CMU em foco n. 1

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CMU FOCO m e

Publicação mensal do Centro de Memória-Unicamp - Campinas, abril de 2011 - Ano I - No. 1

Apresentação

Nasce um

jornal E

sta é a primeira edição do participações em bancas de mes- do CMU constituem, também, CMU em Foco, órgão in- trado e doutorado, participações assuntos que serão noticiados. formativo elaborado pela em comissões julgadoras, re- Enfim, a ideia é fazer circular inÁrea de Publicações do Centro cebimento de prêmios e títulos, formações que fazem do CMU de Memória-Unicamp. A pro- dentre outros assuntos, tornam- reconhecido espaço para consulta posta desse novo trabalho é dar se pauta desse informativo. A e produção de pesquisa, princimaior visibilidade ao CMU por aquisição de novos equipamen- palmente sobre a história social meio de suas produções de Campinas e região. nas áreas técnicas, de Com periodicida“A proposta desse novo trabalho é pesquisa e atividades de mensal, o CMU em dar maior visibilidade ao de extensão. Foco é produzido em CMU por meio de suas produções Visitas programadas, versão digital e tem técnicas e científi cas” recebimento de acervos circulação eletrônica e coleções, organização via e-mail. Com núde eventos (exposições, cursos, tos e a consequente expressão mero não definido de páginas, o seminários etc.), participação dessa ação junto ao público e a veículo circulará sempre na priem eventos institucionais, apre- realização de projetos de pesqui- meira semana de cada mês. Os sentação de pesquisas em con- sa que venham a contribuir para interessados em receber o inforgressos, produção de artigos, a construção do conhecimento mativo devem se cadastrar pelo publicação de livros e capítulos, nas diversas áreas de atuação e-mail: cmufoco@unicamp.br.

Páginas da cidade

Fapesp contempla projeto do CMU

Memórias do fotojornalismo

Acervos do CMU geram pesquisas e conhecimento sobre a memória social de Campinas e região

Projeto para digitalização de acervos e hemeroteca recebe auxílio de quase R$ 250 mil

GPMeF e TV Unicamp trabalham na produção de memórias relativas ao fotojornalismo de Campinas

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CMUemFOCO

Abril - 2011

Por dentro do CMU

Referência obrigatória Centro de Memória-Unicamp (CMU) reúne documentos escritos, iconográficos e orais que alimentam pesquisas sobre a história da cidade

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esquisadores das mais diferentes áreas do conhecimento que trabalham com temas relacionados à história de Campinas e região têm, não raro, o Centro de Memória-Unicamp (CMU) como referência obrigatória. Reconhecido como um dos maiores e mais completos acervos sobre a história da cidade, o CMU dispõe de suportes diferenciados como livros, teses, dissertações, monografias, hemeroteca, mapoteca, manuscritos, arquivos, coleções pessoais, fotografias, fitas cassetes, vídeos, DVDs, entre outras fontes que alimentam trabalhos escolares, desde o ensino médio até pesquisas de pósdoutoramento. “É esse rico universo, tanto de documentações, como de saberes (acadêmicos e técnicos na área da memória), que faz do Centro de Memória um espaço privilegiado para quem busca produzir conhecimentos, sobretudo relativos à memória social de Campinas e região”,

afirma a diretora do CMU, Maria Carolina Bovério Galzerani. Além de reunir e disponibilizar acervos nas áreas de antropologia, sociologia, história (história-oral),

Serviço Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h00 Agendamento de visitas: (19) 3521-5250 e 3521-5251 Outras informações: cmemoria@unicamp.br

geografia, arquitetura, educação, (formal, não-formal e informal), comunicação e artes (destaque para a fotografia), o CMU, que em julho de 2011 completa 26 anos, desenvolve trabalho de coleta, tratamento e organização de documentos históricos escritos, iconográficos e orais. Dessa maneira, dados recentes sobre Campinas são organizados para pesquisas futuras. Trabalhos de pesquisadores que tenham utilizado setores do

CMU também são disponibilizados para consultas e realização de novas pesquisas. O Centro de Memória conta com seis setores técnicos (Arquivos Históricos, Biblioteca, Arquivo Fotográfico, Laboratório de História Oral, Laboratório de Restauração de Documentos e Área de Publicações) que dão suporte para obtenção de informações e geração de conhecimento. Criado em julho de 1985 pelo historiador campineiro José Roberto do Amaral Lapa, o CMU conta com profissionais especializados (graduados, mestres e doutores) que, além de desenvolverem suas atividades junto ao Centro, realizam pesquisa de cunho acadêmico e prestam assessoria a diversos órgãos públicos e privados, mediante convênios de cooperação com a Universidade. Com o objetivo de aproximar-se ainda mais do público em geral, o CMU abre espaço para visitas monitoradas.

