Design e paginação da revista ZOOM dedicada a congressos de saúde

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30.as JORNADAS DE CARDIOLOGIA, HTA E DIABETES DE ALMADA Prof. Doutor Manuel Carrageta

Objetivo

Cardiologistas e médicos de MGF de “mãos dadas”

Posição

Há 30 anos a atualizar conhecimentos

MAR 15

Mais e melhores cuidados de saúde

União

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“Há três semanas o meu colesterol era 213. Agora é um valor bem diferente.” Pedro, 47 anos Becel pro.activ tem ajudado milhares de pessoas, por todo mundo a reduzir o colesterol em apenas 3 semanas. Peça o seu kit de redução do colesterol em becel.pt

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A FPC recomenda o consumo de alimentos enriquecidos em esteróis vegetais, no contexto de uma alimentação para redução do colesterol

Colesterol elevado é um fator de risco no desenvolvimento de doenças coronárias. Este produto não se destina a pessoas que não necessitem de controlar os níveis de colesterol no sangue. Consuma à refeição como parte de um regime alimentar equilibrado e variado, que inclua o consumo frequente de frutas e produtos hortícolas para ajudar a manter os níveis de carotenóides. Quantidade ótima de consumo diário de esteróis vegetais = 2 - 2,5g necessária para reduzir o nível de colesterol de 7 a 10% em 2 a 3 semanas. Não consuma mais do que 3g/dia de esteróis vegetais. Certas pessoas têm necessidades alimentares especiais. Grávidas, lactantes, crianças até aos 5 anos e indivíduos sob medicação para baixar o colesterol deverão, por isso, aconselhar-se com o seu médico antes de consumir qualquer produto para redução de colesterol. Este produto é um alimento, não é um medicamento. Para mais informações consulte a embalagem.


4 DR. CARLOS CATARINO Coordenador Editorial Catarina Jerónimo

SAÍMOS TODOS MAIS ENRIQUECIDOS

catarinajeronimo@newsfarma.pt

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DR. CARLOS RABAÇAL

CORAÇÃO E SEXO, O QUE TODO O CLÍNICO PRECISA SABER

Equipa Editorial Andreia Pereira andreiapereira@newsfarma.pt

Cátia Jorge

5 COMO ABORDAR A HIPERTENSÃO ARTERIAL EM SITUAÇÕES ESPECIAS?

catiajorge@newsfarma.pt

Nuno Coimbra

(Fotógrafo)

nuno coimbra@newsfarma.pt

Patrícia Rebelo patriciarebelo@newsfarma.pt

Ricardo Gaudêncio (Fotógrafo) ricardogaudencio@newsfarma.pt

Sofia Filipe sofiafilipe@newsfarma.pt

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Agenda agenda@newsfarma.pt

Diretor Comercial Miguel Ingenerf Afonso miguelafonso@newsfarma.pt

Diretora de Publicidade Conceição Pires conceicaopires@newsfarma.pt

DR. ALBERTO MELLO E SILVA DR. PEDRO MARQUES DA SILVA

DICAS BREVES

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TRÊS ANOS DE EXPERÊNCIA COM O DABIGATRANO

O CAMINHO DA EVIDÊNCIA NO MUNDO REAL

Assessora Comercial Sandra Morais sandramorais@newsfarma.pt

Produção & Design Joana Lopes joanalopes@newsengage.pt

Cátia Tomé catiatome@newsengage.pt

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Diretora de Marketing Ana Branquinho

HÁ 30 ANOS A ATUALIZAR CONHECIMENTOS E A TROCAR EXPERIÊNCIAS EM PROL DOS DOENTES

anabranquinho@newsfarma.pt

Redação e Publicidade Av. Infante D. Henrique, 333 H, 37 1800-282 Lisboa T. 218 504 065 Fax 210 435 935

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Pré-press e impressão RPO Depósito Legal 390665/15 A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que indicada a sua origem (News Farma) e com autorização da Direção. Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores. Publicação isenta de registo na ERC, ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9/06, artigo 12º, número 1A. Edição

ZOOM é uma edição especial da News Farma, dirigida a profissionais de saúde. News Farma é uma marca da Coloquialform, Lda.

DR. JOÃO JÁCOME DE CASTRO

INIBIDORES DE SGLT2 UMA NOVA FORMA DE COMPREENDER E TRATAR A DIABETES

DR. FRANCISCO ARAÚJO

ESTUDOS: O IMPACTO NA PRÁTICA CLÍNICA DA DIABETES DR. JOÃO CARDOSO

DPOC NOVOS DESAFIOS TERAPÊUTICOS

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PRÓXIMAS JORNADAS COM DATA ANUNCIADA

PATROCÍNIOS

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SAÍMOS TODOS MAIS ENRIQUECIDOS OPINIÃO DO DR. CARLOS CATARINO CARDIOLOGISTA, COORDENADOR DAS JORNADAS DE CARDIOLOGIA, HTA E DIABETES DE ALMADA

