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PROFª SÔNIA ARRUDA FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA FORTALEZA QUE VIROU PRESÍDIO “O Forte Príncipe não é somente uma grande fortaleza, ele é um marco da devastação e prepotência de um reinado”.
“Somente a energia e a determinação do Governador Dom Luiz de Cáceres, a competência e esforço dos engenheiros, técnicos, operários e a compulsória mão-de-obra escrava tornaram possível a construção do Forte Príncipe, obra a serviço dos homens D’El Rei, nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê... é serviço de Portugal. E tem de se cumprir”. O Forte Príncipe da Beira não é apenas uma grande fortaleza, ele representa a potência portuguesa ao construir uma obra faraônica na região, com a intenção de defender os limites portugueses, no auge do Ciclo do Ouro, e também vigiar sua inimiga, a Espanha que tencionava atingir o Oceano Atlântico através dos rios Guaporé e Paraguai. Esta imponente obra de 970 metros de extensão e 10 metros de altura, no coração da Amazônia, nem mesmo chegou a ser utilizada como base militar. A demora nas comunicações viriam a impedir que a Capitania de Mato Grosso tomasse conhecimento do tratado de Ildefonso – firmado entre Portugal e Espanha. O tratado legitimava o domínio da margem direita do Guaporé a Portugal, tornando desnecessária a empreitada, entretanto, o
comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de ano. A disputa entre Portugal e Espanha vem de 1750, através do tratado firmado entre os dois reinados, que defendia as linhas de fronteira do rio Guaporé. O Forte Príncipe não foi a primeira construção dessa envergadura na região, no entanto, foi a mais dispendiosa e demorada, pois deveria impor respeito ao inimigo, por sua localização estratégica. O rei de Portugal, Dom José I, já havia criado a Capitania de Mato Grosso, cuja capital era Vila Bela, e nomeou como governador, Dom Luiz de Cáceres, em 1771. Luiz de Cáceres chegaria na capitania depois de longos 13 meses de viagem, iniciando a construção da fortaleza sobre forte pressão política de seu rei e da proximidade do inimigo. “A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei...”, escreveria em 1776, ano em que foi iniciado a construção do Forte. As dificuldades impostas pelas distâncias fluviais; a ausência de mão-de-obra especializada, e a ineficiente comunicação com Portugal castigavam, mais não desencorajam a coroa portuguesa que prosseguia com a obra. De Forte À Prisão A construção do Forte Príncipe da Beira remota da passagem de flotilha de Pedro Teixeira pela embocadura do rio que ele denominou das Madeiras, entre 1637-39, quando a coroa portuguesa resolveu ficar com a posse do curso do rio Amazonas e de suas terras marginais até a região de Paiamino, no rio Aguarico. A passagem do bandeirante Antonio Raposo Tavares, em 1648-52, pelas localidades que separam as bacias dos rios Prata e Amazonas seguindo até as proximidades do Grão-Pará, serviriam como base para a dominação portuguesa no vale Guaporé Dom José I, rei de Portugal cria, em 1746, a capitania de Mato Grosso, esta garantiu a posse para os portugueses dessas terras, nomeando como seu primeiro governador o capitão de infantaria, D. Antônio Rolim de Moura. Inicia-se assim o ciclo de dominação e destruição portuguesa na região. O tratado de Madri, firmado entre Portugal e Espanha (1750), que definia as linhas de fronteira do rio Guaporé, nos anos posteriores, não era mais obedecido por nenhum dos reinados após a descoberta de jazidas de ouro no Vale do Guaporé. Dom Luiz Cáceres é nomeado governador de Mato Grosso, em 1772, gasta 13 meses e 14 dias 1
2 para percorrer o Rio de Janeiro até a Vila Bela, capital de Mato Grosso. Um exemplo das dificuldades impostas pela Amazônia e à destruição da localidade para que os portugueses construíssem o Forte Príncipe da Beira, que seria abandonado anos depois quando Portugal, por motivos financeiros e políticos, perdeu o interesse pela região. A construção do forte que assegurou o domínio português, na margem direita do Guaporé e permitiu a vigilância dos rios Guaporé e Paraguai foi iniciada, em 1776, ainda no governo de Luiz Cáceres e finalizada em 1783. Com o fim do Ciclo do Ouro, no Vale Guaporé, e a Proclamação da República o Forte Príncipe é renegado ao esquecimento. Não havia mais interesse em manter uma fortaleza na Amazônia. O Forte Príncipe não é somente uma grande fortaleza, ele é o marco da devastação e prepotência de um reinado. Somente em 1914, através de Marechal Cândido Rondon o forte voltaria a ser lembrado, depois de servir durante muitos anos como presídio e asilo dos desterrados de Portugal.
EFMM, EPOPÉIA DE SUOR E SANGUE “Era o homem tentando subjugar as hostis imposições do meio ambiente e escapar ao determinismo geográfico da mais emaranhada rede hidrográfica do planeta” – Esron de Menezes.
Encurralada entre os Andes e os desertos do Gran Chaco e refém do Chile e do Peru, na dependência absoluta do escoamento da produção de seus produtos, a Bolívia percebeu, em
1860, a necessidade da construção de um porto no Rio Madeira para comunicação direta com o Atlântico. A primeira idéia de uma ferrovia na Amazônia, ao longo dos trechos encachoeirados do Madeira, foi apresentada pelo general boliviano Quentin Quevedo, em 1861. Cinco anos mais tarde, época da Guerra do Paraguai, o Brasil resolveu entrar em entendimento com o governo da Bolívia. “Em 1866, a ligação de Mato Grosso com o Atlântico ganhou importância para o Brasil, já que o conflito na bacia do Prata praticamente interditou seus rios à navegação brasileira” – diz textualmente Manoel Rodrigues Ferreira em “A Ferrovia do Diabo”. Em 1867, a Bolívia se mostra atraída. Decide ficar do lado brasileiro. A abertura de uma saída através do Madeira serviria também para escoar o ouro e a prata andina, além da borracha. Surgiu então o Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, em conseqüência veio a criação da Madeira Railway Co. Ltda. Desafio da Construção Veio da Inglaterra a Public Works, empresa que iniciaria a construção da Estrada de Ferro batizada com o nome Madeira Mamoré. No dia 6 de julho de 1872 chega à Cachoeira de Santo Antonio, o primeiro grupo de engenheiros ingleses. “Era o homem tentando subjugar as hostis imposições do meio ambiente escapar ao determinismo geográfico da mais emaranhada rede hidrográfica do planeta” – analisa o historiador Esron de Menezes. A formação rochosa e o pântano na região faziam os trabalhadores acreditarem que mesmo dispondo de todo o dinheiro do mundo e a metade de sua população, seria impossível construir a estrada. A Public Works desistiu da construção e entrou com ação indenizatória contra o governo brasileiro perante à justiça londrina, alegando que a obra havia sido mal exposta, principalmente quanto a extensão da estrada e que a zona era um antro de podridão onde os seus homens morriam feito moscas. Com a desistência da Public Works, o governo contrata a empresa americana P&T Collins. Logo no início os americanos perdem na viagem 700 toneladas de material e oitenta pessoas morrem afogadas num naufrágio. Homens são vitimados por febres e calafrios, desenteria, varíola e pneumonia. Italianos, trazidos para o trabalho, sob ameaça de morte, se rebelam e fogem para a floresta. Anotações da época dão idéia da tragédia: “Na 2
3 calada da noite, apavorados, setenta e cinco italianos abandonaram o acampamento, penetraram na espessa floresta amazônica, e tomaram o rumo da Bolívia. Desapareceram no meio da mata, e nunca mais ninguém soube deles: se morreram de fome, de doenças, ou devorados pelos índios. A espantosa tragédia que viveram naquela região Amazônica jamais seria contada, nenhum sobreviveria, permaneceria, para sempre, desconhecida do mundo civilizado”. Em quatro meses de trabalho apenas quatro quilômetros de trilhos haviam sido construídos. Assim como os ingleses, os americanos falham. Alguns trabalhadores desceram os rios Madeira e Amazonas chegando em estado precário à Belém (PA). De acordo com testemunhos colhidos por Amizael Gomes da Silva, eles dormiam de favor e durante o dia pediam esmolas para o alimento. Os que teimaram em ficar na cachoeira de Santo Antônio foram atacados pelos índios. No dia 19 de agosto de 1879, a construção foi suspensa. Os sete quilômetros de estrada construída, uma locomotiva, três maquinários e as sepulturas de americanos, irlandeses, italianos e brasileiros foram abandonados. Thomas Collins, o empreiteiro, voltou para os Estados Unidos na miséria e viu a esposa morrer num hospital para loucos. Tratado de Petrópolis No final da guerra Bolívia e Chile, a borracha valorizava-se. O governo boliviano não tinha recursos para explorar os seringais do Acre, já invadidos por brasileiros nordestinos. Quando a Bolívia tentou recuperar sua soberania, sofreu a revolta do acreano e se viu obrigada a desistir das terras mediante indenização de 2 milhões de libras esterlinas. A transação abriu caminho para a assinatura do Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903. O governo brasileiro assumiu, formalmente, o compromisso de
construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, com liberdade de trânsito por essa ferrovia e pelos rios brasileiros até o Oceano Atlântico de produtos bolivianos. A Bolívia daria ao Brasil a área de 191 mil metros quadrados, referente ao atual estado do Acre. Obrigado pelas disposições do Tratado, o governo brasileiro toma as providências iniciais para a retomada da construção da estrada de ferro, contornando as cachoeiras do alto rio Madeira, partindo de Santo Antônio até Guajará-Mirim.
MARECHAL RONDON DESBRAVANDO O SERTÃO
“Do Mato Grosso ao Amazonas, Rondon instalou 2.232 quilômetros de linhas telegráficas”.
O ano era 1907. O oficial do corpo de engenharia militar, Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon acabara de ser encarregado pelo Governo Federal para implantação da linha telegráfica entre os Estados do Mato Grosso e Amazonas. Os pontos extremos eram as cidades de Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira, a sete quilômetros da atual capital, Porto Velho. Para cumprir melhor a missão, Rondon, ainda tenente-coronel do Exército, dividiu os trabalhos em três etapas e as denominou “expedições”. A primeira expedição começou em 02 de setembro de 1907 e o ponto de partida foi Diamantino, no Mato Grosso. Demorou apenas 74 quilômetros para Rondon e seus homens encontrarem o que seria o maior desafio da missão: os índios. O militar usou métodos humanitários na pacificação e fazia toda a tropa expedicionária ser subordinada ao lema: “morrer se preciso for, matar nunca”. Na primeira parte dos trabalhos de instalação da linha telegráfica Cândido Mariano da Silva Rondon abriu 1.781 quilômetros de picadas. 3
4 A segunda expedição ocorreu de 29 de julho a 03 de novembro de 1908. Esta seria mais arriscada que a primeira. Toda a tropa teria que enfrentar os ferozes índios Nhambiquaras. Muitos homens amedrontados e acovardados abandonaram a comitiva e foram denominados por Rondon como “soldados de espírito fraco”. Mais uma vez o método de pacificação surtiu efeito os “selvagens”. Entre as localidades de Juruema e a Serra do Norte, ambas no Mato Grosso, a expedição ergueu 1.653 km de linha telegráfica. A mais famosa das expedições, a terceira, aconteceu em 1909. Nesta Rondon avançou todo o sertão do atual Estado de Rondônia. A travessia durou 237 dias. As dificuldades aumentaram na última etapa da missão. Índios fizeram emboscadas e mataram um dos soldados. Em função do perigo, os expedicionários se detiveram 51 dias e buscaram localizar as cabeceiras que davam para os rios Guaporé, Madeira e Tapajós. No dia 09 de outubro, os expedicionários descobriram um rio de 50 metros de largura. Rondon o batizou com o nome de Pimenta Bueno, uma homenagem aos serviços de um amigo geógrafo. O tenente-coronel chefiava uma tropa de 28 homens que passavam grandes dificuldades com a falta de alimentos. Mas no dia 25 de dezembro a expedição chegava, finalmente, ao objetivo, Santo Antônio do Rio Madeira, com 2.232 km de linha levantada. Entusiasmado Mariano Cândido da Silva Rondon discursa: “Assim findou a nossa peregrinação de 8 meses, através dos sertões do nordeste mato-grossense, a exploração realizada sob os auspícios do santo amor à Pátria. Não fôramos mantidos por este sublime sentimento, não teríamos energia moral suficiente para suportar tão grandes choques e das privações de toda a sorte que nos atormentaram a travessia”. O último poste de linha telegráfica foi implantado somente em
1915, ano em que foi esticada a última roldana de fio. Outras expedições foram feitas até os rios Jamary, Anary e Machadinho, rio das Dúvidas, Jiparaná ou Machado e Jacy Paraná. Homenagem recusada Na tarde do dia 13 de setembro de 1943, era assinado no Palácio do Catete, o decreto-lei 5.812 de criação do Território que seria implantado com áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e Amazonas. Houve corrida pelo nome do Território, até que por sugestão do ministro de Viação e Obras Públicas, Mendonça Lima, veio a idéia do nome Rondônia, em homenagem ao general Cândido Rondon. Ao ter conhecimento da indicação, Rondon, segundo os historiadores, recusou a homenagem. Diante da negativa, outros nomes foram sugeridos: Minas Novas, Urucumacuan, Madeira e, finalmente Guaporé. Mais tarde o nome Rondônia prevaleceu, pela Lei 2.731 de 17 de fevereiro de 1956, por projeto de um deputado amazonense. Embora tenha tratado com crueldade os subordinados, negado prestação de contas da linha telegráfica e recusado a homenagem do nome Rondônia, não se pode negar que Cândido Mariano da Silva Rondon foi um dos maiores pioneiros deste Estado e grande personalidade do início do século. Nascido em 05 de maio de 1855, ele ascendeu, ainda jovem, aos maiores postos de hierarquia militar por reais méritos. Foi escolhido “Patrono das Comunicações”, recebeu o título “Civilizador dos Sertões” e, em 1953, foi lançado candidato ao Prêmio Nobel da Paz.
BORRACHA ATRAI NODESTINOS “Fortalecimento populacional na região com o Ciclo da Borracha”
A Amazônia é novamente descoberta como fonte de imensa riqueza na metade do século XIX. Encerrado o Ciclo do Ouro, tem início o Ciclo da Borracha que representa um dos maiores processos migratórios da região. Através dele vieram para região milhares de nordestino expulsos pela seca de 4
5 1877. Primeiro ciclo que resultaria mais tarde na Guerra do Acre (1903) e possibilitaria no segundo ciclo, a criação do Território de Guaporé (1943). Em sua primeira fase (1911-14), o Brasil ocuparia a posição de maior produtor de borracha silvestre do mundo tendo como concorrente seu vizinho, a Bolívia. Esta república tinha uma grande desvantagem em relação ao Brasil, seus seringais ficavam na parte oriental dificultando o escoamento do produto para o Oceano Atlântico. Em 20 de abril de 1867, Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição; assim começa o processo que desencadearia mais tarde a construção de uma estrada de ferro ligando o Madeira ao Mamoré, um projeto boliviano. Mesmo assim, a proximidade destas duas potências produtoras de látex – matéria-prima da borracha – na mesma região, onde futuramente seria o Acre, daria origem a Guerra do Acre, liderada pelo ex-major do Exército Plácido de Castro. Com a vitória do Brasil, nessa luta, a região passa a fazer parte do nosso território e novamente é assinado um tratado com a Bolívia, o Tratado de Petrópolis (1903), e o Brasil assume a responsabilidade de continuar a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. 2ª Guerra O Brasil perdeu sua supremacia como produtora de borracha para as colônias inglesas na Ásia, terminando assim o primeiro Ciclo da Borracha. Em 1942, durante a 2ª Guerra Mundial, inicia o segundo Ciclo da Borracha. Os Estados Unidos impossibilitados de alcançar os seringais asiáticos, redescobrem a Amazônia. Eles necessitavam desse produto para a produção dos pneus utilizados nos veículos na frente de combate. Brasileiros, principalmente, os do Nordeste, são atraídos para lutar na “Guerra Verde”, na Amazônia. O inimigo armado não existia, na verdade
a luta era contra as doenças tropicais e os mãos tratos do governo. O Brasil volta a posição de maior produtor de borracha do mundo, com a assinatura do tratado de Washington (1941), firmado entre o Brasil e Estados Unidos, durante o Governo de Getúlio Vargas. Este fato proporcionou o retorno populacional e um grande impulso econômico. Esse pedaço da Amazônia voltava a despertar interesses internacionais, mas, com o fim da 2ª Guerra a produção da borracha em grande quantidade para uso bélico, deixava de ser necessário, em 1950 tem fim a segunda fase do Ciclo da Borracha. Primeiro Ciclo A Bolívia, em 1846, necessitava da abertura de uma rota para exportar a borracha produzida, na parte oriental de seus seringais, ao Oceano Atlântico. Dois projetos são elaborados para solucionar este problema, a primeira opção seria uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré; a segunda uma ferrovia que seria construída na margem direita do Madeira até a localidade de Santo Antônio. O governo boliviano prefere a primeira alternativa e o engenheiro-militar, inglês, George Earl Church, recebe o encargo de fundar uma empresa de navegação entre os rios. Surge então a National Bolivian Navigation Company que não chega a ser finalizada. Os bancos da Inglaterra, financiadores do projeto, não aceitam financia-lo, eles tinham maior interesse na construção da ferrovia, um interesse profundamente financeiro, pois, a Inglaterra era nesse período a produtora mundial de vagões e locomotivas, controlando também toda a importação da borracha produzida na Amazônia. Têm início os projetos de construção da ferrovia que ligaria o Rio Madeira ao Mamoré. Esta primeira empreita seria feita ainda pelo Earl Church. As notícias sobre as riquezas da borracha já haviam atraído, para a região, centenas de nordestinos que invadiam até os seringais do território boliviano e não era somente esses trabalhadores que ocupavam a área, prisioneiros e exilados políticos do Brasil começavam a desbravar o local, explorando às seringueiras.
CANDELÁRIA DESTRUIÇÃO DE UM PATRIMÔNIO “A Vila da Candelária vem sofrendo com invasões e o descaso das autoridades”
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Durante muitos anos o Cemitério da Candelária foi resguardado e protegido por trabalhadores da Ferrovia MadeiraMamoré que foram se estabelecendo no local. Muitos, como é o caso dos babadianos, não possuíam recursos ou mesmo motivos para retornar ao país de origem. Depois do desprezo das autoridades. Abandonado por várias décadas, o Cemitério, apesar de fazer parte do acervo da Estrada de Ferro, de responsabilidade do Governo Estadual, encontra-se hoje em situação crítica. O local já foi e continua sendo palco de brigas intensas por invasores de terras que demonstram mais interesse em se apropriar do local do que preserva-lo. Assim, a depredação tem sido inevitável e acontece todos os dias, sem que nenhuma autoridade regional se manifeste. O “fim da história”, alardeado pelo filósofo Hegel – erroneamente interpretado na época – está prestes a acontecer aqui no Estado. Para este filósofo, a história já havia alcançado o seu amadurecimento, o seu apogeu. Em Rondônia será realmente o fim da história da Candelária, caso as autoridades continuem permitindo á destruição deste local que é o início da história do Estado. Tudo começa quando a Empresa Railway Company adquire, em 1921, a região da Candelária. Isto só acontece depois de 26 anos da obra iniciada pela empreiteira de Percival Farqhar, a área de 2 milhões, 72 mil, 375 metros quadrados – ainda pertencente ao Estado do Amazonas - foi adquirida pela Madeira-Mamoré Railway Company por 20 contos de Réis. Segundo documentos da época, a terra pertencia a um peruano chamado
Suarez Hermana que teria nomeado o local de Candelária, em homenagem a padroeira de seu país, Nossa Senhora da Candelária. A partir daí, a história torna-se estória. Novos documentos surgiram dando posse da terra a outras pessoas que começaram a desmatar o cemitério. Após denúncias, o Ministério Público começou a analisar os documentos. O caso vem sendo examinado pela promotora Aidê Maria Moser. A autenticidade destes documentos são contestadas pela Associação dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A responsabilidade de ninguém A Candelária é um Patrimônio Histórico do Estado, e, inexplicavelmente nenhum órgão quer assumir a responsabilidade por sua preservação. Na divisão de Arqueologia da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), o diretor Josuel Ravane realizou em 95, uma fiscalização minuciosa do local – quando iniciaram as ocupações na área. Ele explica que o Estado funciona apenas como um órgão fiscalizador. A preservação do patrimônio seria de responsabilidade da Prefeitura, por estar localizada no município de Porto Velho. A questão da localidade da Candelária é algo realmente muito interessante, tendo em vista que a Sedam está há poucos metros desta região. Mesmo com a divulgação seguidas de matérias no Diário, sobre a depredação do patrimônio em 1999, a área não foi nem mesmo fiscalizada pelas autoridades estaduais ou municipais. E a depredação da história de Rondônia continua. Vilas A Vila Candelária foi construída entre as décadas de 40 e 50 para os ferroviários. “Diversas outras vilas foram feitas na mesma ocasião”, explica o arquiteto Luiz Leite. “A Candelária se tornou mais conhecida em virtude da região da Candelária. A Railway oferecia moradia a seus funcionários”, esclarece. Segundo a ferroviária Maria Auxiliadora Lobo de Souza, são da mesma época: as vilas de Pedro Canga, em Abuña, Penha Colorado, Caracol, Chocolatal e Periquitos. Início do cemitério Pequenas cruzes de madeiras brancas iam sendo fincadas próximo ao Hospital Candelária. No início, em 1907, elas não eram mais de 50. Com o andamento da obra no mesmo ano, já não existia espaço para os sepultamentos. A Railway começou 6
7 a desmatar mais um pedaço da mata à frente do Candelário. Em seus registros finais sobre a obra, a companhia divulgou um total de 21.817, no entanto, este montante não é exato pois centenas de mortos foram enterrados ao longo da construção. Assim, foi iniciado o mais célebre patrimônio histórico do Estado: o Cemitério da Candelária. Muitos engenheiros, médicos e alguns moradores de Santo Antônio e de Porto Velho foram enterrados nesse local, suas sepulturas foram marcadas com lápides de concreto e cercadas com grades.
TEIXEIRÃO O GOVERNANTE DO SÉCULO “A maior personalidade política do século em Rondônia chega para transformar o Território em Estado”
Belmont, manhã de 10 de abril de 1979. Desembarca em Porto Velho o general Jorge Teixeira de Oliveira, governador de Rondônia por determinação do então Presidente da República, João Baptista de Oliveira Figueiredo. Como se já soubesse que aquela seria a maior personalidade política do século no Estado, o povo recebe Teixeira com uma grande festa. Na recepção, muitos amazonenses que haviam sido governados por ele. Emocionado, Jorge Teixeira discursa: “São passagens como essas gratificam o homem público e fazem com que a
gente se sinta com maior disposição para a luta”. Funcionários da Prefeitura de Manaus entoaram um hino como agradecimento ao trabalho do coronel. Perplexo com a manifestação Teixeira pergunta: “Muito bem, muito bem, mas será que não tinha nada pra vocês fazerem hoje lá?...”. Jorge Teixeira, que agradara tanto o povo manauara, chegava à Rondônia com a missão de transformar o Território em Estado. Logo propôs a criação de novos municípios. Missão ou não, o fato é que Teixeira foi bastante dinâmico na operacionalização dos recursos injetados no então Território Federal, dando-lhe numa estrutura administrativa, social e política. Ao tomar posse, Jorge Teixeira de Oliveira, definiu seu plano de trabalho e as metas a serem atingidas: asfaltamento da BR-364, inclusive o trecho que liga Porto Velho a Guajará-Mirim; construção da hidrelétrica de Samuel; transformação de novos aglomerados ou vilas em municípios, incentivando o pequeno e o médio produtor rural e, finalmente, transformar Rondônia em Estado. As promessas do governador foram colocadas em dúvida. Os oponentes ao seu governo iniciaram uma campanha de descrédito junto à opinião pública e, em pouco tempo, até os auxiliares recriminavam os discursos de Teixeira – “O homem fala demais. Prometer é fácil, cumprir é que são elas”. As críticas continuavam. Havia questionamentos do porquê Jorge Teixeira não “arrumou a casa” em seis meses. Os maliciosos: “em Manaus era o Teixeirão, aqui é o Teixeirinha”, numa alusão ao cantor de música sertaneja. Realmente, no primeiro ano de governo, o coronel mal conseguiu acabar com a teia de intrigas que existia nos muros palacianos. Triste herança deixada pelo antecessor. Teixeira prometeu que o Governo Federal criaria novos municípios em Rondônia antes de 1982, embora a lei de outubro de 1977 desautorizasse tal afirmativa. Correndo contra o tempo, Teixeira levava pessoalmente suas justificativas ao Ministro da Justiça e do Interior. As muitas viagens eram motivo de pesadas críticas da oposição, tanto no Congresso Nacional quanto nas câmaras municipais de Porto Velho e GuajaráMirim. Teixeira estaria esbanjando mordomias em rodadas de uísque e não procurando resolver os problemas de Rondônia. No dia 16 de junho de 1981, foi levada à sanção do presidente João Figueiredo, a Lei 6.921 7
8 que autorizava a criação dos municípios de Colorado do Oeste, Espigão do Oeste, Presidente Médice, Ouro Preto do Oeste, Jaru e Costa Marques. A criação daqueles municípios dentro do prazo que fora preconizado pelo governador, lhe devolvia a credibilidade com o povo. Outras promessas também foram compridas. Já naquela época, empreiteiras montavam canteiros de obras ao longo da BR-364, para início do asfaltamento. Era a obra mais esperada pela população do Estado. O feito parecia tão impossível aos adversários que, mesmo com as máquinas desfilando na estrada em busca de local de trabalho, ainda haviam quem negasse a vitória do governador junto às autoridades de Brasília.
estrada que permitiam o escoamento de seus produtos para o mercado consumidor. Jorge Teixeira de Oliveira faleceu, aos 63 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 28 de janeiro de 1987. Sonhava voltar a governar Rondônia, eleito pelo povo.
BR-364 A RODOVIA RASGA A FLORESTA “Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos para que os produtos e as riquezas da região pudessem ser escoados pela BR-364, que teve o objetivo ainda de incentivar o povoamento da região”.
