Market Report nº17 Abril 2017

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Pré-Internacionalização Negócio Arriscado Hungria: Um Mercado no Centro da Europa

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Trimestral

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MARKET REPORT

Pré-Internacionalização Vítor Hugo ferreira D. Dinis Business School

Um problema abundantemente discutido em negócios internacionais passa pela escolha dos mercados alvo. Não existe, porém, uma metodologia cientificamente aceite para desenvolver esta escolha – no fundo não há fórmulas mágicas, porque a escolha depende do tipo de empresa, negócio, sua dimensão e daquilo que ela faz bem – as suas competências centrais. Com as dificuldades em Angola e Brasil, bem como em outros mercados emergentes, torna-se essencial fugir às armadilhas dos mercados falsamente próximos. Angola e Brasil são dois mercados populares pela sua proximidade histórica, mas onde a distância cultural, administrativa (fiscal e legal) e económica é gigante (e, como o caminho se faz caminhando, esta descoberta é muitas vezes realizada a meio de um processo de internacionalização). Neste sentido, as rotinas de escolha de mercados devem envolver um exaustivo estudo de fatores económicos, políticos, legais e dos riscos potenciais. Devem também incluir uma análise da concorrência, da sofisticação da procura e da dimensão/atratividade do mercado alvo. Contudo, mesmo após esta análise é fundamental perceber que existe um ciclo virtuoso, que deriva do conhecimento do mercado, que, por sua vez, gera mais oportunidade de criar relacionamentos com clientes, que leva a uma aprendizagem e reforço da confiança mútua, que origina uma possível melhoria dentro uma rede de fornecedores, no fundo, enfatizando que o processo de internacionalização é maioritariamente gradual e baseado no reforço do empenhamento e conhecimento. Por outro lado, tão importante como a escolha do mercado será a capacidade da empresa para se auto analisar, avaliando se possui competências que lhe permitam dar o salto para mercados externos (quer seja exportando, quer ser seja investindo diretamente noutro país). Uma primeira análise a ser feita é a dos recursos humanos. Será que temos pessoas suficientes, com conhecimentos e perfil para este processo? Nem todas as pessoas têm a motivação para estar em mercados estrangeiros, ou têm domínio da língua, da cultura e das idiossincrasias administrativas. Se colocarmos um gestor inexperiente em Angola, no Brasil ou na China isto poderá ser um primeiro passo para o desastre (são incontáveis as histórias de casos des-

tes em todo o tipo de empresa). Por outro lado, se contratarmos alguém localmente, temos o problema da competência técnica e do compromisso com a empresa (será que a pessoa tem, qual o nível de certeza?). Esta questão é tão mais importante quando, como referimos, a construção de laços de confiança e de aprendizagem mútua se torna essencial para o estreitamento da relação. Como dizia Jose Manuel Fernandes, presidente da Frezite, numa conferência recentemente promovida pela CEFAMOL e D. Dinis Business School, os clientes querem sentir proximidade e acompanhamento, mesmo que o fornecedor esteja em Portugal ou a milhares de quilómetros. Outra consideração prévia será a análise da capacidade financeira da empresa. Os processos de internacionalização geram intervalos temporais sem recebimentos (ou sem retorno de investimento), que a empresa deverá ser capaz de suportar. Um exemplo notório de um (in)sucesso português que resultou de um processo de internacionalização mal financiado é o da empresa Molin. Mais recentemente temos a questão dos recebimentos em mercados como o Angolano, onde quem não planeou financeiramente para isso, sofre hoje graves problemas de tesouraria. O conselho é manter sempre um fundo de maneio suficiente para fazer face a cerca de 6 meses a um ano sem qualquer recebimento. A empresa deverá ainda ser capaz de perceber os mercados e as de customizar os seus produtos, para fazer face a necessidades específicas. Um dos sucessos do grupo Jerónimo Martins na Polónia resultou por compreender e adaptar a sua oferta localmente (percebendo que os polacos faziam mais compras de proximidade, porque viviam em casas de menores dimensões, realizando menos compras mensais e mais compras regulares). O empenho da gestão e os sistemas de controlo serão igualmente relevantes para o sucesso. O gestor deverá perceber que gerir uma empresa “distribuída” por vários mercados exige uma gestão profissional e assente em critérios de análise mais “científica” e que controlar operações com contabilidade diferente, com pessoas e processos separados, exige uma função de controlo que permita identificar ganhos ou perdas efetivas, desvios em tempo real e implementar rapidamente medidas corretivas.


A empresa deverá ainda ser capaz de cooperar, porque raramente o processo de internacionalização se faz de forma solitária. Cooperar com parceiros locais ou desenvolver complexas parcerias com os clientes (no caso B2B) é essencial para o sucesso. Uma empresa que tem dificuldade em partilhar, concertar esforços, abrir processos, terá sempre dificuldade no processo de internacionalização. Finalmente, a empresa deverá compreender quais das suas competências centrais são internacionalizáveis. No caso da Indústria de Moldes, a maioria das empresas percebe que o conhecimento, know-how, capacidade técnica, capacidade de projeto são competências que têm valor em qualquer mercado. Contudo, se falarmos de injeção, uma empresa que possa ser considerada competitiva pela sua escala de produção nacional já poderá não o ser num mercado muito maior (como o Chinês). No caso B2C (business to consumer) isto é ainda mais evidente porque uma marca famosa num país poderá não o ser noutro, ou uma posição de mercado favorável também

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já não será replicável (a Sonae Distribuição teve dificuldades noutros mercados, porque a sua escala e posição de mercado favorável em Portugal não é replicável noutros mercados). Resumindo, é fundamental desenvolver uma reflexão estratégica e analisar as competências da empresa, para depois sim estudar e selecionar os mercados, adaptando produtos e serviços para estes. Isto deverá ser sempre feito com uma perspetiva de médio-prazo, com um forte acompanhamento de gestão, onde os resultados e os desvios devem ser analisados (não esquecendo o tal ciclo virtuoso do empenhamento internacional). Não devemos também esquecer que internacionalização não é apenas venda, pois a empresa poderá ganhar vantagem desenvolvendo parcerias com fornecedores estrangeiros, deslocalizando atividades de projeto ou I&D (acedendo a universidades e centros de I&D com competências locais), ou até desenvolvimento de subcontratação (em próximos artigos abordaremos esta problemática, bem como a do declínio de alguma produção na China).

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Negócio Arriscado Vítor Hugo ferreira D. Dinis Business School

Grandes prémios acarretam grandes riscos. Para muitas empresas apostas em mercados emergentes podem significar um retorno elevado, porque os níveis de concorrência são baixos, ou seja, usando a velha metodologia de Porter, são mercados com Atratividade elevada, pois a Concorrência atual e, muitas vezes, o Poder negocial dos clientes, são baixos. Mas quando o risco é elevado, isto obriga as empresas a manterem um olhar atento sobre os desenvolvimentos alarmantes em lugares distantes. Na verdade, usando mecanismos mais modernos, há quem crescentemente procure seguros de risco político, que podem proteger as empresas contra os choques, sejam eles golpes de Estado na Turquia, sanções contra a Rússia ou um default da dívida pela Venezuela. Esta atenção é muito relevante para as exportadoras nacionais, sobretudo, como verificámos nos últimos tempos, com as situações vividas em Angola ou no Brasil. Outros focos de tensão no mundo em desenvolvimento parecem surgir nas Filipinas (apesar da corrupção, era um país estável), na África do Sul e até mesmo em Moçambique. Seria desejável que as empresas nacionais aplicassem modelos de gestão do risco para avaliar as suas presenças nestes mercados, uma lição que muitas aprenderam com um custo talvez demasiado elevado. Mas se poucas empresas nacionais criaram modelos de scoring para analisar riscos políticos ou implementar medidas preventivas para fazer face a potenciais perdas em mercados menos conhecidos, quantas o terão feito no mundo desenvolvido? No setor dos moldes, o Reino Unido e os EUA estão entre os 6 principais mercados de exportação. Estes são países aparentemente estáveis, mas um olhar mais atento irá fazer-nos recordar que os EUA atravessam um processo eleitoral sinuoso, que poderá levar a um maior protecionismo e o Reino Unido decidiu sair da UE, com consequências futuras ainda incertas em termos de exportação. Em Espanha, o nosso maior mercado de Exportação de moldes, não existe Governo há um ano – o que em si parece ter ajudado o país, porque manteve uma certa constância de políticas (à semelhança do que já havia acontecido na Bélgica), mas rapidamente se pode inverter com políticas mais ou menos radicais. Em Itália, 8/9º mercado cliente, o primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu demitir-se se perder um referendo constitucional previsto para o final do ano (país onde o sistema bancário é particularmente instável). Na Alemanha, nosso segundo mer-

cado, Ângela Merkel pode estar a caminho da saída (abrindo portas a políticas mais à direita que poderão trazer mais protecionismo) e na França, 3º mercado nacional de moldes, a Frente Nacional ameaça com um “Frexit”. A estes casos podemos juntar a Grécia e o seu default, a Hungria que é uma quase-ditadura ou mercados como o Finlandês e o Polaco que vivem perigosas ondas de nacionalismo. As empresas nacionais precisam de reconhecer que muitos países desenvolvidos podem ser mercados instáveis que podem não compensar os riscos (o mesmo podia ser dito de Portugal). Estas empresas precisam de importar práticas de gestão de risco que já se aplicam aos mercados emergentes: ter cuidado para não concentrar seus investimentos em poucos países; desenvolver "planos de emergência" em caso de crise súbita; e planear como diminuir as perdas em caso de uma crise mais severa. As multinacionais estão cientes destes riscos, o que explica um pouco porque os biliões de lucros empresariais a nível global não têm sido reinvestidos (a Apple, que fez figura de “virgem ofendida” face à intenção da Comissão Europeia impor uma multa de 15 mil milhões de euros por impostos não pagos – impostos que qualquer PME não tem forma de evitar – tem cerca de 200 mil milhões de euros em reservas espalhadas pelo mundo). Mas ao adiarem estes investimentos, estas grandes empresas estão a incentivar mais instabilidade. Um ciclo vicioso, de baixos gastos das empresas que incentiva a estagnação que, por sua vez, produz descontentamento popular e mais turbulência política, pode crescer demasiado rápido, agravando a posição de todas as empresas nacionais. As empresas precisam completar a prudência com algo mais pró-ativo, que não seja apenas um mero apelo à liderança-responsável, como vimos no fórum económico mundial. No fundo, se algumas PMEs deste sector não aplicavam ainda modelos de avaliação e gestão de risco em mercados emergentes, este é o momento de começar a fazê-lo, mas agora tendo em conta todos os mercados onde estão ou pretendem vir a estar. Não nos podemos esquecer que a base de qualquer estratégia passa por isto, saber onde chegar mas também saber como todos os fatores políticos, económicos e sociais poderão influenciar esse caminho.



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A Indústria de Moldes em Portugal: Exportações Atingem número Recorde em 2016 Uma indústria dinâmica, na vanguarda da tecnologia e da excelência, e que disponibiliza soluções inovadoras e integradas para o mercado global. Assim se caracteriza a indústria de moldes e ferramentas especiais em Portugal. O setor tem registado um crescimento assinalável nos últimos cinco anos, que se tem traduzido num acréscimo no valor das exportações que, em 2016, ascendeu a 626 milhões de euros. Ou seja, atingiu, pela quinta vez consecutiva, um valor recorde, ultrapassando pela primeira vez na sua história a barreira dos 600 milhões de euros. Face a 2010, por exemplo, representa um crescimento de 92%. Atualmente, o terceiro maior produtor europeu e oitavo a nível mundial, o setor é composto por cerca de 450 empresas, maioritariamente localizadas em duas regiões (Marinha Grande e Oliveira de Azeméis) e que integram aproximadamente 9.000 trabalhadores. Os empresários desta indústria cedo souberam associar-se e, em conjunto, procurar soluções para os seus problemas e carências. A Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL) tem sido uma peça fundamental nesta estratégia de desenvolvimento, permitindo através dela, analisar o setor e tendências de evolução, identificar desafios e constrangimentos, mas também, em conjunto, definir metas, criar soluções e alcançar oportunidades.

Inovação e tecnologia É um setor inovador. De alta intensidade tecnológica. As empresas portuguesas são fornecedoras de soluções globais e oferecem um serviço totalmente integrado, composto por uma cadeia de valor alargada que engloba competências especializadas: desde o design, engenharia e desenvolvimento de protótipos ao fabrico de moldes (incluindo a especialização em moldes de grande dimensão, precisão e micromoldes), ferramentas especiais, injeção e montagem de produtos e componentes. Portugal é internacionalmente reconhecido como um dos principais produtores de moldes de precisão para a indústria de plásticos e tem aumentado, cada vez mais, a sua cadeia de valor, a montante e a jusante, com competências especializadas na área do design e engenharia até à produção de peças finais. A indústria automóvel é o principal mercado para a maioria destas empresas, sendo responsável por mais de 70% da produção. A Espanha foi, em 2016, o principal país-destino das exportações de moldes portugueses, destronando a Alemanha que, no ano anterior, detinha a primeira posição. Espanha representa 22% do total exportado, seguindo-se a Alemanha com 20% e a França com 16%.

‘Moulding Expo’ – 30 de maio a 2 de Junho Feira de referência alemã escolhe Portugal para apresentação oficial A organização da ‘Moulding Expo’, considerada neste momento como a mais importante feira europeia para a indústria de moldes, ferramentas e modelos, escolheu Portugal para fazer a apresentação oficial do certame, que decorre de 30 de maio a 2 de junho, em Estugarda (Alemanha). A escolha de Portugal para esta conferência de imprensa internacional, que teve lugar dia 8 de março, no Palace Hotel de Monte Real, Leiria, surgiu, segundo a organização da feira – a cargo da Messe Stuttgart -, devido ao reconhecimento da importância da indústria de moldes portuguesa e também pela forte ligação criada com a Associação Nacional da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais (CEFAMOL), desde a primeira edição do certame, em 2015. Nesse ano, a CEFAMOL participou na ‘Moulding Expo’, acompanhada por uma dezena de empresas nacionais.


Crescimento recorde Num ambiente marcado pela descontração visível, por exemplo, na distribuição de camisolas personalizadas a todos os participantes, a apresentação da feira contou com cerca de uma centena de participantes, entre elementos da organização, diversas entidades ligadas ao setor, patrocinadores, representantes de várias associações internacionais de moldes e ferramentas membros da International Special Tooling and Machining Association – ISTMA e jornalistas. Oriundos de vários países europeus, os elementos da imprensa constituíram cerca de dois terços das participações no evento. Na abertura do evento, Bob Williamson, da ISTMA, referiuse à indústria portuguesa de moldes e ferramentas classificando-a como “um dos setores mais dinâmicos da Europa”. Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, realçou o crescimento que o setor tem tido nos últimos cinco anos, com as exportações a atingirem, em 2016, “o valor recorde de 625 milhões de euros”, tornando-o o terceiro maior produtor da Europa e o oitavo produtor mundial. Face a 2010, o setor registou um crescimento de 92%, revelou ainda.

Visita a empresas Ponto alto do programa foi um conjunto de visitas, organizado pela CEFAMOL, junto das empresas de moldes nacionais que integram o Pavilhão Nacional coordenado pela Associação na ‘Moulding Expo’ 2017. Para a maioria dos elementos da comitiva, tratou-se do primeiro contacto com a realidade da indústria portuguesa de moldes e ferramentas especiais. No final, muitos admitiram ter ficado “impressionados” com a qualidade das empresas visitadas, considerando-as mesmo “ao nível das melhores da Alemanha”. Foi o caso de Thomas Seul, presidente da associação alemã de produtores de moldes (VDWF). Contou que esta foi a sua segunda visita a Portugal, admitindo-se “impressionado com a excelência do trabalho que se faz”. “Para os produtores alemães, Portugal tem sido e é um importante parceiro em quem confiam porque sabem que

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o que faz, faz bem. As empresas portuguesas afirmam-se pela qualidade”, afirmou. Enalteceu ainda o esforço da indústria portuguesa de moldes na sua procura de mercados e clientes. “Sabem fazê-lo muito bem. Sabem vender muito bem o seu produto e a sua imagem, sabendo associar-se e trabalhar em conjunto por um objetivo comum. Conseguem mostrar o que valem fora do país, mas também conseguem mostrá-lo internamente, recebendo muito bem quem vem a Portugal”, adiantou.

