Travessia Nº 16 - Agosto 2018 - Notícias do São Francisco

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travessia Notícias do São Francisco

JORNAL DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO / AGOSTO 2018 | Nº 16

Obras impedem que o açude Epitácio Pessoa, no município paraibano de Boqueirão, receba as águas da transposição do Rio São Francisco

CBHVJ aprova cobrança pelo uso da água

Circuito Penedo de Cinema bate recorde de inscrições

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Editorial PEQUENAS GRANDES COISAS! Redes mundiais de hotelaria, a exemplo das cadeias Hilton e Marriot, estão anunciando a disposição para abandonar o uso de canudos plásticos para ingestão de líquidos e outras ações similares. A vida aquática e, principalmente, as tartarugas agradecem. A iniciativa parece singela, mas não é, não importam as razões que a motivam, sejam elas de puro marketing ou de efetiva responsabilidade ambiental. O fato é que se trata de um reconhecimento prático do quanto é necessário tomar atitudes concretas para livrar nossos mares, lagos, rios e redes de drenagem e de esgotos da maldição global dos recipientes de plástico descartados criminosamente no ambiente natural. A escolha dos canudos de plástico como alvo de ações em grande escala para sua retirada paulatina do mercado é inteligente porque eles são facilmente substituíveis por canudos de papel degradáveis. Ainda, é razoável o impacto ambiental positivo, pois os canudos são mortais para certas espécies vivas e altamente complicadores para o livre fluxo das águas de esgotos, galerias, valas e similares, o que contribui para o potencial mais destrutivo de cheias e alagamentos. Na batalha por um ambiente mais saudável o mais difícil é a mudança de comportamento, sobretudo quando se trata dos indivíduos consumidores ou consumidoras habituados a práticas degradantes do seu entorno. Essa tarefa pode, no entanto, ser facilitada quando a batalha pela mudança das atitudes se fizer através de estratégias mais viáveis e convincentes. Na guerra contra o plástico, começar pelos canudos é algo perfeitamente realizável e que está ao alcance de cada pessoa. Por isso, da próxima vez que for ao restaurante recuse o canudo de plástico, peça um copo efetivamente limpo e beba o seu líquido com a sensação de que está, de fato, fazendo alguma coisa pelas gerações presentes e futuras. Anivaldo Miranda Presidente do CBHSF

Santa Catarina sediará, pela segunda vez, o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas. O evento acontecerá entre os dias 20 e 24 de agosto de 2018, no Centro de Eventos Governador Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis. Para mais informações, acesse o portal encob.org

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CNRH aprova nova metodologia de cobrança pelo uso da água na Bacia do São Francisco por maioria esmagadora Texto: Iara Vidal / Fotos: Cristiano Costa e Fernando Piancastelli

Nova metodologia de cobrança estará vigente no ano que vem. Foto ao lado: Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF

A nova metodologia para cobrança pelo uso da água na Bacia do Rio São Francisco será aplicada a partir do dia 1º de janeiro de 2019. A proposta de Resolução apresentada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) foi aprovada por maioria esmagadora dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) durante a 39ª Reunião Ordinária do colegiado, realizada no dia 28 de junho, em Brasília (DF). O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, comemorou o resultado positivo, obtido graças ao esforço coletivo ao longo de dois anos de construção de novos mecanismos e valores de cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União na bacia hidrográfica do Velho Chico. “Foi um longo processo, complexo, de negociações, de diálogos e de pesquisa que finalmente foi coroado com êxito depois de passar por todas as instâncias do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco e por audiências públicas”, celebrou. Miranda comentou que a proposta de Resolução apresentada pelo CBHSF foi fundamentada em um estudo específico para que a nova fórmula de cobrança incorporasse elementos de avanço para premiar usuários da água dispostos a adotar novas tecnologias para o melhor tratamento e uso do solo e da água. Ele aponta que foi uma vitória do trâmite no próprio CNRH, afinal, a matéria passou duas vezes pela Câmara Técnica de

