
3 minute read
Educação Indígena
Saúde Indígena na Pandemia
ados indígenas, tanto que, ao longo de 2020, avisos da “Comissão Internacional de Direitos Humanos” foram enviados ao governo federal, solicitando uma melhor proteção à pandemia para os povos minoritários em direitos. Na reportagem da TV Brasil sobre o assunto, os nativos alegam que a falta de importância em âmbito político e econômico é a causa desse descaso.
Advertisement
DSEIs X SUS: A saúde perante os povos indígenas sempre foi uma problemática enorme no Brasil, envolvendo a efetivação dos direitos dos cidadãos. Com o intuito de resolver parte dessas barreiras, o centro político federal criou unidades especiais que os auxiliam em inúmeros aspectos, a exemplo das DSEIs e as SESAIs. Durante a pandemia do COVID-19, houve conflitos entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e as repartições exclusivas. Entre esses, indígenas doentes são constantemente transferidos de unidades do SUS para as DSEIs e vice-versa, causando diversas mortes. Esse impasse ocorre, porque há uma distinção entre a população autóctone que reside nas cidades e os que são aldeados. Em tese, pessoas que moram na zona urbana deveriam ser tratadas por unidades filiadas ao SUS, e os povos aldeados deveriam ser auxiliados pelos serviços orientados. Infelizmente, de fato, isso não acontece, visto que há uma grande quantidade de nativos marginalizados durante esse processo. Tal problema é gravíssimo, pois burocratiza algo que os indígenas necessitam de forma imediata, a garantia à vida.
ACULTURAÇÃO: Durante um período tão difícil para o povo brasileiro, quem mais sofre são as minorias em direitos, os quais residem o território nacional a mais tempo que todos os descendentes de imigrantes: os indígenas. O impacto da COVID-19 não traz apenas a morte de indivíduos, mas também faz com que conhecimentos indígenas ancestrais sejam perdidos. A maior taxa de mortalidade está entre os anciões das aldeias, pessoas que dominam grande sapiência e habilidade que devem ser passadas de geração para geração. Com o grande número de mortes de caciques, é posto em risco a reprodução social e a transmissão da cultura na sociedade ameríndia, desse modo, caracterizando-se uma aculturação, que é promovida pela irresponsabilidade governamental. Caso se perca as tradições dos nativos, o Brasil também perderá grande parte da sua identidade, visto que esses povos são os primeiros habitantes da região e a história do país reflete grande parte de seus costumes.
Estevão B. Guerra Leonardo L. P. da Silva
VACINAÇÃO: Tendo em vista as milhares de mortes de indígenas causadas por vírus exóticos ao nosso ecossistema e a maior vulnerabilidade social dos povos, além de uma dificuldade em adotar o isolamento - em virtude da necessidades dos povoados-, o governo federal decidiu que os nativos seriam um grupo prioritário na imunização contra COVID-19. Medida tomada também em virtude de todos os problemas supracitados como as altas taxas de mortalidade nesse período, principalmente, de anciãos, causando a aculturação, bem como dificuldade em auxiliar adequadamente esses povos, culminaram nessa decisão estatal referente à vacinação. Portanto, para que o máximo de indígenas sejam vacinados, a junta governamental democrática e a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) fizeram desde o início do plano de vacinação, extensivas campanhas de incentivos destinadas a esse grupo. Nesse cenário, pode-se observar que tais ações obtiveram resultados positivos, visto que a expectativa era de que 80% dos nativos registrados em DSEIs fossem vacinados com duas doses até o final de agosto de 2021. Ademais, até esse período, o estado de Minas Gerais espera oferecer a primeira vacina para 100% dos que possuem registro. Dessa maneira, espera-se que tal pesadelo para os povos indígenas encerre-se antes do final do ano de 2021.