita? Sim, sem dúvida. As guidelines da ESC são aceites por todas as sociedades nacionais, incluindo pela SPC. Em Portugal fazemos a tradução completa das guidelines nas quais assentamos a nossa prática clínica. Além disso, no nosso congresso nacional tem sempre havido simpósios conjuntos com a ESC, no sentido de reforçar cada vez mais a nossa integração e a nossa parceria. Participamos também em alguns dos registos da ESC, para os quais conseguimos contribuir a partir do momento em que foi criado o Centro de Dados em Cardiologia. A interligação com o programa de registos europeus tem sido um caso de sucesso. Diria que estamos muito bem representados, ainda mais agora, com a presidência. Do ponto de vista prático, de que forma esta relação ajuda a melhorar os cuidados prestados aos doentes?
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Cardiologistas bem treinados, bem educados e bem atualizados tratam melhor os doentes. Daí a importância da manutenção do apoio não só à parte educacional, mas também à inovação, ao desenvolvimento, à investigação. Em termos nacionais, não devemos desinvestir no estímulo à participação em ensaios clínicos e em trabalhos internacionais, para que os doentes portugueses possam ter acesso à inovação. Sente que ainda há entraves à investigação clínica? Portugal nem sempre é bem visto no aspeto da investigação clínica, sobretudo pela burocracia pesada que, embora mais aliviada atualmente, ainda existe. Por outro lado, não tem havido um grande incentivo para que os investigadores possam participar nesses projetos. Neste momento, o panorama já é um pouco diferente. No entanto, ainda existem algumas funcionalidades logísticas que podem melhorar. Por outro lado, temos agora uma nova lei que poderá contribuir para essa melhoria. Aqui no Hospital de Santa Maria, a atual administração apoia muito a participação dos profissionais nesse tipo de projetos. Não podemos esquecer que é ������������������������������� esta ������������������������ a única forma de acompanharmos os desenvolvimentos e de ter acesso à inovação e às terapêuticas e aos meios de diagnóstico mais avançados. E em relação à participação de especialistas portugueses nos congressos europeus? Essa questão está mais relacionada com a componente educacional e de investigação. A participação nos congressos pode ser feita através da submissão à ESC de trabalhos de investigação desenvolvidos nos vários departamentos. A aprovação desses projetos para apresentação no congresso é muito importante na medida em que representa uma janela do que se faz em termos de investigação cardiovascular em Portugal. Ou seja, traduz a oportunidade de mostrarmos a nível internacional aquilo que fazemos no nosso país. Também nesta área se tem verificado um incremento sustentado ao longo destes úl-
timos anos, embora tenhamos condições para fazer muito melhor. Mas só há boa investigação se, a nível local, houver condições para tal. A participação em congressos é uma forma de os profissionais se manterem atualizados em relação ao que se faz a nível internacional. Concorda que tem havido um desinvestimento nesta área? Os médicos vão aos congressos para se educarem, para terem contacto com as novas realidades e com as mais recentes evidências. Na Europa, o apoio à participação dos médicos em congressos tem partido, essencialmente, da indústria farmacêutica. Atualmente, temos assistido a um desincentivo a esse apoio, o que significa que há um conjunto de médicos que deixa de ter acesso a essa formação, o que vai repercutir-se nos cuidados que prestam aos seus doentes. É preciso sublinhar que a formação médica é contínua. As instituições, como os hospitais e as universidades, não dão apoio específico para este tipo de formação pelo que, se não houver uma cooperação estratégica, baseada na transparência, com a indústria farmacêutica, essa componente formativa vai perder-se.
Quais os principais marcos que destaca nestes 65 anos de história da SPC? Ao longo destes 65 anos houve vários marcos importantes na história da SPC. A criação da Casa do Coração, assim como a criação do Centro de Dados e da Revista Portuguesa de Cardiologia. Ao mesmo tempo a SPC tem desempenhado um papel muito importante enquanto facilitadora da internacionalização dos cardiologistas portugueses. Acredito que qualquer sócio da SPC pode olhar com orgulho para tudo o que foi construído nestes 65 anos. Para o futuro, desejo que a SPC se vá reforçando e adaptando às novas realidades. É muito importante estarmos preparados para aquilo que vai acontecendo neste mundo. Hoje em dia, os ciclos são muito mais acelerados, pelo que é muito importante estarmos preparados para responder aos desafios. A SPC tem tido, também, um papel muito importante na redução do peso das doenças cardiovasculares e na promoção de estilos de vida saudáveis. Contudo, devia ter um peso maior da sua representatividade junto dos decisores políticos para poder ser um parceiro no que respeita à tomada de decisões
A SPC foi desde sempre um membro da ESC, fazendo sempre parte das diversas atividades levadas a cabo. Por outro lado, ao longo de todos estes anos foram várias as personalidades portuguesas ligadas aos órgãos dirigentes da ESC
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de políticas de saúde. É isso que está a ser feito a nível europeu, com a criação de uma delegação da ESC em Bruxelas, no sentido de aumentarmos a capacidade, em termos organizativos, de participar na tomada de decisões em torno da patologia cardiovascular. Também a propósito deste aniversário da SPC, gostaria de reforçar duas mensagens essenciais. Em primeiro lugar, que as ciências cardiovasculares foram as principais responsáveis pelo aumento exponencial da esperança de vida nos últimos 50 anos. Em, segundo lugar, que é muito importante não perder o acesso à inovação, à investigação, ao desenvolvimento porque essa é a única forma de termos acesso àquilo que de mais moderno se faz. O que se passa atualmente é que estamos a pagar o preço do nosso sucesso. O facto de termos contribuído para este aumento da esperança de vida, de se terem desenvolvido fármacos, dispositivos e intervenções tão eficazes, hoje em dia olha-se para a doença cardiovascular como algo que facilmente se resolve. Por esse motivo, sente-se algum desincentivo, por exemplo, no âmbito da investigação e desenvolvimento de novas moléculas. Ou seja, como foram muitos os ganhos alcançados até agora, parte-se do princípio de que já temos o suficiente. Mas isso não é verdade. Há ainda muito por fazer.
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SAVIC O Projeto SAVIC é um exemplo de sucesso da parceria entre a SPC e a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Em que consiste e de que forma pode ser expandido a outros países? O SAVIC (Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca) é um projeto de treino no manuseio de doentes com insuficiência cardíaca aguda e que se destina a todos os médicos que lidam com este tipo de doentes. Nasceu na Sociedade Brasileira de Cardiologia
e foi estendido depois à Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Posteriormente, a SPC e a Sociedade Brasileira de Cardiologia foram abordadas pela ESC no sentido de expandirmos o projeto a outros países europeus. Ou seja, a ideia era que a ESC atuasse como uma entidade facilitadora da implementação do SAVIC em várias sociedades nacionais de cardiologia. Neste momento, estou muito otimista em relação à evolução do projeto.
Agora, que ocupa a presidência da ESC, parece-lhe possível a realização de um congresso europeu de Cardiologia em Portugal? Trata-se apenas de construir mais um pavilhão no Parque das Nações. Eu adoraria trazer um congresso da ESC para Lisboa. Temos condições hoteleiras, mas não temos um Centro de Congressos capaz de albergar uma reunião com as dimensões do congresso da ESC. O que temos verificado é que há, cada vez mais, um empenho das entidades políticas em receber este tipo de eventos. O que não é de estranhar, tendo em conta que o retorno económico de um congresso de Cardiologia ronda os 120 milhões de euros. Em Portugal, parece-me que os políticos ainda não estão despertos para esta realidade.
REVISTA PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA Na qualidade de editor principal da Revista Portuguesa de Cardiologia que papel atribui a esta publicação? Ao longo dos últimos anos, houve três passos muito importantes que marcam de forma significativa a história da Revista Portuguesa de Cardiologia e que aumentaram substancialmente a sua visibilidade. Primeiro foi a publicação bilingue, em português e inglês, que veio permitir
uma maior divulgação internacional; depois foi a criação de uma plataforma digital; o terceiro passo aconteceu quando migramos para um publisher internacional e obtivemos o fator de impacto. Isto teve, de imediato, repercussão, sobretudo no número de artigos submetidos (nomeadamente por especialistas de fora de Portugal). Neste momento, a Revista é um órgão poderoso, do qual nos orgulhamos bastante. Lançada em 1982, a Revista Por-
tuguesa de Cardiologia é hoje o espelho do que se faz em Portugal e, neste momento já ultrapassou as fronteiras e acolhe agora artigos de todas as partes do mundo. A Revista está disponível online, livre e sem qualquer pagamento, é distribuída a todos os sócios da SPC e, como está no PubMed, os seus artigos têm maior visibilidade e podem ser descarregados da internet por qualquer pessoa.
65 ANOS
CERIMÓNIA COMEMORATIVA DO 65º ANIVERSÁRIO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA
5 de julho de 2014, na Casa do Coração
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PROF. DOUTOR HUGO MADEIRA FALA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA SPC
A FSCLP “PODERÁ E DEVERÁ SER RESPONSÁVEL PELA DINAMIZAÇÃO DA CARDIOLOGIA” NO ESPAÇO LUSÓFONO
PROF. DOUTOR HUGO MADEIRA
EX-PRESIDENTE DA SPC BIÉNIO 2007-2009
A Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa (FSCLP), recém-registada, resulta de uma parceria entre a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Porém, conforme adiantou o Prof. Doutor Hugo Madeira, presidente honorário da SPC, este projeto pretende alargar a participação a outros países lusófonos. Como e quando surgiu a relação com outras sociedades científicas internacionais, em particular, com o Brasil? Os contactos regulares da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) com a sua congénere do Brasil datam do
início dos anos oitenta do século XX, mais precisamente de 1981. Nesse ano, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e do FAPEC (Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Cardiologia), realizou-se em agosto a “Semana do Coração”, com o I Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia a decorrer no Recife (dia 3), em Salvador (dia 4) e em São Paulo (dias 6 e 7). A presidência do simpósio foi responsabilidade do Prof. Doutor Luiz Decourt. No ano seguinte, coube à Sociedade Portuguesa de Cardiologia organizar o II Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia, o qual teve lugar em Coimbra (28 e 29 de novembro) e em Lisboa (2 e 3 de dezembro). Presidiu a este simpósio o Prof. Doutor Ramos Lopes. Estas duas notáveis iniciativas marcaram o início de um relacionamento institucional que não mais se quebrou. No seu mandato, a proximidade com os países lusófonos foi uma das principais “bandeiras”? Este projeto acabou por concretizar-se na organização das primeiras Jornadas Lusófonas de Cardiologia. De que forma esta reunião conjunta permitiu estreitar laços entre os vários países? Se a colaboração com a Sociedade Brasileira de Cardiologia é um dado adquirido, a falta de iniciativas pedagógicas e científicas com os cardiologistas dos outros países lusófonos era evidente, exceção feita a convites ocasionalmente formulados a alguns colegas mais destacados nesses países, para assistirem ao nosso Congresso. Por isso, durante o meu mandato, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia planeou e organizou as “I Jornadas Lusófonas de Cardiologia”. Estas Jornadas efetivaram-se de 20 a 23 de aneiro de 2009 na Cidade da Praia, em Cabo
Verde, tendo contado com o auxílio indispensável das autoridades de Saúde e do Serviço de Cardiologia do Hospital Agostinho Neto. Foram convidados a participar cardiologistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique, Portugal e Venezuela (onde existe uma importante comunidade médica portuguesa). O programa, gizado para quatro dias, permitiu uma intensa apresentação e discussão sobre temas da atualidade, desde a prevenção cardiovascular, até à insuficiência cardíaca, passando pelas doenças valvulares e das artérias coronárias. Para assinalar a efeméride, a nossa Sociedade editou um livro e um CD com os diapositivos das apresentações feitas. Quantos países estão envolvidos na Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa? Como é que tudo começou? Para além do interesse profissional envolvendo a troca de experiências oriundas de áreas tão distintas mas também tão concorrentes, estas jornadas [Jornadas Lusófonas de Cardiologia] marcaram o início de uma nova dimensão na atuação internacional da nossa Sociedade. Na cerimónia inaugural das Jornadas, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia defendeu a necessidade de uma opção inteligente, inequívoca e clara da utilização da língua portuguesa, aquela em que os cardiologistas se entenderão facilmente no vasto espaço lusófono. Esta opinião foi unanimemente bem acolhida. O êxito das Jornadas foi uma poderosa alavanca para levar à constituição da Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa, que foi proposta e imediatamente aceite pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Na sequência das Jornadas, em Cabo Verde, passou a haver
uma relação mais estreita com os cardiologistas dos países e comunidades de língua portuguesa: realizaram-se as “II Jornadas Lusófonas de Cardiologia”, em Maputo, Moçambique, em 2011, e tanto no Congresso Português de Cardiologia, como no seu congénere brasileiro, tem havido presença de convidados daqueles países e comunidades. Qual o objetivo que subjaz a criação da FSCLP? A Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa acaba de ser oficialmente registada. Tem como associados fundadores a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os seus estatutos preveem a admissão, como associados efetivos, das Sociedades lusófonas congéneres que estejam ou venham a constituir-se e como associados agregados os Colégios ou secções de Cardiologia das Ordens dos Médicos dos países e territórios onde a língua portuguesa é oficial. A finalidade da Federação está bem expressa nos seus estatutos: promover o desenvolvimento da Cardiologia ao serviço da saúde da população dos países e territórios onde a língua portuguesa é oficial. De que modo é que esta recém-criada entidade estimula e dá alento ao trabalho desenvolvido pela SPC? A Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa poderá e deverá ser a grande responsável pela dinamização da Cardiologia, em todas as suas vertentes – científica, pedagógica, cultural e social – no grande espaço onde se fala português e se estuda a ciência médica. Seria um erro negligenciar a oportunidade e recusar a responsabilidade histórica de o fazer.
