2 minute read

Editorial

Manuel Oliveira

Secretário-geral da CEFAMOL

03

FORNECEDORES DE CONHECIMENTO

O posicionamento e capacidade de diferenciação pela qual a Indústria de Moldes é hoje reconhecida internacionalmente, deriva de uma relação próxima com o mercado global, o acompanhamento e antecipação das suas tendências de desenvolvimento, a capacidade de resposta ágil e flexível das empresas que permitem um relacionamento interativo e integrador junto de algumas das mais importantes e desafiantes áreas industriais.

Esta integração de competências requer orientação estratégica, tecnologia, investimento, competências multidisciplinares e presença global, o que obriga as empresas a incorporar mais conhecimento, inovação e saber nas suas organizações, de forma a integrar e otimizar processos e operações.

Para o concretizar, é comum (e correto!), afirmar a importância da aproximação entre a indústria e os centros de saber. As universidades, os centros tecnológicos ou de investigação são entidades que ocorrem logo ao pensamento quando abordamos estes tópicos. Tal é inquestionável, e os resultados que muitos projetos de inovação e investigação promovidos em parceria com empresas do sector apresentam, são claros demonstradores desta realidade que, no futuro, certamente assumirá ainda maior preponderância.

No entanto, serão estas as únicas entidades com quem devemos colaborar e recorrer quando procuramos dar resposta a exigências ou novos desafios lançados pelos nossos clientes?

Acreditamos que os fornecedores da indústria têm neste contexto um papel determinante, não só porque fazem parte da cadeia de valor, como são fontes de constante inovação, tendo uma experiência acumulada de trabalho com diferentes empresas que, muitas vezes, procuram soluções semelhantes para as questões que poderemos ter entre mãos.

A título de exemplo, vejamos o caso da indústria automóvel que, perante o advento da eletrificação dos veículos e a necessidade de aumentar a sua autonomia, busca por soluções que permitam reduzir o peso dos mesmos. A aposta nos lightweight materials é inquestionável e o nosso pensamento, automaticamente, direciona-se para os novos materiais plásticos, os novos polímeros que irão/estão a ser utilizados nos moldes que produzimos. Mas será apenas nessa área que devemos focar a nossa atenção? E os aços que vão trabalhar com esses materiais, serão os mesmos que utilizamos regularmente ou devemos olhar para novas ligas ou para novas composições químicas? E a especificidade dos tratamentos que esses aços devem levar, não poderão eles também contribuir para uma resposta eficaz aos requisitos dos clientes?

Certamente que sim, mas para tal temos de os conhecer, de os experimentar, de poder argumentar junto dos clientes as razões da sua utilização e as vantagens que aportam. E como é que o podemos fazer? Através de uma relação mais próxima e interativa com os fornecedores dos produtos ou serviços com quem trabalhamos. São eles que os estudam, desenvolvem, experimentam em diferentes situações, são eles os nossos parceiros de excelência nesta matéria.

Esta relação deverá ir muito além duma perspetiva cliente-fornecedor onde, obviamente, o preço assume uma relevância determinante. Devemos desenvolver verdadeiras parcerias que permitam uma constante transmissão de conhecimento e formação de técnicos, o acompanhamento permanente no desenvolvimento de novas soluções, a obtenção de ganhos de produtividade, quer internos, quer para os clientes que utilizarão as nossas soluções, nunca esquecendo o apoio constante na resolução de problemas que possam surgir.

Devemos fomentar e dinamizar esta relação, pois a competitividade das empresas não poderá ser analisada apenas pelo seu grau de modernidade tecnológica ou presença internacional. O conhecimento, a agilidade e a capacidade de inovação e comunicação assumem, hoje em dia elevada preponderância e os fornecedores detêm um papel decisivo no apoio ao sector e às empresas para cimentar esta posição.

This article is from: