Travessia Nº 12 - Notícias do São Francisco - Abril/2018

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travessia Notícias do São Francisco

JORNAL DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO / ABRIL 2018 | Nº 12

Anivaldo Miranda faz balanço positivo do 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília Bacia do Rio São Francisco será a primeira a receber recursos de conversão de multas do Ibama

CCRs Alto, Médio e Submédio realizam reuniões

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Editorial PROSSEGUIR NA CONSTRUÇÃO As notícias positivas oriundas do atual período úmido na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco deverão se traduzir, nas próximas semanas, em moderado aumento das vazões defluentes dos grandes reservatórios do Rio São Francisco, indicando que em 2018 os efeitos mais drásticos da prolongada crise de escassez hídrica poderão estar em declínio. No curto prazo, portanto, a tendência será a entrada em vigor da resolução nº 2.081, adotada pela Agência Nacional de Águas (ANA) em 04 de dezembro de 2017, que estabeleceu novas regras de operação para os já referidos reservatórios (Três Marias, Sobradinho e Itaparica). O mérito dessa resolução da ANA é tornar mais transparente e mais adequado o gerenciamento das vazões que chegam e saem dos reservatórios, atendendo às variações climáticas e hidrológicas de mais longo curso, além de ter sido fruto de um prolongado diálogo e negociações entre os principais atores da gestão hídrica, ambiental e dos usos da água na Bacia, incluído aqui o CBHSF. Pode-se até dizer que essa resolução representou um limitado, porém significativo passo para a consecução do tão necessário e almejado Pacto das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, por cuja articulação e consecução o CBHSF vem se empenhando há algum tempo como uma das suas principais prioridades. Entretanto, o êxito desse longo mas imprescindível processo de construção do Pacto das Águas dependerá da continuidade do fórum de interlocução participativa criado para gerenciar a crise desde 2013 e das novas articulações que se fizerem necessárias para enfrentar outros desafios conjuntos da gestão hídrica sustentável, a exemplo da compatibilização das vazões regularizadas com as vazões ambientais e a definição das vazões de entrega dos grandes rios afluentes à calha do Velho Chico. O momento atual é de leve alívio para toda a Bacia Hidrográfica, mas isso de forma alguma deve se transformar em motivo para acomodações porque os problemas a resolver e metas a alcançar ainda são muito grandes e complexos também.

CNRH aprova a criação de Comitê para a Bacia Hidrográfica do Parnaíba

Criação do órgão representa um avanço na gestão dos recursos hídricos da Bacia Texto e fotos: João Amurim

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou, no dia 08 de março, o Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, firmado entre a Agência Nacional de Águas (ANA), os estados do Piauí, Maranhão e Ceará e a Comissão Interinstitucional do Pró-Comitê da Bacia Hidrográfica do Parnaíba. Essa é a etapa final para o processo de criação da Bacia do Parnaíba, que será concluída com o decreto presidencial. Com a aprovação, ficou instituída a comissão composta por um presidente e um secretário que deverão interagir com as subcomissões dos estados do Ceará, Maranhão e Piauí para

Anivaldo Miranda Presidente do CBHSF

Em plenária, CNRH aprova Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia do Parnaíba

que, junto aos segmentos de usuários, possam preparar a eleição da primeira composição do Comitê. Além disso, o CNRH criou uma Comissão Nacional para acompanhamento e apoio aos trabalhos. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, comemorou a aprovação e parabenizou a Comissão provisória do novo Comitê do Rio Parnaíba e os envolvidos na elaboração da proposta de criação da instituição. A Bacia Hidrográfica do Parnaíba é a segunda mais importante do Nordeste abrangendo grande parte dos territórios do Maranhão, Piauí e Ceará.