AGUARDA APROVAÇÃO
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MISSÃO
FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE CADA DOENTE
DR. A CRISTINA CAMPOS
DIRETORA-GERAL NOVARTIS PORTUGAL
DR. A PAULA JESUS
DIRETORA MÉDICA NOVARTIS PORTUGAL
Investigação, Formação e Cooperação/Intervenção. Estas são as três grandes linhas mestras da atividade da SPC, desde que foi criada em 1949 e que vão totalmente ao encontro da missão da Novartis. Foi com base nestes pilares que nas últimas décadas desenvolvemos uma estreita parceria com a SPC, apoiando a sua nobre missão de melhorar o panorama da cardiologia em Portugal, com impacto direto na vida das pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares.
Gostaríamos, por isso, de expressar o nosso orgulho pela atividade desenvolvida pela SPC ao longo destas décadas, e a nossa satisfação por todas as ações de cooperação fomentadas. Na prática, em conjunto, temos dado apoio à formação dos profissionais de saúde na área da Cardiologia, temos tido um envolvimento contínuo de centros portugueses, na investigação de novas moléculas ou na sua utilização noutros grupos de doentes não estudados anteriormente e temos desenvolvido a colaboração com a SPC no conhecimento da realidade das doenças cardiovasculares no nosso País, ao apoiarmos o desenvolvimento de estudos de enorme valor para a comunidade científica, como por exemplo o estudo VALSIM. A Novartis orgulha-se também, de ser um parceiro que apoia e potencia o desenvolvimento das relações internacionais, neste caso da SPC com as suas congéneres a nível mundial, apoiando o desenvolvimento de projetos comuns, como são exemplos recentes, o SAVIC (curso de suporte avançado de vida em IC) ou o Heart Failure Matters website, ambos com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Na senda de novas soluções para necessidades médicas ainda por responder, a Novartis orgulha-se de ter descoberto duas novas moléculas para o tratamento da IC, tendo envolvido, desde o primeiro momento da investigação, parceiros como a SPC e os profissionais de saúde em Portugal. Recentemente foram apresentados os resultados do estudo PARADIGM-HF, que foi considerado pela comunidade científica mundial como um notável e importante avanço no tratamento da IC crónica com LCZ696, o primeiro inibidor da neprilisina e da angiotensina. No campo da IC aguda, a investigação de um novo fármaco, com mecanismo de ação inovador, a serelaxina, é vista também como um potencial grande avanço no tratamento destes doentes, encontrando-se em fase III de desenvolvimento. Neste momento estão a decorrer no País vários estudos clínicos com estas duas moléculas. A IC é uma doença com enorme impacto atual e futuro na saúde pública, constituindo uma epidemia com enormes desafios para a área da Cardiologia. Estamos perante uma nova Era na Cardiologia e a Novartis está fortemente empenhada em dar resposta aos doentes e profissionais de saúde e contribuir para melhorar e prolongar a vida dos doentes com IC. Será, pois, através da inovação e investimento em Ciência que cumprimos a nossa missão de cuidar e curar, disponibilizando soluções terapêuticas que respondem às necessidades médicas não satisfeitas. Uma missão que tentamos cumprir em conjunto com os nossos parceiros, sociedades médicas, associações de doentes, universidades e institutos de investigação. O nosso compromisso na Cardiologia e para com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é sólido, fruto de uma parceria de vários anos que mantemos e que vamos continuar a reforçar no futuro. Da Novartis, a SPC pode contar com um parceiro presente e empenhado em concretizar uma missão comum: fazer a diferença na vida de cada doente.
Parabéns Sociedade Portuguesa de Cardiologia pelo trabalho desenvolvido ao longo destes 65 anos, em benefício da saúde cardiovascular dos Portugueses
UM PASSADO, UM PRESENTE E UM FUTURO AO LADO DA CARDIOLOGIA PORTUGUESA A Novartis tem um forte investimento na descoberta, na investigação e na disponibilização de novas soluções terapêuticas na área da Cardiologia, tendo contribuído com um passado, um presente e um futuro de inovação, permitindo avançar e melhorar continuamente os cuidados de saúde em Portugal. Atualmente, tem um dos pipelines mais fortes e promissores da Indústria Farmacêutica mundial. E se desde há 25 anos que a Novartis tem soluções na área cardiovascular e metabólica, para a hipertensão, dislipidemia ou diabetes, esse compromisso mantém-se e continua no futuro, nomeadamente com medicamentos inovadores que vão fazer a diferença no tratamento dos doentes com insuficiência cardíaca (IC).
Vamos conseguir mudar o mundo. Uma vida de cada vez. Para a Novartis todas as vidas são importantes. Todas contam, porque todas são insubstituíveis e porque todas merecem os melhores cuidados de saúde. Queremos descobrir, desenvolver e fornecer soluções de saúde de elevada qualidade para responder às crescentes necessidades dos doentes e sociedades em todo o mundo. Acreditamos que o nosso portefólio diversificado, a nossa dedicação à inovação e a nossa atuação responsável contribuirão para cumprirmos a nossa missão de cuidar e curar.
NOV25/04/2013
É por isso que, na Novartis, todos os dias contam para fazer chegar o medicamento certo, ao doente certo, na altura certa. Porque todos os dias são bons para salvar vidas.
www.novartis.com cuidar e curar
40 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949 1945
CARDIOLOGIA
2014
“CARDIOLOGIA ACRESCENTOU MAIS E MELHOR VIDA AOS PORTUGUESES”
DR. NELSON FERREIRA PIRES DIRETOR-GERAL DA JABA RECORDATI
Nas últimas cinco décadas, a esperança de vida aumentou mais de 30 anos, sendo que, atualmente, é possível vivermos com qualidade até aos 80 anos de idade. Este avanço deve-se, na perspetiva do Dr. Nelson Ferreira Pires, ao desenvolvimento do conhecimento médico e dos seus clínicos, nomeadamente cardiologistas; à indústria farmacêutica, que desenvolveu medicamentos melhores e mais eficazes; e à melhoria dos meios de diagnóstico. “Com esta evolução, vivemos mais anos e com qualidade de vida, pois algumas doenças fatais tornaram-se crónicas; outras são efetivamente tratadas e desapareceram; e algumas são controladas”, adianta o diretor-geral da Jaba Recordati. O Dr. Nelson Ferreira Pires refere ainda a publicação e aplicação, a nível mundial, de guidelines regulares sobre estilos de vida e prevenção e tratamento da doença cardiovascular; a Cardiologia preventiva com o controle da obesidade, da hipertensão e do colesterol; a eletrocardiografia e a ecocardiografia; a angioplastia coronária e cateterização; os pacemakers e os desfibrilhadores; o controlo da fibrilação auricular, a reabilitação cardíaca e os tratamentos endovasculares; os breakthroughs na doença congénita cardíaca e na sua genética e a criação de unidades coronárias; como fatores que contribuíram para o prolongamento da esperança média de vida. Por todos estes motivos, “a Cardiologia é uma das mais inovadoras especialidades dos séculos XX e XXI”, e “acrescentou mais e melhor vida a todos os portugueses”. De acordo com o Dr. Nelson Ferreira Pires, a Jaba
Recordati acompanhou de perto todas estas evoluções, tendo contribuído “quer ao nível da investigação e desenvolvimento de novos fármacos (por exemplo Zanipress® no tratamento da hipertensão ou Livazo® para o colesterol), mas também ao nível do apoio na formação pós-graduada dos nossos clínicos, que só com o apoio da indústria farmacêutica poderia existir”. Por outro lado, acrescentou, “todo os nossos profissionais que diariamente contactam os clínicos em todo o país (e em todo o mundo) têm a responsabilidade acrescida de fornecerem informação credível, cientificamente sustentada e de alguma forma que possa ser pedagogicamente valiosa, que permita atingir a nossa missão: Acrescentar mais e melhor vida”. No que respeita à parceria entre a Jaba Recordati e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, “participamos de inúmeras formas, com um enfoque específico na componente referida, ao nível formativo e educacional, com presença no congresso anual (a maior parte das vezes com simpósios formativos com KOLs nacionais e internacionais), mas também nos cursos organizados pela SPC e em muitas atividades organizadas. Importa referir que a SPC é nosso parceiro preferencial nesta área pelo que é um interlocutor privilegiado para nós”, sublinha o responsável da companhia farmacêutica. O Dr. Nelson Ferreira Pires considera que a Cardiologia continua a ser umna importante área de investigação e desenvolvimento no futuro. Porém, face aos avanços até aqui alcançados, “é cada vez é mais difícil conseguir ganhos incrementais substanciais, pelo que moléculas realmente inovadoras são mais difíceis de descobrir”. O verdadeiro problema reside no desinvestimento nas políticas dos estados europeus (ao contrário dos EUA) na investigação de novos fármacos. Esta realidade deve-se, na perspetiva do diretor-geral da Jaba Recordati, a três fatores: “a dificuldade de market acess aos mercados europeus; a generalização dos mercados europeus e os baixos preços praticados nestes mercados, nomeadamente em Portugal”. A investigação de um nova
molécula custa à indústria farmacêutica cerca de mil milhões de dólares americanos, “pelo que, o retorno deste investimento apenas pode ser feito se existir um potencial retorno do investimento que fazemos, que não existe”, lamenta. Atualmente, os grandes desafios da Cardiologia passam, essencialmente, pela prática de “uma Medicina preventiva através de educação para estilos de vida saudáveis; a adesão dos doentes à terapêutica; o controlo da obesidade e da diabetes, bem como das suas consequências nefastas; entre outros temas específicos da área clínica naturalmente. A nível organizacional uma maior integração das especialidades médicas que permita fazer desaparecer o fragmented care”. No âmbito destes 65 anos da SPC, o Dr. Nelson Ferreira Pires congratula a sociedade pelo relevante papel que tem na Medicina e na sociedade. “Não posso deixar de congratular também o atual e todos os anteriores presidentes da SPC, bem como toda a equipa que faz desta instituição, uma instituição de relevo a nível nacional e europeu. Desejar que nos próximos 65 anos possamos estar a repetir a comemoração deste aniversário!”
A SPC é nosso parceiro preferencial nesta área pelo que é um interlocutor privilegiado para nós
IMPORTÂNCIA DA CARDIOLOGIA PARA A JABA RECORDATI “A Cardiologia é a área mais importante dentro da nossa companhia, pelo que é realmente estratégica para nós. Tem uma importância fulcral não apenas no volume de negócio que gera, nos lançamentos futuros que temos programados de novos produtos, mas permite-nos consolidar o nosso papel como player especializado, inovador e sustentável no mercado farmacêutico português. E apenas o conseguimos no dia-a-dia, comercializando de forma ética produtos farmacêuticos de elevado valor acrescentado, que proporcionem efetivamente mais e melhor vida. Beneficiando não só os doentes e técnicos de saúde, mas também todos os outros stakeholders – clientes, acionistas, parceiros científicos e comerciais, colaboradores e suas famílias”.
42 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
2014
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ARRITMOLOGIA, PACING E ELETROFISIOLOGIA
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR
ANO DE FORMAÇÃO 1999
ANO DE FORMAÇÃO 2010
DIREÇÃO
DIREÇÃO
PRESIDENTE Dr. Francisco Bello Morgado
PRESIDENTE Dr. Hélder Pereira
VICE-PRESIDENTES Arritmologia - Dr. Luís Carpinteiro Pacing - Dr. José Miguel Santos; Electrofisiologia - Dr. Diogo Magalhães Cavaco
SECRETÁRIO-GERAL Dr. Marco Costa
PRESIDENTE-ELEITO Dr. António Hipólito Reis SECRETÁRIA-GERAL Dr.ª Katya Reis Santos TESOUREIRO Dr. Pedro Silva Cunha
ASSEMBLEIA-GERAL PRESIDENTE Dr. Carlos Catarino
VOGAIS Dr. Pedro Dionísio Dr.ª Sónia Magalhães NÚMERO DE MEMBROS 234 INICIATIVAS > Divulgar recomendações internacionais para a prática clínica, na área da Arritmologia, adaptadas à realidade nacional > Promover registos relacionados com a prática em Electrofisiologia e Pacing; > Organizar reuniões científicas (são realizadas três, anualmente).