Mais uma vez, o Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada organizou as Jornadas, que decorreram em Sesimbra de 15 a 17 janeiro de 2015. Como foi definido pelo presidente das Jornadas, o Prof. Doutor Manuel Carrageta, tratou-se de uma reunião de amigos, que connosco têm percorrido estes anos e que sempre comungaram no objetivo principal de Mais e Melhores cuidados de Saúde para a população. Para atingir este desiderato, as Jornadas todos anos se renovam, através de informação científica atualizada e ações formativas de interesse prático. Tratou-se de uma reunião que conglomerou médicos de várias especialidades hospitalares,

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de Saúde Pública, de Medicina do Trabalho e de destacar os médicos de Medicina Geral e Familiar, com um papel crescente de participação e intervenção. Tivemos 721 inscrições, só por si significativo do papel relevante e reconhecido que as Jornadas têm na formação médica. Durante os três dias das Jornadas, tivemos um programa científico de qualidade, onde se fez o balanço dos avanços científicos que ocorreram recentemente, onde tivemos 10 posters científicos em discussão e 9 casos clínicos reais apresentados por médicos de Medicina Geral e Familiar e discutidos em sessão plenária, sendo sem dúvida um ponto alto da reunião.

O sucesso cimentado das Jornadas deve-se, sem dúvida, a esta ligação afetiva e efetiva aos médicos de família, sendo incontestável a sua dimensão como pilar do nosso sistema de saúde. A qualidade das intervenções superaram as expectativas, saímos todos mais enriquecidos no saber, para continuarmos a prestar os melhores cuidados de saúde. A atribuição do Prémio Dr. Mário Moura – uma parceria da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e da Fundação Portuguesa de Cardiologia – ao melhor Caso Clínico, é uma homenagem renovada e merecida a um médico de elevado reconhecimento pelo contributo na afirmação da medicina de proximidade e familiar. As Jornadas, que para além do seu valor científico, têm o condão de aproximar pessoas, que ano após ano marcam presença na reunião, valeram a pena.

01 DR.ª TATIANA FERREIRA INTERNA DO 1.º ANO DE MGF NA USF CASTELO (ACES ARRÁBIDA) “Para nós, que estamos a iniciar a atividade profissional, é importante participar nas Jornadas para termos mais evidência científica. Na Universidade temos muita teoria e é nos eventos como estas Jornadas que temos acesso a uma componente prática. Só desta forma teremos capacidade de tratar os nossos doentes e saber como prevenir certas patologias.”


Algumas situações requerem uma abordagem diferente da hipertensão arterial (HTA). É o caso do doente idoso, quando se verifica disfunção renal e quando há resistência à terapêutica. A hipertensão arterial é diferente no idoso e, segundo o Prof. Doutor Manuel Carrageta, são quatro as razões que fazem com que seja realmente diferente. São sobreviventes e, além disso, muitos são hipertensos há largos anos, alguns têm estenose ateromatosa da

COMO ABORDAR A HIPERTENSÃO ARTERIAL EM SITUAÇÕES ESPECIAIS?

PROF. DOUTOR MANUEL CARRAGETA

EXISTEM DIVERSOS ESTUDOS RELACIONADOS COM A HTA NOS IDOSOS, SENDO QUE ALGUNS INDICAM A IMPORTÂNCIA DA MEDICAÇÃO artéria renal e, por último, a diastólica desce nos muito idosos, disse o responsável pelo Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada. Existem diversos estudos

relacionados com a HTA nos idosos, sendo que alguns indicam a importância da medicação. Várias pesquisas também apontam para uma relação entre a ausência de

tratamento e o aumento de demências como a doença de Alzheimer. Todavia, antes de prescreverem um tratamento, os médicos têm de considerar aspetos como a

polimedicação, a posologia, o estado nutricional, a função renal, o envolvimento dos familiares ou o esquema mais simples para facilitar a aderência. DR. MÁRIO MOURA

DOIS DOS IMPULSIONADORES DISCURSAM NA ABERTURA A Cerimónia de Abertura contou com a intervenção do Prof. Doutor Manuel Carrageta e do Dr. Mário Moura. O “divórcio” entre as especialidades médicas e a MGF motivou a criação das Jornadas de Cardiologia, HTA e Diabetes de Almada. Tentamos comunicar entre nós, para ter como objetivo final forma de melhor tratar nos nossos doentes, mas também aprendermos uns com os outros”, disse o Prof. Doutor Manuel

Carrageta durante a Cerimónia de Abertura, frisando que o evento não é “para os médicos de família mas sim com os médicos de família, ou seja, é organizado em conjunto”. O presidente da Comissão Organizadora mencionou ainda os importantes avanços da Medicina, quer na terapêutica, quer no diagnóstico, e evidenciou reconhecer a “inovação proporcionada pela Indústria Farmacêutica, graças ao seu investimento”.

O Dr. Mário Moura, que crê nunca ter faltado a nenhuma edição, aproveitou esta cerimónia para referir que 70 a 80% dos doentes que vão ao médico de família têm processos relacionados com problemas afetivos, por isso devemos estabelecer laços de empatia. No seu entender, há uma crise da Medicina e dos médicos, em parte, causada pelo exagero de algumas notícias. O médico de família disse, por isso, que “é com

a qualidade que nos defendemos e que deve ser mantida”. Também se referiu à qualidade de formação das Jornadas, especialmente por serem realizadas com os clínicos e não para os clínicos.

