WANGARI MAATHAI
E O MOVIMENTO DO CINTURÃO VERDE
OBIOMA OFOEGO ILUSTRAÇÕES DE ERIC MUTHOGA TRADUÇÃO DE SERGIO ALVES
São Paulo, 2ª edição, 2018
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© UNESCO, 2015 © Harper Collins, 2015 © Casa de Letras, desta edição, 2018 Título original: Wangari Maathai and Green Belt Movement – UNESCO Series on Women in African History Responsabilidade editorial: Ana Mortara Edição: Sergio Alves Assistência editorial: Luyse Costa Roteiro e texto: Obioma Ofoego Ilustrações: Eric Muthoga Material digital do professor: Sergio Alves Complemento pedagógico: Obioma Ofoego Validação científica: Florida Amakobe Karani, membro do Comitê Científico para o Uso Pedagógico da História da África Dados Internacionais de Catalogação na Publicação — CIP Ofoego, Obioma Wangari Maathai e o movimento do cinturão verde / Obioma Ofoego, Ilustrações de Eric Muthoga. Tradução de Sergio Alves. 2ª. ed. -- São Paulo: Casa de Letras, 2018. ISBN 978-85-5543-128-9 (aluno) ISBN 978-85-5543-130-2 (professor) 1. História. 2. História da África. 3. Quênia. 4. Mulheres Africanas. 5. Wangari Maathai (1940-2011). 6. Meio Ambiente. 7. Desenvolvimento Sustentável. 8. Movimento do Cinturão Verde. I. Título. II. Muthoga, Eric, Ilustrador. III. Alves, Sergio, Tradutor CDU 94 (6)
CDD 960 Catalogação elaborada por Ruth Simão Paulino
Casa de Letras Rua Fradique Coutinho, 1139 Vila Madalena, São Paulo | SP CEP 05416-011 / Tel. 11 2157-3687 www.casadeletras.com.br
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SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Biografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Quadrinhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Complemento pedagógico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83 A questão da terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 O Movimento do Cinturão Verde em contexto: Movimentos das mulheres na África . . . . . . . . . . . . 92 O legado de Wangari Maathai e o Movimento Cinturão Verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Educação e Premiações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104
Martin Rowe / CC-BY-NC-SA 2.2.
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Wangari Maathai, Movimento do Cinturão Verde, 2002.
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INTRODUÇÃO
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A UNESCO compreende a necessidade e a importância do estudo das mulheres da História da África. É de iniciativa da UNESCO um projeto conhecido como Women in African History, voltado para crianças e jovens, com o objetivo de destacar uma seleção de figuras femininas chaves na História do continente africano. Através do uso da Information and Communication Technology (ICT) – Tecnologia da Informação e Comunicação –, o projeto completo apresenta vinte mulheres africanas ou de origens africanas, entre elas Wangari Maathai, uma militante pela independência e pelo meio ambiente, que conheceremos nas próximas páginas. Em um país tão ligado ao continente africano é de extrema importância conhecermos lutas que nos aproximam e com as quais podemos nos relacionar. Através deste projeto e enfatizando a educação, as carreiras acadêmicas e as principais contribuições de Wangari Maathai, a UNESCO busca resgatar seu legado e pretende que se dê continuidade às pesquisas sobre o papel da mulher na História do continente africano. Visite e compartilhe o site da UNESCO sobre as mulheres na História da África: www.UNESCO.org/womeninafrica
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IGUALDADE
DE Gร NERO prioridade global da UNESCO
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Hery Zo Rakotondramanana CC-BY-SA 2.0.
A UNESCO se empenha em promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres através da integração destes princípios em todos os seus projetos, notadamente na educação. A educação permite a transmissão de valores essenciais da igualdade de gênero: possibilita alavancar e executar os direitos humanos fundamentais das mulheres e destacar o papel central delas em todas as sociedades. Assim, o ensino da História desempenha papel crucial, uma vez que permite compreender características culturais, evidenciando as condições sociais, políticas e econômicas das vidas das mulheres nas sociedades do presente e do passado.