Governo itinerante Como homem e administrador atuante, perfeitamente identificado com o povo, Jorge Teixeira estabeleceu um governo aberto às aspirações da população na busca de soluções para os problemas decorrentes do acelerado processo de desenvolvimento. Criou então o “Governo Itinerante” e diminuiu a distancia entre os membros decisórios e administrativos do governo a das comunidades. O governo não ficaria mais confinado na capital, mas instalado também nas cidades de Ouro Preto, Cacoal, Vilhena e Costa Marques. Não havia projeto de colonização e nem linhas ou glebas que não conhecessem pessoalmente o governador Jorge Teixeira. Foi a primeira vez na história Rondônia, que um político desceu do “pedestal” para se juntar ao povo. Os planos do governo Teixeira não era segredo para ninguém. Os trabalhos eram desenvolvidos num perfeito espírito de comunidade estimulando, inclusive, o povo a participar diretamente das ações governamentais. Essa harmonia administrativa encorajou os colonos a fazerem um mutirão, oportunidade em que a própria comunidade agrícola se integrou ao governo na construção da
Em 1944, uma comissão chefiada pelo engenheiro Yêdo Laza organizou um plano rodoviário e incluiu nele uma ligação rodoviária entre o Acre e as regiões do Centro Sul do País. Tal ligação recebeu o nome de “rodovia acreana” e a designação de BR-29, cruzando as cidades de Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, até a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a rodovia Pan-Americana. No dia 13 de janeiro de 1945, o então governador do Território do Guaporé, Aluízio Ferreira, criou a 2ª Companhia Independente, que tinha a missão de construir a rodovia no rastro da linha telegráfica de Rondon que ligaria Porto Velho à Vilhena. A construção de uma estrada ligando Mato Grosso à Rondônia era necessária para o povoamento e colonização da área. Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos para que os tesouros da região pudessem ser escoados. Sob o comando do capitão engenheiro Ênio Pinheiro, chegou em 09 de julho do mesmo ano o primeiro grupo de homens para construir a estrada. Dois anos mais tarde, a companhia dava por encerrada as atividades, com apenas 55 quilômetros explorados e o desaparecimento de um de seus homens mais ilustres, o tenente Fernando Gomes de Oliveira. 8
9 A BR-29 foi obra do governo de Juscelino Kubitschek, num grande esforço para tirar a Amazônia do isolamento. “Demonstrou o Sr. Kubitschek perfeita compreensão do problema da falta de ligação da mais rica região do País com o resto do território nacional” – disse na época o governador Paulo Leal. Foram grandes as dificuldades encontradas pelas firmas empreiteiras contratadas. Durante muito tempo a estrada era apenas um “rasgão” mal acabado nas selvas de Rondônia. Verdadeiras trilhas de lama e pinguelas, onde só os pioneiros se atreviam passar. O percurso de Vilhena à Porto Velho chegava a ser feito em 12 dias, como relata o escritor Amizael Gomes da Silva em “No Rastro dos Pioneiros”. O recomeço Durante uma reunião de governadores com o Presidente da República, nos primeiros dias de fevereiro de 1960, o então governador do Território, Paulo Leal, demonstrou a necessidade de reiniciar a construção da BR-29. Juscelino Kubitschek, empolgado com uma série de recortes de jornais e mapas levados pelo governador, ordenou ao DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – a imediata execução dos trabalhos. A meta era inaugurar a rodovia no final do mesmo ano. No dia 04 de janeiro já haviam sido distribuídos os trechos pelas companhias: Nacional, Viatécnica, Sérgio Marques de Souza, Cib., CC., Camargo Corrêia, Triângulo Mineiro e CC. BE., até o local denominado Alto Paraguai, no estado do Mato Grosso, onde estava assentada uma companhia do Exército. O presidente Kubistcheck tinha por norma avançar no tempo, já que seu mandato estava chegando ao fim, por isso ao encontrar o primeiro obstáculo no transporte das máquinas entre o Rio de Janeiro e Porto Velho, mandou descarregar o navio Rio Tubarão, que estava designado para viagem ao
Oriente Médio, e ordenou que nele fossem transportadas as máquinas das companhias empreiteiras. No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à Porto Velho a primeira leva de construtores da BR29 para realizar em 9 meses e 14 dias a desmatação, terraplanagem, permitindo em época de verão realizar em 30 horas uma viagem de Cuiabá à Porto Velho. A pavimentação Quando Rondônia alcançou sua autonomia, transformando-se em Estado, apenas o trecho Ariquemes/Porto Velho, com 192 quilômetros, era asfaltado. Destes, 48 ainda em barro, onde estava a reserva para a represa de Samuel. Os trabalhos ali foram executados pelo 5º BEC, mas toda a rodovia já estava sofrendo reparos. Ao chegar à Porto Velho par tomar posse como governador do Território, Jorge Teixeira de Oliveira estabeleceu metas de trabalho, entre elas a pavimentação da BR-364. Como nenhum outro governador havia conseguido atingir o objetivo, imediatamente os opositores fizeram correr uma onda de boatos para que Teixeira caísse em descrédito. Jorge Teixeira não se deixou abater pelas críticas da oposição. Depois de várias viagens e contatos com autoridades ligadas ao Território, consegui que fossem assinados, pelo ministro Eliseu Resende, na presença do então presidente João Baptista Figueiredo, 19 contratos para a pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto Velho, no trecho que vai de Cáceres, no Mato Grosso, a Ariquemes, numa extensão de 1.040 quilômetros.
ALUIZIO FERREIRA CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO DO GUAPORÉ “A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é mãe do Território Federal do Guaporé. Os outros territórios federais entraram de carona” – Aluízio Ferreira”.
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10 A criação do Território Federal do Guaporé, em 1943, e de mais quatro territórios: Iguaçu e Ponta-Porã, no Sul e Centro-Oeste; Rio Branco e Amapá, no Norte, representam uma das principais metas do governo de Getúlio Vargas. Este estadista pretendia incentivar a ocupação nas terras da Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a política nacionalista, base do seu governo. Uma ação que se tornaria possível com a assinatura do Tratado de Washington entre o Brasil e o Estados Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial, que daria início a segunda fase do ciclo da borracha propiciando o desenvolvimento econômico e populacional da Amazônia rondoniense. A Sociedade Geográfica, 10 anos antes, havia sido incumbida pelo presidente Getúlio Vargas de viabilizar o estudo para a construção de 10 territórios federais. No entanto, o estudo não incluía o município de Porto Velho, somente Santo Antônio e GuajaráMirim fariam parte do território. A interferência do militar e desbravador Aluízio Ferreira, durante este mesmo período, foi fundamental para a concretização do ambicioso projeto de Getúlio. Aluízio aproveita a visita de Getúlio Vargas a região, em 1940, e mostra as potencialidades econômicas de Porto Velho e a sua importância na formação do futuro Território. Ocupando o cargo de delegado do Governo Federal no Alto Madeira, o então capitão Aluízio Ferreira fez uma conferência, em 6 de março de 1936, na Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, no Rio de Janeiro, enfatizando a necessidade da redivisão política do País e descrevendo os problemas enfrentados nos municípios em virtude da ausência política administrativa dos governos estaduais que impediam o progresso destas regiões. Esta foi apenas uma das diversas ações desenvolvidas por Aluízio Ferreira para concretizar a instalação do Território Federal do Guaporé. Seu trabalho foi reconhecido até mesmo por
Getúlio Vargas que o nomeou governador do Guaporé, após sua instalação. Além da política, uma grande amizade fortalecia o trabalho desenvolvido por estes dois estadistas. O jornalista João Tavares, no livro Porto Velho Conta sua História – coletânea de autores regionais – cita que Getúlio Vargas se referia ao Território do Guaporé da seguinte forma: “O Guaporé do Aluízio”. Um reconhecimento público dos trabalhos do militar para a concretização deste que foi o pioneiro dos demais territórios federais do Brasil. Aluízio, desde 1936, realizava reuniões políticas e de divulgação para a criação do Guaporé. Ele havia promovido também visitas de chefes militares a região e enviara ao presidente, um pedido de desmembramento dos municípios de Guaporé e Guajará-Mirim dos estados do Mato Grosso e Amazonas. O pedido era reforçado por assinaturas de moradores de Guajará-Mirim recolhidas pelo diretor da Concessionária da Empresa de Navegação do Guaporé. Paulo Cordeiro da Cruz, que destacava o desprezo dos governadores dos dois Estados pelos municípios de Guajará-Mirim, Santo Antônio do Madeira e Porto Velho. Getúlio visita o Guaporé Aluízio Ferreira aproveita uma visita de Getúlio Vargas a Manaus, em 1940, para convidá-lo a conhecer Porto Velho. Uma breve visita de apenas três horas que resultaram em três dias de permanência do Presidente da República na região. Uma ocasião histórica que marcou antecipadamente a vitória do major Aluízio na implantação do Território Federal do Guaporé. Quando Getúlio chega em Porto Velho é recepcionado na avenida 7 de Setembro com desfiles de estudantes e tropas militares. No final da solenidade, onde estiveram reunidos centenas de moradores dos municípios vizinhos, crianças abraçam o presidente que emocionado diz: “Isto aqui já é um Território!” Na ocasião, Getúlio Vargas inaugura a usina termoelétrica da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o prédio dos Correios e telégrafos em Porto Velho. Aluízio e Getúlio descobririam nesses três dias, diversas idéias em comum. O presidente reafirmaria a Aluízio sua intenção de criar territórios federais nas áreas fronteiriças, uma intenção que seria concretizada três anos depois de sua vinda a região. O major Aluízio aproveita a presença do estadista para convencê-lo a incluir o município de Porto Velho no projeto, como capital 10
11 do futuro território. Uma vontade política que foi realizada anos depois. Finalmente é criado o Território Federal do Guaporé pelo decreto-lei nº. 5.812, de 13 de setembro de 1943, das áreas desmembradas dos estados de Mato Grosso e do Amazonas. Mais quatro municípios brasileiros pegam carona e são também transformados em territórios: Rio Branco e Amapá – no norte, Ponta-Porã e Iguaçu – no Sul e Centro Oeste do País.
A SOBREVIVÊNCIA NA FLORESTA “Depois de abandonar os seringais aos poucos a floresta vem sendo novamente explorada”.
O ano de 89 é marcado pelo encontro de mais de 300 trabalhadores dos maiores seringais de Rondônia, Pacaás Novas e Ouro Preto. É iniciado o processo que viabilizaria, no ano seguinte, a Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), primeira instituição voltada para os interesses sociais e econômicos da categoria. Na ocasião, foi definida a estrutura das associações em todos os municípios que deveria ser formada por comissões compostas de um seringueiro titular e um suplente. Em Guajará-Mirim foram eleitos nove membros e um soldado da borracha. Um segundo encontro nacional, realizado em Rio Branco, firmaria a luta dos seringueiros. Os trabalhadores passam a contar também com diversos órgãos ligados a preservação ambiental, como o Instituto de Pesquisa de Entidades de Defesa a Amazônia – que fez diversas visitas aos seringueiros para conhecer a situação vivida pelos trabalhadores; o Coporé – Ação Ecológica do Vale do Guaporé e o Paca – Proteção Ambiental ao Cacoerência, do Município de Cacoal. Nasce a OSR
A negativa do Banco da Amazônia (Basa) em continuar o repasse financeiro aos grandes seringalistas, resultaram no abandono dos seringais, nos anos 80. O seringueiro, a alma do trabalho extrativista, foi deixado a própria sorte sem nenhum amparo político ou social restando para esses trabalhadores apenas a alternativa de assumir os seringais. A União dos seringueiros do Estado começou a surgir nesse período e simboliza a luta pela sobrevivência da categoria que continua até hoje. Em 1980, representantes do Instituto Estadual Florestal de Rondônia fazem um levantamento em todos os seringais do Estado. Cinco anos depois é a vez do Conselho Nacional dos Seringueiros se mobilizar, promovendo o Primeiro Encontro Dos Trabalhadores do Acre e de Rondônia. A reunião acontece em Guajará-Mirim por ser uma cidade de fronteira e resulta na criação da primeira organização de seringueiros.
Depois de mais de uma reunião, finalmente, em 90, é fundada no Estado a Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR) sendo eleitos para sua composição sete membros sem poderes específicos. A princípio, os membros deveriam se reunir a cada sete meses, nos anos seguintes os encontros se tornariam mensais. Manuel Teófilo – conhecido como Manduca, um do primeiro fundadores da OSR explica que nas bases comunitárias trabalhavam, nessa época, um engenheiro agrônomo, um sociólogo e dois biólogos que realizavam pesquisas de proteção ambiental e também prestavam auxílio social junto aos trabalhadores. Estes trabalhos de campo possibilitaram o acompanhamento nos primeiros sete anos do processo evolutivo das comunidades seringalistas em todo o Estado e permitiu a criação de diversas reservas extrativistas. Em sua história mais recente, a luta é pela comercialização da borracha. A organização criou uma cooperativa que tem como função a implantação política-financeira da sociedade, a OSR iniciou a construção de uma usina para beneficiar a borracha, em Candeias do Jamari. Começa então, a próxima batalha dos seringueiros para vender o produto as grandes indústrias, como Pirelli e outras. A borracha bruta custa R$ 0,70 e o produto depois de beneficiado deve ser comercializado por R$ 1,50. o valor pode chegar a 11
12 R$ 2,40 caso o Governo Federal passa a subsidiar o produção.
um dos maiores crescimentos populacionais do País”.
Luta pela preservação das reservas Com a diminuição do efetivo da Polícia Florestal, em 99, os seringueiros passaram a enfrentar um problema: eles lutam agora para preservar as reservas extrativistas dos constantes ataques de madeireiros e apropriadores de terra e até de pescadores profissionais. Segundo informações de dirigentes da Organização dos Seringueiros de Rondônia, as invasões nas principais reservas ambientais têm sido constantes. Representantes do Conselho Nacional dos Seringueiros denunciam frequentemente invasões de pescadores profissionais, no período do verão, em uma das maiores reservas extrativistas do Estado, a Pacaás Novos, em GuajaráMirim. Os pescadores matam os animais por divertimento e os deixam jogados nas praias ou nas águas dos rios. A Pacaás Novos abriga mais de 40 famílias que exercem a atividade extrativista. Mulher A discriminação contra o trabalho desenvolvido pela mulher ainda pode ser sentida neste segmento. A mulher seringueira, presença constante nos seringais e também dona de casa, até hoje não foi reconhecida como real trabalhadora da atividade extrativista. Depois de anos de trabalho junto ao marido e os filhos na extração da borracha, enquanto estes últimos conseguem se aposentar, as seringueiras ainda lutam para conseguir amparo legal na velhice.
PORTO VELHO CIDADE RECEBE OS PIONEIROS “A capital de Rondônia é hoje uma moderna cidade que abriga pessoas de todos os Estados brasileiros e registra
Oficializada em 02 de outubro de 1914, Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em plena Floresta Amazônica, e inserida na maior bacia hidrográfica do globo, ode os rios ainda governam a vida dos homens, fica localizada capital do Estado de Rondônia. Fica nas Barrancas da margem direita do rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas. Desde meados do século XIX, nos primeiros movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio Madeira (cerca de 380 km) e dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará-Mirim, a localidade escolhida para a construção do porto onde o caucho seria transbordado para os navios seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, província de Mato Grosso. As dificuldades de construção e operação de um poro fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno porto amazônico localizado 7 km abaixo, em local muito mais favorável. Era chamado por alguns de “porto velho dos militares”, numa referência ao abandonado acampamento da guarnição militar que ali acampara durante a Guerra do Paraguai (essa guarnição ali estivera como precaução do Governo Imperial contra uma temida invasão por parte da Bolívia, aparentemente favorável a Solano Lopes). Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II assinou o Decreto-Lei nº. 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a ser denominado “porto dos vapores” ou, no linguajar dos trabalhadores, “porto novo”. O porto velho dos militares continuou a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até S. Antônio, ponto inicial da EFMM. Percival Farquar, 12
13 proprietário da empresa que afinal conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o nome de Porto Velho. Hoje, a capital de Rondônia. Assim, Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde estavam os armazéns de produtos diversos, etc. até mesmo uma espécie de força de segurança operava na área de concessão da empresa, independente da força policial do estado do Amazonas. Geografia Localização: longitude oeste: 63º 54’ 14” – latitude sul: 8º 45’ 43”. Clima: equatorial, quente e úmido. Temperaturas: máxima-40ºC; mínima-16º; média das máximas31,8ºC; média das mínimas-27,7ºC. Período das chuvas (inverno amazônico) – agosto a novembro. População (1996): homens146.781; mulheres-147.446; total294.227 (IBGE). Altitude: em relação ao nível do mar -98m. Área do município: 54.016 km². Distância: Porto Velho a Belo Horizonte – 3.050 km; Porto Velho a Brasília – 2.589 km; Porto Velho a São Paulo – 3.170 km; Porto Velho a Manaus – 905 km. Documentos legais Criação do Município: Lei nº. 757 de 02/out/1914 cria o município de Porto Velho, instalado em 14/out/1914,
parte do Estado do Amazonas, com sede no povoamento de mesmo nome. O status de cidade: Lei nº. 1.011 de 07/jul/1919 eleva a povoação sede da comarca de Porto Velho à categoria de cidade. O status de capital: Decreto-Lei nº. 5.839 de 21/set/43 define a cidade de Porto Velho como capital do Território Federal do Guaporé, criado pelo Decreto-Lei nº. 5.812 de 13/set/43, unindo terras dos Estados do Amazonas e Mato Grosso. Surge Rondônia: Lei Federal nº. 2.731, de 17/fev/56, em homenagem à Cândido Mariano da Silva Rondon, desbravador e humanista, altera para Território Federal de Rondônia, o nome do Guaporé. O Estado de Rondônia: Lei Complementar nº. 4, de 22/dez/81 cria o Estado de Rondônia, instalado em 04/jan/82, tendo Porto Velho como sua capital.
CACOAL MUNICÍPIO NASCE EM ATOLEIROS “Surgida a partir dos grandes obstáculos da BR-364, Cacoal foi, durante muito tempo, desconhecida pelo Incra”.
Rondon teria ordenado ao guarda-fios Anízio Serrão a construção de uma casa próxima a margem do rio Machado. A grande quantidade de cacau nativo chamou a atenção do operário que logo batizou o local como Cacoal. Mais tarde, durante a abertura da BR-364, na década de 60, um seringueiro construiu um rústico barraco ao lado esquerdo da rodovia. Ali permaneceu até o início dos anos 70, quando foram intensificados os trabalhos de abertura da estrada e surgiram os problemas. Os atoleiros eram os grandes obstáculos para quem atravessa a rodovia. Muitos motoristas, impedidos de prosseguir viagem, procuravam abrigo na casa do seringueiro. Construíram tapiris e passaram a vender as cargas perecíveis. 13
14 As terras férteis atraíram os migrantes. Houve uma grande invasão de forasteiros e os motoristas trocaram os caminhões pelo comércio, oferecendo ao pequeno povoado gêneros de primeira necessidade e confecções. Em seguida, o Incra iniciou o Pic Jy-Paraná e em 1972 houve o assentamento dos primeiro colonos. A medida aumentou ainda mais a migração para o local, causando grandes confusões. Os colonos aguardavam a demarcação de lotes rurais e, ao mesmo tempo, tentavam construir seus barracos nas proximidades da estrada, em volta da casa do seringueiro, próximo a atual Avenida 7 de setembro. O Incra tentava organizar o crescimento urbano e mandava derrubar os barracos construídos pelos colonos. O trabalho era inútil. Durante à noite todos voltavam ao mesmo local. Conta o escritor Amizael Gomes da Silva, que o Incra queria “tapar o sol com a peneira, desconhecendo a existência de Cacoal”. Líderes locais começaram um movimento e endereçaram um longo memorial ao ministro da Agricultura da época, Moura Cavalcante, que já conhecia o problema desde quando havia sido presidente do Incra. O Ministro do Interior, Costa Cavalcante, também recebeu cópia do documento e recomendou ao então governador Theodorico Gahyva providências no sentido de amparar os moradores. Várias medidas administrativas foram tomadas, entre elas a criação de Cacoal como sub-distrito do município de Porto Velho. Criado pela Lei nº. 6.448 de 11 de outubro de 1977, o município de Cacoal, essencialmente agrícola, teve seu desenvolvimento atrofiado por força da mesma lei que o criou. Um dos artigos determinava: “Até que tenha legislação própria, vigorará no novo município a legislação do município de origem”, deixando Cacoal submisso as leis de Porto Velho, que pouco se identificava com a região. Várias
atribuições não podiam ser exercidas pelo prefeito em função da falta de uma Câmara Municipal. O primeiro administrador, escolhido entre três nomes, foi o boticário Josino Brito. Em função de algumas “incompreensões” Brito não chegou a assumir deixando o cargo livre para o inspetor da Guarda Territorial Antônio de Araújo Lima, baiano, que esteve no exército da função até quando foi nomeado o mineiro Catarino dos Santos. Este dinamizou os serviços até que, pelos efeitos da Lei nº. 6.448/77 o subdistrito foi elevado a categoria de município. Catarino Cardoso dos Santos foi o primeiro prefeito. GUAJARÁ-MIRIM UMA „PÉROLA‟ NO FIM DA LINHA “Guajará-Mirim é síntese do idealismo de muitos bravos que lutaram pela Pátria”.
Incrustada na parte superior do Madeira, já no rio Mamoré, está a cidade de Guajará-Mirim, também chamada de “Pérola do Mamoré”. A história deste município foi escrita com sangue, com vida, com muito suore de homens nordestinos e estrangeiros. Outras raças, outras línguas, todas misturadas ao sotaque forte do morador das caatingas brasileira, e ao dialeto dos índios das missões espanholas de “La Banda”. É a história da legendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja a trajetória teria fim naquele aconchegante recanto que fizera surgir desde a sua construção em conseqüência do compromisso brasileiro com a Bolívia. Guajará-Mirim é síntese do idealismo de muitos bravos que lutaram pela Pátria. Segundo Vitor Hugo, em “Os Desbravadores”, “Guajará-Mirim era apenas uma indicação geográfica para designar o ponto brasileiro à povoação boliviana de Guayramerim”. O nome significa, em dialeto indígena, Cachoeira Pequena, e foi dado pelos espanhóis fronteiriços. Quando o capitão Manoel Theófilo da Costa Pinheiro, um dos membros da comissão Rondon, 14
15 chegou na região, em abril de 1917, encontrou nos serões do atual município, apenas algumas poucas centenas de seringueiros nos barracões da Guaporé Rubber Company. Eram os barracões “Rodrigues Alves”, “Santa Cruz”, “Renascença” e outros locados para os lados do Forte Príncipe da Beira. Não havia mais nada além de índios arredios que atacavam, de vez em quando, os exploradores da seringa. Ali, na margem direita do rio Mamoré, a Estrada de Ferro foi “plantar” a ponta de seus trilhos em 30 de abril de 1912. No dia primeiro de agosto o trem correu os 364 quilômetros entre Porto Velho e Guajará-Mirim. Em 08 de agosto, logo após a inauguração da ferrovia, instalou-se um posto fiscal sob as ordens do guarda Manoel Tibúrcio Dutra. Já no dia 12 de julho de 1928, pela Lei 991, era elevado à categoria de cidade com o nome consagrado pelo povo: Guajará-Mirim.
tempo e resolveu negociar com o governador a antecipação da data de instalação, considerando a necessidade urgente de conhecer quem seria o seu primeiro mandatário. Depois de vários contatos, em 6 de abril de 1929, um juiz de direito marca para o dia 10 do mesmo mês a instalação do município. A cidade de clima tropical úmido, a 172 metros de altitude, tem até hoje como produção básica a borracha, a castanha, a madeira de lei, a agropecuária e a área de livre comércio.
JI-PARANÁ UMA SAGA DE LUTAS E VITÓRIAS “No coração de Rondônia bate um grande e rico centro urbano, o segundo maior município do Estado”.
Instalação de Guajará A interferência do cônsul do Brasil na cidade de fronteira, José Mendonça Lima, foi vital na emancipação de Guajará-Mirim. Ao chegar ao povoado Mendonça assimilou o ideal de seus habitantes e sentiu o drama que inquietava a todos. Resolveu então iniciar as negociações com o governo de Mato Grosso. As reivindicações apresentadas constituíram num demorado processo, já transformado em projeto de lei, através da mensagem do poder Executivo, baseado a autonomia política e assegurada pela Constituição. Após a apreciação a Assembléia Legislativa votou favorável. Ao receber a aprovação, o governador baixou a lei nº. 991 de 121 de julho de 1928, estabelecendo o dia 15 de novembro para a instalação da comarca e do município. Estava selada a sorte do município e satisfeitas as intenções de toda a comunidade. Mas a população não estava disposta a esperar tanto
Escorraçados pelas terríveis secas que assolavam o sertão, os nordestinos chegaram à região do Urupás por volta de 1877. A selva inabitada os atacava com a força de seus enxames de moscas, mosquitos, piuns, borrachudos, carapañas, feras, moléstias e índios que não aceitavam invasores. Mas nada quebrou o ânimo e evitou a ocupação da área que acabou se transformando no município de Ji-Paraná. Muito antes da passagem de Rondon e sua linha telegráfica, a exploração da bacia do rio Machado ou Ji-Paraná, já tinha sido efetuada pelo povo nordestino. Como os seringueiros, eles se espalharam por todo o complexo hidrográfico. Em Calama eram desembarcados centenas de homens que começavam a se defender dos ferozes Parintintins. Daí em diante era iniciada a penosa marcha rumo ao sul, vencendo as cachoeiras. A conquista do Rio Urupá, especialmente, teria sido a custa de muitas vidas, devido a oposição da tribo indígena que dominava suas margens. Rondon chegou pela primeira vez ao Rio Urupá em 1909 e o denominou “Presidente Pena”, em homenagem ao então Presidente da República 15
16 Afonso Moreira Pena. Ali o marechal construiu a estação telegráfica. O atual prédio onde funciona a Agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi construído em 1912. Aos poucos a região chamada de Urupá passou a ser conhecida como Presidente Pena. Com a desvalorização da borracha brasileira, alguns seringais dos altos rios da bica Ji-Paraná foram abandonados, causando esvaziamento da região de Presidente Pena. A borracha só voltou a ser valorizada durante a Segunda Guerra Mundial. Uma nova mobilização de “braços ociosos” no Nordeste brasileiro fez os chamados soldados da borracha ocuparem novamente a região setentrional. A atividade seringalista revitalizou o vale do rio Machado que passou a ter mais movimento. Com a criação dos territórios federais, em 13 de setembro de 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, surgiu o Território do Guaporé com dois municípios: Porto Velho e GuajaráMirim. Entre os distritos instituídos estava o de Rondônia, abrangendo a área da cabeceira à embocadura do Jaru, na sua margem direita, até as cabeceiras dos formadores do rio Machado. A mudança do nome do território, de Guaporé para Rondônia, como uma homenagem ao marechal Rondon, confundiu o nome da Vila com o da unidade federada. Só no dia 11 de outubro de 1977 a situação foi corrigida com a aprovação do projeto enviado pelo Presidente da República Ernesto Gaisel, propondo a criação de cinco novos municípios no Território Federal de Rondônia. Entre eles estavam o denominado Ji-Paraná, abarcando parte da área do antigo distrito de Rondônia. O local onde esta situada a cidade, já teve diversas denominações: Urupá, Presidente Pena e Rondônia. Com esse nome de JiParaná, a região que é uma das mais promissoras do Estado inicia uma etapa rumo ao futuro.
FESTA DO DIVINO TRADIÇÃO PORTUGUESA “A festa acontece no Vale do Guaporé atraindo todos os anos pessoas de várias regiões, e relembra a peregrinação criada pela rainha Dona Isabel, esposa do rei português Dom Diniz, nas primeiras décadas do século XIV”.
A festa do Divino Espírito Santo, em Rondônia, é realizada apenas no Vale do Guaporé, cujos habitantes cultivam com especial cuidado a tradição de origem portuguesa. A festa do Divino mobiliza um grande contingente de cristãos e é conhecida não apenas pela beleza do espetáculo em si, mas, principalmente pelo caráter de religiosidade e fé vivenciada por seus participantes. Esta mesma festividade acontece, em janeiro, em Goiás, mas ao contrário do evento do Centro Oeste, não tem grande repercussão na mídia nacional. É mais uma injustiça contra as tradições culturais-religiosas rondonienses, pois, a Festa do Divino Espírito Santo consegue reunir centenas de fiéis nos meses de abril, maio e junho num memorável espetáculo cristão. Segundo relato de moradores, a Festa do Divino no Vale do Guaporé vem de 1899 e teria sido introduzida na região por Manoel Ferreira Coelho, que ao mudar de Vila Bela da Santíssima Trindade (antiga capital do Mato Grosso), para Ilha da Flores (no Vale do Guaporé), levou a Coroa de Prata que simboliza o Divino, para que fosse devidamente venerada pelos fiéis, através de um sistema de rodízios, estendendo-se desde de então a todas as localidades do Vale do Guaporé a até algumas da Bolívia. A origem A festividade vem das primeiras décadas do século XIV, da pátria de Camões, sendo oficializada 16
na corte portuguesa pela mulher do Rei Dom Diniz, a Rainha Dona Isabel. Naquela época havia a folia do Divino, que se constituía em um grupo de pessoas coletando contribuições de todas as espécies para a realização da festa. O grupo era integrado por músicos e cantores, que levavam a Bandeira do Divino. Na bandeira havia a pomba que simboliza o Espírito Santo. Essa função levava dias, semanas ou até mesmo meses. A parte profana da festa, a folia, foi suprimida por ocasião da criação dos estatutos laborados sob a orientação do bispo missionário da época, Dom Francisco Xavier Rey, responsável também pela revitalização da Festa do Divino que sofreu um período de paralisação. A festa conta com a colaboração de celebridades e seus auxiliares: Imperador e Imperatriz do Divino, Alferes da Bandeira, Capitão do Mastro, Mordomos, Engomadeiras e Secretária da Imperatriz, entre outros, numa reprodução da época. A escolha das pessoas para estas funções e a localidade onde será realizada a próxima festa é feita através de sorteio. Os preparativos mobilizam os foliões durante todo ano. Peculiaridades da festa A tradição portuguesa teve muitas de suas regras adaptadas, em nossa região. Em seu original, a dona da casa que não for casada sob os preceitos da Igreja, não poderia segurar o Cetro, uma tarefa que foi transferida para outra pessoa da casa. Além da união de centenas de pessoas, em um momento de provação e fé a Festa do Divino tem como principal meta da peregrinação a coleta de donativos. As doações dos fiéis são entregues ao pároco local e revertidas em benefício da comunidade. A permanência da tripulação em cada localidade corresponde ao tempo para a coleta desses donativos, considerandose os dias para completar os 40 dias até a chegada ao local promotor da festa.
