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A Indústria à Lupa

18 IMFU: RIGOR E QUALIDADE NO FABRICO DE MOLDES PARA PLÁSTICOS E FUNDIÇÃO INJETADA

A Indústria de Moldes, Ferramentas e Utensílios (IMFU) foi fundada em dezembro de 1995 e está localizada na Maia, junto ao aeroporto internacional do Porto. Dedica-se ao fabrico de moldes, fornecendo um serviço completo, desde o projeto, fabrico e ensaio de moldes para injeção de plásticos; fabrico de moldes para fundição injetada e prestação de serviços de manutenção de moldes. Tem na indústria automóvel o seu principal mercado, mas opera também nos sectores dos componentes elétricos, construção e utilidades domésticas. Os seus principais clientes estão localizados em Portugal, Espanha, França e Suíça. Conta atualmente com 32 colaboradores. Os moldes fabricados pela IMFU, inicialmente destinados a produção de peças de incorporação nacional, passaram a ter também como destino final o mercado externo, designadamente Espanha, França e Suíça, entre outros.

O caminho da empresa pautou-se por um crescimento progressivo, sustentado pela qualidade da sua produção. A IMFU foi aumentando o seu volume de encomendas e ampliou a sua equipa. No final de 2020, contava com 32 trabalhadores.

Neste período, foram criadas condições para a construção de moldes de maiores exigências técnicas, bem como um centro de ensaios para testar os moldes para injeção de plásticos fabricados internamente. O parque de máquinas da empresa foi ampliado, com prioridade para equipamentos de alta tecnologia e constante melhoria dos sistemas informáticos que suportam os sectores de modelação e programação em CAM, bem como os serviços administrativos.

Fundada para dar resposta à necessidade que, então, se sentia - de aumento da construção de moldes metálicos para injeção de plásticos e para fundição injetada -, a IMFU nasceu em dezembro de 1995. No início da sua atividade, os moldes que fabricava destinavam-se à produção de peças para serem incorporadas em produtos acabados.

Mas muito rapidamente a empresa foi crescendo e apetrechando a estrutura produtiva com equipamentos e tecnologias modernas, contratou pessoal e formou uma pequena equipa nuclear. Em novembro de 2001, a composição da estrutura societária foi alterada, assim como a sua administração, que a partir dessa data passou a ficar a cargo de um único administrador: Serafim de Vasconcelos Magalhães. Com o intuito de reforçar a confiança dos seus clientes, a IMFU fez da Certificação da Gestão da Qualidade uma prioridade e, em novembro de 2004, obteve o certificado em conformidade com a norma ISO 9001.

Em 2018, a empresa iniciou o seu tão esperado projeto de investimento para modernização das suas infraestruturas e do seu parque de máquinas, o que incluiu a construção de um novo edifício industrial, configurado para a indústria metalomecânica, a aquisição de centros de maquinação de 5 eixos de última geração, assim como o reforço do seu centro de ensaios que incorpora, hoje, um leque variado de máquinas de injeção (de 75 até 2100 toneladas).

Finalizado este projeto de investimento, já em 2020, a IMFU passou a laborar nas suas novas instalações, na Maia, num terreno contíguo às antigas, junto ao aeroporto internacional do Porto.

Atualmente, a IMFU fornece um serviço completo, desde o projeto, fabrico e ensaio de moldes para injeção de plásticos; fabrico de moldes para fundição injetada; e prestação de serviços de manutenção de moldes.

OTIMIZAR RECURSOS

Tendo como principal mercado o automóvel, a IMFU manifestase habituada aos ciclos de crescimento e de desaceleração que o caracterizam. A crise pandémica, considera Serafim Magalhães, veio agudizar a situação desta indústria que, considera, já em 2019, “se encontrava numa fase descendente”. No seu entender, “sente-se que existem muitos projetos na gaveta à espera de melhores condições conjunturais para serem lançados”.

Afirma, ainda, que “a economia é um ‘organismo vivo’, que reage a expectativas. E enquanto a confiança geral não se reestabelecer - o que passa naturalmente por conseguirmos ultrapassar rapidamente esta inesperada crise sanitária que subsiste há demasiado tempo -, a indústria continuará a ressentir-se”.