Outorga e Cobrança (CTOC) e por uma longa discussão na Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL) e, finalmente, no CNRH, que, por uma ampla maioria, prestigiou o CBHSF e aprovou a proposta de resolução sem grandes modificações. “Uma vitória que fortalece o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, a legitimidade do CNRH e de sua base aqui representada pelo CBHSF. No fundo, foi uma vitória do princípio da gestão compartilhada e descentralizada da água, dos grandes esforços para que a água seja, finalmente, tratada como um bem que tem valor econômico e do princípio de que a cobrança é também um elemento de estímulo ao uso racional da água”, avaliou. O diretor da Agência Peixe Vivo, Alberto Simon, que também participou da reunião, comentou que o próximo passo é explicar a metodologia de cobrança. “A gente percebe que, como envolve muitos números, matemática e coeficientes, isso de alguma maneira afasta o grande público. É algo simples, mas não é de fácil compreensão. Então, temos que traduzir essa metodologia que foi aprovada numa linguagem simples e com exemplos”, explicou. O coordenador da CTIL do CBHSF, Luiz Roberto Porto Farias, também abordou temas importantes, além da deliberação sobre a proposta de Resolução com a nova metodologia de cobrança do uso da água do São Francisco. Entre eles, a proposta de

Resolução que estabelece diretrizes para a gestão integrada de recursos hídricos superficiais e subterrâneos e a articulação entre a União, os Estados e o Distrito Federal para fortalecimento dessa gestão, encaminhada pelas Câmaras Técnicas de Águas Subterrâneas (CTAS) e de Integração de Procedimentos, Ações de Outorga e Ações Reguladoras (CTPOAR).

A nova metodologia de cobrança não acarretará impactos significativos aos usuários de água

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Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Verde e Jacaré aprova a cobrança pelo uso da água Texto: Higor Soares / Fotos: Edson Oliveira e Ohana Padilha Como parte do projeto Plenárias Itinerantes o Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Verde e Jacaré (CBHVJ) realizou, no dia 20 de julho, sua 40ª Plenária Ordinária no município de Jussara, território de Irecê, semiárido baiano. Entre as diversas pautas abordadas no encontro, a diretoria do CBHVJ focou em debater a cobrança pelo uso da água bruta em conformidade com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). A proposta, que foi aprovada por unanimidade, condiciona a regularização dos 7.000 cadastros de uso dos recursos hídricos realizados em 2017, com o intuito de regulamentar a cobrança legal e aprimorar o fluxo de arrecadação. Segundo Ednaldo Campos, presidente do CBHVJ e coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Médio São Francisco, a implantação da cobrança pode auxiliar na resolução de problemas Ednaldo Campos, presidente do CBH Verde e Jacaré e coordenador da CCR Médio SF

enfrentados pelos próprios usuários da água bruta das bacias do Verde e do Jacaré. “Acredito que todos compreenderam que o pagamento nada mais é do que um custo-benefício, porque o CBHSF utiliza o valor para investir em melhorias hídricas que beneficiam todos”, explicou Ednaldo. Durante a plenária, o CBHVJ firmou parceria com a empresa Rio Energy, responsável pela construção de oito parques eólicos no complexo da Serra da Babilônia, localizado nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova. A Rio Energy se comprometeu a realizar projetos de educação ambiental em municípios que compõem a bacia do CBHVJ, bem como a executar projetos de recuperação ambiental no berço da microbacia do Rio Jacaré visando melhorar o status ambiental da bacia como um todo.