Feira de sucesso A ‘Moulding Expo’ realiza-se de dois em dois anos. Esta é a segunda edição e, quando arrancou, em 2015, teve um sucesso imediato. Estiveram em Estugarda 620 expositores (31% dos participantes pertencentes ao setor automóvel ou fornecedores do setor automóvel e 27% na área dos moldes e ferramentas especiais), de 30 países. Foi visitada por mais de 14 mil pessoas, oriundas de 52 países. A organização prevê que, nesta edição, o certame cresça, quer no espaço, quer no número de expositores e, consequentemente, nos visitantes. Assume-se como um evento capaz de reunir, num único espaço, os melhores fabricantes europeus de ferramentas, moldes e modelos com os seus clientes e também com as suas indústrias fornecedoras. A feira estende-se por quatro áreas, duas delas destinadas a ferramentas, modelos e moldes (desde fabricantes a fornecedores de materiais e prestadores de serviços). Duas outras áreas acolherão máquinas, ferramentas de precisão e software. Para além das áreas de exposição, haverá espaço para a realização de fóruns, debates e partilha de ideias e experiências. Os fabricantes portugueses voltam a marcar presença nesta edição. A CEFAMOL vai fazer-se acompanhar por cerca de duas dezenas de empresas nacionais que esperam realizar ali bons contactos e desenvolver os seus negócios, sobretudo no mercado alemão.

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CEFAMOL leva Empresas a Conhecer Potencialidades da África do Sul Na sessão de abertura, João Faustino, presidente da direção da CEFAMOL, salientou os “longos laços de amizade” que unem os dois países, aludindo à forte comunidade portuguesa ali implantada e que ascenderá a cerca de 300 mil pessoas. “Temos sido um importante parceiro dos clientes por todo o mundo”, frisou o responsável, mostrando-se convicto de que a indústria de moldes portuguesa poderá encontrar boas oportunidades na África do Sul.

Missão empresarial de 2 a 7 de abril “É uma excelente oportunidade para as empresas portuguesas tanto mais que, a partir daí, têm acesso a toda a África e um mercado com mais de mil milhões de habitantes”, considerou a embaixadora M.J. Gooretelelwe, dando ênfase também aos apoios governamentais que o país tem destinados à atividade empresarial. A África do Sul, onde a produção automóvel tem um peso significativo, é uma das apostas da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL) para 2017. Durante o mês de abril, a CEFAMOL promove uma missão empresarial ao país, entre os dias 2 e 7. Com a deslocação, pretende-se contactar de perto com as potencialidades económicas para melhor conhecer e identificar possibilidades de negócio e/ou cooperação com parceiros locais. O programa é vasto e contempla reuniões com alguns dos stakeholders, visitas a empresas locais e a participação no NAACAM Show, uma feira organizada pela National Association of Automotive Component and Allied Manufacturers of South Africa, que decorre de 5 a 7 de abril, em Durban. Trata-se de um certame que se realiza de dois em dois anos, assumindo-se como uma montra privilegiada da indústria automóvel e de componentes na África do Sul. Na feira, a CEFAMOL vai ter um stand representativo da indústria nacional, disponibilizando o espaço para a realização de reuniões entre as empresas portuguesas e as entidades locais. Antes desta missão, diversas empresas do setor participaram no seminário “África do Sul: Oportunidades para o Setor Automóvel”, evento inserido no ciclo de conferências “Engineering & Tooling: Oportunidades e Desafios”, que decorreu no dia 1 de fevereiro, em São Pedro de Moel e que procurou dar a conhecer um pouco do país antes da realização da viagem. A África do Sul foi classificada como “um país de oportunidades” por alguns dos oradores no seminário, organizado em conjunto pela CEFAMOL e pela Embaixada da África do Sul, contando, entre outras, com a presença da embaixadora M.J. Gooretelelwe.

Coube a Jorge Maia, da Industrial Development Corporativon of South Africa, fazer a apresentação das oportunidades de negócio existentes no país. Centrou a sua intervenção na presença da indústria automóvel que, explicou, representa 5,7% do total da atividade industrial e 7,2% do PIB da África do Sul. Em 2015, referiu ainda, foram fabricados mais de 600 mil veículos, de operadores instalados em diferentes áreas geográficas do país, como a BMW, a Ford, a GM, a Mercedes, a Nissan, a Toyota ou a Volkswagen. A indústria automóvel emprega, no país, cerca de 88.400 pessoas. Luís Reis, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) salientou que se trata de um país com possibilidades que “podem revelar-se muito interessantes” para a indústria de moldes nacional, disponibilizando o apoio da agência que representa para auxiliar as empresas interessadas nesse processo. “A África do Sul representava, em 2015, uma quota de mercado de 0,32% no comércio internacional. Há, por isso, muito para crescer”, afirmou. No seminário, foi ainda apresentado um caso prático de uma empresa de moldes nacional que, há dois anos, criou uma unidade de produção na África do Sul. Joaquim Rodrigues, da CR Moulds, explicou à plateia – constituída por várias empresas nacionais do setor – estar “muito satisfeito” com a implantação naquele país. “Os recursos humanos são interessados e válidos”, afirmou, adiantando que as entidades estatais disponibilizam alguns apoios a projetos empresariais estrangeiros. “O país tem muitas oportunidades, é um país muito bonito, é seguro e é barato”, afirmou o empresário. O programa da missão foi apresentado por Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, que sublinhou que, apesar do desempenho “notável” do setor nacional de moldes que, em 2016 e a julgar pelos indicadores económicos já analisados, poderá apresentar um crescimento de aproximadamente 6%, importa à CEFAMOL continuar a sua estratégia de procura de novos mercados. Tanto mais que a Europa continua a representar o maior destino das exportações do setor: cerca de 86%.