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COMO ABORDAR A HIPERTENSÃO ARTERIAL EM SITUAÇÕES ESPECIAIS? DR. JORGE SILVA Portuguesa de Hipertensão, de 2102, a especialista mencionou que “a etiologia da HTA resistente pode ser classificada como causas primárias, causas secundárias e fatores que contribuem para a hipertensão resistente como a idade avançada, a obesidade, a doença renal, a diabetes, entre outros”. Desta forma, “o tratamento

da HTA resistente deve ter uma abordagem e terapêuticas sistemáticas, em que se inclui a medição regular da tensão arterial, a otimização da farmacoterapia e respetiva aderência, o diagnóstico de causas secundárias da HTA e a referenciação para uma consulta da especialidade”, indicou a Dr.ª Isabel Henrikson. DR.ª ISABEL HENRIKSON

Todavia, não são apenas os idosos que requerem atenção especial no que diz respeito à HTA. “As pessoas com disfunção renal também merecem especial cuidado. Na abordagem terapêutica é necessário ter em consideração o historial clínico e verificar os antecedentes pessoais do doente e da sua família”, mencionou o Dr. Jorge Silva, frisando que ”a medicação do doente é sempre verificada com muito cuidado, pois o regime pode influenciar os valores da tensão arterial”. Para este nefrologista é igualmente importante considerar os hábitos relacionados com o estilo de vida, como aqueles que englobam a alimentação e a prática de exercício físico. Na mesma sessão, a Dr.ª Isabel Henrikson, cardiologista, abordou a HTA resistente à terapêutica. Fazendo referência ao estudo PHYSA (Portuguese HYpertension and SAlt Study) da Sociedade

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NA ABORDAGEM TERAPÊUTICA É NECESSÁRIO TER EM CONSIDERAÇÃO O HISTORIAL CLÍNICO E VERIFICAR OS ANTECEDENTES PESSOAIS DO DOENTE E DA SUA FAMÍLIA

CARACTERÍSTICAS DA HIPERTENSÃO NO IDOSO

AUMENTADA

DIMINUÍDA

> TA sistólica e pressão do pulso > Massa ventricular esquerda > Rigidez arterial > Resistência vascular periférica

> Débito cardíaco e frequência cardíaca > Fluxo sanguíneo renal, actividade renina plasmática e níveis de angiotensina > Compliance arterial e volume sanguineo > TA diastólica


CORAÇÃO E SEXO

O QUE TODO O CLÍNICO PRECISA SABER Na maioria dos casos, dialogar e enfrentar o problema, é meio caminho andado para encontrar a solução para uma disfunção sexual.

02 DR.ª SARA BORGES DA COSTA INTERNA DO 1.º ANO DE MGF NA USF CASTELO (ACES ARRÁBIDA) “Estas Jornadas representam uma ponte entre a teoria e a prática clínica, sendo também muito importante para estabelecer uma correlação entre a Medicina Geral e Familiar e as várias especialidades médicas, em concreto a Cardiologia.”

“Dialogar com os doentes é fundamental, sendo crucial na abordagem da vida sexual”, afirmou o Dr. Carlos Rabaçal, sublinhando a importância de introduzir alguma comicidade num tema que, para muitas pessoas, é complicado abordar, devido a falsos mitos e essencialmente por vergonha. Todavia, o cardiologista frisou que “os doentes precisam perceber que os problemas que afetam a sexualidade do casal têm solução”. Para mostrar a importância da vida sexual, o especialista lembrou uma notícia de outubro de 2014, de um caso que remonta a 1995, em que o Supremo Tribunal Administrativo reduziu uma indemnização a uma mulher vítima de um erro médico, por entender que o sexo aos 50 anos não é tão importante como em idades mais jovens. De recordar que após intervenção cirúrgica, para corrigir um problema ginecológico, os médicos cortaram o nervo errado e a doente, na altura já com 50 anos, passou a sofrer de incontinência urinária e fecal. Para o Dr. Carlos Rabaçal, a sexualidade “não tem prazo de validade”, especialmente atendendo à esperança de vida atual e à panóplia de soluções terapêuticas para as diferentes situações.

Por isso, no seu entender, é importante falar, sem medo ou tabu, no sentido de procurar resolver as disfunções que possam surgir, pois existem soluções adequadas a cada caso. “O ‘comprimido azul’ veio capacitar a resposta a um

DR. CARLOS RABAÇAL

CARDIOLOGISTA, DIREÇÃO CLÍNICA DO HOSPITAL DE VILA FRANCA DE XIRA problema que afeta 13% dos homens em Portugal”, exemplificou o cardiologista, referindo-se à disfunção erétil, que interessa também à Cardiologia porque, em termos de fisiologia, é um fenómeno vascular. “A maioria dos casos

de disfunção erétil tem causa orgânica”, apontou o especialista. Como tal, é importante que os indivíduos tenham a iniciativa de procurar auxílio médico. Por seu turno, os clínicos devem proporcionar esse contacto, criando laços de empatia.