Em tempo Já há algum tempo o CBHVJ tem se mostrado preocupado com a barragem de Mirorós, construída pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) sobre a calha do Rio Verde, entre os municípios de Ibipeba e Gentio do Ouro. A barragem, que abastece os municípios de Canarana, Cafarnaum, Lapão, Ibititá, Ibipeba, Barra do Mendes, Barro Alto, Uibaí, e os povoados de Irecê, encontra-se atualmente com menos de 15% do seu volume total, prejudicando os produtores que não recebem água em quantidade e qualidade necessárias. Diante desse cenário, os membros do CBHVJ autorizaram sua diretoria a encaminhar um documento solicitando à CODEVASF que somente efetive a venda dos lotes remanescentes para cultivo de sequeiro, resguardando assim a manutenção e provendo menos impacto na barragem.

Bacia Hidrográfica dos Rios Verde e Jacaré O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Verde e Jacaré foi criado pelo Decreto nº 9.939 de 22/03/2006 e possui 64 conselheiros, entre titulares e suplentes. Área: 33.000 km² Localização: Centro-norte da Bahia Principais rios: Rio Verde, Riacho do Santo Eusébio, Riacho Lagoinha, Rio Guariba, Rio Jacaré, Riacho do Mari, Riacho do Meio, Riacho das Pedras e Riacho Brejo das Minas Número de municípios: 14 Municípios: Jussara, Central, São Gabriel, Pres. Dutra, Irecê, Uibaí, João Dourado, Lapão, Cafarnaum, Barra do Mendes, Ibipeba, Canarana, América Dourada e Ibititá População total: 349.628 mil habitantes Diretoria do CBH dos Rios Verde e Jacaré Presidente: Ednaldo de Castro Campos Vice: Marcelo da Silva Rocha Secretário: João Bastos Neto

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Ouça o podcast com entrevista de Ednaldo Campos. Acesse: https://goo.gl/KzJqsA ou com seu celular scaneie o QR CODE ao lado.


Obras que paralisaram vazão de água do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco estão atrasadas Texto: Iara Vidal / Fotos: Acervo PAC

Obras no Eixo Leste

As obras que paralisaram a vazão de águas no Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), que atende 1 milhão de pessoas em Campina Grande e região, na Paraíba, estão atrasadas. Desde abril deste ano o bombeamento das águas da transposição do Velho Chico foi suspenso por causa da necessidade de realizar obras complementares no açude de Poções, em Monteiro, e na barragem de Camalaú, ambos municípios paraibanos. A atividade impede que o açude de Epitácio Pessoa, no município paraibano de Boqueirão, receba as águas da transposição do Rio São Francisco. A previsão era de que a obra fosse concluída até o dia 1º de agosto, mas, de acordo com o coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) na Paraíba, Alberto Batista, a obra levará mais vinte dias, além do prazo, para ser concluída. Ou seja, até 21 de agosto deste ano. O Ministério Público Federal (MPF) também constatou o atraso durante uma visita ao local nos dias 17 e 18 de julho, além de vários pontos que colocam a vida dos trabalhadores da obra em risco. Um laudo com detalhes dos problemas e fotos foi divulgado pelo órgão. A diligência do MPF na Paraíba foi realizada pela procuradora da República Janaína Andrade de Sousa, que constatou que as obras estão atrasadas por causa de problemas técnicos em uma empresa terceirizada de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. O secretário dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Deusdete Queiroga Filho, informa que não haverá prejuízo de abastecimento de água para a população atendida. “Em virtude da transposição e, depois, por conta das chuvas acima da média que ocorreram na região do