Entrevista com MJ Gaoretelelwe, Embaixadora da África do Sul “África do Sul está pronta para acolher negócios e empresários”

- Fez referência à indústria automóvel. Que peso tem na economia do país?

A embaixadora da África do Sul esteve em São Pedro de Moel, no dia 1 de fevereiro, para participar no seminário ‘África do Sul: Oportunidades para o Setor Automóvel’, integrado no ciclo de conferências ‘Engineering & Tooling: Oportunidades e Desafios’. A embaixadora aconselha os empresários portugueses a ponderar sobre as oportunidades sul-africanas. - Na sua opinião, como podem incrementar-se as relações económicas entre Portugal e a África do Sul? As relações económicas entre os dois países podem incrementarse com mais interação, mais investimento nos dois sentidos e sobretudo em setores específicos, como o automóvel. Este setor está bastante desenvolvido na África do Sul mas tem carências para as quais, por exemplo, a indústria portuguesa poderá contribuir para reduzir. - Com que tipo de oportunidades podem contar as empresas portuguesas de moldes? As oportunidades existem. África do Sul é uma economia em crescimento. É um país em crescimento e até uma democracia em crescimento. Há inúmeras oportunidades. Por exemplo e como já referi, no setor automóvel. Mas também nas empresas locais relacionadas com o setor dos moldes e dos plásticos. E as empresas portuguesas dessa área – e de outras – são muito bem-vindas, esperando-se que possam dar o seu contributo nesta rota de crescimento do país.

Tem um peso muito significativo. É, neste momento, uma área de grande importância para o desenvolvimento da economia do país. - Que conselhos daria a um empresário português que, neste momento, estivesse interessado em investir no país ou colaborar com empresas sul-africanas? Tem, desde logo, a embaixada da África do Sul, onde pode dirigirse e receber diversa informação e até apoio, o que facilitará a decisão e a entrada no país. Depois, a nível do país, este encontra-se dividido em várias regiões, com especificidades próprias que importam ao investidor ou empresário português conhecer e perceber. África do Sul está pronta para acolher negócios e empresários interessados em trabalhar lá. - Há uma questão que, até agora, tem assustado e servido de entrave a alguns empresários portugueses: a incerteza em relação à segurança. Diria que o país é seguro? Sobre segurança a nível criminal o que posso dizer é que crimes podem acontecer em qualquer parte do mundo. Não são um exclusivo da África do Sul ou de qualquer destino em particular. Mas a segurança não é um problema, atualmente. Temos meios para impedir e controlar a criminalidade. E funcionam. - Conhece Portugal? Qual a sua opinião sobre o país? Conheço Portugal relativamente bem. É um país lindíssimo. Gosto muito. As pessoas são amigáveis e generosas. E gosto muito da comida portuguesa.

‘Automotive Meetings Queretaro’: Evento no México com Saldo “muito positivo” para Empresas Nacionais Foram dois dias intensos, mas auspiciosos nos contactos realizados. Entre 20 e 22 de fevereiro, a CEFAMOL esteve representada no evento ‘Automotive Meetings Queretaro’, realizado no México, fazendo-se acompanhar e apoiando algumas empresas de moldes nacionais. Patrício Tavares, técnico responsável pela execução do projeto de internacionalização da CEFAMOL faz um balanço “muito positivo” da deslocação ao evento, que se realiza de dois em dois anos. “Quer pela dimensão da feira, que agrupa uma grande quantidade de potenciais clientes para o setor, quer pela qualidade e abertura desses clientes em reunir com os representantes portugueses, a participação saldou-se pela positiva”, afirma.

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As empresas Geco, Moldit, MoldWorld, Planimolde, PMM e TJ Moldes, tiveram, no certame, um programa recheado de encontros e reuniões com alguns dos maiores representantes mexicanos da indústria automóvel. Esse tipo de encontros é, precisamente, o objetivo da feira, centrada na realização de reuniões, conferências e workshops, permitindo juntar à mesma mesa empresas de vários pontos do mundo com algumas das produtoras de automóveis representadas no México e seus fornecedores de primeira linha. O ‘Automotive Meetings Queretaro’ é um dos principais eventos, direcionado à indústria automóvel, que se realiza naquele país. As primeiras edições, em 2013 e 2015, contaram com a presença de diversos fabricantes mundiais de veículos automóveis, desde ligeiros a pesados.

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Para além do acompanhamento às empresas no evento, a CEFAMOL teve oportunidade de observar e analisar as oportunidades que o mercado mexicano pode oferecer às empresas de moldes nacionais. Há dois anos, na anterior participação, a associação classificou o mercado como tendo “boas perspetivas”. Agora, defende Patrício Tavares, haverá condições para criar as bases para uma relação industrial mais forte com o México. “Aliás, neste momento, a presença no país é até estratégica para algumas empresas nacionais”, adianta.

Mercado mexicano otimista Trata-se de um mercado que tem ganho dimensão nos últimos anos. Em 2016, integrava mesmo a lista dos dez

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principais mercados da indústria de moldes portuguesa, na sexta posição, representando 4% das suas exportações. Patrício Tavares explica que havia alguma expectativa, à partida, por parte das empresas, sobretudo após o anúncio da possibilidade de colocação de algumas restrições ao México, por parte dos Estados Unidos. “Foi, naturalmente, uma questão abordada em praticamente todos os encontros”, conta. Mas, após reuniões, quer com empresas, quer com entidades governamentais mexicanas, a comitiva nacional ficou mais tranquila. “Não há grande preocupação dos agentes locais. Pelo contrário, nota-se um grande otimismo no mercado que deixou mais confiantes as empresas nacionais”, afirma.