Para Serafim Magalhães, a recuperação económica deverá chegar a partir de 2022. “Até lá, o grande desafio passa por otimizarmos os recursos e processos internos”, salienta. Como exemplo, reforça que a IMFU concluiu recentemente um exigente projeto de investimento e, frisa, “está hoje mais bem preparada para dar respostas às necessidades dos nossos clientes dos mais diversos sectores de atividade”. No entanto, diz ainda, “estamos também cientes que os atuais fatores externos são demasiado preponderantes”. Por isso, manifesta-se preparado para um futuro que “será exigente”.

A par de todo o investimento aplicado no crescimento da empresa, conta que também a equipa sofreu alterações, sendo hoje “ainda mais sólida e coesa”. O elemento humano é, no seu entender, o fator de sucesso de cada organização. Por isso, considera que “estamos, sem dúvida, melhor preparados para responder com maior rapidez e eficiência às solicitações dos nossos clientes”. Mas reforça, em jeito de conclusão, que “isto é um trabalho contínuo, diário e de resiliência coletiva no sentido de ultrapassarmos, na medida do possível, as dificuldades no nosso caminho”.

20 GRUPO MPR: OFERTA DE QUALIDADE NA MANUTENÇÃO, MAQUINAÇÃO E SUPORTE DE MOLDES

O Grupo MPR, constituído pelas empresas MPR, PentaMould e Isoinspeqt, disponibiliza um conjunto de soluções especializadas nas áreas da manutenção de moldes, maquinação de peças técnicas, suporte da metrologia de topo, engenharia e desenvolvimento. A sua produção é exportada diretamente para vários países da Europa, e também para Marrocos, Brasil e México. Um dos atuais desafios deste grupo é a conceção e produção de dois produtos inovadores, que serão lançados a curto prazo, nos sectores dos artigos domésticos e eletrodomésticos.

A MPR foi fundada em 2001. A sigla é resultante das iniciais dos nomes dos três sócios que, originalmente, a fundaram. Tinha como objetivo prestar um serviço de elevada qualidade nas áreas de montagem e justamento de moldes até sete toneladas.

Com passos determinados e firmes, a empresa cresceu na Marinha Grande, mudando pela primeira vez de instalações ao fim de dois anos. A mudança foi acompanhada pela saída de um dos sócios e a entrada dos quatro primeiros colaboradores. A MPR começou também a desenvolver serviços na área da retificação, tendo como clientes as empresas de moldes das zonas da Marinha Grande e Oliveira de Azeméis.

E continuou a crescer. De tal forma que teve de mudar novamente de instalações para espaços com maior capacidade. Nesse período tinha já 12 colaboradores.

Nos anos seguintes, a empresa foi evoluindo e alargou a sua oferta a outras áreas, com a aquisição da Isoinspeqt, dedicada à metrologia industrial (controlo dimensional, digitalização com sistema GOM e engenharia inversa). Isso permitiu ampliar ainda mais a área de produção e passar a abraçar uma nova área produtiva: a maquinação de 3 e 5 eixos. “Passámos a ser uma empresa altamente reconhecida pelos nossos trabalhos na área da manutenção de moldes e maquinação de peças técnicas, com o suporte da metrologia de topo”, conta Filipe Passagem, um dos administradores.

Os seus produtos, adianta, são exportados para vários países da Europa, mas também para Marrocos, Brasil e México. Para além disso, a empresa desloca, com frequência, os seus técnicos de bancada para dar assistência a moldes em unidades de injeção. Esse apoio especializado ao cliente já os levou a marcar presença em unidades de 14 países.

APOSTA NA INOVAÇÃO

Apesar da estagnação da economia mundial, resultante da pandemia de Covid-19, e tendo como foco “a manutenção de todos os postos de trabalho”, a empresa tem os olhos postos no futuro. Em conjunto com duas empresas especializadas na robotização e otimização de processos de maquinação, a MPR está a desenvolver “um projeto de robotização de duas das máquinas que temos e será acompanhado pela aquisição de mais uma máquina de 5 eixos, de tecnologia japonesa. Será uma célula composta por duas máquinas de 5 eixos e uma de 3”, relata.

Esta aposta, adianta, insere-se naquilo que o grupo preconiza como elemento diferenciador para o futuro: a especialização do produto e/ou da mão de obra. Ou seja, manter-se na vanguarda tecnológica.