Cariri paraibano, a barragem do Boqueirão está com mais de 130 milhões de metros cúbicos”, descreve. Queiroga afirma que o volume de água no Boqueirão assegura o abastecimento de água, pelo menos, para o próximo período invernoso. O secretário informa que não há problema de racionamento de água na região de Campina Grande. “Mesmo com essa paralisação temporária do Eixo Leste da Transposição do São Francisco a situação de abastecimento de Campina Grande e na grande região está assegurada”, garante. Por outro lado, o MPF paraibano avalia que enquanto as obras em Poções e Camalaú não andam no ritmo adequado e mesmo não sendo fator determinante para a falta d’água em Monteiro, a escassez de água continua sendo uma triste realidade em alguns locais daquela cidade, quase um ano e meio depois da chegada da transposição do Rio São Francisco. “Antes da paralisação do bombeamento d’água para conclusão das obras em Poções e Camalaú, ocorrida no mês de março, muitos cidadãos monteirenses já sofriam com a falta de água nas torneiras, mesmo com a chegada da transposição na região”, comenta a procuradora Janaína. Antes do início das obras que paralisaram a transposição do São Francisco pelo Eixo Leste, havia sido feita uma obra provisória para resolver a situação emergencial. Ao contrário do que foi noticiado pela mídia paraibana, o Ministério da Integração Nacional está ciente da obra, executada por um órgão vinculado, o DNOCS. Tanto que durante a 9ª Reunião do Comitê Gestor do PISF, realizada dia 18 de julho em Brasília, o Ministério apresentou relato sobre o andamento das obras e informou que a expectativa de conclusão é em agosto de 2018.

O engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, explicou que a represa do Boqueirão estava, antes de chegarem as águas da transposição, operando com 2% do seu volume. Em junho de 2017, com a chegada da água, esse volume aumentou para 17%, e desde que as obras interromperam o bombeamento de água, acumulou-se, com a chegada da quadra chuvosa, 32% de seu volume. Segundo ele, “o problema foi quando abriram as comportas de Boqueirão para abastecer o açude de Acauã, que fica a jusante de Boqueirão.A vazão máxima permitida na represa de Boqueirão é de 1,25 m³/s e a vazão que estava sendo praticada era de 4,8m³/s”. Em poucos dias, o DNOCS baixou o volume para 0,4m³/s, mas, para Suassuna, o que falta é uma gestão adequada dos recursos hídricos: “O São Francisco é um rio de múltiplos usos, que não possui condições físicas e nem volumétricas para atender os nordestinos. A transposição deveria ter sido planejada como um abastecimento complementar ao que já é feito no nordeste através das águas interiores, como os açudes. Estão tirando água de um rio que não tem volume”, afirma De acordo com o informe apresentado pelo Ministério da Integração Nacional, além das obras em Poções e Camalaú, também estão sendo feitos ajustes no aqueduto Jacaré, com previsão de término em 31 de julho de 2018; e nos reservatórios Barreiros, com intervenção já concluída, e Cacimba Nova, que teve a recuperação iniciada, sem impedir passagem de água. O bombeamento será retomado em agosto de 2018 com entrega somente da vazão necessária para a adutora do Congo, de cerca de 500 l/s. Também em agosto será feita a instalação da parte lógica dos medidores de vazão/nível. 5


Membros do CBHSF e de Comitês Afluentes participam de reunião do Fórum Nacional de CBHs

Anselmo Caires e Almacks Luiz, membros do CBHSF

Texto: Luiza Baggio / Fotos: Bianca Aun e Ohana Padilha O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) participou da reunião do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas realizada nos dias 11 e 12 de julho, em Belo Horizonte (MG). O Fórum tem como objetivo realizar uma articulação entre os Comitês de Bacias Hidrográficas em nível nacional, visando o fortalecimento destes como parte integrante do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos de forma descentralizada, integrada e participativa. O secretário da Câmara Consultiva Regional (CCR) Submédio São Francisco, Almacks Luiz Silva, representou o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, na reunião e destacou a importância do encontro. “O Fórum é uma instância de discussão que visa fortalecer os Comitês. Estamos sempre propondo pautas importantes para a realidade cotidiana dos Comitês”, disse. Participaram da abertura da reunião do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBH) o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Luiz Gomes Vieira, a diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília Carvalho de Melo, o coordenador-geral do FNCBH, Hideraldo Bush, o presidente do CBH Rio das Velhas e coordenador-geral do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH), Marcos Vinícius Polignano, e o analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Henrique Pinheiro Veiga, que é coordenador-geral do Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas do Ministério. Também estiveram presentes o coordenador do Fórum Baiano de Comitês de Bacia Hidrográfica (FBCBH) e presidente 6

