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Caro leitor, Esta primeira edição da Revista SUSTMTABILIDADE conta com a colaboração de grande parte de nosso Colégio, − as primeiras e segundas séries do Ensino Médio e uma pequena contribuição do Ensino fundamental I e II. A revista pretende ser um veículo de divulgação e discussão sobre um tópico de destaque na atualidade: a Sustentabilidade Ambiental. A ideia surgiu após a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) declarar que 2011 seria o Ano Internacional das Florestas, com o intuito de mobilizar os países a promoverem técnicas e desenvolverem atividades que priorizassem a conscientização da população sobre temas que envolvessem o desenvolvimento sustentável. Assim, a produção dos alunos girou em torno dessa temática com dois temas centrais: florestas e sociedade e o lixo e a questão sócio-ambiental. Por vezes é considerado saturado discutir sobre o meio ambiente. A revista tem como intuito desmistificar esse padrão, mostrando que o tema não está distante da realidade e nem é tão enfadonho quanto parece. Em nosso projeto, o lixo (em termos técnicos, resíduo) foi reciclado de várias formas, transformando-se em conhecimento. Todo o tipo de lixo foi abordado − do residual ao ideológico, do reciclável ao nuclear, do irrecuperável à arte. Conceitos teóricos, o envolvimento com o meio, medidas sustentáveis, polêmicas, catástrofes, trajetória histórica e novidades tecnológicas, são apresentados em
diversos gêneros textuais (artigos, entrevistas, charges, passatempos etc.), enfatizando a abrangência do tema e o quão presente ele está no nosso dia-a-dia. Assim, não se exibe aqui uma responsabilidade ambiental baseada em moldes apocalípticos, como é apresentada por muitas vezes, mas sim norteada pelo bom senso; a sustentabilidade é apresentada de forma prática e cotidiana. Recentemente preocupações ambientalistas vêm à tona, pois, com o desenfreado progresso tecnológico, que prioriza a economia e não o bem-estar, emergiram catástrofes naturais talvez irreversíveis. Pensar em remediar erros por práticas prejudiciais ao planeta para que tudo se conserte, chega a ser hipocrisia. Remediar algo é resultado de chagas passadas. Cuidar do meio em que estamos inseridos é, invariavelmente, como cuidar do próprio lar. Não é um interesse de determinadas classes ou instituições. Não é preocupação só de grupos ativistas, ONGs ou um problema a ser debitado apenas ao governo. É um valor que se adquire, não apenas para proveito próprio, mas para o bem-estar de toda a coletividade. Prática e cotidiana. Essa é a postura que se deve assumir naturalmente. Adotar o respeito ao meio ambiente deve ser um valor adquirido com vivência e atuação prática de mundo. Danielle Takase, a Editora
susTMtabilidade - Uma publicação do Colégio Termomecanica Revista feita pelos alunos das 1as e 2as séries do Ensino Médio do Colégio Termomecanica, sob orientação de todos os professores do Ensino Médio Corpo editorial: Lucas Vieira, 1º EMM A. Gabriel Grisanti, 1º EMM B. Thiago Marchesan, 1º EMM C. Caio Fernando e Ana Carolina Navarro, 1º EMV D. Isabel de Almeida e Karina Bonilha, 1º EMV E. Editora-chefe: Danielle Takase Laura Stocco, 1º EMV F. Bianca Figueiredo, 2º EMM A. Revisão Ortográfica: Danielle Takase e Bianca Figueiredo Clarisse Kaori, 2º EMM B. Gabriela Amorim, 2º EMM C. Orientação: professores do Ensino Médio do Colégio Termomecanica Egle Tavares e Carolina França, 2º EMV D. Danielle Takase, 2º EMV E. Colaboração: Andrés Calonge Méndez, Antonio Ive Marinheiro e Agenda 21. Bruna Maeda, 2º EMN F. Stephanie Mello, 2º EMN G. Diagramação: Victor Fragoso, 1º EMM C. Hanna Hayar, 2º EMM B. Rodolpho Marques, 2º EMM B.
Índice Acontece na TM
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Brasil
05
Meio Ambiente & Sociedade
12
Política
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Economia
29
Ciência & Tecnologia
38
Especial Energia Nuclear
51
Cultura
53
Língua Estrangeira
56
Saúde & Esporte
93
O corpo editorial da Revista SusTMtabilidade gostaria de agradecer a colaboração e empenho dos alunos e professores que viabilizaram esta 1ª edição da revista. Professores orientadores: Alessandra Bautista, Alessandra Noronha, Andrés, Assunta, Carmosina, Célia, Corina, Edson, Emília, Fabiany, Fernando, Gislene, Horácio, Igor, Ilvanita, Ive, Janete, Keyla, Luíz, Marilene, Modesto, Nívea, Orson, Pablo, Rafael, Regiani, Saliba, Sibila e Wilson.
Coletor de energia solar alternativo Coletor de energia
O aquecedor solar
Um dos maiores problemas ambientais é a grande quantidade de lixo descartada diariamente: cerca de 5 kg por pessoa. Sendo que somente no Brasil são descartados aproximadamente 240 mil toneladas de lixo por dia. E para piorar a situação 88% do lixo doméstico do país vai para aterros sanitários, nos quais o processo de fermentação produz o chorume e libera gás metano, ambos prejudiciais ecologicamente. Parte do lixo vai para usinas de compostagem e a parte hospitalar é incinerada. Assim, apenas 2% do lixo é reciclado. O processo de reciclagem custa caro, 15 vezes mais do que jogar o lixo em aterros. Porém, pensando nos benefícios a longo prazo, é sem dúvida muito mais vantajoso e ecologicamente correto. Pequenas atitudes de cada cidadão contribuem para diminuir os danos ambientais, e projetos como o de um aquecedor solar caseiro, que será apresentado nesse artigo, são ótimos exemplos de reciclagem direta.
O coletor solar utiliza basicamente garrafas Pet, caixas Tetra Pak e tubos de PVC em sua construção. Os tubos de PVC funcionam como colunas de absorção e, apesar de serem menos eficientes que os de alumínio e cobre utilizados em coletores profissionais, têm uma boa relação de custo-rendimento. As garrafas Pet substituirão a caixa metálica e protegerão o interior do coletor de qualquer interferência externa. As caixas Tetra Pak atuam como painel de absorção e por serem pintadas de preto, o calor absorvido por elas em seu interior será maior. Esse calor que fica retido é transferido para água através dos canos de PVC, promovendo o seu aquecimento. No projeto de aquecedor solar desenvolvido pelos alunos do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena, com orientação do professor Modesto Pantaleo Junior, foram utilizadas garrafas Pet de Coca Cola e Pepsi, devido ao seu formato, e caixas Tetra Pak de 1 litro. O colégio fará uso do coletor solar para aquecer parte da água utilizada nos laboratórios de Física e Biologia e visa com esse projeto incentivar os alunos a tomarem iniciativas ecologicamente favoráveis.
Alunos: Gabriela Andrade Duarte Bruna Eltz Bruna Tami Cleiton Vicente Fernanda Celloto Fernando César Thales Liferson 2°EMMB Prof. Orientador: Modesto
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A vida pela morte da Amazônia A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, tendo como área 5,5 milhões de Km², estando cerca de 60% em território brasileiro. Apesar dessa imensa área, ela corre riscos vindos de diversas partes, inclusive do próprio Governo, que ao invés de lutar para sua preservação, incentiva os pequenos agricultores a desmatarem essa área. De acordo com as pesquisas realizadas, o desmatamento da Amazônia corresponde a 74% dos gases enviados a atmosfera pelo Brasil. Esse é um grande percentual que aumenta dado ao desmatamento ilegal, feito por madeireiras que não respeitam o código florestal. O Brasil é o país que mais desmata a Amazônia, talvez porque grande parte dela esteja no país, mas o desmatamento é tamanho, que muitos hectares são destruídos por ano. O maior ‘’desmatador’’ entre as propriedades particulares é Léo Andrade Gomes, que derrubou 12,5 mil hectares de mata nativa sem autorização, isso equivale a mais ou menos 853 Maracanãs. O desmatamento nem sempre é ilegal, por exemplo, com novo código florestal pode haver a aprovação
imediata do desmatamento de cerca de 750 mil km², maior que duas áreas do Estado de Goiás, que é o sétimo maior Estado do Brasil. Mesmo com os diversos avisos sobre o mal que o fim da Amazônia traria a sociedade brasileira, os lucros que o desmatamento traz às madeireiras, e também aqueles que atuam com essa ilegalidade fecham os olhos do governo. Na mesma sociedade que compartilha com a destruição da mata, há aqueles que são contra e tentam protegê-la, por este motivo acabam por serem ameaçados ou mortos. São inúmeros os casos já divulgados pela mídia, como o caso de Edmar Brito, que participou do conflito Pov. Buriti Corrente/TG Agroindústria, que sofreu inúmeras tentativas de assassinato no ano de 2010 e no momento encontra-se desaparecido. O governo perante essas ameaças ajuda na proteção de líderes de movimentos, porém muitos outros que tentam preservar a floresta não recebem o mesmo auxílio e por isso acabam por serem mortos, por tentarem defender um dos maiores bens brasileiros e mundiais: a Amazônia.
Alunos: Felipe L. Cyndi R. Beatriz G. Helena G. Letícia Nunes. Bruna P. Matheus B. 1° EMVF Prof. Orientadora: Nivea susTMtabilidade
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Novo Código Florestal Atualmente, o mundo presencia uma grande crise em relação ao meio ambiente. O cenário que vemos é devastador: geleiras derretendo, rios poluídos, buracos na camada de ozônio, animais e plantas extinguindo-se, altos índices de poluição atmosférica e florestas sendo destruídas. No caso particular do Brasil, a Floresta Amazônica, por exemplo, ocupa grandes dimensões − não só no território brasileiro, mas também em partes da América do Sul − está sendo largamente devastada. O novo Código Florestal dá ainda mais espaço aos fazendeiros que ainda desmatam áreas em prol do dinheiro. Desse modo, começa um grande conflito entre ambientalistas, que defendem a preservação e o manejo sustentável da floresta; e os grandes fazendeiros e empresários que desmatam as florestas para obter lucro e acabam por defender leis menos severas para benefício próprio. A opinião do novo Código Florestal está dividida entre fazendeiros, empresários, proprietários, ambientalistas, ONGs e diferentes partes da sociedade. Os primeiros – grandes fazendeiros, empresários e proprietários – defendem a ideia do novo Código, pois o mesmo os beneficiará no que se refere ao uso das terras para a agropecuária e no manejo dos recursos naturais em geral, o que se reverte em grandes lucros para os latifundiários e danos para o meio ambiente. Os pequenos proprietários, por outro lado, não defendem o novo Código Florestal, que reduz ainda
mais seus direitos sobre a terra, que usam, muitas vezes, para obter o próprio sustento. A grande polêmica do novo Código, contudo, é o fato de que os grandes latifundiários, que desmatam e queimam grande parte da mata nativa, serão anistiados, e, portanto, podem levar certa vantagem com o novo código. A partir desse conflito, no qual há diferentes setores da sociedade atuando, a Filosofia começa a se fazer presente. É importante notar que estão envolvidos diversos interesses, mentalidades e principalmente os diferentes princípios éticos, os quais a Filosofia se empenha em discutir. A bioética é um assunto extremamente delicado e deve ser discutido, pois é de extrema relevância. Segundo H. M. Kottow, autor do livro “Introdución a la Bioética”, a mesma é um conjunto de conceitos, argumentos e normas que valorizam e justificam eticamente os atos humanos, os quais podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitais. Isso significa que os atos que são praticados hoje, como o desmatamento das florestas, podem trazer danos que irão afetar gravemente todo o planeta Terra. A filosofia exerce um papel importantíssimo, pois é a responsável por fazer com que os indivíduos de uma sociedade pensem de maneira consciente nos seus atos, sempre levando em conta o que deixarão de herança para as gerações futuras.
Alunos:
Referências:
Angela Carapunarla Geribola André Tunes do Nascimento Camila Fernandes Romeiro Carolina de Oliveira Silva Camila Passi Batista Cássia Ananda Passarelli De Lima Marrary das Chagas Silva
ESTADÃO. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,videos-entenda-o-novo-codigo-florestal,714380,0.htm
2°EMMB Prof. Orientador: Pablo
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Qual será o futuro da Floresta Amazônica? O Brasil é um país rico em florestas tropicais, entre elas a Amazônia. O mais impressionante é que o país possui em seu território 60% da área total de seis milhões de quilômetros quadrados da floresta Amazônica. O país conta com a maior biodiversidade de animais e vegetais do mundo, entre 10 a 20% de 1,5 milhões de espécies já catalogadas. São cerca de 55 mil espécies de plantas, 502 de mamíferos, 1.677 de aves, 600 de anfíbios e 2.657 de peixes, o que corresponde respectivamente a porcentagem mundial de 22%; 10,8%; 17,2%; 15%; 10,7%; como mostram os gráficos: A Amazônia possui grande influência ambiental no mundo inteiro, principalmente porque nela está fixada mais de trilhões de toneladas de carbono, liberar sete milhões de toneladas de água ao ano para a atmosfera e seus rios descarregarem 20 % de toda a água doce despejada nos oceanos pelos rios existentes no planeta. Porém, com o desenvolvimento a Amazônia tem se tornado vítima daqueles que não se preocupam com os seus recursos naturais, o que traz prejuízos como a degradação do solo e dos rios, alterações climáticas, diminuição da biodiversidade. O desmatamento na Amazônia se estende em uma faixa que vai desde o Maranhão até Rondônia denominada de “Arco do Desmatamento” e que atual-
mente foi renomeada para “Área de Consolidação e Recuperação”. Porém um dos problemas que impedem o extrativismo de avançar é o desmatamento, que será difícil de superar pelo fato de que, cerca dos 11 milhões de m³ de troncos de madeira exportados 8 são de forma ilegal, estima a Secretaria do Meio Ambiente. Com o desmatamento acelerado, falta de reposição e aumento de terras privadas com o objetivo de obter lucro em cima de atividades como a pecuária e a agricultura, não sobrará terras para a instalação da biodiversidade, tão pouco para o extrativismo. Outro problema é a legalização de terras, que mesmo com o Terra Legal, um projeto na Amazônia que titulou a propriedade de terras públicas federais não destinadas ocupadas por posseiros na Amazônia Legal em cerca de 76 hectares, estão somente em áreas de risco, não abrangendo assim toda a grande maioria de terras ainda sem risco, mas que em breve estarão sofrendo com o desmatamento em busca de lucro desenfreado. A Amazônia é um patrimônio muito importante, não só para os brasileiros, mas sim para o mundo inteiro, que ainda não percebeu a sua grandeza. E se o desmatamento continuar como está, nós brasileiros só vamos perceber depois de perdê-la, por esse e muitos outros motivos a Amazônia tem o direito e merece ser preservada.
Alunos: Guilherme Rocha Dayane Pacheco Gabriela Martins Gustavo Ramos Higor Carmanini Matheus Monaco Vinicius Olino 1ºEMVE Prof. Orientador: Igor susTMtabilidade
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A Amazônia na Guerra Soldados da Borracha reivindicam indenização. A Segunda Guerra Mundial ocorreu entre os anos de 1939 e 1945 e foi consequência da disputa imperialista entre países industrializados por mercados consumidores e fontes de matérias-primas, envolvendo, direta ou indiretamente, quase todas as nações do planeta.
Inquérito (CPI) da Campanha da Borracha, instalada em 1946 pelo Congresso Nacional.
Em sua defesa, a Advocacia Geral da União (AGU) argumentou que os fatos ocorreram na década de 1940, quando era vigente a Constituição de 1937 e o Brasil vivia um período de guerra. Portanto, de acordo com a contestação, o pedido dos Soldados da Borracha não pode ser atendido, já que se baseia na Apesar de a Europa ter sido o palco principal dos Constituição atual, de 1988. A União salienta ainda conflitos, no Brasil essa Guerra também deixou ví- que os efeitos patrimoniais reclamados por meio da timas. Além dos soldados da FEB (Força Expedicio- ação são sujeitos à prescrição e que não existe, nos nária Brasileira), vários homens foram recrutados autos em questão, prova dos prejuízos sofridos pelo para trabalhar na extração de látex das seringueiras e autor, requisitos necessários em demandas dessa namorreram por conta da vida difícil e precária que le- tureza. vavam. O esforço dos seringueiros foi de importante valor para a vitória dos Aliados (EUA, França, URSS Quem foram os Soldados da Borracha e Inglaterra). Foram heróis, embora não reconhecidos pelo governo. Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se depararam com um grande probleEstes trabalhadores lutam hoje para resgatar direitos ma: a escassez de uma das principais matérias-primas perdidos há 66 anos. Os sertanejos sobreviventes, da guerra: a borracha. alguns octogenários, esperam por uma reparação financeira, que é devida pela sua contribuição nos es- A entrada do Japão no conflito prejudicou ainda mais forços do Brasil na Guerra. o fornecimento de borracha, pois em 1942 este país controlava mais de 97% das regiões produtoras asiátiA lei dá direito a dois salários mínimos aos trabalha- cas que forneciam borracha para as indústrias bélicas dores sobreviventes e seus descendentes se compro- dos Aliados. varem que não tem condições de se sustentar. Hoje, 14.063 pessoas recebem a pensão pela Previdência Os Estados Unidos, governado pelo presidente Social, no valor médio individual de R$ 1.070. Segun- Franklin Roosevelt, depois de análises, chegaram a do os seringueiros, esta quantia não é suficiente para resultados alarmantes: a falta de borracha seria uma pagar os direitos humanos violados. ameaça para a segurança do país e poderia causar o êxito do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Os Soldados da Borracha criaram o Sindicato dos Soldados da Borracha que representa atualmente O governo norte americano se voltou então, para a quatro mil pessoas, sobreviventes de um “exército” Amazônia, que possuía 300 milhões de seringueiras de 50 mil homens, mobilizados para a extração da prontas para a produção de 800 mil toneladas de borborracha na época. Juntamente com os Seringueiros racha anuais, o que cobriria as necessidades dos Esde Rondônia, grupo formado por trabalhadores que tados Unidos. Porém, o número de trabalhadores no também foram explorados na época. Eles pleiteiam local era pequeno para que a extração fosse realizada uma indenização individual de R$ 763,8 mil que seria no prazo necessário. Coube ao governo brasileiro, paga pelo governo brasileiro. Diversos documentos, através dos “Acordos de Washington”, recrutar trabacomo depoimentos de testemunhas, foram anexados lhadores para os seringais da Amazônia, financiado ao processo, derivados da Comissão Parlamentar de pelos Estados Unidos. 8 susTMtabilidade
O governo brasileiro, então, dedicou-se a recrutar homens analfabetos vitimados pela seca nordestina. Esses, influenciados por promessas de melhor qualidade de vida e enriquecimento, aceitaram migrar para a Amazônia e trabalhar nos seringais. Logo perceberam que tudo não passava de uma ilusão. Getúlio Vargas, presidente da época, criou a SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), que aliada a Rubber Reserve Company, agência do governo americano, recrutou uma massa de nordestinos totalizando 50 mil homens, principalmente oriundos do Ceará, Piauí e Maranhão, que a partir de então seriam os chamados Soldados da Borracha. A propaganda do governo brasileiro era de que os nordestinos “lutariam” na Segunda Guerra Mundial tirando látex das árvores. Através de cartilhas e cartazes o governo apresentava por meio de desenhos a uma população analfabeta que o Brasil era uma terra promissora. O SEMTA prometia toda a pesca e caça adquirida, 60% da produção da borracha, assistência à saúde, deslocamento seguro e confortável, comida saudável, Cr$ 10 (dez cruzeiros) por dia de trabalho e Cr$ 6 (seis cruzeiros) por dia que não fosse possível trabalhar, além da proteção das famílias deixadas no nordeste. Os Soldados recrutados receberam um kit de viagem composto de dois pares de roupa, uma alpercata, chapéu, mochila, rede, um prato fundo, uma caneca, um garfo e uma colher. O que foi prometido pelo governo para os Soldados não foi cumprido. A vida na mata era muito difícil. Os
seringueiros tinham o dever de fornecer 35 mil toneladas anuais de borracha aos Estados Unidos. Entrar em uma terra desconhecida não era tão perigoso quanto contrair doenças, como a malária, sarampo e tuberculose. Os Soldados criavam por conta Propaganda divulgada para atrair os nordestinos na época própria meios para livrar-se das dores e das febres que as doenças traziam. Outro problema era o convívio com os índios. Muitos Soldados invadiam as comunidades indígenas, matavam os homens e sequestravam as mulheres. Depois da Segunda Guerra Mundial houve um declínio dos seringais, principalmente no Acre, onde havia o maior número de Soldados. “Endividados” com os seringalistas, muitos Soldados da Borracha não conseguiram pagar o que lhes era cobrado e não podendo voltar para a sua terra natal, o nordeste, permaneceram na Amazônia, lugar onde residem os sobreviventes até hoje. Lamentavelmente, um lugar em que a biodiversidade poderia garantir a sobrevivência digna dos povos que lá habitam, serve para que poucos gananciosos desmatem a floresta e explorem a sua população. E o que é mais lamentável, com a anuência ou omissão do Estado.
Alunos: Laura Stocco Felicio Sabrina Mendes Tamiris Jessica Andreotti Michelle Gomes Leticia Jordao Ana Raquel Bertelli Tayna Wandeur 1°EMVF Prof. Orientador: Ive susTMtabilidade
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Breve Histórico da Ocupação da Mata Atlântica No ano de 1500, ano da chegada dos portugueses ao Brasil, a paisagem dominante na costa brasileira era uma mata densa e exuberante: a Mata Atlântica. Esse bioma estendia-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, beirando o litoral e penetrando o continente em direção ao interior por extensões variadas, de acordo com as características geográficas e climáticas.
ra atividade econômica da colônia. De 1500 a 1530, não houve um projeto de colonização para o Brasil e a extração do pau-brasil foi feita principalmente pelos europeus, os quais pagavam impostos para a Coroa Portuguesa. Era usada mão-de-obra indígena, cujo pagamento era feito na forma de escambo, ou seja, os índios em troca do trabalho recebiam objetos sem valor como facas e chapéus. Desde esta época até cerca de 1850, foram devastadas enormes áreas de mata à Entretanto, a floresta não era assim quando chega- custa da mão de obra escrava, principalmente indígeram os europeus. Estima-se que havia cerca de dois na e africana, de forma desordenada. Além da prátia quatro milhões de “índios”, assim nomeados pelos ca da extração comercial, a Mata foi destruída para a europeus, no Brasil, e uma grande parte deles vivia construção de vilas e cidades. na Mata Atlântica. Os índios são descendentes dos primeiros hominídeos que chegaram à Mata Atlânti- Posteriormente, foram implantados engenhos de caca. Esse povo, segundo a teoria evolucionista, surgiu na-de-açúcar, contribuindo significativamente para na África e através de rotas alternativas chegaram ao a devastação da Mata Atlântica. Na Zona da Mata Brasil e ocuparam a área da Mata Atlântica. Nordestina, a floresta foi completamente devastada e em seu lugar surgiram extensos canaviais. A canaUm dos questionamentos dos tempos modernos é so- -de-açúcar foi a principal atividade econômica nos bre o grau de modificação que os hominídeos causa- séculos XVI e XVII. Era plantada em latifúndios, que ram na Mata, devido à vida rústica que levavam, sem ocupavam imensas áreas para conseguir suprir o merque tivessem recursos de investimento tecnológico cado europeu, tendo também como base a mão-decomo os atuais. Acredita-se que as primeiras altera- -obra escrava africana. ções não foram significantemente importantes para uma grande devastação, pois o principal objetivo dos A monocultura causou o empobrecimento do solo e, hominídeos era da subsistência através dos recursos consequentemente, tornou necessária a troca de local naturais como a agricultura e o fogo que produziam, para a plantação, o que aumentou o número de áreas e isso não afeta em grande escala o bioma. devastadas. Trazida principalmente para servir como força motriz nos engenhos, foi implantada a pecuária, Depois de muitos anos, os segundos invasores, que que se expandiu como atividade econômica e causou foram os portugueses, chegaram através de navios. A sérios danos sobre a Mata Atlântica. sua exploração dava-se através da retirada de material para construção de seus abrigos, de alimento, re- Cronologicamente, o chamado “Ciclo do Ouro”, deu médios e cultivos, principalmente de mandioca e mi- sequência à devastação da Mata Atlântica através da lho; na qual era necessário queimar trechos da mata mineração, destruindo extensas áreas do estado de para a formação de clareiras que, inicialmente, apre- Minas Gerais para a retirada de tal minério e, consesentavam áreas férteis. Porém, com alguns ciclos de quentemente, a instalação de vilas e arraiais. plantio, estas áreas tornavam-se pobres em nutrientes e era necessário queimar novas áreas. Já com a queda da mineração, outro ciclo econômico do Brasil, localizado em áreas de Mata Atlântica, Ciclos extrativistas foi o “Ciclo do Café”, e este se instalou inicialmente na região do Vale do Paraíba, Baixada Fluminense e Desde o princípio da colonização, os portugueses ex- Sul de Minas, que se expandiu para o oeste a partir de ploraram o pau-brasil, do qual se extraía tinta para te- 1850, passando por Campinas (SP), posteriormente cido, sendo o produto no qual se estabeleceu a primei- chegando a Ribeirão Preto (SP), onde se consolidou. 10 susTMtabilidade
Esta atividade gerou um adensamento urbano ainda maior, proporcionou a construção de ferrovias, contribuindo para o aumento do desmatamento no século XIX. A Mata Atlântica nos dias de hoje Na Serra do Mar, devido às altas escarpas e à relativa escassez de terras nas planícies litorâneas para a agricultura, o litoral da região sudeste passou à margem dos ciclos econômicos do açúcar e do café, que alteraram profundamente a paisagem do planalto interior. Por isso nessa região há áreas extensas com cobertura florestal preservada.
de 1.290.692,46 km² e atualmente o território remanescente é de 95.000 km², isto é, 7,3% da área original. Os valores são apenas mais um meio de evidenciar a necessidade de adoção de medidas eficientes para a sua conservação e recuperação. Os desafios para a preservação dessa mata são diversos, e principalmente devido ao pequeno planejamento de uso e ocupação da área. Precisamos preservar o que ainda resta da natureza, mas isso todos sabem. Então vamos pensar e ter consciência de que devemos continuar com o desenvolvimento sustentável e fazendo com que a Mata Atlântica possa continuar trazendo os benefícios que sempre trouxe. E para que possamos ajudar esse bioma, precisamos pensar globalmente e agir localmente, e podemos reciclar, e apoiar as ONGs (Organizações Não-Governamentais) sustentáveis
Atualmente, o crescimento urbano e o consumo dos recursos é o principal fator de degradação da Mata Atlântica, além da falta de políticas públicas que incentivem seu uso sustentável. Este bioma possui gran- E você, ainda continuará contribuindo para a devasde importância social, econômica e ambiental e para tação ? que possamos comparar, a área original da mata era
Alunos: Thalita C. Natália M. Amanda B. Giovanna T. Julia L. Letícia P. Letícia B. 1°EMMA Prof. Orientador: Andrés susTMtabilidade
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Caminhos do lixo A maioria das pessoas não conhece o destino do lixo que produz e, para agravar a situação, o governo não se preocupa em informá-las a respeito. Isso acontece, pois, na maior parte das vezes, a coleta do lixo é realizada por empresas privadas, mantendo a população em geral distante de qualquer conhecimento do processo. Não atribuir ao lixo a devida importância já faz parte da cultura das cidades brasileiras. O governo não dá satisfação e o povo, por sua vez, não exige informações a respeito das medidas tomadas. Alunos do Colégio Termomecanica, localizado na cidade de São Bernardo do Campo, realizaram entrevistas com os responsáveis pelos Departamentos de Limpeza Urbana nas cidades de São Bernardo do Campo e Diadema. Tais cidades foram escolhidas por apresentarem diferentes características, dentre elas a extensão territorial. São Bernardo do Campo possui 1406 Km², enquanto Diadema possui apenas 31km². Além disso, segundos dados do IBGE, a população de São Bernardo do Campo é de aproximadamente 811 mil habitantes. Por outro lado, Diadema possui apenas 398 mil. Abaixo seguem as entrevistas: Entrevista com Romildo M. Kamura, diretor do departamento de Limpeza Urbana do município de Diadema. TM: Nós nos preocupamos muito em deixar nossas residências limpas e organizadas, mas após descartarmos o lixo, para onde ele vai e o que acontece com ele (por quais processos ele passa)? R.K.: No caso de Diadema, a cidade recolhe mensalmente em torno de nove mil e quinhentas toneladas de lixo domiciliar por mês. Diadema se difere dos demais municípios do ABC, porque temos a estação de transbordo, que os demais municípios não possuem pela proximidade com o aterro. Temos dois aterros na região, o de Santo André que atende somente o município de Santo André e o aterro da Lara, que fica em Mauá. Então Diadema, por uma questão operacional e de custo, tem uma estação que fica aqui no DL (Departamento de Limpeza). A estação de transbordo nada mais é que um local onde se faz o transbordo do lixo, pois a coleta do lixo é feita com caminhões compactadores, esses caminhões fazem a coleta e compactam o lixo. Em outros municípios, esse próprio 12 susTMtabilidade
caminhão leva o lixo até o aterro da Lara e depois volta pra cidade para fazer a coleta de lixo. No caso de Diadema, que fica a 30 quilômetros de Mauá, isso não compensa. Então, os caminhões compactadores trazem aqui o lixo e descarregam-no na estação, a estação coloca em outra carreta com capacidade maior e outro caminhão leva para o aterro. TM: E no aterro, o que acontece com o lixo? R.K.: No aterro, o lixo é simplesmente descartado como está. Mas o aterro, tanto de Santo André quanto o da Lara tem a aprovação da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), segue a recomendação das normas ambientais no que se refere à questão do descarte, do recobrimento, ou seja, ele segue todas as normas técnicas e a legislação como deve ser feito. TM: Como é feita a fiscalização da coleta do lixo? R.K.: Todo caminhão de lixo passa pela balança que nós temos aqui no departamento de limpeza, ou seja, todo caminhão é pesado. E, além disso, temos os fiscais que verificam a coleta, mas o grande fiscal da coleta de lixo é a população, pois quando ocorre uma falha na coleta, a primeira coisa que acontece é a reclamação da população e quando isso acontece, acionamos a empresa que faz a coleta e eles vão lá e deslocam outro caminhão para fazer a coleta nessa região. Ás vezes, essa falha pode ocorrer pela empresa ou às vezes até pelo próprio cidadão, pois no processo de coleta de lixo pode ficar um lixo que ficou escondido atrás de um carro ou árvore, mas também pode acontecer de o morador colocar o lixo fora do horário da coleta. TM: A coleta seletiva (reciclagem) é uma atividade que oferece um grande número de vagas de emprego, além de auxiliar o meio-ambiente. Quais políticas públicas que já existem nesse setor? R.K.: Em Diadema, nosso projeto de coleta seletiva é o programa Vida Limpa. Nesse projeto, a coleta do lixo é feita porta a porta. Em outros municípios, eles disponibilizam eco pontos para a população levar o lixo reciclável. O nosso projeto é implantar treze postos de Vida Limpa pela cidade. Dividimos a cidade em treze bacias, que são áreas de captação do resíduo, onde teremos uma espécie de posto que vai recolher o lixo de sua região e nesse posto vai ocorrer a triagem do lixo para encaminhar para a reciclagem. Atu-
com ele (por quais processos ele passa)? A.O.: Após ser recolhido, o lixo é encaminhado para um aterro Lara, em Mauá. O lixo colocado em um aterro ficará lá por muito tempo. Lá o lixo não se decompõe com muita rapidez. Perto da entrada do local há um centro de reciclagem onde os moradores podem deixar os materiais recicláveis. Uma estação de despejo para diferentes materiais é utilizada para pneus, óleo de motor, chumbo e baterias. TM: Podemos afirmar que o sistema de limpeza pública dessa cidade é eficiente? A.O.: Sim. No relatório da CETESB nós atingimos um IQR (Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos) nota 9,7 numa escala de 0 a 10. TM: Como é feito a fiscalização da coleta do lixo? A.O.: A fiscalização da Coleta do Lixo Domiciliar da Prefeitura de São Bernardo está sendo realizada por meio do sistema GPS. Através do equipamento, a Prefeitura apresenta facilidade maior para monitorar via satélite as atividades dos 30 caminhões que recolhem os resíduos. TM: Por que nas áreas periféricas da cidade não existem cestos de lixo, limpeza de ruas e coleta seletiva eficiente, sendo que é nessas áreas que existe uma maior concentração de pessoas? A.O.: As lixeiras estão em grande maioria nas áreas urbanas, com maior índice populacional. Porém, as áreas abastadas de nossa cidade possuem em sua maioria lixeiras para colocar o lixo que os caminhões recolhem. Nessas áreas há também o projeto chamado Bota Fora, que consiste na remoção de entulhos. TM: A coleta seletiva (reciclagem) é uma atividade que oferece um grande número de vagas de emprego, além de auxiliar o meio-ambiente. Quais políticas públicas já existem nesse setor? A.O.: Após o fechamento do Lixão do Alvarenga, em 2001, a coleta seletiva foi implantada no município. A população pode descartar os materiais recicláveis em 216 locais – os Ecopontos. São recolhidas em média de sete toneladas diárias de resíduos recicláveis que são encaminhados às centrais de reciclagem. Entrevista com Adriano Orbeteli, Subsecretário do TM: De que maneira a população pode auxiliar projeto Usina Verde na cidade de São Bernardo do tanta na coleta seletiva quanto na coleta do lixo? Campo. A.O.: Como foi dito anteriormente, a cidade possui 216 Ecopontos, onde o lixo reciclável pode ser depoTM: Nós nos preocupamos muito em deixar nossas sitado. É muito importante que a população use esses residências limpas e organizadas, mas após descar- pontos e reciclem seus dejetos. tarmos o lixo, para onde ele vai e o que acontece TM: A prefeitura tem projetos de ampliação de coalmente, temos cinco postos. Outra coisa que difere a coleta seletiva de Diadema de outros municípios é que a coleta seletiva de Diadema serviu de referência para o ministério das cidades, porque a prefeitura de Diadema remunera também o catador ou as cooperativas quanto à questão da coleta de lixo. Tudo aquilo que a cooperativa coletou é pesado e a prefeitura paga o mesmo valor que pagaria para a coleta de lixo, afinal se não tivessem feito a coleta seletiva, estaria no lixo comum e pagaríamos para a empresa da coleta. Então, além desse recurso que recebe, as cooperativas ou catadores ainda ganham o recurso proveniente da venda do material de reciclagem. TM: De que maneira a população pode auxiliar, tanto na coleta seletiva, quanto na coleta do lixo? R.K.: Em termos de coleta seletiva, no caso da população, cada um tem que fazer o dever de casa, que é a separação do lixo comum, o orgânico e o reciclável. Infelizmente, uma grande parcela da população ainda não o faz. E no caso do lixo comum, é a disponibilização do lixo, no dia e horário corretos, não colocar o lixo na rua, facilitando que animais rasguem. TM: Podemos afirmar que o sistema de limpeza pública de Diadema é eficiente? R.K.: Aqui em Diadema, a coleta de lixo domiciliar é feita em 100% do município. Não há nenhum local onde não é feita a coleta de lixo, assim como a varrição é feita em praticamente todo o município, cerca de 96%. E varia de acordo com a necessidade, existem locais nos quais as varrições são diárias, outros uma ou duas vezes por semana, isso depende do bairro. O sistema de limpeza do município gasta em torno de vinte e oito milhões de reais só com a limpeza, ou seja, com a coleta do resíduo domiciliar, o de construção, varrição, limpeza de feira e outros serviços de limpeza. Obviamente, executamos no município aquilo que é possível fazer dentro do recurso que temos, dentro do que é possível a nível orçamentário, fazemos um trabalho bom no que se refere à questão de limpeza.