17 Os homens e mulheres carregam o mastro da bandeira até a frente da igreja onde a Bandeira do Divino ficará hasteada. Feito isso celebra-se o culto ao Divino. Logo depois da Páscoa, o imperador da festa anterior determina a saída do Barco do Divino. O Imperador e Imperatriz não participam da romaria pelo Vale do Guaporé, aguardam a chegada da Coroa em terra, onde vai acontecer a festa.
SAMUEL REVOLUÇÃO ENERGÉTICA “Quando Aluízio Ferreira chegava em Brasília para reivindicar a construção de uma usina em Rondônia recebia como resposta: Para quê construir uma usina no mato?! (trecho do discurso do presidente da Eletronorte, Jorge Antônio Muniz Lopes, durante solenidade de comemoração dos 10 anos de Samuel)”.
O Governo Federal implantou em 1973 as Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), para coordenar o projeto básico de instalação de uma usina na Cachoeira de Samuel, no Rio Jamari. No ano seguinte, o general Ernesto Geisel assume a Presidência da República e faz o lançamento do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). Estes dois fatos viriam contribuir para reforçar o papel das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), determinando novos rumos para o planejamento da expansão dos sistemas elétricos, principalmente, no Norte do País. Em Rondônia, o crescimento na demanda de energia aliada a explosão demográfica, uma conseqüência do intenso fluxo migratório gerado pelo povoamento na Amazônia, gerava problemas energéticos. No Acre era necessário substituir os parques térmicos, considerados obsoletos e onerosos.a Usina de Samuel, depois de instalada, seria responsável pela geração e distribuição de energia para Porto Velho e Rio Branco. As Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) foi instalada no governo de Jorge Teixeira e era responsável pela distribuição de energia gerada na Usina III, termoelétrica e diesel, para apenas alguns bairros da Capital. O crescimento econômico no interior era impedido pela geração precária de energia que não favorecia a implantação de 17
18 indústrias e comércios. Por determinação do governador Jorge Teixeira, a Eletronorte assume em 81 a geração de energia em Porto Velho. A construção de Samuel já havia sido iniciada pela construtora Norberto Odebrecht, encarregada pela Eletronorte da obra. A instalação da usina de Samuel foi uma das muitas realizações de Teixeirão para o desenvolvimento de Rondônia. O presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, destacou, durante as festividades dos 10 anos de Samuel, em outubro último, a importância decisiva da atuação de Jorge Teixeira para que o projeto da usina não ficasse somente no papel. Tempos difíceis Os moradores de Porto Velho viviam momentos críticos. Estávamos na fase dos racionamentos constantes de energia na Capital, que causaram grandes prejuízos a população. As reclamações de queima de eletrodomésticos, ocasionadas pelas oscilações de energia e queda de tensão eram diárias. A comunidade passou até a brincar com a situação. Os migrantes oriundos principalmente do Sul e Centro-Oeste do País eram os que mais padeciam com o problema de racionamento, porque, não haviam presenciado nada parecido em suas cidade de origem. O portovelhense recebia o fornecimento de energia durante três horas, ficando em seguida duas horas sem o serviço. Isso se repetia durante o decorrer do dia. O problema se agravava ainda mais no mês de agosto, durante o verão, quando o consumo era maior e provocava o superaquecimento das máquinas, tendo como conseqüências as famosas “panes”, características da demanda de energia reprimida. Com a responsabilidade de gerar energia para Porto Velho, a Eletronorte ficou sobrecarregada. O projeto inicial da instalação da Usina de Samuel, ela deveria suprir energeticamente as capitais de Rondônia e Acre, somente
depôs de finalizada e não em sua primeira fase de construção, como realmente aconteceu.
CASSITERITA A “AREIA PRETA” DE RONDÔNIA “A descoberta de cassiterita transforma Rondônia na província estanífera do Brasil”.
De acordo com relato de um veterano morador do rio Machado, Joaquim Barbosa, ao escritor Vitor Hugo, o seringalista Joaquim Pereira da Rocha conhecera a “areia preta” desde 1946. Dois anos depois a tal “areia” foi mostrada ao padre José Maria Franscisco Pucci, conhecido como padre Chiquinho. Em 1956, um engenheiro hindu foi enviado par fazer um levantamento mineralógico em Rondônia. Estava aberta a história do minério de estanho no Território, que se tornou a Província Estanífera do Brasil. A lavra econômica iniciou-se em 1959, expandindo-se no começo da década de 60. A partir daí, Rondônia passou a viver um período de fartura, com intensa circulação de dinheiro. Já em 1960, houve uma produção de 49 toneladas de minério e em 1962, produziu-se 678 toneladas. Dez anos depois, em 1972, produziu-se 2.794 toneladas de minério, quando o País já havia se tornado autosuficiente e começou a exportar estanho em lâminas para o exterior. Todo o minério vinha das minerações localizadas nos rios Machado, Machadinho, Jamari e Candeias. O Governo Federal, em 1970, proibiu a lavra manual na província estanífera de Rondônia, de acordo com a Portaria nº. 195, determinando que a exploração das jazidas fosse mecanizada através de empresas. O período áureo da garimpagem manual na região situa-se entre os anos de 1968 a 72. nessa época vinham garimpeiros de todo o País, principalmente do Maranhão, Piauí, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cada homem ou grupo trabalhava nos igarapés onde, ao lavar o cascalho, separavam o barro do minério. A cassiterita era levada nas costas até as cantinas 18
19 compradoras. De lá era transportada para Porto Velho, e em seguida, ia de avião até o Sul do Brasil. O ministro das Minas e Energia, Antônio Dias Leite Júnior, estipulou prazo de um ano para que os garimpeiros cessassem totalmente as atividades manuais e semi-mecanizadas de procura ao minério de estanho na chamada província estanífera. A portaria causou sérios problemas de ordem econômico-social no período de adaptação das normas e quando surgia na rodovia 364 nova atividade econômica, a agricultura. Governava Rondônia, naquela época, o coronel Marques Henrique, militar cumpridor de seu dever que, entretanto, viu-se envolvido numa série de angustiantes problemas conseqüentes da desativação da garimpagem manual. Rondônia tinha pouco mais de cem mil habitantes, destes a grande maioria vivia da indústria extrativa vegetal ou mineral, sendo que, dependendo da época e do momento, aqueles rudes extratores tanto podiam ser garimpeiros quanto seringueiros. Naquele exato momento, da febre do estanho, praticamente haviam se decidido pela garimpagem livre que lhes proporciona alguma esperança de enriquecimento. Alguns garimpeiros haviam chegado nos últimos momentos da década de 70. Outros, eram morados em Rondônia desde que haviam descoberto os garimpos de diamante nos rios JiParaná, Comemoração de Floriano, Pimenta Bueno e Roosevelt. Na mesma década de 50, em que os garimpeiros de diamante descobriam a cassiterita nas terras do seringalista Joaquim Pereira da Rocha, responsável pela análise do material e, consequentemente pelo início da extração do minério. Não se pode afirmar com precisão, qual o número exato de aventureiros que procuravam recursos nas lavras de cassiterita. Sabe-se que alguns afirmavam que eram mais de 10 mil homens espalhados nas entranhas da floresta, ao mesmo tempo em que eram vitimados pela febre e explorados pelos
“marreteiros”, atravessadores da cachaça. Tudo isso gerava uma inquieta mobilidade em busca do enriquecimento – lícito ou não – que explodia no comércio das cidades do então Território de Rondônia. Os comércios cresciam da noite para o dia, tomava volume e se transformavam em grandes armazéns com crédito no Sul do País.
OURO RIQUEZA NO SUBSOLO RONDONIENSE “A descoberta do ouro no rio Madeira traz milhares de pessoas ao Estado”.
Em 1826, na obra de Luís D’Alincurt “Memórias Acerca da Fronteira da Província de Mato Grosso”, esta o registro da primeira ocorrência de ouro no rio Madeira. Mas só em 1978 é que houve a febre da extração, primeiramente com métodos manuais. A notícia do ouro em Rondônia, a exemplo da cassiterita, atraiu grupos privados nacionais e internacionais. Todos com interesses voltados à pesquisa. Mas de acordo com dados do DNPM, os trabalhos executados pela Treves da Amazônia S/A e Geadata Rohstofftechnik, de Essen, da Alemanha, em 30 áreas de 500 hectares no município de Guajará-Mirim, os resultados foram insatisfatórios. Os investimentos da construtora Andrade Gutierrez, ao longo do Madeira, também não mostraram bons frutos. A Almeida Mineração fez o bloqueio de uma jazida na região Araras onde não foi possível desenvolver os procedimentos normais de lavra, em função da invasão garimpeira no local. Posteriormente, o aglomerado se transformou em uma vila. Em 1979, surgiram na região as primeiras balsas. A partir de 1981 essas balsas passaram a ser denominadas “dragas”. Os equipamentos semimecanizados passaram por rápida evolução. A extração mecanizada buscava o cascalho no fundo do rio, através de sucção, sem o emprego de mergulhadores. 19
20 Para regularizar e disciplinar a garimpagem na região, o Governo Federal, após a realização de estudos efetuados pelo então 8º Distrito do DNPM, criou duas reservas garimpeiras no rio Madeira, instituídas pelas Portarias Ministeriais 1.345/79 e 1.034/80. As reservas incluem uma área de 18.935 hectares, entre as cachoeiras do Paredão e Teotônio, numa extensão de 180 quilômetros. Nesse trecho, os núcleos garimpeiros mais importantes eram: Periquitos, Abuña, Tamborete, Paredão, Prainha, Vai-Quem-Quer, Sovaco da Velha, Dois Irmãos, Palmeiral, Embaúba, Jirau, Caldeirão, Morrinhos, Teotônio e Belmont. Nos anos entre 1979 e 1983 houve significativo acréscimo na produção de ouro e decréscimo expressivo no período de 1984 e 1986. O aumento da produção justifica-se pelo número de equipamentos e melhoria do rendimento. Atualmente são poucos os que se aventuram nos garimpos do Madeira. Os diamantes Um antigo garimpeiro de diamante, Clodomiro Queiroz de Lima, mais conhecido por “Amiguinho”, vivia regateando no rio Machado, em 1948, com um motor de popa. Durante esse trabalho descobriu formas de diamantes no cascalho do leito do rio Ji-Paraná. Em 1949 adquiriu um aparelho que entregou para um grupo de garimpeiros conhecidos Djalma Santos, Ernesto da Silva, Alfredo de Oliveira e Enjoras Araújo Veloso. Este último empregado d firma Rocha & Costa, cujo gerente era o seringalista Caetano Silva Costa Júnior associado a Clodomiro Queiroz. Naquele ano iniciou-se a garimpagem do diamante no Ji-Paraná, com os garimpeiros descendo as águas pela parte de cima da cachoeira de Idalina, sendo que, naquela localidade, os mergulhadores registraram uma produção de64 quilates de diamantes do tipo industrial, o suficiente para pagar todas as despeças e ficar com bom lucro.
A notícia se espalhou rapidamente e uma carta enviada para os garimpeiros de Roraima, do rio Mau, foi lida em voz alta em um acampamento. Como aquele local a garimpagem já não ia muito bem, logo foi grande a quantidade de faiscadores descendo o rio Branco nos motores de maior porte. Já no início de 1950, os garimpeiros de Mau, Tepequém e outros garimpos de Roraima se encontravam subindo o rio Machado. A invasão pegou os seringalistas de surpresa. A única forma de deter a subida ao rio seria não permitir que os motores do Serviço de Recuperação do Ji-Paraná, transportassem os pesquisadores chegavam a Tabajara em grande quantidade. Eles, porém, construíram canoas de troncos de árvores e, de três em três, subiam o Machado. Nos anos seguintes, grande número de pessoas demandava aquela região, indo para a zona diamantífera do afluente do Madeira, onde cascavilhavam o terreno às margem do rio, faiscando onde havia a presença de diamantes. Eles eram atraídos pelo encanto dos garimpos, onde seus olhos pudessem contemplar as gemas extraídas dos “monchões” da terra firma, dos veios incrustados nas rochas ou nas corredeiras dos rios. Não se tem uma estatística exata do número de garimpeiros entregues a procura do diamante, principalmente devido ao seu nomadismo na busca de cascalho diamantífero em trabalho artesanal, seja no solo enxuto ou no leito do rio, onde, providos de picaretas, pás e enxadas perfuram o solo, esbarrancam as beiras e escavam o leito.
POVOAMENTO A FORÇA DOS MIGRANTES “Os migrantes trouxeram suas tradições e aqui criaram muitas outras, próprias de uma região onde impera a mistura das misturas brasileiras”
O processo de povoamento de Rondônia tem sua origem no começo do século XVIII, quando a coroa portuguesa realiza suas primeiras expedições na região do Alto Madeira e do Vale do Guaporé 20
21 em busca de jazidas de ouro. Essas buscas proporcionaram o surgimento de povoações com a Vila Bela de Santíssima Trindade do Mato Grosso, no Rio Guaporé e Santo Antônio, no Rio Madeira. O declínio do Ciclo do Ouro, no inicio do século XIX provocou o abandono dos primeiros núcleos populacionais da região que seriam reinados em seguida com os Ciclos da Borracha, conhecida também como o “Ouro Negro”. No ano de 1883, a região que hoje é Ji-Paraná já era povoada por nordestinos que chegavam na Amazônia para trabalhar nos seringais. A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em 1907, daria continuidade a essa fase do processo migratório com a vinda de milhares de trabalhadores estrangeiros, destacandose principalmente os negros oriundos de Bárbaros, Trinidad, Jamaica, Santa Lúcia, Martinica, São Vicente, Guianas, Granadas e outras ilhas das Antilhas. Todos de formação protestante e idioma inglês que foram denominados de barbadianos. Muitos não retornaram aos países de origem constituindo família no Estado. Povoamento e evasões O Governo Federal realizaria anos depois a nacionalização da Madeira-Mamoré – oficial, pois, afinal a ferrovia sempre foi brasileira. Este procedimento tinha como meta impedir o êxodo urbano e rural que afetava os municípios de Porto Velho, Santo Antônio do Rio Madeira e GuajaráMirim. O despovoamento regional era preocupante, um censo registra somente 590 habitantes na região do Alto Madeira. As instalações das linhas telegráficas da Comissão Rondon alavanca um novo processo de ocupação migratória, com a vinda de migrantes do Mato Grosso, no período de 1920 e 1940. Durante a 2ª Guerra Mundial, no governo de Getúlio Vargas, acontece um novo incentivo a ocupação a ocupação da região em virtude da
parceria firmada entre Brasil e Estados Unidos par a produção de borracha. Também nessa fase a migração nordestina foi a mais expressiva. Em 1945, o Governo Federal cria diversas colônias agrícolas com a intenção de evitar novamente o êxodo regional, esta tentativa não surte o efeito desejado. Os ciclos do Diamante e da Cassiterita, entre 1954 e 1958 e a pavimentação da BR-364 que coloca fim ao relativo isolamento do Estado, em relação às demais regiões do País, complementam o processo migratório. Colonização espontânea Em 60 inicia-se processo de colonização espontânea na região quando o Governo Federal considerou o Centro-Oeste do País como área prioritária para o desenvolvimento nacional. Nessa época a interferência oficial no processo de ocupação regional com a criação e implantação do Programa de Integração Nacional (PIN) pelo Decreto-Lei de nº. 1164 de abril de 1971. as terras de Rondônia passaram quase todas à jurisdição da União, que poderia distribuí-las indiscriminadamente no programa de colonização. O Incra começa então a disciplinar o assentamento desordenado dos colonos que procuravam Rondônia para se fixar através de dois projetos, o Projeto Integrado de Colonização (PIC) e o Projeto de Assentamento Dirigido (PAD). O primeiro PIC implantado foi o de Ouro Preto, na região onde se localiza Ouro Preto do Oeste, desmembrado do município de Ji-Paraná antigo distrito de Vila de Rondônia. A partir da década de 70, o município de Porto Velho se torna recordista em crescimento populacional o que resultaria na década seguinte, numa explosão de expansão urbana com o surgimento das primeiras invasões na capital. Este movimento diferentemente do que aconteceu em anos anteriores, que era uma busca por riquezas naturais, desta vez a busca era de terras para a agricultura. Chegavam em Rondônia mais de três mil famílias por ano. Esses migrantes, vindos principalmente do Sul do País, estavam prontos para trabalhar nos primeiros projetos de colonização do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Os projetos eram o de Ouro Preto, Ji-Paraná, Vilhena, Sidney Girão e Burareiro. Entretanto o Incra não conseguiu efetuar o assentamento nem de um terço desses migrantes. Diretores do instituto alegavam que parte das verbas dos projetos foram transferidas para a área da 21
22 Transamazônica, onde o fluxo migratório era bem maior. Foi o início dos problemas agrários na região, numa luta que levaria novamente a intervenção do Incra que mesmo assim não consegue controlar os problemas gerados pelas invasões. Esses projetos visavam o assentamento das famílias migrantes, a regularização fundiária nenhum de colonização realmente. Começam em 74 os primeiros investimentos federais em Rondônia. É criado o Programa de Pólos Agropecuário e Agro-minerais da Amazônia ( Polamazônia que visava desenvolver quinze áreas previamente selecionada, colocando sob a administração da Sudam e da Sudeco que entrariam em operação somente no ano seguinte. O Estado recebe cerca de 8,5 milhões de dólares recursos que deveriam ser usados até 1978. no ano seguinte, o Polamazônia destina mais de 17 milhões de dólares para serem investidos nas áreas de transporte, indústria e desenvolvimento urbano.
COMUNICAÇÃO O TRABALHO DA IMPRENSA “Em Rondônia existem atualmente mais de 650 jornalistas que se dividem nas redações e assessorias dos órgãos públicos”
Com referência grandiosa em seu nome, The Porto Velho Times foi o primeiro jornal a circular em Porto Velho. Sua primeira edição data de julho de 1909 e esse informativo era impresso em língua inglesa. Segundo relatos históricos, um engenheiro norteamericano aproveitou o maquinário gráfico que a Railway Company
utilizava para produzir impressos e editou esse peque jornal que descrevia os acontecimentos de Porto Velho. Mais dois jornais foram publicados também em inglês, “O Porto Velho Courier” e o “Marconi-gran”, esse último em 1910. O primeiro jornal em português, “O Município”, surgido em 1915, circulou até os últimos meses de 1916, logo depois de criado e instalado o município de Porto Velho. Com circulação semanal e tiragem de 100 exemplares, esse matutino era vendido nas manhãs de domingo. Seus primeiros números teriam sido editados nas oficinas de um jornal cujo nome era o Humaitaense. Os proprietários do “Município” eram Francisco Queiroz, pai do médico Cezar Queiroz que se deslocou de Manaus a convite do então prefeito Joaquim Augusto Tanajura. Esse jornal passaria a ser denominado em seguida como Alto Madeira, em 1917, e era de propriedade do Augusto Tanajura, apesar de constar em seu expediente o nome de Francisco Queiroz que era na verdade o dono do maquinário utilizado para imprimir os primeiros exemplares desse matutino. Imprensa governista Em 1954, com máquinas e materiais tipográficos comprados do jornalista Emílio Rodrigues Santiago de “O Imparcial” e do jornalista Humberto Calderado Filho, diretor de “A Crítica”, de Manaus, é fundado “O Guaporé” de propriedade do coronel Aluízio Ferreira, mas nominalmente pertencia a um grupo constituído por Oriolvado da Silva e tinha em sua redação nomes como: João Tavares, Emanuel Pontes Pinto e Paulo Nunes Leal. Os diretores do Guaporé, todos filiados ao PTB de Aluízio e Getúlio Vargas, chegaram a estabelecer por escrito diversas diretrizes que deveriam ser seguidas pelo corpo eleitoral. Algumas delas foram transcritas na íntegra em um artigo sobre o jornalismo em Rondônia de Manuel Pontes, em 80. Algumas delas: O Guaporé dará apoio integral ao governador Paulo Nunes Leal, que pauta a sua linha de conduta com superior visão, objetivando fazer, a grandeza do Território e o bem estar da população. Apoio integral ao deputado Aluízio Ferreira, esteja ele ou não representando o Território da Câmara Federal. Para isso apontará sempre ao povo as grandes realizações do eminente homem público, suas atividades e seus projetos para a região. Os jornais “Alto Madeira” e o “Guaporé”, com linhas editoriais distintas passaram a circular diariamente, sem outros competidores. Surgiram 22
23 depois jornais como: “Folha do Guaporé”, “Correio de Rondônia”, “A Vanguarda”, de circulação semanal com fortes tendências políticas que tiveram pouca duração. Os primeiros jornais A Notícia: jornal editado em JiParaná, fundado em 80, com circulação mensal esporádica; O Parceleiro: semanário editado pelo jornalista Osmar Vilhena, em Ariquemes, fundado em 78; Barranco: informativo mensal fundado em maio de 79, editado pelos jornalistas Montezuma Cruz e Jorcêne Martinez; Gazeta de Rondônia: também semanário editado em Ji-Paraná mas composto e impresso Ariquemes em 80. Tribuna Popular: jornal quinzenal editado em Cacoal – composto e impresso em Porto Velho; Correio do Sul: semanário editado em Vilhena, composto e impresso em Cuiabá, fundado em 80; O Estadão do Norte: circulação diária impresso em “off set”.
O Governo do Território havia instalado uma estação repetidora de TV, em Porto Velho em muito depois outra em Guajará-Mirim, ambas funcionavam provisoriamente com licença especial do Ministério das Comunicações. No dia 13 de setembro de 1974, um acontecimento marcante representou a evolução no sistema de comunicação em todo o Estado, o funcionamento da TV Rondônia, canal 4, emissora filiada à Rede Amazônica de Televisão, sob direção do jornalista Phellippe Daou. As primeiras rádios emissoras do Estado foram a Difusora Guaporé e a Difusora DE Guajará-Mirim, esta última sob a responsabilidade da Prelazia do município do mesmo nome. As duas implantadas na década de 50. a Prelazia de Porto Velho com a finalidade de divulgar principalmente para as localidade do interior notícias religiosas, fundou a Rádio Caiari que teve como diretor o historiador e ainda padre Vitor Hugo.
TURISMO A BELEZA DOS RECURSOS NATURAIS “Rios, florestas e parques naturais fazem parte das belezas naturais do Estado”
Diário da Amazônia Em sua primeira edição, no dia 13 de setembro de 1993, o Diário da Amazônia num feito inédito no jornalismo rondoniense abre diversas páginas para contar a história da imprensa no Estado. Fatos pitorescos da imprensa rondoniense como o caso do homem que teria sido comido por uma onça, que alcançou repercussão nacional e outros foram relembrados por profissionais de renome no meio jornalístico em várias páginas do jornal. A exemplo do que já acontece há muitos anos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, o Diário da Amazônia passou também a circular nas segunda-feiras e os leitores do matutino, através do esforço e dedicação de seus jornalistas, começaram a receber o matutino nos sete dias da semana. TV e rádio
O Estado de Rondônia, de acordo com a literatura, é uma das regiões mais complexas da Amazônia, em termos de sua hidrologia, geomorfologia, geologia e solos. O sistema hídrico Guaporé-Mámoré-Madeira, fluindo na direção norte ao longo da fronteira ocidental do Estado, expõe a formação do escudo pré-cambriano brasileiro, sobre o qual se assenta a maior parte de Rondônia, conforme citado na introdução, o Rio Madeira é navegável desde a cidade de Porto Velho e constitui uma importante via de escoamento da produção. Os rios Ji-Paraná - Machado e seus tributários foram o segundo sistema hídrico em importância e drena boa parte da região oriental. Este último sistema desemboca no rio Madeira perto do extremo norte do Estado. Grande 23
24 parte do Estado está coberto pôr um mosaico de peneplanícies intercaladas com colinas, produto da erosão do escudo pré-cambriano constituído pôr granitos, gneiss e folhelhos, que às vezes se apresenta exposto e em uma posição mais elevada. Introduzindo diversidade à paisagem, ocorrem alguns peneplanos e colinas resultado da intrusão de materiais ígneos mais recentes. Outras duas formações características do território de Rondônia são a serra do Pacaás Novos e a Chapada dos Parecis. As duas são formadas pôr arenitos; a primeira de relevo abrupto; a segunda uma planície dissecada, presente ao longo de parte do limite com o estado de Mato Grosso. Na região sul de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, é possível encontrar um extenso “pantanal” aluvial. Ao norte da serra dos Pacaás Novos, se apresentam um complexo mosaico de colinas de menor atitude e um peneplano que interrompe o relevo, notadamente plano, da região norte do Estado. Com tal diversidade de materiais parentais, é de se esperar uma grande variação nas propriedades físicas e químicas dos solos, o qual repercute diretamente sobre sua aptidão agrícola. A vegetação natural varia desde o pântano tropical, as savanas (cerrados), tanto úmidas quanto secas, florestas semi-decíduas estacionais, até florestas sempre verdes, as quais variam segundo a drenagem, a ocorrência de inundações e a fertilidade dos solos. Nas terras bem drenadas o padrão da vegetação nativa está intimamente relacionado com as características do Estado. Na maior parte da região norte prevalece o clima “tropical úmido hipertérmico”, com uma curta, porém bem definida estação seca de três meses; a metade sul difere em termos do comprimento da estação seca, o qual confere a esta região características e clima “tropical moderadamente úmido hipertérmico”. As temperaturas médias, como era de se esperar, são inferiores
nas serras e nas planícies de altitude notável. Ao longo das rodovias principais, particularmente a BR-364, grande parte da vegetação nativa foi removida durante os últimos 15 anos, podendo-se observar sua substituição pôr, principalmente, pastagens e algumas poças explorações agrícolas, tanto perenes como anuais.