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TRÊS ANOS DE EXPERIÊNCIA COM O DABIGATRANO

O CAMINHO DA EVIDÊNCIA NO MUNDO REAL

A conferência “Três anos de experiência com o dabigatrano: o caminho da evidência no mundo real” pretendeu mostrar as vantagens que os novos anticoagulantes orais proporcionaram aos doentes nos últimos anos. A presidir a mesa esteve o Dr. Jorge Ferreira, cardiologista do Hospital de Santa Cruz, e o Dr. Santos Bimbo, e como orador, o Dr. Francisco Moscoso Costa, cardiologista no Hospital de Santa Cruz. O Dr. Francisco Moscoso Costa começou por relembrar que “a fibrilhação auricular é uma doença crónica muito associada aos fatores de risco comuns da doença cardiovascular em geral (hipertensão arterial, diabetes, etc.) e cuja prevalência aumenta exponencialmente com a idade”. “Dado que a população mundial está a envelhecer, estima-se que

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a incidência desta doença venha a duplicar”, alertou o especialista, esclarecendo ainda que “as novas recomendações dizem que deve ser rastreada em todo o ato médico”. “Perante o diagnóstico da doença é importante pensarmos na necessidade de um anticoagulante”, sublinhou o preletor. Relativamente a esta necessidade, afirmou que “a evidência clínica com os novos anticoagulantes, nomeadamente com dabigatrano, mostra que a dosagem de 110 mg apresenta benefícios a nível da redução da hemorragia major em cerca de 20% e que a dosagem de 150 mg diminui o risco de hemorragia intracraniana em cerca de 70%, em comparação com a varfarina”. Assim, o cardiologista realçou que “na dosagem de 150 mg o dabigatrano torna-se um fármaco superior a varfarina

e igualmente seguro, na dosagem de 110 mg é igualmente eficaz, mas mais seguro”. MOTIVOS A FAVOR DA UTILIZAÇÃO DOS NOVOS ANTICOAGULANTES Com o intuito de apresentar evidência prática com os novos anticoagulantes, o palestrante apresentou o estudo RE-LY, que embora tenha sido iniciado em 2009, teve uma extensão de seguimento dos seus doentes por cerca de 6 anos, mostrando uma concordância dos resultados durante o estudo e, posteriormente, no seu follow-up, ou seja, com uma diminuição da hemorragia major, do risco de AVC, de embolia sistémica e da mortalidade. Alguns dados publicados pela FDA referentes a registos observacionais para monitorização da incidência de hemorragias com os

“É IMPORTANTE TER NOÇÃO QUE O SEGUIMENTO ADEQUADO DOS DOENTES TRATADOS COM OS NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS OTIMIZA O RISCO E REDUZ AS COMPLICAÇÕES” novos anticoagulantes, especificamente com o dabigatrano, mostram também que se verificou uma redução de hemorragia intracraniana, face a doentes tratados com varfarina. O especialista sublinhou que ”já existe bastante evidência na prática clinica relativamente à segurança e eficácia destes novos anticoagulantes, em doentes de alto risco, existindo assim inúmeros motivos para a utilização destes fármacos, nomeadamente o facto de não necessitar de monitorização, da sua eficácia (pelo menos sobreponível à da varfarina) e, também, a redução das hemorragias intracranianas”. O cardiologista concluiu que “é muito importante identificar os grupos de risco na fibrilhação auricular, a utilização adequada dos novos anticoagulantes tem benefício adicional aos antagonistas da vitamina K, sobretudo quando se considera a hemorragia intracraniana”. Porém ressalvou que “apesar destes fármacos serem melhores, é necessário ter em conta que não eliminam totalmente o risco de hemorragia, nem de AVC”.


DR. ALBERTO MELLO E SILVA

DICAS BREVES Há benefício em associar fibratos em doentes com HDL baixas e triglicéridos altos a fazer estatina? A dislipidemia é responsável por 25% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 49% dos enfartes. “Existem vários fármacos capazes de dar resposta à dislipidemia”, assegurou o Dr. Alberto Mello e Silva, médico especialista em Medicina Interna e presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose. Ressalvou,

alguns aspetos. Por exemplo, a intensificação da terapêutica com estatinas não elimina o risco cardiovascular, a DL aterogénica (TG ,­ C-HDL ¯) é um importante influenciador modificável para o risco CV residual e o tratamento da DL aterogénica reduz eventos cardiovasculares, além dos benefícios obtidos pelo

DR. PEDRO MARQUES DA SILVA

no entanto, que “há um caminho a percorrer, até porque as estatinas não resolvem tudo”. No entender do Dr. Alberto Mello e Silva, que referiu a importância de estudos como o PROVE-IT e o ACCORD-Lipid, existem benefícios em associar fibratos em doentes com HDL baixas e triglicéridos altos a fazer estatina, mas há que considerar

controlo do c-LDL. O internista do Hospital de Egas Moniz não deixou de sublinhar a importância de trabalhar em equipa, entre as diversas especialidades. Magnésio: um marcador integral do risco cardiovascular? O Dr. Pedro Marques da Silva, médico especialista em Medicina Interna,

enumerou vários estudos epidemiológicos que apontam para o facto de valores mais elevados de magnésio (Mg) serem condicionantes para a redução de eventos cardiovasculares. Na verdade, “a distribuição do magnésio no organismo é um problema, visto 99% estar localizado no osso, músculos e tecidos moles e apenas 1% do teor total no organismo (sérico e eritrocitário)”, disse o internista. “O défice em magnésio pode originar stress oxidante, alterações metabólicas (resistência à insulina, hiperglicemia, dislipidemia aterogénica), hipertensão, disfunção endotelial e agregação plaquetária”, mencionou o Dr. Pedro Marques da Silva. E, tal como acontece com a avaliação, também o diagnóstico do défice de Mg nem sempre é fácil. “As manifestações clínicas são muito inespecíficas, como por exemplo a falta de apetite”, frisou o médico, que tem a opinião de que a suplementação de magnésio tem alguns benefícios, inclusive na dislipidemia.