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BIOGRAFIA Wangari Maathai (1940–2011), a primeira mulher a obter o PhD na África Oriental e Central, foi uma acadêmica e ativista pelos direitos humanos e pelo meio ambiente. Em 1977, ela fundou o Movimento do Cinturão Verde, uma organização não governamental, que incentivava mulheres a plantar árvores no combate ao desmatamento e à degradação ambiental. Até 2015 o Movimento do Cinturão Verde já havia plantado mais de 50 milhões de árvores. Apesar da constante oposição que sofreu, ela conseguiu aprofundar e expandir seu compromisso com as comunidades locais através de uma expressiva rede de alianças regionais e internacionais, que fizeram do Movimento do Cinturão Verde um modelo de organização das mulheres. Cada vez mais consciente de que a consciência ambiental estava ligada aos assuntos de Estado, paz e direitos humanos, Maathai começou a usar sua organização como um trampolim para as lutas contra os abusos de poder, como as ocupações ilegais de terras pelos mandatários locais e a prisão de opositores políticos. Ela foi, enfim, eleita como membro do Parlamento assim que o Quênia voltou a ser uma democracia multipartidária em 2002, atuando ainda como Assistente do Ministro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. Em 2004, foi a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz.
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PREFÁCIO Wangari Maathai e o Movimento do Cinturão Verde O quadrinho a seguir é uma interpretação de certos períodos da vida de Wangari Maathai. As ilustrações são baseadas em dados históricos e iconográficos pesquisados sobre Wangari Maathai e sobre o século XX no Quênia. Elas não pretendem ser uma exata representação dos eventos, acontecimentos, arquitetura, estilos de penteados ou vestimentas do período.
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O Movimento do CinturĂŁo Verde
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1977. Em uma modesta sala de aula da zona rural do Quênia, uma jovem professora universitária semeia as primeiras ideias sobre o Movimento do Cinturão Verde...
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Há não muito tempo, irmãs, as coisas não eram assim.
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Por esses tempos, as árvores dos campos podiam aplaudir a vida, seduzidas pelo canto dos céus. E o solo era úmido e nutrido pelos sorridentes rios. A lenha era abundante e as crianças tinham muito para comer.
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Mas hoje as coisas mudaram.
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Nossas florestas foram derrubadas e jardins exuberantes tornaram-se doentes campos amarelos. Nossos rios, sufocados, e o solo cansado, rachado e seco como folha morta. os animais e os humanos foram obrigados a buscar alimentos cada vez mais longe de suas terras.
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Nós podemos plantar árvores, onde o solo for bom. E ainda que seja lento e que essas ideias pareçam difíceis, as árvores florescerão, centímetro por centímetro, uma a uma, para se elevarem sobre nós e nossas crianças.
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Mas eu digo mais! Nós, mulheres, temos de tomar isso tudo em nossas mãos, como nossas mães fizeram antes de nós. Esta é a nossa terra. Isso é nosso e depende de nós cuidarmos do nosso verde!
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E, assim, as mulheres seguiram Wangari Maathai e comeรงaram a plantar รกrvores.
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Pouco a pouco, as palavras foram passando de boca a boca, de comunidade a comunidade, de região a região…
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Até milhões de cinturões vestirem a terra de verde.
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Parque Uhuru
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Uma década depois, em 1989, o Movimento do Cinturão Verde, com sede em Nairóbi, começou a ligar as questões ambientais às lutas de defesa da democracia, dos direitos humanos e de boas práticas de governo.
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Isso nĂŁo pode ser verdade!
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Um informante anônimo havia alertado a Wangari de que o governo pretendia se utilizar do dinheiro público para erguer uma torre no meio do Parque Uhuru em Nairóbi, um espaço verde essencial na cidade.
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A torre consumiria grandes quantidades do dinheiro público‌
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…e não haveria mais espaço verde restante para a população da cidade.
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Determinada a não permitir que essa venda das terras públicas fosse adiante, Maathai começou a escrever cartas aos governantes, à imprensa local e internacional, e a diversas instituições do mundo todo.
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Pensando nos milhões de quenianos do futuro, em nossos netos e bisnetos. Que eles não tenham nenhum motivo para nos acusar de ficarmos de braços cruzados enquanto a herança deles foi leiloada pela melhor oferta. Para aqueles que têm ouvidos, escutem: nós temos de lutar para proteger o meio ambiente do Quênia!
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Os poderosos pareciam não gostar do que estavam ouvindo e tomaram açþes imediatas...
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Juntas acharemos um caminho. Juntas permaneceremos inabalรกveis!
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Meses e anos se passaram e as mulheres continuaram a lutar mesmo que na prรณpria casa de Wangari.