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leta seletiva? A.O.: Sim. O Plano Municipal de Resíduos Sólidos é dividido em três partes e a primeira prevê uma Ampliação e Reestruturação do Programa de Coleta Seletiva, com mais quatro centrais de triagem, totalizando seis centrais no município. TM: Quais os investimentos nessas áreas (lixo, reciclagem, coleta seletiva) e quais as políticas públicas para o futuro? A.O.: O Lixo e a Cidadania estão entre as quatro prioridades do governo. Nós também já assinamos o projeto para o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos (SPAR), integrado à Usina de Recuperação de Energia (URE), conhecida popularmente como “Usina Verde”. Segundo o diretor do departamento de Limpeza Urbana do município de Diadema, o Projeto Vida Limpa é responsável pela coleta seletiva, que é feita de porta em porta. A cidade visa ampliar tal projeto através da implantação de 13 postos de coleta e remu-
Alunos: Nathalia Oliveira Jéssica Costa Alessandra Marques Felipe Morales Thais Santos Lucas Kassaoka Stella Santana Prof. Orientador: Pablo
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nerando aos catadores um valor equivalente a massa de lixo que recolherem. Adriano Orbeteli, afirma que o projeto o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos (SPAR), integrado à Usina de Recuperação de Energia (URE), conhecida popularmente como “Usina Verde” já foi assinado e que existem 216 Ecopontos responsáveis por aceitar o lixo reciclável, esses geralmente, estão instalados em escolas municipais. No entanto, no site do município constam apenas 203. De fato, as duas prefeituras afirmam ter excelentes sistemas de coleta seletiva. Em Diadema, segundo o entrevistado, 100% do lixo domiciliar é recolhido. De modo similar, São Bernardo possui nota 9,7 no Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos numa escala de 0 a 10. Além disso, ambas apresentam novos projetos. Sendo assim, cabe à população fiscalizar o sistema de limpeza pública e cobrar das prefeituras soluções para problemas relacionados com o mesmo.
Guerra do lixo Quando se fala em reciclagem, logo vem à mente uma ideia: catar lixo. Mas o fato é que, com o crescente aumento da preocupação com o planeta e a busca de atividades sustentáveis, tornou-se a reciclagem um empreendimento de boa rentabilidade. Países como Estados Unidos, Japão, Alemanha e Holanda, conseguiram fazer a coleta e reciclagem de lixo se tornar em um negócio de muita lucratividade. De fato, o setor ainda cresce lentamente (o Brasil tem capacidade de reciclar 1,6 milhão de toneladas de plástico por ano, mas utiliza somente 73,6% desta capacidade), mas pouco a pouco vai tomando lugar na economia brasileira. Só na reciclagem de plástico, a receita obtida chegou a R$1,3 bilhão (em 2005). Mas, se a reciclagem é lucrativa, quem é que lucra com isso? As empresas que investem em reciclagem têm um enorme retorno, além da ação de responsa-
bilidade social. Mas as maiores beneficiadas com a ascensão desse setor são as empresas especializadas. Por haver um grande retorno na área de reciclagem de lixo, muitas dessas empresas tornam-se concorrentes, para ver quem irá recolher mais lixo e terá um maior benefício. Isto se torna um ciclo vicioso onde não só as empresas de coleta, mas também as de reciclagem, compram esse material reciclado para reduzir gastos com a produção. Esta situação pode ser maléfica, pois é possível que no futuro ocorra uma monopolização do lixo. Entretanto, essa concorrência entre as empresas de coleta e reciclagem, aumenta a quantidade de material reciclado todo ano, o que beneficia na economia devido aos impostos e também ajuda o país a se tornar mais ecologicamente correto e mais autossustentável.
Alunos:
Referências:
Bruno Pinhate do Carmo Caio Vinicius de Carvalho Fernandes Heloisa Ribeiro Fontes Lorraine Silva Lucca Trevisan Bianchini Natália Zampiroli Rodolpho Luís Nicolau Silva
http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/Empresas-transformam-reciclagem-em-fonte-de-lucro
http://opiniaoenoticia.com.br/vida/meio-ambiente/o-valor-da-reciclagem-para-a-economia/
2°EMNG Prof. Orientadora: Regiani susTMtabilidade
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Desenvolvimentos Insustentáveis Este texto é uma resenha resumo do capítulo Desenvolvimento Insustentável presente no livro A Ferro e Fogo- A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira, de Warren Dean, que tem por objetivo contribuir para a reflexão sobre os impactos ambientais causados pela ação humana em um dos mais importantes biomas brasileiros, a Mata Atlântica.
conseqüências futuras, aproveitando-se do fato de o país ainda ter muitas florestas, água e principalmente minérios. Isso fica explícito em vários trechos, como por exemplo, quando José Sarney, na época senador, representando o Brasil na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (1972), afirmou: “que venha a poluição, desde que as fábricas venham com ela”. Essa frase sinDean nasceu em 1932, na Flórida, e lecionou História tetizava um pensamento corrente na época de que “a latino-americana na Universidade de Nova Iorque. É pior forma de poluição é a pobreza”. considerado um importante brasilianista e escreveu livros fundamentais para a compreensão da história Dean procura analisar o período correspondente ao do Brasil, como A Industrialização de São Paulo. Dei- “Milagre Econômico Brasileiro’’, (1968-1972), quanxou ainda um trabalho incompleto sobre a importân- do a economia brasileira foi duramente atingida pela cia do Planalto Andino. Dean faleceu aos 61 anos, em crise internacional do petróleo. Em 1973, o “Milagre 1994. A Ferro e Fogo foi publicado no fim daquele Econômico” foi prejudicado pelo aumento acentuado ano nos EUA (“With Broadax and Firebrand: The do preço do barril de petróleo. O Brasil sofreu com Destruction of the Brazilian Atlantic Coast Forest” – isso e em especial o Sudeste, pois foi uma região que University of California Press) e chegou ao Brasil pela se industrializou de maneira rápida e dependente do Companhia das Letras, em outubro de 1996. petróleo importado. Para que o ritmo da indústria pudesse ser mantido, o governo respondeu lançando A reflexão de Dean aborda a exploração displicente projetos de alto impacto ambiental e isentou de mulda Mata Atlântica que se iniciou desde que os por- tas indústrias que queimassem lenha, como forma de tugueses aqui chegaram, em 1500, e começaram a substituir o petróleo. Os projetos de maior impacto destruição de nossas florestas buscando o pau-brasil, ambiental foram as usinas hidrelétricas na região da até a construção de grandes hidrelétricas, como a de Mata Atlântica, a maior de todas foi Itaipú. Em pouco Itaipu.O autor aborda o tema proposto disseminando tempo, milhares de quilômetros quadrados de terra suas ideias em 27 páginas de forma objetiva e este- haviam sido eliminados com o propósito de produzir ticamente agradável. O texto é indicado como boa energia elétrica. A venda das madeiras retiradas para fonte de pesquisa para pessoas que buscam conheci- a construção de barragens também era uma fonte de mento detalhado sobre como o capitalismo e a indus- lucros para as companhias de energia. trialização afetaram a Mata Atlântica. As grandes metrópoles precisavam de áreas arboriO que Dean nos mostra é que, apesar desse proble- zadas para o abastecimento de água, já que quanto ma ser enfrentado apenas pelas gerações recentes, ao maior o número de árvores maior a chance de ter olharmos ao longo de nossa história, perceberemos água no local. No entanto, os órgãos públicos trataque ele vem sendo gerado há muito tempo, por ga- vam reservas ambientais apenas como locais baratos nância e interesses puramente econômicos sem con- para os loteamentos urbanos. Por sua vez, a Secretaria sideração pelas consequências futuras. do Meio Ambiente concentrava sua atenção na região amazônica, pois alegava que a Mata Atlântica parecia No capítulo em questão, temos uma clara noção da totalmente condenada e com pouco a ser preservado. situação política do nosso país, enfatizando o perí- O autor faz críticas ao modo despreocupado como odo em que o país vivia uma ditadura militar e que os governantes brasileiros lidaram com assuntos lia imagem que grande parte da sociedade tinha dos gados ao meio ambiente. Ele também enfatiza como recursos naturais era que eles eram abundantes e a população sofreu com impactos do gênero: no caso inesgotáveis, que poderiam ser explorados sem gerar da construção da hidroelétrica de Itaipu, milhares de 16 susTMtabilidade
moradores foram deslocados e perderam suas terras produtivas, o que os levou a criticar o governo, que não desapropriava latifúndios para a reforma agrária, embora fosse capaz de desapropriar pequenos produtores para a construção de barragens. Por fim, devemos começar a nos preocupar mais com assuntos ambientais, ter noção de que, mesmo que pequena toda e qualquer atitude faz diferença, para que no futuro não tenhamos conseqüências ainda piores do que as que já estão ocorrendo no presente, porque ainda temos tempo de salvar o que ainda nos resta.
Alunos: Emily Gabriela F. Flávia Lucas R. Marina Kamila Letícia 1°EMMC Prof. Orientador: Antônio Ive susTMtabilidade
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O gari e sua realidade Os garis são os profissionais da limpeza que recolhem o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais, além de varrer ruas, praças e parques. Também capinam a grama, lavam e desinfetam vias públicas. São extremamente importantes nas cidades, pois têm a tarefa de manter a cidade em ordem, recolhendo o lixo. Só na capital de São Paulo existem cerca de 8.500 garis e, são produzidas cerca de 14.000 toneladas de resíduos por dia, imagina se não existissem esses trabalhadores? Grande parte da população não dá a devida atenção a esses profissionais, que muitas vezes passam despercebidos e são considerados sem importância para alguns. Porém ninguém conseguiria viver 30 dias sem coleta de lixo sem se desesperar com a quantidade de resíduos dentro de sua residência. Garis podem ser considerados guerreiros porque correm cerca de 8 horas de dia ou de noite, faça sol ou chuva, atrás de um caminhão, e muitas vezes com um sorriso no rosto. Além do árduo trabalho de ficarem 8 horas em pé, elas correm sérios riscos de contraírem doenças, em lixo hospitalar ou até em lixo residencial mesmo, onde podem se deparar com seringas, cacos de vidros, produtos ácidos, entre outros. Mas alguém já pensou no quanto é necessário preparo físico, boa alimentação, saúde, entre outras coisas, para exercer a função?
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Entrevistamos o gari Welton Santos, 35: Pergunta: Há quanto tempo você trabalha como gari? Welton: Há cerca de 3 anos. Pergunta: Você faz idéia de quantos quilômetros você percorre por dia? Welton: Não tenho a mínima idéia, acredito que sejam muitos, até porque corro 8 horas por dia. Pergunta: São cerca de 12 km por dia, ficou surpreso? Welton: Sinceramente, não, até porque já imaginava que seria bastante. Pergunta: Você considera necessário um bom preparo físico para exercer a profissão? Welton: Com certeza, tem que estar bem preparado. Acredito até que ganho mais saúde a cada dia, por correr o dia todo, e fazer exercícios (risos). Pergunta: Antes de um dia de trabalho, você procura fazer algum tipo de alongamento? Welton: Sim, pra não ter cãibras durante o dia. Pergunta: Você tem filhos? Welton: Sim, dois. Pergunta: E o que sua família acha de sua profissão? Welton: Me consideram um guerreiro por enfrentar tantas dificuldades todo o dia.
Como afirmou Welton o trabalho é intenso e é necessário todo um preparo físico para agüentar a difícil jornada. Um gari perde em média de 2,0 a 3,0 kcal a cada 15 minutos, por isso necessitam de uma boa alimentação, e de constante hidratação, coisa que não acontece, como diz Welton, “só as vezes conseguimos pedir água para alguém em alguma casa, o trabalho é muito corrido, às vezes não dá tempo.” Como no caso de Welton existem muitos outros guerreiros espalhados pelo mundo fazendo a limpeza de ruas, fazendo com que nossas cidades fiquem sempre em um estado de conservação melhor para que nós possamos usufruir de um lugar limpo para viver. A remuneração é recebida por esses trabalhadores não é o que realmente esse deveriam receber pelo tanto que trabalham, não se sabe ao certo quanto pois Welton não revelou o valor porem sabe que seu salário somente sustenta sua casa com comida para que ajam outras coisas sua esposa também tem que trabalhar. O Estado deveria calcular o salário não somente pelo nível de estudo de uma pessoa, mas também pelo tanto que essa pessoa se sacrifica todo dia para que outras tenham um maior conforto.
Alunos: Otávio Procopio Lucas Franco Vitor Yokouchi Peretto Fábio Takeshi Okina Willian Araújo Vinícius Galvão Rafael Arsuffi 2°EMN Prof. Orientador: Wilson susTMtabilidade
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O lixo no ABC Paulista Como as cidades do Grande ABC lidam com o lixo quentam um centro de reciclagem em São Bernardo que produzem. Sabia que até um Incinerador está do Campo. Confira, a seguir, a entrevista, realizada na lista de possibilidades? por Francisco, na íntegra: Desde os primórdios das grandes civilizações urbanas, a cada dia que se passa mais lixo é produzido, tanto pelas residências, quanto pelas indústrias. E com o aumento dessa produção, há também a crescente dúvida: O que fazer com tamanha quantidade de detritos?
De onde vem a grande parte do lixo aqui reciclado? Das residências da região.
A Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) registrou, no dia 26 de abril de 2011, uma queda de 12,7% no volume de lixo coletado em 2010, em comparação ao ano de 2009. Em contraposição a esse resultado, foi registrado um aumento de 7,7% na coleta de Resíduos Sólidos Urbanos de 2009 para 2010. Estes números são referentes ao lixo doméstico e aos resíduos varridos nas ruas das cidades Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema. A justificativa da associação foi o fato de que os demais municípios não foram inclusos, por ser uma pesquisa de amostragem.
Há algum envolvimento do governo com a atividade aqui exercida? Se sim, que tipo de envolvimento? Não, o trabalho é exclusivamente feito por conta própria, autônomo, o centro é apenas cadastrado pelo governo.
Para onde se destina o material já reciclado? O lixo se destina exclusivamente para indústrias, como por exemplo, a Ruycepel.
As pessoas ainda precisam se conscientizar mais sobre a reciclagem? As pessoas, pelo menos da vizinhança, se mostram bastante conscientes.
Vocês acham que o trabalho aqui exercido está contribuindo para um mundo melhor? Por quê? Sem querer contestar a competência das empresas co- Sim, além de diminuir o lixo nas ruas, ainda pode letoras de lixo, é importante lembrar que a quantida- evitar enchentes. de de lixo nas ruas do ABC ainda é grande. O incentivo à reciclagem e à redução do consumo é um desafio Há quanto tempo trabalha com o lixo? na região. Para melhorar a gestão do lixo, o governo Há 15 anos. federal aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que propõe dividir as responsabilidades entre a De que forma este trabalho o ajuda? sociedade, o poder público e a iniciativa privada. O É dele que vem o sustento, exclusivamente da recicódigo, que tramitou no Congresso durante 20 anos, clagem. é considerado um marco. O(A) Sr(a) trabalha com isso por escolha própria A Lei determina, dentre outras obrigações, a substi- ou por não ter escolha? tuição de lixões por aterros e proíbe a importação de O trabalho foi iniciado por conta própria. resíduos. O Governo investiu, inicialmente, cerca de R$ 1.5 bilhões a partir de 2011. De que forma o governo poderia melhorar sua vida, bem como a vida de outros que fazem o mesmo? Pensando nesta relação entre o lixo, a sociedade e o O governo poderia incentivar com propagandas e Governo, uma entrevista com duas pessoas que tra- não fechando muito centros de reciclagem que não balham com coleta e reciclagem foi feita. Os entrevis- tem cadastro. tados foram Sueli e Jairo. Ambos trabalham e/ou fre-
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Intertexto A Questão do Lixo e o Documentário “Lixo Extraordinário” Primeiramente é necessário deixar algo bem claro, “Lixo Extraordinário” não é um documentário que prioriza integralmente a questão do lixo, apesar do título, a diretora Lucy Walker e o artista plástico Vik Muniz fazem esse documentário ter uma magia própria exatamente por outro enfoque: os tipos humanos. Muitos podem discordar dessa opinião, à primeira vista, lendo a sinopse e o título do documentário, realmente parece se tratar de um trabalho de conscientização da população, não que o documentário não conscientize, mas é exatamente por fugir de um enfoque superficial, clichê da questão do lixo, que o trabalho se destaca. A ideia inicial do documentário é simples: mudar a vida de trabalhadores do aterro sanitário do Jardim Gramacho através de um trabalho de artes plásticas. Para dar asas à sua ideia, Muniz resolve sair de seu estúdio em Nova York e conhecer a realidade dessas pessoas indo até o aterro do Jardim Gramacho, é nesse ponto que ele recebe o primeiro “choque de realidade” ao ver o dia a dia dessas pessoas em condições desumanas.
Aterro Sanitário de Gramacho), Zumbi, Suelem, Isis, Magna, Irmã e Valter (trabalhadores do aterro do Jardim Gramacho), tendo como prioridade mostrar essas pessoas que foram abandonadas pela sociedade. Dando ênfase na história de vida dessas pessoas, o documentário não só aborda o problema que é o lixo nas grandes cidades como também trata de uma questão mais importante: pessoas que vivem e dependem do lixo, até porque é muito fácil falar de como o lixo deve ser separado, reciclado e aproveitado, logo o documentário foge disso para tratar dos trabalhadores que vivem com o lixo e o que deve ser feito em relação a eles. Felicidade, tristeza, amor, amizade, todos esses sentimentos estão presentes nas personagens do documentário, que traça um panorama da vida dessas pessoas abandonadas e discriminadas, mas que possuem sonhos e desejos, não é só porque foram parar naquela situação que eles são diferentes.
Assim como Valter fala em certo momento do documentário a seguinte frase: “99 não é 100”, é preciso sim ter em mente o problema do lixo, todavia, junto com ele vem uma série de outras questões que devem ser vistas de uma maneira diferente, assim como fez a diretora Lucy Walker e o artista plástico Vik Muniz, é necessário perceber que por trás desse problema há várias pessoas que vivem e dependem do lixo, e elas precisam é ser ajudadas de uma forma diferente e não A partir desse momento o documentário passa a re- sendo consideradas como pessoas indesejáveis da sotratar o dia a dia de várias pessoas, entre elas Tião ciedade. (o presidente da Associação de Catadores de Lixo do
Alunos: Jéssica Santos Júlio César Andrade Brógio João Marcos Sousa de Campos Abner Muniz de Almeida Mariana de Souza Cruz Francisco D. S. Gonçalves Matheus Henrique 2°EMN Prof. Orientador: Pablo susTMtabilidade
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A história do lixo Embora presente desde os primórdios da humanidade, o lixo não recebe a atenção que deveria. Muitos não ligam para seu destino, não pensam nos problemas que ele pode causar. Nos últimos séculos, houve um aumento extremo na quantidade de lixo. Após a Revolução industrial, que transformou o que podia ser simplesmente enterrado no quintal das casas em produtos de difícil descarte e decomposição, ele vem se tornando um problema ainda maior para o planeta e os seres que o habitam. Um dos eventos marcantes da história que fora causado pelo lixo, a Peste Bubônica (ou Peste Negra) fez com que a Europa passasse por muita dor e sofrimento no século XIV. Ratos vindos do Oriente transmitiam essa doença através das pulgas que neles ficavam, e com o aumento de número de roedores na época, devido às condições precárias das cidades (a falta de higiene, principalmente), fez com que aproximadamente um terço da população do continente europeu fosse dizimada. Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bulbos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era apenas uma questão de dias para os doentes morrerem, pois a medicina era pouco desenvolvida e não havia cura para a doença. O preconceito com a doença era enorme e os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença acabou por ser controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais. Outro episódio na história marcado pela falta de higiene foi no início do período republicano no Brasil, quando ocorreram diversas revoltas e conflitos populares. No ano de 1904, o Rio de Janeiro passou por um desses embates, a Revolta da Vacina. O motivo que gerou a confusão foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, imposta pelo Governo Federal para tentar inibir as constantes epidemias que ali havia. A febre amarela e a peste bubônica também eram constantes. A população de baixa renda era a que mais sofria, por não ter um saneamento básico e condições mínimas para se viver. Posteriormente, houve uma mudança radical no lixo, com a Revolução Industrial. O homem sempre convi22 susTMtabilidade
veu com o ele, porém, essa convivência não permaneceu mais passiva após a revolução, uma vez que anteriormente, o lixo poderia ser simplesmente enterrado no quintal da casa da pessoa que o produzisse. A partir de então, começaram a surgir “lixões“, pois os produtos tornaram-se descartáveis, levando um bom tempo para serem decompostos. Sendo produzidos em massa, a quantidade de lixo aumentou muito, não havendo assim espaço para tal. Um problema relacionado a isso ocorreu na cidade de Nápoles, na Itália, onde o excesso de lixo causou uma crise que deixou todas as ruas poluídas e acabou se tornando um problema para o governo. Com crises relacionadas ao lixo, como em Nápoles, a falta de higiene em outros locais acaba sendo camuflada. No entanto essa situação não se modificou e várias pessoas convivem com ela em lixões. Um exemplo disso é a cidade Manshyat Naser, mas conhecida como “A cidade do lixo“. É uma espécie de favela localizada no Cairo, Egito, o diferencial é que uma enorme quantidade de detritos fica espalhada pelas ruas embora seja uma região comum, com casas, apartamentos e por incrível que pareça, pessoas. Este lixo, no entanto, é trazido pelos próprios moradores, um povo religioso conhecido como Zabbaleen, que tiram seu sustento do lixo, homens, mulheres e crianças procuram na sujeira algo para vender. Graças a esta cidade, “80% de todo esse lixo é reciclado – o resto serve de alimentos para porcos ou é queimado, sendo usado como combustível. E o lixo representa um terço de todos os detritos produzidos no Cairo”. O problema do lixo é grave, quanto mais um país se desenvolve, mais lixo é gerado. Superada a destruição causada pela segunda guerra mundial, a economia mundial voltou a crescer em um ritmo mais desenfreado do que antes, em seu sistema capitalista, consolidaram-se os grandes conglomerados e entrou em vigor a nova divisão internacional do trabalho, isso enriqueceu ainda mais os países desenvolvidos que propagaram suas filiais, em países que antes eram apenas exportadores de matéria-prima mais que por suas vantagens fiscais passaram a ser sedes de grandes multinacionais. A emissão de resíduos das mais variadas origens, desde o lixo industrial até o lixo gerado pelo consumo desmedido da população, aumentou muito neste momento.
“Estima-se que para cada cem quilos de produtos manufaturados nos Estados Unidos, são criados 3.200 quilos de lixo. A cada ano, 2,5 bilhões de fraldas são descartadas pelos britânicos, 30 milhões de câmeras fotográficas descartáveis vão para os lixos japoneses e 183 milhões de lâminas de barbear, 350 milhões de latas de spray e 2,7 bilhões de pilhas e baterias, para onde vai todo esse lixo? Na maioria das vezes, não só o lixo industrial, mais as mais variados tipos de lixo ,são descartados no ambiente , tal lixo se acumula e degrada a natureza podendo até destruir o ecossistema onde está contido , essa degradação abrande os mais variados ambientes do planeta, como em uma região do oceano pacífico onde plástico, plâncton, lixo e alimento bóia a 1,6 mil quilômetros da costa entre a Califórnia e o Havaí, ou na África onde países com produção de resíduos nucleares são armazenados em regiões desérticas mediante pagamento”. Além disso, vale-nos ressaltar um novo tipo de lixo da modernidade, o famoso lixo atômico. Talvez o mais perigoso devido ao seu descarte e consequências de exposição, é o lixo atômico, por emitir diversos tipos de partículas nocivas à saúde e ao meio ambiente. Pelo fato de diversas atividades que utilizam resíduos radioativos produzirem lixo atômico, é necessário que ele seja descartado após seu tempo útil, porém, ele continua emitindo partículas, levando muito tempo para tornar-se inócuo, ele tem de ser descartado em locais de refrigeração ou revestido por materiais que retenham as partículas. A África acaba se tornando um local de descarte por não ter tanta imposição legislativa, como por exemplo, na Somália, onde ocorrem diversos problemas relacionados a radiação, principalmente na área da saúde. Atualmente, a situação do lixo em geral precisa ser examinada, não somente pela enorme produção, graAlunos: Fernanda C. Patrícia Lucas A. Bárbara Rafaella Mayara
ças aos matérias descartáveis, mas também, pelo descarte inadequado, como ocorre na “cidade do lixo”, visto que as pessoas vivem em meio ao lixo. Um exemplo de protesto ao descarte inadequado dos lixos foi o hotel do lixo, chamado “”Corona Save the Beach Hotel”, encomendado ao artista alemão Ha Schult em 2009, após o projeto Save the Beach ter coletado, durante dois meses, todo o lixo necessário para a obra. O hotel foi construído ao lado do Castelo Sant’Angelo, em Roma, como forma de um protesto para chamar atenção a poluição das praias. Segundo a BBC, “seus cinco quartos e a recepção foram feitos com 12 toneladas de lixo – como brinquedos, canos e até mesmo partes de carros. O lado de fora é coberto com lixo recolhido das praias”. O hotel hospedou 10 pessoas por dia e ficou aberto durante 4 dias, encerrando suas atividades em 23 de janeiro de 2011. Este problema ambiental deve ser combatido, embora já tenham sido tomadas diversas medidas incentivadoras que buscam a reciclagem e a prática dos três ‘R’s, ainda assim, falta conscientização por parte da população que muitas vezes ignora o problema do lixo, considerando-o algo não tão relevante, e também incentivo por parte dos municípios que deixam de implantar sistemas como a coleta seletiva, ou projetos que possam incentivar a redução dos resíduos, como por exemplo, pequenos cursos que ensinassem a reciclar os materiais renováveis, podendo inclusive se tornar uma fonte de renda extra para as famílias menos favorecidas. Assim, sabe-se que não basta apenas ter projetos configurados em papéis. É necessário que ambas as partes, o governo e a população, saibam trabalhar juntas, onde uma instrui e informa a respeito, e a outra recicla o material desperdiçado, seja vendendo latinhas de alumínio, transformando-as, ou simplesmente separando-as para a coleta seletiva.