CEFAMOL Analisa Potencialidades dos Países do Golfo Pérsico O melhor conhecimento das potencialidades da região do Golfo Pérsico é uma das iniciativas da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL) para este ano de 2017, englobada na sua área de prospetiva comercial e procura de diversificação de mercados e setores para a indústria nacional de moldes. Um dos exemplos é a participação que a CEFAMOL tem prevista, juntamente com empresas associadas, na feira ‘Iranplast’, que vai decorrer de 26 a 29 de setembro, em Teerão (Irão). O mercado é “interessante e já existe uma

experiência passada de trabalho com empresas nacionais”, sobretudo pelo foco dado à indústria automóvel nessa região, mas também pela dimensão e desenvolvimento industrial do país, explica Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, sublinhando estar já em preparação quer a deslocação portuguesa ao certame, quer a receção de uma delegação do Irão para visita a Portugal. Está ainda em preparação a realização de um estudo, a apresentar no final do primeiro semestre do ano, sobre as potencialidades dos mercados do Golfo Pérsico.


Uma primeira abordagem a esta região foi já feita, no início do ano, pela CEFAMOL, ao participar, com um stand institucional, na feira “Arabplast 2017”, que decorreu entre os dias 6 e 11 de janeiro, no Dubai (Emirados Árabes Unidos), a convite da própria organização do certame. Manuel Oliveira classifica como “positiva” a participação, ressalvando que o grande foco da feira é a cadeia de valor da indústria de plásticos, com especial enfoque nas áreas das matérias-primas e sistemas de produção ou transformação. “A feira teve uma participação internacional rele-

vante, destacando-se a presença de pavilhões nacionais da Alemanha, Áustria e Itália, mas também Turquia, Irão, Índia e China, e visitantes oriundos não apenas dos países da região mais próxima (Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita ou Irão), mas também de países do norte de África como a Argélia, Tunísia ou Egito”, conta. Nas áreas de atividade mais representadas pelos visitantes, destacam-se setores diversificados, desde a embalagem, essencialmente na vertente da alimentação, à construção civil, podendo constituir alguma atração para o mercado de moldes nacional ao nível de alguns nichos de oportunidade.

CEFAMOL organizou reunião da ISTMA Europe em Portugal

A reunião da ISTMA Europe – Associação Europeia da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais, decorreu nos dias 7 e 8 de março, na Marinha Grande. Organizada pela CEFAMOL, membro desta Associação e entidade representativa do setor em Portugal, a iniciativa juntou cerca de 30 participantes, oriundos de diversos países europeus. A reunião teve lugar nas instalações da OPEN (localizada na Zona Industrial da Marinha Grande), em que se discutiram temas de interesse para o desenvolvimento da organização e se partilhou informação e experiências em curso no seio do setor nas diferentes regiões.

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Especial destaque foi dado à organização da 15ª Conferência Internacional da ISTMA que decorrerá entre 28 e 30 de junho na cidade brasileira de Joinville. Mais informações em: www.istma2017.com . Esta reunião integrou-se com no programa da Conferência de Imprensa Internacional de apresentação da feira “Moulding Expo” 2017, a realizar em Estugarda (Alemanha), no final do próximo mês de maio.

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HUNGRIA: UM MERCADO NO CENTRO DA EUROPA Joaquim F. L. Pimpão AICEP Hungria


Hungria: Breve Enquadramento Económico É indiscutivel que – devido, sobretudo, ao excelente comportamento do sector exportador e aos elevados montantes conseguidos com as transferéncias líquidas dos Fundos Europeus – a economia húngara tém tido, nos últimos anos, uma performance bastante positiva, tal como as estatísticas oficiais o indicam, por exemplo com o crescimento médio anual de 1,7% do PIB para o período 2011-2015. Para além do papel da economia e dos mercados externos, de destacar que, desde o último trimestre de 2014, também o consumo interno (público e privado) tem vindo a aumentar a sua importância para o crecimento da economia húngara. As exportaçoes são o grande motor da economia, com performances muito positivas, superando sucessivamente os resultados dos anos anteriores. Em 2015, as exportaçoes (com base em euros) cresceram 7,4% e chegaram aos 91,7 mil milhões de euros, tendo por seu lado, as importaçoes aumentado 5,6% e atingido os 82,6 mil milhoes euros, registando um superavit recorde de 8,1 mil milhões euros, fator essencial para o significativo superavit da balança de transações correntes e da balança externa da Hungria. De sublinhar que o sector exportador é dominado quase em absoluto pelas empresas internacionais instaladas na Hungria, (casos da Audi ou Mercedes), que, no seu conjunto, representaram em 2015, mais de 85% das vendas húngaras ao exterior. A economia húngara é aliás um das economias europeias mais integradas e abertas ao mercado internacional. Com efeito, o principal critério que mede o grau de abertura de uma economia (exportaçoes + importaçoes/PIB) não deixa a mínima dúvida, registando no caso húngaro, o valor de 160% em 2015.