do CBH dos Rios Parnamirim e Santo Onofre, Anselmo Caires, o presidente do CBH do Entorno da Represa de Três Marias, Altino Rodrigues e a presidente do CBH do Rio Piauí, Maria Elza Messias Soares de Araújo. Polignano aproveitou o início da reunião para cobrar o repasse dos recursos da Cobrança pelo Uso da Água por parte do Governo do Estado. Os valores arrecadados e não repassados entre os anos de 2016 e 2017 totalizam quase R$ 16 milhões. Do previsto para a execução das ações para 2018 e 2019, há um déficit de aproximadamente R$ 10 milhões. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais destacou como o estado tem se pautado na temática hídrica, apesar da crise financeira que vivencia, e assumiu compromissos importantes, em especial com os Comitês de Bacia Hidrográfica. “Temos que ter mais compromisso com o repasse de recursos, a evolução da governança hídrica depende disso. Desde que assumi a secretaria tenho tentado afinar a relação do Governo com os Comitês”, disse. O CBHSF alerta que vem cobrando, desde o rompimento da barragem de Mariana, um protagonismo da presidência do CBH Doce nas ações de recuperação da Bacia do Rio Doce. Assim, o Comitê deve ser o articulador, fazendo com que as instituições que venham a ser criadas, como por exemplo a Renova, trabalhem com o que já está instituído, impedindo influências externas. Durante a reunião foi lançado o site do Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (ENCOB), que em 2018 acontecerá em Florianópolis (SC), de 20 a 24 de agosto. O tema central será “Os Comitês de Bacias Hidrográficas e o Futuro da Água”.

Polignano, presidente do CBH Rio das Velhas, cobra o repasse dos recursos da cobrança pelo uso da água em MG

Antônio Eustáquio Vieira (Tonhão), do CBH Paracatu, também participou da ação


Direc e GACG analisam contrato de gestão Texto: Luiza Baggio / Fotos: Ohana Padilha e Leo Boi O Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão (GACG), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), e a Diretoria Colegiada (Direc) reuniramse, na sede da Agência Peixe Vivo, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 25 e 27 de julho, para formular o relatório semestral do Contrato de Gestão nº 014/2010, firmado entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Peixe Vivo, para a gestão dos recursos arrecadados pela cobrança pelo uso da água, em atendimento ao CBHSF. O atual contrato tem vigência até o ano de 2020. O relatório é uma das inovações do último contrato de gestão e tem o objetivo de melhor

avaliar a atuação da agência delegatária Peixe Vivo, que exerce a função de Agência de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. O coordenador do GACG, Luiz Dourado, esclareceu que no relatório constam questões de relacionamento entre a Peixe Vivo e o CBHSF e que este tem o objetivo de aprimorar as ações da Agência. “Analisamos os processos administrativos, as questões técnicas e de relacionamento praticadas pela Peixe Vivo com as instâncias do Comitê. Destaco como ponto positivo a transparência na prestação de contas e a integridade da Peixe Vivo”, afirmou. O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, explicou que no novo contrato de gestão Membros do CBHSF e da Agência Peixe Vivo discutem contrato de gestão

Direc analisa projetos e parcerias para o CBHSF

O projeto irá beneficiar 45 localidades ao longo do São Francisco nas bacias dos rios Paracatu, Carinhanha e Urucuia