ALGUMAS CAUSAS DA FALTA DE MAGNÉSIO >>Malnutrição >>Alcoolismo >>Calor excessivo >>Prática excessiva de uma atividade física >>Alguns fármacos >>Idade avançada

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HÁ 30 ANOS A ATUALIZAR CONHECIMENTOS E A TROCAR EXPERIÊNCIAS EM PROL DOS DOENTES Sesimbra acolheu mais uma vez as Jornadas de Cardiologia, Hipertensão e Diabetes de Almada. Como forma de assinalar a 30.ª edição deste evento, foi preparada uma exposição com diversas fotografias e programas científicos de todas as edições passadas. Em entrevista à ZOOM, o Prof. Doutor Manuel Carrageta foca vários aspetos da reunião que presidiu.

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ZOOM - Poderia fazer uma breve retrospetiva dos 30 anos das Jornadas de Cardiologia, Hipertensão e Diabetes de Almada? Prof. Doutor Manuel Carrageta (MC) – Há 30 anos, a Medicina Geral e Familiar (MGF) era uma novidade em Portugal, havendo um grande desconhecimento por parte dos médicos hospitalares acerca do trabalho desenvolvido pelos clínicos gerais. Havia até uma certa confusão com a atividade dos médicos da Caixa de Previdência, o que era natural, pois muitos desses médicos eram clínicos hospitalares que faziam o complemento da sua atividade profissional nos postos da Caixa. Devido a isso, considerei que pelo menos a nível local devia fazer o meu trabalho, em conjunto com outros colegas, pelo que iniciamos este encontro, que tinha como objetivo conhecermo-nos mutuamente e atualizarmos conhecimentos científicos e experiências. Tínhamos a intenção que os médicos hospitalares ou de MGF, que trabalhavam no mesmo território, aprendessem uns com os outros, de forma a desenvolverem um melhor trabalho em prol dos nossos doentes. ZOOM – Entretanto, ao longo dos anos, a reunião ganhou uma nova dimensão. MC – De facto, no início, era um encontro local, mas foi crescendo e tornou-se numa reunião com um âmbito muito alargado. Atualmente, contamos com a presença de colegas de todo o País. ZOOM – Contudo, optaram por continuar a realizar as Jornadas em Sesimbra. MC – Na altura não havia muitas hipóteses de escolha e optámos por este local, até porque era o único hotel

significativo existente na Península de Setúbal. Hoje, por uma questão de tradição e respeito pelo passado, continuamos a realizar as Jornadas no Hotel do Mar, apesar de já se tornar num espaço pequeno para o número de participantes. Além disso, o Hotel do Mar é também a imagem de marca desta reunião, com um excelente enquadramento na vila piscatória de Sesimbra. ZOOM – Existe algum motivo pelo qual a reunião é organizada no início do ano? MC – Propositadamente por ser uma altura em que as pessoas estão a começar o novo ano e, por isso, com vontade de fazer coisas novas. Neste sentido, é uma reunião em que revimos o que aconteceu cientificamente no ano precedente na área da Cardiologia, Hipertensão e Diabetes, de forma a sairmos deste encontro atualizados e estimulados para ter uma prática clínica mais efetiva para bem dos nossos doentes. ZOOM - Os especialistas adotam alguns cuidados para comunicar com os médicos de família? MC – Estas Jornadas são realizadas com os clínicos gerais e não para os clínicos gerais, o que significa que estes também comunicam os seus pontos de vista aos cardiologistas e internistas, bem como a perspetiva que têm de todos os problemas da patologia cardiovascular e da diabetes. Trata-se de um trabalho conjunto multidisciplinar em todas as sessões, em que a influência da medicina familiar é determinante e o enriquecimento profissional é de todos. ZOOM – Para além de serem assinalados os 30 anos, esta edição terá novidades? MC – Todos os anos surgem

“HÁ 30 ANOS, A MEDICINA GERAL E FAMILIAR (MGF) ERA UMA NOVIDADE EM PORTUGAL, HAVENDO UM GRANDE DESCONHECIMENTO POR PARTE DOS MÉDICOS HOSPITALARES ACERCA DO TRABALHO DESENVOLVIDO PELOS CLÍNICOS GERAIS” novidades e este ano não é exceção. Por exemplo, foi realizada grande sessão de posters, porque houve uma maior tendência por parte dos investigadores para apresentarem posters. Todos os anos se introduzem novidades, num espírito de mudança sempre com o sentido de melhorar. ZOOM – Um dos pontos altos é a atribuição do Prémio Dr. Mário Moura. MC – É um prémio conjunto da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), que contempla o melhor “Caso Clínico e o melhor Poster, tendo o valor pecuniário de 2.000 (1.000 para cada), que é comparticipado pelas duas entidades envolvidas. O Dr. Mário Moura, além de ser uma figura de referência na área da MGF é natural e exerce no distrito de Setúbal. Esteve presente na génese das Jornadas, tendo sido um dos seus impulsionadores. Por este motivo, fazia todo o sentido constituir o Prémio Dr. Mário Moura.

