Moraújo, Ceará | Junho de 2017
As danças do leruá e do reisado na comunidade Timbaúba Tradição e resistência da cultura negra no Semiárido Na comunidade Timbaúba, distante 18 quilômetros do município de Moraújo vivem aproximadamente 180 famílias. Trata-se de uma comunidade Quilombola, cuja trajetória é marcada por luta e resistência. As famílias dedicam ao trabalho na agricultura, especialmente no cultivo do milho, feijão, arroz. A pesca é outra atividade importante para o consumo familiar. A cultura e as tradições do povo quilombola são guardadas como um bem precioso, a dança do Leruá e o Reisado são exemplos disso. As danças, músicas e versos são repassadas de geração para geração. O grupo de Leruá, existe na comunidade há mais de 50 anos, atualmente é composto por Benedito Benigno, Antônio Francisco, Antônio Domingos, Eugenio Fernandes, Luís Domingos, Raimundo Iranildo, Luciano e Eduardo. O Leruá é dançado por homens jovens e adultos, com cacetes em movimentos de ataque e defesa entoados por cantigas. Eles dançam, tanto para se divertirem quanto para fortalecerem sua cultura. Seu Benedito, uma das lideranças do grupo, participa desde menino, naquela época já existia o gosto pela dança.
Além do Leruá a comunidade quilombola conta com o reisado, onde participam também Rafael, Edson, Genasso, Nair, Quenhia, Lucio, Wesley e Roberto. Quando a dança começa, eles vestem os personagens, o velho é o Cazuza, a velha é o Mutamba e os demais são o Caçulo da velha, o Lapal, o Bizu, o Mateus, o Poeta, o Espoleta, o Caboco, a Burrinha e a figura principal, claro, é o Boi. A brincadeira é feita para o público se divertir, os versos são Improvisados na hora, são chamados de “relaxos”, acompanhados pelo som do triangulo e do pandeiro de couro, este confeccionado por eles mesmos. “A dança é importante porque é diversão, cultura e lazer”, fala Benedito. A comunidade conta com a Associação dos Remanescentes do Quilombo Timbaúba Coreaú/Moraújo, essa organização foi fundamental no diálogo com a Fundação Cultural Palmares no processo de identificação do quilombo, estando em curso a regularização fundiária do território. Com a identificação e reconhecimento o grupo avançou no processo de identidade com a cultura negra. “Este período nosso grupo se fortaleceu, ganhamos até nossas roupas e batizamos nosso grupo com o nome de “Cacete em alerta”, conta Benedito.
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