Hungria: Mercado de Moldes Considerando o que acima foi referido sobre a estrutura produtiva, importadora e exportadora da Hungria, é natural que sejam sobretudo as empresas com capital estrangeiro as que usam na cadeia de produção e importam moldes para injeção de plástico, com destaque, como se verá adiante, para a Alemanha, para os fornecedores asiáticos, além de outros países europeus. Tal como acontece com as empresas exportadoras em geral, também no sector de Moldes, as empresas internacionais representam a grande maioria das exportações húngaras do sector. Na Hungria, o nível de produção (qualidade e quantidade) de moldes para injeção de plástico é inferior ao apresentado por Portugal. No entanto, não se deve minimizar o mesmo, pois há um número significativo de fabricantes (como veremos a seguir) concorrentes, não só para o mercado doméstico, mas também para os mercados interna-

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cionais, sendo que o principal mercado é a Alemanha, o qual representa quase 50% das suas exportações. Segundo a SZMSZ - Associação Húngara do sector, existem na Hungria cerca de 350 fabricantes de moldes, (50 a 60 são membros da associação) e 15 a 20 podem ser consideradas “grandes” empresas com capacidade para exportar. As restantes ocupam-se apenas com o mercado doméstico, sendo, normalmente, “especializadas” e, muitas vezes, produzindo moldes de menor complexidade, fornecendo apenas para uma ou duas empresas, onde por vezes se incluem as empresas internacionais instaladas no mercado. No mercado doméstico, os fabricantes húngaros são competitivos, mais pelo preço do que pela qualidade, mas ”a jogar em casa” tornam-se sérios concorrentes, sendo muito importante a sua rede de contactos. Segundo os dados do ITC - International Trade Centre, em 2014, a Hungria foi o 33º maior importador mundial de bens, representando 0,5% do total das importações mundiais. No que diz respeito à Indústria de Moldes, esta ocupava a 25ª posição do ranking, cerca de 0,9% das importações mundiais destes produtos. No período entre 2010-2014, a balança comercial de bens da Hungria sempre apresentou um superavit, mas, no sector de Moldes registou défices sucessivos. A tendência de crescimento das exportações de moldes foi menos acentuada do que a das importações, 7,4% contra 10,1%. Em 2014, a balança comercial deste sector foi deficitária em 30 milhões de euros (85M€ exportados e 115M€ importados). Em 2014, os 10 principais fornecedores externos de moldes representaram 87,5% do mercado húngaro, conforme s ode observar: • A Coreia do Sul (desde 2007, no topo dos fornecedores), com uma quota de mercado de 21%, em 2014. No período 2010-2014, a taxa média de variação anual das importações de moldes foi de 4,0% e a quota de mercado máxima foi atingida em 2011 (33,1%). • A Alemanha ocupava em 2014, a 2ª posição com uma quota de 19%, resultante de vendas de 21,6M€. Este foi o valor mais elevado entre 2010 e 2014, período em que as compras (média anual) de moldes à Alemanha aumentaram mais de 19%. • A China foi o terceiro maior fornecedor de moldes, com uma quota de mercado de 11,5% (13,3M€), em 2014. No período 2010-2014, as importações destes produtos por parte da Hungria, registaram um aumento – igualmente - de 19 %. • O Japão foi o quarto fornecedor de moldes, com um peso no mercado de 10,6% (12,2M€), em 2014. Entre 2010 e 2014, as importações húngaras de moldes a este país aumentaram a um ritmo médio anual de 13%.

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• Em 2014, a Itália foi o quinto fornecedor de moldes, com uma quota de 9,3% (10,8M€). Entre 2010 e 2014, as compras, em média anual, cresceram 96%. • Seguem-se a França com uma quota de 5% (5,7M€), a Áustria, com uma quota de 3,7% (4,3M€), a Suiça (3,2%), Singapura (2,4%) e a Polónia (1,9%). Como se pode ver, no top 10 dos fornecedores de moldes à Hungria, quatro eram asiáticos, que detinham mais de metade do mercado em 2014 (58,1%) e seis eram europeus (41,9%). Na Hungria, o mercado de moldes para plásticos é composto por vários clientes de diversos sectores, com destaque, pela sua importância, para a indústria automóvel (sobretudo peças e componentes), material elétrico e eletrónico (de sublinhar a importância dos eletrodomésticos) e o sector de embalagem. Pode dizer-se que o mercado de moldes mais simples tem como principais players, os fabricantes locais, alicerçados em preços competitivos, assim como a importação proveniente da Coreia do Sul, da China e de Singapura. Os moldes mais complexos são sobretudo, provenientes dos paises europeus e do Japão. Segue-se uma breve apresentação dos três sectores industriais mais importantes:

Indústria automóvel, peças e componentes Para a economia húngara, o sector automóvel apresenta uma importância decisiva, representando cerca de 5% do PIB, 23% da produção industrial, 14% das exportações e dando emprego a mais de 130 mil pessoas. Neste sector, destaca-se a empresa Audi (Grupo VW), fortemente instalada na Hungria desde 1993. Os números são esclarecedores: a Audi, com a fábrica de motores (produção de 8,1 mil/dia, cerca de 2 milhões/ano) e a unidade de montagem dos modelos A3 e TT (160 mil/ano) representa 2% do PIB e 9% do total das exportações. Nos últimos dois anos, a Audi investiu 2 mil milhões de euros na modernização e expansão das suas unidades fabris, sendo o volume de negócios anual superior a 7 mil milhões de euros e empregando mais de 11 mil pessoas. Nesta indústria de amplo espectro, para além da Audi, de referir ainda por ordem de volume de negócios, a Mercedes-Benz Hungary, Magyar Suzuki, Continental Automotive Hungary, Lear Corporation Hungary, Michelin Hungária, Robert Bosch Systems, Hankook Tire Magyaország, LuK Savária, Denzo Magyarország, BorgWarner, Hammerstein, BPW-Hungária, Halla Visteon e ZF Hungária. No total, são cerca de setecentas empresas, mas deve sublinhar-se que as maiores vinte e cinco representam 95% da produção automóvel. De destacar ainda que dos vinte principais fornecedores mundiais da indústria automóvel (Tier 1), quinze estão instalados na Hungria.