Referências:
(Retirado de A cidade de lixo de Manshyiat Naser, disponível em: http://hypescience.com). (Retirado de MODERNIDADE X MEIO AMBIENTE, disponível em: http://www.geografiaumajanelaparaomundo.com)
2°EMVE Prof. Orientadora: Gislene. susTMtabilidade
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Novo código florestal: Diversos pontos de vista Nosso grupo tem como tema o novo Código Florestal Brasileiro. A partir desse tema, desenvolvemos entrevistas com dois professores − Andrés, de biologia e Igor, de Geografia − cujas matérias estão diretamente ligadas ao assunto, e com a aluna Stefannie do 3º ano B, que faz parte da Agenda 21 no colégio.
gião Norte do Brasil, área de expansão da soja (commoditie muito importante para a balança comercial brasileira), infelizmente coincide com o bioma de maior biodiversidade do planeta, a floresta Amazônica, desmatar ou não essas áreas preservadas dessas propriedades é escolher em produzir ou não soja, deixar a floresta ou derrubá-la, quando falamos de meio As entrevistas foram feitas para que cada um falasse ambiente no Brasil e, infelizmente, não correlacionasua opinião sobre o novo Código, já que sua alteração mos a proteção do meio ambiente e não conseguimos gerou muitas discussões na sociedade. ter a mínima noção de desenvolvimento sustentável ou melhorar a produção agrícola por hectare, para TM: Uma das questões mais polêmicas do Novo Có- produzir uma maior quantidade em um mesmo espadigo Florestal é a questão tratada no seu Artigo 16º, ço de cultivo. sobre a existência de uma “reserva legal” em toda propriedade rural, sendo que o percentual da pro- Steffanie: Polêmica entre os ambientalistas e rurapriedade que deve ser destinado a esse fim segundo listas. Concordo com o Conama e com o ministério o Novo Código chega a 80% na região da Amazônia público que devemos garantir a preservação desses esLegal − reserva na qual é proibida a supressão da paços, que são nossos bens jurídicos ambientais, onde vegetação nativa e só é permitida a utilização sob os interesses devem ser comuns, porque os ruralistas, regime de manejo florestal sustentável. Para alguns, que produzem para a exportação e para a demanda como a Confederação Nacional de Agricultura interna, além de terem o lucro só para eles, também (CNA) e a chamada “bancada ruralista”, a utiliza- degradam nossa natureza, que é nosso recurso nação do imóvel rural deveria ser plena e até mesmo tural. Portanto deve existir o controle ambiental. A de uso irrestrito em nome do desenvolvimento. Mas polêmica emenda 164, onde o objetivo era que cada para outros, como o CONAMA (Conselho Nacional estado tivesse a sua fiscalização, abre espaço para que de Meio Ambiente) e o Ministério Público, o cor- haja aqueles que se beneficiem lucrativamente. Então, reto é condicionar o uso da propriedade rural, de é importante que haja o controle nacional. modo a garantir a preservação do que se convencionou chamar de “bens jurídicos ambientais”, uma TM: Hoje, os biocombustíveis são entendidos como vez que, como está escrito no Art. 1º, as florestas e uma das alternativas fundamentais para diminuir a demais formas de vegetação são bens de interesse emissão de gases poluentes no ar e controlar as mucomum a todos os habitantes do País. Qual sua opi- danças climáticas que podem alterar as condições nião sobre essa polêmica? da vida no planeta. Você acredita que, se o Brasil flexibilizar as regras de ocupação da propriedade Andrés: De maneira alguma as propriedades ru- agrícola e perdoar desmatadores, como parece querais deveriam ser de uso irrestrito, como pretende a rer o novo código florestal, isso gerará desconfiança Confederação Nacional de Agricultura (CNA). Essas internacional sobre a maneira como o biocombuspropriedades devem ter seu uso regulado por leis am- tível é produzido no país, uma vez que os artigos do bientais rígidas, porém congruentes com o desenvol- novo código parecem caminhar na contramão das vimento econômico necessário para promover a justi- políticas ambientais já estabelecidas e compromeça social e diminuir a pobreza e miséria do Brasil. ter as projeções de uma agricultura de sucesso que prevê o controle do desmatamento, a recuperação Igor: Esse é o tópico mais polêmico da discussão: de pastagens, o uso de novas tecnologias, a elevação desmatar ou não áreas nativas da região Amazônica. da produtividade, a qualificação da atividade rural Ideias opostas são discutidas nas reuniões dos grupos e a redução significativa das emissões de CO2? que possuem fortes interesses nessa proposta. Na re24 susTMtabilidade
Andrés: Infelizmente, não acredito que haja uma preocupação real, muito menos permeada pela ética, em relação a como produzimos os biocombustíveis. Contudo, é plausível que isto possa ser usado como desculpa para tornar nossos produtos menos competitivos, ou mesmo barrá-los, como alguns países fizeram recentemente com a carne brasileira. Igor: Os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, são fundamentais para a substituição gradativa dos combustíveis derivados de petróleo. São renováveis e emitem uma quantidade menor de resíduos. O incentivo para a produção maior do etanol pelo governo quando os demais países começarem a usar esse produto, também pode resultar, assim como a soja, em degradação ambiental pela abertura de novas áreas de cultivo. Quanto à desconfiança internacional, associando o biocombustivel com o desmatamento, isso ocorrerá através de ONGs que poderão denunciar e colocar esse problema na mídia, causando uma possível repercussão internacional, pois os governos estão mais interessados em garantir suas reservas energéticas a ficar indagando como essa ou aquela nação cuida dos seus recursos naturais. Mas o mais importante quando falamos em bicombustíveis, seria a troca de áreas de policultura de alimentos para uma instalação de uma monocultura, a cana-de-açúcar, o que diminuiria o fornecimento de áreas para abastecimento de alimentos para a população.
e melhor capital humano na análise e condução das questões ambientais. Mas, ao meu ver, há um problema sério nesta nova redação do código, que nas entrelinhas é permeado por um modelo que ainda relaciona desmatamento e desenvolvimento econômico. Igor: Para o meio ambiente, o código florestal vai pontuar, na verdade, quem já desmatou e quem realmente quer desmatar. Então, através dos dados, ele vai acabar mostrando quem já desmatou até hoje e quem não, e vai poder calcular a porcentagem que pretende desmatar. O meio ambiente não vai ganhar muita coisa com esse código, pois ele, hoje, do jeito que está sendo tratado, vai continuar sendo degradado. A economia de um local, de um país que está indo bem no meio agrícola, uma economia que realmente sai do campo, vai acabar gerando uma perda ambiental − é inevitável. Por exemplo, se você quer plantar mais soja, em novas áreas, elas vão estar localizadas na região Amazônica. Então, mesmo um ambiente com código florestal vai continuar sendo explorado, ou seja, ele não vai ganhar muitos benefícios com isso.
Steffanie: O código florestal brasileiro trará benefícios para o meio ambiente, apesar de muitos falarem que, se as pessoas infringirem as leis o ambiente estará perdendo, eu não acredito nisso. Porque com a regularização das atividades econômicas, dos pequeSteffanie: Não, com essas mudanças, apesar de poten- nos proprietários, grandes fazendeiros e também dos cializar a degradação do meio ambiente, a produção latifundiários, as áreas de proteção ambiental estarão de biocombustíveis será garantida, de certa forma. protegidas tendo também o beneficio que as áreas de Então, o mercado internacional estará certo de que irá mais de 4 hectares possuem, sendo obrigada um rereceber o produto, mas por outro lado, a atividade ru- serva para a plantação. Portanto as áreas que haviam ral pode desmatar as áreas de preservação, tendo que sido desmatadas serão plantas novamente. ver a fiscalizações de forma correta, para que a produção de cana, milho e a soja não ocupem espaço de TM: Qual é, na sua visão, o objetivo principal do áreas que devem ser preservadas. projeto que prevê a reforma do código florestal brasileiro? TM: Na sua visão, o novo código florestal brasileiro trará algum benefício para o meio ambiente? Expli- Andrés: A questão da reforma do código florestal braque. sileiro é complexa e envolve grupos e interesses discordantes. Contudo, quero acreditar que os atores diretaAndrés: Acredito que uma mudança no código flores- mente envolvidos na redação do novo código florestal tal por si só não teria grande impacto na melhoria das estão realmente preocupados com o desenvolvimento condições ambientais a médio e curto prazo. O im- sustentável e priorizaram os interesses coletivos, em pacto positivo seria advindo de mais infra-estrutura detrimento do interesse de pequenos grupos. Assim, susTMtabilidade
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sendo talvez utópico, creio que o principal objetivo do biente sempre vai perder com isso. novo código florestal é (ou talvez devesse ser) alinhar as demandas ambientais e de desenvolvimento do país Steffanie: O objetivo principal do projeto que prevê a sob o conceito de desenvolvimento sustentável. reforma do código brasileiro é legalizar aquelas áreas que são ilegais, que, de certa forma, invadiram e deneIgor: O principal objetivo dessa reforma é de tentar griram o meio ambiente. Porém, a legalização possui organizar essas novas áreas que estão sendo prepara- uma condição e isso faz com que os ruralistas entrem das para gerar agricultura. Essas áreas novas vão ser em conflito, pois eles teriam que recuperar as áreas preparadas a partir deste novo código florestal só que que eles denegriram, replantando, tomando cuidados terão uma área diferente permitida para desmatar. O com os locais (rios, montanhas...). O principal objeproblema está o que vem antes disso, o que está atrás tivo é parar com o desmatamento excessivo que está do código, que o que foi desmatado antes não vai ser ocorrendo e, com o projeto, isso será mais controlado, levado em consideração. Deixando uma brecha na lei, pois todas as atividades econômicas estarão contidas ele vai tentar ampliar a área de produção agrícola em no código, sendo que se uma das regras for quebrada áreas que são de mata preservada, ou seja, o meio am- eles serão punidos.
Alunos: Juliana Lima Isabella Carvalho Isabella Rocha Julia Mitie Giani Renata Cantarani Isabel Longo de Almeida Letícia Yukie 1°EMVE Prof. Orientadora: Regiani
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Meio Ambiente: onde a Ética entra? Cada ser humano, portador da capacidade de pensar e refletir, cria sua própria ética, um conjunto de valores morais próprios com base na sua cultura, opinião etc. Assim como vários temas, muitas vezes polêmicos ou não, como drogas, pena de morte ou clonagem, um assunto que ultimamente merece a atenção da ética é o meio ambiente.
TM: Quais são as dificuldades encontradas na sua área? Por que isso ocorre?
R.A.: Devido à juventude da profissão, acredito que um grupo maior de profissionais voltados para esta área está modificando o horizonte da área ambiental no Brasil. Entretanto, é de grande valia o novo entendimento em que os profissionais capacitados estão A ética está sempre em várias ciências, como biolo- ocupando as pastas certas no cenário atual. gia, robótica e programação, porque não na natureza, nosso bem mais precioso e que, no momento, que TM: Em sua opinião, a Responsabilidade Social mais precisa de atenção? Diante de todos os proble- das empresas e da população é Marketing ou obrimas ambientais, o planeta precisa ser cuidado, pois gação? além de ser nossa moradia, também nos dá os recursos necessários para a sobrevivência. R.A.: Todas as ações profissionais, dos diversos setores, correlatos ao meio ambiente, são caminhos e meFizemos uma entrevista com o professor da univer- todologias novas que se formam, que se estabelecem, sidade FMABC, Rogério Alvarenga, Engenheiro Flo- e apesar de questões tão simpáticas como as ações restal, que trabalha na Secretaria Municipal do Meio de sustentabilidade de uma empresa apresentaremAmbiente de São Caetano do Sul, sobre a ética e o -se interessantes e colaborativas para o processo, não meio ambiente. podemos deixar de prever que são, na sua maioria, oriundas da busca de uma visibilidade socioeconôTermomecanica: Qual a área de atuação, amplitude mica mais ampla, por meio deste “marketing”. Notae importância da Engenharia Ambiental? -se isso pelas ações que muitas vezes estão apensadas não forma um entendimento de conjunto, um contexRogério Alvarenga: Sou engenheiro florestal há 28 to, em que um ciclo é verificado. Muitas vezes todas anos e não engenheiro ambiental. No meu tempo não estas ações são “compartimentalizadas”, estanques, e havia, pelo menos que eu soubesse a incidência deste não configuram um procedimento formal e continuo curso na mídia. Mas posso dizer que a área ambiental de sustentabilidade na empresa. Mas, pelo menos o é extremamente fragmentada em seu entendimento. start foi dado. Isso já é efetivamente muito melhor, Todos praticam ações ambientais em função de uma considerando que as questões ambientais começaram norma ou regra introduzida na gestão pública ou pri- a ser mais visíveis na década de 1980. Essa juventude vada. Hoje, ainda é secundária. As questões ambien- já nos permite antever certa maturidade iniciando. tais existem, são importantes e fundamentais para a vida, mas são acionadas ainda, mais por mecanismos TM: Como é possível despertar a consciência ecode ordem econômica e legal do que por idealismo. lógica nas pessoas? Após muitos anos trabalhando na questão ambiental e atuando com profissionais de áreas correlatas, R.A.: Hoje, o mais difícil é o consenso de que este ou inclusive engenheiros ambientais, ministrando cur- aquele problema é importante e sobrepõe-se as quessos e palestras, penso claramente que a área atinge tões econômicas e favorecem uma imagem e uma inúmeros entendimentos, desde a gestão ambiental qualidade que não pode ser expressa em números. de empresas públicas e privadas, passando pelo con- Qualquer problema é efetivamente importante, e não texto de CETESB e licenciamentos ambientais, até o há um procedimento específico. Deve-se criar uma desenvolvimento das PPP (políticas setoriais, planos metodologia que abarque todo o processo, analise, e programas ambientais). crie diagnósticos, prognósticos e medidas mitigadoras, preventivas, curativas, e se possível evitemos o susTMtabilidade
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dano. O importante é reconhecer passos para prevenir, atenuar ou compensar impactos adversos e riscos ambientais, além de medidas voltadas para valorizar os impactos positivos. De fato, reverter uma situação tão imbrincada no processo produtivo brasileiro, em um país que ainda considera o PIB como principal elemento de avaliação de crescimento, é difícil. Considerando tais fatos, todos os profissionais da área ambiental são bem vindos, favorecendo um pensamento coletivo que trará avanços positivos aos fatos. TM: Para você, ser um Engenheiro Ambiental é um desafio com tantos problemas ocorrendo no planeta? R.A.: Para todos nós, ocupantes do planeta, deve
Alunos: Júlia Falarini Beatriz Bressani Caio Eduardo Felipe Dante Lais Hildebrand Bruno Benati Bruno Vinicius 1°EMVD Prof. Orientador: Pablo
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haver uma preocupação maior. Todos aqueles que possuem conhecimento técnico efetivo na área ambiental são formadores de opinião e, principalmente, instrumentos para uma política pública ambiental adequada. É um desafio, mas que pode ser passado com conscientização e perseverança. Se cada engenheiro, biólogo, médico, professor, historiador, cidadão, fizer sua parte, esse mundo pode passar a ser um mundo melhor. Cada ser humano deve ter uma ética que ajude e proteja o meio ambiente. Os valores morais de respeito, zelo e cuidado devem ser mantidos e praticados a esse bem que possuímos. O mundo depende de nós. Façamos nossa parte e planeta fará a dele. Ajude-o e ele te ajudará. Preserve-o e ele te preservará.
A aplicação dos saberes matemáticos para entender fenômenos biológicos A biologia é uma área da ciência que trabalha com fenômenos, muitas vezes imprevisíveis, e com muitas variáveis desconhecidas que se apropriam do acaso. Já a matemática é uma ciência precisa, que estuda e busca regularidades, padrões.
Tomemos como exemplo que um biólogo queira estudar a concentração de uma substância a partir de valores obtidos em experiências laboratoriais. A partir deste experimento, o pesquisador deseja prever o comportamento que essa substância terá se, por exemplo, adicionar-se mais açúcar, água, clorofila ou Então qual a ligação entre a matemática e a biologia? qualquer outra substância diferente da inicialmente Quanto de matemática tem a biologia? Muito. E cada estudada. Com o auxílio das ferramentas matemátivez mais a biologia se apropria das ferramentas mate- cas, o pesquisador é capaz de modelar a observação máticas para justificar e comprovar experimentos ou feita e, com equações e gráficos, prever tal compormesmo interpretar a natureza. tamento. A taxonomia é um exemplo muito antigo da utilização da matemática pela biologia e teve início com as Depois de Aristóteles, encontramos vários outros tentativas de Aristóteles em organizar os seres vivos cientistas, como Mendel que lançou mão da matesistematicamente por meio da geometria. É lógico mática para explicar a genética e que ainda farão uso que isso não classifica a biologia como uma ciência dela dentro da biologia. exata, porém a exatidão da matemática ajuda cada vez mais na precisão e no poder preditivo dos fenô- Para Felipe Rodrigues, as ciências biológicas não cormenos biológicos. rem o risco de se transformarem em exatas, “seria tão bom poder dizer com a precisão de um engenheiro E onde aplicamos os saberes matemáticos nos fenô- como construir um determinado organismo! (...) Pomenos biológicos? A probabilidade e a estatística são rém, o nível de complexidade dos sistemas biológicos alguns exemplos. A probabilidade para determinar, vai manter ainda, por um bom tempo, as ciências biopor exemplo, qual a probabilidade de nascerem n lógicas como algo distinto das exatas”. ovelhas com o mesmo tipo de defeito que a ovelha-mãe, ou a probabilidade de uma criança nascer ou O importante é compreendermos que ocorreu um não com a doença hereditária. Já as medidas estatís- grande avanço nas pesquisas desde o momento que ticas podem ajudar a compreender fenômenos bioló- os pesquisadores entenderam que matemática, física, gicos. química e biologia são áreas que se integram e ajudam a compreender e modelar os fenômenos das outras. Outra área da matemática bastante aplicada em biologia são as funções exponenciais, logarítimas, etc.
Alunos: Larissa da Silva Bárbara Heitor Henrique Ciciliano Ana Beatriz Bartolo Mendonça Raquel Malagó Garcia Letícia Cristina Laureto Paulino Silva Thayná Lourençoni Mateus Moura Santos 1°EMVE Prof. Orientadora: Corina susTMtabilidade
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Empresas já estão adotando o processo de logística reversa
Novo projeto de lei que será implantado em 2015 torna obrigatório o processo de logística reversa e tem como meta a extinção dos lixões. Normalmente, pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser gerenciado. Esse processo chama-se logística reversa, é algo sustentável e contribui para a preservação do meio ambiente e por isso tem sido adotado por diversas empresas atualmente.
Representação esquemática dos Processos Logísticos Direto e Reverso
As atividades que serão realizadas no processo de logística reversa dependem do tipo de material e o motivo pelo qual estes entram no sistema. Esses materiais podem ser divididos em dois grandes grupos: produtos e embalagens. No caso de produtos, os fluxos de logística reversa se darão pela necessidade de reparo ou reciclagem. O fluxo reverso de produtos também pode ser usado para manter os estoques reduzidos, diminuindo o risco com a manutenção de itens de baixo giro. Esta é uma prática comum na indústria fonográfica, que são indústrias especializadas em gravação e distribuição de mídias sonoras. Como esta indústria trabalha com grande número de itens e grande número de lançamentos, o risco dos varejistas (comerciantes que vendem seus produtos de forma unitária” e diretamente para o consumidor final; o termo varejo também pode ser considerado como oposto ao temo atacado) ao adquirir estoque se torna muito alto. Para incentivar a compra de todo o mix de produtos algumas empresas aceitam a devolução de itens que não 30 susTMtabilidade
tiverem bom comportamento de venda. Embora este custo da devolução seja significativo, acredita-se que as perdas de vendas seriam bem maiores caso não se adotasse esta prática. A logística reversa também é muito relevante na indústria automobilística, que é grande geradora de resíduos no final de seus processos produtivos, como: componentes que são rejeitados nas inspeções de qualidade, peças que são devolvidos por conta de problemas observados após a venda, entre outros. A nova estratégia modular adotada pelas indústrias automobilísticas, por exemplo, na qual alguns fornecedores denominados sistemistas (empresas especializadas que prestam serviços às montadoras), entregam módulos ou sistemas às montadoras no lugar de peças individuais e para isso negociam as peças com os seus fornecedores que são reconhecidos como sub-fornecedores das montadoras. No que se refere à logística reversa, é necessário que se deixe claro de quem é a responsabilidade por itens, componentes ou módulos com defeitos, visto que neste caso a montadora adquire os módulos dos fornecedores sistemistas e não mais diretamente de seus fornecedores. No caso de embalagens, os fluxos de logística reversa acontecem basicamente em função da sua reutilização ou devido a restrições legais como na Alemanha, por exemplo, que impede seu descarte no meio ambiente. Como as restrições ambientais no Brasil com relação a embalagens de transporte não são tão rígidas, a decisão sobre a utilização de embalagens retornáveis ou reutilizáveis se restringe aos fatores econômicos. Estará estipulado pela legislação que em 2015 esse processo se torne obrigatório para empresas brasileiras dando prioridade para os setores de embalagens de agrotóxicos, óleos lubrificantes, pilhas, baterias e pneus, eletroeletrônicos, lâmpadas e medicamentos. Adotando esse processo, a meta é a extinção dos lixões, que serão proibidos pela legislação a partir de agosto de 2014. Para que a logística reversa funcione bem, são necessários termos na base do processo uma coleta seletiva eficiente e o investimento na reciclagem
Composição do lixo brasileiro Lixo orgânico 52% Papel e papelão Plásticos Metais Vidros Outros
26% 3% 2% 2% 15%
Destino do lixo brasileiro Aterros sanitá- 53% rios Aterros contro- 23% lados Lixões 20% compostagem e 2% reciclagem Outros desti2% nos As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido grandes retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis, ou com o reaproveitamento de materiais para produção, têm conseguido grandes lucros, estimulando cada vez mais novas iniciativas nesse setor. Além disso, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem gerar retornos consideráveis, que justificam o investimento nessa área. Um dos projetos nessa área que vem mostrando resultados é o “Reciclou, Ganhou” da Coca-Cola Brasil. O mesmo foi criado em 1996 e estimula a reciclagem e apóia as cooperativas de catadores, que são asso-
ciações de catadores que juntam-se para que assim possam recolher um maior número de lixo e assim produzir uma renda maior para todos eles. Porém, estas cooperativas passam por muitas dificuldades devido ao fato de que os catadores são pessoas muito desprezadas pela sociedade, mesmo tendo um papel fundamental na mesma, que é o de recolhimento e separação do lixo para a coleta seletiva. Desde a sua fundação esse projeto torna a coleta seletiva mais eficaz, reduzindo o número de lixo. Outra ação que vem dando certo para ajudar o meio ambiente é a parceria entre o grupo Mc Donald’s do Brasil e Martin-Brower, que desenvolveram um projeto de Logística Reversa de óleo de fritura para fabricar biodiesel. As empresas estão desenvolvendo o projeto-piloto de biodiesel. Produzido a partir da reciclagem do óleo usado para a fritura nas batatas-fritas, o biocombustível já está sendo utilizado para mover a frota de caminhões que abastecem a própria rede. Esses projetos formam o que chamamos de empoderamento social, que significa em geral a ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões sobre consciência e direitos sociais. Ele possibilita tanto a aquisição de uma consciência coletiva necessária para a superação da “dependência social e dominação política”. Também devolve poder e dignidade a quem desejar o estatuto de cidadania, e principalmente a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino com responsabilidade e respeito ao outro. Por isso, devemos adotar o processo de logística reversa em todas as áreas da indústria, para que possamos ter um país cada vez melhor.
Alunos:
Referências:
Gustavo Guilherme Cibele Sabrina Erika Barbara Audrey
www.lacresreciclagem.blogspot.com www.patriciaguarnieri.blogspot.com www.logisticaemquestao.blogspot.com www.sargas.com.br/site/artigos_pdf/artigo_logistica_reversa_leonardo_lacerda.pdf http://www.fapepi.pi.gov.br/novafapepi/sapiencia8/artigos1.php
1°EMMB Prof. Orientador: Fabiany susTMtabilidade
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Um passo a frente com o alumínio Atualmente, por todo o mundo, muito se tem discutido a respeito da degradação ambiental. Sendo que tal tema proporciona grandes reflexões, tais como: como será o futuro do nosso planeta? Ainda haverá matas? A água potável será suficiente para todos? Como será o clima, haja vista aos atuais fenômenos decorrentes do efeito estufa? Percebemos essa preocupação aqui mesmo em nosso colégio, com a realização da coleta seletiva de lixo, a campanha para diminuir o desperdício de alimentos e tratamento de água. Todo trabalho tem sido realizado para conscientizar nossos amigos alunos, fortalecendo, assim, com os compromissos da Agenda 21 Escolar. O meio ambiente está sofrendo com o constante desgaste da ação humana e pouco a pouco vem morrendo. Visando uma alteração nesse quadro, cientistas e estudiosos buscam entender o sentido literal de “sustentabilidade”. Tal palavra representa o equilíbrio harmônico do homem com a natureza; sim, é possível viver usufruindo de grandes tecnologias sem destruir o meio onde vivemos. Para isso é necessário que fiquemos atentos aos pequenos detalhes do cotidiano, pois eles em grande escala, com certeza, fazem a diferença. Reduza, reutilize e recicle, são os três “R’s” que buscam dar sentido significado da expressão “sociedade sustentável”. Não se sabe com exatidão onde nasceu a ideia dos três “R’s”, mas sabe-se que a estratégia ecológica para diminuição dos resíduos sólidos foi popularizada pelas organizações ambientalistas. Há 25 anos, com um quilo de alumínio reciclado era possível fazer 42 latas de 350 ml. Hoje, com os avanços tecnológicos, a indústria consegue produzir 62 latas com a mesma quantidade de material, aumentando a produtividade em 47%. A lata de alumínio é o material reciclável mais valioso. O preço pago por uma tonelada é, em média, de R$ 3.500,00 - o quilo equivale a 75 latinhas.
reciclagem. Algumas campanhas promovem a troca de latas por equipamentos úteis a escolas e entidades filantrópicas - 5.250 latas valem um ventilador de parede, 179.200 latas correspondem a uma fotocopiadora e 80.500 a um microcomputador. Segundo, a pesquisa Indicadora de Desenvolvimento Sustentável, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou que há cinco anos, mais de 90% das latinhas de alumínio produzidas no Brasil são recicladas. Sendo que desde 2004, a reciclagem do alumínio não fica abaixo dos 90%. O pior ano, desde então, foi 2008, que alcançou somente 91,5%, e o melhor ano da reciclagem de latinhas foi 2007, quando o Brasil chegou a 96,5%, explica ainda que o percentual de reciclagem aumentou em todos os materiais, mas nenhum deles atingiu índices tão altos quanto o alumínio. Mas para quê reciclar? Essa ação é fundamental, pois, além de poupar matéria prima, economiza energia e beneficia a natureza. No caso do alumínio, por exemplo, segundo a ABRALATAS (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade) a cada quilo reciclado, cinco quilogramas de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados, a cada quilograma reciclado (aproximadamente 74 latinhas). Excetuando-se o fato de que se gasta somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, economiza-se 95% de energia elétrica na reciclagem do alumínio.
Para se ter uma idéia, reciclando apenas uma lata de alumínio, poupa-se a energia necessária para manter uma lâmpada de 100 watts ligada por 20 horas, ou um televisor por 3 horas. Além disso, segundo a Agenda 21 (projeto sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade tentam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais), o fato As vantagens para o consumidor, isto é, para aqueles dessa iniciativa com as latas de alumínio estimula a que não trabalham diretamente com a reciclagem do reciclagem de outros materiais, como papel etc., dimaterial, é receber nos postos de troca − alguns su- minuindo a quantidade de lixo em aterros sanitários permercados, por exemplo − um bônus para ser des- e sendo uma fonte permanente de renda para mão de contado nos estabelecimentos credenciados com va- obra não necessariamente qualificada. lor correspondente ao número de latas entregue para 32 susTMtabilidade
O alumínio é um dos metais mais utilizados e é 100% reciclável (pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento) e sua reciclagem é extremamente importante, pois diminui os danos ao meio ambiente em grande escala, gerando uma grande economia de recursos. O alumínio ao contrário de alguns metais que logo voltam a ser minério, quando jogado aterros sanitários, tem um tempo de desintegração longo. Sendo que essa desintegração muitas vezes não chega a ser completa. Inúmeros são os benefícios da reciclagem, pois além de enfatizar consciência ecológica na população, ajuda na renda de algumas famílias carentes. Segundo dados, de julho de 2011, da ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) para os “catadores” o alu-
mínio é o material que apresenta maior valor em sua venda, variando de R$ 2,96 a R$ 4,31 por quilograma. O Brasil, segundo dados da ABAL, é pela nona vez consecutiva líder na reciclagem de latas de alumínio para bebidas. Entre os países em que esta atividade não é obrigatória por lei, como no Japão, Argentina e Estados Unidos, que em 2009 reciclaram respectivamente 93,4%, 92% e 57% de todas as suas latas que foram produzidas neste ano, e também entre países europeus onde a legislação acerca da reciclagem é forte. Isso demonstra a evolução do país no que diz respeito à preservação do meio ambiente, unindo o que é necessário ao útil e rentável e, que certamente caminhará ao propósito inicial de viver em harmonia com os bens naturais sem extingui-los.
Alunos:
Referências:
Carlos Lima Mariana Valadario Eduardo Nishiwaki Wellington Guaranys Fernanda Murgi Marta Nayra
http://www.melhoradm.com.br/latas%20embal%20vidros.htm
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/990/mais_de_90_ das_latinhas_de_aluminio_sao_recicladas_diz_pesquisa/ (Com informações da Agência Estado)
2º EMV D. Prof. Orientador: Luíz susTMtabilidade
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Produção de lixo desenfreada, o que fazer? Muito se tem discutido sobre, talvez, um dos temas mais polêmicos da sociedade contemporânea: o lixo. Essa invenção humana, considerados os resíduos sólidos sem utilidade, vem sendo um dos grandes problemas a serem enfrentados pela humanidade, já que esse, não contribui para a questão ambiental do planeta. Mas, considerando a população brasileira e tratando-se de um país subdesenvolvido, as medidas que aqui são tomadas em relação ao lixo são distintas aos das grandes potências mundiais.
sanitários e em 17%, que destinam para os aterros controlados.
Os lixões se localizam, em sua maioria, na parte periférica da cidade, em espaços abertos. Já os aterros sanitários consistem em locais onde os resíduos são confinados no solo, cobertos por uma camada de terra, fazendo com que ele não entre em contato com o ar. O terreno é impermeabilizado para permitir que o ambiente não seja contaminado. Outro destino são os aterros controlados, que estão no intermédio entre Um fato verídico que diferencia os países desenvolvi- os lixões e os aterros sanitários, e também é muito dos quanto aos subdesenvolvidos em relação ao lixo comum o despejo do lixo em córregos ou em terrenos é a forma como este é separado. Nos países desenvol- baldios, principalmente pela população que não tem vidos, como na Europa, o lixo é quase que totalmente a devida atenção quanto à coleta seletiva. reciclado separadamente. Apenas os produtos orgânicos são incinerados. Já nos países subdesenvolvi- A cada ano, 2,5 bilhões de fraldas são descartadas dos, o destino do lixo é bem diferente. Geralmente pelos britânicos, 30 milhões de câmeras fotográficas todos os tipos de lixo são juntamente coletados, sem descartáveis vão para os lixos japoneses e 183 mihaver distinção de acordo com os dias e a coleta é lhões de lâminas de barbear, 350 milhões de latas de precariamente seletiva. spray e 2,7 bilhões de pilhas e baterias são destinadas aos lixões norte-americanos. Estima-se que para cada No Brasil, há três destinos para o lixo: os lixões, os 100 quilos de produtos manufaturados nos Estados aterros sanitários e os aterros controlados. A maior Unidos, são criados 3.200 quilos de lixo. parte das cidades do país (cerca de 70% delas) destina o lixo parar os lixões, que acaba sendo o destino mais Os resíduos sólidos podem ser considerados particicomum. Os outros 30% se distribuem em 13% das pantes da economia nacional, uma vez que, as difecidades que distribuem seus resíduos para os aterros renças entre as classes sociais podem ser notadas na
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produção desses resíduos. Como exemplo, podemos citar que boa parte do lixo, especialmente o das classes mais ricas, pode ter sido recolhida pelos catadores antes de chegar aos destinos adequados.
relação já citada entre o desenvolvimento dos países e a quantidade de lixo gerado, pois os Estados Unidos da América (EUA) são os campeões mundiais na produção de lixo, sendo um país desenvolvido.
E a partir dessas análises, é obviamente notória a relação de conflito entre o meio ambiente e o desenvolvimento dos países, e, por consequência, uma espantosa geração de resíduos em grande escala, o que pode ser observado na tabela abaixo sobre a quantidade de produção de lixo em alguns países do mundo:
É um fato preocupante, pois a quantidade de lixo gerada é muito grande e quando esse lixo é descartado de forma indevida acaba prejudicando muitas pessoas. Isso mexe com a biosfera e com a diversidade na natureza, resultando em aspectos negativos para a saúde humana e gerando uma maior preocupação em relação à dimensão em que a produção do lixo cresce.