ÍNDIOS PRIMEIROS HABITANTES DE RONDÔNIA “Nós índios Karitiana surgimos assim: antigamente nós tínhamos Deus aqui em cima desta terra, deste solo. Antigamente não existia gente, macaco, socó, mutum, não existia lontra, não existia pica-pau, catia, tatu, paca, anta. Os matos já existia. Deus não existia. Deus saiu de dentro de um buraco na casa da cigana e a Mãe d’água nasceu do olho d’água, e o sapo cururu. A mãe de Deus é a terra”. (narrativa dos índios Orlando, Meirelles e Cirino Karitiana sobre a origem do povo Karitiana. In OLIVEIRA, Cleide, Levantamento de dados culturais do Povo Karitiana. 1994)
O povo Karitiana, com uma população de cerca de 180 índios, fala a língua Tupi/Arikém, habita a 95 quilômetros ao sul de Porto Velho, numa área de 89.698 hectares. Os primeiros contatos com o não-índio aconteceram no final do século XVII, mas conseguiram se manter no isolamento até o começo do século XX, quando caucheiros e seringueiros acabaram com a grande parte do grupo e mantiveram o restante sob regime de escravidão durante longos anos. A “pacificação” aconteceu em 1932 com a passagem do Marechal Rondon. A proteção do grupo passou a ser feita pelo antigo SPI (Serviço de Proteção do Índio), que fundou um posto de assistência, atualmente mantido pela Funai. Os Karitiana viviam perto de Ariquemes, na BR-364. Com o passar dos anos e dada a aproximação do “homem branco”, foram recuando 24
25 até as proximidades do Rio Candeias, onde estão há, aproximadamente, 32 anos, tendo abandonado a vida nômade em conseqüência de contato. Apesar do contato de muitos de nos a civilização não índia, o povo Karitiana conserva muitas de suas tradições, como pintura corporal e fácil em ocasiões de festas ou eventos importantes, a música, a dança, o artesanato. Dedicam-se mas à caça que a pesca, mas não saem para caçar quando a esposa esta de resguardo por acreditarem que nesse período podem ser perseguidos por onça ou se perderem na floresta. Embora utilizem armas de fogo, ainda utilizam o arco e flecha. Antigamente os Karitiana prensavam a cabeça dos bebês índios até os três meses de idade. Queriam filhos diferentes dos macacos. Na constituição familiar, o povo Karitiana adota a prática da poligamia e casamento entre parentes. A área indígena Uru-Eu-WauWau está localizada no relevo central do Estado de Rondônia abrangendo os municípios de Guajará-Mirim, Costa Marques, Nova Mamoré, Campo Novo de Rondônia, Monte Negro, Cacaulândia, Governador Jorge Teixeira, Mirante da Serra, Jaru, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé e Seringueiras. Os povos Uru-Eu-Wau-Wau estão linguisticamente classificados no Tronco Tupi, Família Tupi-Guarani, grupo Tupi-Kawahib. São aparentados dos Tenharim e Parintintin, do sul do Amazonas. Desde 1940 se soube da existência dos lendários Uru-Eu-WauWau, como um grupo arredio que andava por muitas localidades na região central do Estado de Rondônia. Geograficamente esta região tem diversas barreiras naturais como serras e extensas áreas de campo, o que, porém, não tem impedido as constantes tentativas de invasões por parte de posseiros, madereiros e garimpeiros.
Ater hoje há uma luta constante dos índios em defesa de suas terras. Em 1977 foi organizado um plano para tentar contatar com os Uru-Eu-Wau-Wau e interditar sua área. O contrato não havia ainda se realizado e quase nada se sabia a respeito destes índios, além das lutas contra seringueiros e garimpeiros onde sempre morriam muitos índios e brancos. Em 1979 vários colonos assentados pelo Incra, através do projeto Burareiro, dentro da área Uru-Eu-Wau-Wau. Os trabalhos de contato só tiveram êxito em 1980 e 1981, quando uma frente de atração da Funai, liderada pelo indigenista Apoena Meirelles, conseguiu manter os primeiro contatos amigáveis com os índios. Naquela época o grupo era formado por mais de 800 índios. Os homens usavam pinturas corporais, nas cores preta e vermelha, feitas com tintas fabricadas com o jenipapo e o urucum. Sua única vestimenta era uma espécie de cinturão, bem largo, feito com várias voltas de cipó, em torno da cintura. Cortavam o cabelo em forma de cuia, no alto da cabeça. As mulheres, pequenas e de traços muito delicados, usavam tatuagem no rosto, costume ainda conservado entre as índias. Depois do contato, em 1981, a população Uru-Eu-Wau-Wau sofreu drástica redução em conseqüência das doenças levas pelos invasores, dos assassinos e do aumento excessivo da incidência da malária. Atualmente os Uru-Eu-Wau-Wau estão em quatro pequenos grupos. No Posto Indígena do Alto Jamari, vivem cerca de 20 índios. No Posto Indígena do Alto Jaru estão mais 16. No Posto Indígena Jamari vivem cerca de 10 índios e no Posto Indígena Comandante Ari estão 16. a população total é de 62 Uru-Eu-Wau-Wau. Os povos se dividem em duas metades que recebem nome de aves: Mutum e Arara. A regra básica para a formação da família é através do casamento de um membro da metade Mutum com outro da metade Arara. Antigamente um homem podia casar com mais de uma mulher, mas hoje, como as mulheres estão em número reduzido, muitos rapazes não têm com quem casar. Os Uru-Eu-Wau-Wau já têm constituída uma associação e começam a lutar pela implantação de escolas em suas aldeias, e também por projetos de alternativas econômicas e de saúde.
EDUCAÇÃO EVOLUÇÃO DO ENSINO EM RONDÔNIA 25
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“Fomos pioneiros na criação de escolas dirigidas pelo rádio, o que permitiu uma maior difusão de escolas pelo interior, todas dirigidas por Porto Velho. Improvisamos muitas escolas até em caixotes” (Esron de Menezes, “Retalhos Para a História de Rondônia”)
Durante muito tempo a educação permaneceu em mãos de particulares. Inicialmente juntavam pequenos grupos, tanto em Guajará-Mirim quanto em Porto Velho, que eram entregues principalmente a religiosos com o objetivo de “desarar” os meninos e meninas que estudavam separados. Aos meninos eram ensinadas a arte de oleiro, ferreiro e carpinteiro. As meninas aprendiam o catecismo e prendas domésticas. Muito mais tarde quando foi criado o município de Porto Velho, embora ainda pertencentes ao Amazonas, seu primeiro superintendente, major Fernando Guapindaia de Souza Brejense, criou a primeira escola oficial na regiam que viria mais tarde a ser Território do Guaporé. Havia um grande esforço em Guajará-Mirim do padre Paulo Saldanha e de João Nicollet em Porto Velho, que fundou o colégio Dom Bosco e o Instituto Maria Auxiliadora. Após 1915, quando foi iniciado o ensino público, outras modalidades foram surgindo e após o surgimento do território, o ensino foi implantado por completo. Em 1978, Rondônia fez um levantamento sobre a educação e concluiu que o ensino preconizado nas leis 4.024/61 e 5.692/71 era mal administrado até então. A afirmação foi baseada no fato de não existirem oficinas, laboratórios, escritórios
modelos e enfim, o instrumental necessário ao funcionamento dos cursos profissionalizante a nível de segundo grau existentes. Os cursos nem eram profissionalizantes e ainda prejudicavam a formação geral da juventude estudantil até porque o núcleo comum, ou seja, Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciência eram prejudicados com 60% em favor da parte profissionalizantes, meramente ditadas nas salas de aula. Os setores administrativos da Secretaria de Educação se caracterizavam pela inoperância e emperramento da máquina administrativa. Grande parte dos responsáveis pelos setores não tinham qualificação específica e necessária ao funcionamento, pelo menos regular, com raras exceções. O quadro da estrutura do sistema territorial de educação de Rondônia, era na realidade sombrio. Numerosas distorções e irregularidades no sistema. Outro aspecto relevante e que constituía um dos pontos de estrangulamento e responsável em grande parte pela baixa produtividade do sistema, através de baixo nível de ensino, pelo alto índice de evasão escolar e ainda pelo elevado índice de reprovação, era que não existia também uma estrutura racional dos quadros de pessoal técnicoadministrativo e docente, com base em critérios de acordo com o nível de qualificação e atuação. Normalmente, as contratações e promoções que se verificavam na Secretaria de Educação, eram aleatórios. Nem mesmo obedeciam a legislação federal, respeitando os requisitos de seleção e admissão de recursos humanos, tal era a carência de elementos preparados para o executivo do magistério. Estado conquista universidade Durante algum tempo, o Centro de Ensino Superior de Rondônia, mantido pela Fundacentro, entidade municipal criada pelo então prefeito Odacir Soares, foi autorizada a funcionar com os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, pelo decreto nº. 84.696 de 12 de maio de 1980. Aproveitando o surto de crescimento e desenvolvimento de Rondônia, que se preparava para a emancipação, transformando-se em Estado de Federação. O Governo criou um grupo de trabalho, liderado pelo jornalista Euro Tourinho Filho, primeiro reitor da Fundação Universidade Federal de Rondônia, criada pela lei nº. 7.011 de 8 de julho de 1982, após muita luta, viagens e reuniões, quando a Unir – sigla definida 26
27 para a entidade – conseguiu finalmente ser implantada com novos cursos, além dos que absorvera, sendo os cursos oferecidos até a primeira metade do ano de 1983: Ciências Contábeis, Administração, Educação Física, Geografia, História, Letras, Ciências e Pedagogia.
HISTÓRIA DE RÔNDONIA DIÁRIO DA AMAZÔNIA PORTO VELHO, 2000
I – DIVISÃO POLÍTICOADMINISTRATIVA DO ESTADO DE RONDÔNIA O estado de Rondônia esta atualmente dividido em 52 municípios, que se constituem as unidades autônomas de menor hierarquia dentro da organização político-administrativa do estado e do país. A criação, incorporação, fusão ou desmembramento de um município se faz por lei estadual. Os municípios podem ser divididos em distritos, que são criados por leis municipais. O município de Porto Velho foi criado em 2 de outubro de 1914, por lei estadual do estado do Amazonas, e o município de Guajará-Mirim, em 1928, por lei estadual do estado de Mato Grosso. Isso porque, foram criados antes de ocorrer a criação do Território Federal do Guaporé. Os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena foram criados em 11 de outubro de 1977, por decreto-lei federal e os municípios de Ouro Preto do Oeste e Costa Marques, foram criados em 1981, também por decretolei federal. Nesse período, Rondônia era Território Federal. Portanto, as emancipações se faziam por atos do Presidente da República. Em 1983, ocorreu a emancipação dos municípios de Rolim de Moura e Cerejeiras, criados por decreto-lei estadual, porque nesse
período, o estado de Rondônia ainda não possuía constituição. Os demais municípios foram criados por leis estaduais do estado de Rondônia, a partir de 1986. PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS O estado de Rondônia possui o delineamento das diferentes áreas geográficas efetivado pelo Zoneamento Socioeconômico ecológico, que distribui entre os ecossistemas uma diversidade de formas de organização de produção sustentável. Os aspectos econômicos envolvem diversas atividades projetadas para determinadas localidades e situação econômica das comunidades. A caracterização do Zoneamento, como elemento-chave da utilização de recursos das florestas e dos rios, consistiu, ao mesmo tempo, em preocupação ecológica pelas autoridades que temem o mau uso dos espaços econômicos com atividades que possam degradar o ambiente e prejudicar os ecossistemas. A nova Lei de Crimes Ambientais é oportuna porque vincula os espaços produtivos aos órgãos de representação ambiental, desta forma, qualquer acidente envolvendo áreas de proteção ambiental, ou desastre ecológico, prevendo situações de risco para a vida vegetal e animal será objeto de investigação. Esses órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, que estão equipados para atender às necessidades de informações acerca de atitudes preservacionistas. A extensão da fronteira agropecuária em Rondônia teve início na década de 70, do século XX, com a implantação de projetos de colonização oficial, implantados pelo Governo Federal, por meio do INCRA, substituindo as grandes áreas de seringais nativos por uma nova situação fundiária, que mudou radicalmente o espaço geográfico. Rondônia é um estado que passou a ter problemas ambientais em decorrência de sua rápida expansão, como espaço de fronteira agrícola. Essa nova realidade gerou preocupações acerca dos desmatamentos, erosão fluvial, garimpagem, atividades mineralógicas e extrativistas, que contribuíram, desde o processo de colonização, para o desequilíbrio dos ecossistemas, influindo em mudanças climáticas que atingiram a região. A partir d segunda metade da década de 80, do século XX, os organismos internacionais, em especial o Banco Mundial, que investiram nos 27
28 projetos de colonização em Rondônia, foram alvo de críticas de ambientalistas e outras entidades mundiais, em decorrência do desastre ecológico nas imensas áreas florestais. O Banco Mundial investiu em um novo projeto, o “PLANAFLORO”, com o intuito de diminuir o desmatamento acelerado, iniciado nos anos anteriores, e reverter o processo de desordenação causado pelo fluxo migratório no Estado. A consolidação da BR-29, em 1968, permitiu que Rondônia firmasse sua vocação agrícola com maciços investimentos federais em projetos de colonização e a intensificação do fluxo migratório gerou a rápida formação de aglomerados urbanos, principalmente ao longo do eixo da BR-364. Isso provocou uma ruptura da estrutura espacial existente, já que, anteriormente, concentrava a economia nos municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim, que não sofreram agregações populacionais como às registradas na área de influência da BR364. A conseqüência mais drástica se constitui no acelerado processo de desmatamento ao longo da BR-364. A implantação dos projetos de colonização existentes e a expansão da fronteira agrícola na floresta demonstraram exemplos edificantes da catástrofe ecológica induzida pela exploração de terras impróprias para a agricultura. Os organismos internacionais e o Banco Mundial, quando reconheceram a problemática ambiental de Rondônia, na segunda metade da década de 80, do século XX, começaram a frear o envio de verbas aos projetos de assentamento e colonização, em decorrência do escândalo mundial causado pelo acelerado desmatamento de parte da floresta amazônica. A floresta sofreu intenso processo de queimadas durante o processo de preparação da terra para o plantio de lavouras e pastagens. Os agricultores instalaram-se em grandes e pequenas propriedades, ou em projetos
agropecuários implantados por empresas nacionais privadas ou pelo governo. Em função da ausência de planejamento adequado, alguns desses projetos foram instalados em regiões impróprias para a atividade agrícola. Os agricultores utilizaram sistemas de produção e cultivo nem sempre coerentes com as características agroecológicas da região. Essa ocupação desordenada conferiu a agricultura uma dinâmica marcada pela baixa produtividade, impactos ambientais crescentes e pobreza na qualidade de vida das populações. A região central do Estado, ao longo da BR364 e próximo a ela, foi transformada em áreas onde ocorreu intenso desmatamento da floresta, eliminando-se praticamente a fauna e a flora. A colonização influenciou um ritmo acelerado de extração de madeiras nobres, fato que praticamente extinguiu as espécies de mogno, cerejeiras e castanheiras. Atualmente, as madeiras já extraem outras espécies que também já se encontram praticamente em processo de extinção. As atividades garimpeiras no rio Madeira, nas décadas de 80 e 90 do século XX, prejudicaram o fluxo das águas do rio com o uso do mercúrio, provocando a contaminação de peixes. Após a proibição da garimpagem no rio Madeira, iniciaram-se as atividades de forma clandestina, fato que produziu um efeito mais devastador sobre o meio ambiente e a recurapação plena da flora de fundo e dos peixes que, por acaso, tenham sofrido efeitos teratogênicos ou mutagênicos. Outra forma de garimpo que causou problemas ambientais constituiu-se na exploração de cassiterita no Bom Futuro, na bacia do rio Candeias, produzindo um índice elevado de poluição nas águas em decorrência do assoreamento do leito do rio. O processo de desmatamento na região tendeu a ser controlado tanto por organismos internacionais quanto pelos órgãos encarregados do meio ambiente, que trataram de fiscalizar as ações predatórias. O desmatamento diminuiu, mas os efeitos que geraram as problemáticas ambientais ainda se perpetuarão por longas décadas, considerando-se os aspectos de produção florestal propriamente dita, além dos aspectos econômicos e ambientais (regeneração da floresta). ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICOECOLÓGICO O zoneamento socioeconômico-ecológico é um instrumento que indica a melhor forma de 28
29 ocupação do espaço territorial e utilização dos recursos naturais. Indica a potencialidade ou vulnerabilidade natural ou social por intermédio de estudos. A potencialidade natural ou social diz respeito à disponibilidades de recursos (terras, madeiras, estradas, hospitais, diversidade de plantas e animais), que podem ser aproveitados de diferentes formas. Já a vulnerabilidade pode ser quanto à erosão da terra ou á ocupação humana. O Governo Federal criou em 1990, a “Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico Nacional”. E ficou sob a responsabilidade da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República SAE/PR. Rondônia foi o primeiro Estado brasileiro a regulamentar a ocupação do espaço territorial com o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico e com o Plano Agropecuário e Florestal PLANAFLORO implantado a partir da identificação dos problemas surgidos com intenso fluxo migratório ocorrido nas décadas de 70 e 80 do século XX. O Zoneamento SocioeconômicoEcológico custou US$ 20 milhões de dólares. O contrato foi assinado entre o Governo do Estado de Rondônia, Governo Federal e Banco Mundial, com a aprovação do Senado da República do Brasil, em setembro de 1992. O mutuário é a União e os executores o Ministério do Planejamento e o Governo do Estado. A primeira aproximação do Zoneamento SocioeconômicoEcológico foi instituído em 14 de junho de 1988, através do Decreto-Lei Estadual 3782, posteriormente ratificado pela Lei Complementar 52 de 20 de dezembro de 1991. O Zoneamento SocioeconômicoEcológico ficou dividido em seis zonas, com identificação de potencialidade e uso da terra, conforme suas características Socioeconômico e Ambiental.
II – ASPECTOS FÍSICOS SOLOS As unidades pedológicas que ocorrem em Rondônia pertencem a vários grupos e predominam os latossolos. Ocorrem ainda os solos podzólicos, que podem ser eutróficos ou distróficos, areia quartzosas, terras roxas, brunizema, planossolo, glei pouco húmico, solos aluviais, solos litólicos e afloramentos de rochas. RELEVO O relevo do Estado de Rondônia é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, com variações de altitudes que vão de 70 metros a pouco mais de 500 metros. A região norte e noroeste, pertencente à grande Planície Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e apresenta área de terras baixas e sedimentares. As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas no divisor das águas das bacias do Madeira e Machado, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio GuaporéMamoré e com as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari) e a bacia do rio Machado (Ji-Paraná). O relevo do Estado apresenta-se muito diversificado com variação de altitude, prevalecendo à faixa entre 70 e 600m. as maiores altitudes ocorrem no Município de Vilhena (acima de 500m) e as menores no Município de Porto Velho (entre 90 e 200m). De maneira geral o relevo não apresenta grandes elevações, comportando-se como plano e suave ondulado e, em menor área, como forte e montanhoso (Colorado D’Oeste, Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge Teixeira, Guajará Mirim, São Miguel do Guaporé), com altitudes variando entre 400 e 600m. GEOMORFOLOGIA As formas de relevo do Estado de Rondônia podem ser divididas em nove unidades morfoestruturais: Planaltos Residuais do Guaporé, Planalto Dissecado Sul da Amazônia, Planalto Rebaixado da Amazônia (ocidental), Depressão Interplanática da Amazônia Meridional, Pediplano Centro-Ocidental Brasileiro, Planície Amazônica, Planalto Sedimentar dos Parecis, Serras e Chapadas do Cachimbo e Planícies do Alto e Médio Guaporé, 29
30 isso conformo os volumes 16 e 19 do PROJETO RADAMBRASIL (1978/79) e EMBRAPA (1983). PONTOS MAIS ALTOS DE RONDÔNIA Os pontos mais altos de Rondônia estão localizados na região central do Estado, na Serra dos Pacaás Novos. O ponto mais alto tem 1.126,0 metros de altura e está situado nas coordenadas geográficas – 10º49’54” latitude e 63º34’36” longitude. O segundo ponto mais alto tem 1.090,0 metros de altitude e está situado nas coordenadas geográficas – 10º50’55” latitude e 63º34’15” longitude. O terceiro ponto mais alto do estado tem 1.005,0 metros de altitude e está situado nas coordenadas geográficas – 10º51’33” latitude e – 63º37’10” longitude. O quarto ponto mais alto tem 950,0 metros de altitude e o quinto 810 metros de altitude. Os cinco pontos mais altos de Rondônia ficam próximos um dos outros, e estão situados na cumeada das Serras do Pacaás Novos. CLIMA O clima de uma região esta associado ás condições da circulação geral da atmosfera, através das perturbações transientes de escala sinóptica e das perturbações secundarias, formadas em função da topografia e dos efeitos locais. No Estado de Rondônia, o clima esta particularmente associado ao da macro região amazônica. O verão é o período mais chuvoso na região. Durante esta estação observa-se uma grande atividade convectiva causada por uma maior incidência de radiação solar, durante o ano, e a influência da ZCIT e da AB que se desintensificam durante o inverno, quando os principais mecanismos associados as chuvas nesta estação são a brisa fluvial, as Lis e as atividades
convectivas locais de menor intensidade. O período chuvoso ocorre entre os meses de outubro a abril, e o período mais seco entre os meses de junho, julho e agosto. A precipitação média anual é em torno de 1.400 mm a 2.500 mm, onde, mais de 90% desta precipitação ocorre no período chuvoso. O regime térmico apresenta pouca variação ao longo do ano. A média anual da temperatura do ar varia de 24ºC a 26ºC, com a temperatura máxima variando entre 30ºC e 34ºC e temperatura mínima entre 17ºC e 23ºC. VEGETAÇÃO O estado de Rondônia encontra-se em uma posição importantíssima em relação aos aspectos fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia amazônica, em uma região de transição entre o domínio geomorfológico amazônico. É uma área que congrega três importantes biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado, tendo como características, por esta razão, uma grande biodiversidade, que abrange tanto a riqueza dos seus ecossistemas, quanto de espécies da fauna, flora e de diversidade genética. Os principais fatores determinantes para a composição da vegetação do Estado são o relevo, com serras de formação geológica antiga, formadas por vastos depósitos sedimentares (Serras dos Pacaás Novos), e a riqueza da drenagem, que associada ao clima a composição do solo contribuem para a ocorrência do ciclo de cheias dos rios que drenam o estado, sendo marcante para a definição das diferentes paisagens existentes. A composição vegetal no estado é, reconhecidamente, formada por oito tipologias características, que se dividem em varias fisionomias, as quais passam a caracterizar: 1. FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA É o tipo de floresta dominante no estado, abrangendo cerca de 55% da área total da vegetação. Esta tipologia caracteriza-se pela descontinuidade do dossel, com ausência de área foliar entre 30 e 40%, permitindo que a luz solar alcance o sub-bosque favorecendo a sua regeneração. Os troncos apresentam-se mais espaçados no estrato mais alto, que atinge cerca de 30 m de altura enquanto o sub-bosque encontrasse estratificado. 2. FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL OU SUBCADUCIFÓLIA 30
31 Este tipo de vegetação se desenvolve em solos hidromórficos com baixa capacidade de retenção de água. Ocupam cerca de 2% do total da cobertura vegetal do estado. 3. FLORESTA DE TRANSIÇÃO OU CONTATO Ocupam cerca de 8% do estado. Trata-se de área de transição entre o cerrado e a floresta, apresentando características destas duas formações, com o estrato mais alto com cerca de 20 metros de altura. 4. CERRADO Ocupam cerca de 5% da cobertura florestal do estado. São formações vegetais com feições xeromórficas principalmente devido às características do sol. 5. FORMAÇÃO PIONEIRA Ocupam cerca de 4% do estado. Ocorre em terrenos sujeitos a inundações, apresentando diversas fisionomias. Pode apresentar vegetação florestal, ou não. O tamanho das árvores é determinado pela altitude e pelo grau de inundação. Algumas destas áreas encontram-se dominadas por palmeiras conhecidas como buritis. 6. CAMPINARANA O termo campinarana significa “falso campo”. São formações não florestais que ocorrem em manchas pequenas e bem dispersas por toda a Amazônia. É a vegetação menos representativa do estado. Cresce em solos muito pobres de areia branca (Podzol, hidromórfico e Areia Quartizosas). A maioria das espécies são endêmicas mas é possível encontrar algumas que ocorrem também em cerrado ou outras áreas não florestais.
A hidrografia de Rondônia é parte integrante da Bacia Amazônica, maior bacia hidrográfica do planeta. Sendo o Amazonas o principal rio, ele é formado pela junção dos rios Negro e Solimões. A hidrografia de Rondônia é formada por uma bacia principal, a do rio Madeira, e por cinco bacias tributarias; Guaporé, Mamoré, Abunã, Jamari e Machado ou Ji-paraná. Todos os rios que nascem no estado de Rondônia são afluentes ou sub-afluentes do rio Madeira e a maioria deles tem a foz dentro dos limites do Estado com excessão dos afluentes do rio Roosevelt, que tem suas nascentes no município de Vilhena, na região Sudeste do estado de Rondônia, desse no sentido norte, atravessa o estado de Mato Grosso e tem sua foz no rio Madeira no estado do Amazonas. BACIA DO MADEIRA Área: 31.422,1525 ha O Madeira, principal rio de Rondônia, é formado pela junção dos rios Mamoré e Beni. Essa junção ocorre na região oeste de Rondônia, próximo à cidade de Nova Mamoré. Os rios Mamoré e Beni têm suas nascentes na república da Bolívia, nas proximidades dos contrafortes dos Andes. A partir de sua formação, o rio Madeira nasce no sentido norte fazendo fronteira entre o Brasil e a Bolívia até foz do rio Abunã. A partir daí, ele atravessa o estado de Rondônia no sentido noroeste, norte, até a foz do igarapé Maici, divisa dos estados de Rondônia e Amazonas. Após essa divisa, o Madeira percorre o estado do Amazonas e tem sua foz no rio Amazonas. O rio Madeira é um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas, tem uma extensão de aproximadamente 1.056 km de Porto Velho até a foz, no rio Amazonas, sendo aproximadamente 180 km dentro dos limites de Rondônia e 876 km no estado do Amazonas. Em um trecho de aproximadamente 360 km, a partir de sua formação, o Madeira tem um desnível de declividade de 20 cm/km e passa por dezoito cachoeiras e corredeiras, sendo as maiores: Jiral, Teotônio e Santo Antônio. Entre a Cachoeira de Santo Antônio e a foz do rio Madeira é navegável durante o ano inteiro, porém com alguns obstáculos, no período de seca, ocasionado por assoreamento no leito do rio, o que não impede a navegação.
HIDROGRAFIA 31
32 No rio Madeira, no curso navegável, encontram-se muitas ilhas, algumas com extensão considerável. BACIA DO GUAPORÉ Área: 59.339,3805 ha O rio Guaporé nasce na região noroeste do estado de Mato Grosso, desce no sentido norte do Brasil e, no percurso que se inicia logo abaixo da cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade (ex capital da capitania de Mato Grosso), até a sua foz no rio Mamoré ele faz fronteira entre o Brasil e República da Bolívia. Os principais afluentes do rio Guaporé, na margem direita, lado brasileiro, são os rios Gelera, Sararé, Piolinho e Guariterê em território matogrossense e os rios: Cabixi, Corumbiara, Verde, Mequéns, Massaco, Branco, São Miguel, São Domingo e Cautário, em território rondoniense. BACIA DO MAMORÉ Área: 22.790,6631 ha O rio Mamoré tem suas nascentes nos contrafortes dos Andes bolivianos, desce no sentido leste da Bolívia até a foz do rio Guaporé. A partir daí, ele passa a fazer à fronteira entre o Brasil e a República da Bolívia, até encontrar o rio Beni, que também nasce nos Andes bolivianos. O encontro dos rios Mamoré e Beni formam o rio Madeira. Os principais afluentes do rio Mamoré, na margem direita, em território brasileiro, são os rios Guaporé e Pacaás Novos, Ouro Preto, Lage e Novo. BACIA DO ABUNÃ Área: 4.792,2105 ha O rio Abunã nasce na região sul do estado do Acre, na fronteira com a República da Bolívia, e tem sua foz no rio Madeira. Seu principal afluente da margem esquerda, lado brasileiro, em terras de Rondônia, é o rio Marmelo.