C
M
Y
TESOUREIRO Dr. José Pedro Braga
CM
MY
ASSEMBLEIA-GERAL PRESIDENTE Dr. Rui Campante Teles
CY
CMY
K
VOGAIS Dr. António Fiarresga Dr. Jorge Marques NÚMERO DE MEMBROS 142 INICIATIVAS > Promover a realização de cursos temáticos, focados no ensino prático, em áreas relevantes da Cardiologia de Intervenção; organização da reunião anual; > Incentivar a investigação científica através da organização de estudos cooperativos nacionais e internacionais multicêntricos; > Fomentar a criação de outros grupos de trabalho em áreas específicas, nomeadamente a investigação, a formação e ensino; > Diminuir a mortalidade por enfarte do miocárdio através da Iniciativa “Stent for Life”; > Otimizar o Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção; > Tornar-se parceiro na tomada de decisões na área de Cardiologia de Intervenção.
44 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
2014
GRUPO DE ESTUDO DE CARDIOLOGIA NUCLEAR, RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E TC CARDÍACA
GRUPO DE ESTUDO DE BIOLOGIA CELULAR E GENÉTICA CARDIOVASCULAR
ANO DE FORMAÇÃO 1983
ANO DE FORMAÇÃO 1993 (reativado no biénio 2005-2007)
COORDENADOR Prof. Doutor Nuno Bettencourt de Sousa
COORDENADORA Prof.ª Doutora Elisabete Martins VOGAIS Dr.ª Ana Margarida Lebreiro Dr.ª Natália António
VOGAIS Dr. António Miguel Ferreira Dr. António Ventosa
NÚMERO DE MEMBROS 87, incluindo cardiologistas e investigadores não-médicos
NÚMERO DE MEMBROS 97 INICIATIVAS > Promover a divulgação e a implementação generalizada destas técnicas a nível nacional;
INICIATIVAS > Até este momento, dois estudos multicêntricos nacionais tiveram o seu desenvolvimento intrinsecamente ligado às atividades do GEBCGC: o estudo português de hipercolesterolemia familiar e o estudo português de miocardiopatias dilatadas familiares;
> Realização de registos e estudos nacionais multicêntricos envolvendo a utilização destas técnicas para a avaliação de determinadas patologias cardiológicas;
> Futuramente, iniciativas semelhantes terão o seu início, compreendendo as doenças hereditárias arritmogénicas, designadas como “canalopatias”, e as doenças hereditárias da aorta; > Na área das doenças hereditárias, pretende-se assim dinamizar a criação de registos, incentivando a colaboração entre diferentes centros nacionais de referenciação e entre estes e os cuidados de saúde primários, enfatizando a importância do diagnóstico precoce e do rastreio dos familiares; > Promover a boa prática na utilização de testes genéticos e no aconselhamento genético.
> Realização de cursos de formação diferenciados em cada uma das três técnicas, com componente prático, de acordo com as normas internacionais relativas aos cursos de nível I; > Incentivar e apoiar a publicação de consensos e artigos científicos, envolvendo cada uma das três modalidades. Neste contexto foram já publicados documentos de consenso sobre a codificação da ressonância magnética cardíaca em Portugal e um levantamento da perceção dos cardiologistas portugueses em relação às novas técnicas de imagem cardíaca; > Está em curso um levantamento nacional da capacidade instalada e programa-se para o início de 2015 um registo nacional pulsado de curta duração para cada uma das técnicas.
GRUPO DE ESTUDO DE CARDIOPATIAS CONGÉNITAS ANO DE FORMAÇÃO 1993 COORDENADORA Dr.ª Maria de Fátima Pinto
VOGAIS Dr.ª Helena Andrade Dr.ª Sílvia Alvares NÚMERO DE MEMBROS 56
46 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
GRUPO DE ESTUDO DE CIRURGIA CARDÍACA
2014
GRUPO DE ESTUDO DE CUIDADOS INTENSIVOS CARDÍACOS
ANO DE FORMAÇÃO 1993
ANO DE FORMAÇÃO 1979
COORDENADOR Prof. Doutor Adelino Leite-Moreira
COORDENADOR Dr. Jorge Mimoso
VOGAIS Dr. Manuel Pedro Magalhães Dr. Mário Jorge Amorim
VOGAIS Dr. Filipe Seixo Dr.ª Sílvia Monteiro
NÚMERO DE MEMBROS 34
NÚMERO DE MEMBROS 248
INICIATIVAS > Impulsionar a criação de um sistema de registos em cirurgia cardíaca;
INICIATIVAS > Continuar o trabalho desenvolvido no Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas, que se mantém ativo até aos dias de hoje com mais de 35 mil doentes incluídos;
> Dinamizar e apoiar a publicação de trabalhos científicos no âmbito da Cirurgia Cardíaca; > Colaborar na elaboração do Programa Científico do Congresso Português de Cardiologia; > Promover e participar na organização de, pelo menos, uma reunião científica conjunta anual envolvendo outros Grupos de Estudos; > Divulgação de Normas de Orientação Clínica no âmbito da Cirurgia Cardíaca; > Colaboração com a direção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e outros órgãos oficiais na emissão de pareceres sobre tópicos da sua área de especialização.
> Identificar a adequação na prática clínica das recomendações de diagnóstico e tratamento das Síndromes Coronárias Agudas e monitorizar a sua evolução temporal; > Promover a investigação no campo dos Cuidados Intensivos Cardíacos através do apoio a projetos de estudo, quer isolados, quer cooperativos.
GRUPO DE ESTUDO DE DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E DO PERICÁRDIO ANO DE FORMAÇÃO 2009 COORDENADOR Dr. Luís Rocha Lopes VOGAIS Dr. Emanuel Correia Dr.ª Olga Azevedo NÚMERO DE MEMBROS 110
INICIATIVAS REALIZADAS E PROJETOS PREVISTOS > O GEDMP realizou, até ao momento, três reuniões anuais e um curso conjunto com o GE de Cardiologia Nuclear, Ressonância Magnética e TC cardíaca; > Assegura a publicação regular de uma newsletter, com apresentação e discussão de casos clínicos, artigos relevantes e guidelines fundamentais; > No âmbito da atuação do GE, tiveram início, há dois anos, três registos nacionais em miocardiopatias – miocardiopatia hipertrófica, miocardite e miocardiopatia de tako-tsubo, aos quais se irão juntar mais dois registos a curto prazo: ventrículo esquerdo não compactado e miocardiopatia arritmogénica do ventrículo direito; > Consideramos fundamental envolver as ciências básicas e institutos de investigação biomédica na reunião anual do GEDMP; esperamos com esta iniciativa gerar mais conhecimento, incentivar projetos de investigação e contactos entre profissionais de várias áreas de ciências clínicas e básicas. Na última reunião foi realizado um Curso de formação em Genética para cardiologistas.
NOME DO MEDICAMENTO NORVASC® FORMA FARMACÊUTICA E COMPOSIÇÃO Comprimido. Cada comprimido contém besilato de amlodipina equivalente a 5 mg ou 10 mg. Os comprimidos de 5 mg podem ser divididos em duas metades iguais. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Hipertensão, Angina de peito crónica e estável, Angina vasospástica (de Prinzmetal) POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Posologia: Adultos: Tanto na hipertensão como na angina, a dose inicial habitual é de 5 mg de Norvasc uma vez ao dia. Esta dose pode ser aumentada até ao máximo de 10 mg, de acordo com a resposta do doente. Nos doentes hipertensos, Norvasc tem sido utilizado em combinação com diuréticos tiazídicos, bloqueadores alfa, bloqueadores beta ou inibidores da enzima de conversão da angiotensina. Na angina, Norvasc pode ser utilizado em monoterapia ou em combinação com outros medicamentos antianginosos nos doentes com angina refractária aos nitratos e/ou a doses adequadas de bloqueadores beta. A administração concomitante de diuréticos tiazídicos, bloqueadores beta e inibidores da enzima de conversão da angiotensina não exige um reajustamento na dose de Norvasc. Populações especiais: Idosos Norvasc administrado nas mesmas doses ao doente idoso e ao doente mais jovem, é igualmente bem tolerado. Recomenda-se o esquema posológico normal, mas aumentos de dose devem ser efetuados com precaução (ver secções 4.4 e 5.2). Compromisso hepático Não foram estabelecidas recomendações de dose em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado; assim sendo, a seleção da dose deve ser cuidadosa e deve começar pela dose mais baixa do intervalo de doses (ver secções 4.4 e 5.2). A farmacocinética da amlodipina não foi estudada em doentes com compromisso hepático grave. Nos doentes com insuficiência hepática grave, a amlodipina deve ser iniciada na dose mais baixa e titulada lentamente. Compromisso renal As alterações na concentração plasmática de amlodipina não estão relacionadas com o grau de compromisso renal, como tal, pode ser usada em doses normais. A amlodipina não é dialisável. População pediátrica Crianças e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade com hipertensão Em doentes pediátricos com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos, a dose oral anti-hipertensora recomendada é de 2,5 mg uma vez por dia, como dose inicial, aumentando para 5 mg, uma vez por dia se, em quatro semanas, a pressão arterial não atingir o valor pretendido. Em doentes pediátricos não foram estudadas doses superiores a 5 mg por dia (ver secções 5.1 e 5.2). Crianças com menos de 6 anos de idade Informação não disponível. Modo de administração: Comprimido para administração oral. CONTRAINDICAÇÕES Está contraindicada em doentes com hipersensibilidade aos derivados das dihidropiridinas, amlodipina ou a qualquer um dos excipientes, hipotensão grave, choque (incluindo choque cardiogénico), obstrução do infundíbulo do ventrículo esquerdo (por ex. grau de estenose aórtica elevado), insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio. EFEITOS INDESEJÁVEIS Frequentes: sonolência, tonturas, cefaleias (especialmente no início do tratamento), palpitações, rubor, dores abdominais, náuseas, inchaço dos tornozelos, edema, fadiga. Pouco frequentes: insónias, alterações do humor (incluindo ansiedade), depressão, tremores, disgeusia, síncope, hipoestesia, parestesias, alterações da visão (incluindo diplopia), acufenos, hipotensão, dispneia, rinite, vómitos, dispepsia, alterações dos hábitos intestinais (incluindo diarreias e obstipação), xerostomia, alopécia, púrpura, descoloração da pele, hipersudorese, prurido, erupção cutânea, exantema, artralgias, mialgias, cãibras musculares, dores lombares, alterações da micção, noctúria, aumento da frequência urinária, impotência, ginecomastia, dor torácica, astenia, dor, mal-estar geral, aumento de peso, diminuição de peso. Raros: confusão. Muito raros: leucopenia, trombocitopenia, reação alérgica, hiperglicemia, hipertonia, neuropatia periférica, enfarte do miocárdio, arritmia (incluindo bradicardia, taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), vasculite, tosse, pancreatite, gastrite, hiperplasia gengival, hepatite, icterícia e aumento das enzimas hepáticas, angioedema, eritema multiforme, urticária, dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson, edema de Quincke, fotossensibilidade. Foram notificados casos excecionais de síndrome extrapiramidal. DATA DA REVISÃO DO TEXTO outubro de 2013. Medicamento sujeito a receita médica. Escalão de comparticipação B. Para mais informações deverá contactar o titular da A.I.M. NOME DO MEDICAMENTO ZARATOR® FORMA FARMACÊUTICA E COMPOSIÇÃO Cada comprimido revestido por película contém 10 mg, 20 mg, 40 mg ou 80 mg de atorvastatina. Contém lactose mono-hidratada INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Hipercolesterolemia: está indicado como adjuvante da dieta para a redução de níveis elevados de colesterol total (C-total), colesterol LDL (C-LDL), apolipoproteína B e triglicéridos em adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 10 anos com hipercolesterolemia primária incluindo hipercolesterolemia familiar (variante heterozigótica) ou hiperlipidemia combinada (mista) (correspondente aos Tipos IIa e IIb da Classificação de Fredrickson), quando a resposta à dieta e a outras medidas não farmacológicas é inadequada. Também está indicado na redução do colesterol total e colesterol LDL em adultos com hipercolesterolemia familiar homozigótica como adjuvante a outras terapêuticas para a redução de lípidos (por ex., aferese das LDL), ou quando essas terapêuticas não estão disponíveis. Prevenção da doença cardiovascular: Prevenção de eventos cardiovasculares em doentes adultos nos quais se estima existir um risco elevado de ocorrência do primeiro evento cardiovascular, usado como complemento para a correção de outros fatores de risco. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO O doente deve seguir uma dieta-padrão de redução dos lípidos antes de iniciar o tratamento e mantê-la durante o tratamento. As doses devem ser individualizadas de acordo com os níveis basais de C-LDL, com o objetivo terapêutico e em função da resposta do doente. A dose inicial habitual é de 10 mg em toma única diária. O ajuste posológico deve ser feito em intervalos mínimos de 4 semanas. A dose máxima é de 80 mg em toma única diária. Utilização pediátrica: Hipercolesterolemia A utilização pediátrica só deve ser determinada por médicos com experiência no tratamento da hiperlipidemia pediátrica e os doentes devem ser reavaliados periodicamente de modo a avaliar o progresso. Para doentes com idade igual ou superior a 10 anos, a dose inicial recomendada de atorvastatina é 10 mg por dia, com titulação até 20 mg por dia. A titulação nos doentes pediátricos deve ser efetuada de acordo com a resposta individual e a tolerabilidade. A informação de segurança para doentes pediátricos tratados com doses superiores a 20 mg, correspondendo a aproximadamente 0,5mg/kg, é limitada. A atorvastatina não está indicada no tratamento de doentes com idade inferior a 10 anos. Cada dose diária de atorvastatina é administrada em toma única e pode ser administrada em qualquer altura do dia com ou sem alimentos. Consultar o RCM para mais informações relativamente a posologia. CONTRAINDICAÇÕES Está contraindicado em doentes com hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes do medicamento, com doença hepática ativa ou em caso de elevação persistente e inexplicável das transaminases séricas, mais de 3 vezes o limite superior normal, com miopatia, na gravidez, durante o aleitamento e em mulheres em idade fértil que não usam métodos contracetivos adequados EFEITOS INDESEJÁVEIS Efeitos indesejáveis frequentes: nasofaringite, reações alérgicas, hiperglicemia, cefaleias, obstipação, flatulência, dispepsia, náuseas, diarreia, mialgia, artralgia, dor nas extremidades, espasmos musculares, inchaço dos tornozelos, dorsalgia, dor faringolaríngea, epistaxis, valores da função hepática alterados, aumento dos níveis sanguíneos da creatina quinase. Pouco frequentes: hipoglicemia, aumento de peso, anorexia, pesadelos, insónias, tonturas, parestesias, hipoestesia, disgeusia, amnésia, visão turva, acufenos, vómitos, dor abdominal superior e inferior, eructação, pancreatite, hepatite, urticária, erupção cutânea, prurido, alopécia, dor cervical, fadiga muscular, mal-estar, astenia, dor torácica, edema periférico, fadiga, pirexia, presença de leucócitos na urina. Raros: trombocitopenia, neuropatia periférica, distúrbios visuais, colestase, edema angioneurótico, dermatite bolhosa incluindo eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica, miopatia, miosite, rabdomiólise, tendinopatia, por vezes complicada devido a rutura. Muito raros: anafilaxia, perda de audição, insuficiência hepática, ginecomastia. Tal como com outros inibidores da reductase da HMG-CoA, registaram-se aumentos das transaminases séricas em doentes medicados com Zarator. Estas alterações foram geralmente ligeiras e transitórias e não obrigaram à interrupção do tratamento. População pediátrica A base de dados de segurança clínica inclui dados de segurança de 249 doentes pediátricos que receberam atorvastatina, entre os quais 7 doentes com idade inferior a 6 anos, 14 doentes no intervalo dos 6 aos 9 anos de idade e 228 doentes com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos. Os efeitos adversos mais frequentes foram: cefaleias, dor abdominal, aumento da alanina aminotransferase, aumento da creatina fosfoquinase. Com base nos dados disponíveis é expectável que a frequência, tipo e gravidade das reações adversas em crianças sejam as mesmas que as observadas nos adultos. Atualmente, a experiência relativa à segurança a longo prazo na população pediátrica, é limitada. Foram notificados os seguintes acontecimentos adversos com algumas estatinas: disfunção sexual, depressão, casos esporádicos de doença pulmonar intersticial, especialmente com terapêutica de longa duração, diabetes mellitus: a frequência dependerá da presença ou ausência de fatores de risco (glicemia em jejum ≥ 5,6 mmol/l, IMC>30kg/m2, triglicéridos aumentados, história de hipertensão). Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P. DATA DE REVISÃO Novembro de 2013. Medicamento sujeito a receita médica. Escalão de comparticipação C. Para mais informações deverá contactar o titular da A.I.M.