Rio São Francisco receberá dinheiro de multa ambiental A Bacia do Rio São Francisco, uma das mais castigadas de todo o país, será a primeira a receber recursos do programa de conversão de multas do Ibama

O novo prazo para apresentação de demandas espontâneas é 26 de abril de 2018

Texto: Luiza Baggio / Foto: Edson Oliveira

O primeiro chamamento público para seleção de projetos do programa de conversão de multas ambientais foi assinado, no dia 12 de março, em cerimônia no Palácio do Planalto, pelo presidente da República Michel Temer. Nesta primeira etapa, o dinheiro arrecadado com multas por crime ambiental será destinado à recuperação das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba. O governo permite que empresas punidas por infrações ambientais possam ter até 60% da dívida perdoada, em troca da prestação de serviços em benefício do meio ambiente, como o reflorestamento de áreas degradadas. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, explica a importância da ação. “Como a Bacia do Rio São Francisco sofre com a falta de recursos da União para ser revitalizada, a conversão de multas ambientais chegou em boa hora. Até agora esses são os únicos recursos concretos destinados à

Prazo para envio de demandas do Edital de Chamamento Público do CBHSF é prorrogado

revitalização do São Francisco e deverão ser aplicados, sobretudo, no arco da nascente e nas sub-bacias que são as maiores produtoras de água. O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão realizando, em conjunto, uma excelente ação que, além de recuperar um dinheiro que estava perdido, o aplicará, imediatamente, na recuperação hidroambiental de duas Bacias Hidrográficas”, afirma. O chamamento é a primeira iniciativa após a assinatura do Decreto nº 9.179, de outubro de 2017, que autorizou que mais de R$ 4 bilhões em multas aplicadas por órgãos federais, como o Ibama, sejam convertidas em investimentos ambientais. De acordo com o Ibama, o órgão aplicou cerca de R$ 38 bilhões, dinheiro que ainda não recebeu. A média de autuações, por ano, soma R$ 3,5 bilhões, mas o instituto recebe apenas 5% desse total.

Com base nos inúmeros pedidos solicitando a ampliação do prazo de envio das demandas espontâneas para o Chamamento Público, a Diretoria Colegiada (Direc) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) prorrogou o prazo para o dia 26 de abril de 2018. O edital do Chamamento foi lançado pelo Comitê em fevereiro deste ano. As demandas deverão ser encaminhadas à Câmara Consultiva Regional (CCR) correspondente ao local de atuação do proponente, devidamente protocoladas, até o dia 26 de abril. Será destinado um valor de até R$ 2.500.000 (dois milhões e quinhentos mil reais) a cada uma das quatro CCR do CBHSF para o ano de 2018. O número de demandas a serem atendidas está condicionado ao limite dos recursos disponíveis. O Chamamento Público de Projetos do CBHSF tem o objetivo de selecionar demandas espontâneas, tais como, diagnósticos, ações e intervenções destinadas à implantação de serviços de requalificação ambiental. Os projetos selecionados serão financiados com recursos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Mais informações e o modelo da ficha de inscrição podem ser acessados em www. cbhsaofrancisco.org.br/2017/chamamentopublico-selecionara-projetos-para-a-baciado-rio-sao-francisco/ ou através do QR CODE abaixo.

EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Confira aqui os requisitos, critérios de seleção, datas e demais informações.

Rio São Francisco, em Penedo (AL)

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Confira todas as notícias, fotos e vídeos produzidos pela Comunicação do CBHSF durante o 8º Fórum Mundial da Água. Acesse o link goo.gl/1Yndwd ou através do seu celular, utilize o QR Code acima

8º Fórum Mundial da Água é encerrado com o consenso de que cumpriu objetivos Entre os dias 18 e 23 de março, as discussões sobre a água vieram ao centro do debate público no Brasil durante o maior evento global sobre água Texto: Delane Barros, Luiz Ribeiro e Mariana Salazar / Fotos: Bianca Aun e Ohana Padilha O maior evento global dedicado ao tema da água foi encerrado com o consenso, entre organizadores e grande parte dos participantes, de que cumpriu os seus objetivos: colocar a água no topo da agenda política e da sociedade. A inserção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) no 8º Fórum Mundial da Água, que contou com um estande com vasta programação, também foi considerada um sucesso pelo seu presidente, Anivaldo Miranda. “Consideramos que o balanço do 8º Fórum Mundial da Água foi bastante positivo. Até porque ele suscitou outros encontros, como o FAMA (Fórum Alternativo Mundial da Água). Nós participamos, de alguma forma, de todos os espaços, assim como dos eventos na Vila Cidadã e do nosso estande, que foi um ponto de encontro muito importante