Expediente Centro de Memória - Unicamp Diretora Maria Carolina Bovério Galzerani Diretora-associada Maria Elena Bernardes Assessor de Pesquisa Marcos Tognon Chefias de setores técnicos: Amarildo Carnicel (Publicações) Fernando A. Abrahão (Arquivos Históricos) Carlos R. Pereira de Souza (Lab. História Oral) Cássia Denise Gonçalves (Arquivo Fotográfico) Mirdza Sichmann (Lab. de Conservação e Restauração) Rosaelena Scarpeline (Biblioteca)

CMUemFOCO Elaborado pela Área de Publicações do Centro de Memória-Unicamp. Editoração, Projeto Gráfico e Diagramação Amarildo Carnicel (MTb 11.519) Periodicidade mensal Contatos e sugestões cmufoco@ unicamp.br


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CMUemFOCO Nova Direção

Saber

PLURAL A

relação da historiadora Maria Carolina Bovério Galzerani com o Centro de Memória-Unicamp (CMU) é antiga. A pesquisadora já compartilhava do sonho do historiador José Roberto do Amaral Lapa, ainda quando era sua orientanda de doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/ Unicamp), de criar na Universidade um Centro de Memória. Passadas quase três décadas, ela acompanhou a construção de um CMU academicamente muito consistente e, ao mesmo tempo, comprometido com a dimensão pública, aberto à pluralidade dos saberes, das CMU em FOCO – Que papel deve desempenhar o CMU sobre os assuntos relativos à política de preservação da memória? Maria Carolina – Acredito que o CMU cumpre um papel fundamental no que respeita à preservação, organização e produção de conhecimentos. Venho para fortalecer tal papel, em busca da superação dos desenraizamentos culturais, que prevalecem, muitas vezes, na atual sociedade da informação, na qual prepondera a crise da memória. Estou falando de um movimento da sociedade atual, aquele que tenta responder ao que se convencionou chamar de aceleração da história com a ansiedade pela perda. Também devemos nos preocupar com o aumento exponencial das práticas de memória em que não se sabe muito bem a quem servirão, nem se serão consultadas ou consultáveis, mas que se revestem de uma dimensão mágica, porque se apresentam como a possibilidade de deter, de maneira automática, a nossa identidade. Há ainda, conforme lembra Pierre Nora, a dimensão passional da memória, em que se explicitam o encontro e os conflitos entre diferentes saberes con-

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produções de conhecimenMaria tos, relativos, sobretudo, à Carolina, história da cidade de Camdiretora pinas e da região. Docente da Faculdade de Educação da Unicamp desde 1986, organizou vários livros, publicou capítulos e artigos em periódicos nacionais. Dentre outras atuações na FE/Unicamp, foi coordenadora do Grupo de Pesquisa Memória, História e Educação e integra o Grupo de Pesquisa de Educação Continuada (GEPEC). Também foi representante no Conselho Científico do CMU por duas gestões. É com essa bagagem intelectual que Maria Carolina assume a Direção do CMU com o compromisso de fortalecer ainda mais o papel social do órgão, conforme revela na entrevista a seguir:

temporâneos, que se apresentam hierarquizados: a memória viva e a memória reconstituída historicamente, a memória vencida e a memória documentada. CMU em FOCO – Frente a tais tendências culturais da atualidade, qual o papel social desempenhado pelo CMU? Maria Carolina – Comprometome a fortalecer, ainda mais, o papel social desempenhado pelo CMU, no que se refere, particularmente, à ampliação da dimensão de temporalidade, articulando as dimensões de passado, presente e futuro. Para tal, decisivas questões devem ser por nós enfrentadas, tais como: que memórias preservar? Como preservar? Para quem preservar? Como viabilizar o acesso à documentação? Como potencializar a produção de conhecimentos, sem perder de vista o potencial de diálogo, existente entre os diferentes saberes? Considero o momento presente, como privilegiado, no sentido de nos permitir construir, coletivamente, no CMU, brechas visando transformar vivências, automatizadas, esvaziadas de sentidos, em experiências capazes de incluir dimensões humanas histori-