Pelos dados publicados na tabela anterior, nota-se a
Alunos: Heloísa Martin Carolina França Bruna de Farias Estela Garcia Thais Alves Julia Teixeira Julia Alonso 2ºEMVD Prof. orientador: Igor susTMtabilidade
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Pneu - Para onde ele pode nos levar? O pneu, sem sombra de dúvida, é uma das grandes invenções da humanidade. Uma versão muito melhorada da roda de madeira especialmente no que diz respeito ao material, absorção de impacto e aumento do desempenho do veículo. Porém, ele não traz somente benefícios, mas traz consigo algumas questões que devem ser consideradas: sua relação com o meio ambiente, com o lixo total produzido, descarte correto.
começou-se, de certo modo, a se preocupar com todo o lixo que era produzido e descartado, porém o desenvolvimento era mais importante que a saúde do mundo. Ainda mais em plena época da 2ª Revolução Industrial, onde Henry Ford (com sua ideia inovadora, criando o primeiro carro, Ford T) e James Taylor (que usou uma estratégia para fazer as pessoas quererem possuir o carro) começaram um dos grandes problemas ambientais do mundo: o carro. Tanto no tocante á questões relacionadas à boa qualidade do O que é reciclagem? ar, quanto á questões de descartes de carcaças, peças Como falar do lixo sem antes explicar a reciclagem? e pneus, sem contar na questão social relacionadas a A reciclagem é o reaproveitamento dos materiais já roubos, atropelamentos e comprometimento do esutilizados como matéria-prima para um novo pro- paço físico das ruas. duto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o me- O Perigo do Pneu tal e o plástico. As maiores vantagens da reciclagem Um dos maiores problemas do pneu é que não se sabe são a minimização da utilização de fontes naturais, quanto tempo ele demora a ser decomposto pelo meio muitas vezes não renováveis. Porém, esse processo de ambiente, pois em sua constituição não está apenas a reciclagem só pode acontecer se o “lixo” for separa- borracha, ali também existem malhas de metais dido adequadamente e enviado à instituições/empresas versos e outros elementos químicos. Sendo assim, se que se ocupam de tal tarefa. É importante mencio- ele for jogado em lugares inapropriados (lixões, ruas, nar que aqui, na Fundação Salvador Arena, – Colégio entre outros), além de ocuparem uma grande área, Termomecanica - essa separação ocorre de maneira podem servir de esconderijo para pequenos animais adequada, por exemplo, os cestos próprios para rece- peçonhentos, ratos e o conhecido e temido pelos braber os diversos tipos de “lixos”. sileiros, o mosquito Aedes aegypti (que prefere se reproduzir em recipientes com água parada, como por Pneu no contexto histórico exemplo, o pneu), transmissor da dengue, da malária Sempre houve e sempre haverá lixo enquanto exis- entre outras doenças. Analisando esses fatos, concluitir a humanidade. Desde os primórdios da história -se que grandes depósitos de pneus ao ar livre podem o homem produz lixo. No começo os homens eram se tornar um enorme viveiro de animais que são uma nômades, ou seja, quando os recursos do lugar onde ameaça para a saúde pública. se encontravam se esgotavam ou tornavam-se insuficientes, eles mudavam para outro lugar com condi- O Pneu e o Lixo ções melhores para sua sobrevivência. Quando isso A partir do site Ambiente Brasil, foram feitos cálculos acontecia, neste lugar eram deixados detritos que que constatam que diariamente no Brasil são produeram rapidamente decompostos pela ação do tem- zidas em média 240 mil toneladas de lixo por dia. Em po, já que eram 100% das vezes lixo orgânico. Porém, média, são descartados 20 milhões de pneus por ano, com a criação de comunidades fixas o problema do 54 mil por dia, isso em toneladas daria um total estilixo se agravou, pois o ser humano começou a criar mado de 700 toneladas por dia, haja vista o peso de peças para seu conforto e essas, quando entravam em pneus de caminhões, carros, ônibus e outros. Assim, desuso eram jogadas na natureza sem nenhuma pre- o pneu representa 0,2% do lixo produzido diariamenocupação, ou seja, não pensavam nas consequências te. Parece pouco em vista do total de lixo produzido, que este descarte poderia causar para o mundo. Ape- e realmente é, porém qualquer parcela de lixo que o sar disso, o problema ainda não tinha se tornado uma homem conseguir reduzir terá um grande impacto desordem mundial. para as futuras gerações. Apesar da reciclagem se faNo século XX tudo mudou, houve uma revira-volta e zer presente na sociedade brasileira, está longe de se 36 susTMtabilidade
tornar realidade efetiva. Segundo dados do IBGE, a maioria do lixo urbano é reciclável (4% é metal, 3% é vidro, 3% é plástico, e papel e papelão somam 25%), porém o brasileiro recicla somente 2% desse lixo e pouquíssimos pneus. É importante reciclar esse tipo de lixo, tanto quanto é importante reciclar o pneu. Excluir 0,2% de lixo do Brasil é importante, porém para isso acontecer é necessário que haja maior divulgação dessas questões ambientais e sociais e que a população seja realmente provocada a cobrar tal atitude de seus governantes. Reciclagem do Pneu A reciclagem do Pneu é muito pouco divulgada, porém, muitas vezes, encontramos o produto desse processo em nosso cotidiano, o pneu reciclado pode estar presente nas cadeiras onde se senta, na sola do sapato que se calça, no asfalto da rua entre tantos outros mais. Uma utilização interessante do Pneu reciclado é a de auxiliar a reprodução da vida marinha. Ele é utilizado para recriar recifes de coral, um ambiente adequado para esse ato, segundo o site Setor Reciclagem. Existe um tipo de reciclagem do pneu que recebe o nome de recauchutagem e é coordenada pela AREBOP (Associação Nacional das Empresas de Reciclagem de Pneus e Artefatos de Borrachas), pois apresenta riscos para os carros que recebem esse tipo de pneu e geram problemas sociais no tocante á mão de obra envolvida no processo de reciclagem. A AREBOP foi constituída em 2006 para organizar, incentivar, viabilizar e auto-regulamentar o setor, conta hoje com 12 empresas associadas, que geram 550 empre-
gos diretos e em torno de 5 mil empregos indiretos em todo o País e, busca atingir ainda este ano 25 associadas. Nos últimos seis anos foram investidos R$ 45 milhões de reais no setor, com capacidade de destinação de pneus inservíveis acima de 280.000 toneladas. O processo da reciclagem não é tão simples nem tampouco barato. Existem dois tipos de pneus: radiais e diagonais. O processo de reciclagem dos pneus radiais é mais cara e mais complexa, por se tratar de um pneu que tem uma estrutura interna de aço. Os diagonais, por terem somente tecidos em sua composição, são mais fáceis e baratos de reciclar. É importante que o Brasil comece a se conscientizar sobre esse problema do lixo, que não é um problema só nesse país, mas um problema mundial. O Pneu é uma parte ínfima do problema que o lixo é, porém tudo que se puder ser divulgado com o objetivo de amenizar ou até (para os mais idealistas) acabar com o problema, é bem-vindo hoje e sempre, já que o problema da reciclagem do lixo sempre existirá enquanto existir a sociedade.
Alunos:
Referências:
Alice de Assis Betti Jonathan Leite Carolina Ramos Feltrin Caique André da Silva Leticia Antunes Gabriel Lopes Bianca Natalino
http://www.ufmg.br/proex/geresol/lixohistoria.htm; http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/tempo_de_decomposicao_do_materiais.html; http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_ pneus.html; http://www.cidadaodomundo.org/?p=295; http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article& sid=177;http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2211/carros-em-sao-paulo; http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=311480 http://www.thinktoner.com.br/oqueereciclar.htm
2ºEMN Prof. Orientador: Luís
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Edifício Sustentável: a nova prioridade do setor de construções civis Você por acaso já pensou no impacto ambiental que sua moradia causa ao meio ambiente? Pois bem, agora pense neste número em uma larga escala, ou seja, multiplique-o pelo número de habitantes da sua cidade, estado, ou até mesmo pense nestes danos em escala nacional. As conseqüências são desastrosas, não é mesmo? De fato, a forma como habitamos o planeta tende a ser cada vez mais catastrófica. No entanto, os novos empresários têm cada vez mais priorizado a sustentabilidade no setor de construções civis – investidores e profissionais atuantes nesta área, agora se preocupam em projetar edifícios que venham a causar menos danos ambientais. Atualmente, os edifícios são responsáveis por 40% do consumo mundial de energia, além de emitirem 30% de gases que influenciam no aumento do efeito estufa. O setor é o maior consumidor individual de recursos naturais e gera, aproximadamente, 60% de todo o lixo urbano da sociedade. A questão atual é: como diminuir o impacto ambiental das moradias, sendo que estas só tendem a aumentar o seu número junto ao crescimento populacional? Engenheiros e arquitetos sabem a resposta. Novas tecnologias prometem revolucionar a vida nos grandes centros urbanos - são técnicas que consistem na redução do consumo de energia e água, diminuição da produção de resíduos e aproveitamento das condições naturais do local. Acompanhe a seguir algumas das técnicas inovadoras que farão parte das futuras construções. Tecnologia sustentável Conheça as mais novas técnicas para a diminuição dos impactos ambientais de construções civis em um futuro próximo. Telhado Verde Consiste em utilizar solo e vegetação, aplicados sobre uma camada impermeável, nas coberturas de residências e edifícios. O Telhado Verde proporciona vantagens como isolamento acústico, mantém o edifício protegido de temperaturas extremas, especialmente no verão, onde pode amenizar a temperatura em até 3°C, e pode funcionar também como um filtro natural de água, que pode ser armazenada e utilizada para irrigação de jardins, uso sanitário e até para consumo, em regiões mais áridas. 38 susTMtabilidade
Painéis Prismáticos São uma boa escolhar quando se trata de iluminação. As lâminas prismáticas projetam os raios-solares em todas as direções em forma de micro raios e repelem cerca de 80% do calor transmitidos pelos raios infravermelhos. Entre seus beneficios podemos encontrar o conforto térmico, pela eliminação da pontualidade solar, integração com o sistema elétrico, o que diminui a utilização de luz artificial, acarretando em uma grande economia de energia. Com a diminuição de gasto de energia, os custos de instalação dos Painéis podem ser recuperados em um periodo de 12 meses e proporciona ao usuário uma menor dependencia das distribuidoras de energia e suas alterações de custo.
Galpão projetado com Painéis Prismáticos.
Tecnologia torna energia solar mais acessível Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) desenvolveram uma forma de transformar energia solar em elétrica mais barata que as placas coletoras. Um problema das placas coletoras de energia solar é o custo, que aumenta devido à quantidade de placas
Passageiros que “esquentam” o próprio trem Na estação de trem central de Estocolmo, capital da Suécia, o calor gerado pelos 250 mil passageiros diários abastece o sistema de aquecimento de um edifício de escritórios próximo à estação. Ao sistema de ar condicionado do terminal foram acopladas máquinas que capturam o calor gerado pelas pessoas ou pelo funcionamento do aparelho. Esse calor que seria descartado aquece é água que é enviada via tubulações ao sistema central de aquecimento do edifício da frente. Dentro do prédio, os canos de água quente são ligaCuriosidades dos ao sistema de aquecimento central. A água fria A “Estrela da morte” ecológica expelida é enviada para a estação e ajuda a resfriar Em construção na cidade de Dubai, nos Emirados os equipamentos de ar condicionado. Esse ciclo comÁrabes Unidos, será um prédio com arquitetura eco- pleto gera economia, a expectativa é uma redução de logicamente correta. 25% no gasto de energia no edifício. O nome “Estrela da Morte” vem do formato arredondado do edifício, que lembra a nave Death Star dos filmes da saga Star Wars. Do material usado nas obras à emissão neutra de carbono, todo o prédio é pensado para ser sustentável. O edifício faz parte de uma região de Dubai dedicada a projetos de sustentabilidade, o Technopark. O bairro vai ocupar uma área de 21 milhões de metros quadrados e deve receber 60 mil moradores e 133 mil empregados. A “Estrela da Morte” ecológica vai ser um dos prédios do condomínio futurista e tem data de inauguração prevista para 2012. a serem instaladas. A idéia é substituir as placas por janelas que coletam a energia de uma maneira parecida com a das placas e ainda permite a entrada de claridade nas residências. Essa tecnologia é possível graças ao uso do concentrador fotovoltaico orgânico. Isso faz com que haja necessidade de menos células para captarem a luz solar. Os cientistas preveem quem essa tecnologia poderá ser usada em três anos, já que será fácil fabricar as janelas.
Esquema do funcionamento térmico da “Estrela da Morte”
Alunos:
Referências:
Amanda Frei Bontempi. Beatriz Mitsunaga. Henrique Chinarelli. Guilherme Briguente. Lucas Tatsuta. João Victor Batista. Johann Cisi.
INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA-FÓRUM DAS CONSTRUÇÕES. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo. php?a=23&Cod=89 Acesso em: 23/07/2011 CRIA-ARQUITETURA SUSTENTÁVEL. Disponível em: http://www.criaarquiteturasustentavel.com.br/ Acesso em: 23/07/2011
1° EMVF Prof. Orientador: Andrés
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Novas tecnologias para Preservação Ambiental Todos os seres vivos precisam de condições adequadas e saudáveis para garantirem uma boa qualidade de vida. Por isso, cria-se uma relação de co-dependência entre todos os indivíduos do ecossistema. Porém, infelizmente, o homem não cuida corretamente do meio ambiente, pois ao tentar proporcionar a sua evolução e seu desenvolvimento econômico, tem causado um desequilíbrio gradativo do meio ambiente, explorando de forma inconsciente o principal fornecedor dessa qualidade de vida.
tal. Vários projetos vêm sendo realizados e estudados para que os problemas citados acima possam ser resolvidos.
Para eliminar a poluição gerada pela queima dos combustíveis fósseis, várias empresas de meios de transporte realizam estudos voltados para a construção de fontes de energia renováveis. O VLT e BRT são exemplos de veículos que utilizam energia elétrica, não poluente e renovável. Para que o projeto seja 100% ecológico, é necessário que, durante a produção O ser humano, o fator principal em relação a danos ao dessa energia, não haja danos à natureza. Uma altermeio ambiente, causa os maiores problemas ao mes- nativa é a energia eólica, provida dos ventos, e a solar, mo. Alguns dos maiores problemas que o ser huma- resultante dos raios solares com placas fotovoltaicas. no causa no meio ambiente são a poluição das águas pelo descarte de esgotos e resíduos orgânicos em rios A energia eólica recebe energia proveniente dos vene oceanos; a contaminação do solo pelo depósito de tos. Utilizam grandes turbinas (aerogeradores), em lixo em lixões a céu aberto e os que os homens mais formato de cata-vento, que são colocadas em locais intensificam hoje em dia: os problemas causados pela abertos e com boa quantidade de vento. Através de queima de combustíveis fósseis, como a poluição do um gerador, o movimento destas turbinas gera enerar, consequentemente efeito estufa e etc. gia elétrica. Ainda é pouco usada, mas tem grande potencial para o futuro. A partir da década de 80, percebendo a importância da preservação do meio ambiente e parando de igno- A energia solar é dividida em duas: a fotovoltaica e rar os problemas, o homem passa a buscar meios de térmica. Na primeira, a luz do sol é convertida em reverter os efeitos negativos que causou. Com o uso energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos. É frequente do petróleo e o carvão, fontes de energia considerada uma das alternativas bastante eficientes utilizadas desde as Revoluções Industriais, são con- que não causa danos ambientais. A segunda utiliza tinuamente extraídos e já estão se tornando escassos, a radiação solar como fonte energética para aqueciesgotando-se. mento. O homem vê os avanços cada vez maiores na tecno- A água doce representa aproximadamente 3% do tologia como uma oportunidade de proteção ambien- tal no planeta, sendo 2,3% localizadas em geleiras ou
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regiões subterrâneas e apenas 0,7% disponível para o consumo humano. E ainda assim, a espécie homo sapiens polui essa fonte natural não renovável. Felizmente, algumas organizações como o INPA (Instituto Nacional de Preservação Ambiental) contribuem com projetos capazes e qualificados. O projeto “Água” é um desses, criado pela INPA, e tem como objetivo desinfecção e tratamento de águas e esgotos em todo o território nacional, utilizando equipamentos de última geração para evitar a poluição da água. Através de uma nova tecnologia conhecida como fitorremediação a despoluição do solo vem sendo frequente e um sucesso. A fitorremediação é o nome dado à tecnologia que utiliza plantas para limpar locais contaminados. A planta tem que ser perene, ter capacidade de absorção e se adaptar em vários ambientes. A planta retira do solo metais e compostos tóxicos que estão contribuindo para sua degradação, assim, despoluindo o solo. Esta é uma tecnologia recente e vem provando ser extremamente eficaz. Apesar de todos esses projetos contribuírem para a proteção da natureza, é necessário que todos os seres humanos, sem exceção, se posicionem e não ignorem o aquecimento global, a poluição da água, do solo e do ar. Cada homem, mulher e criança deve fazer sua parte em relação ao meio ambiente. Ações cotidianas e simples, se feitas por todos, causam uma grande melhoria para com o planeta. Além da motivação, um fator importante é o comprometimento. Faça sua parte e faça do nosso um mundo melhor.
Alunos: Caio Fernando Silva Anderson de Almeida Carolina Bortolussi Beatriz Sanciani Rafaela Afonso Bruna Peres Bruna Trindade 1°EMVD Prof. Orientador: Andrés susTMtabilidade
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Lixo Espacial Desde o lançamento do Sputnik – o pioneiro a entrar em órbita, em 1957 – a tecnologia evoluiu muito, permitindo assim que naves, foguetes e centenas de satélites explorassem o espaço. Todavia, quando esses objetos perdem a utilidade, passam de exploradores a poluidores espaciais.
na Terra eles não causam muitos danos graças ao envoltório gasoso − a atmosfera.
Uma vez que a órbita desses corpos se aproxima muito da atmosfera terrestre, eles acabam reentrando. A maioria sofre combustão na reentrada ou cai no mar, porém também pode acontecer de atingirem a terra. Então, a poluição já está tão avançada que tem atin- Nem mesmo a Lua livrou-se desse lixo, pois as misgido o espaço. É o chamado lixo espacial, que são os sões espaciais que pousaram no satélite natural deidetritos provenientes dos objetos lançados pelo ho- xaram lá diversos equipamentos que hoje são apenas mem no espaço, lixo lunar. que circulam ao redor da Terra a A média de objetos do lixo espacial que reentram na cerca de 28000 km atmosfera terrestre é de cerca de 35 por mês. Muitos de altitude. São dos objetos colocados em órbita um dia voltaram ao eles os satélites planeta Terra, mas, na maioria dos casos, isso levou desativados, tan- bastante tempo para ocorrer. ques de combustíveis, fragmentos O lixo espacial é composto por diversos detride aparelhos que tos, “O que existe é uma grande nuvem de objetos dos explodiram, entre mais variados tamanhos e pesos, desde um grama até outros. toneladas”, explicou Petrônio Noronha de Souza, cheImagem do lixo espacial fe do laboratório de Integração e Testes do Instituto em órbita em volta da Terra. Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). (Por: BBC Brasil) Esse lixo ainda traz problemas e perigos, mesmo para as estações es- Hoje, aproximadamente 17.000 despaciais e/ou ônibus espaciais e seus tripulantes. Re- troços com mais de 10 centímetros giram em torno presenta ameaça também para a comunicação, pois do planeta. O problema é que muitas vezes esses fragesses destroços podem caumentos tornam-se invisísar a destruição de outros veis aos radares das naves, satélites e interromper a cocausando acidentes que municação na Terra. Porém, podem por em risco as
O destroço pertence a um foguete que é utilizado para lançar satélites comerciais de comunicação.(Por: Reuters)
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naves e os tripulantes. O problema tem se agravado de modo assustador e preocupante. Os ônibus espaciais necessitam receber os comandos para desviar dos lixos que são enviados ao espaço. Normalmente a altura em que andam é de 300 a 600 km, e o lixo está acima disso, porém, mesmo assim, é necessário estar atento a eles, pois um simples fragmento pode atingir 28000 km/h e rasgar uma espaçonave como se fosse papel. O lixo espacial chega a atrapalhar estudos astronômicos por serem confundidos com outros objetos ou até mesmo aparecer em fotos que tentam mostrar como está o estado dos satélites e planetas. Há estudos entre alguns cientistas que afirmam que daqui cerca de 20 anos não será mais possível fazer operações perto da orbita do planeta, pois ela estará totalmente tomada por lixos espaciais.
Ilustração da “Poluição Espacial” (Por: Nasa)
Alunos:
Referências:
Ana Beatriz de Carvalho Daniela Rodrigues Duarte Felipe Fregnani Fernandes Luane de Souza Fernandes Pedro Henrique Barros da Silva Stefanie Gomes de Mello Yago Victor Cardoso Trizi
http://super.abril.com.br/universo/limpando-lixo-espacial-618548. shtml http://www.brasilescola.com/geografia/lixo-espacial.htm www.conpet.gov.br – Acessado em 25/0711 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia. php?artigo=satelite-gari-limpar-lixo-espacial&id=010130110809 http://blogdoastronomo.wordpress.com/2008/03/28/fazendeiro-australiano-acha-lixo-espacial/
2° EMNG Prof. Orientador: Igor
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O Ônibus Túnel
Um tour para conhecer o “ônibus túnel” Em um mundo onde o aquecimento global, bem como as táticas de combatê-lo, progridem cada vez mais, todos os países estão preocupados e fazendo altos investimentos em transportes coletivos de grande porte e fontes de energia alternativas e limpas. A empresa Huashi Future Parking Equipment começou a instalar em Pequim, capital da China, o projeto piloto de um veículo que promete melhorar em até 30% os congestionamentos das grandes cidades. Batizado de “Ônibus Expresso 3D”, ele é o resultado da mistura entre ônibus e trem. Com a ajuda de trilhos, o veículo anda a quatro metros do chão e permite que carros trafeguem normalmente pelas ruas e avenidas. Além disso, é ecológico por ser movido por energia elétrica que por sua vez provem energia solar, ou seja, não emite dióxido de carbono, que é altamente poluente. E por diminuir o trânsito, torna desnecessária a construção de mais estradas, consequentemente menos áreas devastadas e economia para toda a cidade, que passa a gastar menos em combustível por não passarem mais tanto tempo nos congestionamentos. Algo também bastante relevante com relação ao assunto é o fato de que, se o transporte público brasileiro fosse de boa qua44 susTMtabilidade
lidade, mais pessoas optariam por deixar seus automóveis em casa, diminuindo ainda mais e emissão de poluentes e o trânsito cada vez mais caótico em algumas cidades brasileiras. O custo não é alto, se comparado ao metrô, e seria um bom projeto a ser implantado, devido a todos os seus benefícios ao meio ambiente. O projeto apresenta inúmeras vantagens. A redução em grande escala de automóveis circulando nas ruas e, consequentemente, a redução do congestionamento em aproximadamente 30%, pois o ônibus ocupa menos espaço nas ruas e os carros trafegam por baixo do ônibus. Também podemos contar com a diminuição da emissão de poluentes liberados por automóveis, poluindo menos o ar, pois além de poder ser movido a inúmeras fontes de energia limpa como a energia elétrica, a energia solar, entre outras, as pessoas ficam menos tempo no trânsito, logo queimam menos combustível. Consequentemente teremos a redução de doenças causadas pela excessiva inalação de poluentes. Neste veículo a viagem mais é rápida e confortável além de ser um veiculo híbrido, o ônibus túnel produz menos energia sonora do que o ônibus movido à queima de combustível (tanto renováveis quanto combustíveis fósseis). Como é um veiculo que faz o transporte de um maior número de pessoas em uma menor área, diminui a necessidade de expandir as estradas, e consequentemente, diminui os desmatamentos para a construção das mesmas e seu custo é em torno de 10% do valor da construção de um metrô comum. Já as desvantagens desse projeto inovador são poucas. O investimento em fontes limpas e inovadoras de energia, e a construção desse novo projeto de transporte, mesmo sendo menor em relação à construção de um metrô, o tornam extremamente caro, sendo estimado em aproximadamente US$ 73 milhões segundo engenheiros chineses das principais cidades
de implantação do projeto e este alto valor investido Baterias de Ion-Lítio deve ser recuperado em apenas 5 ou 6 anos. Estas baterias seriam as mais Outro ponto negativo é que esse novo meio de trans- viáveis no uso porte não pode ser implantado em ruas pequenas, em automóveis apenas em grandes avenidas devido a sua própria es- pelos seguintes trutura sem falar da adaptação das vias já existentes fatores: costupara este tipo de transporte. mam ser muito mais leves do que outros tipos de baterias recarregáveis do mesmo tamanho; elas mantêm sua carga. Um conjunto de baterias íon-lítio perde apenas cerca de 5% da sua carga por mês, enquanto outras baterias perdem 20% no mesmo período; elas não apresentam o efeito memória, o que significa que não é preciso descarregá-las totalmente antes da recarga, como acontece com outros tipos de baterias; as baterias de íon-lítio conseguem suportar centenas de ciclos de carga/descarga.
Que medidas que podem melhorar os ônibus em todo o mundo? Energias alternativas. No contexto do século XXI quanto menor, melhor e menos poluente ou que ameace o meio ambiente melhor. Ônibus elétricos e ônibus movidos á biocombustiveis parecem ser uma ótima solução para esse problema principalmente no Brasil que já se mostrou eficiente e preocupado com técnicas ecológicas de desenvolvimento com a criação de combustíveis menos poluentes a base de álcool da cana de açúcar.
Energia Solar Nos dias se hoje com a tecnologia atual, todos podem afirmar que este é o tipo de energia mais limpa que existe atualmente que só pode ser utilizado depois da grande in- Painéis fotovoltaicos poderiam ser facilvenção das placas de mente implantados no topo dos ônibus elérecarregando sua bateria enquanto células fotovoltaicas tricos, fazem sua rota. que captam a energia solar e a sintetiza em energia.
Alunos: Ícaro Luis dos Santos Rodrigues Beatriz de Souza Ribeiro Bruno Andreetto Gabriel David Vieira Grisanti Douglas Martins Richard Margoni Molina 1°EMMB Prof. Orientador: Rafael susTMtabilidade
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Veículos Híbridos Em uma era de grandes avanços tecnológicos, e infelizmente grandes problemas com o meio-ambiente, existe uma grande preocupação com a pegada ecológica que será deixada para as gerações futuras. Um dos grandes dilemas enfrentados é a sustentabilidade dos veículos, que emitem grande quantidade de CO2 para a atmosfera, o que acaba tornando o ar mais poluído e aumentando os efeitos do aquecimento global. Pensando nisso, foi desenvolvida uma nova tecnologia: o veículo híbrido que é movido a energia elétrica ou álcool, sendo assim ecologicamente correto. Em seguida, compararemos os danos ambientais causados pelos veículos movidos a diesel, gasolina e álcool e gasolina (os chamados veículos flex.) Começando pela gasolina, a mesma é um combustível não-renovável responsável pela emissão de grandes quantidades de poluentes como dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e monóxido de carbono na atmosfera, sendo responsável por 40% da poluição atmosférica, o que é muito significativo. Ainda mais devastador que a gasolina existe o diesel, que polui cerca de 120 vezes mais que a gasolina e sozinho chega a emitir quatro toneladas de dióxido de carbono ao ano, o que produz efeitos devastadores. Mais ecológico, porém ainda assim prejudicial, existe o álcool. Por ser de origem vegetal e queimado facilmente, emite 30% a menos de poluição. Mesmo assim, sua pegada ecológica não é nada boa. Porém o mesmo acaba sendo mais usado por conta do preço, mais vantajoso, e dos incentivos dados pelo governo. Para produzir álcool é necessário desmatar grandes áreas, o que gera impacto ambiental, além
Alunos: 1°EMMB Prof. Orientador: Horácio
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disso a cana é queimada antes de ser retirada(para facilitar sua extração), o que é extremamente danoso para o solo e para a atmosfera. Sem falar do aspecto social, os chamados “bóias-frias” trabalham em péssimas condições, em regime semi-escravo, recebendo salários baixíssimos. Já o veículo flex tem se tornado mais cobiçado entre os brasileiros por conta da sua rentabilidade econômica, porém se torna mais danoso ao meio-ambiente por utilizar duas fontes diferentes, e por tanto agregar prejuízos das mesmas. Para calcular a rentabilidade econômica basta multiplicar o preço da gasolina por 0.7, se o resultado for maior que o preço do álcool, o mesmo é mais vantajoso. Depois de analisar os prejuízos ambientais dos combustíveis, nos resta chegar à conclusão de que os veículos mais sustentáveis são os movidos a energia elétrica, chegando a poluir 40% menos que a gasolina. Além de ecológico, o mesmo é prático, podendo ser abastecido facilmente em uma tomada comum, o que geraria uma economia para o motorista, além de o álcool ser mais barato. Estima-se que se toda a frota brasileira fosse substituída por esse tipo de carro, a poluição diminuiria incríveis 80%, sem falar na economia em gastos com a saúde pública. Mas, apesar de todos esses benefícios, não há incentivo por parte do governo nem por parte dos ricos empresários, pois só há interesse em lucrar cada vez mais, e o preço do veículo elétrico não é acessível para a população, o que se torna um obstáculo. Por fim, o que cabe a nós é conscientização e preocupação com o ambiente que iremos deixar para as gerações futuras.
O lixo sofre transformações químicas Todos os materiais que vão para o lixo sofrem transformações químicas. Os restos de alimentos são decompostos rapidamente por fungos e bactérias, liberando gases malcheirosos, como o metano(CH4), dióxido de carbono(CO2) e o nitrogênio(N2); transformando-se num caldo negro denominado chorume. O chorume contém produtos tóxicos, como o mercúrio e o chumbo provenientes de lâmpadas fluorescentes, baterias, pilhas, tintas etc. Se o chorume for carregado pela água da chuva pode vir a contaminar o solo, a água e os aquíferos. Os materiais como plásticos, vidros, latas de alumínio e tantos outros, também sofrem transformações químicas, porém elas são muito lentas quando comparadas com aquelas sofridas por outros materiais como, por exemplo, os restos de alimentos. Essas transformações são tão lentas que, geralmente, não são percebidas durante toda a vida de uma pessoa. Assim, devemos reduzir o consumo e evitar jogar no lixo restos de alimentos junto com o lixo seco (vidro, plástico, papel e metal). O lixo seco deve ser reciclado, no intuito de preservar o meio ambiente. O lixo orgânico também passa por várias transformações químicas e, quando submetido à ação de bactérias, em alta temperatura, se transforma em dois subprodutos: um é o adubo natural e o outro é o gás metano (CH4), que pode ser usado como combustível em usinas termoelétricas. Na reação de combustão é liberada uma grande quantidade de energia (na forma de luz e calor), que possui várias aplicações: iluminação, funcionamento de motores, aquecimento da água em caldeiras, pro-
dução de energia elétrica, etc. LIXO: UM OSSO DURO DE ROER Um dos maiores problemas dos centros urbanos, em relação ao lixo produzido, refere-se ao seu destino. O tempo necessário para decomposição do lixo no ambiente é muito longo. Veja na tabela a seguir o tempo que cada material demora para se decompor: Material Tempo ALUMÍNIO 200 a 500 anos CHICLETES 5 anos EMBALAGENS LONGA Até 100 anos (alumínio) VIDA EMBALAGENS PET Mais de 100 anos FILTROS DE CIGAR5 anos ROS PAPEL E PAPELÃO Cerca de 6 meses PNEUS Indeterminado VIDROS Indeterminado PILHAS Até 500 anos
Alunos: Pedro Gabriel H. Renan, Lucas M. Guilherme A. Diego V. Júlio
2ºEMVE Prof. Orientadora: Sibila susTMtabilidade
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Sequestro do carbono O sequestro de carbono é como uma nova medida que auxilia a retirada de CO2 da atmosfera. Uma forma mais comum desse sequestro são as árvores, que retiram uma grande quantidade desse elemento para poderem se desenvolver. Cada hectare de floresta é capaz de absorver 150 a 200 toneladas de carbono. Porém devido ao desmatamento em massa que anda ocorrendo, essa alternativa está quase sendo inutilizada. Outra organização recente que tem sido feita, é a separação do gás carbono no processo de exaustão das indústrias por meio de um sistema de filtros. Esses filtros transportam o gás até o local geológico e é injetado em três reservatórios: campos de petróleo maduros, aquíferos salinos ou camadas de carvão.
coordenador do Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (Cepac). Ketzer lembra ainda que os campos de petróleo ou gás natural guardaram esses fluidos por milhões de anos e que eles permaneceriam intactos se o homem não resolvesse trazê-los para a superfície. Os Reservatórios • Camadas de Carvão: o carvão retém o CO2 e libera o gás natural, que pode ser explorado e comercializado. Em depósitos muito profundos é possível armazenar o gás carbônico.
• Campos de Petróleo: Os poços maduros, onde não há mais a produção de petróleo e de gás, poderiam ser grandes depósitos de CO2, uma vez que as “Os reservatórios geológicos são altamente eficazes petrolíferas já injetam o gás. para aprisionar fluidos em profundidade. Do contrário, o forte terremoto que causou o tsunami na Ásia • Aqüíferos Salinos: A água nesses aqüíferos é teria rompido diversos depósitos geológicos naturais. tão salobra que não serve para o consumo. Poderia ser No entanto, nenhum campo de gás natural ou pe- mais um depósito para o armazenamento deste gás. tróleo vazou”, explica o geólogo José Marcelo Ketzer,
Referências: SUPER INTERESSANTE. Disponível em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2007/conteudo_556026.shtml Acesso em: 12/07/2011 ÁRVORES BRASIL. Disponível em: http://www.arvoresbrasil.com.br/?pg=reflorestamento_sequestro Acesso em: 20/07/2011
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GEOMUNDO. Disponível em: http://www.geomundo.com.br/meio-ambiente-40155.htm. Acesso em: 20/07/2011
Caça Palavras 1- O principal meio de capturar o carbono e lançar o oxigênio é __________ . 2- O aumento de CO2 na atmosfera contribui para o _________ _________ . 3- O ________ é o maior reservatório de carbono da Terra. 4- Com o aumento de CO2 ocorre o aumento da ___________ . 5- A forma mais comum de seqüestro 6- O CO2 é emitido via combustíveis _________ . 7- O seqüestro de carbono é um mecanismo que transfere o carbono da ________ para biosfera. 8- O gás carbônico trata-se de um dos gases do _________ ________ . 9- Nas florestas, o carbono está armazenado nas _________ . 10- O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de _________ .