Laboratórios Pfizer, Lda. Sociedade Comercial por Quotas . Lagoas Park, Edifício 10 . 2740-271 Porto Salvo, Portugal NIPC/Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cascais sob o nº 500 162 166 . Capital Social 7.346.687,82 Euros 0NORV1407003
48 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
2014
GRUPO DE ESTUDO DOENÇAS VALVULARES
GRUPO DE ESTUDO DE ECOCARDIOGRAFIA
ANO DE FORMAÇÃO 2009
ANO DE FORMAÇÃO 1989
COORDENADORA Dr.ª Cristina Gavina
COORDENADORA Dr.ª Ana Galrinho
VOGAIS Dr.ª Alexandra Gonçalves Dr. Rui Rodrigues
VOGAIS Dr.ª Marisa Trabulo Dr.ª Isabel Eugénia Quelhas
NÚMERO DE MEMBROS 55
NÚMERO DE MEMBROS 317
INICIATIVAS > Desenvolver diversas vertentes para a promoção da boa prática médica, com o apoio e a divulgação das recomendações e consensos internacionais estabelecidos;
PROJETOS POR REALIZAR > Gostaríamos de fomentar um intercâmbio imagiológico entre os diversos hospitais distritais e centrais, o que poderia ser de grande utilidade nos casos de imagens e exames ecocardiográficos de difícil interpretação;
> Divulgar registos nacionais atualizados na área da doença valvular;
> Alcançar maior projeção a nível da Europa, conseguida por maior número de trabalhos a nível de EuroEcho e outras reuniões; participação da ecocardiografia portuguesa em registos internacionais.
> Promover estreita colaboração científica com a SPC, nomeadamente na organização e participação nos congressos anuais ou noutras reuniões patrocinadas pela SPC.
GRUPO DE ESTUDO DE FISIOPATOLOGIA DO ESFORÇO E REABILITAÇÃO CARDÍACA INICIATIVAS > Reunião anual com objetivo de atualizar os conhecimentos e as técnicas relacionadas com o exercício e a reabilitação cardíaca (RC); > Inquérito aplicado a todos os centros com Programas de Reabilitação Cardíaca do país, em que tentamos determinar quantos centros e quais estão habilitados para RC. Este inquérito decorre de quatro em quatro anos, tendo-se verificado que há um aumento significativo do número de centros distribuídos em Portugal;
ANO DE FORMAÇÃO 1981 COORDENADORA Dr.ª Ana Abreu VOGAIS Dr.ª Conceição Silveira Dr.ª Marlene Fonseca NÚMERO DE MEMBROS 101
> Estratégias de promoção de prevenção secundária, reabilitação secundária, treino de exercício; > Aproximação à população em geral e a outros profissionais de saúde, como um projeto nas escolas primárias e secundárias (“De pais para filhos”), em que, através de um ensino aos alunos, pretendemos influenciar os comportamentos e o estilo de vida dos pais e o programa anual de exercício e dança no parque, com doentes, profissionais de saúde e população; > Projetos de colaboração com a Sociedade Brasileira de Cardiologia: a partir de um manual da SPC de RC, pretendemos avançar para a redação de um livro mais profundo e mais elaborado; > Redação de um suplemento conjunto da Revista Portuguesa de Cardiologia e dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia respeitante a treino de exercício; > Realização de um filme sobre Prevenção Secundária e Reabilitação Cardíaca para ensino a doentes e população em geral.
49 SOCIEDADE PORTUGUESA DE
1949
CARDIOLOGIA
GRUPO DE ESTUDO DE HIPERTENSÃO PULMONAR
2014
GRUPO DE ESTUDO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA INICIATIVAS -> Criação de rede de investigação em insuficiência cardíaca > Elaboração de material de divulgação para o público, doentes e cuidadores, acerca da importância da IC, seu tratamento e prevenção;
ANO DA COMISSÃO “INSTALADORA” 2001
> Divulgação da problemática da insuficiência cardíaca, sobretudo, durante os dias da insuficiência cardíaca, uma iniciativa organizada em conjunto com a Sociedade Europeia de Cardiologia. O GEIC da SPC ganhou, em 2012 e 2014, um dos prémios da SPC pela organização deste evento;
ANO DE FORMAÇÃO 1995 COORDENADORA Dr.ª Brenda Moura
ANO DE FORMAÇÃO 2003
SECRETÁRIAS Dr.ª Marisa Peres Dr.ª Filipa Canário Almeida
COORDENADORA Prof.ª Doutora Maria João Baptista
NÚMERO DE MEMBROS 216
VOGAIS Dr.ª Otília Ferreira Simões Dr. Rui Baptista
> Criação de uma página de Facebook – “Insuficiência cardíaca em Portugal” - com o objetivo de divulgação para o público, mas também para profissionais de saúde, com artigos médicos relevantes na área, notificação de reuniões; > Realização de reuniões com a Medicina Geral e Familiar sobre diagnóstico e tratamento de insuficiência cardíaca;
NÚMERO DE MEMBROS 32
> Colaboração com a Dr.ª Cândida Fonseca, no sentido de levar a cabo um registo Português de Insuficiência Cardíaca.
GRUPO DE ESTUDO DE RISCO CARDIOVASCULAR INICIATIVAS > Dar suporte científico a ações de prevenção do Risco Cardiovascular junto da comunidade; ANO DE FORMAÇÃO 2005
> Divulgar temas técnicos e científicos relacionados com o Risco Cardiovascular, junto da comunidade científica médica e dos investigadores das ciências básicas;
COORDENADOR Prof. Doutor Roberto Palma dos Reis
> Colaborar na elaboração do Programa Científico do Congresso Português de Cardiologia;
VOGAIS Dr. João Pereira Coutinho Dr. Domingos Ramos NÚMERO DE MEMBROS 74
> Participar em várias reuniões Científicas na promoção correcta abordagem e controlo do risco cardiovascular, nomeadamente: > Congresso Português de Cardiologia; > Coração ao Centro (Coimbra); > Congresso Português de Pneumologia, Sessão Conjunta da SPC / Sociedade Portuguesa de Pneumologia (Algarve); > Reunião da Sociedade Portuguesa de AVC; > Abordar as indicações terapêuticas de prevenção secundária ou terciária dos doentes vasculares na área da Medicina Geral e Familiar.
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GRUPO DE ESTUDO TROMBOSE E PLAQUETAS ANO DE FORMAÇÃO 1989 COORDENADOR ACTUAL Dr. Carlos Aguiar VOGAIS Dr. Daniel Ferreira Dr. José Ferreira Santos NÚMERO DE MEMBROS 104
NÚCLEO DE ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA
ANO DE FORMAÇÃO 2001 COORDENADORA Enf. ª Sofia Nunes VOGAIS Enf. Carlos André Enf.ª Mafalda Selas Enf.ª Teresa Pires NÚMERO DE MEMBROS 24 INICIATIVAS > Desenvolver um projeto de investigação multicêntrico nacional; > Colaborar com a Associación Española de Enfermería en Cardiología na tradução do Manual de Reabilitação Cardíaca dirigido a enfermeiros; > Colaboração em projeto de divulgação e formação dos enfermeiros sobre as guidelines internacionais em parceria com o Council on Cardiovascular Nursing and Allied Professions.
INICIATIVAS PARA O BIÉNIO 2013-2015 > Desenvolver um registo snapshot da Fibrilhação Auricular (FA) para caracterizar o perfil clínico e os riscos tromboembólico e hemorrágico dos doentes com FA em Portugal continental > Estreitar relações com o Working Group on Thrombosis da European Society of Cardiology > Realizar novas edições do Curso de Anticoagulação Oral na FA da SPC para médicos de Medicina Geral e Familiar.
NÚCLEO DE NUTRIÇÃO EM CARDIOLOGIA
ANO DE FORMAÇÃO 2007 COORDENADORA Prof.ª Doutora Andreia Matos Oliveira VOGAIS Dr.ª Ana Cristina Santo Dr.ª Analiza M. Silva Dr. Bruno Sousa Dr.ª Carla Moura Pereira NÚMERO DE MEMBROS 16 INICIATIVAS > Criar sinergias entre profissionais de saúde, nomeadamente através do intercâmbio de conhecimento e experiências com os Grupos de Estudo da SPC, bem como com grupos nacionais e estrangeiros congéneres; > Promover atividades científicas, de âmbito nacional e internacional, tais como a colaboração ativa com a Revista Fatores de Risco e com a Revista Portuguesa de Cardiologia e a participação regular no programa científico do Congresso Português de Cardiologia; > Criar a investigação científica na área da Nutrição e da Atividade Física em Cardiologia e a respetiva publicação científica dos resultados, bem como a publicação de materiais de informação e divulgação.
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NÚCLEO DE TÉCNICOS EM CARDIOLOGIA ANO DE FORMAÇÃO 2001 COORDENADOR Tec.º Nelson Ribeiro VOGAIS Tec.ª Liliana Lopes Tec.º Paulo Costa Tec.ª Mónica Pinho
INICIATIVAS > Estimular o desenvolvimento de projetos de investigação na área das Tecnologias da Saúde em Cardiologia; > Promover a publicação de artigos científicos na Revista Portuguesa de Cardiologia; > Desenvolver reuniões, com sessões teóricopráticas e discussão de casos clínicos, em colaboração com a SPC, nas distintas áreas da Cardiopneumologia.