BACIA DO JAMARI Área: 29.102,7078 ha O rio Jamari tem suas nascentes nas proximidades das serras dos Pacaás Novos, no município de Campo Novo de Rondônia e desce no sentido norte do Estado, recebe as águas do rio Candeias e tem a foz no rio Madeira. No rio Jamari esta instalada a Usina Hidrelétrica de Samuel, que tem potencial de geração de 216 Mw de energia elétrica. A usina de Samuel está situada no município de Candeias do Jamari, e o lago da represa de Samuel abrange o território dos municípios de Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. BACIA DO ROOSEVELT Área: 15.538,1922 ha O rio Roosevelt tem suas nascentes na região sudeste de Rondônia, nas proximidades da cidade de Vilhena, desce no sentido norte e, a partir da foz do rio Capitão Cardoso, atravessa o estado de Mato Grosso, entra pela porção sul do estado do Amazonas e tem sua foz no rio Madeira. BACIA DO MACHADO OU JI-PARANÁ Área: 80.630,5663 ha O rio Machado ou Ji-Paraná é o principal afluente do rio Madeira, dentro dos limites de Rondônia, é também a segunda mais importante bacia hidrográfica do Estado. Ele é formado pela junção dos rios Comemoração ou Melgaço com o Apediá ou Pimenta Bueno, cuja confluência ocorre nas proximidades da cidade de Pimenta Bueno. Os afluentes, formadores do rio Machado, tem suas nascentes na Chapada dos Parecis, no município de Vilhena. Portanto, o rio Machado têm suas nascentes na região sudeste de Rondônia, desce no sentido norte e atravessa as regiões leste, nordeste e tem a foz no rio Madeira, na região norte do Estado. Os afluentes da margem direita do Machado são poucos e pequenos, os principais deles são: Riozinho, Igarapé Grande e Igarapé Lurdes. Os maiores afluentes do rio Machado ou JiParaná estão na margem esquerda e os principais são os rios Rolim de Moura, Muqui, Urupá, Jaru, Anari, Machadinho e Rio Preto. RIOS NAVEGÁVEIS No final do século XIX e durante a primeira metade do século XX (1877-1960), todos os 32
33 principais rios de Rondônia eram utilizados para navegação. Nesse período, os rios davam acesso aos diversos seringais existentes na região. O rio Madeira, entre Porto Velho e a foz no rio Amazonas, é uma importante via de transporte. O rio Machado ou Ji-Paraná é navegável entre a foz e a cachoeira Dois de Novembro. No trecho entre a cachoeira Dois de Novembro e a localidade de Tabajara existem várias cachoeiras que impedem a navegação. A partir daí, existem algumas pequenas cachoeiras ou corredeiras, que dificultam a navegação mais não a impede. Os rios Mamoré e Guaporé são navegáveis e são explorados pela navegação que abastece a população ribeirinha, dentro dos limites de Rondônia, da cidade de Guajará-Mirim até a foz do rio Cabixi.
III – ASPECTOS ECONÔMICOS Vários ciclos econômicos fizeram parte do desenvolvimento regional, mas, na atualidade, predomina o agropecuário, com destaque para a cafeicultura e bovinocultura (gado leiteiro e de corte) entre outros produtos e um setor industrial nascente. O primeiro ciclo econômico ocorreu com as descobertas de ouro no rio Corumbiara, afluente da margem direita do rio Guaporé, a partir de 1744; nessa mesma época houve também o período das drogas do sertão, mas o primeiro grande ciclo econômico foi o da borracha. Este ciclo dividiu-se em dois. O primeiro teve início por volta de 1877, quando uma grande leva de nordestinos migrou para o vale do Madeira e seus afluentes: rio Machado ou Ji-Paraná, Mamoré, Guaporé e Jamari e o segundo ciclo teve início em 1942, ocasião da Segunda Guerra Mundial. No período do Primeiro Ciclo de Extração de Látex foi construída a maior obra da história da Amazonas, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, hoje Museu Histórico.
O Primeiro Ciclo de Extração de Látex, (borracha) começou a decair a partir de 1912 e, em 1918, já estava em pleno declínio, não pela falta do produto, mas pelo preço praticado no mercado internacional, principalmente no continente Asiático, mas precisamente na Malásia. A retomada da demanda de extração de látex, seiva da árvore seringueira, nativa da Amazônia, ocorreu em decorrência da Segunda Guerra Mundial, isto porque os seringais da Malásia foram ocupados por tropas japonesas. Naquele período, as atenções do mundo convergiram para a produção do látex na Amazônia. O próprio governo brasileiro (Getúlio Vargas), convocou trabalhadores para trabalharem na extração de látex. Foi neste período que surgiu o soldado da borracha. Os vales amazônicos foram novamente ocupados. O período auge da produção de látex na Amazônia no segundo ciclo, correspondeu ao período da Segunda Guerra Mundial. Em 1952, ocorreu a descoberta de existência de estanho, que foi importante para a economia regional de Porto Velho, surgindo ai o ciclo da extração da cassiterita, que também divide-se em dois períodos: o primeiro período foi o da garimpagem manual, que durou até 31 de março de 1971, quando foi proibida pelo Governo Federal; a partir dessa data, iniciou-se o período da garimpagem mecanizada. Ainda na década de 50, do século XX, existiram os garimpos de diamante no rio Machado, nas proximidades de Vila Rondônia, atualmente cidade de Ji-Paraná, e Pimenta Bueno, que tiveram pouca durabilidade. O atual ciclo econômico de Rondônia iniciou-se na década de 70, do século XX, com a chegada de migrantes oriundos, principalmente, das regiões Sul e Sudeste do Brasil, cuja maioria era proveniente dos estados do Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais, começando assim o plantio de lavoura de café e a formação de pastagem. Nesse mesmo período, deu-se início às instalações de indústrias madeireiras que, do final da década de 70 e durante a de 80, do século XX, eram responsáveis absolutas pela geração de empregos, renda e ainda hoje são de suma importância para a economia do Estado. Em 1971, a CEPLAC Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira, respaldada em estudos que apontavam a viabilidade da lavoura cacaueira na região, deu incentivo ao plantio nas localidades de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes. Em 1976, foi implantado o programa PROCACAU, que incentivou ainda mais o plantio 33
34 da lavoura, chagando a 54.000 hectares, em seis mil pequenas propriedades rurais. Paralelamente a esse acontecimento, as lavouras de café e a criação de rebanho bovino se desenvolveram por uma vasta região, mas, no início dos anos 1990, os cafeicultores rondonienses enfrentaram outro problema, o baixo preço na saca do café, que, às vezes, não compensava nem colher. Muitos foram os que, cortaram os cafezais e substituíram as áreas por pastagens. A partir de 1997, os preços voltaram a subir e chegou, em 1999, a R$ 150,00. Novamente ocorreram novas plantações, porém, o preço da saca começou a cair a partir do ano de 2000, e em 2001 chegou a R$ 25,00, voltando a ser desestimulado. Na atualidade, o preço da saca de café é de aproximadamente R$ 80,00. Rondônia é o 5º maior estado brasileiro na produção de café. O rebanho bovino sempre continuou crescendo e é predominante em todo o Estado, formando uma grande bacia leiteira, com destaque para a região de Ouro Preto, Jaru e Ji-Paraná. Outros investimentos já começam a florescer, na economia regional, são plantações de pupunha (palmito, piscicultura), e o cultivo de soja e arroz, em áreas mecanizadas, no sul do Estado. Rondônia é um Estado de vocação agropecuária, o solo rondoniense produz, não só os já citados produtos, mas uma diversidade de cereais, frutos, verduras e legumes. EXTRATIVISMO MINERAL A influência da mineração em Rondônia ocorre desde o século XVIII, com a descoberta de ouro no rio Corumbiara, afluente da margem direita do rio Guaporé, em 1744, pelos bandeirantes paulistas, Antônio de Almeida e Tristão da Cunha Gago. Na década de 1950, surgiu a garimpagem de diamantes no rio JiParaná ou Machado, nas proximidades da atual cidade de Ji-Paraná. E ainda na
década de 1950, foi descoberta a existência de minério de estanho (cassiterita). A garimpagem manual de cassiterita movimentou o comércio da cidade de Porto Velho, durante os anos 60 até a desativação em março de 1971, obedecendo à portaria Ministerial 195/70, publicada pelo DNPM – Departamento Nacional de Pesquisa Mineral, que proibiu a garimpagem manual. Surgiu a partir dessa data a garimpagem mecanizada, que também manteve influência econômica em Porto Velho. Em 1987, foi descoberto cassiterita as margens do rio Santa Cruz onde formou o garimpo Bom Futuro, maior garimpo de estanho a céu aberto no mundo. Ainda na década de 80, e inicio da década de 90, do século XX, o rio Madeira foi explorado por milhares de garimpeiros. Na extração de ouro no leito do rio eram utilizadas, balsas e dragas. Os garimpos de minério de estanho (cassiterita) em Rondônia estão localizados nas bacias dos rios Jamari, Jacundá e Machadinho. Na bacia do Jamari os garimpos estão situados as margens do rio Massangana, no braço direito do rio Candeia e o maior garimpo, o Bom Futuro, esta as margens do rio Santa Cruz. Na bacia do Jacundá o garimpo esta situado no município de Itapuã do Oeste e na bacia do rio Machadinho estão os garimpos Oriente Velho e Novo, região onde foi descoberto a existência do minério em Rondônia. Ainda na década de 90, no século XX, os garimpos de ouro entraram em decadência e a lavra de cassiterita continua mecanizada.
IV – GOVERNADORES O "Território Federal do Guaporé" foi criado pelo decreto-lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943, mudado para "Território Federal de Rondônia", em homenagem ao marechal Cândido Rondon, pela lei nº 21.731 de 17 de fevereiro de 1956, e elevado a Estado no dia 4 de Janeiro de 1982. Território Federal do Guaporé nº
Nome
1
Aluísio Pinheiro Ferreira Joaquim Vicente Rondon
2 3 4
Frederico Trotta Joaquim Araújo Lima
início do mandato 1 nov 1943 7 fev 1946 31 out 1947 9 jun 1948
fim do mandato 7 fev 1946 31 out 1947 9 jun 1948 22 fev 1951
34
35 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
20 21
22 23
24 25 26 27
n º 1 2 3 4 5 6 7
Petrônio Barcelos Jesus Burlamaque Hosanah Ênio dos Santos Pinheiro
22 fev 1951 6 fev 1952 18 nov 1953 13 set 1954 5 abr 1955 14 out 1956 6 nov 1958 18 mar 1961 13 set 1961 3 jul 1962 12 dez 1962 27 mai 1963 14 out 1963 27 jan 1964
7 fev 1952 18 nov 1953 13 set 1954 5 abr 1955 14 out 1956 6 nov 1958
V - MUNICÍPIOS
1. Alta Floresta d’Oeste 2. Alto Alegre dos Parecis 3. Alto Paraíso 4. Alvorada d’Oeste Paulo Nunes Leal 5. Ariquemes José Ribamar de 6. Buritis Miranda 7. Cabixi Jaime Araújo dos Santos 8. Cacaulândia 9. Cacoal Paulo Nunes Leal 8 set 1961 10. Campo Novo de Rondônia Abelardo 8 set 1961 11. Candeias do Jamari Alvarenga Mafra 12. Castanheiras Ênio dos Santos 3 jul 1962 Pinheiro 13. Cerejeiras 12 dez 14. Chupinguaia Nilton Lima 1962 15. Colorado do Oeste Wadih Darwich 27 mai 16. Corumbiara Zacarias 1963 17. Costa Marques Ari Marcos da 14 out Silva 1963 18. Cujubim Paulo Eugênio 27 jan 19. Espigão d’Oeste Pinto Guedes 1964 20. Governador Jorge Teixeira Abelardo 6 abr 21. Guajará-Mirim Alvarenga Mafra 1964 22. Itapuã do Oeste José Manuel Luís 24 abr 29 mar da Cunha 23. Jaru 1964 1965 Menezes 24. Ji-Paraná João Carlos dos 29 mar 10 abr 25. Machadinho d’Oeste Santos Mader 1965 1967 26. Ministro Andreazza Flávio de 10 abr 30 nov 27. Mirante da Serra Assunção 1967 1967 Cardoso 28. Monte Negro 30 nov 13 fev 29. Nova Brasilandia d’Oeste José Campedelli 1967 1969 30. Novo Mamoré João Carlos 7 fev 31 out 31. Nova União Marques 1969 1972 32. Novo Horizonte do Oeste Henrique Neto 31 out 23 abr 33. Ouro Preto do Oeste Teodorico Gaíva 1972 1974 34. Parecis João Carlos 23 abr 20 mai 35. Pimenta Bueno Henrique Neto 1974 1975 36. Pimenteiras do Oeste Humberto da 20 mai 2 abr 37. Porto Velho (capital) Silva Guedes 1975 1979 Jorge Teixeira de 10 abr 4 jan 38. Presidente Médice Oliveira 1979 1982 39. Primavera de Rondônia 40. Rio Crespo Estado de Rondônia 41. Rolim de Moura 42. Santa Luzia d’Oeste início do fim do Nome 43. São Felipe d’Oeste mandato mandato Jorge Teixeira de Oliveira 4 jan 1982 10 mai 1985 44. São Francisco do Guaporé Ângelo Angelim 10 mai 1985 15 mar 1987 45. São Miguel do Guaporé Jerônimo Garcia de 15 mar 1987 15 mar 1991 46. Seringueiras Santana 47. Teixeirópolis Osvaldo Piana Filho 15 mar 1991 1 jan 1995 48. Theobrama Valdir Raupp 1 jan 1995 1 jan1999 José Bianco 1 jan 1999 1 jan 2003 49. Urupá Ivo Cassol 1 jan 2003 atualidade 50. Vale do Anari 51. Vale do Paraíso 35
36 52. Vilhena AS PRESSÕES INTERNACIONAIS SOBRE A AMAZÔNIA BRASILEIRA “O imperialismo: as propostas de internacionalização da Amazônia e o etnocentrismo dos viajantes.”
A expansão do capitalismo industrial e financeiro mundial, a partir do século XIX, levou a uma crescente adoção das práticas e políticas imperialistas que, promovidas pelas grandes potências da Europa, o Japão e os EUA, tiveram como alvo os territórios da África, Ásia, Oceania e América Latina. Em meados do século passado, os avanços na tecnologia, nos transportes e nos meios de produção, ocasionaram o surgimento de gigantescas corporações que resultaram da fusão entre o capital financeiro e o capital industrial. O avanço desse processo de concentração de capitais culminou com a criação de trustes, cartéis e, mais tarde, para fugir às legislações antitrustes, holdings. Essas corporações visavam à obtenção de contratos privilegiados quanto ao monopólio de determinados mercados, contando, para esse intento, com a colaboração da diplomacia e, freqüentemente, quando esta falhava, do exército de seus Países, além da prática do dumping para eliminar os concorrentes. Os investimentos do capital monopolista na Amazônia resultaram no controle de importantes concessões de serviços públicos, como portos e navegação, além da exclusividade nas operações de exportação de matériaprima, o que dava às casas exportadoras uma ampla margem de controle de preços da goma elástica. É interessante observar os aspectos político e militar desse processo, na medida em que forjaram determinada mentalidade que, de forma bem precisa, migrou para a Amazônia, juntamente com capitais e técnicos estrangeiros. Essa mentalidade desenvolveu-se a partir da forma mais
extremada do imperialismo, efetivada na África e no Oriente, particularmente na China. Ao final do século XIX, uma série de doutrinas expansionistas e seus corolários desenvolveram a noção de um certo “Destino Manifesto”, a ser realizado pelos Estados Unidos. Basicamente, a doutrina do destino manifesto parte de uma idéia de que certos Países possuiriam atributos raciais, geopolíticos e/ou econômicos, que os tornariam superiores aos demais. Esses atributos justificariam seu domínio sobre os Países “inferiores”, com o objetivo de expansão e defesa. Por outro lado, os Países dominados ou sob a esfera da influência dessas potências, seria a lucrar, com o desenvolvimento econômico e social trazidos com o domínio estrangeiro. As pretensões de estrangeiros, não somente sobre a navegação, mas também sobre o destino a e exploração do Vale do Amazonas criaram, ao longo de todo o século XIX, sérias desconfianças por parte do Governo Imperial, chegando mesmo D. Pedro II (1825-1891) a registrar, em seu diário pessoal de 1862, receio em relação às pretensões dos EUA sobre o Amazonas. As desconfianças do Governo Imperial foram herdadas pelo governo republicano e são de fundamental importância para a compreensão da Questão Acreana. Uma série de viajantes estrangeiros, que correram o vale desde o período colonial, descreveram de forma apaixonada e idealizada as potencialidades da terra. No século XIX podemos citar Willian H. Edwards (1922-1909), um naturalista norte-americano que desembarcou na Amazônia em 1846 e o naturalista inglês Richard Spruce (1817-1893), que desembarcou no Brasil em 1849 e permaneceu na Amazônia até 1864. De uma maneira geral, as conclusões são as mesmas: a terra era naturalmente dadivosa, porém pobre e despovoada, apenas em razão da indolência de seus povoadores. A solução então seria entregar aquela terra ao gênio operoso do europeu ou do anglosaxão para transformá-la em um paraíso de fartura e prosperidade. Havia também aqueles que viam de maneira negativa, tanto os dotes naturais da terra, como os de sua população, estabelecendo corporações pouco lisonjeiras entre a natureza Européia e a Americana. Esse era o caso do Conde Joseph-Arthur de Gobineu (1816-1882), embaixador da França no Brasil entre abril de 1869 e maio de 1970, que se julgou também habitado a emitir opiniões sobre a terra, a cultura, a natureza e o homem tropical. O Conde, autor de um trabalho intitulado “Ensaio 36
37 sobre a desigualdade das raças humanas” (1853-1855), descreveu nesse trabalho a natureza do país: cheio de insetos e seres rastejantes, constituído por um povo de malandros e ociosos, composto de mestiços de todo o tipo, no qual era impossível ver a pureza do sangue europeu. Exceto a família real, evidentemente, eram os brasileiros a ralé do gênero humano. EXERCÍCIOS 1: 1. Que regiões foram os grandes alvos do imperialismo euro-americano na 2ª metade do século XIX? O que pretendia o imperialismo euroamericano na segunda metade do século XIX 2. Que tipo de “visões” os exploradores emitiram sobre a América tropical entre os séculos XVII e XVIII? 3. Que doutrinas imperialistas orientaram o governo norte-americano em suas relações com a América Latina? 4. A teoria sobre a inferioridade dos povos das zonas tropicais de Gobi-neau baseia-se na idéia de que o clima e a natureza prejudicam a espécie humana. Que conseqüências essas idéias tiveram no século XX?
d)
João Figueiredo.
8. 1) 2) 3) 4)
Relacione a coluna A com a coluna B: Bolivian Sindicanti. Public Works. P&T Collins. May, Jekyll & Randolph.
( ) Monopolizaria a extração de borracha no Acre. ( ) Iniciou os trabalhos de construção da EEMM em 1871. ( ) Abandonou as obras de construção da EEMM em 1879. ( ) Concluiu as obras da EEMM em 1912. 9. A abertura da BR-364 impulsionou grandes contingentes migratórios de diversas regiões do país para Rondônia. A colonização em escala, ao longo do eixo rodoviário, foi iniciada por empresas particulares de colonização, sendo as duas primeiras a desenvolver projetos na região: a) INCRA e Sidney Girão. b) Padre Adolpho Rohl e Burareiro. c) IBRA e Incra. d) Colonizadora Calama S/A e Itaporanga S/A. e) Itaporanga S/A e IBRA. 10. Em 1977, foram criados 5 municípios ao longo da BR-364. dentre eles não podemos citar: a) Cacoal. b) Vilhena. c) Pimenta Bueno. d) Ariquemes. e) Jacy-Paraná.
5. O que defenderam os norteamericanos interessados em explorar as riquezas da Amazônia Boliviana em 1853?
A colonização da Amazônia: missionários, europeus e militares em conflito.
6. Não foi Governador do Estado de Rondônia: a) Jorge Teixeira de Oliveira. b) Jerônimo Santana. c) Osvaldo Piana. d) Ângelo Angelin. e) Paulo Nunes Leal.
No final do século XVI, europeus de origem holandesa, inglesa e francesa navegaram pelos rios da Amazônia, tentando fixar núcleos de povoamento e colonização. Em 1559, os holandeses estabeleceram fortificações no encontro das águas do Xingu com o Amazonas. Os fortes de Orange e Nassau serviam de base para o contato e comércio com indígenas, bem como para que se desse início de plantio de cana-de-açúcar e tabaco. Em 1610, o inglês Thomas Roe fundou núcleos de colonização próximos à foz do Amazonas. Por volta de 1620, já se encontravam núcleos holandeses na ilha de Porcos, ingleses entre os rios Jari e Paru, holandeses nos rios Gurupá e Xingu e franceses no Maranhão.
7. Quando o Território foi elevado à categoria de Estado ocupava a Presidência da República: a) Jorge Teixeira de Oliveira. b) Juscelino Kubitschek. c) Mário Andreazza.
37
38 Tal situação motivou a intervenção dos portugueses que, entre 1612-1615, lutaram contra a presença francesa no Maranhão. Vitorioso sobre os franceses, Francisco Caldeira Castelo de Branco (em 1619) fundou, na baía de Guajará, em 12 de janeiro de 1616, o forte do Presépio, a partir do qual surgiu a cidade de Sant Maria de Belém do Grão-Pará. Portugal, então sob o domínio da União Ibérica (1580-1640), atuou decisivamente na expulsão dos demais europeus do vale do Amazonas, cabendo especial destaque a atuação de Pedro Teixeira, que consolidou a presença portuguesa na região. A partir de uma busca tão áspera, mas com obstinada fixação na idéia de grandes tesouros, as metrópoles ibéricas, agora unidas sob a dominação da Espanha, iniciam um grande esforço para manter a integridade de suas posses territoriais. As ameaças estrangeiras constituíram-se em importante motivo para que se ampliassem os esforços colonizadores. No entanto, a Espanha estava por demais envolvida com as colônias andinas, platinas e mexicanas. Caberia ao Estado Português a tarefa de resguardar, em benefício da União Ibérica, o vale do Amazonas. Pelo Tratado de Tordesilhas quase todo o conjunto da atual região norte do Brasil ficava sob o domínio espanhol. No entanto, a partir de meados do século XVII, os portugueses fixaram aí sua presença. Com a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1624 pelo rei Felipe IV (1605-1665), monarca da Espanha entre 1621 e 1665 que governou também Portugal entre 1621 e 1640 durante o período da União Ibérica, foram lançadas as bases da conquista e povoamento da costa e do extremo norte pelos luso-brasileiros. Tendo em vista o aprofundamento da ocupação, a Coroa constitui algumas capitanias na região como Cametá, Gurupará e Cabo do Norte. Em léguas de terras e costas, contava-se, por volta
de 1637, a presença de 1400 a 1500 homens brancos na região. Em seu relato (Novo descobrimento do grande rio Amazonas), o padre Cristóbal Acuña (15971675), cronista da viagem de Pedro Teixeira, fala dos grandes núcleos de colonizadores existentes na região: Belém, onde existia um grande castelo para sua defesa; Cametá: decadente e que em décadas passadas fora famosa por seus muitos moradores; Curupatuba e o forte do Desterro localizado na foz do rio Genipapo, com 30 soldados e algumas peças de artilharia. A necessidade de imprimir à Amazonas os símbolos da colonização ibérica possibilitaram a expedição de Pedro Teixeira. As autoridades hispânicas em Quito e Lima, no entanto, não se sentiam tranquilas com essa aventura portuguesa por uma tão vasta e rica região até então unicamente reservada à Espanha. A frágil aliança entre as duas potências estava próxima de seu fim. Mesmo com a União Ibérica, Portugal e Espanha mantiveram-se sempre como nações distintas. Nesse momento (1638), embora pelo Tratado de Tordesilhas a Amazônia fosse espanhola, os portugueses expulsaram os estrangeiros que haviam se instalado com sucesso em terras coloniais espanholas. Os relatos, tanto dos cronistas Rojas e Acuña, quanto os do próprio Pedro Teixeira deixaram clara a necessidade de se iniciar imediatamente o aproveitamento colonial da região, inserindo-a no contexto de uma economia mercantilista, uma vez que suas terras eram férteis, ricas em recursos minerais, caça, pesca e estavam densamente povoadas por indígenas que, a partir de um trabalho missionário, poderiam vir a ser eficientes vassalos de Sua Majestade. Estabelecidos os marcos da posse portuguesa no Amazonas por Pedro Teixeira, a exploração e ocupação continuou pelos séculos XVII e XVIII, cabendo aos missionários jesuítas, mercedários, carmelitas e franciscanos a função de catequese, pacificação e fixação do indígena em aldeamento. A atuação dessas ordens e congregações religiosas foi regida pelo Regimento das Missões, datado de 1686. Esse instrumento jurídico buscava estabelecer as bases de uma atuação catequética harmonizada com o processo colonizador, fixando o caráter interdependente das duas atuações. Reinando em Portugal Dom Pedro II ( 1667-1706), a atuação dos missionários foi extremamente favorecida. Pela Carta Régia de 19 de março de 1693, o território da Amazônia foi dividido entre as diversas instituições religiosas que atuavam na região. 38
39 Coube aos jesuítas a catequese no distrito sul do rio Amazonas até os limites com as colônias espanholas, incluindo-se o Vale do Guaporé; ainda atuariam no vale do rio Negro e em todo o trecho entre o Urubu e o Negro. Essas determinações foram alteradas pela Carta Régia de 29 de novembro de 1694, que reformava a anterior e estabelecia como área de catequese dos carmelitas o rio Negro, entregando o Urubu aos mercedários e a margem esquerda do Amazonas até o Urubu aos religiosos da Piedade e de Santo Antônio. EXERCÍCIOS 2 : 1) Mesmo antes dos portugueses outros povos se estabeleceram no rio Amazonas, entre eles: a) Os ingleses que se estabeleceram no encontro das águas do Xingu com o Amazonas, em 1559. b) Os franceses que, na Amazônia, tentaram criar a França Antártida, em 1517. c) Os holandeses que se estabeleceram no encontro das águas do Xingu com o Amazonas, em 1559. d) Os espanhóis que criaram fortificação no baixo Amazonas, a partir de 1564. e) N.R.A. 2) O primeiro estabelecimento português no Amazonas foi: a) O forte Príncipe da Beira, em 1763. b) O forte de Coimbra, em 1654. c) O forte de Natal, em 1563. d) O forte do Presépio, em 1616. e) N.R.A. 3) O Estado do Maranhão e o GrãoPará foi criado em: a) 1623. b) 1624. c) 1625. d) 1627. e) 1626. 4) As ordens religiosas que atuavam na Amazônia colonial eram: a) Eram livres para agirem.