Alunos: Júlia Ribeiro Isabella Fernandes João Pedro Vasconcelos Lucas Fiorentino Filipe Matias Fabio Kuono Paula Dias 1°EMVF Professor orientador: Sibila susTMtabilidade
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O POLIETILENO VERDE: O Plástico verde
Produção de plástico a partir da cana de açúcar que é 100% reciclável. Vivemos em uma época em que o exarcebado volume de produção, principalmente industrial, impacta destrutivamente o meio ambiente, o que suscita a discussão sobre formas de conciliar desenvolvimento e sustentabilidade. Nesse contexto, a Braskem, a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, produz o polietileno verde (plástico verde) que é chamado “I’m Green”. O polietileno é um polímero (macromolécula) mais produzido no mundo, feito a partir de frações de petróleo. É uma matéria-prima utilizada para produzir produtos plásticos como: utilidades domésticas, tubulações, brinquedos, embalagens em geral. Contudo com tecnologia brasileira, o plástico verde é produzido a partir de matéria-prima renovável – a cana-de-açúcar. O processo de produção abrange as seguintes etapas: a cana-de-açúcar após ser colhida é transportada para a destilaria, onde é moída. O caldo da cana resultante do processo é fermentado e destilado para
Alunos: Raquel Alves Aline Lee Bianca Portela Rodrigo de Carvalho Eduardo Petecof Lothar S. Victor Kazuo 2°EMMC Prof. Orientadora: Célia
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produzir etanol, que sofre um processo de desidratação e é transformado em gás eteno. Juntamente com um catalisador reagem e ocorre a formação do polietileno verde em pó. O plástico em pó é tratado e fundido a aproximadamente 300ºC e torna-se uma pasta que é encaminhada a uma extrusora transformando-se em grânulos. A seguir são enviados às empresas de transformação, onde são produzidos os mais diversos materiais. A Braskem utiliza cerca de 3% do volume total do etanol produzido no Brasil para sua produção anual. A produção do plástico verde leva a captura de até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera para cada tonelada de polietileno produzida, este seqüestro acontece devido à reação de fotossíntese que ocorre na cana-de-açúcar é, portanto, um plástico 100% reciclável, ajudando desta maneira na redução das emissões dos gases do efeito estufa e redução do aquecimento global.
Lixo Radioativo O que são? São materiais radioativos, como o Urânio, Césio, Estrôncio, Iodo, Criptônio e Plutônio. São provenientes de diversos lugares, como por exemplo, hospitais e usinas nucleares. Não podem ser considerados, em hipótese alguma, como lixo comum, e, justamente por isso, deve-se ter mais cautela com esse tipo. A exposição a ele é um grande perigo e esse é o motivo para toda a precaução que existe sobre esses resíduos. Por que apresentam perigo? A radioatividade é perigosa, pois elementos radioativos emitem partículas que fazem um átomo mudar o seu elemento, aumentando ou diminuindo sua massa e/ou seu número atômico. As partículas radioativas podem ser de três tipos: Alfa: Não são todos os materiais radioativos que a emitem. Quando um átomo é exposto a ele, perde quatro unidades no número de massa e duas unidades em seu número atômico. Beta: Também não são emitidas por todos os materiais radioativos. Quando um átomo é exposto a ela, ele ganha uma unidade em seu número atômico. Gama: Todos os materiais emitem. São somente ondas eletromagnéticas.
de todos, porém pode ser reciclado. Estão presentes nas usinas lixos de baixa e média intensidade radioativa. Podem ser equipamentos, roupas e ferramentas que adquiriram essa radioatividade graças ao contado direto ou indireto com o combustível das usinas. Estes são guardados em depósitos temporários presentes na própria usina ou em Angra dos Reis, no Centro de Gerenciamento de Rejeitos. Porém está sendo exigida a construção de um depósito geológico com o intuito de armazenar, não somente o lixo radioativo derivado da usina, mas também aqueles provenientes de hospitais e indústrias brasileiras. Por que escolher, mesmo sabendo que lixo nuclear possui um risco, a geração de energia através de usinas nucleares? De acordo com a CONTER, Conselho Nacional de Tecnologia em Radiologia, físicos nucleares, publicaram em março de 2011 sua tese de que a energia nuclear pode ser sustentável e praticamente inesgotável, além de seu uso não contribuir para a mudança climática do planeta e deixar sobras do tão temido lixo nuclear.
Para isso, os físicos contam com duas tecnologias ainda em fase de testes: o processamento pirometalúrgico (método de alta temperatura para obter combustíQual é o destino desse tipo de lixo? vel a partir da reciclagem do lixo criado por reatores Todo dejeto radioativo é classificado e depositado nucleares) e os reatores modernos de nêutrons rápide acordo com atividade e duração de seus isóto- dos que serão capazes de queimar esse combustível e pos radioativos. E por isso podem ser depositados assim produzir energia. dentro da própria usina ou em depósitos vizinhos a ela.O combustível de usinas nucleares possuem, nor- Os autores da tese acreditam que a energia nuclear malmente, um ano de validade e após esse tempo as seria o modo “mais amigável” com o meio ambiente e barras de urânio precisam ser trocadas. Esse rejeito é mesmo assim o método com maior eficiência e quanconsiderado de alta radioatividade, o nível mais alto tidade de energia gerada. Alunos: Ayandra Souza de Sales Beatriz Araujo da Silva Lívia Reginato David Viana Lucas Figueiredo de Oliveira Raul César Nemézio da Silva Renan Aparecido da Silva Gonçalves Vitor Mitsunaga de Araujo 2ºEMNG Prof. Orientador: Rafael susTMtabilidade
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A polêmica da energia nuclear brasileira
Conheça um pouco mais sobre os investimentos brasileiros nessa poderosa fonte energética O assunto “energia nuclear” no Brasil, sempre que é colocado em discussão causa grande desespero na população, pois o medo e a insegurança diante dessa forma de obtenção energética são grandes. Isso se deve principalmente ao risco e aos acidentes que já afligiram a população mundial anos atrás, como é o caso de Tchernobil, na Ucrânia, em 1986, e meses atrás em Fukushima, no Japão. O que muitas pessoas não sabem é que o Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação de combustível para usinas nucleares, o processo de enriquecimento do urânio, peça estratégica dentro do chamado ciclo do combustível nuclear. Além do conhecimento técnico, ainda contamos com as reservas naturais do próprio país. Já são confirmadas mais de 300 mil toneladas de urânio nas reservas brasileiras, estando assim entre as seis maiores do mundo, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia. O funcionamento de uma usina nuclear é bastante parecido ao de uma usina térmica, a diferença é que ao invés de nós termos calor gerado pela queima de um combustível fóssil, como o carvão, o óleo ou gás, nas usinas nucleares o calor gerado ocorre pelas transformações que se passam nos átomos de urânio nas cápsulas de combustível. Sabemos que todas as formas de geração de energia elétrica provocam interferências no meio ambiente, sendo umas mais que outras.
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As usinas hidrelétricas, no entanto, provocam vários impactos ambientais, como a inundação de áreas (destruindo a flora e a fauna), interferência no curso natural dos rios e nos seus ciclos (devido ao represamento e controle das águas) e deslocamento de populações. Enquanto isso, o único risco que a usina nuclear apresenta é de vazamento, tanto no solo quanto na água, já que, por exemplo, as Angras brasileiras ficam próximas ao mar. Mas essa contaminação pode ser evitada se houver o manejo e o descarte correto dos equipamentos e materiais. Por exemplo, a energia nuclear não é só utilizada em reatores, é também utilizada na medicina, na agricultura, na indústria. As radiografias também a utilizam. Na França, por exemplo, 75% da energia utilizada é nuclear. O país não tem eficácia na produção de energia hidrelétrica, afinal o conforto de um país desenvolvido é baseado na energia elétrica. O Japão também não tem rios o suficiente para produzir centrais, nem tem espaço. Podemos analisar a hidrelétrica de Itaipu, que produz 12000 MW de potência. Está construída em um lago de 1600km² de área, em torno de rios, onde existem terras férteis que poderiam produzir alimentos. Não são todos os países que dispõem dessas condições para produzir energia. Angra 1, 2 e 3, estão localizadas numa pequena praia no Rio de Janeiro, ou seja, você constrói uma central hidrelétrica dentro da cidade, se for preciso. Devem ser ponderados os riscos e a necessidade de desenvolvimento do país. Em termos financeiros e energéticos, mesmo com apenas uma terça parte do país prospectado, as reservas brasileiras são da mesma ordem de grandeza daquelas atualmente existentes em petróleo e seriam suficientes para manter em funcionamento 10 reatores equivalentes aos existentes – Angra 1 e Angra 2 – por cerca de 100 anos. O funcionamento dessas duas usinas foi importante no período de falta de energia no Brasil, mostrando mais uma vez que essa energia tem trazido bons resultados
e poucos riscos, que são, como se verificou no Japão, baseados no risco do vazamento do material nuclear, que se acontecer causa um grande risco a fauna, flora e a todos que estão na região onde se encontra o vazamento, as cidades deste entorno tem de ser evacuadas e deixarem o local mais rápido possível, pois o vazamento pode causar sérias conseqüências ao passar dos anos como câncer na tireóide, além das cidades ficarem inabitadas por um longo tempo devido ao período que a radiação demora a se expelir. Essa forma de obtenção de energia é considerada limpa e seria muito útil para os países que utilizam em grande escala as termoelétricas, como é o caso dos Estados Unidos, que acabam por serem responsáveis pelas maiores emissões de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Hoje a matriz enérgica brasileira prevê a expansão do parque nuclear baseada em hipóteses consideradas irrealistas, outras totalmente aceitáveis, pois no Brasil a complementação
térmica pode vir tanto de energia nuclear quanto de biomassa e de gás. Por outro lado, precisamos mudar nossa política de pensamento e sair do senso comum, pois a cada dia que passa o mundo se atualiza diante de novas formas de obtenção de energia. Dessa forma, ainda é preciso muita discussão sobre essa forma energética tão polêmica no Brasil e no mundo, mas devemos lembrar que a implementação delas é essencial para a diminuição dos impactos ambientais. Existem propostas que se encontram em análise na presidência da República, resta-nos torcer para que essas medidas não demorem a serem postas em prática.
Alunos:
Referências:
Karina Bonilha Roque Igor Tsuyoshi Yamanaka Vinicius Todesco Pinheiro Matheus Vitor Lima Rocha Guilherme Gomes Victor Augusto da Silva Mendes Lucas Sisdeli Gimenez
http://www.biodieselbr.com/energia/nuclear/brasil-energia-nuclear. htm http://www.cnen.gov.br/ http://www.aben.com.br/
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Lixo Nuclear: uma dúvida com inúmeras respostas Após muitos anos de uso de energia proveniente de materiais radioativos é que entrou em pauta a necessidade de se discutir o destino dos resíduos gerados por essas usinas. Entretanto, mesmo com essa crescente dúvida, não são de conhecimento da maioria dos brasileiros os benefícios que a energia nuclear traz. Apenas conhecem o lado das catástrofes, sendo esse significativo, porém não o mais importante. Quando questionadas por uma pesquisa realizada pela Revista Ciências do Ambiente, em fevereiro de 2006, sobre o grau de conhecimento a cerca de usinas nucleares, os resultados não foram muito satisfatórios. A pesquisa afirma que esse baixo índice de conhecimento deve-se aos problemas que essa usina apresenta ter, e, aparentemente, sem soluções. O lixo gerado é um deles, tal como custo, proliferação e casos de acidentes radioativos. Dentre esses problemas, o mais discutido atualmente é a questão do lixo: o que fazer com ele? Primeiramente, necessita-se saber o que é o lixo nuclear. É aquilo que se origina de hospitais, centros de pesquisas, usinas nucleares e outros, e que, durante o seu tempo de meia-vida, libera raios prejudiciais tanto à natureza quanto ao ser humano. Este tipo de resíduo possui uma classificação que caracteriza seu descarte e seu nível de radiação: Os resíduos são divididos em 3 níveis de radiação: baixa, média e alta. Os de baixa radioatividade possuem uma meia-vida curta e baixo teor de radioatividade, devendo ser descartados no mar (ou atmosfera, se o elemento for gasoso), enterrados em fossos, ou até mesmo armazenados em tambores de aço. Os resíduos de média radioatividade são resíduos sólidos. Devem ser envolvidos em concreto e armazenados em usinas atômicas. Os de alta radioatividade são elementos sólidos e líquidos, e devem ser estocados em tanques de aço inexorável, envoltos em concreto, em locais apropriados. Há 40 anos que pesquisadores procuram por um local ideal para armazenar esse lixo definitivamente. Estudou-se inclusive, a possibilidade de se enterrar ou descartar esse tipo de lixo em mares. Porém, o meio ambiente acaba tornando-se vítima da radiação nuclear, sendo uma das suas consequências a contaminação do solo e do mar, o que acaba se incorpo54 susTMtabilidade
rando à cadeia alimentícia dos seres vivos. Esses efeitos são acumulativos e uma só exposição já pode ser muito perigosa, prejudicando o ciclo ambiental. E, além de prejudicar o meio ambiente, também possui efeitos extremamente nocivos para o homem, trazendo consequências extremamente perigosas, como o câncer, as alterações gastrintestinais, problemas na medula óssea e também no aparelho reprodutor, causando a infertilidade e más-formações. Sem contar o enfraquecimento do sistema imunológico, que abre a porta para outras inúmeras doenças. Por isso, muitos cuidados devem ser tomados quando ocorre um acidente envolvendo radiação nuclear. Um exemplo de acidente envolvendo pessoas e que trouxe grandes problemas foi o acidente de Goiânia, em 1987, onde alguns catadores de lixo acharam uma cápsula e venderam-na no ferro velho. Lá a cápsula foi aberta e nela encontraram um pó branco, parecido com sal de cozinha, porém no escuro esse material brilhava com a cor azul. Encantados, mostraram-na para a família, os amigos, os vizinhos, e alguns até levaram um pouco para casa. Cerca de quatro dias depois, muitas pessoas foram ao pronto socorro sentindo os mesmos sintomas, que inicialmente eram vistos como uma doença contagiosa desconhecida e que, mais tarde, com um pouco do tal pó, o Césio-137, descobriu-se que eram pessoas contaminadas pela radiação. Hoje em dia, as vítimas sobreviventes fundaram a Associação das Vítimas Contaminadas do Césio-137 e lutam contra o preconceito ainda existente. Esse foi o maior acidente ocorrido fora das Usinas Nucleares. E para exemplificar o quão prejudicial pode ser a exposição a tal evento para o ser humano, Ernesto Fabiano, que carregou no bolso um fragmento de material radioativo, traz como conseqüências uma grave lesão na perna que não cicatrizou totalmente e que acarretou na descalcificação de seu fêmur. Por tal fato, comprova-se a nocividade da radiação para o homem, explicada acima. Então, como se pode ver, o problema do lixo nuclear está mais próximo do que se imagina, afetando várias nações, como o Brasil e que, se mal administrado, pode trazer graves problemas. Logo, questiona-se: onde o Brasil estoca seus rejeitos radioativos? O país estoca lixos de baixa e média radioatividade
em depósitos e piscinas nos prédios das usinas de Angra 1 e 2. Como condicionante para a licença de operação de Angra 3, o Ibama estipulou que o país deve iniciar o processo de licenciamento de um depósito definitivo de resíduos de média e baixa radioatividade e apresentar o projeto de um depósito de resíduos de alta radioatividade. Um exemplo de produto altamente radioativo são os restos de combustível nuclear que movem as usinas e que, agora passam a ter como foco de análise o local para onde devem ser descartados. O governo está pensando em medidas para este combustível: “Ainda não decidimos se vamos comprar serviços de reprocessamento ou se vamos tratar o combustível como rejeito radioativo e estocá-lo do jeito que está”, diz Laércio Vinhas, diretor de Segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão federal que supervisiona o setor nuclear que recolhe todos os resíduos nucleares do país. “A Eletronuclear (estatal que constrói e opera usinas) e a CNEN estão fazendo um projeto de depósito de resíduo de alta no Brasil, mas ainda não é o definitivo. É um lugar onde os elementos combustíveis poderiam ficar por 200, 300 anos até que as novas gerações decidam o que querem fazer: tratá-los como rejeito ou reprocessar.” Prevê-se que este depósito intermediário estará operando em 2026. Outro problema é a capacidade de estoque disponível no país, já que, para haver reprocessamento ou até mesmo guardar o combustível a seco, necessita-se de uma capacidade significativa, o que não ocorre: “As piscinas de Angra conseguem estocar os elementos
combustíveis até 2020”, garante Leonam dos Santos Guimarães, assessor da presidência da Eletronuclear. Pesquisador da CNEN, Rogério Pimenta Mourão revela que há planos de construção de uma piscina extra no complexo. Porém, como nota-se, ainda é uma questão em discussão. Haja vista tais medidas que estão sendo estudadas no Brasil, é possível construir uma crítica, já que alguns países europeus, por questão de facilidade ou falta de solução para o problema, descartam seu lixo radioativo em outros países ou o descartam no mar, pois não possuem local adequado para seu despejo, acabando por contaminar todo o planeta. Não é por pensar que estes dejetos não possuem solução que devem ser classificados como insignificantes. É algo totalmente errôneo, já que eles podem ser amenizados. Segundo a GE Hitachi Nuclear Energy, uma das maiores fornecedoras de reatores nucleares do mundo, que a se pode transformar resíduos atômicos em combustível para usinas nucleares avançadas. Portanto, lixo nuclear não deve ser rotulado como um problema sem solução nem invisível, como são tratados atualmente vários problemas sociais, políticos e econômicos, mas sim como um desafio que deve ser ultrapassado, visando uma maior qualidade de vida humana e um maior cuidado com o meio ambiente, afinal como disse Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, e a sociedade pode transformar tal problema em algo menos prejudicial.
Referências:
Alunos: Amanda Botton Isabella Pantini Egle Tavares Gabriel Isola Jaqueline Koda Larissa Sprengel Liliane Martins 2ºEMVD Prof. Orientador: Rafael
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/lixo-nuclear.php http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/lixo-nuclear-2.php http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/lixo-nuclear-3.php http://material.nerea-investiga.org/publicacoes/user_35/FICH_ES_33.pdf http://mundoestranho.abril.com.br/materia/onde-e-guardado-o-lixo-nuclear-das-usinas-brasileiras http://homologa.ambiente.sp.gov.br/proclima/noticias_novas/2005/jornaldomeio ambiente2005_1/14072005b.htm http://www.brasilescola.com/quimica/lixo-nuclear-perigo.htm http://www.suapesquisa.com/o_que_e/lixo_nuclear.htm https://www.ipen.br/ susTMtabilidade
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“Tupy or not tupy”: antropofagia ou canibalismo cultural? Segundo o minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra lixo é definida por: “objeto sem valor ou utilidade, ou resto de trabalhos domésticos, industriais[...] que se joga fora; sujeira, imundície”. O lixo tornou-se um dos principais problemas ambientais, já que é o causador de diversos tipos de poluição, como a atmosférica, a aquática, a visual e − até mesmo − a cultural. Embora esta última, normalmente, não conste na preocupação dos ambientalistas, a poluição cultural define-se pelo bombardeio ideológico que as massas recebem, ou seja, um enorme número de informações que, na maioria das vezes, são inúteis ao receptor. Elas têm por objetivo o incentivo ao consumo de produtos desnecessários. Humberto Eco, em seu livro Apocalípticos e Integrados, trata a ideia de cultura de massa como um conceito genérico e ambíguo, suscitando críticas dos mais diferentes matizes, configurando-se, na sua visão, como anticultura. Surgindo em um período em que a presença das massas se torna um fenômeno de um contexto histórico específico, a cultura de massa provoca uma reação otimista daqueles que ele chama de integrados, pois veem na produção dos diversos meios de comunicação de massa, uma forma de os bens culturais estarem à disposição de todas as pessoas, ainda que eles se tornem leves e agradáveis para a plena absorção. Contrapõem-se aos integrados os apocalípticos, que criticam veementemente a forma como se dá esse tipo de produção cultural, resistindo-lhe, e cunham o que ele chama de conceito-fetiche: “a indústria cultural”. Coloca em discussão o fato de a indústria cultural ser um evento de nosso tempo e, portanto, irreversível, pois da mesma maneira que, depois do advento da industrialização não se volta a produzir para toda sociedade, nos moldes da manufatura, não há como socializar a cultura para um grande número de pessoas sem utilizar os meios de cultura de massa. No entanto, ressalta que: “[...]a atitude do homem de cultura, ante essa situação, deve ser a mesma de quem, ante o sistema de condicionamentos da ‘ era do maquinismo industrial’, não cogitou de como voltar à natureza, isto é, para antes da indústria, mas perguntou a si mesmo em que circunstâncias a relação do homem com o ci56 susTMtabilidade
clo produtivo reduziria o homem ao sistema e como, ao contrário , lhe cumpriria elaborar uma nova mensagem de homem em relação ao sistema de condicionamentos; um homem não libertado pela máquina, mas livre em relação à máquina”(EC0,1976,p.16) Logo, se não há como pensar a cultura nos moldes antigos, é necessário que o homem se relacione com essas novas formas de produção cultural de modo crítico, liberto em relação a esse modo de produção, ainda que dele não possa prescindir.
Já Adorno e Horkheimer, em seu texto Dialética do esclarecimento, apontam que, na indústria cultural, tudo é um negócio e, portanto, traz consigo todos os mecanismos da produção industrial moderna, portando seus componentes ideológicos no qual o homem não passa de um objeto de produção e de consumo. Segundo esses pensadores da escola de Frankfurt, a indústria cultural objetiva obscurecer a percepção das pessoas, inclusive dos formadores de opinião, a fim de torná-los consumidores de produtos culturais questionáveis, reduzindo o homem à passividade e a criticidade. Para Adorno, na Teoria Estética, o que pode libertar o homem dessa forma de relação é a arte, pois ela liberta o homem das amarras dos sistemas e o configura como um ser autônomo, autêntico, como sujeito produtor e co-participante das manifestações culturais autênticas, não um ser passivo que recebe o que foi feito para ele e não por ele. Esse tipo de consumo a que se referem Adorno e Horkheimer pode ser exemplificado pelo American Way of Life (estilo estadunidense de viver). Esse esti-
lo foi exportado como o “ideal” modo de viver e têm por características: a busca da felicidade, o sentimento de liberdade, o bem-estar socioeconômico, etc. Essas características estão atreladas ao desenvolvimento da classe média estadunidense no século passado; ao aumento que o poder aquisitivo causou na mentalidade norte-americana, expressando-se por meio do consumismo, disseminado para outros países . A mentalidade American Way of Life intensificou-se durante a Guerra Fria, pois nesse período as potências centrais (Estados Unidos e Rússia) pretendiam colocar sob sua influência o maior número possível dos países. Os Estados Unidos usavam como estratégias a mentalidade de dominação cultural e a dependência econômica.
A dominação cultural deu-se de várias maneiras; mas, principalmente, pela grande quantidade de produções televisivas e cinematográficas, como é, no caso do Brasil, a criação do personagem Zé Carioca, de Walt Disney, um papagaio antropomorfizado que incorporou o “jeitinho brasileiro”: alegre, brincalhão, amigável, receptivo aos estrangeiros. Sua criação está relacionada à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e à política de boa vizinhança do governo Roosevelt. E com essa política, os Estados Unidos buscavam ampliar seu domínio na América com base no espírito de defesa do livre
mercado, combatendo os riscos do nacionalismo, do fascismo e do comunismo, alegando a melhoria da qualidade de vida dos latino-americanos. A expansão e o domínio da indústria cultural, somadas aos fatores do contexto político e econômico, estão na base do que se convencionou chamar de sociedade do espetáculo, na qual somos estimulados ao consumo de imagens e símbolos, pré-escolhidos por outrem, substituindo a função de sujeito do indivíduo que as recebe, fazendo com que a relação social entre as pessoas seja mediada por imagens. Assim, aliena-se o indivíduo do “ser” para o “ter”, como se ambos fossem indistintos, e do “ter” para o “parecer”. Nesse tipo de sociedade, as pessoas contemplam e aconsomem imagens do que lhes falta em sua realidade e a vida e a “arte” passam a ser uma coisa só, não no sentido de que a vida imita a arte ou vice-versa, mas no sentido que a própria vida torna-se espetáculo, como o caso da princesa Diane ou de guerras assistidas em tempo real ou dos inúmeros realities. É nesse sentido que cabe diferenciar entretenimento de cultura genuína. O entretenimento produzido para as massas é compacto, linear, não pressupõe complexidade. Com isso, em nome de uma pretensa cultura “democrática e popular” anti-aristocrática, cria-se o entretenimento, produto de mercado, que se diferencia da cultura que é fruto da produção genuína de comunidades e sujeitos. Feito para atender o maior público possível, produz-se cultura de baixo nível, o lixo cultural, visando a uniformização, a inautenticidade, expulsando o genuíno e o espontâneo, transformando a realidade em encenação. Além do consumo da cultura de massa, há pessoas que consomem um tipo de cultura que é mais periférico, já que é considerado pela crítica como fora dos padrões técnicos, artísticos, morais. Além de não serem valorizados pela sociedade acadêmica, essa cultura é denominada trash. Ela é consumida por pessoas que querem algo diferente do “normal”, restrito a um pequeno grupo, por pessoas que pretendem ser diferentes. Entretanto, elas não são bem aceitas pelos demais indivíduos da sociedade, por esse motivo os membros dessas comunidades sempre estão em contato e trocando informações. O gosto pelo trash como produto subcultural é elemento de distinção dos grupos que são, em sua maior parte, masculina e jovem. Transitam em grupos em susTMtabilidade 57
que o mau gosto e o consumo por produtos culturais amadores ou mal feitos são o diferencial. Segundo a pesquisadora Castellano, a maior parte dos entrevistados possuem capital cultural sobre o cinema, cultura erudita e cultura de massa, mas optam pela forma de produção da cultura trash como espécie de reação subversiva à cultura oficial. A autora cita ainda Humberto Eco e sua obra Os movimentos pop, na qual o autor teria afirmado que o surgimento da sensibilidade camp teria caído como uma luva para a intelectualidade que sempre teve vontade de se entregar à cultura de massa e seus símbolos, mas não o fazia por constrangimento; portanto, ao adotar a postura do deboche e do riso, fazem-no encarnando um postura de contra-cultura, de crítica à cultura dominante. Na visão da pesquisadora, o mesmo comportamento pode ser utilizado para compreender o consumo da cultura trash. Para parodiar Humberto Eco e Oswald de Andrade, propomos duas categorias de consumidores da cultura de massa: os canibais e os antropófagos. Chamaremos de canibais àqueles que absorvem indistintamente e sem criticidade tudo o que é produzido pela indústria cultural, sem preocupação em distinguir o que é bom, produtivo, revitalizante, do que é ruim, indigesto, pois se trata de um consumo inconsciente, passivo.
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Em contraposição, há os antropófagos, os quais incorporam os valores culturais de outrem com seletividade, ou seja, escolhe-se o que é bom para se consumir, descartando o que não revigora, o que não acrescenta. Essa ideia é exposta no texto Manifesto Antropofágico (1928), de Oswald de Andrade. Através dele, o autor buscava um modo de defender a absorção seletiva de elementos da cultura estrangeira feita pelos artistas brasileiros. A adequada absorção de cultura, em nossa compreensão, é realizada por meio da antropofagia, a qual, para ser realizada, necessita de análise do receptor. Essa capacidade só pode ser conseguida quando este tiver formação suficiente para comparar o que é bom e o que é ruim e selecionar o que lhe convém. Entretanto, para chegar a esse patamar, necessita-se de uma formação sólida e pode-se dizer que o papel da escola para a formação de um indivíduo antropofágico é de indispensável importância, pois colocará a pessoa em contato com obras de melhor qualidade que as assistidas na televisão, formando um repertório que ele não acessaria apenas pelos meios de massa. Assim, a produção de lixo cultural e, portanto, a poluição causada pelo mesmo, poderá ser evitada, na medida em que o público deixe de ser apenas plateia e passe a ser sujeito crítico do que vê e possa exigir mais qualidade dessa cultura, revelando-se como um consumidor consciente de cultura.
Referências: ANDRADE, Oswald de. O manifesto antropófago. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas. 3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976. CASTELLANO, Mayka. Reciclando o “lixo cultural”: uma análise sobre o consumo trash entre os jovens. Rio de Janeiro, 2007.(Artigo apresentado no XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Santos – 29 de agosto a 2 de setembro de 2007.) ECO, Humberto. Apocalípticos e Integrados: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1371-2. pdf FERREIRA, Victorio Venturini. Como os personagens norte-americanos afetam as preferências de consumo dos meninos de Santa Maria – RS. Rio Grande do Sul: Universidade Federal de Santa Maria , 2008 (tese) SILVA, Daniel Ribeiro da. Adorno e a Indústria Cultural: http://www.urutagua.uem.br//04fil_silva.htm SOUZA, Erisvaldo. A massificação dos tempos modernos: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/22/ artigo127843-1.asp Alunos: Angela Camargo Spineli Henrique Vadrighi Paes Nathália Modesto de Melo Mário Augusto Dejarte Silva Rodrigo Santos de Oliveira Renan Lopes Munhos EMM 2°B Prof. Orientadora: Marilene
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Matrimônio em extinção
Alunos: João Svetlecic Heloísa Wesley Danilo Luz. 1°EMMC Prof. Orientadora: Regiani
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Planeta Terra em: Cuidado!
Alunos: Ana Carolína Corrêa Isabella Bín Douglas Rínaldí Guilherme Andrade Matheus Guílherme Murílo Pacheco Mateus Prudente 1°EMVF Prof. Orientadora: Carmosina susTMtabilidade
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Mais um novo olhar para o lixo
Vik Muniz é sucesso mundial por suas obras inusitadas e originais confeccionada em um prato de macarrão com molho de tomate, Che Guevara desenhado com feijão, Sugar Children feita com açúcar, seu auto-retrato criado com comida e lixo, Toy soldier feito com inúmeros soldadinhos de plástico, Elizabeth Taylor realizada com diamantes, Drácula e Frankenstein produzidos com caviar, WWW (World Map) com lixo de computadores e Hans Namuth feita de chocolate, entre diversas outras produções. No Brasil, seu trabalho mais conhecido é a sequência de imagens de abertura da novela Passione, em que utilizou cerca de 4,5 toneladas de lixo. Sobre essa produção, Vik Muniz pronunciou-se dizendo: “No Obra criada por Vik Muniz especialmente para a novela da Globo Passiolixo é possível encontrar latas e papéis velhos, restos ne, distribuída pela globo e teve fim em jan/2011 A ilustração principal consiste em um casal se beijan- de comida, mas sei de casos de catadores que achado, contudo, o mais interessante não é a cena em si, ram jóias jogadas fora. Misturei tudo isso ao pensar mas o material utilizado para fazê-la: pneus, caixas, na abertura da novela”. entulho, que juntos formam uma figura muito realista. Estamos falando de Vik Muniz, artista plástico que nasceu em São Paulo, no ano de 1951, e atualmente mora em Nova York. Realiza, desde 1988, séries de trabalhos nas quais investiga principalmente temas relativos à memória, à percepção e à representação de imagens do mundo das artes e dos meios de comunicação. Entretanto, sua forma de se expressar não é nada corriqueira, e sim, original. Utiliza materiais incomuns, que muitos artistas jamais imaginariam que seria possível fazer arte através deles. O artista tem obras em acervos nas principais instituições de arte contemporânea de todo o mundo, tais como MOMA e Guggenheim, ambos em Nova York. Suas obras são releituras de grandes artistas, como Leonardo da Vinci e Claude Monet. Entre suas principais criações estão as réplicas da Mona Lisa feitas de geleia de morango e pasta de amendoim, a Medusa
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Meduza Marinara – 1999 Por Vik Muniz
A relação de Vik Muniz com o lixo foi abordada no filme Lixo Extraordinário (Waste Land ), que em 2011 concorreu ao Oscar de melhor documentário, mas não levou o prêmio. Lixo Extraordinário, de 2010, mostra o contato de 3 anos entre Vik Muniz e os catadores de material reciclável do Aterro do Jardim Gramacho, maior da América Latina, localizado no Rio de Janeiro. O longametragem foi dirigido por Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley; uma co-produção Brasil e Reino Unido. Em 2010, o filme levou os prêmios de melhor documentário da International Documentary Association (EUA), e do Festival de Berlim.