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Até que um belo dia…
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O governo cedeu. O cinturĂŁo Verde conseguiu!
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Mas, apesar de o Sol brilhar naquele dia, a batalha estava longe de ser vencida ‌
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Floresta Karura
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Uma apropriação de terras mais terrível do que Wangari Maathai jamais poderia imaginar estava em curso. Alguns funcionários planejavam doar áreas públicas para pessoas físicas em troca de apoio político.
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O preço? A majestosa floresta de Karura no entorno de Nairóbi, o pulmão da região, lugar de inúmeros e diversificados ecossistemas e uma proteção natural contra a erosão dos ventos…
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Mas todos os esforços do Movimento do Cinturão Verde terão sido em vão se as florestas forem vendidas!
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Nos dias seguintes…
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Nós viemos aqui para plantar árvores. Esta é uma terra pública e nós estamos autorizadas a plantar árvores em locais públicos!
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VocĂŞs nĂŁo podem fazer isso!
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Mas se no começo é difícil...
ei, Isto é muito alto!
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A resposta estรก aqui, sempre no solo!
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Vamos dar a eles uma bela surpresa!
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As pessoas rapidamente se deram contA do que as mulheres estavam fazendo, para desgosto do governo.
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Essas mulheres! Isso nĂŁo vale a pena!
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Como milhões de árvores continuaram a ser espalhadas no solo pelo Movimento do Cinturão Verde, Wangari Maathai estendeu seu ativismo mundo afora...
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e o mundo reconheceu seu legado.
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Mohamed DAHIR / AFP ©Movimento do Cinturão Verde, CC-BY-NC-AS 2.0.
Wangari Mathai plantando uma árvore com o Príncipe da coroa Japonesa, Naruhito.
Membros europeus do Movimento do Cinturão Verde plantando uma árvore.
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GIANLUIGI GUERCIA/AFP
Wangari plantando uma รกrvore na floresta de Newlands, Cidade do cabo.
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A questão da terra Pano de fundo: assentamentos Em 1895, o governo britânico consolidou o crescimento de seus interesses comerciais na África Oriental através do estabelecimento do Protetorado da África Oriental, que mais tarde, em 1920, viria a ser a Colônia do Quênia. A população de colonos brancos, formada principalmente de veteranos britânicos de guerra, imigrantes brancos e pobres da África do Sul e da minguante aristocracia britânica, foi induzida a migrar com ofertas de terras livres e mão de obra barata. A expropriação das terras dos povos locais teve lugar, particularmente, no planalto central do Vale do Rift, onde o clima era temperado, o solo mais fértil e a mão de obra barata e acessível. As terras da Coroa compreendiam também os edifícios governamentais, as áreas administrativas e as missões. A expropriação foi reforçada por algumas medidas adotadas pelo governo britânico: 86
Você sabia? A Portaria das Terras da Coroa de 1902 estabeleceu que a Coroa Britânica possuía os títulos originais das terras do Protetorado. Qualquer lugar que estivesse desocupado ou que fosse de terra deserta seria revertido à Coroa, que poderia vendê-la ou alugá-la como lhe fosse conveniente. As Portarias das Terras da Coroa de 1915 redigida, em grande parte, como resposta à insatisfação dos colonos britânicos pela falta de concessões outorgadas pelo governo colonial, estendeu a duração dos contratos de arrendamento por 999 anos, ampliando o poder do governo colonial pela alienação das terras. As terras da Coroa incluiriam agora todas as terras do protetorado. Assim, africanos eram deserdados de suas terras e despojados de seu direito histórico sobre elas, tornando-se inquilinos, com não mais do que direitos temporários.