A reunião teve início com a apresentação da Fundação Apolônio Sales (Fadurpe), entidade sem fins lucrativos ligada à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que é uma das primeiras a elaborar um projeto que se enquadra no edital de conversão de multas ambientais, lançado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para aplicação na Bacia do Rio São Francisco. A coordenadora técnica do projeto, Tatiana Scalco, apresentou aos membros da Direc a proposta do projeto capaz de viabilizar as obras na região do Alto e Médio São Francisco. O projeto irá beneficiar 45 localidades ao longo do São Francisco e visa, principalmente, aumentar a disponibilidade hídrica na bacia do Velho Chico, focada nas sub-bacias de Paracatu, entre os estados de Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal; Abaeté, em Minas Gerais, as quais somam 26 municípios; além de Carinhanha, entre Bahia e Minas; e Urucuia, também no território mineiro, que representam outros 19 municípios, num total de 45 localidades, numa área aproximada de 10 mil quilômetros de extensão.

o Comitê passou a ser o interveniente e não mais o anuente. “Sendo assim, o novo contrato trouxe a inovação que é esse relatório semestral para realizarmos um balanço das relações tendo como meta o cumprimento do contrato. O nosso objetivo é aperfeiçoar a relação com a Peixe Vivo e uma das nossas necessidades é a de melhorar a capacidade de resposta da Agência às demandas do Comitê. Como destaque, aponto o importante papel desempenhado pela Peixe Vivo na atualização da Nova Metodologia de Cobrança pelo Uso da Água”, esclareceu.

Luiz Dourado, coordenador do GACG

O trabalho completo deve durar oito anos, dividido em diversas etapas, como diagnóstico, com base no zoneamento ambiental produtivo; recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de nascentes, o que demoraria cerca de cinco anos; e outros três na manutenção das áreas recuperadas. O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, disse que o colegiado tem interesse em estreitar laços com a entidade que possam atender ao objetivo, dentro do programa de conversão de multas ambientais. “Vamos dar prosseguimento aos tramites para fechar a parceria com a Fadurpe, assim como com outras empresas e instituições com vistas à execução de ações para melhorias na Bacia do São Francisco,” garantiu o presidente do Comitê. Anivaldo Miranda completou dizendo que o CBHSF ajudará na articulação com os Comitês das sub-bacias que são afluentes, a fim de apresentarem suas contribuições para o êxito do trabalho. A próxima reunião da Direc acontecerá nos dias 27 e 28 de agosto, em Maceió (AL).

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Dois

dedos de

prosa

Sérgio Onofre

Consolidado no cenário da sétima arte em Alagoas, o Circuito Penedo de Cinema já tem boas notícias para a edição de 2018: 492 curtasmetragens foram inscritos para participar da programação, o que representa um aumento de 38% em relação ao ano passado. O evento, que agrega três mostras competitivas: 11º Festival do Cinema Brasileiro de Penedo, 8º Festival de Cinema Universitário de Alagoas e a 5ª Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental, é patrocinado pelo CBHSF e acontece entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro de 2018. O coordenador do evento, Sérgio Onofre, conversou conosco e dá mais informações.

Texto: Mariana Martins Foto: Edson Oliveira

Quais são as novidades do Circuito Penedo de Cinema em 2018? As novidades estão mais relacionadas à programação em si, aos convidados especiais, às pessoas que a gente vai trazer para discutir sobre as diversas temáticas que serão exibidas. A grande novidade é a ampliação em número de dias do evento. Será uma semana inteira de evento, do dia 26 de novembro até o dia 02 de dezembro. Quantos filmes foram inscritos? Este ano ultrapassamos todas as nossas expectativas e batemos o nosso próprio recorde de inscrições. No ano passado foram 356 inscrições e este ano batemos 492. Isso é extremamente gratificante, pois demonstra o crescimento do evento, a credibilidade e mostra que, de alguma forma, o evento é visto, percebido, e as pessoas têm vontade de conhecer, de trazer o seu trabalho para Penedo e de tê-lo exibido no Circuito Penedo de Cinema. Como será a premiação esse ano? São três mostras competitivas (Festival do Cinema Brasileiro de Penedo, Festival de Cinema Universitário de Alagoas e a Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental) e cada uma traz duas premiações oficiais. Cada uma das três mostras recebe um prêmio do júri oficial. Do outro lado, a população também participa ativamente escolhendo o filme de sua preferência, através de votação. Prêmios: Festival do Cinema Brasileiro – R$10 mil para o melhor filme escolhido pelo júri oficial e R$5 mil para o filme escolhido pelo público; Festival de Cinema Universitário e Mostra Velho Chico – R$ 8 mil reais para o melhor filme escolhido pelo júri oficial e R$5 mil para o filme escolhido pelo público. Qual a importância dessa parceria com o Comitê? Quais são os outros parceiros? A participação do Comitê é fundamental para reforçar o caráter político e pedagógico do evento. É um evento que nasceu por iniciativa da Universidade Federal de Alagoas e hoje tem a participação da Secretaria de Cultura, do Sebrae, da Fapeal, entre outras instituições, que percebem