camente situadas e mais ampliadas, como lembra Walter Benjamin, tanto sob o ponto de vista pessoal como social, sempre abertas à resignificação. CMU em FOCO – Quais são as metas que nortearão sua gestão? Maria Carolina – Considero, como responsabilidades fundamentais o comprometimento com seguintes valores: a) a participação coletiva, integradora dos vários setores do CMU; b) o caráter público do CMU que fortalece a figura do usuário, como o mote fundamental das práticas preservacionistas e de produção de pesquisas e de conhecimentos; c) a articulação entre a organização documental e a produção de pesquisas, d) o questionamento das práticas contemporâneas que fazem dos Centros de Memória, muitas vezes, depositários de uma memória única, excludente, hierarquizada, descontextualizada, despolitizada e hiperrealista. Finalmente, valho-me de Platão quando lembra que “para se ensinar, necessita-se de Eros”. Pois bem, no presente caso, posso afirmar, também, que assumo a direção do CMU totalmente comprometida com tal dimensão.


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Projeto Fapesp

Democratizar o

CONHECIMENTO

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acilitar o acesso ao conhecimento. Esse é o principal objetivo do projeto de infraestrutura do Centro de MemóriaUnicamp (CMU) recentemente aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Denominado “Preservação, divulgação e disponibilização do acervo documental do Centro de Memória por meio eletrônico”, o projeto foi contemplado em R$ 217.077,00 para aquisição de equipamentos e contratação de serviços e mais R$ 32.561,55 de reserva técnica. Trata-se do maior auxílio destinado por uma agência de fomento à pesquisa ao CMU durante seus 26 anos de existência. “É um empreendimento de grande relevância para a pesquisa na área das humanidades, especialmente no tocante à história da região de Campinas e do interior paulista”, afirma o historiador e pesquisador responsável pelo projeto junto à Fapesp, José Roberto Zan. Para a diretora do CMU, Maria Carolina Bovério Galzerani, a aprovação do projeto é o reconhecimento de um trabalho desenvolvido pelo Centro de Memória-Unicamp que há quase três décadas vem consolidando importante papel como centro de pesquisa na área da história social, sobretudo de Campinas e região. Este projeto permitirá ao CMU digitalizar, armazenar e organizar diferentes acervos históricos visando a disponibilização através de acesso on-line. A aquisição de equipamentos de ponta na área da informática e compatíveis com as

Foto: Antonio Scarpinetti

especificidades dos além de facilitar o documentos – alguns acesso ao documenraros que podem ser to, também permite a danificados durante o leitura paleográfica de manuseio – possibilioriginais, que, muitas tará a realização desse vezes, têm sua comtrabalho, que visa torpreensão dificultada nar ainda mais acespela escrita de época sível os acervos hoje ou pela fragilidade de mantidos no órgão. seu suporte. Outra importante Dentre os equiaquisição é um equipamentos a serem pamento multifuncioadquiridos está um José Roberto Zan: scanner planetário responsável pelo projeto nal laser (impressora, copiadora, fax e que será instalado numa sala dos Arquivos Históri- scanner) que ficará na Biblioteca cos. Trata-se de um equipamento do CMU. O trabalho inicial será fode ponta que permite escanear do- calizado na digitalização de artigos cumentos sem agredi-los. Enquanto de jornais e revistas que integram o nos equipamentos convencionais, a acervo da Hemeroteca, o qual conluz ultrapassa as páginas do docu- ta, atualmente, com 67.312 recortes, mento e, paulatinamente, danifica dos quais cerca de 10% estão digitaa matriz, no scanner planetário a lizados. A base digital da Hemeroteleitura é feita como se o equipa- ca, atualmente com 6.278 recortes, mento estivesse sendo filmado, sem recebeu até no ano passado 532 mil contato com o original. Dessa ma- visitas, aproximadamente, e cerca neira, é possível disponibilizar um de 360 mil dowloads foram realizadocumento sem abrir mão de sua dos. Com o novo equipamento, que preservação. Inicialmente, os tra- permite escanear até 50 páginas por balhos serão realizados sobre duas minuto, a capacidade será bastante séries documentais muito acessadas ampliada. no setor: “Inventários post-mortem/ Além desses dois equipamentos, testamentos (1850-1940)” e “Ações serão adquiridos, via projeto, comde liberdade de escravos (1871- putadores, acessórios de informáti1888)”, ambas do Tribunal de Justi- ca e aparelhos de ar condicionado. ça da Comarca de Campinas. O projeto tem duração de um ano, A escolha dessas séries visa sendo que os relatórios científicos e atender ao anseio dos pesquisado- a prestação de contas deverão estar res que buscam constantemente o concluídos até 28 de fevereiro do acesso ao conteúdo desses docu- próximo ano. O projeto foi encamimentos para a realização de suas nhado à Fapesp em 2010, quando pesquisas para fins acadêmicos ou estava à frente da Direção do CMU pessoais. Esse tipo de digitalização, o historiador José Roberto Zan.