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British Library,London, England
• A criação de “reservas nativas”, rígidas unidades regionais administrativas entregues a grupos regionais específicos de africanos da região. • Esses agrupamentos fracassaram em refletir conceitos de identidade e relações históricas locais. Além do mais, as “reservas” eram rapidamente ocupadas, gerando uma superpopulação, forçando as pessoas a buscarem trabalhos em outras regiões. • O controle dos Você sabia? O Sistema kipande, movimentos dos traba- oficialmente introduzido em 1921, lhadores africanos den- estipulava que cada homem afritro das áreas controla- cano acima de 16 anos de idade teria de ser registrado e ter suas das pelos britânicos. impressões digitais colhidas. A • Impostos (uma qualquer momento, a polícia poderia pedir-lhes o kipande. O taxa por habitação e Sistema foi utilizado para impeuma taxa por pessoa). dir que os trabalhadores africaEsta era uma importante nos conseguissem escapar das condições desumanas e injustas de fonte de receitas para o trabalho que lhes eram impostas. estado colonial, além da tributação dos salários de colonos que faziam trabalhos forçados, garantindo assim mão de obra barata. A falta de pagamentos dos impostos resultava em prisão. • Trabalhos forçados. • Limitações sobre os lucros e rendimentos da população africana local, em especial em relação aos produtores de café, que obtinham os maiores Selo do Protetorado da África rendimentos. Oriental , 1896. Wangari Maathai
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As consequências humanas As consequências humanas diretas sobre a população da África foram substanciais e incluíam: • O deslocamento em larga escala das populações locais. • A separação de famílias. • A degradação do solo, devido ao aumento da população. • Escassez de terras e alimentos devido ao aumento da população. • O aumento da carga de trabalho sobre as mulheres que deveriam suprir a falta de seus maridos, muitas vezes ausentes devido aos trabalhos forçados. • Um profundo sentimento de perda e desterramento.
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ŠNeil Palmer/CIAT, 2010, CC-BY-SA 2.0.
Trabalhadora do campo no QuĂŞnia.
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Mulheres, terra e liberdade
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A revolta dos camponeses de Mau Mau (1952– 1960) cresceu a partir de uma série de medidas opressoras implantadas pela administração britânica na região, particularmente na província central. Através da primeira metade do século XX, muitos protestos ocorreram contra a polícia local e contra a administração britânica. Nas décadas de 1930 e 1940, o próprio governo colonial reconheceu a existência de uma degradação crescente, mas a retórica de melhorias ecológicas coexistia com as medidas de repressão continuadas. Em 1948, 2 500 mulheres no distrito de Muranga marcharam contra os trabalhos forçados e contra os programas de conservação do solo. Esses programas representavam uma crítica velada aos métodos de agricultura dos fazendeiros africanos nativos, num momento em que os colonos brancos estavam mais preocupados com a posse de suas terras.
Homens e mulheres Kikuyo detidos durante a revolta de Mau Mau.
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Domínio público.
As mulheres estavam excluídas da economia em desenvolvimento e não lhes era permitido possuírem terras. Eram frequentemente dependentes de seus maridos, lhes era negado o acesso à educação e sofriam cada vez mais os efeitos da degradação ambiental, agravada pelo desmatamento das florestas e mudanças radicais no sistema social. Para essas mulheres, o lema da língua Mau Mau Kikuyu, “ithaka na wiathi”, livremente traduzido como “terra e liberdade”, possuía grande ressonância. Duas décadas mais tarde, Wangari Maathai e o Movimento do Cinturão Verde iriam ligar as lutas pelas terras e a liberdade ao meio ambiente a aos direitos das mulheres.
Suspeitos presos na revolta de Mau Mau (1952–1960).
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O Movimento do Cinturão Verde em contexto: movimentos das mulheres na África Movimentos das mulheres e herança colonial Existem impressionantes exemplos de luta pelos direitos políticos nas organizações de mulheres africanas, como a revolta contra os impostos pelas mulheres de Aba, na Nigéria 1929, ou os protestos da União das Mulheres de Abeokuta nos finais dos anos 1940, também na Nigéria. E ainda que a independência tenha vencido suas lutas pelo continente, as organizações de mulheres africanas continuavam ligadas ao bem estar doméstico e aos temas religiosos. Organizações como as das Meninas Escoteiras ou a Associação das Moças Cristãs, herança das mulheres dos oficiais coloniais europeus, mantinham distância dos assuntos e temas políticos, deixando as mulheres africanas com pouquíssima influência sobre as políticas que diretamente lhes afetavam.
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UNESCO/Cereja Editora, 2016.
Ilustração dos quadrinhos sobre a vida de Funmilayo Ransome-Kuti e a União das Mulheres de Abeokuta.
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Forjando uma frente comum Gradualmente, os grupos formados por mulheres de colonos ou descendentes foram substituídos por organizações fundadas e dirigidas por mulheres africanas, agora, capitaneando as causas políticas. Ao estabelecer a Década das Mulheres (1976–1985) e ao organizar a maior conferência internacional das mulheres (Cidade do México, 1975; Nairóbi, 1985; Beijing, 1995), as Nações Unidas contribuiram na unificação de temas políticos e econômicos, dando voz às mulheres do continente africano e de todo o mundo.