ZOOM – No geral, é possível afirmar que as expectativas foram superadas pela positiva? MC – Sem dúvida. Tivemos mais de 700 participantes, porém, devido a uma cada vez maior dificuldade em termos de disponibilidade, por motivo de trabalho mais pesado, muitos optam por estar presentes num dos dias ou só durante as manhãs ou as tardes. A nível científico, as Jornadas têm contado com um enorme sucesso, com a apresentação de inovações tecnológicas na área do diagnóstico mas também da terapêutica. A participação tem sido muito ativa e os oradores têm uma grande capacidade de comunicação. O Prémio Dr. Mário Moura foi muito concorrido e as sessões referentes ao mesmo, nas quais se aprende muito devido à alta qualidade dos membros do júri e dos próprios candidatos, foram excelentes. O início do dia decorre sempre um Mini Curso de Atualização, que serve para nos ajudar a mudar a prática clínica em 2015. Os trabalhos continuam com painéis integrados sobre sintomatologia com a participação de médicos de múltiplas especialidades e de médicos de família, que finalizam com uma síntese sobre o essencial para a melhoria da prática clínica. No geral, é um programa muito rico com a abordagem de temas relacionados com a diabetes, doença coronária, insuficiência cardíaca, arritmias, entre outros. Também houve espaço para dois cursos de Electrocardiografia e Ecocardiografia. É de facto um programa, com um formato e espírito diferentes, cada vez mais popular junto dos colegas de MGF, Medicina Interna e Cardiologia.

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03 04 DR. EDUARDO MARQUES MÉDICO DE FAMÍLIA NO CENTRO DE SAÚDE PINHAL NOVO (CS PALMELA)

DR.ª LEONOR LUCAS INTERNA DO 1.º ANO DE MGF NA USF CONDE SAÚDE (CS SESIMBRA) “É cada vez mais importante o médico de família abranger conhecimentos do maior número de áreas, de forma a tratar o doente como um todo, deixando os casos mais graves e específicos para os hospitais. É também uma forma de diminuir a referenciação para os hospitais. Nestas Jornadas adquirimos o máximo de informação por parte dos especialistas.”

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“Nas Jornadas de Cardiologia, HTA e Diabetes de Almada conseguimos fazer uma revisão de vários temas importantes e também adquirimos novos conhecimentos que são muito importantes para a nossa prática clínica. Ganhamos mais segurança no exercício da nossa função.”

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“Trata-se da mais antiga reunião médica que se ocupa da interface da MGF com as especialidades médicas e cirúrgicas. É muito importante porque integra temas pouco tratados ou esclarecidos, sendo as áreas da HTS, diabetes e aterosclerose muito importantes.”

PROF. DOUTOR JACINTO GONÇALVES CARDIOLOGISTA

DR. PEDRO MARQUES DA SILVA CONSULTOR DE MEDICINA INTERNA, ESPECIALISTA DE HIPERTENSÃO CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA, UNIDADE FUNCIONAL MEDICINA IV, HOSPITAL DE SANTA MARTA (CHLC)

“O aspeto mais relevante de todos é a capacidade de mobilização dos médicos, em concreto de MGF, a possibilidade confrontar de uma forma aberta as opiniões científicas e as reconhecidas implicações da nossa prática clínica, daquilo que aprendemos.”

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COMORBILIDADES NO DOENTE COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR A fibrilhação auricular (FA) é a arritmia mantida mais comum. Apresenta uma elevada prevalência a nível mundial. Em 2011, na Europa, atingia 7 milhões de pessoas. Especialmente importante com a idade, o risco ao longo da vida de desenvolver fibrilhação auricular é de ¼ nos homens e em mulheres com mais de 40 anos e a prevalência aumenta 4% acima dos 60 anos, subindo para 9% em maiores de 80 anos. Esta doença também aumenta em 4-5 vezes o risco de acidente vascular cerebral (AVC). E no que diz respeito ao AVC associado à FA, causa maior mortalidade e morbilidade, incapacidade e hospitalização. Existe terapia para a FA e para o Dr. Pedro Marques da Silva, da Unidade Funcional Medicina IV do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, “é fundamental educar o doente e fomentar a adesão terapêutica”.