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Na banca

Pesquisador-colaborador

Pesquisadores do CMU participam de cinco bancas na Universidade

Manifestação religiosa é tema de pesquisa de pós-doutoramento

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rofessores e pesquisadores vinculados ao Centro de Memória-Unicamp (CMU) participaram de cinco avaliações de mestrado em três institutos e faculdades da Universidade. A historiadora e diretora do CMU, Maria Carolina Bovério Galzerani, participou em fevereiro de três bancas de mestrado realizadas na Faculdade de Educação. Dos três projetos apresentados, Carolina assina a orientação de dois. O jornalista e coordenador da Área de Publicações, Amarildo Carnicel, participou de outras duas bancas, também na Unicamp. No dia 14 de fevereiro, Carolina Galzerani presidiu a banca de Nara Rúbia de Carvalho Cunha que apresentou o trabalho “Das pedras às estrelas: o Museu-Escola do Museu da Inconfidência, Ouro Preto, década de 1980”. Também foi a orientadora de Bianca Rodrigues Corrêa, autora da dissertação “Ensino de História e narrativa: potencialidades de uma imagem constelar”, apre-

sentada no dia 25 de fevereiro. No dia 23 de fevereiro, avaliou o trabalho de Sônia Midori Takamatsu, intitulado “A Biblioteca César Bierrenbach: o Centro de Ciências, Letras e Artes e a utopia do conhecimento”. O trabalho foi orientado por Lilian Lopes Martin da Silva. Amarildo Carnicel integrou, no dia 22 de fevereiro, a banca que avaliou o trabalho de Joana D’Arc Mariano Mantellato intitulado “Jovens e a fotografia digital – Como adolescentes estão construindo sua relação com a fotografia em seu cotidiano, intermediados pelo site de relacionamentos Orkut”. O trabalho, orientado pela profa. Cristina Bruzzo, foi apresentado na Faculdade de Educação. No dia 23 de fevereiro, no Instituto Estudos da Linguagem, o jornalista avaliou o trabalho de Patrícia Nunes da Silva Mariuzzo, intitulado “Cenário XXI no Correio Popular – Divulgação de CT&I para Campinas e região”. O trabalho foi orientado pela professora Vera Regina Toledo Camargo.

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socióloga Batistina Maria de Sousa Corgozinho é a mais recente pesquisadora-colaboradora do Centro de Memória-Unicamp (CMU) a desenvolver pesquisa em nível de pós-doutoramento. Seu nome foi aprovado na reunião do Conselho Científico do CMU realizada no último dia 15 de março. No biênio 2011-2012 ela desenvolverá o projeto “A Festa de Santa Cruz e o Terço Cantado”, trabalho de pesquisa realizado em cidades do interior de Minas Gerais. Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora da Fundação Educacional de Divinópolis (Universidade do Estado de Minas Gerais), Batistina desenvolverá o trabalho tendo como supervisora acadêmica a também socióloga e pesquisadora do CMU, Olga Rodrigues de Moraes von Simson. Em seus estudos, Batistina investiga aspectos da memória social e da vida urbana no centro-este mineiro. Recortes de jornais, fotografias e depoimentos fundamentados na metodologia e nos conceitos da história oral são alguns dos recursos utilizados para o desenvolvimento de sua pesquisa.

Resgate

Revista Interdisciplinar de Cultura www.centrodememoria.unicamp.br/resgate Artigos, ensaios, exposições, críticas, resenhas e entrevistas nas áreas de história (história oral), patrimônio, memória, educação (formal, não-formal e informal), comunicação e artes (fotografia, música etc.)