b) Tinham sua atuação regulada pelo estado português. c) Vinculavam-se e subordinavam-se diretamente ao papa. d) Submetiam-se aos conselhos coloniais. e) N.R.A. 5) Quanto à atuação das ordens religiosas, a Carta Régia de 1693 determinava: a) A determinação de áreas específicas de catequese para cada ordem. b) A expulsão dos jesuítas da Amazônia. c) O restabelecimento do direito de padroado. d) A criação do conselho jesuítico. e) A predominância dos mercenários. 6) Não são fatos do processo de colonização dos vales dos rios da Amazônia nos séculos XVI e XVII: a) A conquista e o povoamento da região amazônica foi motivada por fatores de ordens diversas prevalecendo a busca de riquezas naturais e a consolidação de uma base de ocupação mercantilista. b) Francisco Caldeira Castelo Branco atuou decisivamente no processo de expulsão de estrangeiros do vale amazônico, fundando em 1616 a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará. c) Pedro Teixeira consolidou a presença portuguesa na Amazônia ao realizar a primeira viagem de navegação pelo Amazonas partindo de Quito até Marajó. d) A ocupação colonial da Amazônia foi marcada pela atuação das ordens religiosas franciscana, capuchinha, mercedária, carmelita e principalmente jesuíta que fundaram aldeamentos e missões para a catequese e aculturamento do indígena. e) No rastro das missões e aldeamentos, bandeirantes e militares estabeleceram-se na Amazônia buscando riquezas naturais, indígenas para o cativeiro e manutenção das fronteiras. 7) Não considerado fator que inviabilizou a construção da EFMM pela empreiteira P&T Collins: a) O bloqueio do dinheiro destinado às obras pelos tribunais londrinos. b) A ruptura de relações entre Brasil e Bolívia devido à questão do Acre. c) A insalubridade regional. d) Os ataques de indígenas, a fome e o desabastecimento. e) O desconhecimento das condições naturais e da tipografia regional pelos empreiteiros. 39
40 8) Foi o fator alegado pela empreiteira inglesa Public Works para retirar-se das obras da EFMM em Santo Antônio do Madeira: a) O ataque dos indígenas Karipunas ao acampamento em Santo Antônio. b) A insalubridade ambiental. c) A crise no comércio internacional da borracha. d) A ausência de mão-de-obra disponível. e) Os conflitos regionais entre Brasil e Bolívia devido à questão do Acre. 9) Marque V ou F: ( ) Farquhar comprou a concessão para a construção da EFMM do engenheiro carioca Joaquim Catramby. ( ) A fim de resolver os problemas da insalubridade a empresa MadeiraMamoré construiu o hospital São José. ( ) Os trabalhos de abertura da selva e assentamento dos trilhos foram realizados por milhares de trabalhadores nacionais e estrangeiros, destacando-se os barbadianos. ( ) A EFMM foi concluída em 1930 e teve como seu primeiro diretor geral o Tenente Aluízio Ferreira. 10) Quando foi iniciada a última tentativa de construção da EFMM, e quando foi concluída? 11) Que privilégios detinha a direção norte-americana da EFMM sobre Porto Velho? 12) Quem foi e quais as obras do 1º superintendente de Porto Velho? 13) Quem borracha?
eram
os
soldados
da
SIMULADO 1 1) Representa a prepotência portuguesa, obra faraônica construída com a intenção de defender interesses portugueses no auge do ciclo do ouro: a) Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. b) Forte Príncipe da Beira. c) Forte de Nossa Senhora da Conceição.
d) N.d.a. 2) Tratado firmado entre Portugal e Espanha. Legitimava o domínio da margem direta do Guaporé a Portugal: a) Tratado de Ildefonso. b) Tratado de Tordesilhas. c) Tratado de Madri. d) Tratado de Lisboa. 3) Criou em 1746, a capitania de Mato Grosso, garantindo a posse dessas terras, nomeando como seu primeiro governador, D. Antonio Rolim de Moura. Inicia-se o ciclo de dominação e destruição portuguesa na região: a) Dom João VI. b) Dom Pedro I. c) Dom José I. d) Dom José II. 4) Empresa que veio da Inglaterra iniciar a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, em seis de Julho de 1872: a) Public Works. b) P & Collins. c) Collins e Works. d) N.d.a. 5) Através dele, o governador brasileiro assume o compromisso de construir a estrada de ferro Madeira – Mamoré, com liberdade de trânsito por essa ferrovia e pelos rios brasileiros até o oceano Atlântico, de produtos bolivianos. a) Tratado de Tordesilhas. b) Tratado de Petrópolis. c) Tratado de Madri. d) Tratado de Lisboa. 6) No tocante ao desbravamento realizado por Rondon, assinale a alternativa incorreta: a) Do Mato ao Amazonas, Rondon instalou mais de dois mil quilômetros de linhas telegráficas. b) O trabalho de Rondon para implantação das linhas telegráficas foi dividido em três “expedições”, sendo a terceira aquela que Rondon avançou todo o sertão do atual Estado de Rondônia. c) O maior desafio encontrado por Rondon em sua primeira expedição, datada de Setembro de 1907 e que partiu de Diamantino, no Mato Grosso, foi a presença dos índios. d) A missão de implantar linhas telegráficas de Rondon foi um grande fracasso, haja vista Rondon ter sido impossibilitado de instalar as linhas 40
41 telegráficas devido a problemas graves tais como: doenças indígenas e falta de alimentos. 7) A respeito do Marechal Rondon, é correto afirmar; a) Por seus relevantes serviços prestados, foi escolhido patrono das Comunicações. b) Em 1953 teve seu nome lançado como candidato ao Prêmio Nobel da Paz. c) Além de outras condecorações, recebeu o título de Civilizador dos Sertões. d) Todas as alternativas são verdadeiras. 8) No tocante ao ciclo da borracha, assinale a alternativa correta: a) Encerrado o ciclo do ouro na metade do século XIX, a Amazônia é descoberta como fonte de riqueza, iniciando-se o ciclo da borracha. b) Expulsos pela seca de 1877, milhares de nordestinos materializam um grande processo de migração para a região amazônica. c) O primeiro ciclo da borracha, resultaria mais tarde, na guerra do Acre, em 1903 e possibilitaria, no segundo ciclo, a criação do território de Guaporé, em 1943. d) Todas as alternativas estão corretas. 9) Assinale a alternativa falsa: a) O Brasil, entre 1911 e 1914 se torna o maior produtor de borracha silvestres do mundo, tendo a Bolívia como sua concorrente. b) Embora possuindo grande capacidade de produção de borracha, a Bolívia carecia de meios para seu escoamento até o Oceano Atlântico. c) Em 20 de Abril de 1870, Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição, começando um processo que desencadearia a construção de uma estrada de ferro ligando o Madeira ao Mamoré. d) Brasil e Bolívia entram em conflito graças ao látex. Na região onde hoje é o Estado do Acre, ocorre a guerra do Acre, vindo o referido es paço físico
ficar sobre o domínio total da Bolívia, situação que perduraria até 1903. 10) Indique a alternativa correta: a) Durante a segunda grande guerra mundial, o Brasil assume definitivamente a posição de maior produtor de borracha do mundo, superando inclusive, colônias inglesas na Ásia, grandes produtoras de látex. b) Durante a segunda guerra mundial inicia-se o primeiro ciclo da borracha, os Estados Unidos redescobrem a Amazônia e buscam nessa região borracha para produzir pneus para veículos de combate. c) O Brasil retoma a posição de maior produtor de borracha do mundo em 1941, com assinatura do Tratado de Washington, firmado e Estados Unidos, durante o governo de Getúlio Vargas. d) Durante o primeiro ciclo da borracha, registramos um grande enfraquecimento populacional na região amazônica. 11) A respeito do primeiro ciclo da borracha, assinale a alternativa incorreta: a) O governo boliviano, em 1846, visando escoar sua produção de borracha, abraça o projeto de criar uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré. b) Os bancos ingleses, não tinham interesse em financiar o projeto de rota fluvial da Bolívia, o maior interesse dos banqueiros era a construção de uma grande ferrovia, pois a Inglaterra naquele momento era a maior produtora de vagões e locomotivas do planeta. c) As notícias de riquezas da borracha atraem para a região, milhares de nordestinos, além de prisioneiros e exilados políticos do Brasil, que desbravaram a região explorando às seringueiras. d) A construção da estrada de ferro Madeira – Mamoré foi um grande sucesso, sendo fundamental a criação da ferrovia para o desenvolvimento do Brasil e da Bolívia. 12) Com relação à criação do Território Federal do Guaporé, assinale a alternativa incorreta: a) Ocorreu em 1943, no governo de Getúlio Vargas, através do Decreto – Lei 5.812 de 13 de Setembro. b) Outros territórios foram criados juntamente com o Território Federal do Guaporé, Iguaçu, PontaPorã, Rio Branco e Amapá. c) Com a criação do Território Federal do Guaporé, Vargas visava incentivar as terras da Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a política nacionalista, base de seu governo. 41
42 d) Em 1940, o presidente J K inaugurou a usina termoelétrica da Estrada de Ferro Madeira – Mamoré.
b) Nossa Senhora da Conceição e São Miguel. c) São Simão e Nossa Senhora da Conceição. d) Santa Rosa e São José.
13) Assinale V ou F nas afirmativas: a) ( ) A região hoje denominada Rondônia, pelo tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. b) ( ) a ocupação portuguesa da bacia amazônica ocorreu em 1615, com a expulsão dos franceses e a construção do Forte do Presépio, em 1916, que deu origem à cidade de Belém, hoje, capital do Pará. c) ( ) No século XVII, na região da foz do rio Amazonas, havia intensa atuação de contrabandistas, holandeses, ingleses e franceses, que tentavam fundar núcleos de colonização. d) ( ) No século XVII e XVIII a presença de Portugal na região amazônica visava exclusivamente a exploração do látex, matéria prima da borracha. e) ( ) Cravo, canela, castanha do pará, cacau, urucum e inúmeras plantas medicinais eram denominadas pelos portugueses, como as drogas do sertão. 14) A primeira expedição a explorar a região dos Rios Guaporé, Mamoré e Madeira, no ano de 1647, partindo de São Paulo, foi comandada por: a) Antonio Raposo Tavares. b) Álvaro Régis. c) Francisco de Melo Palhares. d) Luis Pinto de Souza.
17) Construiu em 1759, no Vale do Guaporé, o forte Nossa Senhora da Conceição: a) Dom Luis Pinto de Souza Coutinho. b) Manuel Feliz de Lima. c) Antonio Rolim de Moura. d) Francisco de Melo Palhares.
15) Em 1669, teve início o povoamento das margens do rio Madeira, através da fundação de uma importante Missão denominada: a) Jesuíta. b) Pedro Teixeira. c) Tupinambarana. d) Castelhanos. 16) No início do século XVIII, jesuítas espanhóis fundaram duas missões, na margem esquerda do Rio Guaporé, o que representava uma ameaça às pretensões dominiais portuguesas sobre o Vale Amazônico. Estamos nos referindo às missões a) São Miguel e São Simão.
18) Assinale a alternativa falsa: a) O espaço territorial do atual Estado de Rondônia, unidade federativa criada pela Lei nº. 41, de 22 de dezembro de 1981, teve como origem o antigo Território Federal do Guaporé, criado pelo Decreto-Lei nº. 5.812, de 13 de setembro de 1943, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas. b) O Estado de Rondônia é o 13º do Brasil em extensão territorial, com uma superfície superior à de muitos países europeus de importância, sendo banhado pelo rio Madeira, que é o 17º em extensão entre os maiores rios da Terra. c) O Estado de Rondônia limita-se com o Estado do Amazonas ao norte, com o Mato Grosso e a Bolívia ao leste e ao sul e com a Bolívia e o Acre ao oeste. d) A instalação do Estado de Rondônia deu-se na data de 4 de janeiro de 1982, sendo mantido como seu primeiro Governador o último governante do extinto Território Federal de Rondônia, o coronel Antonio Rolim de Moura. 19) O relevo básico do Estado de Rondônia é constituído por: a) Planalto e planície. b) Cerrado e caatinga. c) Montanha e planície. d) Planalto e caatinga. 20) Foi o primeiro governador de Rondônia, então território federal, no período de 1943 a 1946. a) Aluízio Pinheiro Ferreira. b) João Carlos dos Santos Mader. c) Abelardo Alvarenga Mafra. d) Paulo Eugenio Pinto Guedes. 21) Podemos citar como fatores que possibilitaram a emancipação política de Rondônia, exceto: a) O interesse do governo militar em ampliar a bancada governista na Câmara e no Senado. b) A abertura efetiva da BR-364. c) A migração ao longo da BR-364, consolidando o aumento populacional. 42
43 d) O fechamento dos garimpos de ouro e cassiterita na região. 22) Seu nome é de origem indígena que significa Cachoeira Pequena, assim já era conhecido o local desde o século XVIII, como um dos pontos de referência geográfica na rota Santa Maria Belém-do-Pará / Vila Bela da Santíssima Trindade em Mato Grosso. No início do século XX tornou-se mais conhecido ao ser o local escolhido para o ponto terminal da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Trata-se do município de: a) Porto Velho. b) Costa Marques. c) Guajará-Mirim. d) Rolim de Moura. 23) Foi elaborado a partir do Mapa das Cortes e beneficiou as colônias portuguesas, em detrimento dos direitos espanhóis. Através dele estabeleceu-se que a linha fronteiriça entre as possessões espanholas e portuguesas, deveria partir do ponto mediano entre a foz do Rio Madeira e a foz do Rio Mamoré, seguindo por uma linha reta até encontrar a margem do rio Jamari. a) Tratado de Tordesilhas. b) Tratado de Madrid. c) Tratado de Ayacucho. d) Tratado do Mamoré. 24) Foi edificado em 1776. trata-se de uma fortaleza levantada em estilo Vauban, a margem oriental do rio Guaporé como uma arquitetura maravilhosa simétrica. A construção foi erigida sobre salões subterrâneos ligados ao rio e a encosta da Serra de Ouro Fino através de túneis. a) A Estrada de Ferro Madeira – Mamoré. b) O Forte Príncipe da Beira. c) O Arraial do Bom Jesus. d) O Forte de Santo Idelfonso. 25) Assinale a alternativa falsa: a) O Estado de Rondônia foi originalmente criado como Território do Guaporé.
b) A denominação atual de Rondônia foi dada em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato Grosso e da Amazônia. c) O povoamento de Rondônia teve início no século XIX, na fase do ciclo da borracha, com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a exploração dos seringais existentes. d) Vilhena, por ser entrada do Estado de Rondônia tornou-se o primeiro município do então Território Federal de Rondônia. 26) Com relação ao Ciclo da Borracha, é correto afirmar: a) Os indígenas, Amazonas ou Cambebas, não conheciam a borracha, vieram ter contato com os seringais após a chegada dos europeus. b) O rigoroso controle da navegação na Amazônia dificulta o contrabando da Hévea brasiliense, para estufas inglesas, e daí transplantadas, para seringais racionais na Malásia e Singapura. c) Por volta de 1877, a seca assola o nordeste, favorecendo uma intensa migração para a Amazônia de flagelados nordestinos, que iniciam a conquista de seringais do Acre boliviano. d) No período de 1855-1865, o rio Amazonas foi fechado para a navegação internacional dificultando o transporte da produção de borracha para companhias estrangeiras. 27) A construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré é uma página de dor e sofrimento na História do Brasil. Foram vários obstáculos para sua conclusão, exceto: a) A insalubridade e as doenças, imprevistas e muitas vezes desconhecidas. b) Os ataques de indígenas, que defendiam suas terras, de invasores que os ignoravam. c) A conclusão de que os custos da obra seriam bem maiores que o originalmente previsto. d) A constatação de que a ferrovia teria extensão significativamente menor que a esperada, uma das principais causas de futuros prejuízos. 28) Historicamente, a ocupação do Estado de Rondônia iniciou-se com: a) A penetração das Bandeiras no século XVII, que tinham como objetivo a caça ao índio e a procura de ouro, madeiras nobres e especiarias. b) Com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. c) Com a atividade nos seringais da Amazônia trazendo um grande contingente de migrantes nordestinos denominados “Soldados da Borracha”. 43
44 d) Com a descoberta dos primeiros aluviões de cassiterita em Rondônia, dando início a exploração mineral sob regime de garimpo, propiciando fluxo migratório oriundo de diversos Estados brasileiros. 29) Apesar de várias tentativas de construir a ferrovia que contornasse o trecho encachoeirado do rio Madeira, anteriores ao Tratado de Petrópolis, a última e bem sucedida empresa de construção iniciou-se em 1907, sob o comando do empreendedor: a) Percival Farquhar. b) Theodore Roosevelt. c) Hermes da Fonseca. d) Raimundo Pereira da Silva. 30) Sobre os pontos extremos do Estado de Rondônia é falso afirmar que temos: a) Ao norte, a confluência do Igarapé Maicy com o Rio Madeira. b) Ao Sul, a foz do rio Cabixi no rio Guaporé. c) A leste, o salto Joaquim Rios no rio Iquê. d) A oeste, as margens do rio Madeira, área de cachoeiras. 31) A área compreendida pelo Estado de Rondônia apresenta certos contrastes de configuração que podem ser agrupados em partes distintas, exceto: a) Planície Paranaense. b) Encosta setentrional do Planalto Brasileiro. c) Chapada do Parecís. d) Vale do Guaporé-Mamoré. 32) Ocupa áreas entre os Municípios de Vilhena e Pimenta Bueno, na região central do estado, na divisa do Município de Machadinho d’Oeste com os Estados do Amazonas e Mato Groso, e na divisa do Município de Porto Velho com o Município de Humaitá, no Estado do Amazonas; e segundo o IBGE “... caracteriza-se por apresentar árvores baixas e tortuosas, casca grossa e rugosa, com folas grandes e duras, revestindo um tapete graminoso continuo.”
a) Floresta Ombrófila Aberta (Floresta de Transição). b) Floresta Ombrófila densa (Floresta Amazônica / Floresta Atlântica). c) Floresta Estacional Semidecidual ( Mata Semicaducifólia). d) Savana (Cerrado / Campos). 33) A hidrografia de Rondônia é formada por três bacias principais. Assinale aquela que não faz parte desse grupo: a) Bacia hidrográfica do Rio Madeira. b) Bacia hidrográfica do Rio Guaporé / Mamoré. c) Bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado. d) Bacia hidrográfica do Rio Pimenta. 34) Quanto a divisão político-administrativa, o Decreto-Lei nº. 5.832, de 21 de setembro de 1943, compôs o Território Federal do Guaporé (Rondônia), com quatro municípios, a seguir: a) Porto Velho, Lábrea, Alto Madeira, GuajaráMirim. b) Porto Velho, Costa Marques, Alto Madeira, Rolim de Moura. c) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, GuajaráMirim. d) Porto Velho, Ariquemes, Alto Madeira, Guajará-Mirim. 35) Assinale a alternativa incorreta quanto à Estrutura Etária da população rondoniense: a) O índice de crescimento demográfico é decorrente do incremento vegetativo e do grande fluxo de imigração, cabendo a este, destaque no aumento populacional de Rondônia. b) A construção da ferrovia BR 364 e a implantação dos projetos de colonização do INCRA constituíram-se em fatores favoráveis, de atração de correntes imigratórias do Centro Sul e Sudeste do país. c) A cidade de Guajará-Mirim tem a população principal oriunda do centro Sul do país, que aqui chegou para trabalhar na construção da estrada de ferro Madeira – Mamoré. d) A população de Rondônia é bastante diversificada, aqui sendo encontradas, pessoas de vários Estados da Federação. 36) Em 1958 deu-se o início de seu ciclo em Rondônia nas áreas de seringais, caracterizado pelo extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Tal ciclo é o: a) Ciclo do Ouro. 44
45 b) Ciclo do Diamante. c) Ciclo da Cassiterita. d) Ciclo da Prata. 37) Assinale a alternativa que indica a principal causa da migração dos índios para as cidades em toda a região amazônica: a) Os índios não conseguem mais extrair seu sustento da floresta. b) A expansão da fronteira econômica e a proliferação de garimpos e madeireiras invadindo as terras indígenas. c) A descaracterização das sociedades indígenas, hoje fascinadas pelo consumo. d) Os conflitos que envolvem os índios e os pequenos produtores agrícolas. 38) Rondônia mostrou-se ao longo dos anos uma região rica em minerais, ainda hoje ocorrendo exploração desordenada de tais riquezas. Dentre muitos minerais aqui encontrados, o primeiro a ser explorado com relevante produção foi: a) Ouro. b) Cassiterita. c) Diamante. d) Prata. 39) A produção de energia elétrica em Rondônia, hoje, tem como principal fonte, a Usina hidrelétrica de Samuel. A barragem da hidrelétrica está localizada no município de Candeias e seu principal rio é o: a) Jamari. b) Vermelho. c) Guaporé. d) Cabixi. 40) Assinale de 1 a 4, o grau de importância, para a economia rondoniana, dos recursos minerais relacionados a seguir: a) ( ) ouro. b) ( ) Ferro. c) ( ) Manganês. d) ( ) Cassiterita/estanho 41) Fazendo uma comparação entre as regiões brasileiras, podemos afirmar que existe:
a) Total domínio da área setentrional sobre a meridional. b) Grande disparidade econômica entre as diferentes regiões brasileiras. c) Igualdade e equilíbrio do desenvolvimento econômico no território nacional. d) Ausência de trocas comerciais entre as regiões brasileiras. 42) No início do século XX, cidades se desenvolvem, teatros e impnentes mansões surgem na região, em função desse produto de grande procura no mercado europeu. Bastaram, no entanto, apenas vinte anos para o sudeste asiático ultrapassasse o Brasil na produção mundial. O texto se aplica à produção de: a) Da borracha natural, na região Norte. b) Da juta, na região Norte. c) Da erva, na região Sul. d) Do cacau, na região Nordeste. e) Do babaçu, na região Nordeste. 43) Na região Norte, considerando-se as implicações existentes entre o quadro natural e as atividades econômicas, podemos afirmar: a) O solo de igapó sustenta a maior parte da agricultura com finalidades comerciais. b) O extrativismo vegetal ocupa a menor parte da população ativa, devido à grande homogeneidade da floresta. c) A rede hidrográfica orientou a distribuição inicial da população e as atividades econômicas. d) A topografia plana justifica a importância pecuarista da região. 44) Em 1978 a produção deste minério não chegava a um milhão e meio de toneladas e as áreas de Ouro Preto, Mariana e Poços de Caldas, em Minas Gerais, respondiam por 93% da produção nacional. Entre 1983 e 1999, a produção brasileira atingiu os sete milhões de toneladas e Minas Gerais cedeu sua liderança para este estado, que produziu 70% do total nacional. O minério e o Estado assinalados no texto são: a) Cassiterita – Rondônia. b) Manganês – Mato Grosso do Sul. c) Cobre – Bahia. d) Carvão – Santa Catarina. e) Bauxita – Pará.
SIMULADO 2
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1.(Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Quem foi o primeiro governador de Rondônia, empossado em 1982? A) Alberto da Costa e Silva. B) Mário David Anreazza. C) General João Baptista Figueiredo. D) Jânio Quadros. E) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.
46 da República com a região do mato-grosso que faz fronteira com outros países. C) Foi dono de uma importante empresa de extração de látex. D) Foi o responsável direto pela abertura da BR364. E) Foi o idealizador da rodovia transamazônica, atual BR-230, planejada para integrar melhor o norte do Brasil com o restante do país.
2. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) A partir de que década do século XX, a extração de ouro ganhou grande destaque na região de Rondônia? A) 1850. B) 1900. C) 1950. D) 1970. E) 2000.
6. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual a segunda cidade mais populosa do estado de Rondônia? A) Porto Velho B) Cacoal C) Vilhena D) Ji-Paraná E) Jaru
3. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual a importância de Aluízio Ferreira para a ocupação e desenvolvimento da região em que se encontra o Estado de Rondônia? A) Foi um importante governador do Estado de Rondônia. B) Teve papel importante na criação do Estado de Rondônia em 1982. C) Foi o presidente do Brasil que criou o Estado de Rondônia. D) Teve participação decisiva no processo de criação do Território Federal do Guaporé. E) Foi prefeito de Porto Velho durante a ditadura militar 4. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) O Território Federal de Guaporé foi criado no governo do presidente: A) Fernando Henrique Cardoso. B) João Goulart. C) Getúlio Vargas. D) Jânio Quadros. E) João Baptista Figueiredo. 5. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual foi a importância de Marechal Rondon para a região em que se encontra o Estado de Rondônia? A) Foi o grande responsável pela anexação do Acre ao território brasileiro. B) Foi designado numa missão cujo objetivo principal era integrar a capital
7. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) “O Estado de Rondônia encontra-se em uma posição importantíssima em relação aos aspectos fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia Amazônica, em uma região de transição entre o domínio geomorfológico do Brasil Central, e o domínio geomorfológico Amazônico.” A partir do texto acima, considere os biomas descritos a seguir: I. Semi-árido II. Floresta Amazônica III. Pantanal IV. Cerrado Pode-se afirmar que o(s) biomas(s) que não existe(m) na região do estado de Rondônia está(ão) representado(s) apenas na(s) afirmativa(s): A) I B) I e II C) III D) II e III E) III e IV 8. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual das bacias hidrográficas a seguir não faz parte da região do Estado de Rondônia? A) Bacia do Madeira. B) Bacia do Abunã. C) Bacia do São Francisco. D) Bacia do Roosevelt. E) Bacia do Guaporé. 9. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Atualmente, a economia do estado de Rondônia está baseada, principalmente, na: A) Fruticultura irrigada, cafeicultura e indústria têxtil. B) Agropecuária, extração vegetal e comércio. 46
47 C) Indústria metalúrgica e mineração. D) Indústria bélica e citricultura. E) Rizicultura e indústria automobilística. 10. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Observe os locais a seguir pertencentes ao estado de Rondônia: I. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. II. Lago de Cuniã. III. Vale do Guaporé. IV. Real Forte do Príncipe da Beira. Pode-se destacar como potenciais locais para o desenvolvimento do turismo em Rondônia os contemplados nas afirmativas: A) I e II, apenas. B) III e IV, apenas. C) I, II e III, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. 11. (Funrio/S Educador 2008) O primeiro núcleo colonial português na região da Amazônia se estabeleceu no século: A) XIV. B) XV. C) XVII. D) XX. E) XXI. 12. (Funrio/S Educador 2008) Um dos eventos que contribuiu fortemente para o crescimento populacional e desenvolvimento da região de Rondônia foi a: A) pavimentação da BR-101. B) pavimentação da BR-364. C) construção de Brasília. D) eleição de Fernando Henrique Cardoso. E) eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. 13. (Funrio/S Educador 2008) Em que ano ocorreu a primeira eleição estadual após a criação do estado de Rondônia? A) 1982 B) 1970 C) 1843 D) 1902 E) 2005
14. (Funrio/S Educador 2008) Quem foi o presidente da república que sancionou a lei que criou legalmente o Estado de Rondônia? A) Getúlio Vargas. B) Fernando Henrique Cardoso. C) João Goulart. D) João Baptista Figueiredo. E) Jânio Quadros. 15. (Funrio/S Educador 2008) Com relação à ocupação da região amazônica, é correto afirmar que a década e o principal motivo das preocupações do governo brasileiro terem se agravado foram, respectivamente: A) 1930, pois houve uma queda na exportação da borracha, importante produto da região. B) 1960, pela renúncia de Jânio Quadros e as repercussões na política nacional. C) 1970, em função de uma possível invasão americana e receio de uma guerra civil. D) 1980, pela criação do Estado de Rondônia e a manutenção das áreas fronteiriças. E) 1990, em função da elevação da taxa de juros que afetou as exportações. 16. (Funrio/S Educador 2008) A população do estado de Rondônia é, aproximadamente, de: A) 300 mil habitantes. B) 527 mil habitantes. C) 1,3 milhão de habitantes. D) 5,4 milhões de habitantes. E) 7,2 milhões de habitantes. 17. (Funrio/S Educador 2008) Com qual país o Estado de Rondônia faz fronteira? A) Venezuela. B) Chile. C) Uruguai. D) Paraguai. E) Bolívia. 18. (Funrio/S Educador 2008) É sabido que a região onde se encontra o Estado de Rondônia recebeu um grande fluxo migratório ao longo da história. Com relação a década de 90 do século XX, pode se afirmar sobre os fluxos migratórios que houve um(a): A) manutenção do fluxo migratório para a região, e com isso um aumento da urbanização. B) redução da entrada de migrantes e um aumento do fluxo migratório interno das zonas rurais para zonas urbanas. C) redução da entrada de migrantes e uma redução de moradores nas áreas urbanas. 47
48 D) aumento da entrada de migrantes e um conseqüente aumento da urbanização. E) aumento da saída de migrantes para outras regiões do país, além da emigração para outros países, principalmente europeus. 19. (Funrio/S Educador 2008) De forma geral, pode-se afirmar que o relevo do estado de Rondônia é: A) pouco acidentado, sem grandes elevações ou depressões. B) muito acidentado, possuindo grandes elevações que beiram os 2.000 metros. C) relativamente acidentado, possuindo grande número de elevações com média de 1.000 metros. D) não possui quaisquer acidentes geográficos. E) relativamente acidentado, com preponderância de picos e montanhas. 20. (Funrio/S Educador 2008) Segundo a classificação Köppen, Rondônia possui que tipo de clima? A) Tropical Seco B) Temperado C) Ártico D) Tropical Chuvoso E) Subtropical 21. (Funcab/ PM 2009) A influência da mineração em Rondônia está presente desde o século XVIII, quando descobriu-se ouro no rio Corumbiara. Depois veio a garimpagem de diamantes no leito do rio Ji-paraná, a garimpagem de cassiterita, etc. Acerca do assunto, pode-se afirmar que os garimpos de ouro em Rondônia entraram em decadência no século: A) XVIII; B XIX; C) XX, durante a década de 60; D) XX, durante a década de 70; E) XX, durante a década de 90. Leia o texto abaixo e responda às questões de números 22 e 23. “A hidrografia do estado de Rondônia é formada por uma bacia principal, a do rio Madeira, que é composta por cinco bacias tributárias: Guaporé, Mamoré,
Abunã, Jamari e Machado ou Ji-paraná, e pela bacia do rio Roosevelt(...)”. (Oliveira, O. Amélio. Geo. Rondônia). 22. (Funcab/ PM 2009) A Usina Hidrelétrica de Samuel, que tem potencial de geração de 216Mw de energia elétrica, está instalada no rio: A) Jamari e situada no Município de Candeias do Jamari; B) Abunã e situada no Município de Itapuã do Oeste; C) Jamari e situada no Município de Itapuã do Leste; D) Abunã e situada no Município de Jaru; E) Machado e situada no Município de Ji-Paraná. 23. (Funcab/ PM 2009) O rio Madeira tem uma extensão navegável de, aproximadamente, 1056 km. Entretanto, apesar de não impedir a navegação, durante o período da seca há um trecho em que surgem obstáculos ocasionados por assoreamento no leito do rio. Trata-se do trecho entre: A) o Município de Porto Velho e a foz; B) a Cachoeira de Santo Antônio e a foz; C) a Cordilheira dos Andes e o encontro com o rio Guaporé; D) os rios Ouro Preto e Pacaás Novos; E) os rios Jamari e Guaporé. Leia o texto abaixo e responda às questões de números 24 e 25. “O relevo do estado de Rondônia é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões(...). As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas no divisor das águas das bacias hidrográficas dos rios Guaporé-Mamoré com as bacias do Madeira e Machado(...). As maiores altitudes ocorrem no Município de Vilhena e as menores no Município de Porto Velho(...)”. (Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia) 24. (Funcab/ PM 2009) A unidade morfoestrutural que corresponde ao trecho onde o rio Madeira elaborou uma faixa de aluviões sobre terrenos sedimentares de idade pleistocênica, localizada na porção norte do estado de Rondônia, ao longo do rio Madeira, denomina-se: A) Planalto Sedimentar dos Parecis; B) Planaltos Residuais do Guaporé; C) Planícies do Médio Guaporé; D) Planície Amazônica; E) Chapadas do Cachimbo.