Alunos: Bruna Midori Stephane Cavalcante Cassiano Carlos Clarisse Kaori Fellipe Santos Faro Katherine Nabarrete Marina Pereira 2°EMMB Prof. Orientador: Ricardo Saliba susTMtabilidade
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A Devastação Da Mata Atlântica De Outra Perspectiva
A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Por Warren Dean. Companhia das Letras, São Paulo, 1997, 484 páginas. Preço: R$79,90. Passando pela história política, social e econômica do nosso país no século XX, Warren relata alguns eventos e fatos ligados à destruição da Mata Atlântica relacionados a um conceito que será definido em sua obra: o nomadismo industrial, também título do capítulo do livro objeto desta resenha-resumo. A Ferro e Fogo foi a última obra de Dean antes de seu falecimento em um trágico acidente automobilístico em Santiago, no Chile. Historiador estadunidense, considerado um brasilianista, Warren Dean já havia contribuído anteriormente para a historiografia brasileira com outras obras: A industrialização de São Paulo (1967), Rio Claro: Um sistema brasileiro de plantation (1976) e O Brasil e a luta pela borracha (1987), sendo esta última considerada como a porta de entrada do autor para o campo da história ambiental. Na primeira metade do século XX, a população do Brasil, principalmente no sudeste, crescia vertiginosamente. Em meio a esse crescimento, uma gama de interesses, tanto internos quanto externos, voltava-se para a Mata Atlântica, bioma que ocupava 15% do território brasileiro. Com esse processo, cada vez mais a mata perdia espaço, sofria a “pressão” da população: era queimada constantemente de modo banalizado, quase sempre para dar lugar a lavouras de café. Além disso, havia ainda a grilagem e a usurpação de terras públicas, que consumiam as matas. Leis de proteção até eram implantadas, mas não funcionavam. Com o declínio da cultura do café e o início da expansão industrial, a Mata Atlântica parou de ser queimada tão banalmente, para dar lugar a plantações de café. As reservas remanescentes agora eram vistas como valiosos depósitos de matéria prima e energia para a atividade industrial que aflorava. A esse processo deu-se o nome de “nomadismo industrial”, um dos principais temas da obra de Warren. Diante deste processo, começaram a surgir algumas ideologias quanto à floresta no ambiente social do país. Uma delas é um tipo de pseudo-conservacionismo, que consistia em preservar as reservas remanescentes para ter o que explorar no futuro. Eram feitos trabalhos de conscientização, os quais incentivavam a 64 susTMtabilidade
preservação. Entre eles estava o plantio de pés de café no dia da árvore nas escolas, o que para o autor, era o mesmo que “louvar galinhas no dia de comemoração da vida selvagem”. Eram projetados ambiguidades e interesses sobre a Mata Atlântica, por vários setores da sociedade. Outra dessas ideologias era o ufanismo, que exaltava o país como uma fonte sublime e suprema de recursos inesgotáveis. Havia ainda a que dizia que a Mata Atlântica parecia uma “orgia de formas”, tendo como padrão “a beleza e regularidade” da Floresta Temperada, da Europa e EUA. Foi até tentada a façanha de mudar o nosso bioma e fazê-lo assemelhar-se ao citado acima, com a soltura de pardais e plantio de mudas de espécies vindas da alta latitude setentrional. Felizmente, nenhuma dessas práticas atingiu seus objetivos. No meio dessa “orgia de ideologias”, surgiu Alberto Torres, um dos mais marcantes conservacionistas do período. Quando todos falavam em conservar hoje para explorar amanhã, Torres falava em sustentabilidade, aliás, sendo um dos primeiros a usar esse termo no Brasil. Contra a corrente de Torres, havia inúmeras personalidades influentes que defendiam ao máximo a exploração da floresta. Através dessas discussões, surgiram leis e regulamentações sobre a exploração, mesmo em propriedades privadas. Isso gerou uma polêmica muito grande. Recordando o que foi dito anteriormente sobre a valorização da Mata Atlântica através do nomadismo industrial, observou-se que houve um “revés” no preço das terras. Locais desmatados, que no auge da agricultura cafeeira eram os mais valorizados, estavam, naquele momento, muito mais baratos que os lugares com mata, ou seja, depósito de energia e matéria prima. O comércio de plantas e animais silvestres ganhou muita força no período. Dentre todas as formas de exploração que a mata atlântica sofreu, uma merece destaque: a de madeira com fins energéticos. A crescente industrialização exigia cada vez mais energia que o Brasil, inexperiente na extração de combustíveis fósseis, extraía da madeira. Além disso, havia a lenha de consumo doméstico, que era o item de maior volume no abas-
tecimento das cidades, não se podendo também esquecer as ferrovias e os grandes vilões: os fornos da indústria siderúrgica. Essa madeira era quase sempre oriunda de florestas nativas. Com a vinda de petróleo do estrangeiro e o surgimento da sua exploração dentro do país, a madeira se despopularizou. Todavia, com a crise de abastecimento mundial causada pela segunda guerra mundial, a madeira voltou a ter uma demanda estupefata. A partir daí, medidas um pouco mais concretas começaram a ser tomadas por parte do governo. Foram criados códigos de proteção à floresta. Foi também implantado um serviço de proteção florestal em 1925, o qual não prosperou. Na atmosfera da década de 1930-1940, a floresta passa a ser encarada como um bem comum a ser zelado em favor das gerações futuras. Mesmo assim, o código florestal era falho e permitia que, através de mazelas, os proprietários desmatassem suas propriedades ao máximo. Além disso, o governo não tinha como fazer valer o código, por falta de policiamento especializado. Aos poucos, a sociedade foi perdendo o interesse no conservacionismo, focando-se no desenvolvimento nacionalista da época dos democrático-populistas. “A primeira metade do século XX testemunhara o cerco final da Mata Atlântica: (...)a civilização urbana e industrial havia triunfado.”: A Mata Atlântica fora quase toda consumida.
Alunos: Camila Pereira Mariana Ferreira Jacqueline Ferreira Estefani Martins Vanessa dos Santos Amanda Lima Guilherme Jaime 1ºEMMA Profº Orientador: Antônio Ive susTMtabilidade
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A Floresta Brasileira na visão dos cronistas do século XVI Antologia ilustrada
O século XVI foi marcado por profundas transformações no cenário histórico e geográfico do mundo em decorrência do advento das grandes navegações. O Novo Mundo, como ficaram conhecidas as terras recém “descobertas”, passou a ser um mistério a ser desvendado pelo homem europeu: a natureza, as riquezas e os povos que habitavam essa porção do mundo foram descritos em textos, cuja crítica literária convencionou-se chamar de literatura de viagens ou de informação. Américo Vespúcio e Pero Vaz de Caminha são dois dos muitos viajantes do século XVI que registraram suas impressões sobre o Novo Mundo. São relatos nos quais se podem observar o encantamento frente ao desconhecido e o choque de culturas. Neste trabalho optamos por enfatizar, nos recortes de textos e imagens, a visão da floresta brasileira para esses homens que “desenharam” o Novo Mundo no imaginário europeu.
MUNDUS NOVUS “Eis o discurso inaugural do Novo Mundo e também do mundo inteiramente novo que com ele nasceu” (Eduardo Bueno) Mundus Novus foi escrita pelo viajante italiano Américo Vespúcio, endereçada a Lorenzo Di Medici. Alcançou grande sucesso entre o público europeu: calcula-se que esse texto tenha vendido cerca de 20 mil exemplares em praças e feiras. Vejamos o fragmento no qual Vespúcio descreve a floresta brasileira. “A terra daquelas regiões é fértil e amena, de muitos montes e morros, e infinitos vales, e regada de grandes rios e fontes, coberta de extensos bosques, densos e apenas penetráveis, e povoada copiosamente de feras de todas as castas. Nela nascem, sem cultura, grandes árvores, as quais produzem frutos deleitosos, e de proveito ao corpo e nada nocivos, e nenhuns frutos são parecidos com os nossos. Produzem-se inumeráveis gêneros de árvores e raízes, de que fabricam pão e ótimos mingaus, além de muitos grãos ou sementes não semelhantes aos nossos. Ali todas as árvores são odoríferas e cada uma emite de si goma, óleo ou algum líquido cujas propriedades, se fossem por nós conhecidas, não duvido de que seriam saudáveis aos corpos humanos. Certamente, se o paraíso terrestre estiver em alguma parte da terra, creio não estar longe daquelas regiões, cuja localização [...] é para o meridiano, em tão temperado ar que ali nunca há invernos gelados nem verões férvidos.” VESPÚCIO, Américo. Novo Mundo. As cartas que batizaram a América. São Paulo: Planeta, 2003.
Terra Brasilis, de Lopo Homem, da Obra Atlas Miller, 1515-1519
Manuscrito iluminado sobre pergaminho. Elaborado no século XVI, o mapa retrata a maneira como o autor via a natureza brasileira e os indígenas que aqui viviam. Observam-se a exuberância da fauna, as aves coloridas e exóticas, bem como a vegetação litorânea. 66 susTMtabilidade
O nome da América é uma homenagem ao mercador e navegador italiano Américo Vespúcio, primeiro a constatar que as recém-descobertas terras do Novo Mundo constituíam um continente e não parte da Ásia. Vespúcio,
cujo nome italiano era Amerigo Vespucci, nasceu em Florença em 1454. Filho de um notário, recebeu educação humanística na Itália e na França, onde aprofundou os estudos de geografia, astronomia e cosmografia.
CARTA DO ACHAMENTO DO BRASIL A célebre “Carta do Achamento do Brasil” foi escrita por Pero Vaz de Caminha, em Porto Seguro, entre 26 de abril e 2 de maio de 1500. O escrivão só interrompeu o trabalho no dia 29, quando ajudou o capitão-mor a reorganizar os suprimentos da frota.
“Doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome - o Monte Pascoal e à terra - a Terra da Vera Cruz (...) Enquanto andávamos nessa mata a cortar lenha, atravessavam alguns papagaios por essas árvores, deles verdes e outros pardos, grandes Enquanto o restante da are pequenos, de maneira que mada seguiu para a Índia, o me parece que haverá muinavio de Gaspar de Lemos tos nesta terra.Porém eu foi despachado por Cabral não veria mais que até nove para Lisboa, ao fim da esou dez. Outras aves então tadia no Brasil, em 2 de não vimos, somente alguO desembarque dos portugueses na visão do pintor Oscar Pereira da Silva. maio. Por meio dele, a carta mas pombas-seixas, e parechegou ao seu destinatário. ceram-me bastante maiores Das mãos de Dom Manuel 1o, passou à secretaria de que as de Portugal. Alguns diziam que viram rolas; eu Estado como documento secreto, pois se queria evi- não as vi. Mas, segundo os arvoredos são mui muitos tar que chegasse aos espanhóis a notícia do descobri- e grandes, e de infindas maneiras, não duvido que por mento. esse sertão haja muitas aves!(...) Anos mais tarde, o documento foi enviado para o Entre esse arvoredo, que é tanto, tamanho, tão basto e arquivo nacional, localizado na Torre do Tombo do de tantas prumagens, que homens as não podem concastelo de Lisboa (“tombo” tem aí o sentido de con- tar. Há entre ele muitas palmas, de que colhemos muiservação, como quando se fala, por exemplo, em tos e bons palmitos.” tombamento de uma cidade histórica). No arquivo, CASTRO, Sílvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: o manuscrito de Caminha - 27 páginas de papel, com LP&M, 1996 formato de 29,6 cm X 29,9 cm - repousou esquecido durante os séculos seguintes. Pero Vaz de Caminha escreve em seu relato vários aspectos da nova terra. Entre eles, a abundância de recursos naturais e a “qualidade” da terra, segundo ele, bastante fértil. Observa-se também o encantamento com a vegetação.
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OUTRA IMAGEM DA FLORESTA BRASILEIRA NO SÉCULO XVI Nesse breve trabalhos pudemos observar que a floresta brasileira no século XVI chamou atenção dos viajantes pela sua beleza e riqueza, além do potencial para exploração. Sugerimos a leitura de obras como Tratado da Terra do Brasil, de Pero Magalhães Gândavo e Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry.
Gravura de 1558 de André de Trevet – colheita do caju.
Alunos:
Referências:
Bruno Bezerra Igor dos Santos Matheus Brito Caio dos Santos Guilherme Safrany Igor Tomé Igor Oliani
http://e-biografia.net http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ carta-de-pero-vaz-de-caminha-historia-e-analise-do-texto.
1ºEMMA Prof. Orientadora: Alessandra
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Ilha das Flores - Um alerta ao ecossistema Dirigido por Jorge Furtado e narrado por Paulo José, o documentário Ilha das Flores é uma produção de 1989. Com pouco mais de dez minutos de duração e através da exibição da trajetória de um tomate, o filme mostra de maneira contundente a triste e absurda realidade de um lugar que ironicamente se chama Ilha das Flores, localizado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O filme foi gravado em estilo quase enciclopédico, uma vez que traz a definição da maioria dos termos empregados, além de mostrar informações científicas, históricas, biológicas e geográficas, emprestando ao filme um caráter descontraído e despertando interesse do espectador. Em meio a tantas explicações, são apontadas as contradições da sociedade contemporânea. A fase atual do capitalismo é caracterizada pelo alto desenvolvimento tecnológico e crescimento exponencial do consumo, o que acarreta no aumento do lixo, que segundo o documentário, ironicamente, “[...] é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos, numa conjugação de esforços, com o telencéfalo altamente desenvolvido [...]”, pois as pessoas são induzidas a consumir exacerbadamente. São influenciadas por custosas campanhas publicitárias que apelam para a novidade, o modismo e o sentimento de poder. Finalmente chegando à Ilha das Flores, o tomate descartado por uma dona de casa e que para lá foi enviado, pois foi julgado impróprio para consumo humano, é comprado por um criador de porcos, que contrata funcionários para selecionar o que pode ser aproveitado para a alimentação dos suínos. O que sobra, é disponibilizado para os moradores da Ilha das Flores,
que em grupos de dez pessoas por vez, têm cinco minutos para encontrar produtos orgânicos que “ainda” possam servir de “alimento”. Aqui percebemos uma cruel contradição, pois no início do documentário o tomate foi descartado, pois não poderia fazer parte do molho que a dona de casa estava preparando para a sua família, só que mais adiante − depois dos porcos, claro −, alguns moradores podiam consumir o que não era aproveitável para o preparo do molho, sequer para o consumo dos porcos. Sendo assm, o documentário leva-nos a fazer uma reflexão sobre a enorme desigualdade social que existe em nosso país e a tristeza de imaginar que pessoas, seres humanos com “telencéfalo altamente desenvolvido”, possam tratar ou permitir que tratem dessa forma seus semelhantes. Ilha das Flores coloca dúvidas em nossas mentes, para que possamos olhar para nós mesmo e nos perguntar se o dinheiro pode colocar um animal acima do Homem. Durante o documentário, na comparação entre porcos e humanos, o narrador evidencia de maneira irônica, o fato do ser humano ter uma capacidade de raciocínio e sentimentos que outros seres, não possuem. O curta-metragem Ilha das Flores nos causa desconforto e indignação. Concluímos essa resenha com uma frase emblemática que nos ajuda a compreender, mas não aceitar, a realidade apresentada no documentário: “[...] O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade da escolha dos alimentos é o fato de não terem dinheiro nem dono [...]”.
Alunos:
Referências:
Bianca Balbino de Oliveira Gabriela Tolentino Cussioli Isabella Bertoluci Nascimento Joyane Ferreira Silva Mariana de Souza Martins Nícolas Malheiro Piccagli Ronny Leal de Moura
Link (documentário Ilha das Flores, dirigido por Jorge Furtado): http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=647&Exib=5286
2°EMNG Prof. Orientador: Ive susTMtabilidade
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Novos Horizontes Todos os dias, o índio subia na árvore mais alta da floresta para procurar algo além de todo aquele verde. Não esperava ver local mais belo, já que a natureza ao seu redor lhe proporcionava paisagens bem melhores que as que ele poderia imaginar. Muitos dias se passaram até avistar algo diferente, ainda indistinguível. Chegou até a pensar que era um grande animal, nomeado Apoema pela tribo, cujo significado é: “Aquele que vê mais longe”. Conforme Apoema ia crescendo, a tribo começou a sentir algumas mudanças: os peixes morriam, pássaros calavam-se e a caça desaparecia. Ninguém sabia a causa desses problemas, nunca haviam convivido com tal situação. Apoema agora gritava um som extremamente alto e irreconhecível. Subindo naquela árvore, o índio via crescendo flores e frutos estranhos, além de um tipo diferente de animal, milhares muito concentrados, o que contradizia o pensamento de que a floresta tem espaço de sobra para qualquer espécie. Muitos adoeceram. O rio tornou-se venenoso, com
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isso, a terra improdutiva, obrigando-os a conhecer novas localidades. Depararam-se com um cenário completamente estanho e homens igualmente distintos. Disseram ser responsáveis por um grande projeto de aproveitamento de terras, mas que não havia necessidade de preocupação, porque os índios estariam protegidos. Voltaram atordoados e, quando contaram aos outros que o barulho vinha de ferramentas que cortavam as árvores, sendo substituídas por aquilo que chamam de “melhor aproveitamento”, entraram em desespero, mas reconheceram que nada poderiam fazer, pois temiam Apoema. A tribo e alguns metros de mata ao seu redor permaneceram intocados, contudo, por ser sustentada por um frágil equilíbrio com a natureza dali, sua aldeia e seu povo foram devastados pela fome e pelas pestes. Até o regime das chuvas foi afetado. Hoje, o índio sobe ao topo da árvore mais alta que restou para procurar algo além do Apoema.
Charge baseada em: “O Homem que espalhou o deserto” de Ignacio de Loyola Brandao
Alunos: Guilherme Balbino, Yago de Moura Vitor Fragoso Vitor Folgoni Thiago Marchesan Willian Yamauchi 1°EMMC Prof. Orientadora: Janete susTMtabilidade
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O que é lixo cultural?
PIONEIROS DA LAVAGEM CEREBRAL
Diariamente, os meios de comunicação expõem para toda a sociedade uma enorme quantidade de lixo cultural. Os programas educativos mal existem, as propagandas propiciam o consumismo exacerbado, os humorísticos apelam para o sexualismo e para o preconceito, os programas de auditório trazem personalidades bizarras da mídia, para chamar a atenção do telespectador, e os esportivos mostram somente informações das equipes mais famosas, para tentar gerar algum lucro com a venda da imagem destes times. Isso também ocorre nos informativos e noticiários. As informações são em geral distorcidas e tendenciosas, ou seja, tendem a manipular a opinião pública; os reality-shows tentam distrair a sociedade, mostrando os conflitos de outra comunidade que está sujeita a viver em um determinado local, sem a presença e o contato com o mundo exterior; as novelas contam o cotidiano nacional sob um ponto de vista pessoal e muitas vezes vemos uma personagem sofrer um acidente ficar paraplégico e no meio da novela já estar totalmente recuperado, isso mostra que as novelas atuais são verdadeiras histórias de faz-de-conta. É cada vez mais comum vermos na televisão muitos artistas que escrevem músicas meramente como forma divertir uma população que se importa cada vez menos com o conteúdo e as melodias. Mas não podemos culpar esses cantores e compositores, pois eles muitas vezes recebem ordens das gravadoras que produzem músicas para serem vendidas às grandes massas e não para uma minoria que prefere letras de conteúdo, que intensifiquem uma crítica social. Com isso, podemos associar a mídia atual com as antigas arenas de gladiadores, pois o lixo cultural é uma mera distração para o povo, simplesmente para não criarem greves, não se revoltarem, para esquecerem
que há problemas na sociedade, para não reclamarem do alto custo dos impostos cobrados pelo governo, entre outras coisas. A mídia foi eleita para propagar o lixo cultural, pois nela as informações são transmitidas de forma rápida e prática e com isso podemos associá-la à política do pão e circo. Início, atualidade e efeitos sociais A atual configuração da mídia nos leva a uma série de questionamentos. O seu poder foi comprovado na eleição e no impeachment de Collor. A sua influência é visível na moda criada por novelas e filmes. E esta virtude de manipulação não poderia ser diferente em questões culturais. A onda que a mídia cria varre toda a sociedade, marginalizando e descriminando aqueles que não aderem ao movimento. Manias e exageros criados pela comunicação social, um lixo cultural. Ainda hoje os programas com maiores audiência “humorísticos” fazem parte deste gênero. Partes de um grande projeto de alienação cultural, o consumismo mesclado com status. Bordões, música ou moda, aderir ou se deixar excluir? O nocivo conteúdo é uma arma de poder. Críticas ou ideias inseridas por estes meios, em pessoas emburrecidas pelo conjunto de métodos que regulam esta sociedade. O resultado já é visível! A candidatura de Tiririca, por exemplo, é uma das provas do pensamento leviano que já tomou a consciência do povo brasileiro. Sabe-se lá qual a ideologia tomada, recalques do humor, em se tornar o deputado mais votado pelo estado de São Paulo. O assunto do lixo cultural é tão palpável, tão complexo e enraizado na sociedade. Uma ferramenta a favor da economia e política, na qual a mídia recria o cenário a seu favor.
Programa Silvio Santos Exibido desde 1962
Domingão do Faustão Exibido desde 1989
As pegadinhas geraram grande aumento de audiência O responsável por introduzir esse tipo de atração no Brasil Chegou a ter 10 horas de duração
Criado para competir com o Programa Silvio Santos, até então líder de audiência nas tardes de domingo Melhores quadros gerados pela zombaria ou apologia ao sexo Olimpíadas do Faustão, Sexolândia e “Se vira nos 30”
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Além da apologia ao consumismo, também é presente uma inversão dos conceitos tradicionais familiares. Programas de televisão ainda são os principais agentes transformadores ideológicos, a ideia de mulheres seminuas dançando na programação é presente, independentemente do horário; o principal fruto dos realities shows é a apologia sexual, ex-membros participando triângulos amorosos no evento e após a participação estrelam revistas pornográficas. A força alienadora transpõe os meios de comunicação e infecta o entretenimento. Os mais conceituados jogos de videogame estão diretamente ligados à violência; treinando uma geração a matar, levando a um comportamento explosivo e violento, desestruturando, ao mesmo tempo, os conceitos de cidadania. Músicas Os estilos musicais que predominam em uma determinada região são subordinados a fatores como sua localização, seu poder econômico, suas preferências naturais, mas principalmente à cultura de sua nação. O que nos leva a crer que, a predominância musical de um determinado estilo não é imutável, pois aqueles fatores citados podem mudar com o passar das décadas. Atualmente, os estilos musicais predominantes na região sudeste são o funk, o sertanejo universitário e o happy rock. Sendo este último um desmembramento deficiente do, considerado por muitos, o maior estilo de música popular mundial de todos os tempos, o rock. Já o sertanejo universitário deriva de um estilo muito mais antigo e mais elaborado musicalmente, o sertanejo do século passado. Contudo, entre todos os três, o que mais gera controvérsias, para não dizer duras críticas, é o funk, desconsiderado por grande parte da população como música, e não há poucos argumentos para isso, já que suas músicas quase na totalidade fazem apologias a
sexo, drogas, armas e à depreciação da mulher. Um fato que deve ser levado em conta é a origem americana do funk, não brasileira, como pensam muitas pessoas. Originário de cidades como Memphis e Detroit no norte dos Estados Unidos na segunda metade da década de 60, esse estilo misturava elementos do jazz, do blues e do Rhythm & Blues, sendo influência para músicos antigos de jazz como Miles Davis e George Duke, até bandas que unem o funk com outros estilos, o rock e o metal, Red Hot Chilli Peppers e Faith No More, respectivamente. Entretanto, só com sua chegada ao Rio de Janeiro é que ele passou a ser considerado de forma depreciativa, em meados da década de 80, sendo tocados quase que exclusivamente em favelas de baixa renda carioca. Além disso, o funk carioca, diferentemente do americano, muitas vezes copia e modifica ritmos e melodias de outras músicas nacionais ou internacionais, tornando-as repetitivas e pobres musicalmente. Os grandes nomes desse gênero musical no Brasil são Claudinho e Buchecha, Mr. Catra e Mc Leozinho, entre tantos outros. Além dos tantos malefícios já citados, um último torna o funk um legítimo problema social: seu envolvimento com o tráfico de drogas, pois é através de bailes funk que traficantes em favelas estimulam o consumo desenfreado de drogas, buscando obter uma clientela permanente. Colírios: a alienação dos adolescentes Quem já não se deparou com certas propagandas falando sobre colírios? E quem desses se deu conta de que não era nenhum remédio, mas, sim, meninos taxados de “bonitos” que fazem parte de uma revista adolescente? Já se tornou comum ouvir falar sobre eles, que inclusive fazem parte de festas que ocorrem em grandes cidades brasileiras, como São Paulo. A febre começou faz pouco tempo e o que começou
O Big Brother Brasil (BBB) Exibido desde 2002
Pânico na TV Exibido desde 2003
Reality show de sucesso criado nos Países Baixos Promove o consumismo Normaliza um relacionamento social de conflito Apologia ao sexo
Humor pela desgraça, marginalização e zombaria Bordões e manias - vinhetas de sucesso, Promove o consumismo, Apologia ao sexo - dançarinas seminuas (Panicat’s)
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com poucos, transformou-se em competição online, reality show e seriado adolescente. A vontade de ser um “colírio” tomou conta de alguns garotos, que decidiram candidatar-se e fazer parte desse “seleto” grupo. Além de tomar capas de revistas, eles promovem festas em grandes cidades para o público “teen”, tornando o trânsito perto do local caótico, além de causar certo transtorno para quem mora perto desses lugares e provocar histeria nas meninas. Essa mania adolescente é preocupante para quem é mais maduro e vê a quantidade de problemas que ela traz. Além de ser uma jogada de marketing genial, diga-se de passagem, é também um enorme agravante à cultura brasileira, uma vez que preocupa a produção da imagem do que é belo. Marcas de revista como “Capricho” são tendenciosas quando estereotipam o que é bonito e o que é feio, causando certa alienação no público que a lê, haja vista o enorme público infantil e feminino que a compra. As festas são compostas por shows de cantores famosos no público adolescente, além de exibições e depoimentos dos colírios mais famosos da revista. Tendo em vista o público que participa desses eventos, é de se esperar um grande número de entulho jogado nas ruas, por esse público jovem. Uma vez que é mais que visto por todos, o caráter e os costumes da geração Y. O enorme lixo que é visto nesses eventos − cultural e material − é grande decepção para a população. Embora não se
discuta a questão de gosto, lixo cultural não é algo de opinião e, sim, de conscientização. É necessária uma melhor educação por parte dos novos pais, para seus filhos, na questão de respeito ao próximo, cidadania e higiene. Uma vez que jogar lixo indevidamente é algo que afeta uma população e não somente um local, ou somente uma pessoa. Crê-se que essas sandices geradas pela mídia sejam irreversíveis. Sabe-se que nem tudo cabe na lata de lixo. Uma nação forte é a de cultura influente; pois conhecimento é poder. Qual será a soberania que o Brasil pretende construir com uma população movida pelo riso e perdida nos valores éticos?
Charge criada por Thiago Dantas
Alunos:
Referências:
Gabriel M. Rodrigo Caroline Larissa Diego R. Caio Vinícius
http://minilua.com/programas-vistos-tv-aberta-sp-abril-2011/ http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/os-programas-mais-antigos-da-televisao-brasileira-que-ainda-estao-no-ar/ http://www.pedromundim.net/PTEmburrece.htm http://www.brasilescola.com/psicologia/consumismo.htm http://www.mvhp.com.br/colunamus2.htm http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=80
2ºEMVE Prof. Orientadora: Regiani.
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The problems of the hospital wastes Hospital wastes are all materials used by the health service. These wastes are produced by establishments that provide medical, dental, laboratory, pharmaceutical and other medical services. There are three classifications of hospital waste: - Infectious wastes, which are composed of materials derived from insulation, blood, perforating and cutting materials, wastes of diagnosis and treatments, anatomical parts from amputations and biopsies and pathological material; - The special waste that are radioactive materials, chemicals and pharmaceuticals; - And the general waste or common materials that are from the administrative areas, food waste from food production, outdoor areas and gardens, scrap and reusable packaging. In Brazil there are more than 30 000 health units producing waste. But what happens with all these wastes? ANVISA (National Health Surveillance Agency) has established national rules on packaging and treatment of hospital waste generated: The hospital waste from the group of infectious, perforating or cutting materials, should be placed in cardboard boxes reused and adapted for this purpose, other wastes should be deposited in white plastic bags marked with the symbols of infected material. Waste is collected by a special truck and must be incinerated. According to the legislation of the CNEN (National Nuclear Energy Commission), pharmaceutical material should be delivered to manufacturers, according to an agreement firmed on the purchase of material. The group of common or general waste must be sepa-
rated between recyclable and organic. In most cities, the question of the disposal of waste is not in accordance with these instructions. About 60% of hospital waste is dumped in inappropriate places, which can be dangerous since there is risk of possible contamination by viruses or bacteria presented in these materials. The deposit of the materials from the group of special waste in inappropriate place is also dangerous because it contains radioactive materials. As an example of that fact, we can remember the nuclear accident in Goiânia, where scrap collectors found radiotherapy equipment that was contaminated with radiation occurred because a hospital had abandoned the capsule. The fine for whom dumps hospital waste in inappropriate locations is initially of 300.000 dollars, with the right to defense. But if there are other reports of situations like this in the same city, the fine can reach up to one million dollars, as was the case of the municipality of Ponta Porã. As Regina Barcellos, the head of the Infrastructure Health Services, said, “The mismanagement of these wastes may be harmful to public health and the environment. Each regulatory body has set a crucial role and needs to be increased”. In Brazil, about 120 thousand tons of urban wastes are generated each day, and 1% to 3% of this amount is produced in Medical establishments. Of this total, between 10% and 25% represent a risk to the health. With the correct disposal of toxic waste, the possibility of contamination of the trash can also be reduced.
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Alunos:
Referências:
Ana Paula da Silva Beatriz de Paula Pereira Bruno Yuzo Nakao Leonardo Martins dos Santos Leticia Eugênio Mariana Oliveira Simões Raquel Roberta Lima Bonadio
http://www.hospitalar.com/arquivo_not/not1019.html
2°EMNG Prof. Orientadora: Assunta
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http://mundodolixo.tripod.com/index_arquivos/page0004.htm http://lixohospitalar.vilabol.uol.com.br/
Cryptogram
CRYPTOGRAM Each number represents a different letter. When you have solved the cryptogram, THE NAME OF THE FIRST COUNTRY TO INTRODUCE A PLASTIC BAG FEE will appear in the marked squares.
Waste material from nuclear power station
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The act of emitting
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Not containing lead compounds
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A place where waste is buried under the ground
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This type of light gives out heat but cannot be seen
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A large area of oil floating on the surface of the sea or a river
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Having been well taught and learned a lot for the preservation of the environment
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With a high concentration of acids, it has a destructive affect on plant
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Causing physical harm to someone or something
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CRYPTOGRAM Each number represents a different letter. When you have solved the cryptogram, THE NAME OF THE FIRST COUNTRY TO INTRODUCE A PLASTIC BAG FEE will appear in the marked squares.