INIBIDORES DE SGLT2

UMA NOVA FORMA DE COMPREENDER E TRATAR A DIABETES Ao longo dos anos temos assistido a uma evolução da terapêutica antihiperglicémica. Hoje, os inibidores de SGLT2 dão outra perspetiva. No ano de 2013, a prevalência total da diabetes em Portugal era de 13%, sendo 7,3% tratada e 5,7% não tratada. Dados do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes do mesmo ano mostram também que 40% dos portugueses têm hiperglicemia. “Verifica-se a existência de uma relação entre o escalão de IMC e a diabetes, com perto de 90% da população com diabetes a apresentar excesso de peso (49,2%) ou obesidade (39,6%)”, disse o Dr. João Jácome de Castro, endocrinologista do Hospital das Forças Armadas. O especialista baseou-se nos dados recolhidos no âmbito do PREVADIAB e, de acordo com os mesmos, indicou que também se verifica “que uma pessoa obesa apresenta um risco três vezes superior de desenvolver diabetes do que uma pessoa com peso normal”. O controlo de vários parâmetros é, assim, essencial para o tratamento eficaz de doentes com diabetes tipo 2, até porque, nas palavras do Dr. João Jácome de Castro, o objetivo “é tratar mais e melhor os doentes. As reduções no controlo glicémico (HbA1c) e outros parâmetros mantidos ao longo dos anos podem trazer benefícios à saúde de doentes com diabetes tipo 2”. A pressão arterial é outro

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DR. JOÃO JÁCOME DE CASTRO ENDOCRINOLOGISTA, DIRETOR CLÍNICO DO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS

ASPETOS A DESTACAR SOBRE EFICÁCIA E SEGURANÇA DA DAPAGLIFLOZINA

parâmetro a considerar. Aliás, o endocrinologista também fez referência ao TEDDI CP, um estudo observacional, transversal que analisou 1.528 diabéticos tipo 2 seguidos em consultas diferenciadas de Diabetologia em Portugal e que indica que cerca de 80% dos diabéticos tipo 2 têm hipertensão. O Dr. João Jácome de Castro referiu também a evolução terapêutica antihiperglicémica desde a descoberta da florizina por químicos franceses, em 1835, ao aparecimento do

efeito antidiabético (1987) e a descoberta do efeito inibidor SGLT1 e SGLT2. Relativamente a terapêuticas específicas, o especialista referiu a dapagliflozina, cuja eficácia foi extensivamente estudada ao longo de um programa de desenvolvimento clínico de fase III, assim como a associação desta substância com metformina. Segundo uma pesquisa, a dapagliflozina em associação com a metformina melhora o controlo glicémio, reduz o peso e a massa gorda com 102 semanas de tratamento.

>>Mecanismo inovador de ação independente da insulina; >>Pode ser associada às terapêuticas comumente usadas na abordagem da DMT2; >>Reduções significativas e sustentadas da HbA1c; >>Benefício adicional da perda de peso, devido maioritariamente à perda de massa gorda; >>Redução sustentada da pressão arterial sistólica e diastólica; >>Baixa incidência de hipoglicemia; >>Comodidade posológica (comprimido de 10 mg / dia).



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ESTUDOS DO MUNDO REAL,

O IMPACTO NA PRÁTICA CLÍNICA DA DIABETES DR. FRANCISCO ARAÚJO COORDENADOR DO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO

Os estudos observacionais completam a informação e servem para comprovar a aplicabilidade clínica, a segurança e o benefício de um medicamento. O Dr. Francisco Araújo é coordenador do Serviço de Medicina Interna do Hospital Beatriz Ângelo e há muito tempo que se dedica à diabetes, por isso é com um certo à vontade que afirma que se conseguem novas terapêuticas e estratégias, através da realização de estudos clínicos aleatorizados e controlados. Os estudos “respondem

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a questões como “Esta terapêutica é eficaz?” ou “É segura e bem tolerada?”, sendo a base de toda a investigação na área do medicamento, não conseguem reproduzir a prática clínica,”comentou o Dr. Francisco Araújo, referindo que “esses estudos têm poder insuficiente ao nível da amostra e de tempo, a população selecionada pode não ser representativa e as características clínicas não são realistas”. Mas, na sua perspetiva, os estudos têm de considerar o custo-eficácia, a segurança e a aplicabilidade. Assim, não

descurando a importância dos ensaios clínicos, o especialista em Medicina Interna lembrou os estudos observacionais como sendo igualmente fulcrais numa investigação, na medida em que “completam” informação servindo para comprovar a aplicabilidade clínica, segurança e benefício de um medicamento, técnica ou procedimento e também a sua correta utilização”. Neste seguimento, deu como exemplo o estudo ODYSSÉE, que foi solicitado pelas autoridades francesas. Trata-se de um estudo observacional, não aleatorizado, sem ocultação, prospetivo, multicêntrico, que teve como objetivo estudar a duração da manutenção terapêutica com sitagliptina ou sulfonilureia (SU) ambas associadas à metformina, através do acompanhamento de 3.453 doentes dos cuidados primários durante três anos. O Dr. Francisco Araújo fez também referência ao estudo português Hypoglycemia In Portugal Observational Study – Emergency Room (HIPOSER), que avaliou 238 doentes com diabetes tipo 2 admitidos no Serviço de Urgência por hipoglicemia.

DR. JOÃO JÁCOME DE CASTRO DIRETOR CLÍNICO DO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS, ENDOCRINOLOGISTA “Cada vez mais um marco de relevo na formação pós-graduada médica no nosso País. Parabéns ao Prof. Doutor Manuel Carrageta e à sua equipa!”