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Pioneiros Fotos: Nelson Chinalia - GPMeF/Unicamp

Luiz Carvalho de Moura durante entrevista concedida ao GPMeF na Rádio e TV Unicamp

Em busca da

MEMÓRIA do fotojornalismo

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le fez carreira arreira vendendo produ produCarvalho de Moura. Moura tos fotográficos para profissioAos 91 anos, o mais antigo fotónais que produziam fotos, regrafo vivo da imprensa campineira velavam filmes e ampliavam imagens é o primeiro entrevistado do Projeto sobre papéis importados. Também se Memória do Fotojornalismo de Camnotabilizou como fotógrafo que regispinas, trabalho desenvolvido pelo Grutrava o futebol de várzea no fim de sepo de Pesquisa Memória e Fotogramana e vendia as imagens aos atletas fia (GPMeF) e gravado pela a RTV na segunda-feira. Daí, para a produção Unicamp. “Ao final do projeto, além de fotos para o Correio Popular de da documentação em aúdio e vídeo Campinas foi um passo. Também foi de cada entrevistado, será produzido o autor de incontável número de fotos um documentário que visa apresentar sobre importantes momentos da cidade significativa parte da memória do fopublicadas pela imprensa campineira. tojornalismo da cidade”, afirma o líder Porém, num determinado dia, fotos imdo GPMeF, Amarildo Carnicel. O fopressas, ampliadores e toda uma gama tógrafo Gilberto de Biasi, 80 anos e um Luiz Carvalho de Moura: de equipamentos de laboratório foram imagens apenas na lembrança dos discípulos de Moura, será o próxipostos sobre a carroceria de um camimo entrevistado. O projeto é realizado nhão e jogados no lixo. “A câmara digital acabou com o com apoio do Laboratório de História Oral (LAHO) do profissional da fotografia”, sentencia com amargura. O CMU, setor responsável pela transcrição de todo o maque restou são apenas as lembranças do fotógrafo Luiz terial recolhido.


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Exposição

Última

Parada Exposição de meios de transporte mostra, entre outros exemplos, réplica de bonde que deixou de circular em Campinas em maio de 1968

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m passeio pela Campinas tos comerciais da cidade e no acer- de fabricação, potência do motor, dos bondes elétricos e jar- vo mantido pelo CMU. Nome do tipo de combustível e nomes das dineiras. É essa sensação fabricante, modelo do veículo, ano empresas operadoras do transde quem visita a exposição porte são outras informaFotos: Antonio Scarpinetti - Ascom/Unicamp ções que acompanham as de miniaturas “Bondes e Ônibus – Transporte de réplicas. Ônibus da Companhia passageiros”, organizada “Nessa mostra, o visiCampineira pela Biblioteca do Centante pode ver maquete de de Transporte tro de Memória-Unicamp bonde fabricado em 1891 Coletivo (CCTC), fabricado entre (CMU). Idealizada pelo que entre 1950-1960 ligava 1958-1972 mestrando em História, o centro da cidade ao disAntonio Henrique Felice trito de Sousas”, lembra a Anunziata, a mostra conta responsável pela Bibliocom 17 réplicas de veícuteca do CMU, Rosaelena los de transporte coletivo Scarpeline. Mas não é apefabricados entre 1891 e nas de antiguidades que 2000. é composta a exposição. Anunziata chega bem próA exposição conta com ximo dos dias atuais quanréplicas em madeira, metal do expôs uma réplica de ônibus e papel que estão acompanhadas fabricado em 2000. Trata-se de de breves textos que oferecem aos Tese sobre bonde um modelo Marcopolo da Viação visitantes informações adicionais, como o último dia de circulação de é reconhecida na FE Caprioli, veículo que ainda circula pelas ruas e rodovias do país. bonde na cidade, ocorrido em 24 socióloga Maria Sílvia DuO público pode visitar a expode maio de 1968. Trata-se de um arte Hadler defendeu em sição no CMU até o final de abril, bonde fabricado em 1933, imor2007 a tese “Trilhos da modernide segunda-feira a sexta-feira, das talizado nas imagens do fotógrafo dade: memórias e educação ur8h30 às 17 horas. V-8, espalhadas em diferentes ponbana dos sentidos”. Orientado pela professora Maria Carolina Bovério Galzerani, o trabalho foi considerado pela Comissão de Pós-graduação da Faculdade de Educação da Unicamp a melhor tese defendida naquele ano na FE. A pesquisa focalizou histórias e memórias dos bondes na cidade de Campinas. Ônibus da Viação Caprioli: modelo Bonde da Cia. Ferro Carril,

A

fabricado entre 1950-1955

do Rio de Janeiro: 1891


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