Coordenadores das quatro CCRs, vice-presidente e secretário do CBHSF, Maciel Oliveira e Lessandro Gabriel

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para conhecer novas experiências. Foi um investimento absolutamente correto e deu resultados. Enfim, acho que o Comitê sai fortalecido”, disse. Articulações Miranda destacou ainda as conquistas e articulações do CBHSF durante os seis dias de evento. “Firmamos aqui vários termos de cooperação técnica, como o com a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Recebemos também a visita de representantes de outros comitês de bacia, de secretários de Estado do Meio Ambiente e, sobretudo, do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que reafirmou a vontade de cooperação do ministério, através da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, com o Comitê”.

Homenagem “Somos contra a privatização da água, que é um bem público, um bem da sociedade”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, ao receber a medalha Velho Chico, uma homenagem do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) às pessoas que atuam em defesa da Bacia e se destacaram em ações de preservação e revitalização do rio. Além do ministro, foram agraciados com a medalha os secretários de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Edson Duarte, e de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Jair Tannus, ambos do Ministério do Meio Ambiente, e o representante do Comitê de Bacia do Rio Parnaíba, Avelar Damasceno. Tannus, que não pôde comparecer, foi representado pelo diretor de Revitalização de Bacias, Renato Saraiva. O evento ocorreu no estande do CBHSF localizado na Feira do Fórum. Lançamentos Além da edição do mês de março da Revista Chico, o CBHSF promoveu o lançamento de outras três publicações em seu estande no 8º Fórum Mundial da Água. A cartilha sobre o Plano de Recursos Hídricos da Bacia detalha este que é o principal instrumento de planejamento dos recursos hídricos no território. Em 15 páginas, o leitor pode conhecer o que é o Plano de Bacia, as etapas de elaboração do documento, seus objetivos, eixos de atuação, metas e prazos, o custo do investimento, a vigência do Plano e a sua importância.


Fala Chico contou com a participação do professor Valmir Pedrosa, da Universidade Federal de Alagoas Assinatura do Termo de Cooperação Técnica com a Sudene

Já o material sobre a Cobrança pelo Uso da Água na Bacia do Rio São Francisco apresenta esse instrumento, o porquê do recolhimento do dinheiro, os atores que pagam pelo uso da água, quanto é cobrado e como é utilizado o dinheiro arrecadado. Também foi lançada uma cartilha sobre o CBHSF de maneira geral, que detalha a atuação e funcionamento da entidade, sua estrutura, os instrumentos de gestão de recursos hídricos e os projetos desenvolvidos pelo CBHSF. Fala Chico Com o objetivo de colocar em debate temas inerentes ao assunto “água”, o programa Fala Chico teve sua estreia no 8º Fórum Mundial da Água. Especialistas, políticos, ativistas ambientais e artistas foram entrevistados por membros do Comitê. Os vídeos podem ser acessados em www.youtube.com/ cbhsaofrancisco. Participação O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, participou da mesa intitulada “Justiça sócio-ambiental”, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com foco em conflitos pelo uso da água, juntamente com as ambientalistas Viviane Rojas, da

Ministro Sarney Filho recebe a medalha Velho Chico

Colômbia, e AshaAbduraman, do Quênia e Tanzânia. A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do CBHSF, Yvonilde Medeiros, apresentou um estudo de caso sobre o Rio São Francisco no Simpósio Internacional “O papel da ciência, tecnologia e inovação nos desafios globais da água”, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em parceria com a União Europeia. A ação integrou a grade de atividades do 8º Fórum Mundial da Água. A diretora-geral da Agência Peixe Vivo, Célia Fróes, apresentou os projetos hidroambientais desenvolvidos nas Bacias Hidrográficas dos Rios São Francisco e das Velhas, que têm verdadeiramente se destacado e gerado frutos no que diz respeito à manutenção da quantidade e qualidade das águas. A palestra aconteceu no estande do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), FIEMG (Federação da Indústria do Estado de Minas Gerais) e CNI (Confederação Nacional da Indústria) no 8º Fórum Mundial da Água.