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Alunos: Geovana Carol Gabriel Garcia Monique Rocha Natália Lima Cássio Akio Luana Martins Matheus Rocha 2°EMMB Prof. Orientadora: Emília susTMtabilidade
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21 días en el vertedero En el programa 21 días en el vertedero la periodista Adela Úcar aceptó el reto de quedarse 21 días en un vertedero. Ubicado en Nicaragua, La Chureca fue el mayor vertedero de Centroamérica. Durante su estancia en La Chureca, Adela pasaba los días en busca de material reciclable que fue vendido por poco dinero, justo para sobrevivir. El programa muestra una perspectiva realista cotidiana y las condiciones de vida de los recolectores de basura. La presentadora fue vivir en un barrio pobre al lado del vertedero donde había 258 familias de recolectores que vivían en casas hechas de planchas de madera y restos de basura. Consecuencia de las malas condiciones laborales, violaciones, palizas, robo y abuso de autoridad que eran habituales en esa comunidad, como se muestra en las escenas impactantes del documental, que hacen de los vertederos problemas no sólo ambientales pero también sociales. Adela fue a vivir con una familia donde la madre (Doña Moncha) era la principal fuente de ingresos y tuvo 16 hijos. Ella vivía en el barrio desde hace treinta años, desde que su marido murió, para conseguir dinero para alimentarse a sus hijos. La casa era simple y Adela tuvo que adaptarse: la familia buscaba en la basura dos veces al día para garantizar la comida en sartén. El barrio estaba muy sucio y poco saludable, y al curso del día, la presentadora enfrentaba situaciones difíciles y los riesgos de vivir en un lugar insalubre: Adela fue picada por un escorpión venenoso y pasó por una serie de problemas de salud. El lugar no tenía el saneamiento y el agua no estaba siempre disponible. Había gente con enfermedades muy graves, como el SIDA, y cuando una vecina necesitó de ayuda médica inmediata se hizo evidente el abandono de la población: sólo había un hospital cercano, que estaba sobrecargado. Además, la salud psicológica de las personas no era buena en La Chureca: el trabajo duro devastaba y consumía la energía de las personas. Debido a esto, era común encontrar personas con problemas emocionales que a menudo se entregaban a las drogas y el alcohol. Debido a la alta incidencia de violencia en el barrio, Doña Moncha mantenía a la mano un cuchillo y afirmó a Adela: “Yo sé manejar casi cualquier tipo de arma de fuego […] Si invaden la casa no 80 susTMtabilidade
la invaden como una broma”. Así es como la gente se defendía de la violencia en La Chureca. El trabajo en La Chureca era difícil. Entre los perros, los buitres y los residuos trabajaban cerca de 1800 personas, incluyendo niños y adultos todos los días: los llamados “churequeros”. Allí, varios gases impedían la respiración y con frecuencia causaban los incendios voluntarios haciendo el lugar cada vez menos saludable. Durante la jornada de trabajo, decenas de camiones de basura jugaban cerca de 1.000 toneladas de basura y a medida que los camiones llegaban, personas se reunían para quitar el mejor embalaje y similares de la basura. Luego, los recolectores de basura vendían los materiales reciclables por unas pocas monedas para asegurar el almuerzo del día. Una de las escenas más impactantes del documental es cuando un camión se acerca una cadena de restaurantes y los niños se esfuerzan por recoger y comer los trozos de pollo dejado por el camión. Este año el sellado de La Chureca se completa y están construyendo un complejo de viviendas para las familias que cuentan con dos o tres habitaciones dependiendo del número de miembros de la familia, cocina, comedor, área de lavado y los servicios básicos. La urbanización además contará sus respectivas calles, áreas verdes, sitios de recreación, un Centro de Salud, Escuela y mejores condiciones para sus habitantes y la inversión total es de unos 6 millones de dólares, que esperan estar listos en el primer trimestre del próximo año. Próximamente, las familias que antes recogían entre los desechos plástico y otros materiales para vender, tendrán las oportunidad de trabajar de una manera digna en la planta procesadora de desechos que está por construirse dentro del proyecto que impulsa la Alcaldía de Managua con la Cooperación Española. Aún en los vertederos de ABC están llevando los mismos problemas socioambientales que se veían en La Chureca. Una posible alternativa es reemplazar el vertedero de basura por rellenos sanitarios - que causan menos daños y la creación de cooperativas que ofrecen salarios justos, y las condiciones formales y más humanas de trabajo para las familias que sobreviven de la basura.
Glosario Periodista: jornalista.
Vertedero: lixão.
Ubicado: localizado
Planchas de madera: pedaços de madeira. Sartén: panela.
Condiciones laborales: condições de trabalho. Riesgos: perigos.
Palizas: espancamentos.
Cuchillo: faca. Cadena de restaurantes: rede de restaurantes.
Broma: brincadeira. Trozos de pollos: restos de frango.
Vecina: vizinha. Inversión: investimento.
Perros: cachorros.
Recolectores de basura: coletores de lixo. Ingresos: renda. A menudo: frequentemente. Buitres: urubus. Reemplazar: substituir.
Alunos: Victor F. Bianca F. Beatriz P. Marina E. Mariana Z. Gabriela T. Matheus D.
Prof. Orientador: Fernando Carvajal susTMtabilidade
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And now? Is there enough time? What’s garbage? Garbage is waste, reused or not, that we produce through our daily actions, for example, when we have our meals, we produce unusable trash like leftovers and the reused trash like the packages.
The most right way to try to solve it is by reducing the garbage production, and therefore, individual behavior, since the garbage generation of each person is a reflection of his habits. Nowadays there are projects aimed at trying to contribute to this change of habit, The current society has a big focus on actions whi- at the first time with an ideological shift, as the 3Rs ch involve the trash that can be reused and not only case: Reduce, reuse and recycle. thrown away without any importance. So, we take some actions like selective collection to get recycled Each person produces about 300 kilos of trash a year, materials, work on awareness of young people at and most of it is the result of waste and lack of awaschools and many other actions, but why should we reness in everyday acts that end up generating a lot take measures like those ones? but that could be reduced by simple acts such as not throwing plastic, paper, aluminum in unsuitable areHow will these actions affect the communities and as, but throwing them at the recycling poles. cities? To contribute with garbage demand and its decrease, In Brazil, the garbage beyond being an environmen- we can perform simple actions as: separate clean and tal problem, because if it is not discarded correctly dirty garbage, recyclable and organic one, use few pait’ll contaminate rivers, lakes and other places, it is ckages in consumed products, etc. Actions like thoan economic problem too, because the simple act of se ones can help decrease the produced garbage and throwing it away at the wrong places, demands street- if each one does his part the amount of garbage will -sweepers recruitment, money that could be invested have a reduction and consequently fewer diseases on other precarious areas or even on those street- and better conditions to the environment and biodi-sweepers specialization. versity will be preserved. It is believed that they could work better and become “When we heal the Earth, we heal ourselves” well qualified people. The garbage also takes public (David Orr) health risks, as this waste can cause the proliferation of urban disease vectors such as rats, cockroaches, insects, and so on. The trash is an apparently unsolved problem, since the most current treatments create some other problems.
Alunos: Camila Souza Laís Barbosa Guilherme Lucca Leonardo Ferreira Mariana Vendrasco Suellen Ribeiro Isabella Gouveia 2°EMVD Prof. Orientadora: Assunta
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Nuclear waste in Africa Many African countries are receiving radioactive garbage and other toxic wastes during eighty years. This happens because of African colonizers see it just like a country to explore the raw material and a place to send the toxic waste of the developed countries. The countries that receive this kind of garbage are: Zaire, Malawi, Eritrea, Mozambique, and specially Somalia that it has been since the 90’s without any structure and in a civil war where the foreign powers are interested in energy sources, but, specially in the storage of nuclear waste. In 2001, 600.000 tons of nuclear waste were left in Africa. If this has happened since the 80’s, why didn’t PNUE¹ take an action to stop it? How could PNUE ignore it during twenty five years? And when these questions are asked to Nairobe manager, it’s always the same phrase: “We don’t know anything about that, we will do something in the future” says the Somalia authority, and, according to an Italian journalist, Massimo Alberizzi, both ONU and the European Union, received complaint about this problem and didn’t do anything. This situation can be seen in an archbishop’s book where it’s said clearly what’s happening with Africa in the last years. There is an excerpt from the book that says: “It’s not rare that these
conflicts are ‘encouraged’ by the foreign powers which are interested in the energy sources, raw material, market for the guns, geopolitical interests”. There is too much damage caused to the people, some of them are already dead. There are some reports talking that it is not possible to do a research in these areas because of the damage caused to the environment and because of the global warming. Africa, for being an underdeveloped country is the target of these countries and it will remain to be till the developed countries decide to deal with their own garbage, and now, Africa’s future depends on them. ¹PNUE – sigla em português
Alunos:
Referências:
Ana Paula da Silva Beatriz de Paula Pereira Bruno Yuzo Nakao Leonardo Martins dos Santos Leticia Eugênio Mariana Oliveira Simões Raquel Roberta Lima Bonadio
http://perigoconcreto.blogspot.com/2010/08/africa-deposito-de-lixo-nuclear.html http://www.suapesquisa.com/o_que_e/lixo_nuclear.htm http://www.problemasambientais.com.br/tag/lixo-nuclear/
2°EMNG. Prof. Orientadora: Assunta susTMtabilidade
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La vida en la basura La triste realidad de las familias que viven en La Chu- miones se acerca con una gran cantidad de basura y reca muestran desprecio por los que se quedan en la delantera, el camión mata como si la gente hiciera parte Hay muchas familias en todo el mundo que no tienen de la basura (la tasa de atropello en La Chureca es alto las mismas condiciones de una familia de clase media debido a este descuido) y la tasa de mortalidad es alta o alta, y para vivir tienen que buscar por la basura en debido a la cantidad de violencia. En el programa 21 el vertedero, sí, esta gente vive de la basura, y se basan días, la joven Katy fue apuñalado por tratar de robar. exclusivamente en este para la supervivencia, la creación de una sociedad pobre y que tiene como el único Por desgracia, la población de La Chureca es más del propósito de la vida sobrevivir. cincuenta por ciento de infantil, los niños que crecen haciendo las horas de trabajo en el vertedero están El programa de televisión “21 días” de la cadena es- desesperados por la atención, corriendo a cada visipañola Cuatro filmó un capítulo donde la anfitrión tante con los brazos abiertos, debido a esto hay muAdela Úcar pasado veintiún días en el vertedero más chos casos reportados de abuso físico y explotación grande de la América central, conocido como La sexual, es muy común que las mujeres de la comuniChureca, que está situado a costa sul del lago de Ma- dad ya están casadas a los quince años y con hijos. La nagua. Es el vertedero más grande en toda America Chureca es considerada un terreno muy fértil, pero, central, que abarca 42 hectáreas de Managua, y está está habitado moscas y los microbios, que atrae a los rodeado por muchos muros de varias capas de basu- insectos muy peligrosos, como se cita en el programa ra. Se trata de un vertedero de residuos domésticos 21 día en el que se muestra un escorpión en uma e industriales en los que se acumulan en diferentes casa llena de los trabajadores. Debido a este hecho, partes de la tierra. Viven en este basurero alrededor dos veces por semana se realizan los incendios, que de 1200 habitantes, alrededor de 180 familias, todos queman parte de la basura, produciendo una nube de haciendo lo mismo, un trabajo que se define como humo que los cambios en la temperatura, por lo que “churequear”, lo que significa recoger residuos de la es muy caliente. Chureca ,limpieza de los residuos reciclables, la manipulación de vidrio, metal y plástico, y la venta (que no es fácil de encontrar, porque los artículos más útiles, tales como botellas o muebles que puedan ser reparadas, son recogidos por camiones de basura).
Proyectos de restauración de la civilidad de estas personas son lo mejor que se puede hacer, Los Quincho es un buen ejemplo, como un proyecto social fundado en 1991 en Nicaragua, que ayudan a los niños abusados y abandonados con las contribuciones y el trabajo voluntario, la enseñanza de estos niños sus derechos Esta basura se recoge con sus propias manos, que es y deberes como ciudadanos. Dentro de Los Quinchos um gran riesgo, ya que muchos trabajadores no tie- tenemos el proyecto Chureca, que atiende a más de nen zapatillas o calzado, y al pueden pisar en vidrios sesenta niños que trabajan en el vertedero, propory otros materiales punzantes que pueden ser oxidados cionando les alimentos, la educación y la socializao contaminados, muchos mueren con los problemas ción com la gente de la misma y otras comunidades. causados para la salud por comer restos de comida El número de niños en el proyecto simplemente no encontrados en el vertedero. es mayor porque todavía hay padres de familia en La Chureca, que prefieren ver a sus hijos recogiendo baSi bien todos estos riesgos parecen terribles, ellos sura para asegurar hoy que recibir la educación para no son las más altas tasas de muerte en el vertede- garantizar el futuro. ro. Cuando descargan basura en La Chureca, los caAlunos:
Yuri Marcel Ricardo Bekisz Luan Nogueira Ariel Santos Paula Cristina 2°EMN Prof. Orientador: Fernando Carvajal
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Quien deforesta
Alunos: 1째EMVD
Prof. Orientador: Fernando Carvajal susTMtabilidade
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Deflorestaci贸n
Alunos: 1掳EMMA
Prof. Orientador: Fernando Carvajal 86 susTMtabilidade
Letters - 1°C São Bernardo do Campo August 24th, 2011
Dear Sir/Madam, These days, the issue discussed in class was on the destruction of natural resources which made me feel very sad because I believe that humanity has not realized that their actions have been harming the planet. I wonder if you could have a column about our small actions which are simple but extremely helpful for the environmental improvement. I think you are already tired of listening to this matter which goes much further than it might have gone. In fact, we would have to make a positive effective on recycling resources instead of having the comfort that technology has brought us all. We believe that it is time to change for the better. In this sense, we have to go for it. So, let’s make it happen together. I would like to thank you and congratulate for the speakers and subjects reported in this newspaper. Yours faithfully, Guilherme H. Sales Answer
São Bernardo do Campo August 27th, 2011
Guilherme, We thank the suggestion of a column, and we inform you that are positions as yours that allow us to identify opportunities to improve the production of our articles. The idea of doing an article about the everyday actions that can impact the environment in a positive way is our interest. We are planning to make it as soon as possible, given the importance of these small habits to change our lifestyle towards a more sustainable. We believe you will see an article about this theme in a next edition. We appreciate your contact and we are at your disposal for any information and suggestions. Thank you very much, SusTMtabilidade.
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Dear Editor, We are writing this letter in order to complain about the trash on the streets of São Bernardo do Campo. São Bernardo do Campo is a city which is located in the metropolitan region of São Paulo. In Sao Bernardo do Campo, the trash is one of our major problems due to the fact it may cause flooding, pollution, diseases and it also ends up by attracting animals. We find the trash harmful to the health and beauty of the cities. In this sense, we are sure your attention should be brought to this sort of matter. We care about the quality of our streets, so we would be thankful if the newspaper could listen to our plea and thus make a comment or a news story in upcoming issues about the quality of the garbage and the streets of Sao Bernardo do Campo. Yours faithfully, Matheus Broder Fernandes Answer São Bernardo do Campo August 20th, 2011.
To the student Matheus Broder Fernandes, We understand your worries about the trash and how can it affect drastically the humans healthy. That`s why, this magazine in the first edition, has as the mainly theme “Trash”, discussing the problems and consequences which are caused by humans carelessness in order to inform the urgency of this issue in several areas, as health until culture. We hope that this edition attend to your requests, providing you answers. Thank you for writting, SusTMtabilidade.
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Dear Editor, I’m writing to you in order to alert about all the environmental problems that have been occurring in the whole world. Every day, we listen to or read an article about the greenhouse effects, air pollution, deforestation and the reduction of the biodiversity. What can we do so that we are able to avoid these issues? I am very worried about the future of our planet. If this keeps on going like that, it will be a chaos in the world. Imagine, it would be impossible to survive, without water, oxygen and even petroleum. There would be nuclear global wars to obtain those resources. It would be nice if you wrote an article about my letter. I wish all my claims were solved, and it’s not impossible. I am really thankful for your attention. Yours faithfully, Nicollas Candil Answer Sao Bernardo do Campo August 20th, 2011
To the student Nicollas Candil, It is true that one of the biggest problems of the world is t the environmental problem, and everybody needs to be conscious about it. For this reason, this magazine has the purpose to inform in this edition about an urgently problem: The trash. We hope that you can find is this pages relevant points and articles to answer your questions, providing you information about what can we do to change the world, attending to you request. Thank you for writing, SusTMtabilidade.
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Letters - 1째E S찾o Bernado do Campo August 15th, 2011
Dear Editor, We`re writing this letter in order to talk about the environment. It needs to be preserved, and with a few measures we can do our part. There are a lot of things we can do to preserve it, but the most known one is the recycling. The recycling is one way to reuse a material which has been removed from nature and use previously. The materials which can be recycled are: paper, glass, plastic and metal. By making this process, the environment is spared, and we are all privileged. Both nature and the mankind will be benefited. We are really anxious to have a short notice from you. Yours faithfully, Gustavo and Lucas. Sao Bernardo do Campo August 20th, 2011
To the students Gustavo and Lucas. It is really good to see the concern of young and well informed people about the environment. With sure, to recycle is very important to preserve our world, and is necessary that people notice this. As this magazine looks to provide consciousness, recycling is sure inside the mainly theme: Trash. Be sure that you are going to find interesting subjects about the reuse of this, as well the importance of everybody collaboration to make changes in the environment. Cordially, SusTMtabilidade.
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São Bernardo do Campo August 16th, 2011. Dear Editor, I really liked your project. I think if each school did a project like this, the situation in the world would be better. My biggest concern is the wasting water. Small actions could make this precious jewel never end. I have watched a newscast, and the situation in Africa is tragic. In some places, people suffer from water scarcity. People walk many miles and miles searching for water. The situation is desperate. Thousands of children die. These people value each drop of water. This is what we should also do. In this sense, I recommend you to discuss about the issue concerning water. I am looking forward to hearing from you as soon as possible. Yours faithfully, Roberta.
São Bernardo do Campo August 15th, 2011. Dear Sir/Madam, We are writing this letter to let you know about a problem that has been becoming important for the world. A lot of vegetable and animal species have already disappeared from the world, and others are in danger. There are many causes of endangering. There have been several changes in the environment, the food shortage, difficulty in reproducing and, surely, the destructive action of mankind. Men pollute the air, earth and the oceans with toxic substances, and currently have been attacking the environment and killing wild and aquatic animals. Another serious problem is the “bio piracy” – humans invade the forest illegally and steal eggs and puppies of rare animals to sell clandestinely, and a large proportion dies on the way. In other cases, the eggs of birds are taken out of the country and sold for a high price, once these species disappeared, they won’t ever be retrieved. We hope we will have a solution for the problem detailed above as soon as possible. Yours faithfully, Letícia and Pedro.
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São Bernardo do Campo August 15th, 2011. Dear Editor, I am writing this letter to talk a little about the amount of freshwater available for consumption in the planet. The Earth, despite having plenty of water, only a small portion of water is sweet, and this small portion is still for immediate consumption, the others are in areas of difficult access. People should be conscious about consumption. If everyone plays his/her part, together we can reverse this problem. Otherwise, in some years there will be lack of water in the planet. Something which is really necessary for the survival of human beings. I look forward to hearing from you about the matter stated above. Yours faithfully, Renata.
São Bernardo do Campo August 15th, 2011.
Alunos: Gustavo Grivol Lucas Lima Renata Caroline Mota Roberta Pedro Lopes Letícia Harumi Roberta Prado 1°EMVE Profs. Orientadoras: Alessandra e Keila
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Medicina natural em extinção Existe uma enorme quantidade de espécies de plantas medicinais em todo o mundo. Algumas delas são venenosas ou levemente tóxicas, por isso é necessário cuidado ao usá-las, mas mesmo assim elas sempre foram utilizadas pelas pessoas para curar doenças e tratar de ferimentos. Atualmente, sua aceitação pelas pessoas como um meio alternativo de medicação tem crescido muito e é cada vez maior a procura desse tipo de tratamento. Dados da OMS dizem que pelo menos 80% da população fez uso de algum tipo de planta medicinal para alívio de algum sintoma de doença. Contudo, várias espécies de plantas medicinais estão correndo altos riscos de extinção e o principal motivo é a destruição do seu habitat, porém existem outros motivos para isso, como, por exemplo, o extrativismo e a expansão das fronteiras agrícolas, dos pastos para criação de animais e a própria urbanização.
por esse motivo, vendem plantas sem eficácia garantida ou com identificação incorreta, conservam essas plantas de modo errado, o que as deixam vulneráveis a microrganismos e insetos. Algumas das plantas em extinção são a vergatesa, o pau-rosa, a aroeira-do-sertão, a castanheira, a sumanera, o pau-brasil e o pequi. Para esse problema são apresentadas algumas soluções simples, mas que precisaram da união de entidades civis, do poder público e de toda a população em busca desse ideal. Para esse projeto dar certo é necessária uma atenção especial na educação ambiental de todos.
Outra ação que traria um grande resultado é uma melhor preparação dos raizeiros, tanto no cultivo, quanto no reconhecimento dessas plantas, para evitar problemas na utilização das mesmas, já que, caso haja um erro em sua administração, esse erro pode Outro motivo para isso é que não há um cuidado em trazer sérios problemas de saúde e até mesmo ser facultivar as plantas. Elas são simplesmente retiradas de tal. E além de todas essas medidas, a fiscalização é seu meio natural e essa retirada, na maioria das vezes, sempre muito importante, tanto no habitat quanto no é feita por pessoas mal preparadas conhecidas como comércio. raizeiros. Além de essas pessoas serem mal preparadas, elas não conhecem sobre plantas medicinais e,
Alunos: Ana Carolina Ana Caroline Ariane Caroline Beatriz Duarte Andressa Alvarez Nicole Horvath Taynah Mayara 1°EMVD Prof. Orientadora: Sibila susTMtabilidade
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Garrafas PET e o esporte O Brasil foi escolhido como o país-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Responsabilidade grande para um país que ainda está em desenvolvimento e não tem infraestrutura nem rede hoteleira preparada para receber um evento deste porte. Os estádios ainda estão em reforma ou construção e é nesse ponto que o Brasil pode pensar em ajudar o meio ambiente. Nos dias de hoje, a reciclagem é um meio forte de se falar em sustentabilidade, e foram criadas formas de se ter um estádio quase totalmente reciclado. Grande avanço, visto que futebol é algo extremamente presente e influente na vida dos brasileiros, o que torna viável usar esse meio para conscientizar os brasileiros de que é necessário reutilizar o lixo que nós próprios produzimos, em algo que nós próprios iremos usufruir. Nada melhor do que reutilizar algo que já está ocupando espaço demais no nosso mundo, a ideia é: CRIE MENOS, REUTILIZE MAIS! O Brasil é líder quando o assunto é utilização de garrafas PET recicladas, isso porque o país é o que possui maior diversidade nas aplicações. Um exemplo, é que a mais recente camisa da Seleção Brasileira. As aplicações do futebol não cessam, nos estádios, os PET reciclados são encontrados em vários produtos: as mantas geotêxtis, como são chamadas, é um exemplo disso. É a responsável pela eficiência do sistema de drenagem do gramado e funciona como um filtro que retém a terra e permite que a água escoe. São 100% recicláveis e ainda podem ser utilizadas em jardins. Os bancos e cadeiras dos estádios, assim como os de ônibus, são fabricados com uma resina estrutural de PET reciclado, e é a mesma resina utilizada em piscinas e pranchas de surf. Essa foi a aplicação que mais
Alunos: Thais Peres Ubeda Ariane Mantovan Bianca Barros Ana Bruna Genaro Bruna Maeda
2ºEMN Prof. Orientador: Orson
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cresceu no Brasil em 2008 e hoje representa 18% dos PET reciclados. Há muitos anos, calçados esportivos e até sociais utilizam um produto conhecido como TNT ou tecido-não tecido, feito com PET reciclado. Também está muito presente no solado das chuteiras. Além dos jogadores que estrelam os estádios de futebol brasileiros, os consumidores contam com marcas renomadas que usam PET reciclado na estrutura de seus calçados. Além dos uniformes dos jogadores, os torcedores, sem saber, podem estar utilizando camisetas normais ou dos times de futebol com PET reciclado em sua composição. Afinal, a indústria têxtil brasileira é a maior usuária do material. Em torno de 38% de todo o PET reciclado no Brasil vai para esta indústria, que foi a pioneira neste tipo de uso. Em umas das primeiras edições do SPFW, um dos destaques foi um desfile onde a coleção de luxo era produzida com PET reciclado. As bolas também podem contar com um reforço, feito de PET reciclado. As cordas que formam a rede do gol também podem ser feitas de PET reciclado. Aliás, o Brasil abriga uma das maiores empresas de cordas 100% à base do material reciclado da América Latina, que produz itens tão resistentes que são usados para a amarração de navios. Mesmo nos espaços mais exclusivos, dedicados a torcedores privilegiados, o PET reciclado pode estar presente nos carpetes e no sistema de filtração do ar condicionado. O torcedor que estiver portando algum celular pode
também estar levando um pouco de PET reciclado para dentro do estádio. Alguns modelos de marcas como Motorola e Samsung, lançados recentemente, possuem o material em sua estrutura. Tamanha diversidade de aplicações é resultado de investimentos por parte de uma indústria que hoje movimenta mais de R$ 1 bilhão ao ano e reúne aproximadamente 500 empresas, que reciclam 54,8% das garrafas de PET descartadas no Brasil. Esse volume posiciona o País como um dos líderes na atividade, à frente dos Estados Unidos e da União Europeia. Além do futebol, o Brasil já figura entre os campeões da reciclagem de PET.
Referências: http://www.guiadaembalagem.com.br/noticia_2403-PET_reciclado_ esta_presente_em_diversos_itens_nos_estadios_de_futebol.htm
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Lixos do esporte: Esporte não é apenas saúde Esporte é saúde. Esta frase afirmada até os dias de hoje por todos aqueles que consideram que o esporte é algo bom. Contudo, juntamente com o benefício, existem também os elementos ruins do mesmo, quais fazem com que muitos esportistas sejam prejudicados. Dentre os problemas, pode-se citar o doping, unfair play e até mesmo os cartolas que rondam o futebol por todos os cantos do mundo.
ta fica melhor preparado que outro ilicitamente, havendo certa desigualdade entre os atletas.
Ainda assim, dentre as mais variadas práticas esportivas, existe um acordo ético entre os atletas que não consta nas regras do esporte, mas é cumprido com rigor por quem o pratica corretamente, o chamado fair play (jogo justo), uma espécie de trato entre os praticantes da determinada modalidade, para que Será que esses “lixos do esporte” podem ser extintos? não haja desrespeito ou desavenças entre os atletas E mesmo que ainda haja isto, o esporte continua sen- em meio a situações incomuns no jogo, como uma do algo benéfico? lesão ou interferência externa, causando intervenção do juiz. Antigamente, a preocupação em obter resultados e melhorar desempenhos físicos por meio de treina- O problema tem início quando esse combinado prémento esportivo e musculação era apenas dos atletas vio é quebrado por parte de um dos atletas, o que gera profissionais. Porém, atualmente, várias pessoas exa- desentendimento entre os times, causando brigas e geram em treinos para alcançar um corpo perfeito, confusões. Então, para que o esporte seja pacífico e estipulado pela mídia. Estas desejam um corpo ou sem violência, os participantes devem cumprir esse um desempenho perfeito e para isso acabam, por tal acordo, mesmo que ele não seja escrito ou cobrado muitas vezes, exagerando nos treinos. Esse excesso nas regras do esporte, por questão de bom senso. nos treinos chama-se over training. Outra mazela que abrange todas as modalidades esO over training pode ser caracterizado como o esta- portivas, com qualquer finalidade remunerativa ou do no qual uma pessoa apresenta baixo desempenho alto índice de exposição, é a atuação de promotores apesar da grande intensidade de treinos físicos. Esse para a divulgação e promoção de jovens atletas (cardesgaste dá-se pelo excesso de treinamento sem a de- tola) que, através de um pagamento prévio ou ativivida pausa para repouso e recuperação. Ele ocorre, dades de benefícios recíprocos, o iniciante adquire geralmente, quando o corpo de quem pratica ativida- facilidades com o clube que o vai empregar. de física não apresenta os resultados esperados pela pessoa, então, ao invés de dar os intervalos necessá- Para os que entendem do assunto, os cartolas foram rios ao corpo, essa pessoa aumenta a carga de exercí- os principais responsáveis pela elitização dos esportes cios físicos, podendo assim ocasionar lesões, micro de massa e da exclusão dos mais pobres dos processos lesões e vários tipos de traumas em músculos, ossos iniciativos das principais modalidades. Hoje em dia, e articulações. os cartolas atuam principalmente no futebol, esporte de maior aceitação e divulgação no Brasil, movimenAlém do over training, há um lixo do esporte a que tando montantes astronômicos de dinheiro, através se deve muita atenção e fiscalização dos atletas hoje de patrocínios e investimentos internacionais. em dia: o doping; uma medicação que atletas tomam para alterar seu rendimento, ficar mais fortes, mais Todavia, o Esporte é uma atividade física que pode bem preparados, e com melhor condicionamento fí- ser praticada como passatempo, um divertimento, sico. Exemplos como o de Rebeca Gusmão, podem para que possa trazer ao indivíduo que está se exerciser atribuídos ao uso de doping, haja vista seu por- tando um bem-estar físico, psíquico e social, para aste físico e as mudanças repentinas que aconteceram sim trabalhar o seu próprio corpo e sua auto-estima, com a nadadora. Doping é uma espécie de droga, e beneficiando-o com saúde. No entanto, tal exercício por isso é proibido mundialmente, além disso, o atle- só é benéfico quando não é praticado em excesso, ou 96 susTMtabilidade
seja, sem fadiga, visto que há um desgaste corporal, tanto fisicamente como psicologicamente.
como a humildade e a compaixão, na qual o indivíduo aprende a viver em sociedade, melhorando suas relações interpessoais. No entanto, quando este perde Assim para que haja um aproveitamento desta prática essa função e o triunfo sobre os adversários, juntametódica de exercícios, podem-se jogar jogos entre mente com o prêmio tornam-se o objetivo principal, várias pessoas, ou ainda exercitar-se sozinho com o isto é o lixo do esporte: pura ambição. intuito de adquirir bem-estar social, lazer e saúde. Não se pode fazer algo tão deplorável com uma ativiPor conseguinte, é necessário que se saiba que o es- dade humana que enobrece o ser em tantos aspectos porte sem dúvida é algo saudável, tanto para o cor- como o esporte. Portanto praticar esportes não só é po quanto para a mente, pois além de tornar o corpo um exercício físico, mas também um exercício de cimais saudável, o esporte trás uma série de virtudes, dadania.
Alunos: Douglas Roberto Victor Mota Rafael Possar Gabriel Ranzani Gustavo Silva Lucas Anselmo César Martins 2ºEMVD Prof. Orientador: Wilson susTMtabilidade
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Como conciliar a atividade física com o meio ambiente Os estilos de vida ficam cada vez mais sedentários. Aliados ao uso crescente da tecnologia na vida cotidiana culminam em altos níveis de inatividade entre pessoas de todas as idades, em todo o mundo, e a degradação do nosso planeta devido à enorme quantidade de poluição atmosférica liberada por essas tecnologias. Devido a esses problemas, hoje em dia, milhares de pessoas morrem devido a problemas ocasionados pela obesidade e problemas respiratórios ocasionados pela poluição. Dessa forma precisamos mudar essa situação, se não, estaremos cavando nossa própria cova e a melhor forma de começarmos a melhorar nosso planeta é através do desenvolvimento sustentável. É consenso de que para que se promova o desenvolvimento sustentável é necessário apoiar e fortalecer a educação, principalmente na escola básica. Precisamos formar jovens para o futuro com responsabilidades sociais e ambientais e que proporcionem ao mundo um crescimento sustentável. Buscaremos, nesse contexto, contribuir para o incremento da eficácia do sistema educacional no desenvolvimento sustentável, de forma a tender, por um lado, à satisfação de necessidades elementares da população e, por outro, à preservação e recuperação dos domínios ambientais. Entendemos que só assim poderemos compatibilizar propostas de desenvolvimento que supõem a utilização de recursos cada vez mais escassos. No contexto escolar cabe à educação física ocupar uma posição de liderança em relação aos demais componentes do currículo no processo de educação para o desenvolvimento sustentável, uma vez que ela se realiza no ambiente físico e o esporte é um grande meio para transformação. Na educação física se trabalha, sobretudo, com valores. Uma parte desses valores refere-se ao respeito ao oponente; outra parte refere-se à cooperação com os pares, o que contribui para uma saudável convivência e favorece a resoluAlunos:
Antonio Matheus Bruno Martins Bruno Morales Bruno Cardoso Arthur Sussai Monique Maianne Gabriel Augusto 1ºEMVD Prof. Orientador: Wilson
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ção de problemas. Também proporciona a seus praticantes uma melhora na saúde física, mental e social, aliada a melhora do bem-estar dos indivíduos na comunidade. Devido ao grande potencial da educação física no desenvolvimento sustentável, propomos uma mudança do olhar político sobre a educação física realizada atualmente no âmbito escolar. Hoje o ministério dos esportes do país se preocupa muito mais em formar atletas do que fazer com que eles sejam seres melhores, através do contato com o esporte. Nossa ideia é fazer com que a educação física promova melhorias na educação, na saúde, no desenvolvimento sustentável e nos processos de paz, ao invés de proporcionar o acirramento na competitividade e o individualismo, como acontece atualmente, para buscar talentos nas aulas de educação física. Com isso propomos criar centros de excelência em esporte para formar atletas e, nas aulas de educação física, promover condutas cooperativas e solidárias, a fim de recuperar a ludicidade dos jogos, perdida em parte com o advento dos esportes modernos nas escolas e propiciar o convívio entre os gêneros. Pois só assim criaremos um jovem que saiba superar as dificuldades do dia-a-dia e saiba respeitar não só as pessoas, como o ambiente em que vive. A formação do pensamento crítico do aluno deve cobrir todos os aspectos de sua vida ativa, a começar por uma reavaliação do uso que ele faz dos recursos ambientais de que dispõe para o exercício físico, para a caminhada, a corrida, o uso dos recursos da natureza nas suas atividades de lazer, a utilização dos equipamentos urbanos, o respeito ao ambiente construído e manipulado em que reside. Precisamos formar jovens conscientes e que se preocupem não só com as pessoas, mas também com o ambiente em que vivem e, sem dúvidas, a educação física contribui para essa formação social e sustentável.