“Na MPR, estamos com contactos muito avançados para começar a trabalhar com a indústria que é, efetivamente, muito exigente”, afirma, manifestando-se convicto de que “o sucesso acontece” desde que as empresas valorizem o seu capital humano, “facultando formação, valorizando os recursos humanos e, em conjunto, discutir e estar aberto a mudar, a melhorar e a inovar os processos”.

Foi com esta convicção que, no final de 2020, a MPR adquiriu uma outra empresa, a PentaMould (vocacionada para a engenharia e desenvolvimento de produto). Com esta aquisição, o grupo cresceu e avançou para novos e ambiciosos desafios. Um deles, conta, está já em fase de construção. Trata-se de um molde para a produção de dois produtos inovadores na área dos artigos domésticos e eletrodomésticos. O desafio que o grupo abraçou foi lançado por um cliente. Os produtos serão integralmente desenvolvidos e produzidos pelo grupo MPR.

EROSOMOLDE: RIGOR E EXIGÊNCIA NA CONCEÇÃO E FABRICO DE MOLDES

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A Erosomolde tem-se afirmado pelo trabalho de qualidade que coloca nos seus projetos, desde que foi criada, em 1996. Rigor e exigência na conceção, gestão e fabrico, são os valores da empresa que, este ano, celebra os 25 anos. Uma data que coincide com um dos períodos mais desafiantes da sua história, resultante da insegurança e incerteza causadas pela pandemia de Covid-19. Apesar disso, a Erosomolde olha o futuro com otimismo.

Fundada em 1996 e com sede na Barosa (Leiria), a Erosomolde é uma empresa especializada na conceção, gestão e fabrico de moldes para injeção de termoplásticos. A qualidade e excelência que coloca em todos os seus projetos têm sido o fator-chave de crescimento e conquista da confiança dos seus clientes.

A maior parte da sua produção destina-se às áreas automóvel, eletrónica, cosmética e doméstica. Tem capacidade para fabricar moldes até 20 toneladas, sendo os seus principais mercados a Europa e os Estados Unidos.

A empresa, que em 2018 realizou obras de ampliação da sua capacidade instalada, está equipada com tecnologia de ponta e dotada de recursos humanos altamente qualificados para responder às solicitações mais exigentes. Detém a certificação ISO 9001:2015 e a equipa é composta atualmente por 18 pessoas.

Comemora este ano o seu 25º aniversário. De acordo com Paulo Batista e Rui Santos, administradores, trata-se de “um ano de grandes desafios dada a insegurança dos mercados e a incerteza quanto ao futuro”, resultantes da pandemia de Covid-19 que, salienta, trouxe também “o fecho dos mercados, um pouco por todo o mundo, e uma redução enorme no preço dos moldes”.

Apesar deste contexto de preocupações e desafios, o responsável assegura que se mantém otimista em relação ao futuro. Até porque, sustenta, a situação, tal como está, não poderá estender-se por muito mais tempo. “O retomar da atividade vai passar pela reabertura dos mercados, principalmente a Alemanha e a França”, acredita.

COOPERAÇÃO

Relata que, neste momento, a sua maior apreensão prende-se com a baixa quantidade de projetos, o que está a provocar uma quebra no preço dos moldes. “Esta situação é muito perigosa. Há empresas a aceitar projetos por valores tão baixos que mal chegam para pagar a matéria-prima”, adverte, considerando que esta situação vai, forçosamente, implicar uma quebra na qualidade. “Os moldes portugueses conseguiram afirmar-se pela qualidade, mas a manteremse estes preços, é inevitável essa quebra e isso pode custar-nos muito caro, enquanto sector”.

É que Paulo Batista mostra-se convicto de que quando os mercados reabrirem “será com toda a força”. E nessa altura, adverte, “será difícil convencer os clientes a subir os preços quando estes andam por valores tão baixos”.

“Temos de ponderar no que andamos a fazer”, alerta, defendendo que as empresas têm de se preparar para esse momento de retoma. “Temos de estar preparados e equipados para avançar”, enfatiza. No entanto, contrapõe, se as empresas não forem apoiadas, não terão capacidade financeira para se equipar e manter-se competitivas. Acredita mesmo que algumas ficarão pelo caminho. “É imprescindível que se apoiem as empresas, de forma a que consigam manter a atividade”, frisa.