NÚMERO DE MEMBROS 50
ÓRGÃOS SOCIAIS DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA - BIÉNIO 2013/2015 ASSEMBLEIA-GERAL
DIREÇÃO
PRESIDENTE Prof. Doutor Filipe Macedo
PRESIDENTE Prof. Doutor José Silva Cardoso
VOGAL Dr.ª Aurora Andrade
VICE-PRESIDENTE DO NORTE Dr. José Ribeiro
SUPLENTES Dr. António Freitas Dr. Jorge Mimoso
VICE-PRESIDENTE DO CENTRO Dr.ª Maria da Graça Castro VICE-PRESIDENTE DO SUL Prof.ª Doutora Dulce Brito SECRETÁRIA-GERAL Dr.ª Susana Robalo Martins
CONSELHO FISCAL SECRETÁRIO-ADJUNTO DO CENTRO Dr. Rui Pires SECRETÁRIA-ADJUNTA DO SUL Dr.ª Maria José Loureiro
PRESIDENTE Dr. Luís Oliveira VOGAIS Dr. Victor Sanfins Prof. Doutora Maria João Vidigal Ferreira
PRESIDENTE-ELEITO Dr. Miguel Mendes
TESOUREIRA Dr.ª Luísa Moura Branco
DELEGADO NA MADEIRA Dr. Décio Pereira
SECRETÁRIA-ADJUNTA DO NORTE Dr.ª Cristina Cruz
DELEGADO NOS AÇORES Dr. Dinis Martins
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PRETENDEMOS ACOMPANHAR SEMPRE QUE POSSÍVEL E NECESSÁRIO O PERCURSO DA SPC
ENG. JOÃO ALMEIDA LOPES
DIRETOR-GERAL DA MEDINFAR
Na perspetiva da Medinfar, aliás coincidente com a da indústria farmacêutica em geral, consideramos terem havido no decorrer dos já longos 65 anos de existência da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) importantes avanços na área da Cardiologia, nomeadamente ao nível de inovações terapêuticas. A Medinfar, que vai completar 50 anos em 2020, tem, ao longo destes anos, não só acompanhado esta evolução como também tem introduzido novos fármacos inovadores para as diferentes áreas da Cardiologia, como a hipertensão e a síndrome metabólica, entre outras. A colaboração com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) é de longa data, com especial relevo no apoio ao conhecimento dos novos medicamentos introduzidos no mercado, no acompanhamento da evolução da SPC, e no apoio a diversas iniciativas promovidas pela Sociedade, nomeadamente congressos, outras reuniões científicas e ações de formação organizados pela SPC e dirigidos a internos da especialidade e especialistas em Cardiologia. Continua a existir um enorme investimento por parte da Indústria Farmacêutica na investigação e no desenvolvimento farmacêutico. Todavia, hoje em dia, os requisitos para a introdução de novos fármacos são muito mais elevados e exigentes do que eram no passado, o que pode conduzir a uma perceção – errada – de que a indústria farmacêutica tenha
A colaboração com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) é de longa data, com especial relevo no apoio ao conhecimento dos novos medicamentos introduzidos no mercado
desinvestido. Ainda assim, temos assistido a inúmeros lançamentos de ferramentas terapêuticas, não tão rápida ou periodicamente como gostaríamos, mas que demonstram claramente que continuam a haver investimentos avultados por parte da Indústria. Atualmente, não participamos em nenhum desenvolvimento ao nível de novas moléculas. No entanto, nos últimos anos temos apostado no estudo da terapia celular, não apenas desenvolvendo tecnologias de criopreservação das células estaminais, como também no estudo de algumas das suas aplicações. Ainda é prematuro avançar com mais informação, mas posso dizer que temos apoiado diversas iniciativas de investigação de uso terapêutico das células estaminais em algumas doenças do foro cardiovascular. De facto, estamos incomparavelmente melhor do que há 65 anos. Obviamente que, quando nos referimos à saúde humana, é sempre desejável melhorar e fazer mais. Nesse contexto, penso que a sociedade em geral tem de estar recetiva a inovações terapêuticas que possam surgir, assim como a novos meios de diagnóstico. Relativamente à comunidade médica e científica, pensamos que deverá continuar com uma política de proximidade com a população em geral, fomentando a consciencialização para os fatores de risco e para as próprias doenças, para que posteriormente possa haver um trabalho conjunto no sentido de combater as doenças cardiovasculares. Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem de felicitação à SPC pelo excelente trabalho desenvolvido nos últimos 65 anos. Esperamos que a Sociedade prossiga esse seu trabalho por muitos mais anos. A Medinfar pretende acompanhar sempre que possível e necessário o percurso da SPC, que sem dúvida tem tido um papel muito importante na sociedade portuguesa.
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65 ANOS DE ATUALIDADE E FUTURO NA SAÚDE CARDIOVASCULAR
DR. BRUNO WOHLSCHLEGEL
DIRETOR-GERAL DA MERCK
Quando se pensa nos grandes avanços da Cardiologia ao longo destes 65 anos, é inevitável pensar nas enormes transformações socioeconómicas que conduziram, a modificações nos hábitos de alimentação, redução de atividade física e ao aumento do stress. Estas mudanças tiveram implicações nas doenças cardiovasculares que passaram a ser a principal causa de morte no mundo, especialmente no ocidente. Paralelamente, o grande progresso tecnológico veio beneficiar grandemente a Cardiologia, que hoje se encontra mais preparada para enfrentar os desafios representados pela ampla prevalência destas doenças. E a Merck tem acompanhado de perto todas estas alterações, nomeadamente no panorama da saúde em Portugal, onde está presente há mais de 80 anos, durante os quais dedicou uma parte significativa da sua atividade às doenças e doentes cardiovasculares. Desde o inicio dos anos 90 que a Merck tem dedicado parte da sua investigação à area da cardiologia que culminou com o lançamento do Concor que viria a tornar-se líder mundial no tratamento da hipertensão e insuficiência cardíaca, tendo promovido o primeiro grande estudo da utilização dos betabloqueantes no tratamento da IC o CIBIS I , II e III que permitiu colocar este grupo terapêutico na 1.ª linha das guidelines internacionais do tratamento da IC. Nos dias de hoje a Merck tem-se destacado com várias parcerias com e projetos de desen-
Em ano de comemoração dos 65 anos da SPC, fazemos votos que a Sociedade continue o trabalho de excelência que tem realizado na luta contra um dos maiores flagelos a nível mundial
volvimento com o IBET e o IPATIMUP. Já no que diz respeito à relação entre a companhia e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a Merck tem colaborado com a SPC no apoio à educação médica contínua, estando presente nos principais eventos organizados pela SPC, destacando as parcerias com o GEIC na formação em IC para os MGF e na comemoração do dia Europeu da IC no qual a SPC já ganhou dois prémios. Manifestamente, a Merck está em Portugal com o objetivo de querer estar sempre mais presente e servir melhor, na sua parceria com todos os stakeholders da Saúde, desde as Sociedades como a SPC até aos doentes. Perante os ganhos que já foram alcançados em benefício dos doentes cardiovasculares, recordo que na Cardiologia existiram grandes avanços terapêuticos nas principais patologias permitindo em muitos casos tratamentos de excelência, sendo verdade que a indústria nos últimos anos se tem concentrado noutros tipo de patologias onde as opções terapêuticas eram manifestamente insuficientes. A especialização e o foco em produtos cada vez mais dirigidos para doenças específicas não impedem a Merck de continuar a ter uma presença “muito forte” nomeadamente nas doenças cardiovasculares. A área cardiovascular onde a Merck é lider e onde pretendemos continuar a investir. E em ano de comemoração dos 65 anos da SPC, fazemos votos que a Sociedade continue o trabalho de excelência que tem realizado na luta contra um dos maiores flagelos a nível mundial que são as doenças cardiovasculares. A Merck sente-se muito honrada por apoiar e participar ativamente nesta demanda. Parabéns à Sociedade Portuguesa de Cardiologia pelos seus 65 anos de atualidade e futuro na Saúde Cardiovascular.
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PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO SAVIC
DR. DANIEL FERREIRA
PRESIDENTE DA ESCOLA DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR DA SPC
Desde a constituição da Escola de Reanimação Cardiopulmonar da SPC, há uma década, havia o desejo de estreitar laços entre as Sociedades Portuguesa e Brasileira de Cardiologia, através da criação de uma Escola de Ressuscitação Luso-Brasileira. Ao longo dos últimos anos, fomos procurando estabelecer pontos de contacto. Porém, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), no campo da reanimação cardiopulmonar, estava filiada à American Heart Association. Já a SPC é acreditada pelo Conselho Português de Ressuscitação e, por inerência, pelo Conselho Europeu de Ressuscitação. Embora as guidelines sejam comuns, os métodos de ensino eram distintos, algo que acabou por distanciar, parcialmente, ambas as sociedades científicas. Em 2013, a atual direcção da SPC participou na concretização de um projeto diferente e único no mundo. Esta iniciativa, implementada por três colegas cardiologistas que exercem atividade no Estado de São Paulo, dá pelo nome de Curso de Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca (SAVIC) e destina-se a cardiologistas, internistas e outras especialidades médicas que abordam a insuficiência cardíaca aguda. Este curso conta com um formador para cada seis formandos; durante sete horas, são abordadas metodologias de atuação prática nas várias fases do internamento por insuficiência cardíaca: estação inicial (fase aguda insuficiência cardíaca, em ambiente de urgência e emergência); estação intermédia (ao longo do internamento nas enfermarias); estação tardia (preparação para a alta). Este curso alcançou um enorme sucesso em São Paulo, ao ponto de a SOCESP (Sociedade de
A SBC decidiu internacionalizar o curso, com a intenção de o trazer para a Europa e, assim, escolheu a SPC como parceiro desta internacionalização
Cardiologia do Estado de São Paulo) adoptar o curso como uma das suas iniciativas, tendo o mesmo sido generalizado, mais tarde, para todo o território brasileiro. A SBC decidiu internacionalizar o curso, com a intenção de o trazer para a Europa e, assim, escolheu a SPC como parceiro desta internacionalização. A atual direção recebeu o convite para esta parceria e, no âmbito deste protocolo de colaboração, em 2014, realizámos o primeiro curso, integrado no XXXV Congresso Português de Cardiologia, que permitiu o treino de 25 profissionais de saúde. Desde então, já foram organizados quatro cursos em Portugal, frequentados por mais de 100 médicos portugueses. Até ao momento, já houve cursos autónomos (sem a colaboração de especialistas brasileiros), numa pós-graduação de Medicina do doente crítico, em Vila Nova de Gaia. No próximo Congresso Português de Cardiologia, tentaremos convidar vários profissionais europeus a avaliarem o SAVIC em Portugal, num curso realizado em conjunto com a SBC e que será conduzido em inglês, sendo esta a língua oficial. A colaboração entre as duas sociedades é um marco histórico e ganha, agora, uma maior expressão com o interesse manifestado pela ESC, que demonstrou vontade em abraçar este projeto.
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A RELEVÂNCIA DA FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA DA SPC A formação é uma temática que se afirma como um dos grandes pilares estatutários da SPC. A este nível, a SPC tem demonstrado um elevado dinamismo, ao longo dos últimos anos, continuando a atribuir bolsas, prémios e subsídios para fomentar a investigação. Paralelamente, a SPC tem conduzido, sempre com imenso afinco, as publicações, concretamente, a “Revista Portuguesa de Cardiologia” e a revista “Factores de Risco”. Mas a atividade de uma Sociedade científica não se esgota neste trabalho. A SPC também participa na elaboração/tradução de guidelines, protocolos e livros, além da publicação de conteúdos formativos online, através da CardioTV. Porém, a SPC é – e deve continuar a ser – um parceiro na educação continuada e na formação pós-graduada que, no nosso país, está associada à Ordem dos Médicos e permanece ainda na dependência do ministério da Saúde e das entidades formadoras, concretamente, os hospitais.
das conjuntamente e 45% destas ações de formação tiveram lugar nas instalações da SPC. A SPC não é uma sociedade hermética e, tendo em conta este aspeto, tem estabelecido e alargado relações com outras sociedades, particularmente com a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). No âmbito da formação, a SPC tem tido uma participação significativa quer na plataforma e-learning ESCeL, um projeto da ESC coordenado por um português (Prof. Doutor Lino Gonçalves), quer por intermédio da colaboração e definição de parâmetros de avaliação no exame de cardiologista europeu.
Ao longo dos últimos anos, a SPC tem mostrado elevada capacidade de resposta às exigências em termos das necessidades de formação dos profissionais na área da saúde cardiovascular
DESAFIOS E PARCERIAS DA SPC Em tempos de crise também surgem oportunidades e, neste aspeto, a SPC tem conseguido imprimir um grande dinamismo através da realização de cursos de formação, workshops, reuniões dos órgãos especializados, nomeadamente, as associações (APAPE e APIC), Grupos de Estudo (GE) e Núcleos. Nessas ações de formação tem sido seguido um caminho de otimização de recursos, sendo que, no último ano, 40% das reuniões dos GE e Associações foram promovi-
NOVAS APOSTAS DA SPC A partir deste ano, as reuniões da SPC passaram a ser acreditadas, como meio de garantir às ações de formação um valor acrescentado ao dispor dos profissionais de saúde mais qualificados. Ainda no campo da formação, a direção SPC tem alargado a sua ação a outros alvos, através da iniciativa “Loja do Coração”, levada a cabo no ano passado e que pretendeu veicular informação pedagógica e formativa na área da saúde cardiovascular dirigida à população. Outros projetos em curso (ou já finalizados) são também um bom exemplo, nomeadamente, a formação de alunos na Faculdade de Medicina do Porto, uma iniciativa da sede Norte da SPC, em que foram desenvolvidas metodologias de rastreio do risco cardiovascular, com vista à
DR. JOSÉ RIBEIRO
VICE-PRESIDENTE DA SPC (NORTE) COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA DA SPC
implementação de projetos dirigidos especificamente à população. Recentemente a direção da SPC criou a Escola de Formação Pós-Graduada em Medicina Cardiovascular (EFPGMC), um projeto semiprofissionalizado na área da formação pós-graduada, bem balizado e com um regulamento próprio, de modo a incorporar projetos com caráter prático, destinado a grupos específicos de profissionais de saúde. Nesta fase a EFPGMC integra um curso de formação em Medicina Cardiovascular, dirigido à Indústria Farmacêutica, um curso de ecocardiografia para não-cardiologistas, além do curso de Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca (SAVIC), um projeto de âmbito luso-brasileiro.
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COM A SPC AO SERVIÇO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM PORTUGAL
DR. JOSÉ REDONDO
DIRETOR-GERAL BIAL PORTUGAL
Em 1993, Bial delineou e iniciou a implementação do seu projeto de I&D, que tinha como objetivo final obter novos medicamentos, baseados em novas identidades químicas que acrescentassem valor terapêutico aos pacientes e contribuíssem para uma melhor saúde e qualidade de vida das pessoas. Uma das primeiras decisões, de natureza estrutural e com impacto a longo prazo, foi definir as áreas terapêuticas prioritárias onde iria incidir a nossa atividade de investigação. Após análise profunda, com apoio de consultores norte-americanos, foram eleitas duas áreas prioritárias: a das neurociências e a cardiovascular. As razões foram múltiplas, mas, essencialmente, eram áreas terapêuticas em que se previa um forte aumento da prevalência de patologias diversas e havia necessidade de melhorar as soluções terapêuticas medicamentosas ao dispor dos médicos. As razões para essas previsões eram estruturais, associadas à mudança dos estilos de vida, incluindo alimentação e atividade profissional, e ao aumento expectável da esperança de vida. Infelizmente, têm-se revelado subavaliadas as estimativas realizadas na época sobre a evolução das patologias cardiovasculares e neurológicas, não obstante a evolução muito positiva, nos últimos 20 anos, do arsenal terapêutico disponível e da melhoria dos cuidados de saúde em geral. Hoje, continuamos a considerar que o investimento no desenvolvimento de novos fármacos na área cardiovascular continua a ser uma prioridade para Bial. O período de investigação é muito grande, os investimentos são especialmente elevados, as dificuldades de natureza química e clínica são elevadas, mas acreditamos que podemos trazer novas e melhores soluções terapêuticas. Na área das neurociências os resultados vieram mais cedo, com a aprovação pela EMA, em 2009, e pela FDA, em 2013, de um novo medicamento para a epilepsia (acetato de eslicarbazepina – comercializado com a marca Zebinix® na Europa e com marca Aptiom® nos EUA e no Canadá), aprovado presentemente em 43 países e comercializado em mais de 20, entre os quais EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Canadá e, naturalmente, Portugal. Em 2016, esperamos ter a aprovação pela EMA de um novo medicamento para a doença de Parkinson (Opicapone®). A médio prazo prevemos ter um novo medicamento aprovado na área cardiovascular. É uma enorme satisfação para os que trabalham na área da saúde, a evolução po-
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, assim como em outros países europeus
sitiva que alguns indicadores têm tido recentemente em Portugal, nomeadamente a redução da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares e do aparelho circulatório. Foram muitas as entidades que contribuíram para tal situação, das quais destacaria o papel da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Agregando médicos, outros profissionais de saúde, investigadores, doentes, indústria farmacêutica e entidades públicas, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia tem conseguido implementar diversas ações com impacto positivo no tratamento e prevenção das doenças cardiovasculares. Bem-haja pelos 65 anos de dedicação, empenho e clarividência nesse desiderato que é melhorar a qualidade de vida dos portugueses. Apesar do já realizado, há muito ainda para fazer. As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, assim como em outros países europeus. Acrescem os custos das incapacidades resultantes dessas doenças – para a sociedade, para as famílias e para os doentes. Bial continuará a prosseguir o seu caminho nessa luta, contribuindo com a apresentação de algumas das melhores soluções terapêuticas disponíveis presentemente no mundo, apoiando ações, de iniciativa própria ou de terceiros, que melhorem o conhecimento dos profissionais de saúde e da sua prática clínica, apoiando iniciativas junto das populações que ajudem a prevenir os acidentes cardiovasculares. A marca Bial Cardiovascular é a expressão dessa vontade, com um grupo de profissionais empenhados em proporcionar excelentes soluções terapêuticas, seguras e eficazes, em contribuir para materializar as diversas iniciativas que, felizmente, se desenvolvem por todo o País. É justo salientar o papel da Sociedade Portuguesa de Cardiologia nesse processo, com o seu dinamismo e rigor científico e profissional. Continuamos a ser um parceiro disponível para cooperar e estreitar pontes entre as diversas entidades que se dedicam à saúde cardiovascular, em particular com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, com a qual temos um passado, mas que queremos que seja sobretudo um presente e um futuro. Para finalizar, uma nota sobre o Prémio Bial. Que o Grande Prémio Bial de Medicina, no valor de € 200’000, e o Prémio Bial de Medicina Clínica, no valor de € 100’000, sejam também um incentivo e, simultaneamente, um reconhecimento a todos os que investigam e exerçam atividade clínica, nomeadamente na área cardiovascular. Que possa também contribuir para uma melhor saúde das pessoas.
Copalia® 5 mg/80 mg comprimidos revestidos por película. Copalia® 5 mg/160 mg comprimidos revestidos por película Apresentação: Copalia: amlodipina e valsartan 5 mg/80 mg e 5 mg/160 mg, comprimidos revestidos por película. Indicações/Posologia: Tratamento da hipertensão essencial em doentes adultos cuja pressão arterial não esteja adequadamente controlada com amlodipina ou valsartan em monoterapia. A dose recomendada de Copalia é de um comprimido por dia (5 mg de amlodipina e 80 mg de valsartan ou 5 mg de amlodipina e 160 mg de valsartan). Pode ser tomado com ou sem alimentos. Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a dose máxima recomendada é de 80 mg de valsartan. Contraindicações: Hipersensibilidade às substâncias ativas, aos derivados da di-hidropiridina ou a qualquer um dos excipientes. Afeção hepática grave, cirrose biliar ou colestase. Compromisso renal grave (TFG <30 ml/min/1,73m2) e doentes a fazer diálise. Uso concomitante com aliscireno em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG <60 ml/min/1,73m2). Segundo e terceiro trimestres de gravidez. Hipotensão grave. Choque (incluindo choque cardiogénico). Obstrução do infundíbulo do ventrículo esquerdo (por ex. cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva e grau de estenose aórtica elevado). Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio. Advertências e precauções especiais de utilização: ♦ Risco de hipotensão em doentes com depleção do volume e/ou de sódio. ♦ A medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio, substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio (heparina, etc.) deve ser usada com precaução e com monitorização frequente dos níveis de potássio. ♦ Não estão disponíveis dados sobre a utilização em doentes com estenose da artéria renal unilateral ou bilateral, ou após transplante renal recente. ♦ Deve ser imediatamente interrompido em doentes que desenvolveram angioedema e não deve voltar a ser administrado. ♦ Deve ter-se precaução ao administrar a doentes com afeção hepática ou perturbações obstrutivas das vias biliares. ♦ Recomenda-se a monitorização dos níveis de potássio e da creatinina em caso de compromisso renal moderado. ♦ Doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com valsartan. ♦ Em doentes com insuficiência cardíaca grave cuja função renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina, o tratamento com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e ARA foi associado a oligúria e/ou uremia progressiva e (em casos raros) a insuficiência renal aguda e/ou morte. Foram notificados quadros semelhantes com valsartan. Em doentes com insuficiência cardíaca de etiologia não-isquémica das classes III e IV da NYHA, a amlodipina foi associada a um aumento de notificações de edema pulmonar apesar da ausência de diferença significativa na incidência de agravamento da insuficiência cardíaca, em comparação com o placebo. ♦ Tal como com todos os outros vasodilatadores, deve ter-se um cuidado especial em doentes com estenose das válvulas aórtica ou mitral ou com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. ♦ É necessária precaução na coadministração de antagonistas dos recetores da angiotensina – incluindo valsartan – com outros agentes bloqueadores do sistema renina-angiotensina-aldosterona tais como inibidores da ECA ou aliscireno. ♦ Recomenda-se precaução na condução e manipulação de máquinas. ♦ Os ARAII não devem ser iniciados durante a gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com ARAII seja considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com ARAII deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa. A terapêutica com Copalia não está recomendada durante o aleitamento. ♦ Não está recomendado em doentes com idade inferior a 18 anos. ♦ Em doentes idosos é necessária precaução ao aumentar a posologia. Interações: Os agentes anti-hipertensivos frequentemente usados (ex. bloqueadores alfa, diuréticos) e outros medicamentos que possam provocar efeitos adversos hipotensivos (ex. antidepressivos tricíclicos, bloqueadores alfa para tratamento da hipertrofia benigna da próstata) podem aumentar o efeito anti-hipertensivo da associação. ♦ A administração com toranja ou sumo de toranja não é recomendada pois pode aumentar o efeito de redução da pressão arterial. ♦ A utilização com inibidores fortes ou moderados do CYP3A4 (inibidores das proteases, antifúngicos azóis, macrólidos como a eritromicina ou a claritromicina, verapamil e diltiazem) podem conduzir a um aumento significativo da exposição à amlodipina, que pode ser mais pronunciada nos idosos. Monitorização clínica e ajuste de dose poderão assim, ser necessários. ♦ O uso concomitante de indutores da CYP3A4 (agentes anticonvulsivantes [ex. carbamazepina, fenobarbital, fenitoína, fosfenitoína, primidona], rifampicina, Hypericum perforatum) pode originar concentrações plasmáticas mais baixas de amlodipina. A amlodipina deve ser utilizada com precaução quando administrada simultaneamente com indutores da CYP3A4. ♦ Recomenda-se limitar a dose diária de sinvastatina a 20 mg em doentes a tomar amlodipina. ♦ Devido ao risco de hipercaliemia, é recomendado que a administração concomitante de bloqueadores de canais de cálcio, como a amlodipina, com Dantroleno (perfusão) seja evitada em doentes suscetíveis a hipertermia maligna e na manutenção da hipertermia maligna. ♦ Apesar da falta de experiência sobre o uso concomitante de valsartan e lítio, esta associação não é recomendada. Caso a associação seja necessária está recomendada a monitorização cuidadosa das concentrações séricas de lítio. ♦ Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com AINE pode ocorrer a atenuação do efeito anti-hipertensivo. Adicionalmente, a utilização concomitante de antagonistas da angiotensina II e AINE pode levar a um aumento do risco de degradação da função renal e a um aumento dos níveis plasmáticos de potássio. Assim, é recomendada a monitorização da função renal no início do tratamento, assim como hidratação adequada do doente. ♦ A administração concomitante de inibidores do transportador de captação (rifampicina, ciclosporina) ou transportador de efluxo (ritonavir) pode aumentar a exposição sistémica ao valsartan. Efeitos indesejáveis: Copalia - Reações adversas frequentes: nasofaringite, gripe, hipocalemia, cefaleias, astenia, fadiga, edema facial rubor, afrontamentos, edema, edema periférico, edema depressível. Pouco frequentes: anorexia, hipercalcemia, hiperlipidemia, hiperuricemia, hiponatremia, coordenação anormal, tonturas, tontura postural, parestesia, sonolência, perda de visão, vertigens, palpitações, taquicardia, hipotensão ortostática, tosse, dor faringolaríngea, desconforto abdominal, dor na zona superior do abdómen, obstipação, diarreia, boca seca, náuseas, eritema, erupção cutânea, artralgia, dor nas costas, edema das articulações. Edema periférico, um efeito secundário reconhecido para a amlodipina, foi normalmente observado com menor incidência em doentes que receberam a associação amlodipina/valsartan do que nos que receberam amlodipina isoladamente. Amlodipina - Reações adversas frequentes: cefaleias, sonolência, tonturas, palpitações, rubor, desconforto abdominal, dor na zona superior do abdómen, náuseas, edema dos tornozelos, fadiga, edema. Pouco frequentes: depressão, insónia/perturbações do sono, alterações de humor, disgeusia, parestesia, síncope, tremor, hipoestesia, perturbações da visão, perda de visão, acufenos, hipotensão, dispneia, rinite, mau hálito, diarreia, boca seca, vómitos, dispepsia, alopécia, púrpura, erupção cutânea, descoloração da pele, hiperhidrose, reação de fotossensibilidade, prurido, exantema, artralgia, dor nas costas, espasmos musculares, mialgia, perturbações da micção, noctúria, polaquiúria, impotência, ginecomastia, astenia, desconforto, mal-estar, dor no peito não cardíaca, dor, aumento de peso, perda de peso. Valsartan – Reações adversas pouco frequentes: vertigens, tosse, desconforto abdominal, dor na zona superior do abdómen, fadiga. Apresentação e comparticipação: Copalia 5 mg/80 mg - Cx. 14; Cx. 56; Copalia 5 mg/160 mg Cx. 56. Regime de comparticipação: Escalão B. Regime Geral (69%), Regime Especial (84%). Sob licença Novartis. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da AIM: Bialport – Produtos Farmacêuticos, S.A. - À Av. da Siderurgia Nacional - 4745-457 S. Mamede do Coronado - Portugal. Capital Social €50.000 - Sociedade Anónima - Matrícula Nº 504 404 512 - Conservatória do Registo Comercial da Trofa - NIPC 504 404 512 - www.bial.com - info@bial.com. Medicamento sujeito a receita médica. COP_RCM_201307_V8. DIDSAM130911
CO/OUT13/069
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APÓS OITO ANOS DE EXISTÊNCIA
O NOVO CICLO NA VIDA DA REVISTA FACTORES DE RISCO
DR .A TERESA MOTA
EDITORA-PRINCIPAL DA REVISTA FACTORES DE RISCO
O Prof. Doutor Carlos Perdigão – ao fim de oito anos (é o período máximo determinado no regulamento da Revista para duração do mandato) – deixou a pasta de editor-principal, um cargo para o qual fui convidada pela direção da SPC. A entrar no nono ano de existência, a Revista inaugura assim um novo ciclo. Apostamos muito no formato digital de livre acesso online e introduzimos uma mudança de design e formato, com uma dimensão mais pequena e também mais adaptável a qualquer ecrã de computador. A utilização das novas tecnologias permite-nos chegar mais longe e a leitura online está a captar novos públicos e mais leitores. Nos últimos meses, introduzimos a opção por edições temáticas. Neste sentido, tentamos obter a colaboração de outras especialidades na reflexão de grandes temas que interessam à Cardiologia. No fundo, tentamos congregar (trimestralmente), em cada número, vários contributos, num esforço de multidisciplinaridade em torno de um tema concreto.