Ervas medicinais do Sudeste brasileiro Mesmo que não seja muito evidente, as ervas medicinais ocupam um papel fundamental na área da saúde e da cura de diversas doenças*, nossos redatores prepararam uma matéria que mostrará as ervas medicinais mais importantes e suas principais características, bem como uma lista com algumas ervas medicinais autóctones da região sudeste, dando enfoque especial em duas delas: a Erva-Cidreira (Melissa officinalis L.) e o Capim-Santo (Cymbopogon citratus). Das plantas encontradas em grande quantidade no sudeste brasileiro e que são usadas para tratar variadas dores e enfermidades, podemos ressaltar: - a hortelã-pimenta (Mentha piperita) - o poejo (Mentha pulegium) - a artemísia (Chrysanthemum parthenium) - o boldo (Peumus boldus) - o funcho (Foeniculum vulgare) - o alecrim (Rosmarinus officinalis) - a manjerona (Origanum majorana) As plantas citadas são recomendadas para vários tipos de doenças e outros problemas de saúde (infecções em várias partes do corpo, como olhos, ouvidos e garganta, por exemplo). Essas plantas também podem ser usadas para curar problemas mais leves, como enjoos, diarreias e resfriados, além de serem diuréticas. Porém, as mais vastamente utilizadas e que têm as características mais marcantes são a Erva-Cidreira e o Capim santo. - A Erva-Cidreira: É conhecida por seu aroma cítrico e tem como propriedades terapêuticas ser calmante, revitalizante, antidepressivo, antialérgico, sudorífero, tônico geral, antiespasmódico, antidisentérico, antivômitos. Os seus princípios ativos são o citronelol, geraniol, linalol, citral, neral, ácido fenol carboxílico, ácido citronélico, acetato geranílico cariofileno e taninos. O
famoso óleo de melissa é obtido por vaporização de ervas colhidas no início da floração. Essa erva serve para regular menstruação, curar cólicas, tem efeito tônico no útero e, às vezes, pode ajudar em casos de esterilidade, insônia nervosa, problemas gastrintestinais funcionais, herpes simplex, lavar feridas, combater mau hálito, revigorar em banhos. A erva é muito usada na forma de chás, sendo muito apreciada e utilizada pelas pessoas devido o seu aroma único e sabor cítrico. O ideal para o preparo desse chá é utilizar as folhas frescas, pois as folhas ressecadas não têm o efeito desejado. - O Capim-Santo: O Capim-limão, Chá-de-estrada, capim cheiroso, capim-cidrilho, capim santo, capim cidreira, falsa cidreira ou capim cidrão (Cymbopogon citratus) é uma planta herbácea da família das gramíneas, nativa das regiões tropicais da Ásia (Índia). É utilizado como, diaforético, antifebrífugo, contra gases intestinais, dores musculares e torceduras. Contém citral, substância também encontrada na melissa (erva-cidreira), que lhe confere propriedades calmantes e sedativas. Como os óleos dessa planta são voláteis, no preparo de chás e outros preparos de folhas ou de caules, não é necessário esquentar muito ou deixar em água quente por um tempo demasiado. Na aromaterapia é usado como Tônico nervoso para a exaustão e cansaço, antidepressivo, combate stress e ansiedade. Para uso caseiro pode ser usado em banhos aromáticos, e como sachê para perfumar tecidos e afastar traças e outros insetos. * É imprescindível lembrar que qualquer tipo de chá ou tratamento alternativo deve ser usado apenas como complemento, juntamente com o tratamento regular e não como um substituto. Por isso, é necessário cumprir as especificações de um médico especializado, pois através de um diagnóstico adequado pode-se combater a doença efetivamente. Os chás e outros tratamentos alternativos são como uma medida de suporte para a melhora do paciente.
Alunos:
Referências:
Giovanni Sousa Julio Cesar de Barros João Pedro Moraes Gabriel Pedro Jean Meneguelo Pedro Vinícius Raphael Daineze
http://www.guiadaembalagem.com.br/noticia_2403-PET_reciclado_ esta_presente_em_diversos_itens_nos_estadios_de_futebol.htm
1°EMMA Prof. Orientador: Edson susTMtabilidade
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Um lixo de estádio Tratar lixo, florestas e educação física não é uma tarefa das mais fáceis. Desse modo, teve que ser pensada alguma solução para tal desafio. O que propomos é um artigo sobre a construção de necessidade duvidosa de um estádio no Amazonas para sediar a Copa de 2014, de nossa autoria, e um texto cedido gentilmente pela Associação Nacional dos Torcedores chamado “Copa pra quem?”, que achamos válida sua adição, visando uma discussão simbólica do caráter descartável ou não da futura Copa do Mundo de Futebol. Um lixo de estádio
Será que vale a pena uma obra tão cara que pouco agregará em uma região cujas necessidades básicas ainda não foram atendidas? A resposta vem com as suspeitas de superfaturamento da obra apontadas pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público Federal. Os dois órgãos constataram que dos R$ 593 milhões orçados para a obra, pelo menos R$ 63 milhões apresentaram preço acima da média na aquisição de materiais de construção. As suspeitas fizeram com que o BNDES suspendesse o empréstimo de R$ 400 milhões para a construção, mas mesmo assim o governo começou as obras com recursos do Tesouro Nacional.
A Arena Amazônia, será uma das sedes da Copa de 2014. Substituindo o antigo “Vivaldão”, completamente demolido, o estádio mesmo visando o aspecto Copa para quem? ambiental entra em contradição quanto ao seu uso depois do maior evento futebolístico do planeta. Em três anos, o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol, aquela mesma da qual nos orgulhamos de Concreto vindo de material reaproveitado, recicla- ser pentacampeões, e desde que isso foi anunciado gem de resíduos e reuso das águas pluviais: a cons- estamos festejando essa possibilidade. trução do novo estádio em Manaus, à primeira impressão, serviria de exemplo. Porém, a sua utilidade Em nome dela, tudo passou a ser permitido, de auapós a Copa do mundo é questionável. mento de 200% no orçamento original para o evento – era de R$ 2 bi, passou para R$ 6 bi – à execução Orçada em cerca de R$ 600 milhões e com o custo de obras sem licença ambiental, retirando famílias de anual de mais R$ 5 milhões, o projeto que ainda visa suas casas e dividindo bairros em dois para a passaa adoção de painéis solares para a captação de energia gem de novas vias de trânsito. limpa, é um dos mais caros em todo Brasil. Os idealizadores do projeto prometem que o estádio servirá Enfim, qual será o legado depois de hospedarmos de palco para eventos variados, como shows, e que o essa Copa? O que ganharemos com ela? O que mudaturismo na região crescerá em função de sua cons- rá? Muitas perguntas, e até agora não tão animadoras trução. respostas. O fato é que, com apenas 8 clubes na série A do estado e outros 2 na série B, nenhum time de futebol está ao menos na 3ª divisão do Campeonato Brasileiro. O resultado disso é uma média 800 a 4 mil pagantes por jogo, cujos ingressos variam de R$ 4 a R$ 13.
Em termos de futebol, o torcedor já sente a diferença: ingressos cada vez mais caros, acordos de transmissão com a Rede Globo feitos contrariando completamente as leis de concorrência e licitação, elitização dos torcedores – não há mais setores populares nos estádios – e uma gradual eliminação da cultura poA situação é agravada pelos problemas que a região pular torcedora. enfrenta: a fome e a falta de água potável da população ribeirinha, a péssima infraestrutura em diversas Não tem mais cerveja (mesmo que estudos pelo munáreas como da saúde e educação. Além disso, é níti- do todo apontem que não é ela a culpada pela violênda a ineficiência do combate contra o desmatamento cia), nem bandeira, não pode mais fogos, nem papel acelerado na região. picado, não tem mais barraca de comida na porta do 100 susTMtabilidade
estádio.
Se hospedar o evento significa mutilar nossas cidades, esgotar os cofres públicos – contrariando a proAo torcedor, se impõe cada vez mais uma prática ex- messa de que não seria assim – e, no final, deixar a clusivamente de consumo, de shopping center: vá ao imensa maioria da população brasileira de fora dos jogo – de carro, porque o transporte público deficien- estádios, vale mesmo a pena? te em dias normais se torna impraticável em dias de jogo -, consuma apenas dentro do estádio e vá embo- [...] ra, de preferência sem fazer muita festa. O futebol é do povo, é patrimônio cultural brasileiro. Nos dias de semana, então, a coisa piora ainda mais: Nada mais justo, então, do que o povo ser consultado jogos às 22h, o que praticamente impossibilita a volta quanto às suas vontades e anseios em relação ao espara casa de quem não possui automóvel particular. porte, e ter suas opiniões e vidas respeitadas na exeJá está assim hoje. Como ficará em três anos? A Copa cução das obras para a Copa do Mundo. do Mundo, afinal, será para quem?
Alunos:
Referências:
Renan Magalhães Igor Calvo Diogo Hideki Kaleb Dalla Pedro H. Pessotti Gustavo Damianik Arthur Lupinetti
ANT-SP (http://www.torcedores.org/)
2ºEMMA Prof. Orientador: Wilson susTMtabilidade
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Nº1, Ano 1, 2011.
Descubra como agir ecologicamente.
NESTA EDIÇÃO:
Coleta seletiva: você sabe o que é?
“The 3 R’s” Música Do Jack Johnson.
muitas
E+
outras atividades!
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Acervo da Biblioteca!
As bibliotecas do CEFSA têm um riquíssimo acervo com milhares de livros à disposição dos alunos. Aqui seguem algumas indicações que giram em torno da temática abordada neste encarte: o lixo, a reciclagem e a sustentabilidade. Estão disponíveis na biblioteca do EFII.
Descubra o que ameaça nosso planeta e o que está sendo feito para protegê-lo. Lixo e Reciclagem, de Barbara James, Editora Scipione.
Abordando os problemas que o acúmulo de lixo traz ao meio ambiente, a obra traz idéias de como reduzir a produção de lixo. Lixo, Problema Nosso de Cada Dia, de Neide Simões e Suzana Facchini, Editora Saraiva.
Leonardo, vindo do futuro, junta-se a Dora e Noel para evitar um acidente devido ao descarte errado de lixo radioativo. Como será o fim dessa aventura? Lixo e Sustentabilidade, de Sônia Marina Muhringer e Michelle Shayer, Editora Ática.
Não deixe de conferir! ;)
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Índice 13 Curiosidades sobre o lixo Reciclagem e Coleta Seletiva Receitas Faça Você mesmo Música Colaboração dos alunos Resoluções
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1. Os mais velhos resíduos do mundo foram encontrados na África do Sul e têm cerca de 140 mil anos de idade. Esse lixo milenar - que contém ossos, carvão, fezes e restos de cerâmica oferece informações preciosas sobre os hábitos de vida do homem antigo.
6. Isso significa 711 quilos produzidos por habitante a cada ano.
13 Curiosidades 2. No ano 500 a.C., Atenas criou o primeiro lixão municipal, exigindo que os detritos fossem jogados a pelo menos 1,6 quilômetro das muralhas da cidade.
7. No Brasil, são 88 milhões de toneladas de lixo por ano, ou 470 quilos por habitante.
3. O inventor inglês Peter Durand patenteou a lata de lixo em 1810.
8. Das 13.800 toneladas de lixo produzidas por dia na cidade de São Paulo, apenas 1% é reciclado.
4. Aterros sanitários representam a maior fonte de metano produzido pelo homem. A cada ano, 7 milhões de toneladas de metano vão parar na atmosfera.
9. Curitiba é o município brasileiro que mais recicla: 20% de todos os resíduos.
12. No quesito alumínio, o Brasil vai bem: é o país que mais recicla latas no planeta. Em 2004, foram 9 bilhões de latinhas reaproveitadas, ou 96% da produção total do país o único problema é que isso é causado por pessoas pobres que coletam as latas de para vendê-las e viver com isso.
5. Os americanos produzem 212 milhões de toneladas de lixo por ano, das quais 43 milhões de toneladas são restos de comida.
10. No mundo, o Japão é um dos países que mais reciclam: 50% do lixo é reaproveitado.
13. Em 2002, o oceanógrafo americano Charles Moore vasculhou uma área de 800 quilômetros quadrados do Oceano Pacífico e encontrou 4,5 quilos de resíduos plásticos flutuando no mar para cada meio quilo de plâncton.
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Fonte: http://www.uniagua.org.br/
11. Os americanos jogam fora 50 bilhões de latas de alumínio por ano. Todas as latas desse material que foram para o lixo nos Estados Unidos nas últimas três décadas valem quase US$ 20 bilhões.
sobre o lixo
Passatempo! Encontre no caçapalavras as palavras em destaque na página anterior. Em seguida, complete a cruzadinha. Além das dicas, as palavras também podem ser encontradas no texto.
Vertical 1. Restos, matéria considerada sem utilidade. 3. Particípio do verbo reciclar. 4. Algas microscópicas. 6. Elemento Al da tabela periódica. 8. Capital da Grécia. 9. Combustível sólido constituído em sua maior parte por carbono. 11. Medida que corresponde a 1000kg, no plural.
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Por: Danielle e Fernanda
2. Gás originado da decomposição de material orgânico. 5. País que sediou a Copa do Mundo de 2010. 7. Adjetivo pátrio (Inglaterra). 10. Que reside em determinado lugar, morador.
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Reciclagem Essa é uma palavra muito conhecida e muito divulgada em qualquer campanha de conscientização ambiental, pois é uma questão muito importante e que envolve a participação de qualquer pessoa. Mas a pergunta é: você sabe como funciona? Reciclagem é o reaproveitamento de um material já utilizado para a fabricação de novos produtos. Por exemplo, o papel que foi usado para a publicação desse jornal pode ser reciclado e usado por outra pessoa, em um produto novo. E o vidro, que pode ser reaproveitado infinitamente. Por sua vez, reciclar traz muitos benefícios, tanto para o meio ambiente como para a sociedade em si. Tudo que nós utilizamos é extraído da natureza. Para produzir o papel desse jornal, ainda como exemplo, uma árvore teve que ser derrubada e transformada. Reciclar este papel significa poupar que novas árvores sejam derrubadas. Além disso, esse processo também gera renda para usuários de programas sociais e gera empregos que absorvem parte da mão-de-obra não especializada no país.
Coleta Seletiva O processo de reciclagem começa com a coleta dos resíduos que serão reciclados. E cada tipo de material tem que ser submetido a um tipo específico de processo industrial. Por isso é muito importante que os materiais recicláveis sejam recolhidos separadamente uns dos outros. Essa etapa inicial é chamada coleta seletiva e é quando podemos fazer a nossa parte para ajudar o meio ambiente.
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A prática é bem simples. As latas de lixo destinadas a coleta seletiva são identificadas com cores para cada tipo de material. São Bernardo conta com 203 pontos de coleta seletiva pela cidade em ruas, praças e escolas. O Centro Educacional possui diversos pontos de coleta seletiva para plásticos (cor vermelha) e papéis (cor azul), que são os materiais mais decorrentes no dia-a-dia do colégio. O material é mandado para a Associação Refazendo, no bairro Assunção em São Bernardo, onde é tratado para posteriores processos de reciclagem. Faça sua parte e separe corretamente os materiais. Não somente na escola. Este é um hábito que deve ser adquirido. Uma postura a ser assumida.
Uma pequena atitude que faz toda a diferença! Texto por: Leonardo Garcia.
Agora utilize Atividade por: Danielle T.
seus
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conhecimentos e ligue cada objeto a seu devido latão.
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Culinária
Hoje em dia se fala muito em evitar o desperdício para um mundo sustentável, mudar nossos hábitos.
Sabia que podemos fazer isso com nosso próprio alimento? Evitando desperdiçar restos como cascas e bagaços em receitas fáceis e deliciosas como essas que seguem. E ainda temos algumas dicas!
Refresco de Casca de Manga
* Lembre-se! Peça
Ingredientes
sempre a ajuda de
. Casca de 3 mangas bem limpas
um adulto!
. 1 1/2 litro de água gelada . Açúcar a gosto
Modo de preparo Ponha a casca no copo do liquidificador, cubra
Sorvete com Morango e Casca de Laranja
com 1/2 litro de água e bata bem. Adicione a
Ingredientes:
água restante e misture. Coe e adoce antes de
Sorvete: · 400 g de morango · 1 xícara (chá) de leite em pó desnatado · 2/3 de xícara (chá) de açúcar · 1 clara batida · 1 colher (chá) de baunilha
servir.
Casca de Laranja: · Casca de 3 laranjas em tiras sem a parte branca · 1 xícara (chá) de açúcar · 1/2 xícara (chá) de água
Doce de Casca de Laranja Modo de preparo: Ingredientes: Sorvete: Bata o morango, o leite e o açúcar no processador. Adicione a clara e a baunilha e misture. Leve ao congelador por 6 horas. Casca de Laranja: Ferva a casca de laranja em 1 litro de água por cinco minutos. Escorra e repita a operação três vezes. Leve ao fogo alto o açúcar com a água. Mexa até se dissolver. Junte as tiras e cozinhe até o caramelo ficar firme, no ponto de bala dura. Retire do fogo e misture com uma colher de pau até a calda começar a clarear. Despeje sobre uma superfície untada com manteiga e, com um garfo, separe as tiras. Deixe esfriar. Tire o sorvete do congelador 30 minutos antes de servir. Passe-o pelo processador e volte ao congelador por mais 15 minutos. Distribua em taças e decore com a casca de laranja.
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. 12 laranjas descascadas finamente (para obter 300 g de casca) . 300 g de açucar . 1 xícara (chá) de suco de laranja
Modo de preparo: Numa vasilha com bastante água, deixe as cascas de molho até o dia seguinte. Troque a água várias vezes. Numa panela, leve ao fogo as cascas e cozinhe por uma hora ou até começarem a amaciar. Escorra. Deixe as cascas na panela e acrescente o açúcar e o suco de laranja. Leve ao fogo novamente e cozinhe, mexendo às vezes, até chegar ao ponto de pérola (o fio fica um pouco resistente com uma gota na ponta). Retire do fogo, deixe esfriar e coloque numa compoteira.
- As cascas da batata, depois de bem lavadas, podem ser fritas em óleo quente e servidas como aperitivo. - Os talos de couve, agrião, beterraba, brócolis e salsa, entre outros, contém fibras e devem ser aproveitados em refogados, no feijão e na sopa. - A água do cozimento das batatas acaba concentrando todas as vitaminas. Aproveite-a, juntando leite em pó e manteiga para fazer purê. - Com as cascas das frutas (ex: goiaba, abacaxi, etc.), podese preparar sucos batendo-as no liquidificador. Este suco pode ser aproveitado para substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos. susTMtabilidade 113
Doce de Casca de Maracujá Ingredientes: · · · · ·
Cascas de 6 maracujás azedos firmes 1 xícara (chá) de açúcar light 2 xícaras (chá) de água 2 xícaras (chá) de suco de maracujá 2 paus de canela
Modo de preparo: Retire a pele externa das cascas. Deixe a parte branca de molho de um dia para o outro. Escorra, corte em gomos e coloque numa panela. Junte o açúcar, a água, o suco de maracujá e a canela. Cozinhe em fogo médio até a calda engrossar e as cascas ficarem macias, juntando mais água se necessário. Adaptado de http://mdemulher.abril.com.br/blogs/delicias-dacalu/category/sem-desperdicio/ por Fernanda F.
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Ingredientes: .1 dúzia de cascas de banana maduras lavadas e cortadas .1/2 xícara (chá) de água .2 xícaras (chá) de açúcar mascavo .2 colheres (sopa) de farinha de trigo .4 cravos-da-índia .1 colher (sopa) de margarina Modo de preparo: Coloque em uma panela as cascas de banana e adicione 1/2 xícara (chá) de água. Cozinhe até as cascas ficarem macias. Retire do fogo e reserve separadamente as cascas e a água. Transfira as cascas para o liquidificador e bata até virar uma pasta. Se necessário adicione um pouco da água reservada. Retire do liquidificador e passe por uma peneira grossa. Acrescente o açúcar, a farinha, os cravos e leve ao fogo baixo sem parar de mexer até a massa se soltar do fundo da panela. Retire do fogo e acrescente a margarina. Mexa e deixe esfriar. Enrole os docinhos e passe-os em açúcar cristal.
Não se esqueça de checar as respostas no final do encarte!
Atividade por Tatiane Yuka
Passatempo
Docinho de Casca de Banana
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Faça você mesmo!
Agora que já entende a importância de reutilizar e reciclar materiais que normalmente descartamos, que tal você fazer um brinquedo pra se divertir?
Jatinho
Adaptado de: http://amomuitomeuplaneta.blogspot.com
Com a tesoura, corte a o papelão conforme a figura (criando um triângulo grande). • uma garrafa média • um pote de iogurte pequeno • duas garrafinhas de iogurte • uma folha de papelão • dois palitos de sorvete • dois canudos • tesoura sem ponta • cola
Encaixe o pedaço de papelão nos cortes laterais que você fez. O triângulo menor deve ser dobrado para criar a cauda do avião. Faça dois pequenos cortes na asa e encaixe os palitos de sorvete ali.
Agora, corte a ponta do triângulo, criando um triângulo menor.
Corte o fundo e faça dois cortes nas laterais opostas da garrafa.
Corte os canudos deixandoos com 2/3 do tamanho original. Cole-os sob as pontas de cada asa para criar os mísseis. Pronto, aí está o seu avião-caça a jato. Você pode pintar e deixar ainda mais legal.
Cole o potinho de iogurte fazendo um buraco na garrafa e encaixando o potinho por dentro.
Cai-não-cai
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Corte uma garrafa próxima a boca e a outra próxima ao fundo. Uma será o jogo e a outra a tampa. Peça para alguém aquecer o Material prego e furar diversas vezes a 2 PETs garrafa maior. 10 tampinhas plásticas Coloque as tampinhas e atravesse 15 palitos de madeira os palitos pelos furos. sem ponta O jogo funciona assim: vire a Tesoura garrafa de boca para baixo. Prego grosso para furar Dispute com um amigo. Cada um e alicate tira um palito com o objetivo de Fonte de calor (fogão não derrubar as tampinhas, quem susTMtabilidade 115 ou fogareiro) derrubar menos, ganha.
Música!
Preencha os espaços vazios com as palavras equivalentes do inglês para o português. Se preciso, consulte um dicionário e não se esqueça de consultar as respostas no final do encarte!
The 3 R's Os 3 R’s Jack Johnson
Three it's a magic number Yes, it is, it's a magic number Because two times three is six And three times six is eighteen And the eighteenth letter in the alphabet is R We've got three R's we're going to talk about today We've got to learn to Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle If you're going to the market to buy some juice You've got to bring your own bags and you learn to reduce your waste And if your brother or your sister's got some cool clothes You could try them on before you buy some more of those Reuse, we've got to learn to reuse And if the first two R's don't work out And if you've got to make some trash Don't throw it out Recycle, we've got to learn to recycle, We've got to learn to Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Because three it's a magic number Yes it is, it's a magic number 3, 3, 3 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36 33, 30, 27, 24, 21, 18, 15, 12, 9, 6, and 3, it's a magic number.
______ é um número ________. Sim, ele é, é um número _________. _________ duas vezes ______ é ______. E _____ vezes ______ é __________. E a décima _________ letra do alfabeto é R. Temos três R’s dos quais vamos falar ______. Temos que _______ __ a Reduzir, reutilizar, reciclar. Reduzir, reutilizar, _______. Reduzir, _______, reciclar. _______, reutilizar, reciclar. Se você está indo ao _______ comprar um pouco de suco Você tem que trazer suas próprias _________ e você aprende a ________ seu desperdício e se seu ________ ou sua _______ tem algumas roupas ________ Você poderia experimentá-las antes que você compre Mais delas. Reutilize, temos que _______ a reutilizar. E se os ___________ dois R’s não funcionarem E você ainda acumula muito _______ Não jogue-o fora _________, temos que _______ a reciclar, Temos que _______ a Reduzir, reutilizar, reciclar. Reduzir, reutilizar, _______. Reduzir, _______, reciclar. _______, reutilizar, reciclar. ______ é um número ________. Sim, ele é, é um número _________. 3, 3, 3 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36 33, 30, 27, 24, 21, 18, 15, 12, 9, 6, e 3, é um número _________.
Você sabia? A música The 3 R’s faz parte da trilha sonora do filme George, O Curioso (2006), tal como outras músicas famosas do cantor havaiano, Upside Down e People Watching. 116 susTMtabilidade
Atividade por Danielle Takase
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Colaboração
Os alunos do EFI e EFII contribuíram para este encarte com diferentes gêneros textuais. E você? Sentiu vontade? Lançaremos então um desafio: Por que não tenta fazer uma crônica? Um desenho? Uma charge? E que tal uma poesia? Uma paródia? Um mito? Busque inspiração com poesias e músicas que já abordam esses temas e faça o seu! Solte sua imaginação!
A baleia ia Debaixo da água fria E ela sofria Porque sushi viraria Cuide do meio ambiente, Ele fica contente. Não seja indecente. Seja mais inteligente. A floresta eu não desmato Porque eu quero tê-la no futuro. Eu quero ir à floresta E pegar caqui maduro. O lixo eu reciclo Porque gosto de reutilizar Eu fico feliz Porque o meio ambiente vai gostar.
Maria Clara, 4ºC.
Lucas Manzano Oliveira, 7ºB.
Preserve hoje e garanta o amanhã Imagina quando eu acordar E o canto dos pássaros não escutar E o azul do céu não enxergar Imagina o mundo sem água, sem vida.
Alunos do 4ºC.
Mas para isso, sei que há uma saída. Preservando hoje E amanhã terei orgulho de dizer Eu ajudei Eu preservei E agora num ambiente melhor viverei.
Victoria de Assis Panisset, 8ºA.
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Mito do Meio Ambiente No reino de Olimpo vivia um deus chamado Naturo. Ele era casado com a deusa Salina e juntos comandavam a vida de cada ser. Um dia, olharam para a Terra e viram que ela era muito triste, sem cor, sem vida. Decidiram então fazer algo. Junto com o construtor Aquiles, criaram seres diferentes, cujos nomes eram animais. Projetaram também coisas diferentes, que colocaram nomes de árvores, plantas e mar. Viram que a Terra ficou muito linda. Mas com o passar dos anos os seres humanos foram destruindo esta Terra tão magnífica. Naturo, com raiva, jogou uma maldição sobre a Terra, fazendo com que metade dos seres humanos morresse e ficassem apenas aqueles que cuidavam da Terra, ou seja, as ninfas e seres ajudantes. Ana Clara de Jesus, 7ºB.
Calvin Voichicoski Araújo, 9ºC.
Reflexão Há algo de errado na imagem.
Foto original por: ©Bernapixel; adaptado por Danielle.
Encontre os seguintes itens na bagunça do lixão: Gato Botas Presente Urso de pelúcia Banana Quadro Maçã Bola Martelo Óculos
Ainda assim há algo de errado na imagem. Pense nisso. 118 susTMtabilidade
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Resolução dos Passatempos Caminho de Duda: opção D. Cruzadinha:
1. resíduos, 2. metano, 3. reciclado, 4. plâncton, 5. África do Sul, 6. alumínio, 7. inglês, 8. Atenas, 9. carvão, 10. habitante, 11. Tonelada.
Jogo do latão Vidro: c, e. Plástico: b, d, g. Papel: a, i, k. Alumínio: f, h, j.
Canção do Exílio: palmeiras; aves; estrelas; bosques; encontro; sabiá primores; sozinho; terra; Deus; primores; aviste.
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Música “The 3 R’s” três, mágico, mágico, porque, três, seis, três, seis, dezoito, oitava, hoje, aprender, reciclar, reutilizar, reduzir, mercado, sacolas, reduzir, irmão, irmã, aprender, primeiros, lixo, recicle, aprender, aprender, reciclar, reutilizar, reduzir, porque três, mágico, mágico, mágico. susTMtabilidade
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Edição e Produção:
Danielle Takase Queiroz, 2ºEMV E Fernanda Fagundes de Macena, 2ºEMV E Tatiane Yuka de Oliveira, 2ºEMV E Leonardo Garcia do Carmo, 2ºEMV E Mariana Boscolo Xavier, 2ºEMV E Patrick Noriyuki Goia, 2ºEMV E Guilherme Pereira da Silva, 2ºEMV E
Colabore com a Fundação . Obedeça aos critérios de coleta seletiva e jogue seu lixo nos latões corretos.
Ilustrações: Liliane Sniquer Leão Martins, 2ºEMV D. Calvin Voichicoski Araújo, 9ºEFII C.
Colaboração: Victoria de Assis Panisset, 8ºEFII A. Ana Clara de Jesus, 7ºEFII B. Lucas Manzano Oliveira, 7ºEFII B. Alunos do 4ºEFI C.
Por Patrick e Guilherme
Revisão Ortográfica:
Danielle Takase Queiroz, 2ºEMV E
Professora Orientadora:
Ilvanita de Sousa Barbosa
Coordenação Pedagógica:
Selma Veiga Francisco Gomes
Direção Pedagógica: Cristina F. Tugas Beltran
Referências DELÍCIAS DA CALU, Sem Desperdício. Disponível em: < http://mdemulher.abril.com.br/blogs/delicias-dacalu/category/sem-desperdicio/> AMO MUITO MEU PLANETA, Jogos. Disponível em: <http://amomuitomeuplaneta.blogspot.com/> UNIÁGUA, 13 Curiosidades Sobre o Lixo. Disponível em: <http://www.uniagua.org.br/> JOHNSON, Jack. The 3 R’s. (Em JOHNSON, Jack. Sing-A-Longs & Lullabies for the Film Curious George. New York: Universal Records, 2006. 1 compact disc, faixa 9, 2min 57s).
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Canção do Exílio Gonçalves Dias Minha terra tem ___________, Onde canta o Sabiá; As ______ que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais __________, Nossas várzeas têm mais flores, Nossas __________ têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Uma Canção Mario Quintana Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer _________ eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o __________. Minha terra tem __________, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - ___________, à noite Mais prazer encontro eu lá; Minha _________ tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem relógios, Cada qual com sua hora Nos mais diversos instantes... Mas onde o instante de agora? Mas onde a palavra "onde"? Terra ingrata, ingrato filho, Sob os céus da minha terra Eu canto a Canção do Exílio!
Você conhece os famosos versos de Gonçalves Dias? Nele o eu lírico revela saudades das belezas de sua pátria. Então, complete! Aproveite e reflita com a releitura feita por Mário Quintana.
Não permita _______ que eu morra Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os _________ Que não encontro por cá; Sem qu'inda __________ as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
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