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49 25. (Funcab/ PM 2009) De acordo com o IBGE(anuário estatístico 2000) os pontos mais altos do estado de Rondônia: A) têm pouca importância pois o relevo caracteriza-se pela presença de grandes depressões; B) estão situados na região central do Município de Porto Velho; C) estão situados na região central do estado de Rondônia, na serra dos Pacaás Novos; D) localizam-se no sul da planície Amazônica; E) localizam-se entre o norte do estado de Rondônia e a Cordilheira dos Andes. 26. (Funcab/ PM 2009) Vários ciclos econômicos marcaram o desenvolvimento da região que abrange Rondônia, mas atualmente predomina a produção agropecuária tendo como destaque: A) a criação de bovinos; B) o plantio da lavoura de cacau; C) a criação de muares; D) o cultivo da soja; E) a criação de caprinos. 27. (Funcab/ PM 2009) A área do atual estado do Acre foi anexada ao território brasileiro mediante acordo de pagamento de dois milhões de libras esterlinas ao governo boliviano e, ainda, da construção de uma ferrovia margeando os rios Madeira e Mamoré, no trecho encachoeirado. Esse acordo foi realizado através da assinatura, em 17 de novembro de 1903, do tratado: A) da Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição; B) de Petrópolis; C) de Ayacucho; D) do Livre Comécio entre Brasil e Bolívia; E) de Tordesilhas. 28. (Funcab/ PM 2009) No dia 22 de dezembro de 1981 o então Presidente da República, João Batista de Figueiredo, cria o Estado de Rondônia e, no dia 4 de janeiro de 1982 instalou-se o mais novo
estado da União, e empossado como primeiro governador o: A) Sr. Francisco Paiva; B) Sr. Francisco Chiquilito Coimbra Erse; C) Sr. Ângelo Angelim; D) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira; E) Deputado Áureo Melo. 29. (Funcab/ PM 2009) O primeiro ciclo de extração do látex acontece a partir de 1877 e entra em decadência em 1910. Entretanto, podem ser destacados os seguintes méritos deste período, EXCETO: A) a instalação das Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas; B) a construção da estrada de ferro MadeiraMamoré, margeando o rio Madeira, iniciando assim o surgimento de várias cidades; C) a fundação da aldeia de Santo Antonio, na primeira cachoeira do Madeira, pelo padre jesuíta João Sampayo; D) o início da formação de diversos povoados como Papagaios (atual Ariquemes) em conseqüência da penetração dos seringueiros nos afluentes do rio Madeira; E) o início da conquista do território do atual estado do Acre em consequência da penetração dos seringueiros pelos rios Purus e Acre, onde foram surgindo povoados. 30. (Funcab/ PM 2009) Acerca dos primeiros passos da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, pode-se estabelecer a ordem cronológica correta dos fatos, atribuindo o número 1 ao fato que aconteceu primeiro: ( ) o Tratado da Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição é assinado entre Brasil e Bolívia; ( ) chega à região de Santo Antonio a primeira leva de trabalhadores para iniciar a construção da ferrovia Madeira-Mamoré; ( ) devido à Guerra do Paraguai, o Brasil fica impedido de trafegar pela bacia do Prata. Surge a idéia de buscar novas rotas; ( ) Church obtém a concessão do governo brasileiro para a construção da ferrovia Madeira-Mamoré; ( ) Public Works pede rescisão do contrato para a construção da ferrovia. A sequência numérica correta, de cima para baixo, é: A) 1, 3, 2, 5, 4; B) 2, 4, 1, 3, 5; C) 3, 4, 2, 1, 5; D) 4, 3, 5, 1, 2; 49
50 E) 5, 2, 1, 4, 3. 31. (Funcab/ PM 2009) A ocupação de terras do atual estado de Rondônia teve início no século XVIII. Acerca do expressivo movimento migratório, pode-se dizer que foi marcado pelos seguintes períodos: I. no primeiro ciclo da borracha, em que a maioria dos migrantes era nordestina, fugindo da seca, à procura de trabalho na extração do látex; II. durante a 2ª Guerra Mundial, devido ao acordo realizado entre os governos brasileiro e norte-americano, dando n o v o incentivo à produção do látex; III. durante a década de 60, no século XX, devido à Guerra do Vietnã e os Estados Unidos, dando incentivo à produção d a cassiterita; IV. nas décadas de 70 e 80 do século XX, com a influência da abertura da BR 364 e implantação de projetos oficiais de colonização. Dos itens acima mencionados, estão corretos apenas: A) I e II; B) I e III; C) II e III; D) I, II e III; E) I, II e IV. 32. (Funcab/ PM 2009) Durante o primeiro ciclo da borracha, a grande comercialização do látex desperta no governo brasileiro a necessidade de integrar a região da bacia do rio Madeira com as demais regiões do país. O então Presidente Afonso Pena nomeia uma comissão, comandada por Cândido Mariano da Silva Rondon, em 1907, que integrou essa região ao restante da nação através: A) da construção das linhas telegráficas; B) da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré; C) da criação do Território Federal do Guaporé; D) da organização da exploração da cassiterita em Rondônia; E) da criação do PAR-Projeto de Assentamento Rápido.
33. (Funcab/ CBM 2009) De acordo com Ovídio A. de Oliveira, o rio que nasce na região Sul do estado do Acre, na fronteira com a Bolívia, faz o limite entre Brasil e Bolívia, tem a foz no Madeira e o rio Marmelo como principal afluente a margem esquerda, do lado brasileiro, em terras de Rondônia, chama-se: A) Abunã; B) Guaporé; C) Jamari; D) Ji-paraná; E) Roosevelt. 34. (Funcab/ CBM 2009) As florestas de Rondônia são ricas em espécies vegetais. Pode-se dizer que o primeiro produto explorado, responsável pelo povoamento dos vales do Madeira, Mamoré, Guaporé, Machado e seus afluentes foi: A) a madeira da espécie castanheira; B) o mogno, madeira considerada nobre; C) a seiva da arvore seringueira; D) a madeira, de cor avermelhada, chamada paubrasil; E) o jatobá, madeira considerada nobre. 35. (Funcab/ CBM 2009) A exploração agrícola do espaço territorial de Rondônia iniciou-se a partir do desmatamento, e a substituição da floresta pelo cultivo das lavouras de arroz, feijão, milho e café, nas regiões de Ouro Preto do Oeste, Cacoal, Ariquemes, Sidney Girão e Colorado do Oeste teve inicio basicamente: A) no século XIX; B) no inicio do século XX; C) no século XX, durante a década de 70; D) apos a da 2a Guerra Mundial; E) apos a 1a Guerra Mundial. 36. (Funcab/ CBM 2009) Rondônia exporta carne bovina principalmente para o sudeste do pais. Para o abate do gado de corte, os frigoríficos do estado estão localizados nos seguintes municípios: A) Ariquemes, Urupá, Guajará-mirim, Jaru, Buritis, Corumbiara e Porto Velho; B) Alvorada D'Oeste, Buritis, Castanheiras, Corumbiara, Guajará-mirim, Vilhena e Porto Velho; C) Ariquemes, Parecis, Jaru, Monte Negro, Porto Velho, Vale do Anari e Vilhena; D) Buritis, Cacoal, Castanheiras, Corumbiara, Guajará-Mirim, Jaru e Rolim de Moura; E) Ariquemes, Jaru, Ji-paraná, Cacoal, Rolim de Moura, Vilhena e Porto Velho. 50
51 37. (Funcab/ CBM 2009) A produção de leite no estado de Rondônia e responsável pelo aquecimento da economia de muitos municípios, sendo a microrregião considerada a maior produtora do estado, dentre as abaixo apresentadas: A) Costa Marques; B) Guajará-mirim; C) Itapuã do Norte; D) Ji-paraná; E) Presidente Médici 38. (Funcab/ CBM 2009) “No final do século XIX e durante a primeira metade do século XX (1877- 1960), todos os principais rios de Rondônia eram utilizados para navegação. Nesse período os rios davam acesso aos diversos seringais existentes na região.” (Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia). Atualmente, uma importante via de transporte fluvial e o rio: A) Machado, entre a cachoeira Dois de Novembro e a localidade de Tabajara; B) Mamoré, entre Guajará-mirim e o encontro com o rio Beni; C) Madeira, entre Porto Velho e a foz, no rio Amazonas; D) Guaporé, entre Guajará-mirim e o encontro com o rio Beni; E) Madeira, entre Campo Novo de Rondônia e a localidade de Tabajara. 39. (Funcab/ CBM 2009) A alta rentabilidade do látex desde o final do século XIX atraiu a atenção de contrabandistas e,em1876, a Inglaterra já dispunha de grande quantidade de mudas (Hevea brasiliensis) para remeter as suas colônias do sudeste asiático. Pode-se dizer que uma das fortes razões para a redução da produção da borracha (1912) e o conseqüente encerramento do ciclo foi a: A) introdução da navegação a vapor (1850) e a internacionalização da navegação pelos rios da bacia Amazônica; B) instalação das primeiras fábricas que produziam produtos de borracha na América do Norte e na Europa;
C) utilização da borracha brasileira na fabricação de pneus; D) utilização da borracha brasileira na fabricação de diversos equipamentos bélicos; E) desvalorização da borracha no mercado internacional. 40. (Funcab/ CBM 2009) A retomada da demanda da extração do látex na região do vale MadeiraGuaporé ocorreu em decorrência da 2ª Guerra Mundial pois: A) os seringais brasileiros se tornaram competitivos graças ao investimento do governo brasileiro em tecnologia para extração do látex; B) a ação de contrabandistas ingleses, noruegueses e alemães intensificou-se; C) a produção do látex no Oriente (Malásia) aumentou; D) o Tratado de Petrópolis restabeleceu a paz entre Brasil e Alemanha; E) os seringais da Malásia foram ocupados por tropas japonesas, não sendo possível continuar a produção. 41. (Funcab/ CBM 2009) A obra de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré foi iniciada em 1872, quando chegaram a Santo Antonio os trabalhadores e o material suficiente para a construção dos primeiros 36 km de ferrovia. Entretanto a obra teve um ritmo lento considerando que: I. os trabalhadores que chegavam eram dizimados pela fome e por doenças endêmicas da região; II. os ataques dos índio Karipunas aos acampamentos eram constantes; III. era de interesse tanto do Brasil quanto da Bolívia construir uma estrada que vencesse o trecho encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré; IV. o maior de todos os obstáculos era a própria selva amazônica, com suas adversidades. Dos itens acima mencionados, estão corretos apenas: A) I e II; B) II e III; C) III e IV; D) I,II e III ; E) I,II e IV. 42. (Funcab/ CBM 2009) A construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré foi muito importante para o desenvolvimento do vale do rio Madeira. ______________ e _____________ foram os primeiros núcleos de povoamento a se 51
52 desenvolverem na região, fundamentalmente por serem ponto inicial e final da referida estrada. A sequência de palavras que preenche corretamente as lacunas e: A) Porto Velho / Guajará-mirim; B) Ji-paraná / Porto Velho; C) Jaru /Ariquemes; D) Parecis / Porto Velho; E) Porto Velho / Parecis. 43. (Funcab/ CBM 2009) No inicio do período de colonização (1970) foi deflagrada pelo governo uma campanha publicitária nas regiões Sul e Sudeste do pais, com o slogan “Rondônia, o Novo Eldorado”, cujo objetivo principal era: A) inaugurar o Hospital da candelária entre Porto Velho e Santo Antonio; B) gerar fluxo migratório de colonos com destino ao então território de Rondônia; C) reativar a produção do látex; D) impedir o avanço das tropas bolivianas no território de Rondônia; E) formar a cidade de Cacoal. 44. (Funcab/ CBM 2009) A evolução e a emancipação política de Rondônia (de Território Federal a condição de Estado) foi lentas e, segundo Edilson L. de Medeiros, alguns estudiosos da historia de Rondonia atribuem a emancipação política aos seguintes fatores: I. amadurecimento de um grupo político que passou a lutar junto ao Congresso Nacional, buscando a emancipação política de Rondonia; II. atuação do Presidente Getulio Vargas na luta pela emancipação política de Rondonia; III. construção da BR-364, que liga Porto Velho a Cuiabá, aumentando o fluxo migratório e o surgimento de novos povoados; IV. extração de cassiterita, possibilitando o nascimento das primeiras industrias e desenvolvimento econômico. Dos itens acima mencionados, estão corretos apenas: A) I e II; B) II e III; C) III e IV;
D) I, III e IV; E) II, III e IV.
SIMULADO 3 1. (Funrio/ Seduc 2008) Com relação ao fuso horário, quantas horas a “Hora de Rondônia” está atrasada em relação a “Hora de Greenwich”? A) 1 hora. B) 2 horas. C) 3 horas. D) 4 horas. E) 5 horas. 2. (Funrio/ Seduc 2008) Com quais destes estados Rondônia não faz limite? A) Amazonas. B) Pará. C) Mato Grosso. D) Acre. E) Nenhum dos citados. 3. (Funrio/ Seduc 2008) Em que década, do século XX, foi aberta a rodovia federal 364? A) Década de 50. B) Década de 40. C) Década de 60. D) Década de 20. E) Década de 80. 4. (Funrio/ Seduc 2008) Em que ano foi criado o Estado de Rondônia? A) 1875. B) 1981. C) 1962. D) 1902. E) 1943. 5. (Funrio/ Seduc 2008) Até a implantação da Rodovia Federal BR-364, qual era a principal modalidade de transporte de Rondônia? A) Hidroferroviário. B) Rodoviário. C) Metroviário. D) Aéreo. E) Nenhuma das opções. 6. (Funcab/ Idaron 2009) O Brasil concentra mais de 10% da água doce disponível na superfície do planeta. Ovasto emaranhado de rios formam oito grandes bacias hidrográficas sendo a Amazônica a maior do mundo, com aproximadamente 3,8 milhões de quilômetros quadrados (em terras brasileiras). Toda essa caudalosa riqueza representa: 52
53 A) possibilidade de navegação fluvial com todas as capitais dos países que fazem a fronteira Norte do Brasil; B) um bem extremamente valioso para irrigar terras secas existentes no semiárido nordestino; C) facilidade que os rios representam na ocupação e povoamento da Amazônia, inclusive contribuindo para a configuração geográfica do país; D) dificuldade de penetração no interior da floresta, pois os rios são de longa extensão; E) existência de um enorme potencial de energia hidrelétrica, porque a maioria dos rios corre nos planaltos. 7. (Funcab/ Idaron 2009) . “Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza” (...) Jorge Ben Jor acerta na canção, pois a maior parte do nosso território está situada na faixa intertropical. No entanto, a classificação climática do Brasil abrange cerca de seis tipos climáticos. De acordo com o IBGE, o clima predominante no estado de Rondônia é: A) tropical; B) tropical de Altitude; C) tropical Chuvoso; D) subequatorial; E) equatorial. 8. (Funcab/ Idaron 2009) A idéia de “desenvolvimento sustentável” está cada vez em maior evidência entre as questões da atualidade. De acordo com este conceito, considera-se que: A) o meio ambiente, fundamental como fonte de recursos naturais para as gerações futuras, deve ser intocável; B) é o modelo de desenvolvimento que tem sido aplicado em toda a Região Sudeste do Brasil, mas não em Rondônia; C) deve buscar se explorar os recursos naturais de uma região, mas sem comprometer o meio ambiente e prejudicar a qualidade de vida das populações; D) deve se estimular tanto a preservação das terras indígenas como o
desmatamento para sustentar melhor as populações rurais; E) precisamos deixar de utilizar os recursos naturais e minerais para melhorar a qualidade de vida dos habitantes do País. 9. (Funcab/ Idaron 2009) “Entre 1960 e 1980, os incentivos fiscais à agricultura e a descoberta de minérios provocaram um surto de desenvolvimento em Rondônia, e uma onda de imigrações elevou a população de 70 mil para 500 mil pessoas.” (In: Atlas National Geographic, São Paulo: Abril Coleções, 2008, p.45. De acordo com o IBGE, no Censo Demográfico de 2000, este total atingiu 1.379.787 habitantes. Essa aceleração no crescimento da população de Rondônia pode ser atribuída: A) aos dois ciclos de extração de látex que permitiram a fixação dos seringueiros vindos do Ceará em vários povoados ao longo do rio Madeira e do Mamoré; B) à distribuição da população rondoniense ao longo dos rios que cortam o estado e seus afluentes que, com atividades extrativas vegetais, fixam a população no campo; C) à Comissão Rondon, que instalou estações telegráficas em Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Jaru, Ariquemes e Porto Velho, o que permitiu a comunicação entre essas cidades e acelerou o processo de urbanização; D) a um conjunto de fatores de ordem política, socioeconômica de infra-estrutura (abertura da BR364) que, ao atrair fluxos de migrantes de vários estados, aumentou a população e a rede de cidades; E) ao aumento das atividades extrativas minerais e vegetais que atraiu migrantes tanto do Nordeste como do Sul do país e representavam mão-de-obra qualificada. 10. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica. Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e 2005, parte importante da natureza está destruída. Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas 57% da vegetação em áreas não protegidas e 31% nas áreas protegidas.” (In: Atlas National Geographic, São Paulo:Abril Coleções, 2008, p.45). Tentando reduzir esses danos ambientais, foram criadas as seguintes zonas (e subzonas) socioeconômico-ecológicas abaixo relacionadas:
53
54 A) áreas protegidas pelos indígenas (zona 1); áreas de uso restrito por lei (zona 2) e áreas institucionais (zona 3); B) na zona 1, estão as de uso agropecuária, agroflorestais e florestais; zona 2, áreas de usos especiais para a conservação de recursos naturais passíveis de uso sob manejo sustentável e na zona 3, áreas institucionais constituídas pelas áreas protegidas de uso restrito e controlado, prevista em Lei e instituídas pela União, Estado e Municípios; C) áreas de uso agropecuária, agroflorestais e florestais (zona 1); áreas de usos especiais não possíveis de manejo sustentável (zona 2) e áreas institucionais, isto é, áreas protegidas de uso restrito e controlado, prevista em Lei e instituídas pela Federação dos Estados (zona 3); D) áreas de usos especiais (zona 1); áreas institucionais previstas por leis federais, estaduais e municipais (zona 2); áreas de usos agroflorestais (zona 3); E) áreas de uso no agronegócio (zona 1); usos restritos aos povos indígenas (zona 2); áreas de usos especiais para a conservação dos recursos naturais (zona 3). 11. (Funcab/ Idaron 2009) Com a ocupação dos seringais da Malásia por tropas japonesas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos e a Inglaterra buscaram matéria-prima para equipamentos bélicos na importação de borracha brasileira. Para tanto, foi necessária a assinatura de acordos entre os Estados Unidos e o Brasil. Estes acordos, assinados em março de 1942, foram chamados de “Acordos...: A) da Amazônia”; B) Brasileiros” ; C) de Washington”; D) da Borracha” ; E) Ingleses”. 12. (Funcab/ Idaron 2009) A estrada de ferro Madeira-Mamoré foi um fator de relevante importância para o vale do Madeira, pois até 1907 existia apenas um povoado, o de Santo Antônio do Rio
Madeira.A construção da ferrovia trouxe para a região os mais variados grupos sociais, como operários, mascates, comerciantes e as diversões. Assim, a partir daquele ano, formou-se a cidade de: A) Esperidião Marques; B) Porto Velho; C) Abunã; D) Vila Murtinho; E) Jaci-Paraná. 13. (Funcab/ Idaron 2009) Devido à grande demanda da exploração da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos foram atraídos com promessas de trabalho nos seringais da Amazônia. Eram conhecidos como: A) “mercenários da borracha”; B) “trabalhadores da borracha”; C) “empregados da borracha”; D) “soldados da borracha”; E) “nordestinos da borracha”. 14. (Funcab/ Idaron 2009) Sobre a história da emancipação política de Rondônia, considere as afirmações. I. A extração de cassiterita promoveu o desenvolvimento econômico e propiciou a instalação das primeiras indústrias. II. A construção da BR-364, ligando Porto Velho à cidade de Cuiabá, possibilitou o grande fluxo migratório e a formação de novos núcleos de povoação. III. Um grupo político amadurecido junto ao Congresso Nacional lutou obstinadamente em favor da emancipação política de Rondônia. Assinale a opção correta. A) apenas I; B) apenas II; C) apenas III; D) apenas I e II; E) I, II e III. 15. (Funcab/ Idaron 2009) 30. A ocupação inicial de Rondônia insere-se no todo das atividades extrativistas desenvolvidas no período colonial na Amazônia. Ela foi importante por que: A) aproveitou a mão-de-obra dos seringueiros que vinham do Nordeste, em especial de cearenses; B) aproveitou a mão-de-obra indígena na coleta das chamadas “drogas do sertão”; C) reproduziu em Rondônia o sistema de monocultura da seringueira que existia na Amazônia; D) desenvolveu a região, o que permitiu a fixação do homem ao longo dos rios; 54
55 E) viabilizou a integração da Região Norte do Brasil com os países andinos. 16. (Funcab/ Idaron 2009) Apesar da extensa rede hidrográfica de Rondônia, tornou-se necessária a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, no sentido de escoar a produção regional e mesmo a da Bolívia. O rio Madeira, embora navegável desde a sua foz, no oceano Atlântico, até Porto Velho, apresenta um problema decorrente da sua navegabilidade: dificuldade à montante, ou seja, “subindo o rio”, pois: A) o leito do rio, no trecho, não dá calado, isto é, tem pouca profundidade; B) as águas, por apresentarem sedimentos, são bastante escuras; C) as águas apresentam um trecho encachoeirado; D) deve-se às cores barrentas da água do rio o empecilho para a navegação; E) a pouca profundidade do Porto Velho, rumo à nascente, é muito brusca. 17. (Funcab/ Idaron 2009) O tipo de clima predominante no estado de Rondônia é: A) tropical chuvoso; B) subtropical; C) tropical de altitude; D) equatorial; E) subequatorial. 18. (Funcab/ Idaron 2009) Quanto à ocupação humana inicial da Amazônia, a Coroa Portuguesa visava povoar a região e garantir a posse da terra. O vale do Madeira demorou a ser atingido, passando por período de estagnação e de abandono. No século passado, surgiram povoados e construiu-se a estrada de ferro Madeira-Mamoré. Recentemente, houve um grande crescimento populacional. De acordo com o IBGE, no Censo de 2000, a população absoluta do Estado era de: A) 835.000 habitantes; B) 1.379.787 habitantes; C) cerca de 1 milhão e meio de pessoas; D) 986.379 habitantes; E) 884.523 habitantes. 19. (Funcab/ Idaron 2009) As cinco maiores cidades, pelo número de
habitantes (segundo o IBGE) do estado de Rondônia são: A) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena; B) Porto Velho, Guajará Mirim, Ariquemes, JiParaná e Jaru; C) Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Ouro Preto d´Oeste e Jaru; D) Porto Velho, Vilhena, Pimenta Bueno, Ariquemes e Ji-Paraná; E) Porto Velho, Guajará Mirim, Rolim Moura, Cacoal e Ji-Paraná. 20. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica. Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e 2005, parte importante da natureza está destruída. Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas 57% da vegetação em áreas não protegidas e 31% nas áreas protegidas”. (In: Atlas National Geographic, São Paulo: Abril Coleções, 2008, p.45). A partir do problema colocado, uma política afirmativa no sentido de reverter a situação é: A) o desmatamento em Rondônia não para de crescer, comprometendo as futuras gerações que não Terão acesso a produtos vegetais e haverá a extinção das seringueiras encontradas ao longo dos afluentes dos rios Madeira e Mamoré; B) a mobilização de máquinas, especialmente serras elétricas, além da força humana contribuíram para que este aumento do desmatamento atingisse três terços do território de Rondônia, segundo o Inpe; C) com o desmatamento, aumenta a produtividade das terras agrícolas e as pastagens podem contribuir para o incremento da exportação do leite para a Bolívia; D) devido à exploração ilegal de madeira, principalmente nas zonas socioeconômicas e ecológicas das terras indígenas, os dados indicam que houve um aumento de 31% para 57% nas áreas protegidas; E) o zoneamento socioeconômico-ecológico implantado no Estado pode contribuir para a redução do desmatamento e aumentar a produtividade do agronegócio no qual se destacam o gado leiteiro e de corte, a extração de madeiras, cultivo do café e também a atividade industrial.
