CMUemFOCO Publicação do Centro de Memória-Unicamp - Campinas, novembro de 2012 - Ano II - No. 7
Arquivo
Centro de Memória recebe acervo com 48 mil fotos Imagens produzidas pelo fotógrafo Haroldo Pazinatto, doadas pela família ao CMU, registram as transformações de Valinhos por quase seis décadas
N
o período de 1945 a 2000 a cidade de Va- a fotografar ainda jovem, aos dezessete anos. Sua linhos passou por transformações que mar- primeira máquina fotográfica foi uma Rolleiflex caram um processo de urbanização típico das emprestada do tio, José Ungaretti. O primeiro pequenas cidades situadas nas regiões metropo- tema registrado foi a missa da Matriz de São Selitanas de São Paulo. bastião. Mas foi com São municípios que, o fotógrafo e colecioapesar de se notabilinador de fotografias, zarem pela atividade Aristides Pedro da Silagrícola, principalva (1921-2012), o V-8, mente pela produção que Haroldo aprendeu de frutas, não ficaram as técnicas fotográficas à margem do desene deu início a uma lonvolvimento imposto ga carreira. por uma economia Antes de se estacapitalista, em que belecer como profiso novo, a qualquer sional, trabalhou na preço, sobrepõe o veCompanhia Gessy Inlho. Essas mudanças dustrial desde 1945 até Portal da Festa do Figo na Rua 13 de Maio. vivenciadas durante Foto revela aspecto do Centro de Valinhos, em 1962. 1962, quando deixou a quase seis décadas empresa para investir pela “Terra do figo” foram documentadas pelas no Stúdio Foto Tic, no centro de Valinhos. Nas lentes do fotógrafo Haroldo Pazinatto, que pro- décadas de 1950 e 1960 atuou como corresponduziu nesse período aproximadamente 48.000 dente no Correio Popular de Campinas, e na Gafotografias, recentemente doadas ao Centro de zeta Esportiva. Em 1968, foi convidado para traMemória-Unicamp. balhar no semanário Folha de Valinhos. Também Haroldo Pazinatto ficou conhecido como “os foi fotógrafo da Prefeitura Municipal entre 1970 e olhos de Valinhos” por ter registrado os principais 1980, voltando a assumir o cargo em 1997. acontecimentos da cidade, constituindo uma rica Para a responsável pelo Arquivo Fotográfico documentação, capaz de revelar aspectos inéditos do CMU, Cássia Denise Gonçalves, “as fotograda sua história. Através de sua produção fotográ- fias que compõem o fundo de Haroldo Pazinatto fica é possível constatar a transformação urbana apresentam interesse para distintas áreas do coocorrida na cidade. Filho de imigrantes italianos, nhecimento que utilizam a imagem como fonte de Haroldo Ângelo Pazinatto (1925-2001) começou informação e pesquisa”.
2
CMUemFOCO Fóruns Permanentes
Novembro - 2012
Evento promove reflexão sobre a relação entre fotografia e memória Encontro realizado na Unicamp reuniu especialistas que discutiram a imagem fotográfica como fonte de pesquisa nas ciências humanas
A
Foto: Antônio Scarpinetti/Ascom
fotografia esteve no cenmemória, potencializamos cotro das reflexões de espenhecimentos capazes de trazer cialistas das áreas das humarelações entre vida e morte, nidades que participaram no fixidez e instabilidade, memódia 23 de agosto de mais uma ria e esquecimento”, afirmou. edição dos Fóruns PermanenAinda segundo Maria Carolites Arte, Cultura e Educação. na, “nós vivemos atualmente O evento, realizado no Centro na sociedade do espetáculo, na de Convenções, foi organizaqual a força do visual é muido pela diretora-associada do to grande. Então, temos uma CMU, Maria Elena Bernar- Evento discutiu a fotografia de arquivo enquanto oportunidade fundamental para des, pela responsável pelo nos firmamos na relação com instrumento de história e de memória Arquivo Fotográfico Cássia pequenos fragmentos memoDenise Gonçalves e pela técnica Prefeitura Municipal de São Pau- rialísticos, fotográficos, de modo a lo), Solange Ferraz de Lima (Mu- relacionar os significados da nossa Marli Marcondes. O objetivo foi aprofundar o de- seu Paulista/USP) e Telma Carva- vida no presente com outras camabate acerca da importância da foto- lho (Unesp-Marília). das de tempo. Isso nos fortalece De acordo com a diretora do em termos de pertencimento em grafia como documento/monumento, bem como o lugar que ocupa CMU, professora Maria Caroli- relação à vida, historicamente sina Bovério Galzerani, reflexões tuada”, analisou. hoje nas instituições de memória. O evento foi dividido em duas como estas são muito importantes, Os Fóruns Permanentes são mesas-redondas, que discutiram as principalmente no momento atual, uma iniciativa da Coordenadoria seguintes temáticas: “Fotografia marcado pela instabilidade das Geral da Universidade (CGU), que como fonte de pesquisa nas ciên- imagens. tem por objetivo propiciar o interNas palavras da docente, trata- câmbio de experiências e pesquisas cias humanas” e “A fotografia nas instituições-memória”. Como pa- -se de um instante no qual, muitas feitas por profissionais e estudantes lestrantes convidados, estiveram vezes, as pessoas se reportam às da Unicamp e profissionais de oupresentes Maria Luiza Tucci Car- memórias com tamanha ansiedade tras instituições da sociedade. Os neiro (FFLCH/USP), Ana Maria que não conseguem obter efeitos eventos são transmitidos via web e Mauad (UFF/RJ), Iara Lis Schia- de sentido mais afirmadores da sua os slides, resumos ou textos estão vinatto (IA/Unicamp), Henrique própria humanidade. “Quando nos sendo organizados em uma biblioSiqueira (Casa da Imagem - SEC, aproximamos da fotografia como teca virtual.
Expediente Centro de Memória - Unicamp Diretora Maria Carolina Bovério Galzerani Diretora-associada Maria Elena Bernardes Assessor de Pesquisa Marcos Tognon Chefias de setores técnicos: Amarildo Carnicel (Publicações) Fernando A. Abrahão (Arquivos Históricos) Carlos R. Pereira de Souza (Lab. História Oral) Cássia Denise Gonçalves (Arquivo Fotográfico) Mirdza Sichmann (Lab. de Conservação e Restauração) Rosaelena Scarpeline (Biblioteca)
CMUemFOCO Elaborado pela Área de Publicações do Centro de Memória-Unicamp. Edição, Projeto Gráfico e Diagramação Amarildo Carnicel (MTb 11.519) Periodicidade mensal Contatos e sugestões cmufoco@unicamp.br
3
CMUemFOCO
Novembro - 2012
Mídia Cidadã
Projeto do CMU desembarca no
Satélite Íris I Trabalho realizado em parceria entre o Progen e escolas públicas cria jornal comunitário produzido por alunos e adolescentes de ONG
O
Projeto “O jornal comunitário como instrumento de aproximação intergeracional”, realizado há quase 10 anos pelo Centro de Memória-Unicamp na Vila Castelo Branco, em Campinas, atravessou a Rodovia dos Bandeirantes e instalou-se no Satélite Íris I, Com base na experiência do Conexão Jovem, jornal comunitário que acaba de publicar a edição 35, CMU, Progen e escolas públicas unem-se para a criação do Satélite Hoje, veículo que surge para dar voz e visibilidade às ações da comunidade. O veículo é uma das frentes do Projeto Peça por Peça, iniciativa do Instituto Robert Bosch em conjunto com o Progen (Projeto Gente Nova) e as escolas estaduais São Judas Tadeu e Rosina Frazatto dos Santos. Desta maneira, crianças e adolescentes do Satélite Íris I passam a integrar um universo composto por mais de 32 mil pessoas que são beneficiadas direta ou indiretamente com as ações do Projeto Peça por Peça em diferentes cidades do país. O trabalho focaliza a educação continuada e o desenvolvimento social sustentável tendo como principal aliada a escola pública. Assim, grupos de alunos das escolas São Judas Tadeu e Profª. Rosina Frazatto passam a ser repórteres, fotógrafos e ilustradores. Para a professora Kelci Ribeiro Ferreira dos Santos, a interlocutora do projeto na Es-
cola São Judas Tadeu, o jornal constitui-se num instrumento capaz de mostrar à comunidade talentos e potencialidades, quase sempre desconhecidas: “Sinto uma satisfação imensa em colaborar com um jornal como esse. Em sala de aula meus alunos realizam trabalhos magníficos, porém me faltava uma maneira de valorização a essas crianças que trazem em seu histórico de vida uma infância sofrida, sem estímulo e às vezes sem perspectiva de futuro. Agora, tendo acesso a esse veículo de comunicação, posso tornar público a toda comunidade o potencial dessas crianças, o que me faz uma profissional realizada e uma pessoa melhor a cada dia por saber que faço parte da vida delas. Tenho a oportunidade de mostrar que são capazes de mudar suas histórias, permitindo realizar sonhos que, aparentemente, pareciam impossíveis”. Nessa linha de pensamento, cabe salientar que o jornal Conexão Jovem tem como jornalista responsável o ex-adolescente do Progen, Roniel Felipe, com o apoio da jornalista Elaine Oliveira, ambos oriundos de escolas públicas da região Noroeste de Campinas. Esse trabalho de jornal comunitário é um desdobramento da tese de doutorado “O jornal comunitário como estratégia de educação não-formal”, desenvolvido pelo jornalista e pesquisador do CMU, Amarildo Carnicel.
4
CMUemFOCO Encontros
Novembro - 2012
Pesquisadores do CMU participam de eventos científicos na Argentina e no Brasil Comunicações apresentadas em congressos e simpósios mostram produção do Centro de Memória nas áreas de História e Educação
O
Centro de Memória-Unicamp (CMU) esteve bem representado na 17ª. Conferência Internacional de História Oral, realizada no período de 3 a 7 de julho, em Buenos Aires, na Argentina. Durante o evento, intitulado “Los Retos de la Historia Oral en el Siglo XXI: Diversidades, Desigualdades y la Construcción de Identidades” cinco pesquisadores vinculados ao órgão apresentaram trabalhos extraídos de projetos de pesquisa sediados no CMU. A historiadora e diretora-associada do Centro de Memória-Unicamp, Maria Elena Bernardes, apresentou o trabalho “História e memória: narrativas e identidadades”. Esta comunicação teve por objetivo problematizar as relações entre os antigos e novos moradores do distrito de Barão Geraldo (Campinas), um núcleo de tradição agrária que sofreu grandes transformações com a instalação da Unicamp, na década de 60, do século XX. O historiador Carlos Roberto Perereira de Souza, responsável pelo Laboratório de História Oral do CMU, apresentou o trabalho “As vozes dos educandos do Projeto Educativo de Integração Social/PEIS (2005-2010)”. Segundo ele, o objetivo foi reconstruir a trajetória educacional de alunos que frequentavam, ao mesmo tempo, diferentes cursos no ensino superior. A socióloga Olga Rodrigues
de Moraes von Simson apresentou o trabalho “Samba paulista: experiências, estórias e memórias de uma estratégica saga negra”. A presente pesquisa relaciona-se a investigações anteriores que reconstruíram a trajetória do carnaval popular paulistano. A pesquisadora Batistina Maria de Sousa Corgozinho, pós-doutoranda do CMU, apresentou o trabalho “Enfeitar a cruz: expressão artística de uma crença religiosa-popular e transmissão oral”. Trata-se de um estudo fundamentado na história oral sobre os adereços que enfeitam a cruz durante a Festa de Santa Cruz, típica da religiosiodade católica. O estudo focaliza eventos realizados em áreas rurais e bairros periféricos de cidades que têm cruzeiros ao lado de pequenas igrejas. Docente da Funedi/ UEMG, Batistina desenvolve a pesquisa com apoio da Fapemig. A pesquisadora Lívia Morais Garcia Lima apresentou o trabalho “História oral e patrimônio cultural: o contexto de fazendas históricas no Estado de São Paulo-Brasil”. A questão central da pesquisa é analisar as ações de educação patrimonial não-formal realizadas no âmbito do meio rural paulista. UFRJ – Maria Elena Bernardes participou do XI Encontro Nacional de História Oral “Memória, Democracia e Justiça”, realizado no período de 10 a 13 de
julho na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela apresentou o trabalho “Memorias da e na cidade – relato de algumas experiências”. Durante o encontro, a pesquisadora do Centro de Memória foi eleita a nova diretora da região sudeste da Associação Brasileira de História Oral. A principal atribuição da nova direção é a organização do Encontro Regional Sudeste de História Oral, que será realizado na Unicamp no período de 10 a 13 de setembro de 2013. Organização de Trabalhos – A Unicamp sediou no período de 3 a 6 de setembro o XXI Encontro Estadual de História (ANPUH-SP) que teve como tema “Trabalho, Cultura e Memória”. Durante o evento, Maria Carolina Bovério Galzerani, juntamente com Helenice Ciampi (PUC-SP), organizou o simpósio temático “Memória, História e Ensino de História: Diálogo entre Diferentes Saberes”. Maria Elena Bernardes integrou a Comissao Organizadora do VII Encontro Nacional “Perspectivas do Ensino de História e II Encontro Internacional de Ensino de História”, realizado na Unicamp no período de 1 a 5 de junho. Na oportunidade, a historiadora coordenou o Grupo de Trabalho “ Diversidade de Linguagens e Práticas em Sala de Aula”.