A direção da SPC segue esta orientação estratégica e a Revista Factores de Risco está alinhada com uma política de cooperação efetiva
MAIS LEVE E APELATIVA
A Revista Factores de Risco nasceu há oito anos, pelas mãos do Prof. Doutor Carlos Perdigão, o primeiro editor, que permaneceu neste cargo até ao ano passado. Desde o seu início, a Revista Factores de Risco, que recebeu o apoio do Grupo de Estudos de Risco Cardiovascular, procurou dar especial destaque às questões relacionadas com a prevenção cardiovascular. Ao longo destes oito anos cumpriu sempre muito bem o seu papel enquanto veículo de comunicação interpares, já que é distribuída aos sócios da SPC.
fica ou uma associação, que, de algum modo, tenha um ação proeminente no tema que está a ser tratado naquele momento. Através desta metodologia de cooperação, tentamos estabelecer pontes com as diversas entidades e, ainda, enriquecermos os conteúdos da revista com um olhar verdadeiramente interdisciplinar. Em comparação com a Revista Portuguesa de Cardiologia (com vocação para a publicação de artigos originais de investigação), a Revista Factores de Risco enquadra-se mais numa tipologia de artigos originais de revisão e atualização e destina-se a cardiologistas e outros profissionais de saúde, nomeadamente, especialistas em Medicina Geral e Familiar e outras especialidades médicas, enfermeiros nutricionistas, psicólogos, especialistas de exercício, etc. e de uma forma geral a todas as pessoas que se interessem, de uma forma mais aprofundada, pela prevenção cardiovascular. Neste momento, a Revista Factores de Risco – além do apoio do Grupo de Estudos de Risco Cardiovascular – passou a ter também o apoio do Grupo de Estudos de Fisiopatologia de Esforço e Reabilitação Cardíaca da SPC e, ainda, do Núcleo de Nutrição em Cardiologia. Para além da editora principal a responsabilidade é assegurada pelos dois editores associados, o Dr. Sérgio Bravo Baptista e a Prof.ª Doutora Andreia Oliveira, também coordenadora do Núcleo de Nutrição em Cardiologia. É a primeira vez que um especialista não médico integra os órgãos de direção da revista. No fundo, procuramos envolver profissionais nas mais variadas áreas nesta luta comum – a prevenção das doenças cardiovasculares.
Embora não seja descurado o caráter científico, os textos possuem uma linguagem acessível a qualquer público, inclusivamente, a leitores não-médicos. Também por isso cuidamos as ilustrações e o aspeto gráfico que tornam a leitura mais leve a apelativa. O livre acesso online e a procura de parcerias ajudam-nos a seguir a nossa linha editorial. A direção da SPC segue esta orientação estratégica e a Revista Factores de Risco está alinhada com uma política de cooperação efetiva. Por esta razão, em cada edição tentamos ter um novo parceiro, seja uma sociedade cientí-
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REMODELAÇÃO DO PORTAL DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA Na era da informação e do conhecimento, os sistemas de informação são cruciais como recurso estratégico e como meio de comunicação de qualquer sociedade científica. Os sistemas de informação têm sido, por isso, uma das prioridades das sucessivas direcções da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) desde 2005. O “diagnóstico” realizado durante o biénio 2011-2013 identificou a necessidade de uma transformação importante ao nível da carteira de serviços, desempenho e processos de gestão dos sistemas de informação. Na perseguição desse objectivo, a actual direcção definiu como prioridade a remodelação do seu Portal. Entende a actual direcção da SPC que é chegado o momento de implementar um sistema de informação, capaz de dar resposta às novas e exigentes responsabilidades que se lhe colocam, necessariamente alinhado com a estratégia presente e futura da SPC e dando cumprimento à missão definida nos seus estatutos. A construção de um novo portal pretende dotar esta sociedade de um sistema com elevado desempenho, ultrapassando as limitações do actual portal, e capaz de responder a todas as necessidades da SPC, quer sejam estratégicas, operacionais ou de suporte. Um sistema que se pretende flexível e capaz
de evoluir com a dinâmica dos dias de hoje, ou seja, preparado para a mudança que se prevê contínua, com a obrigatória introdução de novos processos de trabalho. Um sistema preparado para crescer à medida das necessidades da organização, dando resposta ao seu crescimento quando necessário. O conjunto de iniciativas que virão a constituir o novo Portal permitirão à SPC não só cobrir eventuais falhas da solução actual, mas essencialmente concretizar um salto na matu�������������������� ridade dos seus sistemas de informação, um dos pilares de intervenção estratégica assumidos pela actual e anterior direcções.
A construção de um novo portal pretende dotar esta sociedade de um sistema com elevado desempenho, ultrapassando as limitações do actual portal, e capaz de responder a todas as necessidades da SPC
*Este texto foi redigido segundo as regras anteriores ao Acordo Ortográfico
DR. A MARIA JOSÉ LOUREIRO
WEB-EDITOR DO PORTAL DA SPC
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65 ANOS DE EXCELÊNCIA AO SERVIÇO DO DOENTE CARDIOVASCULAR
DR. JOSÉ ALBINO MENDES DIRETOR-GERAL SERVIER
Assinala-se este ano o 65.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e é com enorme prazer que, em nome da Servier Portugal, envio os Parabéns às Direções da Sociedade Portuguesa de Cardiologia que se foram sucedendo ao longo dos anos e agora, em particular, para a Direção do Sr. Professor Doutor José Silva Cardoso. Congratulamos a Sociedade Portuguesa de Cardiologia por 65 anos de grandes sucessos a promover o desenvolvimento da Cardiologia portuguesa através da formação contínua, do estímulo à investigação e prevenção das doenças cardiovasculares, dos fóruns de discussão e da organização de reuniões científicas de enorme rigor e interesse clínico. Como responsável pela Servier Portugal, tem sido um prazer colaborar, apoiar e acompanhar a evolução da Cardiologia Portuguesa ao longo dos anos, uma sociedade científica de referência naquilo que é mais fundamental, a evolução e divulgação do conhecimento de excelência e a sua tradução na prática médica transmitida nos diversos eventos científicos dinamizados pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia. O Congresso Português de Cardiologia, um evento que tem vindo a caracterizar-se, ano após ano, por uma notoriedade científica ímpar na área da Cardiologia, quer pela qualidade dos palestrantes portugueses e internacionais, quer por ser um ícone da exposição do trabalho dos cardiologistas portugueses na sua prática e na sua capacidade de investigar, tornou-se no maior Congresso da actualidade em Portugal. Este é um exemplo do sucesso da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, alicerçada num grande empenho das comissões organizadoras envolvidas na preparação de cada edição. A Servier Portugal, associou-se desde cedo à Sociedade Portuguesa de Cardiologia e aos seus objetivos com os quais nos identificamos plenamente, já que um dos nossos objetivos fundamentais é contribuir para o progresso da Medicina através da investigação, porque somos não só uma indústria mas também uma organização dedicada à investigação. Tendo a nossa investigação um foco prioritário no desenvolvimento de medicamentos eficazes no tratamento das patologias cardiovasculares, os fóruns
A colaboração estreita com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é para a Servier uma honra e uma oportunidade. Esperamos também que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia continue a identificar a Servier como um parceiro importante para o desenvolvimento das suas atividades
de discussão e as reuniões científicas têm-se revelado ao longo dos anos, eventos de excelência para a apresentação e discussão da melhor aplicação clínica dos medicamentos que investigamos e desenvolvemos. A indapamida, a trimetazidina, o perindopril, a associação do perindopril com a amlodipina e a ivabradina foram objecto de vários simpósios satélite e conferências que, ao longo dos anos, a Servier Portugal teve oportunidade de patrocinar nos diversos eventos científicos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Tem sido o espírito de verdadeira parceria e respeito mútuo que nos tem levado, ano após ano, a apoiar as diversas áreas de actuação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, com o objectivo de contribuir para o progresso do tratamento das doenças cardiovasculares. Apesar das dificuldades da conjuntura económica atual, acreditamos que, na grande maioria dos casos, tratar bem uma doença tem custos inferiores ao seu não tratamento. Isto aplica-se à maioria das doenças cardiovasculares em que desenvolvemos medicamentos, como a hipertensão, a doença coronária e a insuficiência cardíaca. As suas consequências, nomeadamente as suas complicações graves, podem ser hoje evitadas ou minimizadas com medicamentos eficazes. E, apesar dos mesmos terem um custo imediato para o doente e para a sociedade, representam um fator fundamental no progresso científico e humano, constituindo um investimento inestimável na duração e na qualidade de vida dos doentes. Esta convicção motiva-nos a continuar a investigar e a desenvolver medicamentos que respondam a necessidades terapêuticas não satisfeitas, com um enfoque especial nas doenças cardiovasculares. Por tudo isto, a colaboração estreita com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é para a Servier uma honra e uma oportunidade. Esperamos também que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia continue a identificar a Servier como um parceiro importante para o desenvolvimento das suas atividades. Pela nossa parte, reforçamos o interesse e o prazer em nos associarmos aos objetivos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, nos anos vindouros, em prol do desenvolvimento do conhecimento das doenças cardiovasculares, onde a seriedade e a transparência marcam e qualificam esta parceria.
1. Swedberg K, Komajda M, Böhm M, et al. Ivabradine and outcomes in chronic heart failure (SHIFT): a randomised placebo-controlled study. Lancet. 2010;376:875-885. 2. Böhm M, Borer J, Ford I, et al. Heart rate at baseline influences the effect of ivabradine on cardiovascular outcomes in chronic heart failure: analysis from the SHIFT study. Clin Res Cardiol. 2013;102(1):11-22.