FAMA O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, participou da mesa SOS São Francisco, no anfiteatro da Universidade de Brasília (UnB), durante o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama). Na sua explanação, Miranda apresentou os problemas enfrentados atualmente pelo chamado rio da integração nacional, ressaltou a importância da Lei das Águas e apresentou alternativas para enfrentar os problemas hídricos da Bacia do Velho Chico.

Professora Yvonilde Medeiros em palestra no MCT

Estande do CBHSF contou com programação diversificada

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Experiência do CBHSF é apresentada como referência de gestão hídrica no Amazonas Case de quase 18 anos de trabalho na BHSF surpreendeu amazonenses que buscam estruturar a gestão de recursos hídricos no estado Texto e foto: Florêncio Mesquita A experiência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) foi apresentada como referência de gestão participativa durante o Seminário de Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Amazonas. O evento foi realizado na Escola Superior de Tecnologia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), no dia 5 de março, em Manaus (AM). O trabalho do CBHSF foi compartilhado pelo professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Melchior Carlos do Nascimento, que falou sobre os estudos e as ações desenvolvidas pelo Comitê, a fim de contribuir para a construção do Plano de Ação para Fortalecimento da Gestão Hídrica do Amazonas.

Sérgio Miranda, presidente do Comitê da Bacia do Tarumã-Açu, Deputado Luiz Castro, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas e professor Melchior Nascimento, membro do CBHSF

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“O convite do Amazonas para compartilhar a experiência do CBHSF advém do sucesso da gestão na Bacia do São Francisco com o amadurecimento político-institucional ao longo de quase 18 anos, mas, sobretudo, nos últimos seis anos de trabalho. Essa experiência se destaca pela capacidade de gestão e de dirimir conflitos sobre vários contextos, o que nos coloca como referência a nível nacional”, explica o professor. Melchior ressaltou que é possível alcançar grandes resultados na estruturação hídrica, desde que os representantes do Amazonas tenham um arcabouço legal fortalecido. “Os Comitês de Bacia são parlamentos que reúnem os diversos segmentos da sociedade, inclusive o poder público. O Amazonas precisa atentar para esse fato para

conseguir estruturar a gestão de recursos hídricos. Prova dessa necessidade é que o Amazonas tem a maior bacia hidrográfica do mundo e, lamentavelmente, só tem dois Comitês de Bacias, sendo que só um é atuante. Os comitês precisam se empoderar com base na legislação para não depender exclusivamente de apoio do poder público que, muitas vezes, é ausente”, ponderou. Para o presidente do Comitê de Bacia do Tarumã-Açu, Sérgio Miranda, em Manaus, o trabalho desenvolvido na Bacia do Rio São Francisco é uma referência para balizar o Amazonas na gestão hídrica. “Temos no CBHSF uma referência positiva para nos espelharmos e a melhor forma de melhorar é seguir o exemplo de quem está fazendo o melhor trabalho”, destacou.


CCRs Alto, Médio e Submédio São Francisco realizam reunião As Câmaras Consultivas Regionais (CCRs) Alto, Médio e Submédio São Francisco realizaram reuniões com o objetivo de alinharem assuntos importantes em prol da Bacia do Velho Chico. Texto e fotos: Luiza Baggio, Higor Soares e Juciana Cavalcante CCR Alto A CCR Alto reuniu-se no dia 15 de março, em Belo Horizonte (MG) e elegeu Adson Roberto Ribeiro, da Associação da Bacia do São Pedro, como secretário. “Fico muito agradecido e honrado pela confiança dos companheiros em me escolher como secretário. O meu objetivo é somar! Quero com meu esforço, trabalho e muita boa vontade, retribuir essa confiança”, comemorou o novo secretário. Durante a reunião foram apresentados Nonononononononon os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) e os Projetos Hidroambientais executados no Alto São Francisco. Uma importante discussão foi realizada sobre o Edital de Chamamento de Demandas Espontâneas do Comitê. Além disso, a mobilização em torno do dia 3 de junho, o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, também foi discutida e, por meio de votação, Januária foi o município mineiro escolhido para sediar as ações da campanha “Eu Viro Carranca pra Defender o Velho Chico” de 2018. Durante a reunião, a coordenadora da CCR Alto, Silvia Freedman, fez uma reflexão sobre a disponibilidade hídrica do Alto São Francisco. “Minas Gerais é o estado produtor de água de qualidade e quantidade para a Bacia do Velho Chico. Por isso, nossa CCR precisa ser cada vez mais atuante dentro do Comitê”, disse. E a coordenadora finalizou: “Na minha percepção, nesta reunião, a aliança dos membros da CCR do Alto São Francisco se fortaleceu”, afirmou.