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Presidente: Anivaldo de Miranda Pinto Vice-presidente: José Maciel Nunes Oliveira Secretário: Lessandro Gabriel da Costa

Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBHSF - Tanto Expresso

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nesse evento a sua importância para Alagoas. Sobre a Mostra Velho Chico especificamente, eu diria que, vivenciando a problemática toda pela qual o rio está passando – assoreamento, crise hídrica, avanço da água do mar – que aponta como resultado a possibilidade do fim desse manancial, o nosso compromisso é transformar essas ações em um amplificador da luta pela recuperação do rio. A mostra Velho Chico traz esse aspecto de luta, de resistência em favor das causas vinculadas ao Rio São Francisco, e traz também o compromisso pedagógico, que é a formação de novas consciências. É direcionada a adolescentes e jovens que estão no ensino médio, técnico e universitário, e após cada exibição, a temática é discutida com técnicos, professores, ambientalistas. Dessa forma, utilizamos o cinema como uma importante ferramenta de educação ambiental. Quais são as expectativas em relação ao Circuito Penedo de Cinema este ano? As expectativas são sempre as melhores. Esperamos trazer cada vez mais gente para a cidade, que mais pessoas se interessem em conhecer o evento, a cidade de Penedo, o Baixo São Francisco. Nós temos atrativos maravilhosos. É um evento que se fortalece a cada ano e que acontece em meio a um paraíso - o paraíso das águas, na foz do São Francisco, numa cidade histórica colonial. Enfim, é de fato um lugar que todo mundo merece conhecer. Sérgio Onofre vira carranca para defender o Velho Chico? Impossível passar desapercebido quando a cada dia que você olha para o rio, você vê o banco de areia crescer e se transformar em uma ilha, a vegetação crescer. É muito triste e o São Francisco merece, o planeta merece que nós nos inconformemos com essa situação. Somos todos carranca! Confira o podcast com informações sobre o Circuito Penedo de Cinema. Acesse: https://goo.gl/hhRupb ou com seu celular scaneie o QR CODE ao lado.

Coordenação Geral: Paulo Vilela, Pedro Vilela, Rodrigo de Angelis Edição: Mariana Martins Textos: Higor Soares, Iara Vidal, Luiza Baggio, Mariana Martins Design Gráfico: Rafael Bergo Assessoria de Imprensa: Mariana Martins Fotos: Acervo CBHSF / TantoExpresso: Bianca Aun, Cristiano Costa, Edson Oliveira, Ohana Padilha, Leo Boi e Fernando Piancastelli Impressão: ARW Gráfica e Editora Tiragem: 5000 exemplares Direitos Reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Secretaria do Comitê: Rua Carijós, 166, 5º andar, Centro - Belo Horizonte - MG - CEP: 30120-060 (31) 3207-8500 - secretaria@cbhsaofrancisco.org.br - www.cbhsaofrancisco.org.br Atendimento aos usuários de recursos hídricos na Bacia do Rio São Francisco: 0800-031-1607 Assessoria de Comunicação: comunicacao@cbhsaofrancisco.org.br Comunicação

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