5
CMUemFOCO
Novembro - 2012
OFÍCIO & MEMÓRIA Exposição
Grupo de Pesquisa Memória e Fotografia exibe 33 painéis com fotos e depoimentos de profissionais cujas atividades persistem no tempo
O
Grupo de Pesquisa Memória e Fotografia (GPMeF) do Centro de Memória – Unicamp realiza até o dia 31 de janeiro de 2013, no Parque das Águas, a exposição fotográfica “Ofício e Memória”. A abertura ocorreu dia 20 de outubro no CIS-Guanabara. Em 33 painéis, pesquisadores do grupo mostram em fotos e depoimentos a diversidade que caracteriza atividades profissionais que persistem no tempo, seja pelo processo, seja por práticas culturais; são ofícios que, apesar da atualização dos processos, conservam traços do antigo de forma ressignificada. São registros que evidenciam a memória de ofícios que ainda permanecem como fotógrafo lambe-lambe, maquinista, alfaiate, barbeiro, sapateiro, borracheiro, luthier, peixeiro, jardineiro, cesteiro e vidreiro. Integram a coletiva Alex Nakaóka, Amarildo Carnicel, Batisitina Corgozinho, Daniela Alvisi, Iara Rolim, Ciça Monteiro, Nelson Chinalia, Olga von Simson, Rita Prando, Suzana Barretto e Taís Franciscon. A mostra é itinerante e, depois de Campinas, seguirá para as cidades onde os profissionais foram fotografados. O Parque das Águas fica à rua Visc. de Congonhas do Campo, 567, Parque São Martinho, Campinas. Horário: de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00.
O pesquisador Alex Nakaóka retratou o trabalho do peixeiro paulistano em feira livre de Campinas: não basta vender peixe, é preciso inventar receitas e ser bom de prosa
O pesquisador Nelson Chinalia foi a Aparecida rever fotógrafos lambe-lambe, atualmente, na era digital: o trabalho continua, porém sem tripé e caixa de madeira
Fé, Festa & Memória A exposição fotográfica “Fé, Festa & Memória”, organizada pelo GPMeF no ano passado para o Festival Hercules Florence de Fotografia chegou a Minas Gerais. A mostra foi apresentrada em setembro no Espaço GTO, na Câmara Municipal de Divi-
nópolis. Em outubro, as fotos foram exibidas na Biblioteca Prof. Nicolaas Gerardus Plasschaert, no campus universitário da Funedi/UEMG. O evento foi promovido pelo GPMeF e pelo Centro de Memória da Fundação Educacional de Divinópolis.
6
CMUemFOCO
Novembro - 2012
Exposição
Colecionador de Memórias Exposição organizada pelo Arquivo Fotográfico do CMU mostra aspectos de uma Campinas que restou somente nas fotos de V-8
I
mpossível pensar em fotografias da Campinas da metade do século XX sem mencionar o fotógrafo Aristides Pedro da Silva (1921-2012), mais conhecido por V-8. A demolição da Igreja Nossa Senhora do Rosário e do Teatro Municipal “Carlos Gomes”, a construção do “Estádio Brinco de Ouro da Princesa” e aspectos do movimento urbano de importantes ruas do centro comercial de Campinas não passaram despercebidos pelas lentes do fotógrafo. Parte desse material pode ser vista em 70 fotografias em branco e preto e coloridas (50 cm x 70 cm) durante a exposição fotográfica “Aristides Pedro da Silva – V8: O Colecionador de Memórias”, aberta no dia 19 de outubro, no Museu de Arte Contemporânea “José Pancetti”. A mostra, com curadoria de Cássia Denise Gonçalves, Iara Rolim, Marli Marcondes e Ricardo Lima, integra o VI Festival Hercule Florence de Fotografia e pode ser vista até o dia 25 de novembro. A Coleção V-8, mantida pelo
começou em 1947 fotografando partidas de futebol, passando a atuar como fotógrafo profissional por volta de 1952. Filho de um administrador de fazendas e de uma serviçal que trabalhava para as famílias da elite local, V-8 era o caçula de oito filhos. Além da fotografia, outra paixão de Aristides foi o futebol campineiro: jogou como amador e foi técnico do juvenil do Guarani Futebol Clube, entre 1950 e 1960. A produção fotográfica de V-8, aliada ao trabalho de coleta de fotografias a partir de doações de famílias e instituições da cidade, faz de sua coleção o mais completo conjunto fotográfico da história de Campinas. A mostra fotográfica pode ser visitada nos seguintes horários: de terça a sexta-feira, das 9h00 às 17h00; sábados, das 9h00 às 16h00 e domingos e feriados, das 9h00 às 13h00. O MACC fica à rua Rua Benjamin Constant, 1633 (térreo), em Campinas. O fotógrafo V-8 em atividade entre 1947 e 1955.