CCR Médio A CCR Médio São Francisco, em parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Corrente (CBHC), reuniu-se no dia 13 de março, no município de Santana (BA). Durante a reunião, foram debatidos temas como preservação ambiental, elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs), Projetos Hidroambientais, nova metodologia de Cobrança pelo Uso da Água, Fórum Mundial da Água, Planos de Bacias, edital do CBHSF para recebimento de demandas de projetos e definições sobre a campanha “Eu Viro Carranca pra Defender o Velho Chico”. O coordenador da CCR Médio São Francisco, Ednaldo Campos, chamou a atenção para o Plano Novo Chico, através do qual a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia sinalizou a continuidade dos Planos de Bacia dos Rios Grande e Corrente (CBHG e CBHC). “O CBHSF, representado neste encontro por seu presidente Anivaldo Miranda, se posicionou firmemente sobre a importância desses planos e se dispôs a realizar uma parceria com o estado ajudando no cadastro dos usuários do Corrente e do Grande. Nós estamos trabalhando juntos para que essa demanda seja concretizada o mais breve possível”, finalizou Campos. O presidente do CBHC, João de Deus, falou sobre o Plano de Bacia do Corrente. “O CBHC vem cobrando do governo da Bahia a finalização do Plano de Bacia do Rio Corrente. Entretanto, o processo de continuidade permanece parado na morosidade da burocracia do Estado. Nós precisamos gerir os recursos hídricos da nossa Bacia com respeito e responsabilidade, mas para termos sucesso absoluto dependemos do Plano de Bacia”, concluiu.

CCR Submédio A CCR Submédio realizou, no dia 15 de março, em Juazeiro (BA), reunião que tratou da necessidade de alteração nos limites das regiões fisiográficas proposta em encontro extraordinário realizado no final do mês de fevereiro, quando se apresentou estudo demonstrativo por dados no GPS sobre a geolocalização de cada município. Além disso, os membros da CCR e a comunidade presente acompanharam as informações sobre a entrega de projetos de recuperação hidroambiental para o ano corrente. O edital de chamamento público de projetos para apresentação de demandas espontâneas que deverão ser entregues nas CCRs correspondentes ao respectivo local de atuação do proponente foi um tema de destaque na reunião. “Os projetos devem primar pela qualidade, respeitando os critérios do edital para que possam estar de acordo e concorrer à seleção. O Comitê tem a preocupação de atender as comunidades e garantir a integralidade das obras, de modo que elas sejam eficientes e cumpram seu objetivo”, explicou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Tolentino.

Coordenador da CCR Submédio, Julianeli Lima, destaca o edital de chamamento público, na reunião

Membros da CCR Alto em reunião ocorrida em BH

Coordenadora da CCR Alto, Silvia Freedman

CCR Médio reuniu-se em Santana (BA)

Membros da CCR Submédio, em reunião realizada em Juazeiro (BA)

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Dois

dedos de

prosa

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) teve participação ativa no 8º Fórum Mundial da Água, evento que reuniu chefes de Estado de mais de 170 países entre os dias 18 e 23 de março, em Brasília, e discutiu a gestão da água como tema principal dos debates, discussões e encontros diversos. O Comitê manteve um estande no qual realizou programação diária, atraindo público visitante e autoridades relacionadas às questões da água. O presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, faz uma avaliação do encontro que ocorre a cada três anos, bem como da participação das questões do São Francisco no evento.

preservação de aquíferos e problemas do São Francisco, principalmente?

Qual a sua avaliação em geral do Fórum Mundial da Água?

Durante o evento, o Comitê manteve vários contatos institucionais, inclusive com assinatura de termo de cooperação. Quais projetos devem urgir a partir daí em favor da Bacia do São Francisco?