Mulheres na área rural de Asinge, Amukura, Teso no Sul do Quênia.
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©ICRISAT, 2012, CC-BY-SA 2.0.
De fato, a melhoria das condições de viagens e da tecnologia das comunicações significavam que os problemas fundamentais do empoderamento das mulheres, como direito à terra, acesso à educação, proteção constitucional, independência financeira, possibilidade de arrecadação de fundos e influência política, estavam sendo agora discutidos entre mulheres de diferentes regiões, culturas e histórias políticas diversas, de maneira compartilhada. Cresciam expressivamente a solidariedade, a consciência e as lutas.
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Movimento do Cinturão Verde, uma organização não governamental (ONG) pioneira O Movimento do Cinturão Verde tornou-se uma presença pioneira na África e além desse continente. Sob a liderança ética e influente de Wangari Maathai, o Movimento do Cinturão Verde demonstrou como uma ONG poderia sobreviver sem um apoio financeiro estável e, mesmo assim, crescer e exercer influência. O Movimento era transparente, agia com responsabilidade e preservava corajosamente sua independência do governo. Isso era imprescindível nos protestos contra os abusos de poder do Estado. A chave para o sucesso do Movimento eram as alianças que foram forjadas ao longo do tempo. Aproveitando-se da força da tradicional sociedade civil do Quênia, assim como da importância estratégica regional de Nairóbi para as instituições internacionais, Maathai foi capaz de erguer uma rede dinâmica de grupos locais, regionais e internacionais. Isso incluía o Movimento Pan-Africano do Cinturão Verde, Grassroots Organizations Operating Together in Sisterhood (GROOTS) entre outros programas das Nações Unidas sobre desenvolvimento, meio ambiente e direito das mulheres.
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©Mark Garten/United Nations, 2009.
Wangari Maathai, Conferência das Mudanças de Clima das Nações Unidas, 2009.
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O legado de Wangari Maathai e o Movimento do Cinturão Verde A importância das árvores O plantio de árvores era o aspecto mais aparente do Movimento do Cinturão Verde, fundado por Wangari Maathai em 1977, sob a égide do Conselho Nacional de Mulheres do Quênia. Por onde plantassem as árvores, as mulheres ajudavam a refletir sobre o solo, bacias hidrográficas sustentáveis e criavam proteções naturais contra a erosão das águas e dos ventos, que retiram do solo seus principais nutrientes.
Duas mulheres olhando através da terra reflorestada no Quênia.
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©Neil Thomas/USAID, 2010, CC-BY-NC 2.0.
O plantio de árvores também reduz a distância que as mulheres teriam de percorrer para buscar lenha. Mudas eram plantadas em linha aos milhares, para formar cintos, ou cinturões, que vestiriam a terra de verde. Até hoje o Movimento do Cinturão Verde plantou mais de 50 milhões de árvores por todo o Quênia. Mas o trabalho do Movimento continua, ou seja, esse número só cresce.
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Uma abordagem holística e inclusiva da educação Wangari Maathai, uma professora universitária, estava convencida de que a educação não poderia estar confinada a uma sala de aula, dedicada a um gênero específico, classe social ou limitada a uma especialização. Para ela, a educação holística pretendia explicar as ligações entre o meio ambiente e temas como a paz, os direitos humanos e a erradicação da pobreza. Notadamente, seria dizer que a educação deveria permitir que os excluídos da educação formal, em especial as mulheres da zona rural, adquirissem confiança para participar das decisões de sua comunidade. Maathai compartilhou sua visão dando palestras nas comunidades locais. Os Seminários do Cinturão Verde foram eventos excepcionais para que as mulheres conseguissem expressar suas próprias preocupações e propor soluções concretas para os seus problemas. Os seminários foram realizados nas línguas locais, fazendo uso dos próprios costumes para encorajar a participação integral e compreensão total das participantes. Sem o plantio dessas ideias não seria possível o plantio das árvores.