SIMULADO 4 55
56 1. (Funcab/ Idaron 2009) A construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré não serviria apenas às necessidades brasileiras em facilitar as atividades comerciais da região, mas também serviria aos interesses econômicos: A) colombianos; B) bolivianos; C) peruanos; D) paraguaios; E) venezuelanos. 2. (Funcab/ Idaron 2009) A partir da década de 1970, com a implantação da BR-364, criaram-se vários municípios em Rondônia e, simultaneamente, houve grandes fluxos migratórios que desenvolviam atividades econômicas ligadas ao agronegócio. Por sua vez novos fatores administrativos e políticos contribuíram para a evolução do status político de Rondônia. Este fato foi: A) a mudança de denominação do Território para Território de Rondônia; B) a emancipação política do município de Porto Velho; C) correntes políticas se insurgiram quanto à emancipação política dos municípios; D) a criação do Estado de Rondônia, por Lei Federal de 1981; E) a implantação de governos militares que mantiveram Rondônia com o status de território. 3. (Funcab/ Idaron 2009) Com a argumentação de que era melhor “integrar para não entregar”, o Governo Federal promoveu a colonização das terras da região do atual estado de Rondônia. Para esta empreitada, houve a criação, pelo Decreto-Lei nº 1.110/1970, do(a): A) INCRA; B) FUNAI; C) SUCAM; D) PAD; E) PIC. 4. (Funcab/ Idaron 2009) “Vivemos tempos dramáticos com grandes crises: a ecológica, a climática, a alimentar, a energética e a socioeconômica. [...]
Precisamos de uma mudança, de um novo horizonte utópico, de coragem para inventar novos caminhos. Faz-se necessário uma figura carismática [Barack Obama] que inspire confiança, segurança e serenidade para enfrentar estes cataclismos e galvanizar as pessoas para um novo ensaio de convivência, um modo diferente de arquitetar a economia e a montagem de um tipo de globalização pluripolar que respeite as diferenças e possa incluir a todos num mesmo destino juntamente com a Casa Comum, a Terra.” Obama: a realização do sonho de Luther King. (In: Leonardo Boff. JBEcológico, Jornal do Brasil, ano 7, n 82, nov. 2008, p.35) Disponível, também, em: http://www.leonardoboff.com/ A partir da situação-problema colocada, no ponto de vista do autor e, também, baseado em seus conhecimentos sobre o atual momento socioeconômico mundial, pode-se concluir que: A) o processo de globalização é recente, originou-se na revolução técnico-informacional ocorrida desde os anos 70 e é controlado tanto pelos EUA como pela ONU; B) das grandes questões do mundo atual, emerge a do novo papel do Estado, que vem sofrendo redução em suas funções e, apesar da crise sistêmica, não intervém no mercado, o que facilita a ação dos grandes grupos econômicos, em especial, os financeiros; C) a atual conjuntura internacional será alterada com o triunfo de Obama, pois, em seu governo haverá grandes investimentos no desmatamento da floresta Amazônica, no sentido de exportar árvores de valor comercial para os EUA; D) no atual momento de crise econômico-financeira mundial, propõe-se um novo modelo de globalização – mais ecológico - que torne menos vulnerável as economias de nações emergentes, como o Brasil; E) no texto acima, Leonardo Boff preconiza uma globalização que indica uma relação de causa e consequência da situação-problema: eleição de Barack Obama e solução das crises mencionadas, tanto no nível nacional como global. 5. (Funcab/ Idaron 2009) Reflita sobre o seguinte trecho da matéria “Amazônia: a verdade sobre a saúde da floresta” (In: , Veja 26/3/2008, p.96 Edição Especial). “Na Amazônia encontram-se duas vezes mais espécies de aves que nos EUA e no Canadá. Apesar dos números superlativos, calcula-se que apenas um décimo da biodiversidade da região tenha sido 56
57 estudado. [...] Não se sabe ao certo em que medida o desaparecimento desse extraordinário bioma afetaria o aquecimento global. Mas estudos recentes mostram que o sumiço da floresta alteraria a precipitação das chuvas em várias regiões do globo, entre elas a Bacia do Prata, a Califórnia, o sul dos EUA, o México e o Oriente Médio, causando perturbações à agricultura dessas regiões. No Brasil não seria diferente.” Do ponto de vista geográfico, os impactos ambientais decorrentes da ocupação humana e das atividades econômicas em Rondônia fazem-se presentes no desmatamento, nas mudanças climáticas, no desaparecimento de espécies da fauna e da flora e de outros recursos naturais. Daí a importância do “desenvolvimento sustentável”. Assinale a alternativa que explica este conceito chave: A) tipo de desenvolvimento que não exige dos governos ou das pessoas um posicionamento ideológico ou uma consciência ecológica, pois a sociedade se apropria da natureza, usa seus recursos e preocupa-se somente com o que dá lucro financeiro; B) modalidade de desenvolvimento que se preocupa em ampliar as áreas desmatadas da Amazônia como forma de aumentar a produtividade do agronegócio, visando a exportação para países do Hemisfério Norte; C) tipo de desenvolvimento, em que as florestas tornam se intocáveis e servirão de reservas para as populações futuras, pois as intervenções humanas estão contribuindo para a degradação ambiental em Rondônia; D) desenvolvimento que implica em mudanças no nosso comportamento, na formação de uma cultura englobando princípios como sustentabilidade econômica, social, ecológica e políticoinstitucional; integrando esses elementos, muitos deles conflitantes ou concorrentes, num processo de gestão de conflitos sociais; E) tipo de desenvolvimento que causa danos ambientais, mas que é paradigma
para o sistema capitalista industrial, pois visa a exaustão dos produtos naturais de um estado como Rondônia, não se importando com as consequências para os habitantes locais e prejuízos para o país. 6. (Funcab/ Idaron 2009) Interpretando-se o mapa de Rondônia, a seguir, observamos que ele localiza o estado com suas coordenadas geográficas e limites, apresenta alguns dos seus aspectos físicos relevo e hidrografia - e a distribuição de suas principais cidades. Percebe-se, também, uma parte da planície Amazônica destacando-se pequenos planaltos, cujo ponto culminante está na serra Pacaás Novos. Além disso, alguns dos rios fazem parte da bacia Amazônica. No que diz respeito às questões demográficas, ao processo de urbanização e às atividades econômicas, o mapa permite concluir que a atual distribuição populacional foi muito marcada...
Disponível em: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http:// waveland __1.tripod.com/mapas/rondônia Acesso em: 05/01/2009. A) por incentivos públicos à agricultura e pela descoberta de minérios, que atraíram uma grande migração com consequências na urbanização que, por sua vez, teve na BR-364, o eixo que passou a interligar diversas cidades, fazendo a conexão rodoviária entre o Mato Grosso e o Acre; B) pela hidrografia do estado, pois cerca de 80% dos rondonienses habitam ao longo dos rios, com destaque para Porto Velho (rio Madeira), Guajará Mirim (rio Mamoré) e Costa Marques (rio Guaporé); C) pela estrada de ferro Madeira-Mamoré, a via de fixação de cidades e do escoamento da produção de látex e da castanha, que até hoje permite que a maioria da população do estado esteja localizada ao longo do seu itinerário; D) pelo crescimento recente da população do estado, com os fluxos de migrantes principalmente do Nordeste, como aconteceu no Primeiro Ciclo de 57
58 Extração de Látex e no período posterior à Segunda Guerra Mundial, quando os preços do produto o tornaram novamente valorizado no mercado internacional; E) pela fronteira com a Bolívia, fator de segurança nacional e de projetos de colonização financiados pelo INCRA, no sentido de atrair fluxos de migrantes vindos do Sul do Brasil. 7. (Funcab/ Idaron 2009) “Ministério Público processa presidente e diretor do Ibama” Este foi o título da Folha de S.Paulo (13/12/2008, p. B14) em matéria sobre a Ação do Ministério Público sobre a decisão do Ibama de dar licença prévia para a instalação da usina de Jirau sem exigir um novo estudo ambiental. [...]“Para os promotores, a usina de Jirau deveria passar por um novo processo de licenciamento ambiental, com a elaboração de mais estudos de impacto ambiental e realização de audiências públicas para discussão do empreendimento, até que o Ibama pudesse reunir elementos para emitir uma nova licença prévia”.
como a usina termoelétrica Termonorte, instalada à leste desta cidade; C) com a instalação das futuras hidrelétricas (Jirau e Santo Antonio), a pesca se tornará inviável, assim como as próprias usinas, pois o Madeira é um rio de planície, logo não oferece as vantagens dos rios que correm nos planaltos; D) devido à predominância dos rios do Estado que correm na planície, a energia produzida e distribuída no Estado é feita exclusivamente por termoelétricas; E) a geração de eletricidade na usina projetada aproveitará o potencial hidráulico do rio Madeira o que tornará o Estado tanto gerador como exportador de energia elétrica. 8. (Funcab/ Idaron 2009) 25. Analise as informações do quadro “A composição econômica e a participação nacional” no processo produtivo que se referem ao estado de Rondônia (dados econômicos mais recentes): * Participação na formação do PIB (Produto Interno Bruto) nacional: 0,6%. * Composição do PIB estadual: -Atividade agropecuária: 15,3%. -Atividade industrial: 30,6%. - Prestação de serviços: 54,1%. - PIB per capta : 6.468 reais. -Volume de exportação: 202,7 milhões de dólares. * Principais produtos de exportação com seus respectivos percentuais: - Madeira: 83,6%. - Café em grão: 8,7%. - Granito: 3,2%. - Carne congelada: 3,1%. Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/economiarondonia.htm Acesso em: 06/01/2009 (Fonte adicional: http://www.seplan.ro.gov.br/noticias.asp?id=928& tipo=Noticia)
No Brasil, a relação entre a produção de eletricidade e o uso de rios como o Madeira gera polêmicas pelos impactos ambientais que provoca com os recursos hídricos (conforme manchete acima). Isso se justifica porque: A) o desvio das águas do rio irá inundar toda uma área agricultável e afetará principalmente as nações indígenas localizadas em ambas as margens do Madeira; B) a futura usina hidrelétrica irá desativar a usina termoelétrica rio Madeira, na cidade de Porto Velho, bem
Com base no quadro anterior e nos seus conhecimentos, pode-se afirmar que: A) a participação do PIB do estado no PIB nacional, ou seja, a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos pelo Brasil num determinado ano, é elevada; B) a participação da atividade industrial (30,6%) na composição do PIB estadual revela a agregação de valor às cadeias produtivas regionais, como carne e leite, que atendem tanto ao mercado interno como externo; C) a atividade agropecuária no estado vem se expandindo pelas áreas de floresta onde são plantados os cafezais; 58
59 D) no setor de serviços, no qual se concentra cerca de 30% da população economicamente ativa, os salários são elevados, o que resulta numa renda anual bastante expressiva; E) pelo avanço do desmatamento no estado, Rondônia destaca-se como o maior exportador de madeira certificada do mundo, daí o alto percentual dessa atividade na pauta de exportação do país. 9. (Funcab/ Idaron 2009) “Nas palavras e atos do passado jaz oculto um tesouro que o homem pode utilizar para fortalecer e elevar o seu próprio caráter. O estudo do passado não deve se limitar a um mero conhecimento da história, mas deve, através da aplicação desse conhecimento, procurar dar atualidade ao passado.”(I Ching livro-base milenar chinesa). Procurando “dar atualidade ao mapa” (abaixo), Portugal e Espanha ao “partilharem” o Novo Mundo entre ambas as Coroas, celebraram o Tratado de Tordesilhas (1494). Conforme o acordo, coube a Portugal as terras situadas a leste daquela linha imaginária e à Espanha, as situadas além dela. Até que, com a União Ibérica (1580 - 1640), os bandeirantes chegaram às terras que hoje formam Rondônia.
Fonte: Oliveira, Ovídio Amélio, História Desenvolvimento e Colonização do Estado de Rondônia, 6ª ed., 2007, p.15. A importância da região Amazônica tornava-se cada vez maior, pois a
facilidade de penetração no território, por meio de seus rios, permitia a ligação com as colônias espanholas. Era necessário, no entanto, evitar que a região ficasse aberta aos estrangeiros. Assinale a alternativa correta: A) o governo da União Ibérica (1621) criou o estado do Maranhão e Grão-Pará para inibir a ação de estrangeiros; B) o novo governo unificado criou, em 1621, o estado do Grão-Pará para garantir a posse dessas terras; C) para evitar a presença estrangeira na região, a União Ibérica,em1621, criou o estado do Maranhão; D) como forma de repelir a presença estrangeira na região, o novo governo criou, em 1621, o estado de Grão-Pará e Amazonas; E) com o objetivo de evitar a ação de piratas estrangeiros na Amazônia, em 1621, o governo da União Ibérica criou os estados do Amazonas e Maranhão. 10. (Funcab/ Idaron 2009) Em meados do século XVIII, a seringueira, também denominada de látex, entrou para o mundo da ciência como produto vegetal mais cobiçado do planeta. Essa borracha era infiltrada em tecidos, lãs e couros e os tornava impermeáveis. Com a demanda crescente pelas fábricas nos EUA e Europa, houve, no norte brasileiro, uma atração de mão-de-obra e a penetração para o interior da floresta. Esse “boom” da riqueza transformou Manaus de um povoamento indígena em uma cidade de cerca de 50 mil habitantes (1880). No entanto, com o contrabando, pelos ingleses, de sementes de seringueira para a Malásia, Manaus tornara-se quase uma cidade fantasma e a economia regional ficou arruinada. Neste contexto, os primeiros exploradores que chegaram aos vales dos rios Madeira e Mamoré, iniciando o 1º Ciclo da Borracha em busca das seringueiras, pertenciam a três grupos básicos: A) nativos e sulistas; os africanos e os portugueses; B) bolivianos e escravos; os mulatos e os portugueses; C) mamelucos e os nativos; os bolivianos e os nordestinos; D) negros e nordestinos; os nativos e os bolivianos; E) escravos e índios; os nordestinos e os bolivianos. 11. (Funcab/ Idaron 2009) A história política do atual estado de Rondônia vem sendo desenhada desde o período em que ele fazia parte dos atuais Estados do Amazonas e do Mato Grosso. Essa região, ao se tornar Território Federal do Guaporé em 1943, deu um grande salto para sua futura 59
60 autonomia política. A emancipação política do estado de Rondônia e a sua instalação em 1982, ocorreu pela conjugação dos fatores: A) extração da cassiterita promovendo o desenvolvimento econômico e favorecendo o surgimento de indústrias; desenvolvimento do turismo direcionado ao forte Príncipe da Beira, além da abertura da RO-399, facilitando a migração e a fixação do homem; B) a construção da BR-364, possibilitando o grande fluxo migratório; extração de cassiterita promovendo o desenvolvimento econômico, além da luta obstinada de um grupo político esclarecido junto ao Congresso Nacional; C) desenvolvimento do turismo na região, principalmente direcionado ao forte Príncipe da Beira e à estrada de ferro Madeira-Mamoré; os incansáveis pedidos e argumentações de um grupo político esclarecido junto ao Congresso Nacional; D) construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, promovendo uma maior dinamização da economia da região; exploração do ouro, dando condições para a implantação das primeiras indústrias; E) construção da BR-364, ligando Porto Velho a Cuiabá; a extração do ouro, dando possibilidades à instalação das primeiras indústrias, além do turismo em toda a região. 12. (Funcab/ Idaron 2009) A construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré não é um fato que se restringe aos séculos XIX ou ao XX. Já no século XVIII, Dom Francisco de Souza Coutinho se defrontou com a necessidade de construir uma estrada para vencer a parte não navegável do rio Madeira. Posteriormente, outros pensaram também na necessidade de vencer o trecho encachoeirado do mesmo rio. Essa situação só veio a ter solução no século XX, com a construção da estrada de ferro MadeiraMamoréem1907. Assinale a opção correta:
A) a construção da estrada de ferro MadeiraMamoré tornou-se possível pela eficácia da P.&T. Collins; B) devido à eficiência da empresa Dorsay e Caldwel, a construção da estrada de ferro foi efetivada; C) a construção da estrada de ferro MadeiraMamoré foi, realmente possível, devido a ação da empresa Public Works; D) a responsabilidade pela construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré coube à May, Jekyll &Randolph; E) só foi possível tornar o sonho da estrada de ferro uma realidade após a Dorsay e a Public Works assumirem a sua construção. 13. (Funcab/ Idaron 2009) 30. Há mais de dois séculos a borracha nativa do Brasil (Hevea brasiliense ) tem sido importante fator econômico da região amazônica. As variações entre a maior ou a menor demanda está relacionada, infelizmente, a guerras. No primeiro Ciclo, houve uma rentável exploração durante a guerra franco alemã, em 1872. A partir de 1912, ocorreu uma grande desvalorização da borracha brasileira e, consequentemente, gradativo abandono das áreas de sua produção. O Segundo Ciclo da Borracha só teve início anos mais tarde, em função de uma grande contenda bélica, já nos meados do século XX. Nesse contexto, devemos considerar: A) a eclosão da Guerra do Paraguai, que interferiu no aspecto político mundial; B) a Revolução Espanhola que alterou o panorama econômico mundial; C) a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que transformou os aspectos sócio-econômico-político mundial; D) a Guerra do Golfo, que mudou drasticamente os aspectos sócio-políticos do mundo atual; E) a eclosão da Guerra de Secessão (EUA), quando foi afetada a economia norte-americana, atingindo também a economia mundial. 14. (Funcab/ Sesau 2009) O processo de colonização da região Norte e consequentemente do atual Estado de Rondônia foi feito através de: A) lutas entre portugueses e espanhóis; B) ocupação da floresta amazônica; C) missões religiosas comandadas por jesuítas; D) invasões dos países vizinhos; E) expedições holandesas. 15. (Funcab/ Sesau 2009) As primeiras expedições que chegaram ao Norte, onde fica situado Rondônia, queriam explorar pimenta, castanha-do60
61 pará, essências etc... Estes artigos eram conhecidos como: A) drogas do sertão; B) especiarias; C) artigos de luxo; D) drogas indígenas; E) drogas da floresta. 16. (Funcab/ Sesau 2009) A população que ocupa a região Norte seja ela rural ou urbana como a de Porto Velho, no Estado de Rondônia, se fixa sempre ao longo dos rios, e por isso é chamada de população: A) das águas; B) dos igarapés; C) amazônica; D) de lagunas; E) ribeirinha. 17. (Funcab/ Sesau 2009) A região Norte ou Amazônia da qual Rondônia faz parte, faz uso de muitos meios de transporte. O que é utilizado com intensidade nessa região é o transporte: A) rodoviário; B) hidroviário; C) ferroviário; D) aéreo; E) marítimo. 18. (Funcab/ Sesau 2009) Entre 1877 e 1910 no atual território conhecido hoje como Amazônia, e principalmente no atual Estado de Rondônia, ocorreu o Primeiro Ciclo da Borracha. Dos primeiros exploradores, além dos nativos, dos mamelucos e estrangeiros, constava um significativo grupo de imigrantes brasileiros. Eram eles: A) gaúchos; B) cariocas; C) paranaenses; D) nordestinos; E) mineiros. 19. (Funcab/ Sesau 2009) O Primeiro Ciclo da Borracha trouxe um extenso desenvolvimento para a Região e também para o território ocupado hoje por Rondônia. Uma das consequências disso foi: A) o surgimento do Estado de Mato Grosso;
B) a instalação das linhas telegráficas estratégicas; C) a elevação de Manaus à categoria de Estado; D) a descoberta de ouro na região; E) a construção da estrada de ferro central do Brasil. 20. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia MadeiraMamoré, no território de Rondônia, foi um dos fatores responsáveis pelo crescimento da região. Ela fazia a ligação entre as cidades de: A) Porto Velho e Guajará-Mirim; B) Guajará-Mirim e Cuiabá; C) Porto Velho e Vilhena; D) Ji-Paraná e Guajará-Mirim; E) Guajará-Mirim e Manaus. 21. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia MadeiraMamoré foi construída margeando um dos grandes rios do Estado de Rondônia. Trata-se do rio: A) Xingú; B) Beni; C) Madeira; D) Amazonas; E) Guaporé. 22. (Funcab/ Sesau 2009) As florestas rondonienses são ricas em espécies vegetais e a sua exploração foi responsável pelo povoamento da região. Hoje, estas florestas ainda constituem um grande fator econômico para o Estado em função da extração de: A) cacau; B) feijão; C) uva; D) mandioca; E) madeira. 23. (Funcab/ Sesau 2009) O relevo da região Norte, bem como do Estado de Rondônia, é caracterizado pelo domínio de terras baixas, como planícies, depressões e planaltos pouco elevados. Também é um território rico em rios que formam importantes bacias. Entre outras, podemos citar a: A) Bacia do São Francisco; B) Bacia do Paraná; C) Bacia Amazônica; D) Bacia do Uruguai; E) Bacia do Parnaíba. 24. (Funcab/ Sesau 2009) Embora pareçam uma só, a região Norte e a Amazônia são duas formas de regionalização diferentes. O Estado de Rondônia faz parte delas, mas o que as diferencia é que a Amazônia: 61
62 A) tem cerca de 3,8 milhões de km²; B) é uma região muito povoada; C) possui um grande complexo hidroviário; D) estende-se por outros países latinoamericanos; E) é suprida por excelente rede hoteleira. 25. (Funcab/ Sesau 2009) A ocupação portuguesa na Amazônia teve início em 1616 com a fundação do Forte do Presépio. No entanto, os primeiros núcleos de povoamento em terras que seriam o futuro Estado de Rondônia se deram: A) pela colaboração dos indígenas da região; B) devido ao fácil acesso pelos rios da região; C) através das missões religiosas dos séculos XVII e XVIII; D) com o empenho dos espanhóis em colonizar a região; E) pelo declínio da resistência indígena. 26. (Funcab/ Sesau 2009) A região Norte, onde fica localizada o Estado de Rondônia, abriga a bacia Amazônica, maior sistema fluvial do planeta e que se estende através de seus afluentes por outros países. É correto dizer que entre estes países estão: A) Venezuela e Equador; B) Chile e Bolívia; C) Suriname e Chile; D) Colômbia e Uruguai; E) Colômbia e Paraguai. 27. (Funcab/ Sesau 2009) A Amazônia é coberta pela maior e mais exuberante floresta tropical da superfície terrestre, que vem sendo destruída pelas atividades econômicas da região. Dessas atividades, no Estado de Rondônia encontramos: A) a criação de búfalos; B) a plantação de capim para alimentar o gado; C) a extração de mogno, madeira nobre; D) o plantio de milho e soja; E) a instalação de indústrias de grande porte.
28. (Funcab/ Sesau 2009) A construção da ferrovia Madeira-Mamoré, onde hoje é o Estado de Rondônia, resultou de um acordo feito entre Brasil e Bolívia em 1903. Esse acordo ficou conhecido como o Tratado: A) de Guaporé; B) da Amizade; C) de Navegação; D) Amazônico; E) de Petrópolis. 29. (Funcab/ Sesau 2009) O período compreendido entre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil como “Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a borracha na Amazônia, principalmente entre o Brasil e a Bolívia, onde está situado o Estado de Rondônia. Um pouco depois, a produção brasileira entrou em decadência. Podemos apontar como causa principal do declínio desta produção: A) o isolamento da Região Norte; B) a falta de mão-de-obra para a exploração; C) a produção de látex feita pelo Reino Unido; D) a preocupação com a preservação ambiental; E) a proposta de internacionalização da Amazônia. 30. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia MadeiraMamoré, importante ponto de escoamento da produção da borracha no início do século XX, encontra-se atualmente quase toda abandonada. A construção dessa ferrovia no território de Rondônia deveu-se, entre outros motivos à: A) necessidade de povoar a Amazônia; B) desordenada demanda populacional; C) produção de látex no Sudeste Asiático; D) ocupação de asiáticos e europeus; E) ocupação pelos seringueiros do território boliviano. 31. (Funcab/ Sesau 2009) Em sua vasta extensão territorial, o Brasil situa sua economia entre as metrópoles do Sudeste e áreas quase despovoadas, que começam agora, a integrarem-se à economia nacional. Entre estas áreas, podemos citar estados como Tocantins, Acre e Rondônia entre outros. Esta integração é feita atualmente por: A) vasta área de lazer e cultura; B) extensa rede de transportes; C) expansão das fronteiras agrícolas; D) investimento em conservação ambiental; E) aumento considerável do transporte hidroviário. 32. (Funcab/ Sesau 2009) Embora na Amazônia as temperaturas sejam elevadas o ano todo, em alguns pontos de seu território como no sul do Amazonas, 62
63 no Acre e em Rondônia, ocorrem quedas bruscas de temperatura conhecidas como fenômeno da friagem. Isto ocorre devido: A) à evaporação das águas dos rios e dos lagos; B) ao deslocamento de massa de ar polar vinda do Sul; C) a intensas chuvas chamadas de inverno; D) à grande quantidade de rios na região; E) à temperatura quente e úmida vinda da floresta. 33. (Funcab/ Sesau 2009) Em 1966, no governo do marechal Castelo Branco, foi definida uma nova região de planejamento para os estados do Norte entre eles Rondônia, além dos estados do Maranhão e Mato Grosso. Este projeto denominou a região como “Amazônia Legal” e foi criado pelo órgão chamado: A) Suframa; B) Sudene; C) Cadevasf; D) Sudam; E) Sudeco. 34. Os atritos entre colonos e os missionários resultavam: A) do mal tratamento que os missionários davam aos indígenas. B) da possibilidade de falta de mão-deobra com os descimentos. C) dos privilégios que várias leis deram aos missionários. D) da impossibilidade de os missionários dirigirem as aldeias de repartição. 35. São causas dos recentes processos migratórios dirigidos para Rondônia nas décadas de 1970 e 1980: A) a colonização da BR-364 e os garimpos de ouro do rio Madeira. B) o segundo ciclo da borracha. C) a colonização do eixo ferroviário da Madeira-Mamoré. D) a formação das grandes lavouras de soja e cacau entre Porto Velho e Humaitá.
E) a abertura dos garimpos de cassiterita nos rios Ji-Paraná e Machado. 36. Os atos do poder executivo no território eram aprovados: A) pelos prefeitos. B) pela Assembléia Legislativa. C) pelo poder público ao nível federal. D) pelo conselho territorial. E) pelo ministro do planejamento. 37. Os prefeitos dos municípios dos territórios eram: A) eleitos pelos cidadãos. B) nomeados pelo Presidente da República. C) eleitos por um colégio eleitoral pessoas que portassem curso superior. D) nomeados livremente pelo Governador do Território. 38. O contrato de arrendamento da região do Acre provocou: A) uma nova insurreição de brasileiros na região liderados por Plácido de Castro. B) uma reação de tranquilidade do governo brasileiro através de seu chanceler o Barão do Rio Branco. C) a insurreição acreana liderada por Galvez. D) um telegrama do governo brasileiro parabenizando o governo boliviano. 39. Foi o principal quilombo do Vale do Guaporé: A) Mutuca. B) Cidade Maravilhosa. C) Serra da Barriga. D) Piolho. E) Palmares. F) N.D.A. 40. Não pode ser considerado fato ligado à resistência escrava no Vale do Guaporé: A) a fuga de escravos para colônia espanhola. B) o suicídio e os crimes contra os senhores. C) a formação de quilombos. D) as revoltas armadas de escravos. E) a negociação com os senhores e os feitos. 41. Qual o fator que provocou o aumento da demanda de mão-de-obra na Amazônia após a segunda metade do século? A) a letargia econômica em que se encontrava a Amazônia. B) o abastecimento de indústrias de pneumáticos na região. 63
64 C) a conquista de novas áreas indígenas. D) o crescimento da demanda de borracha pelo mercado internacional. E) a abertura do noroeste boliviano à navegação. 42. Para resolver a questão da demanda de mão-de-obra no Vale Amazônico Tavares Bastos sugeriu: A) a intensificação do apresamento do indígena. B) a adoção do trabalho escravo. C) o estabelecimento de relações de trabalho servis. D) a absorção de trabalhadores de outros países. E) a libertação dos escravos negros do sul do país e sua transmigração para a Amazônia.
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