Arquivo Fotográfico do Centro de Memória-Unicamp, foi adquirida pela Universidade em dezembro de 2001. Com 4.500 fotografias, com registros que contemplam o período de 1870-1995, a Coleção V-8 cobre um importante período da história de Campinas. É quando a cidade, na primeira metade do século XX, começa a se modernizar. Assim, iluminação pública, bondes elétricos, automóveis, principais ruas de comércio, praças e jardins tornam-se foco do fotógrafo, um autodidata que
Reconhecimento
Servidoras recebem Medalha Hercule Florence
A
Câmara Municipal de Campinas concedeu no último dia 28 de setembro a duas servidoras do Centro de Memória-Unicamp a Medalha de Mérito Fotográfico “Hercule Florence”. A responsável pelo Arquivo Fotográfico Cássia Denise Gonçalves e a conserva-
dora Marli Marcondes receberam o prêmio como reconhecimento pela atuação na preservação do patrimônio cultural da cidade de Campinas. As homenageadas atuam no setor do CMU responsável pelo tratamento de fundos e coleções de fotografias que apresentam interes-
se para distintas áreas do conhecimento. A solenidade de entrega das medalhas ocorreu no Plenário José Maria Matosinho, na Câmara Municipal de Campinas, e integrou a programação do 6º. Festival Hercule Florence de Fotografia.
7
CMUemFOCO
Novembro - 2012
Projeto Fapeso
CMU inicia nova etapa do projeto sobre Patrimônio Cultural Rural Paulista Evento realizado em São Carlos reuniu gestores de fazendas históricas, pesquisadores e professores da Unicamp, UFSCar e USP
O
Centro de Memória-Unicamp (CMU), o Centro de Educação e Ciências Humanas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU-USP) promoveram nos dias 18 e 19 de setembro, na UFSCar, o evento, “Conhecendo e Registrando o Patrimônio Cultural Rural Paulista: II Encontro de Pesquisadores e Representantes de Fazendas Históricas”. Este evento marcou o encerramento do projeto Patrimônio Cultural Rural Paulista: Espaço Privilegiado para Pesquisa, Educação e Turismo, bem como a constituição de um novo projeto, ao primeiro associado, voltado para elaboração de uma metodologia para inventariar adequadamente o patrimônio histórico rural paulista, ambos financiados pela Fapesp. O primeiro deles, sediado no CMU, teve início em 2009, sob a coordenação de Marcos Tognon, docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH-Unicamp) e assessor de Pesquisa do CMU. O segundo, sediado no Centro de Educação e Ciências Humanas da UFSCar, é coordenado por Luzia Sigoli Fernandes Costa, docente do
Departamento de Ciências da Informação (UFSCar). Durante dois dias pesquisadores e gestores de fazendas, participantes de cinco mesas redondas, fizeram uma avaliação dos projetos ora focalizados (concluído e em andamento), apresentando resultados implementados em fazendas parceiras, bem como em projetos de pesquisa acadêmica, relativos aos patrimônios rurais analisados. Dentre as contribuições destes projetos destacam-se, além da preservação de bens patrimoniais edificados, móveis, naturais e imateriais, a produção de conhecimentos históricos, o fortalecimento de políticas públicas, locais