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O combate da grilagem das terras africanas A grilagem das terras foi Você sabia? Grilagem uma ação governamental de é a apropriação indevida de terras públicas ou entrega das terras públicas privadas, assim como a para os indivíduos bem relavenda dos produtos naturais dessas terras. cionados com o poder público ou para grandes investidores privados (na maioria dos casos, companhias estrangeiras), normalmente em completo segredo. Estas transações trouxeram consequências catastróficas para a população local, incluindo ocupações ilegais de terras, despejo das moradores locais, escassez de alimentos, degradação ambiental e desaparecimento do modelo de agricultura familiar e de espaços públicos como parques. Quando Wangari Maathai descobriu, em 1989, que o governo planejou vender parte do Parque Uhuru, em Nairóbi, para construir um edifício, ela liderou a oposição pública ao projeto. De modo similar, em 1998, ela descobriu que a Floresta Karura, o pulmão da região, que servia de anteparo aos ventos da savana, e que era um ecossistema único, foi oferecida aos interesses privados e posta à venda por oficiais do governo. Sabendo disso, Maathai e seus parceiros fomentaram um clamor público. Em ambas as situações, Maathai obteve sucesso em pressionar o governo a abandonar os seus planos.
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Prisioneiros políticos e a resistência Em 1992, Wangari Maathai liderou o grupo de mulheres denominado “Soltem os prisioneiros políticos” (Release Political Prisioners – RPP) durante um longo ano de vigília e greve de fome que se concentrou na esquina da Liberdade, no Parque Uhuru e na Cripta da Catedral de Todos os Santos. A vigília, que foi marcada pela violência e assédio policial teve fim com muitas prisões políticas e críticas nacionais e internacionais ao governo. A pressão exercida pelos manifestantes culminou em 1993 com a liberação de todos os presos políticos, dos quais faziam parte os filhos das mulheres presas do RPP.
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Educação e Premiações Educação
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Completando seus estudos no Quênia, Wangari Maathai recebeu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos da Joseph P. Kennedy Jr. Foundation. Em 1964, ela se formou em Ciência Biológicas na Mount St. Scholastica em Atchison, Kansas, EUA. No ano seguinte, defendeu o mestrado em Ciências na Universidade de Pittsburgh, Pensilvânia, EUA. Em 1966, ela retornou ao Quênia e começou um trabalho de ensino e pesquisa na Universidade de Nairóbi. Durante esse período, Wangari se envolveu com os estudos de anatomia veterinária e se graduou em 1971 sendo a primeira mulher na África Oriental a conquistar o título de PhD. Ela continuou recebendo graduações honorárias de muitas instituições como o Williams College, Massachusetts, EUA (1990); Hobart and William Smith Colleges, Nova York, EUA. (1994); Universidade da Noruega (1997); e Universidade de Yale (2004), Connecticut, EUA.
Wangari Maathai no NAACP Image Awards, 2009. Wangari Maathai
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Honrarias e distinções Além do reconhecimento individual e das realizações em grupo, os prêmios trouxeram muitos benefícios às ONGs: • Dinheiro, para ser reinvestido nas organizações. • Atenção da mídia nacional e internacional para as atividades da organização, resultando em melhores oportunidades de investimentos. • Ampliação da legitimidade política e moral. Estes se aplicam tanto para a professora Maathai quanto para o Movimento do Cinturão Verde. A seguir os prêmios da professora Wangari Maathai: • Right Livelihood Award, ou Prêmio Nobel Alternativo (1993): oferecido pelas práticas e exemplares respostas para as mais urgentes mudanças que enfrentamos hoje. Outros premiados incluem o Movimento Chipko (Índia), pioneiro no plantio de árvores em protesto contra o desmatamento desenfreado; Asha Hagi Elmi (Somália), pelos direitos das mulheres e ativismo; e Jacqueline Moudeina (Chade), advogada pioneira na luta dos direitos humanos. • UNEP Global 500 Roll of Honour (1987), (premiada pelo Movimento do Cinturão Verde). Este prêmio, criado em 1987, foi uma iniciativa do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNEP), e foi oferecido às pessoas ou organizações ao redor do mundo como reconhecimento de seu valor para o campo do meio ambiente. • O Goldman Environment Prize (1991) –, um prêmio que honra os ambientalistas formadores.
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©Mark Garten/United Nations, 2009.
Wangari Maathai nomeada Mensageira da Paz pelas Nações Unidas em 2009.