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Informações essenciais compatíveis com o Resumo das Características do Medicamento PROCORALAN. Nome do Medicamento: Procoralan 5 mg comprimidos revestidos por película, Procoralan 7,5 mg comprimidos revestidos por película. Composição Qualitativa e Quantitativa: Procoralan 5 mg: Um comprimido revestido por película contém 5 mg de ivabradina. O comprimido pode ser dividido em doses iguais. Procoralan 7,5 mg: Um comprimido revestido por película contém 7,5 mg de ivabradina. Informações Clínicas - Indicações terapêuticas: Tratamento sintomático da angina de peito crónica estável em adultos com doença arterial coronária com ritmo sinusal normal. A Ivabradina é indicada: em adultos com intolerância ou em que seja contra-indicado o uso de beta-bloqueantes ou em combinação com os beta-bloqueantes em doentes controlados inadequadamente com um beta-bloqueante na dose óptima e com uma frequência cardíaca> 60 bpm. Tratamento da insuficiência cardíaca crónica. A Ivabradina está indicada na insuficiência cardíaca crónica classe NYHA II a IV com disfunção sistólica, em doentes com ritmo sinusal e cuja frequência cardíaca é ≥ 75 bpm, em associação com a terapêutica padrão, incluindo terapêutica com bloqueadores beta ou quando a terapêutica com bloqueadores beta está contra-indicada ou não é tolerada. Posologia e modo de administração*: Estão disponíveis comprimidos revestidos por película contendo 5 mg e 7,5 mg de ivabradina. Tratamento da doença arterial coronária: A dose inicial de ivabradina geralmente recomendada é de 5 mg duas vezes por dia. Após três a quatro semanas de tratamento, a dose pode ser aumentada para 7,5 mg duas vezes por dia dependendo da resposta terapêutica. Se, durante o tratamento, a frequência cardíaca diminuir persistentemente abaixo de 50 batimentos por minuto (bpm) em repouso, ou se o doente apresentar sintomas relacionados com bradicardia tais como tonturas, fadiga ou hipotensão, a dose deve ser titulada para baixo incluindo a possibilidade da dose de 2,5 mg duas vezes por dia. O tratamento deve ser descontinuado se a frequência cardíaca inferior a 50 bpm persistir ou se persistirem sintomas de bradicardia. Tratamento da insuficiência cardíaca crónica: O tratamento tem de ser iniciado apenas nos doentes com insuficiência cardíaca estável. Recomenda-se que o médico assistente tenha experiência no tratamento da insuficiência cardíaca crónica. A dose inicial de ivabradina normalmente recomendada é de 5 mg duas vezes ao dia. Após duas semanas de tratamento, a dose pode ser aumentada para 7,5 mg duas vezes ao dia se a frequência cardíaca em repouso está persistentemente acima dos 60 bpm ou diminuir para 2,5 mg duas vezes ao dia (metade do comprimido de 5 mg duas vezes ao dia) se a frequência cardíaca em repouso está persistentemente abaixo dos 50 bpm ou em caso de sintomas relacionados com bradicardia, como sejam tonturas, fadiga ou hipotensão. Se a frequência cardíaca está entre os 50 e 60 bpm, a dose de 5 mg duas vezes ao dia deve ser mantida. Se durante o tratamento, a frequência cardíaca em repouso diminuir persistentemente abaixo dos 50 batimentos por minuto (bpm) ou o doente apresentar sintomas relacionados com bradicardia, a dose deve ser titulada para baixo, de 7,5 mg para 5 mg, ou de 5 mg para 2,5 mg duas vezes por dia. Se a frequência cardíaca aumentar persistentemente acima de 60 batimentos por minuto em repouso, a dose pode ser aumentada para a dose superior mais próxima nos doentes a tomarem 2,5 mg duas vezes ao dia ou 5 mg duas vezes ao dia. O tratamento deve ser descontinuado se a frequência cardíaca se mantiver abaixo dos 50 bpm ou os sintomas de bradicardia persistirem. Contra-indicações: Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes mencionados; Frequência cardíaca em repouso abaixo de 60 batimentos por minuto antes do tratamento; Choque cardiogénico; Enfarte agudo do miocárdio; Hipotensão grave (< 90/50 mmHg); Insuficiência hepática grave; Síndrome do nódulo sinusal; Bloqueio sino-auricular; Insuficiência cardíaca aguda ou instável; Dependência de pacemaker (frequência cardíaca imposta exclusivamente pelo pacemaker); Angina instável; Bloqueio AV de 3º grau; Combinação com fortes inibidores do citocromo P450 3A4, tais como antifúngicos azol (cetoconazol, itraconazol), antibióticos macrolidos (claritromicina, eritromicina oral, josamicina, telitromicina), inibidores da protease do VIH (nelfinavir, ritonavir) e nefazodona, Gravidez e aleitamento. Advertências e precauções especiais de utilização*: Precauções especiais - A ivabradina não é recomendada em doentes com fibrilhação auricular ou outras arritmias cardíacas que interferem com a função do nódulo sinusal, recomenda-se a monitorização clínica regular da ocorrência de fibrilação auricular dos doentes tratados com Ivabradina. Recomenda-se também a monitorização cuidadosa dos doentes insuficientes cardíacos crónicos com deficiências na condução intraventricular; bloqueio AV de 2º grau: a Ivabradina não é recomendada. Baixa frequência cardíaca: o tratamento não pode ser iniciado abaixo dos 60 bpm, se durante o tratamento, a frequência cardíaca em repouso descer persistentemente abaixo dos 50 bpm ou em caso de bradicardia sintomática, a dose deve ser titulada para baixo ou o tratamento deve ser descontinuado, caso os sintomas persistirem; combinação com bloqueadores dos canais do cálcio (ex. verapamilo, diltiazem): não é recomendada; doentes com insuficiência cardíaca crónica em classe IV da NYHA: usar com precaução; AVC: a Ivabradina não é recomendada imediatamente após um AVC; função visual: utilizar com precaução em doentes com retinite pigmentosa. Precauções de utilização - hipotensão: utilizar com precaução; fibrilação auricular – arritmias cardíacas: deve ser considerada cardioversão eléctrica não urgente 24 horas após a última dose de Ivabradina; A utilização de ivabradina deve ser evitada em doentes com síndrome QT congénito ou tratados com medicamentos que prolongam o intervalo QT. A diminuição da frequência cardíaca, como a causada pela ivabradina, pode exacerbar o intervalo QT, o que pode dar origem a arritmias graves, em particular Torsades de Pointes. Doentes hipertensos que requerem modificações do tratamento da pressão arterial: a pressão arterial deve ser monitorizada; excipientes: contem lactose. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção*: Utilização contraindicada: Inibidores potentes do CYP3A4. Utilização não recomendada: Inibidores moderados do CYP3A4 (verapamil, diltiazem), agentes que prolongam o intervalo QT. Utilização com precaução: outros inibidores moderados do CYP3A4, sumo de toranja, indutores do CYP3A4 e diuréticos depletivos de potássio (diuréticos tiazídicos e da ansa): hipocalemia - pode aumentar o risco de arritmias. Como a ivabradina pode causar bradicardia, a combinação de hipocalemia e bradicardia é um fator de predisposição para o aparecimento de arritmias graves, especialmente em doentes com o intervalo QT longo, de origem congénita ou induzido por uma substância. Fertilidade*, gravidez e aleitamento*: A ivabradina está contraindicada durante a gravidez e o aleitamento. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas*: Possível ocorrência de fenómenos luminosos transitórios deve ser tida em conta. Efeitos indesejáveis: Muito frequentes (≥1/10): fenómenos luminosos (fosfenos); Frequentes (≥1/100 a <1/10): cefaleias, geralmente durante o primeiro mês de tratamento, tonturas, visão turva, bradicardia, bloqueio AV de 1º grau (intervalo PQ prolongado no ECG), extra-sístoles ventriculares, Pressão arterial não controlada; Pouco frequentes (≥1/1.000 a <1/100): ECG com o intervalo QT prolongado, eosinofilia, hiperuricemia, angioedema, diplopia, alteração visual, vertigem, palpitações, extra-sístoles supraventriculares, dispneia, náusea, obstipação, diarreia, cãibras musculares, creatinemia elevada, erupção cutânea, síncope/hipotensão/astenia/fadiga, possivelmente relacionadas com bradicardia; Raros (> 1/10.000 a <1/1.000): eritema, prurido, urticária, mal-estar geral, possivelmente relacionado com bradicardia; muito raros (< 1/10.000): Fibrilação auricular, Bloqueio atrioventricular de 2º grau, Bloqueio atrioventricular de 3º grau Síndrome do nó sinoatrial. Sobredosagem*. Propriedades farmacológicas*: A ivabradina é um agente que diminui puramente a frequência cardíaca, atuando através da inibição selectiva e especifica da corrente If do “pacemaker” cardíaco que controla a despolarização diastólica espontânea no nódulo sinusal e regula a frequência cardíaca. Procoralan reduz a frequência cardíaca de forma dose dependente. Apresentações: Embalagens de Procoralan 5 mg de 14 e 56 comprimidos revestidos por película; Embalagens de Procoralan 7,5 mg de 56 comprimidos revestidos por película. Regime de comparticipação: Comparticipado pelo escalão B:RG=69%; RE=84%. Procoralan é um medicamento sujeito a receita médica (MSRM). Para mais informações deverá contactar o representante do titular de AIM: Servier Portugal, Avenida António Augusto Aguiar, 128, 1069-133 Lisboa. Telefone 213122000. *Para uma informação completa, por favor leia, o resumo das características do medicamento.
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AS LIGAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA SPC
DR. A CRISTINA CRUZ
COORDENADORA DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA BIÉNIO 2013-2015
A necessidade de intervir tanto a nível interno, aproximando a direção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) dos seus sócios, bem como a nível externo, junto do público em geral, dos media, da indústria farmacêutica, de dispositivos médicos e dos decisores políticos, tornou imperativo a criação do Departamento de Comunicação. A aposta na eficiência da comunicação entre a SPC e este conjunto de destinatários foi uma bandeira da atual direção desde o primeiro momento, com o objetivo de aumentar a visibilidade da SPC e ajudar na intervenção estratégica na sociedade em geral. A agregação de uma agência de informação, sob a coordenação da Susana Veiga e da sua equipa da HSJ Consultores, Lda., permitiu dinamizar a informação para o público e profissionalizar a relação com os media. Este formato contribuiu decisivamente para um dos lemas da atual direção - a intervenção –, privilegiando a comunicação para o exterior, pois no mundo das novas tecnologias da informação é imperativo adaptar e difundir a informação de uma forma rápida e eficaz. A criação de um Conselho de Peritos da SPC pretendeu estabelecer com os secretariados das Associações Especializadas, Grupos de Estudo e Núcleos, os peritos em cada área da Cardiologia a interagir com os media. O papel da SPC - bem como dos seus presidentes ao longo dos anos - foi materializado num livro com base em entrevistas, distribuído após a sessão solene de homenagem por ocasião do XXXV Congresso Português de Cardiologia, contribuindo para o portefólio histórico da SPC. A capacidade formativa da SPC contribui para a elevada qualidade da medicina cardiovascular em Portugal e é fonte de informação passível de ser difundida pelo Departamento de Comunicação via portal, redes sociais e media, destacando os temas: “Gripe e coração: aposte na prevenção”, alertando para a importân-
O papel da SPC - bem como dos seus presidentes ao longo dos anos - foi materializado num livro com base em entrevistas, distribuído após a sessão solene de homenagem por ocasião do XXXV Congresso Português de Cardiologia
cia da vacina da gripe sazonal como prevenção de complicações na doença cardiovascular, “Fatores de risco, enfarte e AVC”, reforçando a importância da correção dos fatores de risco cardiovascular na prevenção do enfarto do miocárdio e da doença cerebrovascular, “Café e coração: que ligação?”, desmistificando o consumo de café no doente cardíaco, e “Dia Mundial do Coração”, assinalando a data e apostando na prevenção para a redução da morte cardiovascular a nível mundial. Neste contexto, saliento a divulgação da “Health Week”, iniciativa que decorreu no Parlamento Europeu em 2013, com a participação da SPC integrada num grupo-piloto da Sociedade Europeia de Cardiologia, com vista a sensibilizar os eurodeputados para o facto da doença cardiovascular ser a primeira causa de morte na Europa. Esta “cardiopolicy” europeia pretende sensibilizar o poder político para que a atual crise económica não comprometa a continuidade do investimento em campanhas de prevenção, na investigação e no tratamento da doença cardiovascular. Desta forma, o Departamento de Comunicação serve também como meio de sensibilização e de pressão junto dos decisores políticos, e contribui para outro lema da atual direção – a cooperação - com o objetivo de cooperar com a tutela na elaboração e execução de políticas de saúde na área cardiovascular. De referir também o papel do Departamento de Comunicação na divulgação da eleição de portugueses para cargos com relevo ao nível da Cardiologia europeia e internacional, como exemplos o Prof. Doutor Fausto Pinto, atual presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), o Dr. Carlos Aguiar, Councillor da referida Sociedade, o Prof. Doutor Adelino Leite Moreira e o Prof. Doutor Lino Gonçalves, membros do corpo editorial do European Heart Journal. Por último, gostaria de homenagear o secretariado da SPC, pois é um elemento-chave para o funcionamento do Departamento de Comunicação, e testemunhar o desafio constante e o privilégio de pertencer a esta direção da SPC (biénio 2013-2015), podendo assim participar ativamente neste projeto que não esquece o passado, trabalha no presente e olha para o futuro.