e estaduais, voltadas à preservação, com potencialidades educacionais e turísticas. Da mesa de abertura fizeram parte, além de professor Marcos Tognon, e da professora Luzia Sigoli Fernandes Costa, a diretora do CMU e docente da Faculdade de Educação da Unicamp, Maria Carolina Bovério Galzerani, e o presidente da Associação das Fazendas Históricas Paulistas, Jan Rais. A professora Olga R. M. von Simson, pesquisadora articulada a estes projetos, também docente da FE-Unicamp, apresentou o re-
latório sobre a Educação Patrimonial e Turismo, área sob sua coordenação. Rosaelena Scarpeline, responsável pela Biblioteca do CMU e também integrante destes projetos, atuou como coordenadora de uma mesa redonda, voltada para a discussão de projetos de pesquisa acadêmica. O encontro foi marcado, também, pela abertura da exposição “Fazendas Paulistas – Patrimônio Cultural Rural”, a partir de trabalhos fotográficos de Haroldo Palo Jr. Portanto, hoje, quando se fala tanto sobre o direito e dever da memória, e quando se tem claro que a produção da memória no presente detém o poder sobre o futuro, a organização de fóruns como este, voltados reflexivamente para as memórias rurais paulistas, é uma experiência significativa. Isto, sobretudo, quando se considera que o trabalho vem disponibilizando um conjunto de instrumentos e de metodologias de gestão, de conservação e de difusão para os responsáveis pelo patrimônio cultural rural paulista, tanto os proprietários quanto as respectivas instâncias públicas pertinentes às áreas da cultura, da educação e do turismo.
8
CMUemFOCO UPA
Novembro - 2012
Portas Abertas
Alunos de Campinas e do interior do Estado visitam instalações do CMU durante a Universidade de Portas Abertas, realizada em setembro Fotos: Eliana Camargo Corrêa/CMU
A Área de Arquivos Históricos despertou bastante interesse nos alunos que visitaram o CMU
A exposição “Os olhos de Valinhos”, organizada pelo Arquivo Fotográfico, também foi ponto de parada.
A
lunos de escolas públicas e privadas de Campinas e do interior do estado de São Paulo visitaram diferentes setores do Centro de Memória-Unicamp (CMU) durante a edição da UPA (Universidade de Portas Abertas), realizada no dia 1º. de setembro, na Unicamp. Setenta e cinco estudantes, pais e professores de escolas de Campinas, Indaiatuba, Americana, Cotia, Monte Mor,
Paulínia, Atibaia, Embu-Guaçu, Santa Barbara do Oeste, Limeira, Matão e Jaguariúna conheceram as instalações e o trabalho desenvolvido no Laboratório de História Oral, na Biblioteca José Roberto do Amaral Lapa, nos Arquivos Históricos, no Laboratório de Restauração e Conservação de Documentos e no Arquivo Fotográfico. O evento possibilitou aos visitantes a oportunidade de se aproxima-
rem de um centro de documentação voltado para a história de Campinas e região e de se estimularem para o contato com a produção de conhecimento. A exposição sobre o Movimento Constitucionalista de 32 "Memória e lembranças, vestígios do evento" e a mostra fotográfica “Haroldo Pazinatto - Os olhos de Valinhos" também despertaram a atenção dos visitantes.