MARKET REPORT

Indústria Elétrica e Eletrónica (eletrodomésticos) Este sector, o segundo em importância para a economia húngara na sua vertente exportadora, é também constituído por uma forte presença de empresas internacionais instaladas no mercado. Estão em atividade cerca de trezentas empresas, mas a tendência mantém-se, tal como no ponto anterior - as principais vinte cinco empresas representam mais de 90 % da produção. A indústria garante trabalho a cerca de 50 mil pessoas, destacando-se a montagem de equipamentos e a produção de componentes eletrónicos, assumindo especial importância o fabrico de eletrodomésticos. Entre as principais empresas que compõem o sector, e com a exceção da Videoton (empresa com 100% de capital húngaro), destacam-se as multinacionais instaladas na Hungria: GE Hungary, Samsung Electronics Magyar, Flextronics Internacional, PCE Paragon Solution (Foxcon), Jabil Circuit Magyarország, Robert Bosch Elektronika, Nokia Komárom, Electrolux Lehel, Delphi Hungary, IBM Data Storage, NI Hungary, Videoton Holding, Philips Magyaország e EPCOS Elektonikai.

Indústria de embalagem A área de transformação de plástico assistiu, nos últimos anos, a um ritmo de crescimento bem acima da média da indústria em geral, tendo-se destacado o subsector de embalagem. Os dados mais recentes indicam que 40% do plástico transformado foi destinado a esta área industrial. Para este aumento de importância, muito contribuiu o investimento estrangeiro realizado no passado recente na Hungria. Atualmente, no mercado, estão em atividade cerca de quatrocentas empresas, com um total de 65 mil trabalhadores. No subsector de embalagens de plástico, as principais empresas são a Taghleef Industries, Sealed Air Magyarország, Mondi, Coveris Rigid Hungary, CSI Hungary, Resilux Közép-Európa, Vitafoam Magyarország e ALPLA Műanyag

Moldes de Injeção de Plástico: a Relação Hungria-Portugal De acordo com o INE, em 2014, para a Indústria de Moldes, a Hungria foi o 20º principal cliente de Portugal. O mercado húngaro representou 3,9M€ de vendas para Portugal, apenas 0,7% das exportações portuguesas do sector. No mercado português, a Hungria, enquanto fornecedor de moldes, ocupava a 14ª posição, com uma quota de 0,9% (1,5M€). Entre 2010 e 2014, as vendas portuguesas destes produtos no mercado húngaro aumentaram a um ritmo médio anual de 119%, resultante duma tendência de crescimento


registada desde 2010 até 2013 (165%), seguida de uma quebra em 2014 (-17%). Neste período, o crescimento mais acentuado (443%) teve lugar em 2011, ano em que estas exportações registaram o valor de 3,1M€. No entanto, o valor máximo foi atingido em 2013, com 4,8M€. No relacionamento comercial com a Hungria, os moldes representaram 1,8% das exportações e 0,6% das importações portuguesas.

Principais feiras e eventos: − Industry Days - 9-12 de maio de 2017 − Automotive Hungary - outubro 2017

Principais entidades relacionadas com a Indústria de Moldes: − SZMSZ – Hungarian Tool Maker’s Association

Outras Informações Práticas sobre o Mercado Húngaro Principais empresas húngaras produtoras de moldes (ordem alfabética): Anton Kft.. Bausch Tooling Kft.. Bekomold Kft.. Büttner Kft.. Camilleon Kft.. Cívis-Mould Kft.. Deutschplast Kft., Duna Precíziós Kft.. Elsner Kft.. Euroform Kft.. Gia Form Kft.. Gravitás 2000 Kft.. GNSZ Kft.. H.T.M. Zrt.. Inter-V Kft.. Kresz & Fiedler Kft. Mould Kft.. Naton Kft.. P-Form Kft.. SKS Szerszámkészítő Kft.. Slezák Kft. Technoplast Kft. TrendForm Kft.. Unitool-Plastik Kft.. Videoton Precíziós Kft.,ZForm Kft..

Principais empresas de injeção de plástico (ordem alfabética): AE-Plasztik Kft.. Albuplast Kft.. Besser Hungaria Kft.. BOS Plastics Systems Hungary Bt. Curver Magyarország Kft. Galvanplastic Kft. Győri Plast Kft. Jász-Plasztik Kft. Kaloplasztik Kft. Kiss Műanyagtechnika 2003 Kft. Kunplast-Karsai Zrt. Lego Manufacturing Kft. Max-Magyar Kft. Metamorf ’90 Kft. Metálplaszt Kft. Mikropakk Kft. Nolato Magyarország Kft. Novocoop Kft. Payer Industries Hungary Kft. Plastelektro Kft. Plasticast Hungary Kft. Qaudrant CMS Hungary Kft. PEMÜ Zrt. Plastimat Magyarország Kft. Simon István E.V. Siroma-Plast Kft. Star-Plus Kft. T-Plasztik Kft. Trend Kft. V&V Crane Kft. VT Plastic Kft. Weiss Hungaria Kft.

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− Hungarian Plastics Association − Association of the Hungarian Automotive Industry − National Electronics Society of Hungary − CECED Hungary Society − Hungarian Association of Packaging and Materials Handling − Association of the Hungarian Rubber Industry − Hungarian Tire Association − Hungarian Chamber of Commerce and Industry

A CEFAMOL e as empresas portuguesas da Indústria de Moldes podem contar com a total disponibilidade da AICEP e do seu escritório em Budapeste, para o apoio à sua intervenção no mercado.

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MARKET REPORT

EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Primeiro Trimestre 2017

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar




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