No caso da Erosomolde, conta, “em 2020, praticamente não fizemos moldes, porque não aceitámos os preços. Optámos por prestar alguns serviços a outras empresas nossas parceiras. Isso tem-nos permitido prosseguir com a nossa atividade”.

O futuro, no seu entender, passará pela tecnologia, a automatização, a formação das pessoas. Ou seja, “tudo o que faz parte da Indústria 4.0”. A grande dúvida que tem é “se as empresas pequenas, depois de tanto tempo sem volume de trabalho, conseguirão aí chegar”. Por isso, defende que a indústria de moldes deveria encontrar uma maneira de trabalhar com “maior cooperação.

22 SRFAM: QUALIDADE E RIGOR NA PRODUÇÃO DE MOLDES

A SRFAM é uma empresa de moldes para plásticos que, com sede na Maceira (Leiria), iniciou a sua atividade em 1996. Constituída por uma equipa de 32 profissionais qualificados, fornece um serviço completo, desde a fase da engenharia ao produto final. Desde 2020, tem também uma área de injeção de plásticos. Alemanha, França, Espanha e Estados Unidos são os principais mercados da empresa, que se rege por um conjunto de valores que têm sido os fatores-chave do sucesso: profissionalismo, rigor e inovação.

A SRFAM nasceu em 1996, na Maceira (Leiria). Luís Rodrigues, o fundador, começou sozinho, prestando serviços de erosão à indústria de moldes. Com passos sólidos e ponderados, a empresa foi crescendo ano após ano. Tem atualmente 32 colaboradores, funcionando em instalações próprias, criadas de raiz em 2015. Abrange todo o processo de fabrico do molde, desde a fase da engenharia, projeto e produção, até ao produto final. Tem também uma área de injeção de plástico, inaugurada em 2020.

Luís Rodrigues conta que o trajeto da SRFAM “não tem sido fácil”, mas tem-se pautado por um percurso de inovação constante, que tem permitido conquistar clientes e consolidar a sua posição no mercado.

Um dos pontos que destaca nesta caminhada é a inauguração e mudança de instalações, que permitiu a aposta mais sustentada na internacionalização da empresa. Exemplifica que, depois de uma dependência de mais de 70% do sector automóvel foi, com essa mudança, que a empresa se direcionou para outras áreas como as indústrias médica, farmacêutica, elétrica e eletrónica. O automóvel, conta, representa hoje cerca de 30% no total de produção da empresam e os principais mercados estão na Europa (Alemanha, França e Espanha), mas desenvolve também trabalhos para os Estados Unidos.

APOIO DA EUROPA

Num momento em que a economia passa por um período difícil, devido, no seu entender, “à estagnação que já se vinha sentindo na indústria automóvel, agravada pela pandemia de Covid-19”, Luís Rodrigues considera que “será muito difícil a situação voltar ao que era”, a não ser que a Europa “avance com medidas de proteção da indústria”, de forma a “atenuar os efeitos da concorrência com, por exemplo, a China”.

E recorda que, nos últimos anos, as empresas “investiram em tecnologias e pessoas, no sentido de aumentar a sua capacidade”. Ora, adverte, “nem todo este investimento foi sustentado e isso pode tornar muito complicada a situação económica, sobretudo neste sector”. Apesar disso, manifesta-se “otimista” em relação ao futuro, considerando que, em comparação com a situação do ano passado, “este ano, já se vê uma luz ao fundo do túnel`”.

Em 2020, revela, “o nosso negócio caiu quase 70%”. E relata a enorme quantidade de visitas a clientes que foram desmarcadas, projetos congelados e feiras canceladas ou adiadas. “Não está a ser fácil”, admite. Contudo, destaca que uma das prioridades da empresa tem sido “manter o quadro de pessoal”, até porque acredita que quando a atividade económica for retomada, “é preciso que as empresas estejam prontas para isso”.

“Temos formação contínua, temos alguns equipamentos novos que vieram já em tempo de pandemia, incrementamos a otimização de processos e estamos a intensificar a parte comercial”, explica, adiantando que, neste momento, “só falta é que a atividade económica aumente”.

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