08 DR. JOÃO SEQUEIRA CARLOS PRESIDENTE DA APMGF “São 30 anos de um evento inovador. Foi o primeiro evento de uma especialidade a promover um espaço de partilha de conhecimentos entre a MGF e a Cardiologia. Desta forma, tem a capacidade de contribuir para a melhoria da prestação de cuidados ao doente.”


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DPOC

NOVOS DESAFIOS TERAPÊUTICOS DR. JOÃO CARDOSO PNEUMOLOGISTA NO HOSPITAL DE SANTA MARTA.

DR. FRANCISCO ARAÚJO COORDENADOR DO SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA DO HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO

A DPOC MERECE MAIOR ATENÇÃO, SENDO UM DOS MOTIVOS A NECESSIDADE DE TRATAR OS DOENTES

“As Jornadas representam um ponto alto de educação científica aos longo dos últimos anos para várias especialidades.”

10 DR. CARLOS CATARINO CARDIOLOGISTA, COORDENADOR DAS JORNADAS DE CARDIOLOGIA, HTA E DIABETES DE ALMADA “São Jornadas de grande valor científico que contribuem para a melhoria dos cuidados dos nossos doentes.”

A doença cardiovascular é a principal comorbilidade da doença pulmonar obstrutiva crónica, cujo tratamento é definido com base numa avaliação. A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença comum, que pode ser prevenida e tratada. Caracteriza-se pela limitação persistente do débito aéreo, que é usualmente progressiva e associada com aumento da resposta inflamatória crónica, nas vias aéreas e no pulmão, a partículas ou gases nocivos. A DPOC afeta 800 mil pessoas, tem uma prevalência de 14%, é a quarta causa de morte na Europa e, em 2012, originou mais de oito mil hospitalizações. “A DPOC merece maior atenção, sendo um dos motivos a necessidade de tratar os doentes, com o intuito de minimizar o risco

de agravamento da doença”, afirmou o Dr. João Cardoso, pneumologista no Hospital de Santa Marta. E avançou com dados de 2011 que mostram que 18 a 26% dos doentes tiveram de ser novamente internados. Desta forma, na perspetiva do pneumologista, devem ser feitos todos os possíveis para diagnosticar a DPOC. Tão ou mais importante que o diagnóstico será o acompanhamento dos doentes. Até porque “as exacerbações e as comorbilidades contribuem para a gravidade global em casos individuais”, frisou, sublinhando que “a patologia cardiovascular é a principal comorbilidade”. O tratamento desta doença é feito com broncodilatadores, porém é sempre “baseado na avaliação combinada de sintomas, limitação de fluxo aéreo e número de exacerbações por ano”, disse o Dr. João Cardoso.

TRATAR PARA REDUZIR SINTOMAS >>Alívio de sintomas >>Melhoria da tolerância ao esforço >>Melhoria do estado geral de saúde

TRATAR PARA REDUZIR O RISCO >>Prevenção da progressão da doença >>Prevenção e tratamento das exacerbações >>Redução da mortalidade

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PRÓXIMAS JORNADAS COM DATA ANUNCIADA

VOX POP

DR.ª CLARA MENDES E DR.ª NICOLE MARQUES (USF MONTE PEDRAL) VENCEDORAS DO PRÉMIO DR. MÁRIO MOURA POSTER, PELO TRABALHO DIABETES MELLITUS: RASTREIO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DE COMPLICAÇÕES “Não estávamos à espera de receber este prémio. É gratificante, sobretudo pelo reconhecimento de um trabalho na área do diagnóstico e monitorização das complicações da diabetes, bem como a importância de um protocolo de vigilância destes doentes.”

Na Sessão de Encerramento foram atribuídos os prémios e anunciadas algumas novidades. “Assisto a estas Jornadas desde os meus 12 anos e já estou a investir no futuro, ao trazer o meu filho que tem 8 anos”, disse o Dr. João Sequeira Carlos, um dos intervenientes na Sessão de Encerramento da 30.ª edição das Jornadas. Aproveitou também para anunciar que é o presidente cessante da APMGF e indicar que o próximo responsável será o

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Dr. Rui Nogueira. Foi aliás um encerramento marcado por anúncios. Os trabalhos vencedores do Prémio Dr. Mário Moura (Caso Clínico e Poster) também foram revelados nesta sessão, em que foi igualmente anunciada a data da próxima edição. Está assim agendada para os dias 15, 16 e 17 de janeiro, em Sesimbra. Por fim, já numa outra sala, foi proporcionado um momento de descontração em que não faltou um bolo de aniversário.

O DR, JOÃO SEQUEIRA CARLOS ANUNCIOU QUE É PRESIDENTE CESSANTE DA APMGF. O DR.RUI NOGUEIRA SERÁ O PRÓXIMO RESPONSÁVEL DESTA ASSOCIAÇÃO

DR. ARNALDO ABRANTES (USF DAFUNDO) E DR.ª CATARINA BASTOS (USF SOBREDA) VENCEDORES DO PRÉMIO DR. MÁRIO MOURA CASO CLÍNICO, PELO TRABALHO MAIS ATIVIDADE FÍSICA MENOS MEDICAMENTOS “É um bom reconhecimento e um grande incentivo para continuarmos a investir no tema, que é muito pouco abordado. Durante a exposição do caso, tivemos um bom feedback por parte da assistência.”




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