O 8° Fórum Mundial da Água cumpriu satisfatoriamente seus objetivos dentro dos limites e expectativas dos seus promotores e do seu caráter de evento privado, ainda que articulado com o poder público. Apesar desses limites, o caráter plural de muitos dos seus debates ajudou na evolução de um maior entendimento dos desafios mundiais relativos à gestão sustentável das águas em todo o mundo. Quais pontos destaca positivos do encontro?

Anivaldo de Miranda Pinto Texto: Delane Barros Foto: Bianca Aun

mais

O sr. também participou do Fórum Alternativo, evento paralelo à programação oficial, inclusive com exposição em uma mesa. Qual o saldo desse debate, que girou em torno das mudanças na lei 9.433,

travessia Presidente: Anivaldo de Miranda Pinto Vice-presidente: José Maciel Nunes Oliveira Secretário: Lessandro Gabriel da Costa Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBHSF - Tanto Expresso imprensa@cbhsaofrancisco.org.br www.cbhsaofrancisco.org.br

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os

Para nós, brasileiros e brasileiras, o ponto alto, como era de se esperar, foi a possibilidade de interagir de forma mais ampliada com a comunidade internacional que lida diretamente com a gestão hídrica. E isso se deu tanto do ponto de vista de uma maior exposição das nossas experiências e desafios locais como do ponto de vista das muitas experiências que os visitantes nos trouxeram. É inimaginável o valor dos incontáveis contatos, possibilidades de parcerias e informações adquiridas em evento de tal magnitude.

Notícias do São Francisco

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como

O Fórum Alternativo, FAMA, representou, em certo sentido, o contraditório em relação a determinadas linhas de debate predominantes no evento oficial. Embora não concorde com algumas visões dos seus promotores, representei o CBHSF em uma das mesas de debate do Fórum Alternativo e isso foi bom porque pude desfazer alguns equívocos, lá predominantes, sobre o papel dos Comitês de Bacias na gestão sustentável, democrática e participativa do meio ambiente e dos recursos hídricos.

Nosso estande (do CBHSF) no 8° Fórum Mundial da Água foi um sucesso absoluto de contatos, público visitante e local de encontro e trabalho. Em decorrência disso, tornou-se possível organizar reuniões diversas e eventos, alguns dos quais propiciaram a assinatura de termos de cooperação ou expectativas bastante positivas de atuação conjunta na Bacia do Rio São Francisco. Nesse quesito, houve assinatura de um termo de compromisso com a Sudene. Isso acontece devido à transposição levar água são franciscana para Rio Grande do Norte e Ceará? Nosso desejo de cooperação mais estreita com a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) já foi externado há algum tempo. Entretanto, foi durante o 8º Fórum Mundial da Água que firmamos concretamente um termo de cooperação. A partir daí esperamos desenvolver ações conjuntas, sobretudo na promoção do saneamento básico, na geração de renda para comunidades ribeirinhas, ações de capacitação para melhor convivência humana no semiárido e um sem-número de outros planos onde Sudene e CBHSF possam construir juntos a gestão sustentável das nossas águas.

Coordenação Geral: Paulo Vilela, Pedro Vilela, Rodrigo de Angelis Edição: Mariana Martins Textos: Delane Barros, Florêncio Mesquita, Higor Soares, João Amurim, Juciana Cavalcante, Luiza Baggio, Luiz Ribeiro, Mariana Martins Projeto Gráfico: Márcio Barbalho Assessoria de Imprensa: Mariana Martins Fotos: Acervo CBHSF / TantoExpresso: Bianca Aun, Edson Oliveira, Ohana Padilha Impressão: Gráfica ARW Tiragem: 5000 exemplares Direitos Reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte. Secretaria do Comitê: Rua Carijós, 166, 5º andar, Centro - Belo Horizonte - MG - CEP: 30120-060 (31) 3207-8500 - secretaria@cbhsaofrancisco.org.br - www.cbhsaofrancisco.org.br Atendimento aos usuários de recursos hídricos na Bacia do Rio São Francisco: 0800-031-1607 Assessoria de Comunicação: comunicacao@cbhsaofrancisco.org.br Comunicação

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