9
CMUemFOCO
Novembro - 2012
Tombamento
Condepacc inicia estudos para tombamento de muro da Ponte Preta Solicitação foi feita há um ano, quando clube completou 111o aniversário
O
Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) acatou a solicitação feita por pesquisadores do Centro de Memória-Unicamp e começa a iniciar estudos visando avaliar a possibilidade de tornar patrimônio histórico o muro remanescente do primeiro centro poliesportivo da Ponte Preta, em Campinas. Segundo a diretora do CMU, Maria Carolina Bovério Galzerani, este pedido de tombamento, ocorrido em agosto de 2011, quando a Associação Atlética Ponte Preta completou 111 anos de existência, vai muito além da preservação de um monumento histórico da cidade. “Constitui oportunidade ímpar de problematizar a atrofia da experiência temporal, vivida nesta metrópole contemporânea, via sinalização da existência de indícios do passado, no caso da Associação Atlética Ponte Preta. Oportunidade de produção de memórias, histórias, narrativas, capa-
zes de articular imagens deste passado, na relação com o presente e com perspectivas de construção de outros futuros”. Localizado à rua Guilherme da Silva, esquina com a
rua Pedro Magalhães, no bairro Cambuí, o muro foi erigido em alvenaria, com medidas aproximadas de 65 metros de comprimento e altura variável de 0,90 metros na sua parte mais baixa e cinco metros em sua parte mais elevada. Ele era parte do antigo Stadium da Associação Atlética de Campinas, primeiro complexo poliesportivo da cidade de Campinas, constituído por piscina para a prática de pólo aquático e natação, rinque de patinação, pista e tanque de areia para saltos, campo de basquete, campo de futebol, e uma pista circular para atletismo. Este Stadium existiu de 1921 até 1927, quando passou para propriedade da Associação Atlética Ponte Preta (AAPP). Em 1933, foi demolido, cedendo espaço para a construção de um empreendimento imobiliário. Fotografias revelam aspectos do Stadium em dia de evento: CMU trabalha pela preservação dessa memória
10
CMUemFOCO
Novembro - 2012
Conferência
Diretora do CMU profere palestra em evento de 10 anos do GHOEM
Grupo de Pesquisa História Oral e Educação Matemática reuniu na Unesp, em Rio Claro, pesquisadores de diferentes instituições do país
A
diretora do Centro de Memória-Unicamp (CMU), Maria Carolina Bovério Galzerani, participou no dia 10 de outubro, na Unesp, em Rio Claro, do Encontro em Comemoração aos Dez anos do Grupo de Pesquisa História Oral e Educação Matemática (GHOEM). Na oportunidade, a historiadora, que também é docente da Faculdade de Educação da Unicamp (FE), levou sua contribuição em dois momentos: participou de mesa redonda sobre produção de conhecimentos históricos e proferiu uma palestra sobre Walter Benjamin. No período da manhã, Maria Carolina apresentou o trabalho “Pressupostos teórico-metodológicos para a produção de conhecimentos históricos” durante a mesa redonda “Histórias da Educação Matemática: Outros Olhares, Outros Saberes”, que teve como objetivo discutir diferentes
pressupostos e métodos utilizados para o desenvolvimento de trabalhos historiográficos. No período da tarde, a historiadora proferiu a palestra “Imagens de Narrativa, Memória e História: Contribuições de Walter Benjamin”, que abordou a contribuição original do filósofo e crítico literário judeu berlinense para a produção de conhecimentos históricos e educacionais. Um dos objetivos desse evento foi debater leituras feitas por pesquisadores de outros grupos acerca das produções desenvolvidas no interior do GHOEM durante essa breve trajetória. Reuniram-se professores e pesquisadores que ao longo dessa década contribuíram com a produção do conhecimento no interior do grupo, seja na condição de membros de bancas de qualificação, mestrado e doutorado, seja em eventos, discussões e publica-
ções científicas. Coordenado pelo professor Antonio Vicente Marafioti Garnica (Unesp - Bauru e Rio Claro), o GHOEM é um grupo de pesquisa interinstitucional que reúne integrantes de instituições de ensino e pesquisa localizadas em diferentes estados do país (Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro). Durante esses dez anos de existência, o GHOEM tem se empenhado, entre outras iniciativas, em constituir um referencial teórico que evidencia as potencialidades da utilização da História Oral como metodologia nas pesquisas em Educação Matemática. A elaboração de um mapeamento histórico sobre a formação de professores de Matemática no Brasil está entre algumas das realizações do grupo.
Workshop
O
Arquivologia é tema de encontro no CMU
Centro de Memória-Unicamp (CMU) realizou no dia 24 de outubro, às 14 horas, na sala de reuniões, o workshop: “Entre o Arquivo e o Museu: Práticas de Organização Documental”. O tema foi apresentado pelo historiador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e diretor geral do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Knauss. Paulo Knauss é mestre em História pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (1990), doutor em História pela UFF (1998) e pós-doutorado pela Universidade de Estrasburgo, França (2006). Desenvolve pesquisas na área de História e suas relações entre Memória e Patrimônio Cultural, explorando os campos da arte, imagem, cartografia, oralidade, urbanismo e historiografia. É professor do departamento de História e do Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense.
Este workshop é destinado, exclusivamente, aos funcionários do CMU, com o objetivo de contribuir para o avanço das práticas de arquivologia. A programação de workshops do CMU tem novo encontro marcado: a historiadora Vivianne Tessitore ministrará a palestra “Contribuições da Arquivologia para as Práticas Cotidianas do CMU”. O encontro será no dia 5 de novembro, às 14 horas, na sala de reuniões do CMU.