• Prêmio Nobel da Paz (2004). A professora Maathai foi a primeira mulher africana a receber a honraria. Foi também a primeira vez que o Comitê do Prêmio Nobel fez a conexão entre a paz, o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e as práticas da boa governança.
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O Instituto para a Paz e Estudos de Meio Ambiente O Instituto Wangari Maathai pela Paz e Estudos do Meio Ambiente (WMIPE) foi criado em 2009 homenageando e reconhecendo as conquistas do trabalho de Wangari Maathai. Sua construção é calcada no legado que a ativista deixou ao Quênia e ao mundo, através de suas lutas pela conservação do meio ambiente, respeito à diversidade, boa governança e integridade, transparência e honestidade nas contas, e – principalmente – o profissionalismo. Os programas de pós-graduação do WMIPE seguem o exemplo pioneiro de Maathai ao fazer uso de inovadores métodos de ensino e aprendizagem, através de projetos com as comunidades de base, aprendizagem experimental, e também os estudos de campo, além de formação de lideranças éticas. A abordagem holística da educação e os ideais que ela desenvolveu e pelos quais lutou foram suas marcas e são o seu legado.
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©Demosh, 2006, CC-BY 2.0.
Wangari Maathai recebendo o prêmio da Comissão dos Direitos Humanos do Quênia.
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Bibliografia Francês Maathai Wangari, Réparons la terre, Edition Héloïse d’Ormesson, 2012. Maathai Wangari, Celle Qui Plante les Arbres, Edition J’ai Lu, 2011. Maathai Wangari, Un défi pour l’Afrique, Edition Héloïse d’Ormesson, 2010. Maathai Wangari, Pour L’amour des Arbres, Edition L’Archipel, 2005.
Inglês Lihamba, Amandina (ed.), Women Writing Africa: the eastern region. New York: Feminist Press, 2007. Maathai, Wangari, The challenge for Africa: a new vision. London: Heinemann, 2009. Maathai, Wangari, Unbowed: a memoir, London: Heinemann, 2007. Browdy de Hernandez, Jennifer. African Women Writing Resistance: an anthology of contemporary voices, Cape Town, Pambazuka, 2011. Casimiro, Isabel, Joy Kwesiga, Alice Mungwa and Aili Mari Tripp. African Women’s Movements, Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
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Kanogo, Tabitha, African Womanhood in Colonial Kenya, 1900-1950, Oxford: James Currey, 2005. Maathai, Wangari, The Green Belt Movement: sharing the approach and the experience, New York: Lantern Books, 2004. Mamdani, Mahmood, Citizen and Subject: Contemporary Africa and the Legacy of Late Colonialism, Oxford: James Currey, 1996. Ndegwa, Stephen, The Two Faces of Civil Society: NGOs and Politics in Africa, 1996. Nivola, Claire, Planting the Trees of Kenya: The Story of Wangari Maathai. New York: Frances Foster Books / Farrar, Straus and Giroux, 2008. Odhiambo, Eisha Stephen Atieno, and John Lonsdale (eds.), Mau Mau and Narration: Arms, Authority and Narration, 2003. Onwueme, Tess. Tell It To Women: An Epic Drama for Women. Detroit: Wayne State University Press, 1997. Presley, Cora. Kikuyu Women, the Mau Mau Rebellion, and Social Change in Kenya. Oxford: Westview Press, 1990. Winter, Jeanette. Wangari’s Trees of Peace: A True Story from Africa. San Diego, California: Harcourt Children’s Books, 2008.
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Sobre este livro Wangari Maathai e o Movimento do Cinturão Verde apresenta, por meio de história em quadrinhos, uma trajetória de vida que muito pode contribuir para o incentivo a leitura e aprendizado aos alunos, principalmente do 6º ou 7º anos do ensino fundamental. Por se tratar de uma narrativa em quadrinhos, com sua linguagem atual que mescla texto, ação e imagem, é adequada para conquistar leitores dessa faixa de aprendizado. Este livro é uma ótima ferramenta para possibilitar discussões sobre as descobertas e relações pessoais com o meio ambiente que nos cerca, mostrando a possibilidade de um convívio responsável e pacífico frente às diferenças. Além disso, também contribui na reflexão do papel de cada indivíduo na sociedade em que vive, estimulando sua atuação e o exercício da cidadania. Categoria: para alunos entre o 6º e 7º anos do ensino fundamental Gênero: livros de história em quadrinhos Tema: o mundo natural e social
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